Buscar

Estudos Literarios da Lingua Inglesa

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 229 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 229 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 229 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

2019
1a Edição
Estudos LitErários da 
Língua ingLEsa
Prof.ª Taise Feldmann
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.ª Me. Taise Feldmann
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
F312e
 Feldmann, Taise
 Estudos literários da língua inglesa. / Taise Feldmann. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2019.
 219 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0288-4
 1. Língua inglesa - Estudos literários. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo Da Vinci.
CDD 820
III
aprEsEntação
Prezado acadêmico!
Bem-vindo à disciplina de Estudos Literários da Língua Inglesa! 
Este livro didático foi produzido para que você possa conhecer o universo 
da Literatura! 
É comum, como acadêmico, questionar-se sobre esse intrigante 
tema. Por isso, a partir de agora, você será levado a responder alguns 
questionamentos: O que é Literatura? E teoria literária? Qual a importância 
da Literatura para a vida em sociedade? O que a Literatura nos ensina sobre 
o homem e o mundo? 
As perguntas citadas serão discutidas e respondidas ao longo das 
três unidades deste livro, que focarão na Literatura em Língua Inglesa, 
evidenciando que a mesma ultrapassa a ideia de Literatura do Reino Unido e 
embarca diversos países cujas obras literárias são escritas em Inglês, repletas 
da diversidade de suas identidades.
Dessa forma, a Unidade 1 será destinada a discussões acerca dos 
conceitos basilares que envolvem esse universo, na busca de compreender o 
que é Literatura, Teoria Literária, Literatura Cânone, Literatura Anticânone 
e Literariedade. Além disso, vamos estudar algumas características dos 
textos literários, como ficção e não ficção, as modalidades de leitura e o 
texto e o contexto.
Na Unidade 2, você terá contato com os Gêneros Literários e suas 
especificidades: Gênero Lírico, Gênero Dramático e Gênero Narrativo. Nesta 
unidade você conhecerá os principais autores e obras em Língua Inglesa dos 
gêneros mencionados.
Para finalizarmos, a Unidade 3 será destinada ao estudo de textos 
teóricos fundamentais para a compreensão e análise de autores e textos 
literários em Língua Inglesa, os quais formam o nosso corpus literário. 
Aproveite ao máximo cada um dos diálogos propostos nesta obra, 
assim como as autoatividades desenvolvidas ao fim de cada unidade, que 
lhe auxiliarão na compreensão dos diversos estudos abordados aqui, acerca 
da Literatura. 
Além disso, assista aos vídeos indicados na ferramenta UNI e 
leia o que for sugerido como material extra. E não esqueça! Não deixe de 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
acessar a trilha de aprendizagem da disciplina no seu Ambiente Virtual 
de Aprendizagem (AVA), pois os materiais disponibilizados lá são muito 
importantes para o seu aprendizado. 
Esperamos que você possa ampliar ainda mais seus conhecimentos 
acerca da Literatura, com foco na Língua Inglesa, tornando-se um excelente 
profissional na área. Conte conosco para o que precisar, pois nosso corpo 
docente estará sempre à disposição para trocar ideias e aprendermos juntos, 
a partir das suas sugestões e dúvidas.
Prof.ª Me. Taise Feldmann
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – O QUE É LITERATURA? ............................................................................................ 1
TÓPICO 1 – LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES ............................................................ 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 A LITERATURA .................................................................................................................................... 3
2.1 OLD ENGLISH ................................................................................................................................. 10
2.2 MIDDLE ENGLISH ......................................................................................................................... 15
2.3 MODERN ENGLISH ....................................................................................................................... 18
3 A TEORIA LITERÁRIA ....................................................................................................................... 21
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 24
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 26
TÓPICO 2 – CONCEITOS BASILARES QUE CERCAM A LITERATURA ................................. 27
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 27
2 O CÂNONE LITERÁRIO .................................................................................................................... 27
3 O ANTICÂNONE LITERÁRIO ......................................................................................................... 34
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 38
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 39
TÓPICO 3 – NOÇÕES ACERCA DA LITERARIEDADE ................................................................ 41
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 41
2 A LITERARIEDADE............................................................................................................................. 41
3 AS CARACTERÍSTICAS DOS TEXTOS LITERÁRIOS ............................................................... 44
3.1 FICÇÃO E NÃO FICÇÃO .............................................................................................................. 44
3.2 MODALIDADES DE LEITURA..................................................................................................... 48
3.3 TEXTO E CONTEXTO .................................................................................................................... 49
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................53
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 57
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 59
UNIDADE 2 – OS GÊNEROS LITERÁRIOS E SUAS ESPECIFICIDADES ................................ 61
TÓPICO 1 – OS GÊNEROS LITERÁRIOS ......................................................................................... 63
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 63
2 A TEORIA DOS GÊNEROS LITERÁRIOS ..................................................................................... 64
2.1 FASE CLÁSSICA .............................................................................................................................. 65
2.2 FASE ROMÂNTICA ........................................................................................................................ 69
2.3 FASE CONTEMPORÂNEA ............................................................................................................ 72
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 77
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 79
sumário
VIII
TÓPICO 2 – O GÊNERO LÍRICO ......................................................................................................... 81
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 81
2 AS ESPECIFICIDADES DO GÊNERO LÍRICO ........................................................................... 81
2.1 RECURSOS DA LINGUAGEM POÉTICA ................................................................................... 84
2.1.1 Versificação .............................................................................................................................. 84
3 OS SUBGÊNEROS DO GÊNERO LÍRICO ..................................................................................... 97
3.1 ODE ................................................................................................................................................... 97
3.2 ELEGIA ............................................................................................................................................ 99
3.3 IDÍLIO OU ÉCLOGA ...................................................................................................................101
3.4 SONETO ..........................................................................................................................................102
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................105
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................107
TÓPICO 3 – O GÊNERO DRAMÁTICO ..........................................................................................109
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................109
2 AS ESPECIFICIDADES DO GÊNERO DRAMÁTICO ...............................................................109
2.1 ESTRUTURA DRAMÁTICA ........................................................................................................110
3 OS SUBGÊNEROS DRAMÁTICOS ..............................................................................................111
3.1 A TRAGÉDIA .................................................................................................................................111
3.2 A COMÉDIA ...................................................................................................................................112
3.3 DRAMA ...........................................................................................................................................114
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................117
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................119
TÓPICO 4 – O GÊNERO NARRATIVO ............................................................................................121
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................121
2 AS ESPECIFICIDADES DO GÊNERO NARRATIVO ................................................................121
2.1 ENREDO .........................................................................................................................................122
2.2 PERSONAGENS ............................................................................................................................123
2.2.1 Protagonistas .........................................................................................................................123
2.2.2 Antagonistas ..........................................................................................................................123
2.2.3 Coadjuvantes .........................................................................................................................123
2.3 NARRADOR ...................................................................................................................................123
2.4 TEMPO ............................................................................................................................................124
2.4.1 Cronológico ...........................................................................................................................124
2.4.2 Psicológico .............................................................................................................................124
2.5 ESPAÇO ...........................................................................................................................................125
3 OS SUBGÊNEROS NARRATIVOS ................................................................................................125
3.1 EPOPEIA .........................................................................................................................................125
3.2 NOVELA .........................................................................................................................................127
3.3 FÁBULA ..........................................................................................................................................128
3.4 ROMANCE .....................................................................................................................................128
3.5 CONTO............................................................................................................................................130
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................132
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................136
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................138
IX
UNIDADE 3 – O CORPUS LITERÁRIO EM LÍNGUA INGLESA ..............................................139
TÓPICO 1 – A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MEDIEVAL ....141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................1412 CAEDMON’S HYMN ........................................................................................................................141
3 BEOWULF ............................................................................................................................................145
4 THE CANTERBURY TALES .............................................................................................................149
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................161
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................162
TÓPICO 2 – A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA MODERNA ...165
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................165
2 HAMLET ...............................................................................................................................................166
3 PARADISE LOST ................................................................................................................................176
4 GULLIVER'S TRAVELS ....................................................................................................................180
5 PRIDE AND PREJUDICE ..................................................................................................................183
6 FRANKENSTEIN ................................................................................................................................187
7 OLIVER TWIST...................................................................................................................................189
8 THE WASTE LAND ............................................................................................................................192
9 THE PALM-WINE DRINKARD ......................................................................................................195
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................197
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................200
TÓPICO 3 – A PRODUÇÃO LITERÁRIA EM LÍNGUA INGLESA DA ERA 
 CONTEMPORÂNEA .....................................................................................................203
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................203
2 HALF A LIFE ........................................................................................................................................203
3 SHALIMAR THE CLOWN ...............................................................................................................205
4 HALF OF A YELLOW SUN ...............................................................................................................207
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................211
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................212
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................213
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................215
X
1
UNIDADE 1
O QUE É LITERATURA?
