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1 LABORATÓRIO DE ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS FILOS PORIFERA E CNIDARIA ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br FILOS PORIFERA E CNIDARIA O Filo Porifera (do latim porus, “poro”, e ferre, “possuir”) abrange aqueles animais estranhos, mas fascinantes, conhecidos como esponjas. São cerca de 9 mil espécies vivas descritas, sendo, em sua maioria, animais marinhos que ocupam recifes. De toda a sua diversidade, apenas 220 espécies habitam água doce, como rios, lagos e lagoas. As esponjas são animais filtradores e podem, ainda, capturar alimentos por fagocitose ou pinocitose. Sua reprodução é assexuada e sexuada, com o desenvolvimento de embriões por clivagem celular, dando origem a uma larva simples, de simetria anteroposterior, com múltiplas camadas celulares contráteis de actina-miosina com capacidades sensoriais. As larvas de esponjas são organismos móveis que apresentam, externamente, cílios com sistemas radiculares ou células biciliadas. Quando adultas, as esponjas são predominantemente organismos sésseis. Inúmeras espécies de esponjas têm simetria apicobasal (ou polaridade), definida pela existência de um ósculo grande em uma de suas extremidades. Outras, no entanto, não apresentam qualquer tipo de simetria. Os organismos adultos não têm trato digestório, músculos e nervos convencionais. Sistemas de sinalização neuronal tradicionais e órgãos típicos de metazoários também são ausentes. Já as junções comunicantes entre as células e a polaridade anteroposterior evidente nas larvas são perdidas. Em contraponto, os adultos apresentam outras estruturas exclusivas, como os coanócitos, que são as células flageladas (com apenas um flagelo) que formam um sistema aquífero que auxilia na sustentação e na alimentação desses organismos. As esponjas podem apresentar alguns elementos esqueléticos de sustentação (espículas), compostos de carbonato de cálcio ou dióxido de silício e/ou fibras de colágeno. Apesar de todas essas estruturas, o único órgão verdadeiro das esponjas é o ósculo, que utiliza cílios primários para detectar as velocidades do fluxo da água. mailto:contato@algetec.com.br 2 LABORATÓRIO DE ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS FILOS PORIFERA E CNIDARIA ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br As esponjas têm importância ecológica, por fornecerem abrigo para diversos outros animais, além de filtrarem grandes quantidades de bactérias e matéria orgânica em suspensão na água. Têm também potencial econômico, por serem produtoras de inúmeros metabólitos secundários, muitos dos quais extremamente bioativos. Dentre os invertebrados, Porifera é o grupo com o maior número de espécies toxicogênicas, ou seja, que produzem substâncias que, quando isoladas, têm demonstrado alto potencial no combate a diversas doenças, como o câncer e a AIDS. O Filo Cnidaria é um grupo altamente diversificado, que inclui medusas e caravelas, anêmonas-do-mar, corais e hidras, abrangendo cerca de 13 mil espécies descritas, que ocorrem majoritariamente em hábitats marinhos. A maioria dos cnidários é carnívora, se alimentando desde partículas em suspensão na água até pequenos animais aquáticos, que capturam com auxílio dos tentáculos. Algumas espécies, entretanto, vivem em associação simbiótica com as zooxantelas, formando a parte dos corais que conhecemos. Também são capazes de formar grandes colônias ou aglomerados de indivíduos. Isso ocorre porque, ao contrário dos outros metazoários, são animais modulares, com reprodução assexuada por brotamento, na grande maioria das espécies. Embora a reprodução sexuada seja conhecida, é menos frequente. Algumas espécies de cnidários também podem apresentar ciclos de vida dimórficos, incluindo duas morfologias totalmente diferentes: uma forma polipoide, fixa e séssil, com reprodução assexuada, e uma forma medusoide adulta, de vida livre, que se reproduz sexuadamente. Nesse caso, as larvas produzidas são denominadas de plânulas, sendo gástrulas larvais, ciliadas e móveis. Os cnidários são animais diploblásticos e apresentam uma cavidade gastrovascular incompleta, derivada da endoderme, como sua única “cavidade corpórea”, além de uma camada intermediária, conhecida como mesênquima ou mesogleia, derivada primariamente da ectoderme. A mesogleia acelular é o que geralmente separa a ectoderme e a endoderme desses organismos; no entanto, essa divisão também pode ser feita por um mesênquima parcialmente celular. A musculatura dos cnidários é formada basicamente por células mioepiteliais (epitélio muscular) derivadas da ectoderme e da endoderme (epiderme e gastroderme do adulto). Os cnidários não têm órgãos respiratórios nem sistemas circulatório e mailto:contato@algetec.com.br 3 LABORATÓRIO DE ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS FILOS PORIFERA E CNIDARIA ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br excretor bem definidos. Seu sistema nervoso é formado por uma (ou mais) rede simples de células neurais, composta por neurônios nus e apolares; portanto, não têm sistema nervoso centralizado nem processo de cefalização. Externamente, esses organismos contam com uma abertura bucal, chamada de hipotômio, que é geralmente circundada por tentáculos. Além disso, apresentam simetria radial ou birradial, tentáculos e cnidas (estruturas tubulares singulares contidas em cápsulas celulares, que facilitam a captura de presas, a defesa, a locomoção e a fixação). As cnidas podem estar presentes nos tentáculos ou em outra parte do corpo. É interessante ressaltar que nenhum outro grupo de animais produz cnidas e que todos os cnidários formam essas estruturas, evidenciando, assim, uma característica sinapomórfica do grupo. Além disso, as cnidas funcionam como um pequeno arpão e carregam em seu interior algumas toxinas que, em casos de acidentes, podem causar dor intensa e ardência local. Ao contrário do que se conhece, lavar o ferimento com água doce ou urina não é recomendado. O ideal é lavar o veneno do local com água salgada (do mar), de preferência, gelada. Para inativar as células dos tentáculos que ainda não liberaram o veneno, o uso de vinagre é recomendado, por neutralizar o veneno e ajudar a diminuir a dor. É importante lembrar que, para retirar os tentáculos do animal da região afetada, é imprescindível o uso de luvas e pinça. Por fim, para avaliação da extensão do envenenamento, é importante o auxílio médico, o mais rápido possível. mailto:contato@algetec.com.br 4 LABORATÓRIO DE ZOOLOGIA DE INVERTEBRADOS FILOS PORIFERA E CNIDARIA ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRUSCA, R. C.; MOORE, W.; SHUESTER, S. E. Invertebrados. 3. ed. Traduzido por Guanabara Koogan. São Paulo: Saraiva Academic Press, 2018. RUPPERT, Edward E.; FOX, Richard S.; BARNES, Robert D. Zoologia dos invertebrados: uma abordagem funcional-evolutiva. 3. ed. São Paulo: Roca, 2005. mailto:contato@algetec.com.br
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