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Casos de infração ao código de ética do Nutricionista

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Casos de Infração 
ao Código de Ética 
do Nutricionista
CRN-8
CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS - 8ª REGIÃO
2016
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO
Copyright © 2016
Todos os direitos de publicação são reservados.
Conselho Regional de Nutricionistas 8a Região
CRN-8
Colaboradores
Carolina Bulgacov Dratch 
Deise Regina Baptista 
Eneida Maria Fleischer 
Joana Wience Gluck
Katia Yumi Uchimura 
Maria Eliana Madalozzo Schieferdecker
Maria Emília Daudt von der Heyde 
Raul von der Heyde 
Rubia Daniela Thieme
Sônia Regina Barbosa 
Projeto gráfico e capa
Karina Ernsen
Diagramação
Karina Ernsen
Todos os direitos reservados. 
É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
Conselho Regional de Nutricionistas 8a Região - CRN-8
Casos de Infração ao Código de Ética do Nutricionista
Curitiba: 2016. 1ª Edição
CONSELHO REGIONAL DE NUTRICIONISTAS - 8ª REGIÃO
CRN-8
Índice
Prefácio ........................................................................................................................ 5
Introdução .................................................................................................................... 7
Capítulo I .................................................................................................................. 10
Conceitos e Bases Legais da Ética do Nutricionista .................................................. 10
Capítulo II ................................................................................................................. 23
Fluxo do Processo Disciplinar .................................................................................... 23
Capítulo III ................................................................................................................ 31
Processos Disciplinares ............................................................................................. 31
Caso 1 ............................................................................................................... 33
Dos Princípios Fundamentais .......................................................................... 33
Dos Deveres do Nutricionista ........................................................................... 33
Da Responsabilidade Profissional ................................................................... 33
Caso 2 .............................................................................................................. 40
Dos Direitos do Nutricionista ............................................................................ 40
Da Responsabilidade Profissional ................................................................... 40
Caso 3 .............................................................................................................. 45
Dos Deveres do Nutricionista ........................................................................... 45
Caso 4 .............................................................................................................. 49
Dos Deveres do Nutricionista .......................................................................... 49
Da Responsabilidade Profissional ................................................................... 49
Caso 5 .............................................................................................................. 54
Da Relação Entre Nutricionistas e com Outros Profissionais .......................... 54
Caso 6 .............................................................................................................. 58
Da Relação com as Entidades da Categoria ................................................... 58
Caso 7 ............................................................................................................... 63
Dos Princípios Fundamentais .......................................................................... 63
Da Relação com os Empregadores ................................................................ 63
Caso 8 .............................................................................................................. 68
Da Relação com Alunos E Estagiários ............................................................ 68
Caso 9 .............................................................................................................. 73
Do Sigilo Profissional ....................................................................................... 73
Caso 10 ............................................................................................................ 78
Da Remuneração Profissional ......................................................................... 78
Caso 11 ............................................................................................................ 81
Da Pesquisa e dos Trabalhos Científicos ........................................................ 81
Caso 12 ............................................................................................................ 85
Da Publicidade ................................................................................................. 85
Caso 13 ............................................................................................................ 91
Da Responsabilidade Profissional ................................................................... 91
ÍNDICE
PREFÁCIO
Infrações ao Código de Ética do Nutricionista po-
dem acarretar em danos a saúde de indivíduos e coletivi-
dade. Esta obra visa orientar, alertar e informar sobre pro-
cessos disciplinares baseados em denúncias recorrentes 
no Conselho Regional de Nutricionistas da 8ª Região, as 
quais apresentam indícios de infrações ao Código de Éti-
ca do Nutricionista. Este material instrutivo foi organizado 
de forma que o leitor compreenda o fluxo do processo dis-
ciplinar, da representação ao julgamento. 
Os colaboradores que participaram na construção 
deste material abordaram de maneira simples os temas 
dos capítulos. O desenvolvimento do texto e os comen-
tários foram realizados de tal forma que, da instrução à 
decisão do processo disciplinar, fossem facilitados o en-
tendimento e as condições de aplicabilidade das normas 
processuais. 
 Acreditamos que será de valia àqueles que, no 
âmbito do Sistema Conselho Federal de Nutricionistas e 
Conselhos Regionais de Nutricionistas, se deparem com 
processos disciplinares quando apontadas infrações aos 
ditames constantes do Código de Ética dos nutricionistas.
ÍNDICE
A publicação tem caráter orientativo e traz aos leito-
res esclarecimentos dos trâmites normativos, da instaura-
ção ao julgamento, dos processos disciplinares vinculados 
a infrações ao Código de Ética do Nutricionista, regulamen-
tados pelo Conselho Federal de Nutricionistas, e é direcio-
nada para os magistrados e nutricionistas em geral. A cada 
capítulo é apresentada uma breve discussão teórica acer-
ca dos temas éticos. 
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
CRN-8 8
ÍNDICE
As ações técnicas e científicas dos nutricionistas devem 
ser baseadas em valores, moralidade, ética e bioética, a fim 
de proteger a sociedade e os indivíduos de condutas profis-
sionais impróprias que ferem o direito humano à alimentação 
adequada, a segurança alimentar e nutricional, os princípios 
da bioética e, também, os direitos e deveres constitucionais 
inerentes a todos os cidadãos. Portanto, a regulação dos de-
veres e direitos por meio do Código de Ética do Nutricionista 
permite o exercício da profissão baseado nos parâmetros ge-
rais do comportamento da categoria profissional. 
Conhecer o Código de Ética do Nutricionista é uma 
obrigação de todos os nutricionistas. Contudo, faz-se neces-
sário entender seu conteúdo e sua aplicação no exercíciopro-
fissional. A compreensão do Código de Ética do Nutricionista 
permite a proteção da sociedade e a valorização da categoria 
profissional. 
Desse modo, o reconhecimento do Código de Ética 
do Nutricionista como aliado no processo de aprendizado e 
de orientação do estudante de Nutrição e do nutricionista é o 
primeiro passo para a conscientização referente à existência 
de limites que devem ser respeitados ética e moralmente na 
atuação profissional.
CRN-8 9
ÍNDICE
O número crescente de denúncias com indícios de in-
frações disciplinares ao Conselho Regional de Nutricionistas 
da 8ª Região (CRN-8), somado ao aumento de contatos pro-
fissionais em busca de auxílio na resolução de condutas e 
dilemas éticos, suscitou a necessidade de contribuir para o 
melhor entendimento do Código de Ética do Nutricionista. 
Sendo assim, o objetivo deste material é orientar e es-
clarecer os nutricionistas e estudantes de Nutrição mediante 
a apresentação de processos disciplinares. Além disso, são 
abordados conceitos e bases legais para construção e conso-
lidação da ética do nutricionista no Brasil, bem como o fluxo 
para instauração, instrução e julgamento de processos. 
ÍNDICE
CAPÍTULO I 
CONCEITOS E BASES LEGAIS DA 
ÉTICA DO NUTRICIONISTA
CRN-8 11
ÍNDICE
A convivência em sociedade exige observância e cum-
primento de normas de conduta referentes às responsabili-
dades civil, penal e ética. É dever dos indivíduos responder, 
atender e executar ações determinadas legalmente ou por 
normativa. Este capítulo tem como objetivo rever os concei-
tos básicos que dão subsídios à conduta ética do profissional 
como membro da sociedade e auxiliar na compreensão e 
interpretação do Código de Ética do Nutricionista, bem como 
no entendimento do fluxo dos processos disciplinares.
A norma suprema de valores de deveres e direitos 
da República Federativa Brasileira é a Constituição Federal 
(CF), que rege a produção e a garantia dos direitos e deve-
res do cidadão, sendo ela a lei fundamental do Estado e da 
sociedade1, 2. 
A CF garante o livre exercício de qualquer trabalho, 
ofício ou profissão quando atendidas as normativas especí-
ficas relativas às qualificações do exercício profissional refe-
rentes à formação acadêmica e registro em Conselho Pro-
fissional próprio1. Os Conselhos profissionais, por sua vez, 
possuem autoridade ética para orientar, disciplinar, fiscalizar 
e estabelecer condições necessárias para o exercício das 
profissões. 
CRN-8 12
ÍNDICE
Os Conselhos Federal e Regionais de Nutricionis-
tas (CFN e CRN, respectivamente) foram criados por meio 
da Lei n.º 6.583/1978, regulamentada pelo Decreto n.º 
84.444/1980. O CFN é responsável por dispor sobre o Có-
digo de Ética do Nutricionista, que norteia o comportamento 
do nutricionista3, 4.
 Contudo, a profissão de nutricionista é regulamenta-
da por meio da Lei n.º 8.234/1991, que define as atividades 
privativas e complementares desse profissional. De acordo 
com essa lei, o nutricionista é o profissional de saúde porta-
dor de diploma expedido por escolas de graduação em nutri-
ção registradas no órgão competente do Ministério da Edu-
cação e Cultura e inscrito no CRN da respectiva jurisdição, a 
qual comprova sua habilitação profissional5.
Assim, é dever do nutricionista atender às normativas 
gerais impostas aos cidadãos, de responsabilidades civil e 
penal, às pertinentes ao exercício profissional estabelecidas 
pelo Estado e às específicas delegadas por órgãos profis-
sionais, sobretudo referentes às responsabilidades técnica 
e ética. A transgressão a qualquer das responsabilidades 
mencionadas pode acarretar sanções de natureza jurídica e 
ético-disciplinares3, 4, 6-8.
A ética é o conjunto de princípios morais aceito em de-
terminado período por um grupo social, que rege os direitos 
CRN-8 13
ÍNDICE
e deveres individuais. A palavra ética deriva do grego éthos 
e do latim mos, que significam caráter e costume, respectiva-
mente. Os três pré-requisitos que fundamentam a ética são: 
a percepção de conflitos (consciência), autonomia (pondera-
ção dos próprios atos no respeito aos outros e no direito co-
mum) e coerência. A estruturação ética dos indivíduos ocorre 
concomitantemente ao seu desenvolvimento, uma vez que a 
ética não é inata. 