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer e analisar criticamente os conceitos basilares acerca da Literatura;
• reconhecer a Teoria Literária como campo metodológico à compreensão 
do fazer literário;
• compreender conceitos basilares como o cânone e o anticânone;
• apreender sobre a Literariedade e as principais características dos textos 
literários.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, 
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
TÓPICO 2 – CONCEITOS BASILARES QUE CERCAM A LITERATURA
TÓPICO 3 – NOÇÕES ACERCA DA LITERARIEDADE
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Embora muitas pessoas não reconheçam, podemos afirmar que a 
Literatura faz parte de nossas vidas, perpassando todas as fases, primeiro com as 
obras infantis, após pela juventude, até a vida adulta. 
Como futuro professor, é importante que você compreenda a literatura 
como um instrumento de comunicação e, além disso, como um instrumento de 
interação social. Portanto, estudar sobre o mundo literário é fundamental para 
a sua atuação profissional, visto que a partir de suas aulas os alunos poderão 
conhecer novos mundos, novos diálogos, cujos descobrimentos contribuirão 
significativamente para a constituição deles como sujeitos críticos e reflexivos.
Nesse sentido, para que iniciemos os estudos acerca da Literatura, é preciso 
primeiro conhecer a sua história e suas compreensões. Por isso, estrearemos este 
tópico falando sobre a Literatura, seus conceitos e concepções, que evoluem com 
o passar dos anos. Após, focaremos na ciência que estuda a Literatura, a Teoria 
Literária. Vamos lá!
2 A LITERATURA
A Literatura perpassa toda a história da humanidade e, especificamente, 
a Literatura em Língua Inglesa, é ligada ao nascimento da própria língua e de 
todo o seu o povo, hoje pertencente à Grã-Bretanha (Inglaterra, Escócia e País 
de Gales). 
Assim, mesmo sem perceber, você tem contato com a Literatura no seu 
cotidiano. Mas afinal, o que é Literatura? 
Definir o conceito de Literatura não é uma tarefa fácil, pois são diversas 
as concepções que perpassam por esse intrigante tema. Alguns autores definem 
a Literatura como arte, como uma recriação da realidade. Outros a veem como 
a expressão da sociedade, do homem, muitas vezes atrelada à resistência e às 
diferentes ideologias.
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
4
É importante destacar que o modo como compreendemos a Literatura 
hoje pode não condizer com as compreensões de décadas atrás, visto que a 
Literatura vem se modificando ao longo dos anos, e que novos gêneros textuais 
ganharam espaço.
Etimologicamente, literatura advém da palavra latina erudita litteratura, 
"arte de escrever, literatura", a partir da palavra latina littera, "letra". Contudo, 
sabemos que as primeiras obras literárias do Ocidente, como os poemas épicos 
de Homer (Homero), The Iliad (A Ilíada) e sua sequência The Odyssey (A Odisséia), 
circulavam na Grécia desde o século VIII a.C. de forma oral, declamados em 
festas pelos rapsodos ou aedos. 
“Portanto, o termo Literatura pode ser um tanto inexato para definir 
seu material, tendo de ser utilizado com ressalvas para não excluir as ricas 
manifestações poéticas de exclusiva circulação oral” (ZILBERMAN, 2012, p. 12).
Vamos conhecer excertos dessas obras, em Língua Inglesa e Língua 
Portuguesa:
QUADRO 1 – THE ILIAD, BY HOMER
The Iliad, Book I, Lines 1-15 – Homer
RAGE:
Sing, Goddess, Achilles’ rage,
Black and murderous, that cost the Greeks
Incalculable pain, pitched countless souls
Of heroes into Hades’ dark,
And left their bodies to rot as feasts
For dogs and birds, as Zeus’ will was done.
Begin with the clash between Agamemnon--
The Greek warlord--and godlike Achilles.
Which of the immortals set these two
At each other’s throats?
Apollo
Zeus’ son and Leto’s, offended
By the warlord. Agamemnon had dishonored
Chryses, Apollo’s priest, so the god
Struck the Greek camp with plague,
And the soldiers were dying of it.
FONTE: <https://www.poets.org/poetsorg/poem/iliad-book-i-lines-1-15>. Acesso em: 10 out. 2018.TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
5
QUADRO 2 – A ILÍADA, DE HOMERO 
Ilíada
Canto 1
A ira, Deusa, celebra do Peleio Aquiles,
o irado desvario, que aos Aqueus tantas penas
trouxe, e incontáveis almas arrojou no Hades
de valentes, de heróis, espólio para os cães,
pasto de aves rapaces: fez-se a lei de Zeus;
desde que por primeiro a discórdia apartou
o Atreide, chefe de Homens, e o divino Aquiles.
Que Deus, posto entre ambos, provocou a rixa?
O filho de Latona e Zeus. Irou-o o rei.
A peste então lavrou no exército: ruína
cai sobre o povo! A Crises ultrajara o Atreide,
ao sacerdote, o qual viera até às naus
velozes dos Aqueus remir com dons a filha,
nas mãos portanto os nastros do carteiro Apolo
presos ao cetro de ouro e a todos implorava,
mormente as dois Atreides, comandantes de homens.
FONTE: <http://poesiacontraaguerra.blogspot.com/2008/12/ilada.html>. Acesso em: 10 out. 2018.
QUADRO 3 – THE ODYSSEY, BY HOMER
The Odyssey 
by Homer
I
Athene Visits Telemachus
Tell me, Muse, the story of that resourceful man who was driven to 
wander far and wide after he had sacked the holy citadel of Troy. He saw the 
cities of many people and he learnt their ways. He suffered great anguish on 
the high seas in his struggles to preserve his life and bring his comrades home. 
But he failed to save those comrades, in spite of all his efforts. It was their own 
transgression that brought them to their doom, for in their folly they devoured 
the oxen of Hyperion the Sun-god and he saw to it that they would never 
return. Tell us this story, goddess daughter of Zeus, beginning at whatever 
point you will.
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
6
All the survivors of the war had reached their homes by now and so 
put the perils of battle and the sea behind them. Odysseus alone was prevented 
from returning to the home and wife he yearned for by that powerful goddess, 
the Nymph Calypso, who longed for him to marry her, and kept him in her 
vaulted cave. Not even when the rolling seasons brought in the year which 
the gods had chosen for his homecoming to Ithaca was he clear of his troubles 
and safe among his friends. Yet all the gods pitied him, except Poseidon, 
who pursued the heroic Odysseus with relentless malice till the day when he 
reached his own country.
Poseidon, however, was now gone on a visit to the distant Ethiopians, 
in the most remote part of the world, half of whom live where the Sun goes 
down, and half where he rises. He had gone to accept a sacrifice of bulls and 
rams, and there he sat and enjoyed the pleasures of the feast. Meanwhile the 
rest of the gods had assembled in the palace of Olympian Zeus, and the Father 
of men and gods opened a discussion among them. He had been thinking of 
the handsome Aegisthus, whom Agamemnon’s far-famed son Orestes killed; 
and it was with Aegisthus in his mind that Zeus now addressed the immortals:
‘What a lamentable thing it is that men should blame the gods and 
regard us as the source of their troubles, when it is their own transgressions 
which bring them suffering that was not their destiny. Consider Aegisthus: 
it was not his destiny to steal Agamemnon’s wife and murder her husband 
when he came home. He knew the result would be utter disaster, since we 
ourselves had sent Hermes, the keen-eyed Giant-slayer, to warn him neither to 
kill the man nor to court his wife. For Orestes, as Hermes told him, was bound 
to avenge Agamemnon as soon as he grew up and thought with longing of his 
home. Yet with all his friendly counsel Hermes failed to dissuade him. And 
now Aegisthus has paid the final price for all his sins.’
FONTE: <https://www.penguinrandomhouse.ca/books/329524/the-odyssey-by-
homer/9780141192444/excerpt>. Acesso em: 13 out. 2018.
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
7
FIGURA 1 – A ODISSÉIA, DE HOMERO
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
8
FONTE: <http://www.revistas.usp.br/letrasclassicas/article/view/82639/85598>. Acesso em: 
15 nov. 2018.
Esses dois poemas épicos de Homero são considerados o início da 
Literatura narrativa do Ocidente, que além de influenciarem a arte e a literatura, 
influenciaram a história do povo Ocidental, uma vez que trazem importantes 
informações sobre a sociedade da época, cujos personagens são ícones até os 
dias atuais. 
É importante salientar que os poemas são atribuídos a Homero, porém 
devido às diferenças de estilo em cada obra, estudiosos questionam se essas 
possuem autorias diferentes ou se o autor as escreveu em diferentes etapas de 
sua vida, uma na juventude e outra na velhice.
Após conhecer essas duas importantes obras literárias, você pode perceber 
que a Literatura vai muito além de obras escritas, pois pode estar presente em 
diferentes manifestações, e que possuem uma carga cultural, social e política. 
Afinal, “onde quer que houvesse uma história para ser contada e ouvidos 
dispostos, lá estava ela em sua forma mais primitiva: a poesia oral” (CARTER; 
MCRAE, 2001 apud OLIVEIRA; ZANESCO, 2009, p. 3142). 
