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DIREITO CONSTITUCIONAL - NATHÁLIA MASSON

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MANUAL DE DIREITO CONSTITUCIONAL
NATHÁLIA MASSON
estudecomanathália@juspodvm.com
 (
- Dos 
9
 
subtemas
, focar na Classificação das Constituições e Aplicabilidade das Normas Constitucionais.
+ Constitucionalismo e Evolução histórica das Constituições – magistratura.
 
Montar fichas de revisão por etapas:
1º Estrutura organizacional do tema.
2º Nas fichas subseqüentes, preencher informações adicionais aos temas.
)CAPÍTULO 1
PREÂMBULO
- ADI 2076 – Discutiu-se a constitucionalidade do preâmbulo da Constituição do Acre, único preâmbulo de Constituição Estadual que não constava que o documento tinha sido promulgado sob a proteção de Deus, mas sob a proteção dos heróis daquele ano.
- Houve emenda, no futuro, acrescentando a proteção de Deus.
- O Supremo abraçou a tese da irrelevância jurídica do preâmbulo, argumento de importância histórica, política e representadora de intenções aos destinatários da Carta.
- Lei que violar o preâmbulo NÃO pode ser taxada de inconstitucional. É parâmetro de controle de inconstitucionalidade não sendo norma jurídica, não pode ser referência.
- O preâmbulo não é de observância obrigatória, não sendo norma de repetição obrigatória para as outras esferas, considerando que o Brasil é uma federação.
- O dispositivo considerado de repetição obrigatória pelo Supremo não presente nas Cartas dos outros entes será considerado IMPLÍCITO. 
- Há normas de mera repetição que são reproduzidas pelos Estados pelo exercício de liberalidade, não sendo obrigados.
- Conclusão: a repetição do preâmbulo é mera liberalidade, no exercício de faculdade, tendo sido modificado o preâmbulo da Constituição do Acre por vontade do Supremo.
HIERARQUIA NORMATIVA NO ORDENAMENTO:
- O ordenamento jurídico não é emaranhado de normas, mas escalonado, hierarquizado. Há normas superiores fundantes e inferiores fundadas. As normas guardam elos, formando o ordenamento jurídico. A Constituição é norma fundante, devendo as normas inferiores estar consoantes à ela. Sendo norma constitucional originária ou derivada, estará no topo do ordenamento. Não obedecendo, será declarada inconstitucional.										 - No topo do ordenamento da pirâmide de Kelsen, há a Constituição. É dotada de supremacia material, tratando dos assuntos mais relevantes No aspecto formal, a alteração segue procedimento dificultoso, pois a constituição é rígida.
- Não há hierarquia normativa entre as normas constitucionais. No entanto, é possível haver diferenças axiológicas, graus diferenciados de relevância, por exemplo, o direito à liberdade de locomoção e a escola Pedro Segundo permanecerá sob a ordem federal – hierarquia axiológica.
- As normas originárias são feitas pelo Poder Originário e jamais serão objetos do controle de constitucionalidade. As derivadas (emendas) são feitas pelo Poder Reformador e poderá ser considerada inconstitucional, sendo objetos de ADI. 
 (
PÁGINA 68 – classificações – ver as seis primeiras.
PÁGINA 69 – último parágrafo
PÁGINA 61 – norma de eficácia contida –
)	
CAPÍTULO 2
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO:
Formação de novo estado sob o ponto de vista jurídico, possui potência criadora.
GÊNESE DO PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: Existe desde sempre na formação de toda comunidade, mesmo as mais arcaicas, pois as pessoas já tinham a noção da importância de regras para se estruturar a sociedade. O conceito, no entanto, foi criado na revolução francesa. O teórico do poder originário é o abade Emmanuel que criou um panfleto incendiário sobre o terceiro estado, tensionando trazer a burguesia para que também tenha voz.A realidade,assim,precede à teorização.
TITULARIDADE: Quando a teoria foi feita no século XVIII, o abade Emmanuel considerou a nação como titular.Atualmente,a titularidade pertence é entregue ao povo. 
NATUREZA JURÍDICA: Os juspositivistas entendem que o poder constituinte possui natureza política: só existe Direito quando existe Estado, que é fundado pela Constituição, que é criada pelo poder originário. O poder originário, então, precede à Constituição e ao Estado. Em outras palavras, o poder originário é poder de fato, não se ligando a qualquer ordenamento jurídico, pois nasce das forças sociais. Assim, não tem natureza jurídica. 
MOMENTO DA MANIFESTAÇÃO DO PODER ORIGINÁRIO:
- Fundacional/histórico: surge e apresenta a primeira constituição que funda o Estado nacional, quando aparece o surge o estado juridicamente falando. Só se manifesta uma vez. Existem países que só tem essa manifestação de poder originário, como ocorrem com os Estados Unidos da América, fruto das revoluções liberais. 
- Pós fundacional/revolucionário: No Brasil, o poder originário se manifestou em diversas constituições e emendas.