Portanto, a humanização determina os conceitos de 
valores e de moral e a condição de ser ético, que são produ-
tos da natureza e da cultura da sociedade. Os valores são 
modelos específicos de conduta adotados com base em pa-
drões preexistentes, e a moral consiste no questionamento 
do que é correto ou incorreto perante o sistema de valores 
adotados (moralidade). Das interações entre ética, valores 
e moral resultam as normas (leis e códigos) que ordenam o 
conjunto de deveres e direitos individuais ou sociais8, 9.
Deste modo, a ética constitui o conjunto de normas 
que regulamentam o comportamento de um grupo particu-
lar de indivíduos. Os Códigos de Ética devem ser utilizados 
como instrumentos de orientação e aprendizado ético, por 
meio dos quais se evitam as punições decorrentes de infra-
ções às suas normas8. A apropriação do Código de Ética do 
Nutricionista deve ocorrer durante a formação acadêmica e 
deve ser consultado em todas as ações do nutricionista.
CRN-8 14
ÍNDICE
O desenvolvimento ético para os profissionais de saú-
de deve ocorrer durante a graduação por meio da discussão 
de casos concretos e com participação ativa dos alunos. A 
construção do acervo ético crítico baseia-se na justiça, res-
peito, solidariedade, autonomia, beneficência, sigilo, preser-
vação da vida e índole para alívio do sofrimento. Os objetivos 
imediatos da formação ética são dirigidos para o reconheci-
mento e fomento de valores que representam formação de 
consciência, moralidade e de aptidão para condutas movi-
das por princípios9, 10.
No caso de profissionais da saúde, a responsabilida-
de profissional implica o encargo de assumir o ônus decor-
rente da violação do dever ético de prudência e diligência 
na prestação da assistência à saúde. A desobediência aos 
atos normativos dos órgãos disciplinadores do exercício das 
profissões resulta em responsabilidade disciplinar ou profis-
sional e reflete jurídica, moral e eticamente. 
Os aspectos éticos da assistência à saúde devem se 
respaldar tanto na normatização legal e no Código de Ética 
profissional como na bioética. A bioética é o estudo sistemá-
tico interdisciplinar da conduta humana na área das ciências 
da vida e da saúde à luz dos valores e princípios morais 
com enfoque no indivíduo, na sociedade e na ampliação dos 
direitos da cidadania. Os códigos morais das profissões, as 
CRN-8 15
ÍNDICE
normas legais promulgadas e interpretadas pelos Estados e 
a compreensão dos princípios e valores que estão na base 
das reflexões e das ações humanas são elementos da bioéti-
ca9. A ética profissional segue os caminhos da bioética, visto 
que, como ciência, envolve o conhecimento biológico asso-
ciado aos conhecimentos dos sistemas de valores humanos.
 O nutricionista é o profissional de saúde que atende 
aos princípios da ciência da Nutrição e contribui para a saú-
de dos indivíduos e da coletividade nas diversas áreas de 
atuação profissional, buscando continuamente o aperfeiçoa-
mento técnico-científico e pautando-se nos princípios éticos 
que regem a prática científica e a profissão11, da bioética, 
dos direitos humanos universais e na CF11, 12.
A transgressão dos preceitos estabelecidos no Códi-
go de Ética e no plano normativo legal, que acarreta prejuízo 
à sociedade ou indivíduo, fere a responsabilidade ética. As 
consequências da infração ética transcendem as decisões 
do respectivo Órgão de Fiscalização Profissional, podendo 
atingir o âmbito normativo legal, de responsabilidade civil ou 
penal. A responsabilidade civilcompete à reparação de ato 
ilícito, do risco para os direitos de outrem ou de danos confi-
gurados como imprudência, imperícia ou negligência7. O Có-
digo Penal aplica-se ao nutricionista sempre que seus atos 
resultarem em algum dano à saúde, à honra e ao patrimônio 
CRN-8 16
ÍNDICE
de outrem, por crime doloso ou culposo, especialmente nos 
casos de omissão do profissional6.
Considera-se imprudência: o ato de agir perigosamen-
te, com falta de moderação ou precaução; a violação das re-
gras ou leis; o comportamento de precipitação. A negligência 
é a ausência de cuidado ou de aplicação numa determinada 
situação, tarefa ou ocorrência, falta de atenção, precauções 
e reflexão, inação, indolência, inércia e passividade. A im-
perícia é agir com inaptidão, falta de qualificação técnica, 
teórica ou prática, ou ausência de conhecimentos elemen-
tares e básicos da profissão, isto é, a incapacidade, a falta 
de habilidade específica para a realização de uma atividade 
técnica ou científica6.
 O CFN, como autarquia federal, e os CRNs, como au-
tarquia regionais, normatizam, fiscalizam, orientam, discipli-
nam e, ainda, atuam como o Tribunal de Ética Profissional 
em processos administrativos e disciplinares relacionados 
com o exercício e as atividades profissionais nas áreas de 
Alimentação e Nutrição, fundamentados, sobretudo, no Có-
digo de Ética do Nutricionista, conhecendo, processando e 
decidindo os casos que lhes forem submetidos13-15. 
Considera-se infração disciplinar a transgressão de 
normativas, como o Código de Ética do Nutricionista. O exer-
cício da profissão quando impedido de fazê-lo e os atos de 
CRN-8 17
ÍNDICE
facilitar o exercício das atividades privativas do nutricionista 
a outros profissionais e leigos, violar sigilo profissional, pra-
ticar, no exercício da atividade profissional, atividade que a 
lei defina como crime ou contravenção, revelar segredo que, 
em razão da profissão, lhe seja confiado, não cumprir, no 
prazo assinalado, determinação emanada de órgão ou au-
toridade do CRN, em matéria de competência deste, após 
regularmente notificado, deixar de pagar, pontualmente, ao 
CRN, as contribuições a que está obrigado, faltar a qual-
quer dever profissional e manter conduta incompatível com 
o exercício da profissão podem infringir o Código de Ética do 
Nutricionista. As faltas são apuradas, levando-se em conta a 
natureza do ato e as circunstâncias de cada caso3.
 O Sistema CFN/CRN estrutura-se como órgão de 
orientação, disciplina, apoio e assessoramento. Entre suas 
comissões permanentes, destaca-se a Comissão de Ética 
(CE). As competências da CE dos CRNs são: apurar as 
transgressões de natureza ética praticadas por nutricionista; 
instruir os processos disciplinares instaurados e encaminhá-
-los ao plenário para dar prosseguimento, com observância 
às disposições do Código de Ética do nutricionista e do Re-
gulamento de Processamento Disciplinar14, 15. 
A apuração e o julgamento seguem o princípio univer-
sal da responsabilidade ética individual e pública do Estado, 
CRN-8 18
ÍNDICE
referente à garantia dos direitos fundamentais instituídos na 
CF, que assegura o contraditório, a ampla defesa ao denun-
ciado e que ninguém será considerado culpado até a senten-
ça condenatória1, 9.
As penas consistem em advertência, repreensão, 
multa equivalente a até dez vezes o valor da anuidade, sus-
pensão do exercício profissional pelo prazo de até três anos 
e cancelamento da inscrição e proibição do exercício profis-
sional. A imposição das penalidades obedece à gravidade ou 
reincidência da infração. Para a fixação da pena são consi-
derados os antecedentes profissionais do infrator, o seu grau 
de culpa, as circunstâncias atenuantes e agravantes e as 
consequências da infração3. 
O plenário do CRN é o órgão de deliberação superior 
e resolve sobre pareceres de relatores de processos e apli-
cação de penalidades, que devem ser elaborados por Con-
selheiros Efetivos. A instrução do processo é assessorada 
juridicamente, por meio de relatórios de execução do mes-
mo13. Após o julgamento nos regionais, podem haver recur-
sos das penalidades impostas, no prazo estipulado, ao CFN, 
ao qual compete rever e julgar os processos3. A Resolução 
CFN n.º 321/2003 orienta quanto aos processos disciplina-
res do nutricionista13.
CRN-8 19
ÍNDICE
Portanto, ética envolve comportamento, moral, confli-
to de interesse e o conhecimento técnico para atuação dos 
nutricionistas, que estão sujeitos às leis e outras normativas 
do CFN e CRN, além dos códigos civil e penal. Os Códigos 
de Ética de todas as profissões pautam-se no respeito ao ser 
humano e devem estar ajustados às evoluções da socieda-
de, da ciência e da tecnologia8. O progresso científico e tec-
nológico pode ensejar conflitos entre a competência técnica 
e a ordem legal estabelecida10. Por isso, a importância do 
conteúdo atualizado das normativas que regulamentam as 
profissões, bem como seus Códigos de Ética1. 
A revisão dos conceitos básicos que subsidiam a con-
duta ética do nutricionista como membro da sociedade per-
mite a melhor compreensão e interpretação do Código de 
Ética do Nutricionista, assim como instiga a atuação pautada 
na ciência e na competência técnica. 
CRN-8 20
ÍNDICE
REFERÊNCIAS 
1. Brasil. Constituição (1988). Constituição da República Fe-
derativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal; 1988.
2. Carvalho BR, Ricco CR, Santos R, Campos MAF, Mendes 
ES, Melllo ALS et al. Erro médico: implicações éticas, jurídi-
cas e perante o código de defesa do consumir. Rev Ciênc 
Méd 2006; 15(6):539-46. 
3. Brasil. Lei nº 6.583, de 20 de outubro de 1978. Cria os 
Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas, regula o 
seu funcionamento e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 25 out. 1978. 
4. Brasil. Decreto nº 84444, de 30 de janeiro de 1980. Re-
gulamenta a Lei 6.583, de 20 de outubro de 1978, que cria 
os conselhos federal e regionais de nutricionistas, regula o 
seu funcionamento e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 31 jan. 1980; Seção 1.
5. Brasil. Lei nº 8.234, de 17 de setembro de 1991. Regula-
menta a Profissão do Nutricionista e dá outras providências. 