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
9
Umberto Eco, escritor, professor e filósofo italiano, autor do romance 
O Nome da Rosa, um dos maiores sucessos literários do século XX, traz um 
importante conceito em sua obra Sulla Letteratura (Sobre a Literatura — traduzido 
para o Português por Eliana Aguiar), a tradição literária.
No discurso no Festival dos Escritores, Eco expôs que: 
Estamos cercados de poderes imateriais que não se limitam àqueles 
que chamamos de valores espirituais, como uma doutrina religiosa. 
É um poder imaterial também o das raízes quadradas, cuja lei severa 
sobrevive aos séculos e aos decretos, não só de Stalin, mas mesmo 
do papa. E entre esses poderes, arrolei também aquele da tradição 
literária, ou seja, do complexo de textos que a humanidade produziu 
e produz não para fins práticos (como manter registros, anotar leis 
e fórmulas científicas, fazer atas de sessões ou providenciar horários 
ferroviários), mas antes gratia sui, por amor de si mesma – e que 
se leem por deleite, elevação espiritual, ampliação dos próprios 
conhecimentos, talvez por puro passatempo, sem que ninguém nos 
obrigue a fazê-lo (com exceções das obrigações escolares) (ECO, 2011, 
p. 9, grifos Nossos).
A definição de tradição literária soa poética e nos enche os olhos ao perceber 
quão valiosa a Literatura é para nossas vidas. A partir de um breve discurso, 
podemos perceber as diferentes funções exercidas por essa arte, desde o simples 
prazer, a elevação espiritual, a busca por novos conhecimentos até o exercício da 
“língua como patrimônio coletivo [...] que cria identidade e comunidade” (ECO, 
2011, p. 10-11).
A partir da definição de tradição literária temos concepções de que a 
Literatura "[...] é a arte que imita pela palavra" (ARISTÓTELES). Silva (2014, p. 
15) relata que “desde o século XVIII, literatura é a palavra usada para se referir a 
textos escritos com uma função estética. Por definição, a literatura é uma atividade 
artística. Sim, literatura é arte”. 
Dessa forma, a literatura tem o poder de recriar a realidade de acordo 
com as concepções de quem a escreve, trazendo sua opinião, seus sentimentos e 
sua forma de escrita. Mas então, o que a torna diferente das outras manifestações 
artísticas? A resposta é simples: a palavra! Que é lapidada para transformar a 
linguagem, carregada de significados, que produzem efeitos sobre o leitor. 
Ao ponto que recria a realidade e produz diferentes efeitos sobre o leitor, 
a literatura traz à tona reflexões sociais, culturais e políticas que transcendem o 
momento em que foi escrita, permanecendo ao longo do tempo (FABRINO, 2014). 
Prova disso, é que a Literatura está presente em todas as fases da Língua Inglesa, 
desde o Old English (500-1100 A.D.), passando pelo Middle English (1100-1500) até 
o Modern English (1500-dias atuais), conforme veremos a seguir.
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
10
As fases da Língua Inglesa (Old English, Middle English e Modern English) também 
são abordadasna disciplina de Aspectos Culturais da Língua Inglesa, mas com outro viés.
IMPORTANT
E
2.1 OLD ENGLISH
Conforme já mencionado, a Literatura evolui de acordo com os avanços da 
sociedade, que influenciam tanto a língua em si como as concepções de mundo. 
Assim, a história da língua inglesa se divide em três períodos, iniciando pelo Old 
English, traduzido para o português como Inglês Antigo.
De acordo com Durkin (2012, s.p., tradução nossa):
Old English é o nome dado à primeira fase que se tem relato do idioma 
inglês. Refere-se à linguagem como foi usada no longo período da 
vinda de invasores e colonos germânicos à Grã-Bretanha – no período 
seguinte ao colapso da Grã-Bretanha romana no início do quinto 
século – até a conquista Normanda de 1066, e além do primeiro século 
do domínio Normando na Inglaterra. É, portanto, em primeiro lugar e 
acima de tudo, a linguagem das pessoas normalmente referidas pelos 
historiadores como os anglo-saxões. 
FIGURA 2 – MIGRAÇÃO DOS ANGLO-SAXÕES
FONTE: <http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/view/34229>. 
Acesso em: 15 nov. 2018.
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
11
FIGURA 3 – INFANTARIA ANGLO-SAXÔNICA EM FORMAÇÃO DE PAREDE DE ESCUDOS 
FONTE: <http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/Dialogos/article/view/34229>. 
Acesso em: 12 nov. 2018.
Esta primeira fase, conhecida também como Anglo-Saxon (Anglo-Saxônica), 
apresenta uma língua inglesa extremante diferente da que aprendemos hoje, 
tanto no que diz respeito à gramática quanto aos vocabulários. Segundo Baugh 
(1997), a não ser que possua uma especialização voltada ao Old English, qualquer 
pessoa é incapaz de compreender um texto da época.
In contrast to Modern English, Old English had three genders 
(masculine, feminine, neuter) in the noun and adjective, and nouns, 
pronouns, and adjectives were inflected for case. Noun and adjective 
paradigms contained four cases—nominative, genitive, dative, and 
accusative—while pronouns also had forms for the instrumental case. 
Old English had a greater proportion of strong verbs (sometimes 
called irregular verbs in contemporary grammars) than does Modern 
English. Many verbs that were strong in Old English are weak 
(regular) verbs in Modern English (e.g., Old English helpan, present 
infinitive of the verb help; healp, past singular; hulpon, past plural; 
holpen, past participle versus Modern English help, helped, helped, 
helped, respectively).
O inglês antigo tinha três gêneros (masculino, feminino, neutro) no 
substantivo e no adjetivo, e substantivos, pronomes e adjetivos eram 
flexionados para o caso. Tinha uma proporção maior de verbos 
fortes (às vezes chamados de verbos irregulares nas gramáticas 
contemporâneas) do que o inglês moderno. Muitos verbos que eram 
fortes em inglês antigo são verbos fracos (regulares) em inglês moderno 
(por exemplo, Helpan inglês antigo, presente infinitivo do verbo help; 
healp, passado singular; hulpon, passado plural; holpen, particípio 
passado versus ajuda em inglês moderno, ajudado, ajudado, ajudado, 
respectivamente) (ENCYCLOPÆDIA BRITANNICA, 2018, s.p.). 
Podemos perceber essas diferenças da Língua Inglesa na fase Old English 
para a atual a partir do excerto a seguir, do poema longo mais antigo da época, 
Beowulf: 
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
12
Que narra as aventuras de um príncipe dos Getas, Beowulf, que 
atravessa o mar para a terra dos Danos com o propósito de livrar-lhes 
a terra de um monstro devorador de homens chamado Grendel, tarefa 
que envolve também um combate com a mãe de Grendel. Após ser 
bem-sucedido, Beowulf retorna em triunfo para sua pátria, onde acaba 
governando como rei por cinquenta anos. Então, um dragão passa a 
aterrorizar o lugar e Beowulf deve confrontá-lo. Ele consegue matar o 
dragão, mas também é mortalmente ferido por este. Beowulf morre, 
deixando seu nome entre as lendas de seu povo (NILES, 1998, apud 
OLIVEIRA; ZANESCO, 2009 p. 3142). 
Veja na sequência a primeira página de Beowulf e após um excerto da obra 
traduzida para o inglês atual, por Seamus Heaney:
ESTUDOS FU
TUROS
A obra Beowulf será analisada na Unidade 3.
FIGURA 4 – PRIMEIRA PÁGINA DE BEOWULF
FONTE: <https://litterya.wordpress.com/tag/beowulf/>. Acesso em: 14 nov. 2018.
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
13
QUADRO 4 – BEOWULF
Beowulf: A New Verse Translation
by Seamus Heaney
So. The Spear-Danes in days gone by
and the kings who ruled them had cour age and greatness.
We have heard of those princes' heroic campaigns.
There was Shield Sheafson, scourge of many tribes,
a wrecker of mead-benches, rampaging among foes.
This terror of the hall-troops had come far.
A foundling to start with, he would flourish later on
as his powers waxed and his worth was proved,
In the end each clan on the outlying coasts
beyond the whale-road had to yield to him
and begin to pay tribute. That was one good king.
Afterwards a boy-child was born to Shield,
a cub in the yard, a comfort sent
by God to that nation. He knew what they had tholed,
the long times and troubles they'd come through
without a leader; so the Lord of Life,
the glorious Almighty, made this man renowned.
Shield had fathered a famous son:
Beow's name was known through the north.
And a young prince must be prudent like tha t,
giving freely while his father lives
so that afterwards in age when figh tingstarts
steadfast companions will stand by him
and hold the line. Behaviour that's admired
is the path to power among people everywhere.
FONTE: <https://www.bookbrowse.com/excerpts/index.cfm/book_number/308/page_
number/1/beowulf#excerpt>. Acesso em: 20 nov. 2018.
