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SAUDE MENTAL NO TRABALHO

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	Centro Universitário UNIEURO
Graduação em Psicologia 
Disciplina: Psicologia das Organizações e do Trabalho 
Prof.: Vitor Barros Rego
	
	Trabalho Final
	Integrantes do grupo:
Ana Luísa Santos Costa
Jéssica Yorrane Oliveira Dias
Letícia Maia Melo
Mariana Alves Ximenes Guimarães
Rodrigo Thiago Cabral da Silva
	Registro Acadêmico - CPD:
47245
45103
46042
45438
47901
	ORIENTAÇÕES
	Este trabalho escrito tem por objetivo a compreensão analítica do contexto de trabalho dos casos distribuídos para atividade final da disciplina Psicologia das Organizações e do Trabalho. Ao realizar tal tipo de análise, a(o) estudante estará simulando as reais condições nas quais profissionais de psicologia lidam ao se depararem com relatórios para perícia no INSS/Justiça do Trabalho, compreensão clínica do adoecimento do trabalhador em terapia, mapeamento de riscos psicossociais no trabalho e promoção de bem-estar. Para isso, o trabalho deverá contemplar estas 3 perguntas em UM TEXTO CORRIDO DE 2 A 3 PÁGINAS:
1. Quais os primeiros sintomas (fisiológicos, sociais e mentais) relatados no texto (de um ou mais trabalhadores, a depender do texto)? Para quais sintomas foram sendo evoluídos?
2. Quais fatores da execução da tarefa levaram ao adoecimento? E quais foram fatores da empresa que levaram ao adoecimento. Deve conter problematizações, contextualização, formulações críticas.
3. O que foi feito pela empresa para impedir que o adoecimento se tornasse crítico/grave? Se algo foi feito pela empresa, surtiu efeito? Se nada foi feito, por que será que não foi feito (dica: resposta está em reflexões críticas do texto de sala de aula)?
 A Síndrome de Burnout ocorre através de um processo de níveis de estresse e tensão excessivos e prolongados no ambiente de trabalho e a exaustão emocional, distanciamento afetivo e a baixa realização profissional são as características principais que podem levar a um diagnóstico. Essa síndrome pode afetar profissionais de diferentes áreas e de qualquer faixa etária, porém, de acordo com o Ministério da Saúde (2001), cargos que tem contato direto com o usuário, como trabalhadores na área da educação, da saúde, policiais, assistentes sociais e agentes penitenciários estão mais propensos ao desenvolvimento dessa síndrome.
No capítulo “Burnout e Reações de Estresse” são apresentados três casos clínicos que clarificam bem o entendimento dos sintomas. 
 No caso 1 é apresentada uma pessoa do sexo feminino, 39 anos, branca, divorciada, ensino superior incompleto, bancária (cargo: gerente), afastada das atividades laborais desde 2005 e com queixa principal o esgotamento, os sintomas relatados forma: azia, dores no estômago, taquicardia, tonteira, cefaleia, retorno das dores no braço direito, picos hipertensivos, insônia, ansiedade, tristeza e excesso de choro. A síndrome evoluiu com manutenção dos sintomas depressivos ansiosos, que, embora apresentasse alguma variabilidade, tem intensidade grave são bastante limitantes em relação às suas atividades cotidianas e sociais. O diagnóstico dessa paciente foi de episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos associada a síndrome de esgotamento profissional.
 O caso 2 traz um paciente de 44 anos, residente no Rio de Janeiro, separado, ensino superior completo (Psicologia), bancário há 25 anos (cargo: gerente administrativo) e a queixa principal é a pressão no trabalho. Os sintomas relatados pelo paciente foram: insônia, ansiedade, tremores, calafrios, sobressaltos, taquicardia, dificuldade de concentração, pesadelos com assalto isolamento social, sensação de ameaça quando em presença de pessoas que lembravam fisicamente os assaltantes, audição de vozes indefinidas quando em presença de ruído de água corrente. Emagreceu 12kg em 2 meses, chorava frequentemente e tinha ideações suicidas, evitação fóbica a lugares fechados, a bancos e carros-fortes. Houve melhora parcial dos sintomas, embora ainda apresentar-se alguns episódios de resistência do trauma. O diagnóstico desse caso foi transtorno de estresse pós traumático mais episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos.
 E por fim, no caso 3, paciente de 43 anos, natural do Maranhão, casado, ensino médio incompleto, auxiliar de enfermagem, afastado das atividades laborais desde 2001. De acordo com o paciente, começou a sentir forte dor de cabeça, tonteira, enjoo após fratura fronto parietal. Passou a ter pesadelos com acidente, pensamentos recorrentes sobre o episódio, não conseguindo desligar-se dele apesar de não desejar lembrar. Sentimento de culpa pelo acidente, tristeza, isolamento social (especialmente de colegas de trabalho), ganho de peso, irritabilidade, extremo cansaço, dificuldade de concentração e de memória, frieza nas mãos, tensão muscular e sobressaltos, revivencia do trauma evitação e distanciamento hiperativação autonômica. O diagnóstico foi de transtorno de estresse pós traumático e evoluiu para transtorno misto de ansiedade e depressão.
 A empresa não se moveu para um “não adoecimento”, ao contrário contribuiu para um adoecimento emocional, físico, social e psíquico. As evidências encontradas levam a questionar a falta de efetividade das políticas de recursos humanos em assegurar o bem-estar dos empregados. Há importantes trabalhos, de natureza prática, que fornecem informações sobre procedimentos para minimizar a possibilidade de óbitos nas empresas, mas neste estudo de caso não é evidencializado nenhum tipo de intervenção por parte da empresa. O Assédio moral que a senhora V.B foi submetida foi um gatilho potente para o ato do suicídio.
 Dejours (2008) aponta que apesar de comumente a falta de saúde mental é uma razoável explicação para que trabalhadores em que chegam a exaustão psíquica. Não é só por causa da fragilidade da saúde mental como causa primeira da morte, mas também a consequência de episódios traumáticos inseridos no contexto laboral, com reflexos na vida privada da pessoa. Para Dejours o suicídio de uma executiva cuja vida pessoal entrara em colapso foi muito relevante. O não apoio da empresa contribuiu significamente para o ato do suicídio.
 “O suicídio é um gesto brutal que materializa algo que se tornou intolerável, representando o abuso nas relações de poder que sujeita a parte mais fraca à subserviência, sob o risco de descarte iminente”
	
 Referências bibliográficas
DEJOURS, Christophe. Capítulo VI – Novas formas de servidão e suicídio (Teams)
SANTOS, M. A. F.; SIQUEIRA, M. V.S. Considerações sobre trabalho e suicídio: um estudo de caso. Rev. bras. saúde ocup. vol.36 no.123 São Paulo Jan./June 2011
Ministério da Saúde. (2001). Doenças relacionadas ao trabalho: Manual de procedimentos para os serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil. Recuperado de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_relacionadas_trabalho1.pdf   
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