Diário Oficial da União. 19 set. 1991.
6. Brasil. Código Penal. Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezem-
bro de 1940. Diário Oficial da União. 31 dez. 1940.
CRN-8 21
ÍNDICE
7. Brasil. Código civil. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 
2002. Diário Oficial da União. 11 jan. 2002.
8. Cohen C, Segre M. Breve discurso sobre valores, moral, 
eticidade e ética. Bioética 1994; 2(1):19-24. 
9. Koerich MS, Machado RR, Costa E. Ética e bioética: para 
dar início à reflexão. Texto Contexto Enferm. 2005; 14(1):106-
10. 
10. Gomes, JCM. O atual ensino da ética para profissionais 
de saúde e seus reflexos no cotidiano do povo brasileiro. 
Rev Bioética. 1996; 4(1):53-64.
11. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
334/2004, 10 de maio de 2004. Dispõe sobre o Código de 
Ética do Nutricionista e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 15 maio 2004a; Seção 1.
12. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
541/2014, 14 de maio de 2014. Altera o Código de Ética 
do Nutricionista, aprovado pela Resolução CFN nº 334, de 
2004, e dá outras providências. Diário Oficial da União. 19 
maio 2014; Seção 1.
13. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
321/2003, de 2 de dezembro de 2003. Institui Código de Pro-
cessamento Disciplinar para o Nutricionista e o Técnico da 
Área de Alimentação e Nutrição e dá outras providências. 
CRN-8 22
ÍNDICE
Diário Oficial da União. 15 dez. 2003; Seção 1.
14. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
356/2004, de 28 de dezembro de 2004. Aprova o regimento 
interno comum dos conselhos regionais de nutricionistasda 
1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e 7ª regiões e dá outras providências. 
Diário Oficial da União. 30 dez. 2004b.
15. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
460/2009, de 22 de dezembro de 2009. Altera a resolução 
CFN nº 356, de 2004, que aprova o regimento interno co-
mum dos conselhos regionais de nutricionistas e dá outras 
providências. Diário Oficial da União. 22 dez. 2009; Seção 1.
ÍNDICE
CAPÍTULO II 
FLUXO DO PROCESSO DISCIPLINAR
CRN-8 24
ÍNDICE
Este capítulo tem como objetivo esclarecer o fluxo de 
processamento disciplinar para melhor compreensão dos 
casos de infração ética de acordo com a Resolução CFN nº 
321/2003, que normatiza todas as fases do processo, desde 
a denúncia até o julgamento1.
Os Conselhos Federal e Regional de Nutricionistas 
recebem e analisam denúncias ou representações contra 
nutricionistas e técnicos em nutrição e dietética inscritos, e, 
caso sejam detectados indícios de infração ética, o processo 
disciplinar é instaurado. 
A denúncia de condutas que constituam ou possam vir a 
constituir infração disciplinar atribuível ao profissional vinculado 
ao regional é dirigida ao Conselho Regional de Nutricionistas, 
onde são formalizadas por meio de uma Representação – do-
cumento que é dirigido à Presidência do CFN ou ao CRN. 
A representação pode ser: funcional, particular ou ex-
-officio. A representação é funcional quando expressa um 
documento elaborado, no âmbito do CRN, em razão de fis-
calização de rotina, programada ou motivada em denúncia; 
a representação é particular quando expressa em documen-
to de iniciativa de quaisquer pessoas físicas e jurídicas e; 
a representação é considerada ex-officio quando se tratar 
CRN-8 25
ÍNDICE
de comunicação, feita por conselheiro efetivo, conselheiro 
suplente ou agente do CRN, acerca de fatos e informações 
de que tenha conhecimento em razão do exercício do cargo, 
independentemente de provocação das partes1. 
Recebida a representação, o Presidente do Conselho 
Regional admite ou não a denúncia, podendo decidir por: 
diligência, negativa de admissibilidade e a instauração do 
processo disciplinar. A diligência pode ser deliberada para 
melhores esclarecimentos dos fatos denunciados; a negati-
va de admissibilidade pode ser deliberada quando há enten-
dimento de que são ausentes os indícios de infração discipli-
nar. A instauração do processo disciplinar ocorre quando há 
indícios de infração, o qual é remetido à Comissão de Ética 
(CE) para instrução processual, caracterizando, assim, a pri-
meira fase do processo1, 2. 
O processo disciplinar obedece a quatro fases: ins-
tauração, instrução, julgamento e penalização. A fase de ins-
trução é de competência da CE e tem como objetivo instruir 
o processo, ou seja, oportunizar ao denunciado todas as 
possibilidades de defesa. O processo disciplinar, portanto, 
respeita a CF, sendo assegurado, às partes, o princípio do 
contraditório e a ampla defesa (art. 5°, item LV, da CF)3. 
Entre as oportunidades de defesa, solicita-se ao de-
nunciado a defesa por escrito, em que deverá expor suas 
CRN-8 26
ÍNDICE
razões e indicar as provas. As provas podem ser testemu-
nhais, documentais ou periciais. Em seguida, são tomados, 
em separado, depoimentos do denunciante, denunciado e 
testemunhas indicadas pelo denunciante e pelo denunciado, 
podendo também haver acareação. Após análise da defesa 
por escrito, das tomadas de depoimentos, das provas, a CE, 
então, elabora relatório conclusivo, com proposta de arqui-
vamento do processo por ausência de infração disciplinar ou 
de prosseguimento do feito, recomendando a penalidade a 
ser aplicada1, 2. 
A fase de julgamento deve ser deferida em reunião 
Plenária Ordinária, em que o Presidente do Conselho solicita 
a um integrante da CE a leitura do relatório conclusivo e de-
cide pelo acolhimento ou não da decisão da CE. Em caso de 
acolhimento, dá-se prosseguimento e o Presidente nomeia 
um Conselheiro Efetivo como relator1.
O Conselheiro Relator elabora o relatório e o voto, 
que devem ser entregues à Secretária do Plenário, que os 
mantém em envelope lacrado até o julgamento. Após incluí-
do o processo em pauta de reunião plenária, os envolvidos 
no processo são notificados com antecedência mínima de 
quinze dias do dia, hora e local da sessão de julgamento1. 
Na sessão extraordinária de julgamento, o Conselhei-
ro relator realiza a leitura do relatório e voto. Após isso, as 
CRN-8 27
ÍNDICE
partes denunciante e denunciado podem se manifestar. Ini-
cia-se, então, a fase de discussão e esclarecimento. Encerra-
da a discussão, o Presidente inicia a votação. Os envolvidos 
no processo ou seus procuradores formalmente constituídos 
são notificados do resultado do julgamento e do início da 
contagem do prazo para recurso da decisão ao CFN. O re-
curso deve ser protocolado em até trinta dias após a ciência 
do resultado do Regional, o qual será encaminhado à Presi-
dência do CFN. O Presidente do CFN, ao receber o recurso, 
encaminha-o à CE do CFN, que emite parecer no prazo de 
trinta dias, restituindo-o a seguir à Presidência. Julgado o re-
curso, o CFN providencia a publicação de extrato da decisão 
no Diário Oficial da União ou no seu jornal ou revista oficial e 
comunica às partes representante e representada1. 
Na ausência de recurso voluntário protocolado no 
CRN, a pena é aplicada ao profissional. 
O conhecimento do fluxo permite a compreensão das 
fases do processo disciplinar em situações de infração ética 
e evidencia a existência de imparcialidade na execução de 
todas as etapas do processo. 
O representado sempre tem a garantia do direito de 
ampla defesa, sendo o julgamento baseado em fatos concre-
tos que confirmem a infração. 
CRN-8 28
ÍNDICE
Para a fixação da pena são considerados os antece-
dentes profissionais do infrator, seu grau de culpa, as cir-
cunstâncias atenuantes e agravantes e as consequências da 
infração. 
Para melhor compreensão, o fluxo completo do códi-
go de processamento disciplinar está apresentado na próxi-
ma página.
Denunciante
A representação é 
entregue ao CRN-8
(e-mail, correios, pessoalmente)
Após o julgamento as partes terão o prazo de 30 dias para
que, querendo, recorram da decisão. Caso isso não aconteça
e haja uma pena, a mesma será aplicada.
Se uma das partes recorrer da decisão, a execução de
penalidade será suspensa até a decisão �nal do CFN. 
As penalidades possíveis são: 
advertência, repreensão, multa, 
suspensão do exercício pro�ssional, 
cancelamento da inscrição e proibição 
do exercício pro�ssional. 
A diretoria do CRN-8 
analisa a representação
Quando há indícios de 
infração ao Código de 
Ética, a representação é 
encaminhada à CE.
Quando não há indícios de 
infração ao Código de Ética, a 
representação é deliberada para 
outros encaminhamentos 
(Ministério Público, PROCON, 
Vigilância Sanitária, entidades de 
classe, CFN etc) 
Denunciado (a) CRN-8 Plenário Testemunhas Diretoria RelatorCE - Comissão 
de Ética
ENTENDA AS ETAPAS DE UM 
PROCESSO ÉTICO DISCIPLINAR
Envolvidos
Recebimento e Encaminhamento da Representação1
O Processo Ético Disciplinar2
Recurso3 Penalidades!
Nesta fase, a(o) denunciada(o) 
será citada(o) pela CE
para apresentar defesa 
por escrito em 15 dias. 
Uma audiência de instrução é
agendada, para o depoimento
pessoal das partes e das testemunhas.
Para a sessão de Julgamento são 
convocados as partes, denunciante 
e denunciado, membros do 
plenário e relator.
CE encaminha o relatório �nal ao Plenário do CRN-8 que indica 
um(a) relator(a) que elaborará o relatório e o voto para ser 
apresentado na sessão de julgamento.
CRN-8 30
ÍNDICE
REFERÊNCIAS 
1. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
321/2003, de 02 de dezembro de 2003. InstituiCódigo de 
Processamento Disciplinar para o Nutricionista e o Técnico 
da Área de Alimentação e Nutrição e dá outras providências. 