De autor anônimo, a obra possui 3182 versos, sem rimas e com aliteração, e 
é considerada um marco para a literatura medieval. O único manuscrito existente 
de Beowulf data do século XI, entretanto estudiosos acreditam que o texto original 
tenha sido escrito entre os séculos VII e VIII.
Assim como Beowulf, as obras oriundas desse período registram as 
conquistas territoriais, tendo o mar como o caminho para novas descobertas, e a 
chegada do Cristianismo, que moldou toda a sociedade da época. 
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
14
DICAS
Veja a seguir o Pai Nosso em Old English e o ouça também no link seguinte 
para conhecer um pouco mais sobre essa importante fase da Língua Inglesa: https://www.
sk.com.br/lp-all.wav. 
QUADRO 5 – THE LORD'S PRAYER 
The Lord's Prayer 
(Old English - Anglo-Saxon)
Fæder ure þu þe eart on heofonum;
Si þin nama gehalgod
to becume þin rice
gewurþe ðin willa
on eorðan swa swa on heofonum.
urne gedæghwamlican hlaf syle us todæg
and forgyf us ure gyltas
swa swa we forgyfað urum gyltendum
and ne gelæd þu us on costnunge
ac alys us of yfele soþlice
(note: the old english "þ" is pronounced "th")
FONTE: <https://www.lords-prayer-words.com/lord_old_english_medieval.html#ixzz5U1YxPl2f>.
 Acesso em: 20 nov. 2018. 
QUADRO 6 – TRANSLATION OF OLD ENGLISH TEXT
Father our thou that art in heavens
be thy name hallowed
come thy kingdom
be-done thy will
on earth as in heavens
our daily bread give us today
and forgive us our sins
as we forgive those-who-have-sinned-against-us
and not lead thou us into temptation
but deliver us from evil. truly
FONTE: <https://www.lords-prayer-words.com/lord_old_english_medieval.
html#ixzz5U1ZOOVLz>. Acesso em 20 nov. 2018 
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
15
2.2 MIDDLE ENGLISH
O Middle English corresponde ao Inglês Medieval, fase que compreende 
o período de 1100 até 1500. Nessa fase é evidente a forte presença e influência 
da língua francesa na língua inglesa devido à carga cultural franco-normanda 
na nação anglo-saxônica, que durou três séculos e resultou principalmente num 
aporte considerável de vocabulário.
Com o passar dos séculos e as disputas entre os normandos das ilhas 
britânicas e os do continente, surge um sentimento nacionalista e no final do 
século XV já é possível perceber que o Inglês havia prevalecido, até na linguagem 
escrita,substituindo o francês e o latim como língua oficial para documentos. 
Além disso, começava a surgir uma literatura nacional (SCHÜTZ, 2008).
Um grande exemplo desse período é a obra The Canterbury Tales (Os 
Contos da Cantuária), de Geoffrey Chaucer. O longo poema segue a jornada de um 
grupo de peregrinos, incluindo o próprio Chaucer, da Tabard Inn em Southwark 
até o santuário de St Thomas à Becket na Catedral de Canterbury. O anfitrião da 
pousada sugere a cada peregrino que conte duas histórias no caminho de volta e 
duas a caminho de casa para ajudar enquanto estiver fora da estrada. O melhor 
contador de histórias ganharia um jantar no seu retorno.
Chaucer mistura sátira e realismo em animadas caracterizações de seus 
peregrinos, em 24 histórias. O tom de seus contos varia de piedoso a cômico, com 
humor alternando entre sagacidade erudita e boa vulgaridade honesta. Juntos, os 
contos oferecem uma visão fascinante da vida inglesa durante o final do século 
XIV, conforme podemos observar no trecho a seguir, em língua portuguesa:
QUADRO 7 – TRECHO DE OS CONTOS DA CANTUÁRIA
Pra aproveitar o tempo da conversa,
Antes de dar ao conto início e pressa,
É justo que eu lhes faça a descrição
Dos viajantes todos, e a impressão
Que tive de seus ares e trejeitos
E a posição que ocupam por direito
E tudo o mais, do traje ao adereço.
E por um Cavaleiro, então, começo.
[...]
Das roupas falarei com brevidade:
Melhor era o cavalo que o seu traje.
A veste de fustão era manchada
Pelos elos da cota enferrujada. 
[...]
FONTE: <https://www.companhiadasletras.com.br/trechos/85074.pdf>. Acesso em: 20 nov. 2018.
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
16
FIGURA 5 – THE CANTERBURY TALES, BY GEOFFREY CHAUCER
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
17
FONTE: <https://www.bl.uk/collection-items/the-canterbury-tales-by-geoffrey-chaucer>. 
Acesso em: 22 nov. 2018.
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
18
DICAS
Leia a obra The Canterbury Tales no link a seguir, do Domínio Público, para que 
possa participar ativamente do estudo das obras que faremos na Unidade 3: http://www.
dominiopublico.gov.br/download/texto/gu002383.pdf. 
 
Você pode conhecer uma dramatização das linhas de abertura de The Canterbury Tales, 
de Geoffrey Chaucer, ouvida pela primeira vez na língua de Chaucer, no Middle English e 
depois numa tradução moderna no link a seguir: https://www.britannica.com/topic/The-
Canterbury-Tales/media/93091/68305. 
Além disso, veja uma dramatização em Inglês Moderno do Prólogo do Perdão, de The 
Canterbury Tales, de Geoffrey Chaucer: https://www.britannica.com/topic/The-Canterbury-
Tales/media/93091/68306.
2.3 MODERN ENGLISH
O Modern English, traduzido como inglês moderno, é compreendido como 
todo período de 1500 até os dias atuais. Essa fase se caracteriza pela padronização 
de um idioma unificado para todo o país, cujo advento da imprensa em 1475 e a 
criação de um sistema postal em 1516, disseminou o dialeto de Londres, que era 
o centro político, social e econômico da Inglaterra (SCHÜTZ, 2008).
Os primeiros livros impressos, por William Caxton, no final do século 
XV, numa variedade de inglês de East Midlands/London, contribuíram para o 
desenvolvimento de uma variedade padronizada da língua, com convenções fixas 
de ortografia, pontuação, vocabulário e formas gramaticais. “A percepção dessa 
variedade padrão como correta também foi apoiada por tentativas de codificação, 
como O Dicionário de Johnson e muitas gramáticas prescritivas do século XVIII” 
(LOHR, 2005, s.p., tradução nossa).
O vocabulário da língua inglesa passou a ser usado para diversos 
propósitos, incluindo traduções de obras clássicas redescobertas no Renascimento, 
literaturas em desenvolvimento e a descrição de novas atividades científicas. 
Ressalta-se que milhares de palavras foram emprestadas do latim e do grego 
neste período, como education, metamorphosis, critic, conscious.
O início do Modern English pode ser apreciado na obra Hamlet, de 
Shakespeare, First Folio (impresso em 1623). Esta tragédia foi escrita entre 1599 
e 1601 e se trata de uma peça situada na Dinamarca, a qual conta a história de 
vingança do Príncipe Hamlet contra seu tio Cláudio, que envenenou e matou 
o rei, Hamlet, e em seguida assumiu o trono se casando com a rainha. Estão 
presentes na obra sentimentos de vingança, traição, moralidade, corrupção, entre 
outros, numa constante loucura real e fingida. 
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
19
FIGURA 6 – SHAKESPEARE'S FIRST FOLIO
FONTE: <https://www.bl.uk/collection-items/shakespeares-first-folio>. Acesso em: 20 nov. 2018.
FIGURA 7 – THE TRAGICALL HISTORIE OF HAMLET, PRINCE OF DENMARKE 
FONTE: <https://www.bl.uk/collection-items/second-quarto-of-hamlet-1605>. Acesso em: 
20 nov. 2018.
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
20
FIGURA 8 – THE TRAGICALL HISTORIE OF HAMLET, PRINCE OF DENMARKE
FONTE: <https://www.bl.uk/collection-items/second-quarto-of-hamlet-1605>. Acesso em: 
20 nov. 2018.
FIGURA 9 – THE TRAGICALL HISTORIE OF HAMLET, PRINCE OF DENMARKE
FONTE: <https://www.bl.uk/collection-items/second-quarto-of-hamlet-1605>. Acesso em: 20 
nov. 2018.
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
21
DICAS
Para acessar a obra completa e desfrutar de uma boa leitura, acesse o site 
do Domínio Público e conheça melhor a peça Hamlet: http://www.dominiopublico.gov.br/
pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=13370. 
DICAS
Caso queira saber mais sobre a história da Língua Inglesa, recomendamos 
que assista ao vídeo The History of English in Ten Minutes, disponível no link: http://www.
open.edu/openlearn/languages/english-language/the-history-english-ten-minutes?in_
menu=812293.
Agora que você já conheceu um pouco da história da Literatura, com suas 
principais fases e evoluções, assim como o desenvolvimento da própria Língua 
Inglesa, lhe convidamos a ampliar esses conhecimentos e estudar a seguir, o que 
é a Teoria Literária.
3 A TEORIA LITERÁRIA
A Teoria Literária, cuja denominação passou a ser utilizada no século XIX, 
mas se difundiu somente no século XX, é uma disciplina que se propõe a estudar e 
metodizar a Literatura como área do conhecimento, dando uma nova abordagem 
às obras literárias. Dessa forma, essa teoria busca compreender como a linguagem 
literária se organiza, a partir de elementos essenciais como a estrutura narrativa, 
as correntes de pensamentos, por exemplo. 
Sabemos que toda interpretação parte de um método de estudo; no 
caso da interpretação literária, o objetivo da Teoria Literária é o de 
formular critérios consistentes, como: a relação autor e obra, a base 
temática que permeia o texto, as abordagens históricas, a relevância 
linguística, sua caracterização, através da distinção dos elementos 
que a compõem, bem como os elementos inconscientes do texto etc. 
(BEZERRA; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2007, p. 12).
A partir da citação podemos perceber que a Teoria Literária não se resume 
à simples interpretação de obras literárias, mas sim, uma área de conhecimento 
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
22
que requer conhecedores especializados, com competência para exercer essa 
análise, seja do discurso, da linguagem ou do espaço e da estrutura, entre tantos 
outros elementos. 
Esses estudos tiveram início com os gregos, nos séculos IV e V a. C., que 
“voltaram-se para os efeitos retóricos encontráveis nas obras de seus principais 
autores, estabelecendo uma série de regras que eram passadas aos estudantes, a 
quem cabia copiá-las e aplicá-las em seus próprios escritos” (ZILBERMAN, 2012, 
p. 12).
A partir desses estudos, importantes conceitos que permanecem na 
atualidade foram criados, como é o caso de mímesis, conceito criado por Platão, 
o qual via a poesia épica como uma imitação dos fenômenos captados pelos 
sentidos, assim, “reconhece que a poesia imita ações humanas, mesmo quando 
praticada por pessoas divinas” (ZILBERMAN, 2012, p. 15).
Para o filósofo, a linguagem podia ser enganadora se mal-empregada, e 
para provar sua teoria elese dedicou:
[...] à análise de poemas e de discursos, matéria de alguns de seus 
textos mais famosos, como A República e Fedro. Escrevendo sob a 
forma de diálogos, Platão procurou demonstrar que a poesia, mesmo 
a de autores de grande prestígio entre os gregos, como Homero, 
era mentirosa, porque atribuía qualidades humanas aos deuses – 
quando deveria respeitar os seres divinos e imortais (ZILBERMAN, 
2012, p. 15).
Em contraponto, Aristóteles, que foi discípulo de Platão, fez outa análise 
desse conceito, ampliando as discussões. Para ele, os discursos não poderiam ser 
vistos e analisados da mesma forma, pois:
De um lado, era preciso refletir sobre a poesia, tema da Poética, que 
discutiria as características das obras em que predominaria a mimese, 
ou seja, a representação das ações humanas de modo coerente e 
verossímil; de outro, cabia organizar a Retórica, encarregada de dar 
conta das técnicas de Oratória a ser empregada pelo indivíduo em 
um discurso, quando quisesse ganhar uma causa em um tribunal, 
convencer uma audiência a votar nele por ocasião das assembleias 
populares ou elogiar uma pessoa notável em eventos comemorativos 
(ZILBERMAN, 2012, p. 16).
Ainda, Aristóteles acrescenta a palavra catarse, que significa limpeza 
e purificação. Dessa forma, as obras literárias, fundamentalmente as obras 
dramáticas e épicas tinham como principal função despertar no público emoções 
como terror, piedade e medo, e assim, fazer com que se sentissem livres, com a 
alma purificada. 
TÓPICO 1 | LITERATURA: HISTÓRIA E CONCEPÇÕES
23
A divisão proposta por Aristóteles se manteve até o começo do século XIX, 
quando o Romantismo estabeleceu que a arte não dependia de regras, abolindo as 
concepções Aristotélicas. Contudo, a Literatura já tinha seu espaço garantido com 
o desenvolvimento do Ensino Superior pelo mundo, momento em que estudiosos 
iniciaram o processo de consolidação da Teoria Literária como ciência. 
A Teoria Literária foi crescendo a partir de contribuições de diferentes 
“linhas de pesquisa: a abordagem histórica, a psicanalítica, a sociológica, a 
filosófica, a feminista, a existencialista... [...]” (SILVA, 2014, p. 10-11). Nesse sentido, 
essa teoria passou por inúmeros avanços, de acordo com as novas concepções 
acerca da Literatura, e há quem diga que há um fim próximo dessa ciência, 
uma vez que a padronização que estabelece é questionada, principalmente no 
cenário que vivemos hoje. Contudo, outros estudiosos da literatura veem esse 
“fim” como o início de novos paradigmas, os quais serão estudados pela Teoria 
Literária e, assim, será, uma constante mutação, adequação às concepções do 
tempo e da sociedade em que se vive. Segundo Martins (1995), é a Teoria Literária 
que melhor pode estudar e compreender as transformações da Literatura, tanto 
no que diz respeito às suas especificidades quanto em compreender o interesse 
das pessoas pelo fictício. 
Para ampliar essas discussões, vamos conhecer, no próximo tópico, 
conceitos basilares que cercam a literatura.
24
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Literatura perpassa toda a história da humanidade e, especificamente, a 
Literatura em Língua Inglesa, é ligada ao nascimento da própria língua e de 
todo o seu o povo.
• Etimologicamente, literatura advém da palavra latina erudita litteratura, "arte 
de escrever, literatura", a partir da palavra latina littera, "letra".
• As primeiras obras literárias do Ocidente foram os poemas épicos de Homer 
(Homero): The Iliad (A Ilíada) e sua sequência The Odyssey (A Odisséia).
• Tradição literária é o complexo de textos que a humanidade produziu, e produz, 
não para fins práticos, mas por prazer, elevação espiritual, entre outros. 
• A Literatura está presente em todas as fases da Língua Inglesa (Old English, 
Middle English e Modern English).
• Old English é o nome dado à primeira fase que se tem relato do idioma inglês, de 
500 até 1100 A.D., a qual apresenta uma língua inglesa extremamente diferente 
da que aprendemos hoje. Essas diferenças podem ser vistas no poema longo 
mais antigo da época, Beowulf, de autor desconhecido.
• O Middle English corresponde ao Inglês Medieval, fase que compreende o 
período de 1100 até 1500. Nessa fase é evidente a forte presença e influência da 
língua francesa na língua inglesa. Um grande exemplo desse período é a obra 
The Canterbury Tales (Os Contos da Cantuária), de Geoffrey Chaucer.
• O Modern English é compreendido como todo período de 1500 até os dias 
atuais. Seu início pode ser apreciado na obra Hamlet, de Shakespeare, First Folio 
(impresso em 1623). 
• A Teoria Literária é uma disciplina que se propõe a estudar e metodizar a 
Literatura como área do conhecimento, dando uma nova abordagem às obras 
literárias.
• A Teoria Literária não se resume à simples interpretação de obras literárias, 
mas sim, uma área de conhecimento que requer conhecedores especializados, 
com competência para exercer essa análise.
RESUMO DO TÓPICO 1
25
• A Teoria Literária foi crescendo a partir das novas concepções acerca da 
Literatura.
• Importantes conceitos que permanecem na atualidade foram criados a partir 
dos estudos acerca da Literatura, como é o caso de mímesis, conceito criado por 
Platão, o qual via a poesia épica como uma imitação dos fenômenos captados 
pelos sentidos. E o de catarse, criada por Aristóteles, que significa limpeza e 
purificação. 
26
1 Literatura é a palavra usada para se referir a textos escritos com uma função 
estética, que tem o poder de recriar a realidade, transformando a linguagem, 
carregada de significados, que produzem efeitos sobre o leitor. Vimos, ao 
longo do Tópico 1, que a literatura perpassa toda a história da humanidade 
e, especificamente, a Literatura em Língua Inglesa, é ligada ao nascimento 
da própria língua e de todo o seu o povo, hoje pertencente à Grã-Bretanha 
(Inglaterra, Escócia e País de Gales). A partir do exposto, classifique V para 
as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Old English foi o período de 1.100 até 1.500, em que a língua inglesa teve 
forte presença e influência da língua francesa.
( ) Um exemplo de texto em Old English é Beowulf, o poema longo mais antigo, 
sobrevivente em inglês antigo, consistindo de 3.182 linhas de aliteração.
( ) O Middle English representou um período de padronização e unificação da 
língua inglesa, a partir de 1500.
( ) A Literatura compreende um complexo de textos que a humanidade 
produziu e produz, não para fins práticos, mas por bem-estar, elevação 
espiritual, ampliação dos próprios conhecimentos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – V – F. 
b) ( ) V – V – V – F. 
c) ( ) F – V – F – V. 
d) ( ) V – F – V – V. 