Diário Oficial da União 15 de dezembro de 2003; Seção 1.
2. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
356/2004, de 28 de dezembro de 2004. Aprova o regimento 
interno comum dos conselhos regionais de nutricionistas da 
1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª, 6ª e 7ª regiões e dá outras providências. 
Diário Oficial da União 30 de dez de 2004b.
3. Brasil. Constituição (1988). Constituição da República Fe-
derativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal; 1988.
ÍNDICE
CAPÍTULO III 
PROCESSOS DISCIPLINARES
CRN-8 32
ÍNDICE
Para a compreensão, orientação e esclarecimentos do 
Código de Ética do Nutricionista vigente, são apresentados 
neste capítulo exemplos de casos de infrações, destacando-
-se o tipo de representação, os indícios de infração, o fluxo 
do processo e comentários adicionais. O fluxo do processo 
refere-se ao recebimento da denúncia, em que é instaurada 
a representação, à comprovação do indício de infração ética, 
seguindo para a instrução do processo disciplinar conduzido 
pela Comissão de Ética, com finalização no julgamento da de-
núncia no Tribunal de Ética do conselho. 
 Foram selecionados diversos casos relacionados aos 
quatorze capítulos do Código de Ética do Nutricionista e que 
exemplificam os processos disciplinares mais frequentes.
Os casos de infração ao Código de Ética do nutricionis-
ta apresentados nesse material são hipotéticos, ou seja, não 
são casos reais. Os processos disciplinares são regidos pelos 
princípios da informalidade, da ampla defesa e do contraditó-
rio, bem como seguem a normativa vigente do CFN. Proces-
sos disciplinares concretos simililares aos casos apresentados 
nesse material podem não resultar no mesmo desfecho do 
caso hipotético, visto que para a fixação da pena são conside-
rados os antecedentes profissionais do infrator, o seu grau de 
culpa, as circunstâncias atenuantes e agravantes, as conse-
quências da infração e a reincidência da infração.
CRN-8 33
ÍNDICE
Caso 1
Dos Princípios Fundamentais (Capítulo I do Código de 
Ética do Nutricionista) 
Dos Deveres do Nutricionista (Capítulo III do Código de 
Ética do Nutricionista)
Da Responsabilidade Profissional (Capítulo IV do Código 
de Ética do Nutricionista) 
REPRESENTAÇÃO PARTICULAR
O responsável técnico de farmácia de manipulação 
denunciou nutricionista devido à prescrição de vitaminas e 
minerais em quantidades elevadas e de precursores de hor-
mônios esteroides. 
INDÍCIO DE INFRAÇÃO 
Resolução CFN nº 334/20041 que “Dispõe sobre o 
Código de Ética do Nutricionista e dá outras providências” 
(alterado pela Resolução CFN nº 541/2014): Capítulo I: Art. 
1º; Capítulo III: Art. 5º, § II e § V; Capítulo IV: Art. 7º, § IV.
CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
Art. 1°. O nutricionista é profissional de saúde, que, aten-
dendo aos princípios da ciência da Nutrição, tem como função 
CRN-8 34
ÍNDICE
contribuir para a saúde dos indivíduos e da coletividade.
CAPÍTULO III – DOS DEVERES DO NUTRICIONISTA
Art. 5°. São deveres do nutricionista: 
II – recusar-se a executar atividades incompatíveis 
com suas atribuições profissionais, ou que não sejam de sua 
competência legal. 
V – encaminhar aos profissionais habilitados os indi-
víduos sob sua responsabilidade profissional, quando identi-
ficar que as atividades demandadas para a respectiva assis-
tência fujam às suas atribuições.
CAPÍTULO IV – DA RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL
Art. 7°. No contexto das responsabilidades profissio-
nais do nutricionista são-lhe vedadas as seguintes condutas:
IV – praticar atos danosos aos indivíduos e à coletivi-
dade sob sua responsabilidade profissional, que possam ser 
caracterizados como imperícia, imprudência ou negligência.
PROCESSO DISCIPLINAR (PD): INSTRUÇÃO, 
JULGAMENTO E PENALIZAÇÃO – Resolução CFN nº 
321/20032
Na fase de instrução, o representado expôs sua defesa 
CRN-8 35
ÍNDICE
por escrito, na qual negou a prescrição de vitaminas e mine-
rais acima do permitido ao nutricionista pela legislação vigente 
e de precursores de hormônios esteroides, apresentou certifi-
cados de cursos realizados na área de suplementação nutri-
cional e indicou testemunhas. Na tomada de depoimentos, o 
denunciado sustentou sua defesa anterior e, em contraparti-
da, as testemunhas confirmaram a presença, na prescrição, 
de precursores de hormônios esteroides e de vitaminas nas 
quantidades apresentadas na denúncia. A CE deu por encer-
rada a fase de instrução do PD e concluiu infração ao Capítulo 
I, Art. 1º, ao Capítulo III, Art. 5º, § II e V e ao Capítulo IV, Art. 
7º, § IV da Resolução CFN nº 334/2004 (alterada pela Re-
solução CFN nº 541/2014), propondo aplicação da pena de 
suspensão da inscrição e proibição do exercício profissional 
pelo prazo de 2 (dois) anos. O plenário analisou o Relatório 
Conclusivo da CE e designou Conselheiro Relator do proces-
so. Na sessão de julgamento, o plenário acatou por unani-
midade o voto do relator por julgar procedente a denúncia e 
propôs aplicação da pena de suspensão da inscrição e proi-
bição do exercício profissional pelo prazo de 2 (dois) anos. O 
representado protocolou recurso voluntário no CRN-8, o qual 
foi encaminhado à Presidência do CFN tempestivamente. No 
CFN, o recurso, juntamente com o PD, foi analisado pela CE 
e julgado em plenária federal, que decidiu pela aplicação da 
pena de suspensão da inscrição e proibição do exercício pro-
fissional pelo prazo de 2 (dois) anos. A decisão da pena foi 
CRN-8 36
ÍNDICE
publicada no Diário Oficial da União pelo CFN. 
PROCESSO COMENTADO 
Houve infração ao Art. 1º do Capítulo I da Resolução 
CFN nº 334/2004, no que se refere ao atendimento dos prin-
cípios da ciência da Nutrição para promoção de saúde aos in-
divíduos e coletividade, Art. 5º do Capítulo III, § II e ao Art. 7º, 
§ IV do Capítulo IV da mesma normativa, relativos à execu-
ção de atividades incompatíveis com as competências legais 
da profissão e aos atos danosos praticados pelo nutricionista, 
respectivamente. Além disso, a infração pauta-se, também, na 
Resolução CFN nº 390/20063, a qual regulamenta a prescrição 
dietética de suplementos nutricionais pelo nutricionista e dá ou-
tras providências e destaca, em seu Art. 2º, que os níveis má-
ximos de segurança, regulamentados pela Agência Nacional 
de Vigilância Sanitária (ANVISA) (RDC nº. 269/2005)4 devem 
ser respeitados. Ainda, em complemento utilizam-se as quanti-
dades definidas na Dietary Reference Intakes (DRIs), sendo a 
Tolerable Intake Levels (UL) (Limite de Ingestão Máxima Tole-
rável) o maior nível de ingestão diária de um nutriente que não 
causará efeitos à saúde da maioria das pessoas5, 6. E desde 
que, com base no diagnóstico nutricional, haja recomendação 
neste sentido, a prescrição de suplementos nutricionais poderá 
ser realizada em caso de estados fisiológicos específicos, esta-
dos patológicos e alterações metabólicas. 
CRN-8 37
ÍNDICE
A prescrição de precursores de hormônios esteroides 
não é atribuição do nutricionista. A infração ao Art. 5º do Ca-
pítulo III da Resolução CFN 334/2004, referente à execução 
de atividades que não competem legalmente ao nutricionista 
e ao encaminhamento ao profissional com competência le-
gal para atendimento de determinada demanda, respalda-se 
no Decreto nº 20931/19327. A infração é pautada, também, 
no Art. 55 da Portaria n.º 344/1998, que “Aprova o Regula-
mento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos 
a controle especial”, no qual destacam-se as receitas que 
incluam medicamentos à base de substâncias constantes da 
lista C58.
CRN-8 38
ÍNDICE
REFERÊNCIAS 
1. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
334/2004, 10 de maio de 2004. Dispõesobre o Código de 
Ética do Nutricionista e dá outras providências. Diário Oficial 
da União 15 de maio de 2004; Seção 1.
2. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
321/2003, de 02 de dezembro de 2003. Institui Código de 
Processamento Disciplinar para o Nutricionista e o Técnico 
da Área de Alimentação e Nutrição e dá outras providências. 
Diário Oficial da União 15 de dez de 2003; Seção 1.
3. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
390/2006, 27 de outubro de 2006. Regulamenta a prescrição 
dietética de suplementos nutricionais pelo nutricionista e dá 
outras providências. Diário Oficial da União. 22 nov. 2006.
4. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolu-
ção RDC nº 269, de 22 de setembro de 2005. Regulamento 
técnico sobre a ingestão diária recomendada (IDR) de pro-
teína, vitaminas e minerais. Diário Oficial da União. 23 set. 
2005. 
5. Institute of Medicine. Food and Nutrition Board. Dietary 
Reference Intakes: The Essencial Guide to Nutrient Require-
ments. Washinton, D.C.: National Academic Press; 2006.
6. Institute of Medicine. Dietary reference intakes for calci-
CRN-8 39
ÍNDICE
um and vitamin D. Report Brief. Washington (DC): National 
Academy Press; 2010. [citado 5 nov. 2014]. Disponível em: 
http://www.iom.edu/Reports/2010/Dietary-Reference-In-
takes-for-Calcium-and-Vitamin-D/Report-Brief.aspx.
7. Brasil. Decreto nº 20931, de 11 de janeiro de 1932. Regula 
e fiscaliza o exercício da medicina, da odontologia, da medi-
cina veterinária e das profissões de farmacêutico, parteira e 
enfermeira, no Brasil, e estabelece penas. Diário Oficial da 
União. 15 jan. 1932; Seção 1:885. 