2 Ao longo desta unidade você pôde conhecer alguns textos literários que 
marcaram a história da Literatura em Língua Inglesa. Acerca dos poemas 
épicos de Homer (Homero), The Iliad (A Ilíada) e sua sequência The Odyssey (A 
Odisséia), analise as sentenças a seguir e selecione a opção INCORRETA:
a) ( ) São considerados o início da Literatura narrativa do Ocidente.
b) ( ) Circulavam na Grécia desde o século VIII a.C de forma oral, declamados 
em festas pelos rapsodos ou aedos.
c) ( ) Trazem importantes informações sobre a sociedade da época, cujos 
personagens são ícones até os dias atuais.
d) ( ) São consideradas as primeiras obras literárias do Oriente.
AUTOATIVIDADE
27
TÓPICO 2
CONCEITOS BASILARES QUE CERCAM A LITERATURA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 1 você estudou importantes conceitos relacionados à Literatura 
em Língua Inglesa, e pôde ver que essa passou por diversos momentos ao longo 
dos anos, acompanhando a evolução da sociedade e registrando cada período 
por meio de seus inúmeros textos literários, tanto orais quanto escritos.
Além disso, conheceu a teoria que a estuda, chamada de Teoria Literária, 
a qual tem extrema importância para a evolução dos estudos literários, pois é 
incumbida de estudar e metodizar a Literatura comoárea do conhecimento.
Após esses diálogos iniciais, neste tópico você estudará dois conceitos 
basilares que abarcam esse universo: o cânone literário e o anticânone literário. 
2 O CÂNONE LITERÁRIO
A palavra Cânone deriva do grego Kanon e significa, na forma original, 
“vara, cana ou cana para medir”. Mas o que isso tem a ver com a Literatura?
O termo Kanon evoluiu e, em meados do século IV, passou a significar 
“regra, padrão, modelo ou norma”. Assim, passou a ser usado, no contexto 
religioso, para se referir aos escritos sagrados que a Igreja cristã designou como a 
difusão da palavra de Deus. Tratavam-se dos Livros Sagrados, que continham as 
leis divinas que o povo deveria seguir.
Vamos conhecer a seguir exemplos do cânone religioso, por meio do 
primeiro livro da Bíblia, Gênesis.
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
28
FIGURA 10 – GÊNESIS: THE FIRST BOOK OF THE BIBLE
FONTE: <https://www.britannica.com/topic/Genesis-Old-Testament>. Acesso em: 20 nov. 2018.
QUADRO 8 – CAPÍTULO 12 DE GÊNESIS
Chapter 12
[12:1] Now the LORD said to Abram, "Go from your country and your kindred 
and your father's house to the land that I will show you.
[12:2] I will make of you a great nation, and I will bless you, and make your 
name great, so that you will be a blessing.
[12:3] I will bless those who bless you, and the one who curses you I will curse; 
and in you all the families of the earth shall be blessed."
[12:4] So Abram went, as the LORD had told him; and Lot went with him. 
Abram was seventy-five years old when he departed from Haran.
[12:5] Abram took his wife Sarai and his brother's son Lot, and all the possessions 
that they had gathered, and the persons whom they had acquired in Haran; 
and they set forth to go to the land of Canaan. When they had come to the land 
of Canaan,
[12:6] Abram passed through the land to the place at Shechem, to the oak of 
Moreh. At that time the Canaanites were in the land.
[12:7] Then the LORD appeared to Abram, and said, "To your offspring I will 
give this land." So he built there an altar to the LORD, who had appeared to 
him.
[12:8] From there he moved on to the hill country on the east of Bethel, and 
pitched his tent, with Bethel on the west and Ai on the east; and there he built 
an altar to the LORD and invoked the name of the LORD.
[12:9] And Abram journeyed on by stages toward the Negeb.
[12:10] Now there was a famine in the land. So Abram went down to Egypt to 
reside there as an alien, for the famine was severe in the land.
TÓPICO 2 | CONCEITOS BASILARES QUE CERCAM A LITERATURA
29
[12:11] When he was about to enter Egypt, he said to his wife Sarai, "I know 
well that you are a woman beautiful in appearance;
[12:12] and when the Egyptians see you, they will say, 'This is his wife'; then 
they will kill me, but they will let you live.
[12:13] Say you are my sister, so that it may go well with me because of you, 
and that my life may be spared on your account.
[12:14] When Abram entered Egypt the Egyptians saw that the woman was 
very beautiful.
[12:15] When the officials of Pharaoh saw her, they praised her to Pharaoh. And 
the woman was taken into Pharaoh's house.
[12:16] And for her sake he dealt well with Abram; and he had sheep, oxen, 
male donkeys, male and female slaves, female donkeys, and camels.
[12:17] But the LORD afflicted Pharaoh and his house with great plagues 
because of Sarai, Abram's wife.
[12:18] So Pharaoh called Abram, and said, "What is this you have done to me? 
Why did you not tell me that she was your wife?
[12:19] Why did you say, 'She is my sister,' so that I took her for my wife? Now 
then, here is your wife, take her, and be gone.
[12:20] And Pharaoh gave his men orders concerning him; and they set him on 
the way, with his wife and all that he had.
FONTE: <http://www.vatican.va/archive/bible/genesis/documents/bible_genesis_en.html>. 
Acesso em: 28 nov. 2018.
Assim como no trecho anterior, do livro de Gênesis (Antigo Testamento), 
em que o texto orienta o caminho a ser seguido, “12.2 Eis que farei de ti um 
grande povo: Eu te abençoarei, engrandecerei teu nome; serás tu uma bênção! 
12.3 Abençoarei os que te abençoarem, amaldiçoarei aquele que te amaldiçoar. 
Por teu intermédio abençoarei todos os povos sobre a face da terra!”, o termo 
cânone é utilizado em diferentes contextos para se referir ao modelo, aquilo que 
segue os padrões. 
Importante para a história posterior do conceito é, pois, a ideia de 
que canónica é uma seleção (materializada numa lista) de textos e/
ou indivíduos adoptados como lei por uma comunidade e que lhe 
permitem a produção e reprodução de valores (normalmente ditos 
universais) e a imposição de critérios de medida que lhe possibilitem, 
num movimento de inclusão/exclusão, distinguir o legítimo do 
marginal, do heterodoxo, do herético ou do proibido. Neste sentido, 
torna-se claro que um cânone veicula o discurso normativo e 
dominante num determinado contexto, teológico ou outro, e é isso que 
subjaze a expressões como "o cânone aristotélico", "cânones da crítica" 
etc. (DUARTE, 2009, s.p.).
Nos estudos da língua, significa tradição, regra ou norma. Historicamente, 
para os filólogos alexandrinos, era compreendida como a composição de uma 
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
30
lista de autores de relevância para os estudos da língua. Assim, podemos dizer 
que o cânone se refere às “obras clássicas” ou “obras-primas", que passam por 
uma avaliação para se tornarem tal.
O cânone literário é, assim, o corpo de obras (e seus autores) social 
e institucionalmente consideradas "grandes", "geniais", perenes, 
comunicando valores humanos essenciais, por isso dignas de serem 
estudadas e transmitidas de geração em geração. Tal definição é válida, 
quer se trate de um cânone nacional, onde se presume que o povo se 
reconhece nas suas características específicas, quer se trate do cânone 
universal (de Homero a…), o que significa de facto, dada a própria 
origem histórica da categoria literatura, um cânone eurocêntrico ou, 
quanto muito, ocidental (DUARTE, 2009, s.p.).
Há diversos aspectos que são observados no processo de canonização 
de uma obra, entre eles, o ponto de vista de sua produção, o ponto de vista de 
sua recepção, o ponto de vista estético e o ponto de vista dos fenômenos da 
vida em sociedade.
Uma das obras clássicas lhe foi apresentada no Tópico 1, The Canterbury 
Tales (Os Contos da Cantuária), de Geoffrey Chaucer. Vamos conhecer outras obras 
clássicas em Língua Inglesa!
FIGURA 11 – PRIDE AND PREJUDICE WRITTEN BY JANE AUSTEN
FONTE: <https://www.theatlantic.com/entertainment/archive/2013/01/pride-and-prejudice-
200th-anniversary-covers/318349/>. Acesso em: 28 nov. 2018. 
TÓPICO 2 | CONCEITOS BASILARES QUE CERCAM A LITERATURA
31
FIGURA 12– ROMEO AND JULIET WRITTEN BY WILLIAM SHAKESPEARE
FONTE: <https://thevirtuallibrary.org/index.php/en/books/literature/book/english-literature-172/
romeo-and-juliet-181>. Acesso em: 28 nov. 2018. 
FIGURA 13 – FRANKENSTEIN WRITTEN BY MARY WOLLSTONECRAFT SHELLEY
FONTE: <https://sites.nd.edu/rbsc/recent-acquisition-first-edition-frankenstein-1818/>. 
Acesso em: 28 nov. 2018.
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
32
FIGURA 14 – GULLIVER'S TRAVELS WRITTEN BY JONATHAN SWIFT
FONTE: <https://shmoop.com/gullivers-travels/summary.html>. 
Acesso em: 28 nov. 2018.
FIGURA 15 – MACBETH WRITTEN BY WILLIAM SHAKESPEARE
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Second_Folio_Title_Page_of_Macbeth.jpg>. 
Acesso em: 28 nov. 2018.
TÓPICO 2 | CONCEITOS BASILARES QUE CERCAM A LITERATURA
33
Um grande nome nos estudos do cânone literário é Harold Bloom, um dos 
intelectuais mais atuantes no que se refere às críticas literárias. 
With the publication of Yeats (1970), Bloom began to extend his 
critical theory, and in The Anxiety of Influence (1973) and A Map of 
Misreading (1975), he systematized one of his most original theories: 
that poetry results from poets deliberately misreading the works that 
influence them. Figures of Capable Imagination(1976) and several 
other works of the next decade develop and illustrate this theme 
(AUGUSTYN, 2010, p. 201).
Com a publicação de Yeats (1970), Bloom começou a estender 
sua teoria crítica, e em The Anxiety of Influence (1973) e A Map of 
Misreading (1975), sistematizou uma de suas teorias mais originais: 
que a poesia resulta de poetas deliberadamente interpretando mal 
as obras que os influenciam. Figures of Capable Imagination (1976) 
e vários outros trabalhos da próxima década desenvolvem e ilustram 
esse tema (AUGUSTYN, 2010, p. 201, tradução nossa).
Em uma entrevista publicada em 1995, Bloom refletiu sobre os grandes 
autores do mundo ocidental, afirmando:
We have to read Shakespeare, and we have to study Shakespeare. 
We have to study Dante. We have to read Chaucer. We have to read 
Cervantes. We have to read the Bible, at least the King James Bible. We 
have to read certain authors.…They provide an intellectual, I dare say, 
a spiritual value which has nothing to do with organized religion or 
the history of institutional belief. [...] They not only tell us things that 
we have forgotten, but they tell us things we couldn’t possibly know 
without them, and they reform our minds. They make our minds 
stronger. They make us more vital (AUGUSTYN, 2010, p. 202).
Temos que ler Shakespeare e temos que estudar Shakespeare. Temos 
que estudar Dante. Nós temos que ler Chaucer. Nós temos que ler 
Cervantes. Temos que ler a Bíblia, pelo menos a Bíblia do Rei James. 
Temos que ler certos autores ... Eles fornecem um valor intelectual, 
ouso dizer, um valor espiritual que nada tem a ver com a religião 
organizada ou a história da crença institucional. [...] Eles não apenas 
nos dizem coisas que esquecemos, mas nos dizem coisas que não 
poderíamos saber sem elas, e renovam nossas mentes. Eles fazem 
nossas mentes mais fortes. Eles nos tornam mais vitais (AUGUSTYN, 
2010, p. 202, tradução nossa).
A partir das palavras de Bloom, podemos perceber a relevância das obras 
clássicas, e você, futuro professor, pode possibilitar que seus alunos adentrem 
esse universo literário, para que compreendam que as obras consideradas cânones 
carregam a história de uma sociedade, os seus costumes, a sua cultura, e assim, 
são importantes para a sociedade atual.
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
34
DICAS
Tire um tempinho e assista ao filme Sociedade dos Poetas Mortos (1990), estrelado 
por Robin Williams, que conta a história de um professor que incentiva seus alunos a construírem 
seu próprio conhecimento a partir da leitura de grandes obras da Literatura em Língua Inglesa. 
Esperamos que curta o filme e que reflita sobre a prática pedagógica a partir da Literatura!
3 O ANTICÂNONE LITERÁRIO
Apesar dos diálogos propostos anteriormente, que reforçam a importância 
dos clássicos da literatura, sabemos que é difícil afirmar que uma obra merece 
maior reconhecimento que outra, que sua forma é melhor ou pior, entre outros 
aspectos. Por isso essas concepções do cânone são muito questionadas até os 
dias atuais, pois para alguns estudiosos da literatura, não há uma honestidade 
na seleção e canonização de muitas obras consideradas até hoje “clássicas”, visto 
que essas representam apenas parte da história e cultura de um povo, de modo 
geral os brancos e ocidentais. 
Segundo Bonnici (2007, p. 38), “o cânone literário ocidental é composto 
principalmente de obras escritas por autores brancos, masculinos e que 
pertencem às nações hegemônicas”. E como ficam as histórias dos demais povos, 
das mulheres, dos negros?
Por volta da década de 1960, com o avanço dos Estudos Literários, essas 
obras vistas como “não clássicas”, chamadas de anticânones, começaram a ser 
estudadas. Percebeu-se que muitas obras consideradas fora do padrão dos clássicos, 
na verdade, se aproximavam em muitas características das obras canonizadas 
pelos estudiosos literários, o que mostrou que essa análise, que classificou muitas 
obras como boas ou ruins, poderia ter sofrido influências externas, como a política, 
relações pessoais ou simplesmente financeira (marketing).
Com isso, muitos autores foram marginalizados e sofreram ao longo dos 
anos por serem considerados anticânones, abordando temas como: as mulheres, 
os povos africanos, as classes sociais, entre outros temas minorizados. Destaca-
se que algumas obras consideradas anticânones em épocas passadas, hoje são 
reconhecidas como clássicas. 
O cânone é quase igual ao conceito de paradigma, e é o contrário 
do paradigma silencioso. Porque o cânone corresponde à norma. E 
toda norma vive de sua explicitação. Em certo sentido o paradigma 
silencioso vem a ser o anticânone.
À medida em que avança a tradição moderna, as suas marchas e 
contramarchas, a ideia do cânone vai perdendo o seu poder judicativo. 
As formas, que pareciam perenes, passam a reproduzir o ziguezague 
da própria “experiência de verdade” (PORTELLA, 2018, p. 66). 
TÓPICO 2 | CONCEITOS BASILARES QUE CERCAM A LITERATURA
35
DICAS
Conheça outras importantes discussões sobre a literatura e diversas obras nos 
sites a seguir: 
• https://www.thebritishacademy.ac.uk/search-results?subjects%5B%5D=575.
• http://www.ueangola.com/.
• http://www.academia.org.br/revistabrasileira.
• https://artsandletters.org/academy-members/.
Vamos conhecer alguns autores e obras consideradas anticânones:
QUADRO 9 – POEMS NEGRO AND I, TOO WRITTEN BY LANGSTON HUGHES
Negro
(by Langston Hughes)
I am a Negro:
Black as the night is black,
Black like the depths of my Africa.
I've been a slave:
Caesar told me to keep his door-steps clean.
I brushed the boots of Washington.
I've been a worker:
Under my hands the pyramids arose.
I made mortar for the Woolworth Building.
I've been a singer:
All the way from Africa to Georgia
I carried my sorrow songs.
I made ragtime.
I've been a victim:
The Belgians cut off my hands in the Congo.
They lynch me still in Mississippi.
I am a Negro:
Black as the night is black,
Black like the depths of my Africa.
I, Too
(by Langston Hughes)
I, too, sing America.
I am the darker brother.
They send me to eat in the kitchen
When company comes,
But I laugh,
And eat well,
And grow strong.
Tomorrow,
I’ll be at the table
When company comes.
Nobody’ll dare
Say to me,
“Eat in the kitchen,”
Then.
Besides,
They’ll see how beautiful I am
And be ashamed —
I, too, am America.
 (a) (b)
FONTE: (a) Hughes (1991, p. 7); (b) Hughes (1994, p.46)
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
36
Agora, veja os mesmos poemas, traduzidos para o português por Leo 
Gonçalves:
QUADRO 10 – POEMAS NEGRO E EU, TAMBÉM DE LANGSTON HUGHES
Negro
(Langston Hughes)
Sou Negro:
Negro como a noite é negra,
Negro como as profundezas da minha África.
Fui escravo:
Cesar me disse para manter os degraus da sua 
porta limpos.
Eu engraxei as botas de Washington.
Fui operário:
Sob minhas mãos ergueram-se as pirâmides.
Eu fiz a argamassa do Woolworth Building.
Fui cantor:
Durante todo o caminho da África até a Georgia
Carreguei minhas canções de dor.
Criei o ragtime.
Fui vítima:
Os belgas cortaram minhas mãos no Congo
Estão me linchando agora no Mississipi.
Sou Negro
Negro como a noite é negra
Negro como as profundezas da minha África.
Eu, também
(Langston Hughes)
Eu, também, canto a América
Eu sou o irmão mais preto.
Quando chegam as visitas,
Me mandam comer na cozinha.
Mas eu rio
E como bem,
E vou ficando mais forte.
Amanhã,
Quando chegarem as visitas
Me sentarei à mesa.