8. Brasil. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria 
n.º 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o Regulamento Téc-
nico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle 
especial. Diário Oficial da União. 31 dez. 1998. 
CRN-8 40
ÍNDICE
Caso 2 
Dos Direitos do Nutricionista (Capítulo II do Código de 
Ética do Nutricionista) 
Da Responsabilidade Profissional (Capítulo IV do Código 
de Ética do Nutricionista) 
REPRESENTAÇÃO FUNCIONAL
Durante ação fiscalizatória do CRN-8, verificou-se 
que o nutricionista realiza prescrição dietética gratuitamente 
em instituição privada do ramo de venda de cosméticos e 
suplementos alimentares. 
INDÍCIO DE INFRAÇÃO 
Resolução CFN nº 334/20041 que “Dispõe sobre o 
Código de Ética do Nutricionista e dá outras providências” 
(alterado pela Resolução CFN nº 541/2014): Capítulo II, Art. 
4º, § IV e Capítulo IV, Art. 7º, § VIII e X.
CAPÍTULO II – DOS DIREITOS DO NUTRICIONISTA 
Art. 4°. São direitos do nutricionista:
IV – prestar serviços profissionais, gratuitamente, às 
instituições de comprovada benemerência social, ou quando 
tal se justifique em razão dos fins sociais e humanos.
CRN-8 41
ÍNDICE
CAPÍTULO IV – DA RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL
Art. 7°. No contexto das responsabilidades profissio-
nais do nutricionista são-lhe vedadas as seguintes condutas: 
VIII – vincular sua atividade profissional ao recebi-
mento de vantagens pessoais oferecidas por agentes eco-
nômicos interessados na produção ou comercialização de 
produtos alimentares ou farmacêuticos ou outros produtos, 
materiais, equipamentos e/ou serviços; 
X – divulgar, fornecer, anunciar ou indicar produtos, 
marcas de produtos e/ou subprodutos, alimentares ou não, 
de empresas ou instituições, atribuindo aos mesmos benefí-
cios para a saúde, sem os devidos fundamentos científicos 
e de eficácia não comprovada, ainda que atendam à legisla-
ção de alimentos e sanitária vigentes;
PROCESSO DISCIPLINAR (PD): INSTRUÇÃO, 
JULGAMENTO E PENALIZAÇÃO – Resolução CFN nº 
321/20032 
Na fase de instrução, o representado expôs sua defesa 
por escrito, na qual alegou que exerceu as atividades de nu-
tricionista, de forma gratuita, em empresa sem fins lucrativos, 
ou seja, de benemerência reconhecida. O nutricionista justifi-
ca que realiza os atendimentos nessa empresa como forma 
CRN-8 42
ÍNDICE
de divulgação do seu trabalho em nutrição estética, identifi-
cando-se como especialista nessa área. Na sequência, a CE 
solicitou ao representado cópia do certificado de benemerên-
cia da empresa. O documento não foi enviado. Na tomada de 
depoimentos, quando lhe foi perguntado sobre o comprovante 
de benemerência, o mesmo relatou que a empresa não pos-
suía este documento e confirmou a sua defesa por escrito. A 
CE deu por encerrada a fase de instrução do PD e concluiu 
infração ao Capítulo II Artigo 4º, inciso IV e Art. 7º, inciso VIII 
e X da Resolução CFN nº 334/2004 (alterado pela Resolução 
CFN nº 541/2014), propondo aplicação da pena de repreen-
são. O plenário analisou o Relatório Conclusivo da CE e de-
signou Conselheiro Relator do processo. Na sessão de julga-
mento, o Conselheiro Relator propôs a pena de repreensão, 
acatada pelo plenário por unanimidade, por julgar procedente 
a denúncia. Não houve recurso ao CFN. 
PROCESSO COMENTADO
Considerando o conceito de “sem fins lucrativos” dis-
posto no § 1º da Lei nº 9.790/1999, que “Dispõe sobre a 
qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins 
lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Inte-
resse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá 
outras providências”: “considera-se sem fins lucrativos a pes-
soa jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus 
CRN-8 43
ÍNDICE
sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados 
ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou 
líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas 
do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas 
atividades, e que os aplica integralmente na consecução do 
respectivo objeto social”3. Assim, é direito do nutricionista de-
senvolver trabalho técnico, de caráter voluntário em entida-
des filantrópicas sem fins lucrativos. Desta forma, a conduta 
do nutricionista foi caracterizada como infração ao Código 
de Ética do Nutricionista visto que a empresa em que o nu-
tricionista realizava os atendimentos nutricionais gratuitos 
possuía fins lucrativos. 
Para a denominação de especialista, deve-se consi-
derar a Resolução CFN nº 416/2008, que reconhece como 
especialidades a serem registradas: alimentação coletiva, 
saúde coletiva, nutrição clínica e nutrição esportiva4. 
CRN-8 44
ÍNDICE
REFERÊNCIAS 
1. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
334/2004, 10 de maio de 2004. Dispõe sobre o Código de 
Ética do Nutricionista e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 15 maio 2004; Seção 1.
2. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
321/2003, de 02 de dezembro de 2003. Institui Código de 
Processamento Disciplinar para o Nutricionista e o Técnico 
da Área de Alimentação e Nutrição e dá outras providências. 
Diário Oficial da União. 15 dez. 2003; Seção 1.
3. Brasil. Lei nº 9.790, de 23 de março de 1999. Dispõe sobre 
a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem 
fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de In-
teresse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, e dá 
outras providências. Diário Oficial da União. 24 mar. 1999. 
4. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
416/2008, de 23 de janeiro de 2008. Institui o registro no 
âmbito do sistema CFN/CRN do título de especialista confe-
rido pela ASBRAN e dá outras providências. Diário Oficial da 
União. 29 de jan. 2008; Seção 1. 
CRN-8 45
ÍNDICE
Caso 3 
Dos Deveres do Nutricionista (Capítulo III do Código de 
Ética do Nutricionista)
REPRESENTAÇÃO PARTICULAR 
Operadora de plano de saúde informou que o nutri-
cionista solicitou exames laboratoriais para dosagem de hor-
mônios e, também, não apresentou identificação profissional 
(número de registro no Conselho Profissional)na solicitação 
dos exames. 
INDÍCIO DE INFRAÇÃO 
Resolução CFN nº 334/20041 que “Dispõe sobre o Códi-
go de Ética do Nutricionista e dá outras providências” (alterado 
pela Resolução CFN nº 541/2014): Capítulo III, Art. 5º, § III e § V.
CAPÍTULO III – DOS DEVERES DO NUTRICIONISTA
Art. 5º – São deveres do nutricionista:
III – identificar-se, informando sua profissão, nome, 
número de inscrição no Conselho Regional de Nutricionistas 
e respectiva jurisdição, quando no exercício profissional;
V – encaminhar aos profissionais habilitados os in-
divíduos sob sua responsabilidade profissional, quando 
CRN-8 46
ÍNDICE
identificar que as atividades demandadas para a respectiva 
assistência fujam às suas atribuições.
PROCESSO DISCIPLINAR (PD): INSTRUÇÃO, 
JULGAMENTO E PENALIZAÇÃO – Resolução CFN nº 
321/20032
Na fase de instrução, o representado expôs sua defesa 
por escrito, na qual sustentou sua inocência com o demons-
trativo de declarações de pacientes sobre a sua conduta de 
solicitação de exames laboratoriais, em que, ao constatar al-
terações, era realizado encaminhamento ao médico. Durante 
a instrução do PD foram solicitados prontuários de pacientes 
atendidos pelo nutricionista, esclarecimentos referentes à 
solicitação de exames laboratoriais específicos de diagnósti-
co médico e certificado de cursos, bem como justificativas e 
fundamentação científica referente a cada exame. Os docu-
mentos foram encaminhados à CE e juntados aos autos. Na 
tomada de depoimentos, alegou que não realizava diagnósti-
co de doenças e que solicitava os exames para acompanha-
mento dietoterápico. Referente à identificação profissional na 
solicitação de exames laboratoriais, o nutricionista relatou que 
não fazia parte de sua rotina este procedimento. A CE deu 
por encerrada a fase de instrução do PD e concluiu infração 
ao Capítulo III – Artigo 5º, incisos III e V da Resolução CFN 
nº 334/2004, propondo aplicação da pena de advertência. O 
CRN-8 47
ÍNDICE
plenário analisou o Relatório Conclusivo da CE e designou 
Conselheiro Relator do processo. No julgamento, o relator jul-
gou procedente a denúncia e propôs aplicação da pena de 
repreensão, a qual foi acatada por unanimidade pelo plenário. 
Não houve recurso ao CFN. 
 PROCESSO COMENTADO
A solicitação de exames laboratoriais necessários ao 
acompanhamento dietoterápico é atividade do nutricionis-
ta, estabelecida na Lei Federal nº 8.234, art. 4º, inciso VIII3. 
Contudo, a solicitação de exames para diagnóstico nosoló-
gico (doenças) é privativa do médico, de acordo com a Lei 
nº 12.842, de 10 de julho de 20134. 
De acordo com o inciso III, do Artigo 5º da Resolu-
ção CFN nº 334/2004, são deveres do nutricionista: “iden-
tificar-se, informando profissão, nome, número de inscrição 
no Conselho Regional de Nutricionistas e respectiva jurisdi-
ção, quando no exercício profissional”1. Configura-se como 
direito do usuário, garantido por normativa do Ministério da 
Saúde, o recebimento das receitas e prescrições terapêuti-
cas, bem como o encaminhamento para outros serviços de 
saúde, com o nome legível e assinatura do profissional, seu 
número de registro no conselho profissional e a data do re-
querido ou dispensado5.
CRN-8 48
ÍNDICE
REFERÊNCIAS 
1. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
334/2004, 10 de maio de 2004. Dispõe sobre o Código de 
Ética do Nutricionista e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 15 maio 2004; Seção 1.
2. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
321/2003, de 2 de dezembro de 2003. Institui Código de Pro-
cessamento Disciplinar para o Nutricionista e o Técnico da 
Área de Alimentação e Nutrição e dá outras providências. 
Diário Oficial da União. 15 dez. 2003; Seção 1.
3. Brasil. Lei n.º 8.234, de 17 de setembro de 1991. Regula-
menta a Profissão do Nutricionista e dá outras providências. 
Diário Oficial da União. 19 set. 1991.
4. Brasil. Lei nº 12.842, de 10 de julho de 2013. Dispõe sobre 
o exercício da Medicina. Diário Oficial da União. 11. jul. 2013. 
5. Brasil. Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2009. Dispõe 
sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde. Diário 
Oficial da União. 14 ago. 2009; Seção 1. 
CRN-8 49
ÍNDICE
Caso 4 
Dos Deveres do Nutricionista (Capítulo III do Código de 
Ética do Nutricionista) 
Da Responsabilidade Profissional (Capítulo IV do Código 
de Ética do Nutricionista) 
REPRESENTAÇÃO FUNCIONAL 
Em visita do fiscal do CRN-8, nutricionista não se en-
contrava no local de trabalho em dia e horário informados ao 
CRN-8 em formulário de assunção de responsabilidade téc-
nica de empresa cuja finalidade é a produção de cestas bási-
cas. Nessa ação constatou-se que o nutricionista Responsá-
vel Técnico (RT) não desenvolvia as atividades obrigatórias 
previstas na Resolução CFN nº 380/20051. Os funcionários 
da empresa relataram desconhecer o nutricionista RT. Dias 
após o ocorrido, o nutricionista realizou contato telefônico 
com o CRN-8 e informou, de forma desrespeitosa, que atua-
va em outra empresa de refeições coletivas e, por isso, sua 
ausência no dia e local da visita fiscal. 
INDÍCIO DE INFRAÇÃO 
Resolução CFN nº 334/20042 que “Dispõe sobre o 
Código de Ética do Nutricionista e dá outras providências” 
(alterado pela Resolução CFN nº 541/2014): Capítulo III, Art. 
CRN-8 50
ÍNDICE
5º, § XI, e Capítulo IV, Art. 6º, § II e § V.
CAPÍTULO III – DOS DEVERES DO NUTRICIONISTA 
Art. 5°. São deveres do nutricionista:
XI – somente permitir a utilização do seu nome e título 
profissionais por estabelecimento ou instituição onde exerça, 
pessoal e efetivamente, funções próprias da profissão. 
CAPÍTULO IV – DA RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL
Art. 6°. No contexto das responsabilidades profissio-
nais do nutricionista constituem seus deveres:
II – atender com civilidade aos representantes das en-
tidades da categoria, quando no exercício de suas funções, 
fornecendo as informações e dados solicitados.
V – colaborar com as autoridades sanitárias e de fis-
calização profissional.
PROCESSO DISCIPLINAR (PD): INSTRUÇÃO, 
JULGAMENTO E PENALIZAÇÃO – Resolução CFN nº 
321/20033
Na fase de instrução, o nutricionista apresentou sua 
defesa por escrito, na qual justificou que, no ato da contra-
tação como RT da empresa de cestas de alimentos, estava 
CRN-8 51
ÍNDICE
desempregado e necessitava do emprego para honrar suas 
dívidas mensais. Relatou, ainda, que aceitou o cargo devido 
à liberdade de horário para executar suas funções, que ava-
liava consistir apenas em formular a lista de produtos que se-
riam agregados nas cestas de alimentos e de fiscalizar sua 
montagem, não prevendo outras ações. Após o recebimen-
to da defesa, a CE solicitou o envio dos documentos com-
probatórios das atividades e os mesmos não foram envia-
dos. O representado foi devidamente citado para a tomada 
de depoimentos e não compareceu ao respectivo ato. Com 
base nas provas, depoimentos e demais elementos de con-
vencimento juntados ao PD, a CE deu por encerrada a fase 
de instrução e concluiu a ocorrência de infração disciplinar 
ao Capítulo III, Artigo 5º, inciso XI, e ao Capítulo IV, Artigo 
6º, incisos II e V da Resolução CFN nº 334/2004 (alterado 
pela Resolução CFN nº 541/2014), propondo aplicação da 
pena de advertência. O plenário analisou o Relatório Con-
clusivo da CE e designou Conselheiro Relator do processo, 
concluindo provada a ocorrência de infração ética por parte 
do denunciado. O Relator julgou procedente a denúncia e 
votou na aplicação de pena de advertência. Na sessão de 
julgamento, os membros da sessão plenária acordaram em 
acolher por unanimidade o voto do Relator.
CRN-8 52
ÍNDICE
PROCESSO COMENTADO 
A infração ao Capítulo III, Artigo 5º, § XI, e ao Capítulo 
IV, Artigo 6º, § II e V, pauta-se no descumprimentodo nutri-
cionista à Resolução CFN nº 378/2005, que descreve como 
responsabilidade técnica “a atribuição legal dada ao nutri-
cionista habilitado, após análise do Conselho Regional de 
Nutricionistas, para o profissional que responde pelas ati-
vidades de alimentação e nutrição da pessoa jurídica, em 
conformidade com as normas de regulação das atividades 
de alimentação e nutrição”4. Decorre, também, do descum-
primento da Resolução CFN n°380/2005, na qual, de acordo 
com o Anexo I, “Cesta de Alimentos é a composição com di-
ferentes tipos de alimentos in natura ou embalados por pro-
cesso industrial, definida a partir de requisitos nutricionais 
básicos, conforme legislação do Programa de Alimentação 
do Trabalhador (PAT)”. 
CRN-8 53
ÍNDICE
REFERÊNCIAS
1. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
380/2005, de 28 de dezembro de 2005b. Dispõe sobre a 
definição das áreas de atuação do nutricionista e suas atri-
buições, estabelece parâmetros numéricos de referência por 
área de atuação e dá outras providências. Diário Oficial da 
União. 10 jan. 2006; Seção 1. 
2. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
334/2004, 10 de maio de 2004. Dispõe sobre o Código de 
Ética do Nutricionista e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 15 maio 2004; Seção 1.
3. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
321/2003, de 2 de dezembro de 2003. Institui Código de Pro-
cessamento Disciplinar para o Nutricionista e o Técnico da 
Área de Alimentação e Nutrição e dá outras providências. 
Diário Oficial da União. 15 dez. 2003; Seção 1.
4. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
378/2005, de 28 de dezembro de 2005a. Dispõe sobre o re-
gistro e cadastro de pessoas jurídicas nos conselhos regio-
nais de nutricionistas e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 30 dez. 2005; Seção 1.
CRN-8 54
ÍNDICE
Caso 5 
Da Relação entre Nutricionistas e com outros Profissionais 
(Capítulo V do Código de Ética do Nutricionista) 
REPRESENTAÇÃO PARTICULAR 
Denunciante relata que o nutricionista de instituição 
pública se aproveitava da posição de chefia e da estabilida-
de auferida por aprovação em concurso público para humi-
lhar os nutricionistas da empresa prestadora de serviços à 
instituição. 
INDÍCIO DE INFRAÇÃO
Resolução CFN nº 334/20041 que “Dispõe sobre o 
Código de Ética do Nutricionista e dá outras providências” 
(alterado pela Resolução CFN nº 541/2014): Capítulo V, Art. 
10º, § IV.
CAPÍTULO V – DA RELAÇÃO ENTRE NUTRICIONISTAS E 
OUTROS PROFISSIONAIS
Art. 10° No contexto da relação entre nutricionistas e 
com outros profissionais é vedado ao nutricionista: 
IV – valer-se da posição ocupada para humilhar, me-
nosprezar, maltratar ou constranger outrem.
CRN-8 55
ÍNDICE
PROCESSO DISCIPLINAR (PD): INSTRUÇÃO, 
JULGAMENTO E PENALIZAÇÃO – Resolução CFN nº 
321/20032
Na fase de instrução, o representado sustentou sua 
inocência, apresentando que jamais valeu-se de sua posi-
ção, função ou cargo para ter como conduta rebaixar, des-
respeitar, constranger, desdenhar ou agir com grosseria para 
com colegas de trabalho ou outrem. A tomada de depoimen-
tos foi realizada com o representado, as testemunhas e o 
denunciante. Durante as tomadas de depoimentos, o de-
nunciado afirmou os fatos relatados na defesa por escrito; 
o denunciante confirmou os atos de humilhação proferidos 
pelo representado; e as testemunhas, em sua maioria, con-
firmaram atitudes do nutricionista que poderiam constranger 
outrem, mas negaram atos de submissão e opressão. A CE 
deu por encerrada a fase de instrução do PD e concluiu in-
fração ao Capítulo V, Art. 10, § IV, da Resolução CFN nº 
334/2004, propondo aplicação da pena de repreensão, des-
crita no Relatório Conclusivo da CE. Em reunião de plenário 
do CRN-8, foi designado o Conselheiro Relator, o qual julgou 
procedente a denúncia, concluiu provada a ocorrência de in-
fração ética e votou pela aplicação da pena de repreensão. 
Na sessão de julgamento foi oportunizada ao representado 
manifestação oral, na qual sustentou suas alegações, decla-
rando-se inocente. Na conclusão da sessão de julgamento, 
CRN-8 56
ÍNDICE
o voto do relator foi acolhido por unanimidade pelos conse-
lheiros participantes, sendo definida a pena de repreensão 
ao nutricionista. Não houve recurso ao CFN. 
PROCESSO COMENTADO
A infração ao Capítulo V, Art. 10, § IV, foi confirma-
da com base nas provas, depoimentos e demais elementos 
de convencimento a respeito de atitudes do denunciado, as 
quais ferem a dignidade da pessoa humana e da profissão. 