Ninguém ousará,
então,
me dizer,
“Vá comer na cozinha”.
Além do mais,
Eles verão quão bonito eu sou
E se envergonharão –
Eu, também, sou a América.
FONTE: <http://www.salamalandro.redezero.org/2-poemas-de-langston-hughes/>. Acesso em: 
15 nov. 2018.
As palavras do autor são carregadas de lembranças da história de um 
povo, de sentimentos de sofrimento, de opressão, que revelam como os negros 
viviam de forma marginalizada, excluídos da sociedade. Temas como esses são 
deextrema relevância, pois dão voz a quem não é ouvido, e merecem a atenção, 
principalmente pelo fato de ampliarem as discussões que cercam a sociedade, 
tanto a da época quanto a atual.
TÓPICO 2 | CONCEITOS BASILARES QUE CERCAM A LITERATURA
37
 Por isso, na condição de professor, você deve estar atento às discussões 
literárias e apresentar aos alunos caminhos capazes de despertar o gosto pela 
leitura e estimulá-los para a condição de sujeitos críticos, ampliando as habilidades 
de leitura. É importante que o aluno entenda que além dos clássicos, há outras 
obras que abordam importantes temas para a sociedade e que merecem destaque, 
pois o levam a refletir sobre suas práticas e sobre a sociedade em que vivem.
Como você pode perceber, acadêmico, discutir a formação de um 
cânone e um anticânone é sempre um assunto polêmico. Eagleton (2006, p. 
18-19) afirma que “diferentes períodos históricos construíram um Homero e 
um Shakespeare ‘diferentes’, de acordo com seus interesses e preocupações 
próprios. [...] E essa é uma das razões pelas quais o ato de classificar algo como 
literatura é extremamente instável”. 
Essa subjetividade será melhor discutida na Unidade 3, na qual 
abordaremos algumas noções acerca da Literariedade. 
38
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A palavra Cânone deriva do grego Kanon e significa, na forma original, “vara, 
cana ou cana para medir”.
• Com o passar dos anos, Cânone passou a significar “regra, padrão, modelo ou 
norma”, e no contexto religioso, tratava-se dos Livros Sagrados, que continham 
as leis divinas que o povo deveria seguir.
• Nos estudos da língua, Cânone significa tradição, regra ou norma, conceito 
que foi historicamente usado pelos filólogos alexandrinos para se referir à 
composição de uma lista de autores de relevância para seus estudos. 
• O cânone literário é, portanto, o corpo de obras (e seus autores) social e 
institucionalmente consideradas relevantes para a humanidade. 
• São exemplos de clássicos da Língua Inglesa: The Canterbury Tales; Pride and 
Prejudice; Romeo and Juliet; Frankenstein; Gulliver's Travels; Macbeth; entre outras 
obras.
• Harold Bloom é um dos intelectuais mais atuantes no que se refere às críticas 
literárias, o qual afirma que as obras cânones fornecem valores intelectuais, 
culturais e espirituais.
• As obras vistas como “não clássicas”, chamadas de anticânones, começaram a 
ser estudadas por volta da década de 1960. 
• Muitas obras consideradas fora do padrão dos clássicos, na verdade, se 
aproximam em muitas características das obras canonizadas, o que questiona 
o cânone literário.
• As obras anticânones abordam temas de extrema relevância para a sociedade, 
como as minorias, as mulheres, as diferentes etnias, entre outros.
• São exemplos de anticânones da Língua Inglesa: Negro e I, too.
39
1 Há muitos diálogos e contradições quando se trata de discutir sobre o 
cânone e o anticânone. Ao longo do Tópico 2 você pôde perceber que há 
autores que concordam que é necessário haver as leituras clássicas, pois elas 
nos passam valores intelectuais e espirituais, que nos fazem ver o mundo de 
outra forma. Já os estudiosos que defendem a literatura anticânone, dizem 
que os parâmetros para classificar uma obra como literária nem sempre 
são verdadeiros, uma vez que a maioria dos clássicos conta apenas parte 
da história da sociedade, em geral, dos brancos e ocidentais. A partir do 
exposto, disserte sobre a importância de ler os textos considerados clássicos.
2 (ENEM, 2012) Leia o poema I, too, escrito por Langston Hughes, e responda 
a questão.
 
I, too
 
I, too, sing America.
 
I am the darker brother.
They send me to eat in the kitchen
When company comes,
But I laugh,
And eat well,
And grow strong.
 
Tomorrow,
I’ll be at the table
When company comes.
Nobody'll dare
Say to me,
“Eat in the kitchen,”
Then.
 
Besides,
They’ll see how beautiful I am
And be ashamed.
 
I, too, am America.
 
FONTE: HUGHES, L. I, too. In: RAMPERSAD, A.; ROESSEL, D. (Ed.) The collected poems of 
Langston Hughes. New York: Knopf, 1994.
AUTOATIVIDADE
40
Langston Hughes foi um poeta negro americano que viveu no século XX e 
escreveu “I, too” em 1926. No poema, a personagem descreve uma prática 
racista que provoca nela um sentimento de:
FONTE:<http://exerciciosesolucoes.blogspot.com/2017/04/enem-2012-questao-sobre-o-
poema-i-too.html>. Acesso em: 22 mar. 2019.
a) ( ) Vergonha, pelo retraimento.
b) ( ) Compreensão, pela aceitação.
c) ( ) Superioridade, pela arrogância.
d) ( ) Resignação, pela submissão.
e) ( ) Coragem, pela superação.
41
TÓPICO 3
NOÇÕES ACERCA DA LITERARIEDADE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Nos tópicos anteriores você estudou o que é Literatura, também algumas 
concepções acerca da sua teoria e, por fim, o que é a literatura cânone e anticânone, 
temas que geram inúmeras discussões no campo literário, uma vez que alguns 
autores não concordam com as classificações.
Como futuro professor, sugerimos que conheça o máximo possível de 
autores e obras, independentemente de suas classificações, pois assim como 
as obras clássicas são extremamente importantes, algumas obras tidas como 
anticânones trazem reflexões muito ricas acerca da vida em sociedade, entre 
outros tantos temas.
Para ampliar essas discussões, convidamos você a estudar sobre a 
Literariedade e alguns importantes temas que a envolvem. Vamos lá! 
2 A LITERARIEDADE
A linguagem humana é uma manifestação cultural, assim, como a 
Literatura se materializa por meio da linguagem, ela está rodeada de expressões 
culturais. Mas isso significa que toda forma de linguagem é Literatura? Não, e 
essa é, justamente, a função da Literariedade, definir, por meio de critérios, o 
que é Literatura. Roman Jakobson, em sua obra A Modena Poesia Russa, de 1921 
lecionou que “o objeto da ciência literária não é a literatura, mas ‘literariedade’ 
(literaturnost), ou seja, o que faz de uma dada obra uma obra literária” 
(SCHNAIDERMAN, 1978, p. 8).
O termo literaturnost, traduzido para a língua portuguesa como literariedade, 
originou-se de diálogos entre um grupo de teóricos da literatura, os Formalistas 
Russos, que estudaram a possibilidade de verificar uma propriedade, presente nas 
obras, que as caracterizaria como pertencentes à literatura (SCHNAIDERMAN, 
1978). Nesse sentido, constatou-se que um texto literário é aquele que atrai o leitor 
por si só, que usa a linguagem de forma peculiar, carregada de sentidos e definido 
como tal por meio de normas. 
42
UNIDADE 1 | O QUE É LITERATURA?
Segundo Paula (2012, p. 20-21): 
[...] Didaticamente, podemos estabelecer alguns padrões constituintes 
da literariedade:
a. subjetividade predominante busca o universo da essência que 
promove a fuga da aparência e a ruptura com o código ideológico;
b. conotação poética evidenciada refere-se à negação dos padrões 
estereotipados do código linguístico – efeito de estranhamento;
c. criatividade acentuada são representações sensoriais enfatizadoras, 
como a rima, a métrica, a sinestesia, o ritmo, a assonância ou a 
dissonância;
d. estruturas gramaticais singulares, inovadoras, representações 
insólitas;
e. imaginário ativado com tênues fronteiras entre ficção e realidade 
sem sentido definitivo ou incontestável;
f. exigência subjacente do conhecimento de vários códigos para que 
aconteça a leitura vertical;
g. plurissignificação vigorosa indica que o sentido está em quem lê/
função catártica – prazer estético;
h. força transformadora na/da linguagem, polifuncionalidade etc.
Esse conjunto de elementos apontados e outros mais que se manifestam 
diferentemente em cada criação evidenciam o poder literário de 
manifestar o que o homem e o mundo têm de atemporal, universal, 
essencial e eterno; características que bem sintetizam a literariedade.
Como podemos perceber, é a partir da literariedade que textos (orais e 
escritos) são classificados como textos literários, diferenciando-os dos demais 
gêneros que utilizamos no dia a dia. Vejamos

Continue navegando