Considerando-se, também, os preceitos da Constituição 
Federal, Capítulo I, Art. 5º, § III, na qual determina-se que 
ninguém será submetido a tratamento desumano ou degra-
dante3, e os significados atribuídos aos verbos humilhar, me-
nosprezar, maltratar ou constranger, em que: humilhar é si-
nônimo de tratar desdenhosamente, com soberba; rebaixar, 
vexar; submeter, oprimir; menosprezar é fazer pouco caso 
de; desdenhar, menoscabar; maltratar significa tratar com 
brutalidade ou grosseria uma pessoa, por atos ou palavras; 
e constranger é sinônimo de coagir, física ou moralmente; 
embaraçar, acanhar4.
CRN-8 57
ÍNDICE
REFERÊNCIAS 
1. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
334/2004, 10 de maio de 2004. Dispõe sobre o Código de 
Ética do Nutricionista e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 15 maio 2004; Seção 1.
2. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
321/2003, de 2 de dezembro de 2003. Institui Código de Pro-
cessamento Disciplinar para o Nutricionista e o Técnico da 
Área de Alimentação e Nutrição e dá outras providências. 
Diário Oficial da União. 15 dez. 2003; Seção 1.
3. Brasil. Constituição (1988). Constituição da República Fe-
derativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal; 1988.
4. Dicionário Aurélio. [acesso em 26 nov. 2014]. Disponível 
em: http://www.dicionariodoaurelio.com/.
CRN-8 58
ÍNDICE
Caso 6 
Da Relação com as Entidades da Categoria (Capítulo VI 
do Código de Ética do Nutricionista) 
REPRESENTAÇÃO FUNCIONAL
Nutricionista Responsável Técnico (RT) de empresa 
com atividade de alimentação por convênio não se apresen-
tou em visita fiscal pré-agendada. Posteriormente, o fiscal do 
Setor de Fiscalização tentou reagendar visita com o RT por 
meio de contato telefônico. Nutricionista informou que não 
poderia prestar o atendimento por motivo de viagem e, em 
segundo contato, afirmou que não tinha interesse em “perder 
tempo” com o CRN-8. Após as tentativas de agendamento 
de visita, foram encaminhados ofícios ao nutricionista para 
comparecer à Comissão de Fiscalização para esclarecimen-
tos. O profissional não compareceu em nenhuma das convo-
cações e não justificou a ausência. 
INDÍCIO DE INFRAÇÃO
Resolução CFN nº 334/20041 que “Dispõe sobre o 
Código de Ética do Nutricionista e dá outras providências” 
(alterado pela Resolução CFN nº 541/2014): Capítulo VI, Art. 
11º, § II e § IV.
CRN-8 59
ÍNDICE
CAPÍTULO VI – DA RELAÇÃO COM AS ENTIDADES DA 
CATEGORIA
Art. 11º No contexto da relação com as entidades da cate-
goria é dever do nutricionista: 
II – cumprir as normas emanadas dos Conselhos Fe-
deral e Regionais de Nutricionistas e atender, nos prazos e 
condições indicadas, às convocações, intimações ou notifi-
cações.
IV – atender com civilidade aos representantes das 
entidades da categoria, quando no exercício de suas fun-
ções, fornecendo as informações e dados solicitados.
PROCESSO DISCIPLINAR (PD): INSTRUÇÃO, 
JULGAMENTO E PENALIZAÇÃO – Resolução CFN nº 
321/20032
Na fase de instrução, o representado foi devidamente 
citado para apresentar sua defesa por escrito e compare-
cer à tomada de depoimentos. O denunciado sustentou sua 
inocência, alegando as seguintes razões como defesa:de-
semprego com necessidade de renda financeira e, por isso, 
foi persuadido por um amigo a assinar como RT da empre-
sa de alimentos. Alegou, ainda, ter assinado o contrato de 
trabalho e quatro folhas de assunção de responsabilidade 
técnica em branco (sem constar carga horária de trabalho, 
data e atribuições). Relatou aceite da responsabilidade téc-
CRN-8 60
ÍNDICE
nica por desconhecer o Código de Ética do Nutricionista e as 
Resoluções pertinentes à profissão, bem como que não ha-
via efetuado pagamento da anuidade do CRN-8 por um ano 
e, deste modo, imaginou que automaticamente sua inscri-
ção seria cancelada e o contrato com a empresa anulado. O 
representado relatou que preencheu documento de afasta-
mento da responsabilidade técnica assim que foi citado para 
defesa do presente PD e deixou cópia do contrato realizado 
com a empresa, para que o mesmo fosse juntado aos autos. 
No Relatório Conclusivo da CE foi confirmada infração ao 
Capítulo VI, Art. 11, § II e IV da Resolução CFN nº 334/2004 
e proposta a aplicação da pena de advertência. O plenário 
deste conselho acatou o Relatório Conclusivo da CE e desig-
nou Conselheiro Relator. Na sessão de julgamento, o relator 
do processo avaliou provada a ocorrência de infração éti-
ca e votou no sentido da aplicação de pena de advertência. 
Encerrada a leitura e discussão, a Presidência do Conselho 
deu início à votação e os membros da sessão plenária de jul-
gamento acordaram em acolher por unanimidade o voto do 
relator. Assim, o nutricionista recebeu a pena de advertência. 
Não houve recurso ao CFN. 
PROCESSO COMENTADO 
A infração ao Capítulo VI, Art. 11, § II e IV pauta-se 
no descumprimento do representado à Lei nº 6.583/1978, que 
CRN-8 61
ÍNDICE
Cria os Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas, re-
gula o seu funcionamento e dá outras providências, regula-
mentada pelo Decreto nº 84.444/1980. O Capítulo I, Art. 1º 
da Lei nº 6.583/1978 estabelece que o Conselho Federal e 
os Conselhos Regionais de Nutricionistas têm a finalidade de 
orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de nu-
tricionista e no Capítulo I, Art. 9º, § XII, destaca-se a função 
de estimular a exação no exercício da profissão, zelando pelo 
prestígio e bom nome dos que a exercem. O nutricionista não 
cumpriu, no prazo assinalado, determinação emanada de ór-
gão ou autoridade do Conselho Regional, em matéria de com-
petência deste, após regularmente notificado3, 4.
CRN-8 62
ÍNDICE
REFERÊNCIAS 
1. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
334/2004, 10 de maio de 2004. Dispõe sobre o Código de 
Ética do Nutricionista e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 15 maio 2004; Seção 1.
2. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
321/2003, de 2 de dezembro de 2003. Institui Código de Pro-
cessamento Disciplinar para o Nutricionista e o Técnico da 
Área de Alimentação e Nutrição e dá outras providências. 
Diário Oficial da União. 15 dez. 2003; Seção 1.
3. Brasil. Lei nº. 6.583, de 20 de outubro de 1978. Cria os 
Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas, regula o 
seu funcionamento e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 25 out. 1978. 
4. Brasil. Decreto n.º 84.444, de 30 de janeiro de 1980. Re-
gulamenta a Lei 6.583, de 20 de outubro de 1978, que cria 
os conselhos federal e regionais de nutricionistas, regula o 
seu funcionamento e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 31 jan. 1980; Seção 1.
CRN-8 63
ÍNDICE
Caso 7
Dos Princípios Fundamentais (Capítulo I do Código de 
Ética do Nutricionista) 
Da Relação com os Empregadores (Capítulo VII do 
Código de Ética do Nutricionista) 
REPRESENTAÇÃO PARTICULAR 
Vigilância Sanitária municipal denunciou que estabe-
lecimento de produção de refeições – restaurante comercial 
– armazenava e servia feijão impróprio para o consumo, com 
conhecimento do nutricionista Responsável Técnico.
INDÍCIO DE INFRAÇÃO 
Resolução CFN nº 334/20041 que “Dispõe sobre o 
Código de Ética do Nutricionista e dá outras providências” 
(alterado pela Resolução CFN nº 541/2014): Capítulo I, Art. 
1º e Capítulo VII, Art. 14, § I.
CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
Art. 1°. O nutricionista é profissional de saúde, que, aten-
dendo aos princípios da ciência da Nutrição, tem como função 
contribuir para a saúde dos indivíduos e da coletividade.
CRN-8 64
ÍNDICE
CAPÍTULO VII – DA RELAÇÃO COM OS EMPREGADORES 
Art. 14. No contexto da relação com os empregadores 
é vedado ao nutricionista:
I – executar atos que contrariem a ética e o desempe-
nho efetivo do seu trabalho;
PROCESSO DISCIPLINAR (PD): INSTRUÇÃO, 
JULGAMENTO E PENALIZAÇÃO – Resolução CFN nº 
321/20032
Na fase de instrução, o representado sustentou sua 
inocência relatando que sofreu coação do empregador para 
uso de insumos impróprios para alimentação humana sob 
ameaça de desligamento da Responsabilidade Técnica da 
empresa. Na tomada de depoimentos, o denunciado confir-
mou os fatos relatados na defesa por escrito e o denunciante 
reafirmou a utilização de insumos impróprios para consumo 
humano, apresentando o relatório de inspeção da Vigilância 
Sanitária Municipal. Na tomada de depoimento do emprega-
dor, o mesmo confirmou que mandava o nutricionista servir 
determinados alimentos para reduzir custos de produção. As 
testemunhas foram ouvidas e confirmaram atitudes do repre-
sentado quanto à utilização de alimentos em condições não 
apropriadas para consumo. A CE deu por encerrada a fase 
de instrução do PD e concluiu infração ao Capítulo I, Art. 1º e 
CRN-8 65
ÍNDICE
ao Capítulo VII, Art. 14, § I, da Resolução CFN nº 334/2004, 
propondo aplicação da pena de repreensão, conforme dis-
posto no Art. 45 da Resolução CFN nº 321/2003. O plenário 
analisou o Relatório Conclusivo da CE e designou Conse-
lheiro Relator para o processo. Na sessão de julgamento, o 
plenário acatou por unanimidade o voto do relator por julgar 
procedente a denúncia e propôs aplicação da pena de multa 
equivalente a 3 (três) vezes o valor da anuidade vigente. O 
nutricionista foi notificado do resultado do julgamento, bem 
como do início da contagem de prazo para recurso. O repre-
sentado protocolou recurso voluntário no CRN-8, o qual foi 
encaminhado à Presidência do Conselho Federal de Nutri-
cionistas (CFN) tempestivamente. No CFN, o recurso, junta-
mente com o PD, foi analisado pela CE e julgado em plenária 
federal, que decidiu pela manutenção da pena. 
PROCESSO COMENTADO 
A infração ao Capítulo I, Art. 1º da Resolução CFN 
334/2004, no qual destaca-se a função do nutricionista em 
contribuir para a saúde dos indivíduos e coletividade, pau-
ta-se nas provas, depoimentos e demais elementos de con-
vencimento que comprovam o desrespeito às normativas 
que indicam o Padrão de Identidade e Qualidade (PIQ) de 
produtos alimentícios, especificamente para o feijão a Instru-
ção Normativa nº 12/2008, a Instrução Normativa nº 56/2009 
CRN-8 66
ÍNDICE
e a Instrução Normativa nº 48/20113-5. Mesmo que por coa-
ção do empregador ao exercício profissional com contrarie-
dade aos preceitos deste Código, o nutricionista foi coniven-
te no ato de oferecer alimento impróprio para consumo, o 
que implicou risco à saúde da população. Não obstante, o 
mesmo manteve conduta incompatível com o exercício da 
profissão6 e não deu conhecimento ao CRN-8 dos fatos da 
coação anteriormente à denúncia, infringindo, assim, o Capí-
tulo VII, Art. 13, § II da Resolução CFN 334/2004. 
CRN-8 67
ÍNDICE
REFERÊNCIAS 
1. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
334/2004, 10 de maio de 2004. Dispõe sobre o Código de 
Ética do Nutricionista e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 15 maio 2004; Seção 1.
2. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
321/2003, de 2de dezembro de 2003. Institui Código de Pro-
cessamento Disciplinar para o Nutricionista e o Técnico da 
Área de Alimentação e Nutrição e dá outras providências. 
Diário Oficial da União. 15 dez. 2003; Seção 1.
3. Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
to. Instrução normativa nº 12, de 28 de março de 2008. Diá-
rio Oficial da União. 31 mar. 2008; Seção 1.
4. Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
to. Instrução normativa nº 56, de 24 de novembro de 2009. 
Diário Oficial da União. 24 nov. 2009; Seção 1.
5. Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
to. Instrução normativa nº 48, de 1º de novembro de 2011. 
Diário Oficial da União. 3 nov. 2011; Seção 1.
6. Brasil. Lei nº. 6.583, de 20 de outubro de 1978. Cria os 
Conselhos Federal e Regionais de Nutricionistas, regula o 
seu funcionamento, e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 25 out. 1978.
CRN-8 68
ÍNDICE
Caso 8 
Da Relação com Alunos e Estagiários (Capítulo VIII do 
Código de Ética do Nutricionista) 
REPRESENTAÇÃO PARTICULAR 
Discente relata que o nutricionista orientador do está-
gio obrigatório vinculado à Instituição de Ensino Superior no 
qual estuda difamou publicamente a profissão que exerce e 
sugeriu a desistência do curso de nutrição. 
INDÍCIO DE INFRAÇÃO 
Resolução CFN nº 334/20041 que “Dispõe sobre o 
Código de Ética do Nutricionista e dá outras providências” 
(alterado pela Resolução CFN nº 541/2014): Capítulo VIII, 
Art. 15, § IV.
CAPÍTULO VIII – DA RELAÇÃO COM ALUNOS E 
ESTAGIÁRIOS 
Art. 15. No contexto da relação com alunos e estagiá-
rios é dever do nutricionista:
IV – em qualquer situação, quando na função de pro-
fessor, orientador ou preceptor, não emitir comentários que 
depreciem a profissão.
CRN-8 69
ÍNDICE
PROCESSO DISCIPLINAR (PD): INSTRUÇÃO, 
JULGAMENTO E PENALIZAÇÃO – Resolução CFN nº 
321/20032
Na fase de instrução, o representado sustentou sua 
inocência na defesa por escrito, na qual relatou que apenas 
desabafou com os colegas de profissão sobre um fato ocor-
rido no ambiente de trabalho e, em momento de aflição, su-
geriu aos estudantes do curso de nutrição que abandonas-
sem a graduação. Contudo, não mediu as consequências 
desse ato e se arrepende de tê-lo realizado. Na tomada de 
depoimentos, o denunciado confirmou os fatos relatados na 
defesa por escrito. As testemunhas arroladas pelo represen-
tado e pelo denunciante relataram que o nutricionista apre-
senta comportamento inquieto e se revolta facilmente com 
situações de trabalho. Em momentos anteriores à denúncia, 
já havia demonstrado descontentamento com a profissão e 
manifestado sua posição aos estagiários do curso de Nutri-
ção, sugerindo, indiretamente, a desistência. A CE deu por 
encerrada a fase de instrução do PD e concluiu infração ao 
Capítulo VIII, Art. 15, § IV da Resolução CFN nº 334/2004, 
propondo aplicação da pena de repreensão, conforme dis-
posto no Art. 45 da Resolução CFN nº 321/2003. O plenário 
analisou o Relatório Conclusivo da CE e designou Conse-
lheiro Relator para o processo. Na sessão de julgamento, o 
voto do relator foi acatado por maioria do plenário por julgar 
CRN-8 70
ÍNDICE
procedente a denúncia e propôs aplicação da pena de re-
preensão. O nutricionista foi notificado sobre o resultado do 
julgamento e o início da contagem de prazo para recurso. O 
representado não protocolou recurso voluntário no CRN-8. 
PROCESSO COMENTADO 
A infração pauta-se no Capítulo VIII, Art. 15 da Reso-
lução CFN nº 334/2004, na qual se destaca a relação com 
alunos e estagiários. Contudo, enfatiza-se que o estágio é 
definido como “ato educativo escolar supervisionado, desen-
volvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para 
o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentan-
do o ensino regular em instituições de educação superior... 
na modalidade profissional da educação de jovens e adul-
tos”, devendo “ofertar instalações que tenham condições 
de proporcionar ao educando atividades de aprendizagem 
social, profissional e cultural”3, 4. Espera-se a associação en-
tre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e 
capacitação em serviço5.
CRN-8 71
ÍNDICE
REFERÊNCIAS 
1. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
334/2004, 10 de maio de 2004. Dispõe sobre o Código de 
Ética do Nutricionista e dá outras providências. Diário Oficial 
da União. 15 maio 2004; Seção 1.
2. Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução CFN nº 
321/2003, de 2 de dezembro de 2003. Institui Código de Pro-
cessamento Disciplinar para o Nutricionista e o Técnico da 
Área de Alimentação e Nutrição e dá outras providências. 
Diário Oficial da União. 15 dez. 2003; Seção 1.
3. Brasil. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Esta-
belece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário 
Oficial da União. 23 dez. 1996. 
4. Brasil. Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dis-
põe sobre o estágio de estudantes; altera a redação do art. 
428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada 
pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1° de maio de 1943, e a Lei 
no 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 
6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março 
de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei nº 9.394, de 20 
de dezembro de 1996, e o art. 6º da Medida Provisória nº 
2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providên-
cias. Diário Oficial da União. 26 set. 2008.
5. Brasil. Lei nº 12.014, de 6 de agosto de 2009. Altera o 
CRN-8 72
ÍNDICE
art. 61 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com a 
finalidade de discriminar as categorias de trabalhadores que 
se devem considerar profissionais da educação. Diário Ofi-
cial da União. 7 ago. 2009.
CRN-8 73
ÍNDICE
Caso 9 
Do Sigilo Profissional (Capítulo IX do Código de Ética do 
Nutricionista) 
REPRESENTAÇÃO PARTICULAR 
Nutricionista divulga nas redes sociais imagens de an-
tes e depois de crianças e pré-adolescentes.
INDÍCIO DE INFRAÇÃO 
Resolução CFN nº 334/20041 que “Dispõe sobre o 
Código de Ética do Nutricionista e dá outras providências”: 
Capítulo IX, Art. 17, § IV.
CAPÍTULO IX – DO SIGILO PROFISSIONAL 
Art. 17. É dever do nutricionista manter o sigilo no 
exercício da profissão sempre que tal seja do interesse dos 
indivíduos ou da coletividade assistida, adotando, entre ou-
tras, as seguintes práticas:
IV – manter sigilo profissional referente aos indivíduos 
ou coletividade assistida de menor idade, mesmo que a seus 
pais ou responsáveis legais, salvo em caso estritamente es-
sencial para promover medidas em seu benefício.
PROCESSO DISCIPLINAR (PD): INSTRUÇÃO, 
CRN-8 74
ÍNDICE
JULGAMENTO E PENALIZAÇÃO – Resolução CFN nº 
321/20032
Na fase de instrução, o representado sustentou sua 
inocência na defesa por escrito relatando que possui auto-
rização dos responsáveis pela criança ou adolescente para 
divulgação de imagens nas redes sociais e que o faz como 
forma de parabenizar e incentivar os próprios pacientes. 
Nessa fase, solicitou a juntada de termos de permissão de 
divulgação de imagens assinados por responsáveis pelos 
menores. Na tomada de depoimentos, o denunciado confir-
mou os fatos relatados na defesa por escrito e o denunciante 
reafirmou a divulgação das imagens de crianças e adoles-
centes na página profissional do representado e juntou aos 
autos provas físicas (cópias da página on-line) posteriores à 
denúncia. As testemunhas foram ouvidas e confirmaram que 
autorizaram a divulgação de menores sob sua responsabili-
dade na página profissional de rede social do representado. 
A CE deu por encerrada a fase de instrução do PD e concluiu 
infração ao Capítulo IX, Art. 17, § IV da Resolução CFN nº 
334/2004, propondo aplicação da pena de advertência, con-
forme disposto no Art. 45º da Resolução CFN

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