PODERES CONSTITUÍDOS
São meras criaturas, reflexo pálido do que foi o poder constituinte originário e de sua força criadora. São poderes derivados, de segundo grau, subordinados ao que o poder originário delimita. Possuem atividades específicas a serem cumpridas.
MUDANÇAS NA CONSTITUIÇÃO:
O artigo 60 da CF trata do procedimento da reforma constitucional c/c artigos 57 da CF e artigo 3º do ADCT.
a) REVISÃO: um mecanismo formal de alteração do texto constitucional é o procedimento revisional do artigo 3º do ADCT. Já foi utilizado: podia-se convocar a Revisão até 5 anos após 7 de outubro de 1988. Em razão da precipitação na convocação, foram ofertadas 6 emendas constitucionais, em sessão unicameral no Congresso, com maioria absoluta de aprovação. Atualmente, o referido procedimento já está esgotado, com eficácia exaurida. 
b) EMENDA: procedimento formal que atinge o texto. Nossa constituição pode ser alterada. O processo de alteração formal, atingindo o texto, é solene, complexo dificultoso e rígido. O artigo 60 explica o procedimento especial de alteração.
c) MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL: Trata-se de mudança na interpretação da Constituição sem alterar o texto. Promove-se uma renovação do dispositivo por via interpretativa. Permite que uma Constituição plástica como a brasileira absorva as mudanças sociais. Artigo 52, X, da CF: cabe ao próprio STF prolatar decisão que analia a constitucionalidade de forma mais ampla. o papel do senado é da publicidade à decisão.
PODER ORIGINÁRIO DECORRENTE:
É o poder originário de segundo grau. Todas as Constituições Estaduais caem quando há o advento da Constituição Federal, devendo os Estados elaborarem as próprias constituições. As Assembleias Legislativas fazem jus ao poder decorrente no âmbito estadual e distrital. Em âmbito municipal não há poder decorrente.
			CAPÍTULO 3 – DIREITO INTERTEMPORAL
- Há impacto do tempo do direito normativo que precisa ser estudado.
- Nosso sistema jurídico é escalonado e a CF ocupa o topo, sendo fundamento de validade para outras normas.
REVOGAÇÃO: É a perda de vigência e a eficácia de diploma normativo, ocorrendo ab-rogação(observação: A revogação parcial chama-se derrogação). Quando nova Constituição entra em vigor, fruto do Poder Originário, haverá revogação global da Constituição pretérita. 
DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO: Significa que normas da Constituição anterior, materialmente congruentes e compatíveis, podem sobreviver com a conversão das normas em diplomas infraconstitucionais (desconstitucionalização), podendo ser adotado pelo Poder Originário. Esse não foi o caso da Constituição de 1988.
RECEPÇÃO
- Com a entrada em vigor de nova Constituição, novo Estado juridicamente surge. Nesse sentido, é incabível pensar em reconstituição de toda a ordem jurídica, razão pela qual se torna urgente a recepção de normas infraconstitucionais, a fim de se evitar e insegurança jurídica e o forçoso trabalho em se reelaborar todo o conjunto normativo, em razão da demora. Tudo para manter a continuidade das relações sociojurídicas.
- Assim, as normas ganharão novo parâmetro de validade.
- Kelsen nos ensinou que a teoria da recepção é um processo de criação do direito simplificado, sendo um processo rápido de elaboração de normas. Ao aplicarmos a teoria da recepção, há a sensação de se estar recepcionando direito velho. No entanto,com a nova Constituição, não há direito a ser considerado, possuindo novo início. Então há a aparência de recepção do direito da ordem anterior, mas, na verdade, as normas anteriores congruentes com a nova Constituição, ao serem recepcionadas, recebem do novo documento constitucional novo pressuposto de validade, sendo direito novo.
Eventual incompatibilidade de forma não é prejudicial para a recepção, pois se observa o conteúdo material e, ainda, permite a correção. Exemplos:
a)CTN - foi votado como lei ordinária e foi recepcionado como se fosse lei complementar, considerando os ditames constitucionais de que matéria tributária deve ser votada como LC.
b) Código Penal foi votado na década de 1940 – era um decreto lei. A forma decreto lei não mais existe e foi substituída pela nova Constituição pela Medida Provisória. Ainda SM, o decreto lei 2848 oi recepcionado por guardava compatibilidade material.
- Quando a norma é incompatível com a Constituição, dizemos que não foi recepcionada. Não pode ser classificada como inconstitucional superveniente, pois é fenômeno jurídico que pressupõe contemporaneidade: só é possível avaliar a constitucionalidade de um diploma operante naquela época. A norma tem que ser editada na vigência do diploma constitucional que, na época, é parâmetro. Assim, se a norma é anterior, não será recepcionada.
- Uma Constituição revoga outra Constituição. Uma lei infraconstitucional revoga outra leu infra. A revogação pressupõe mesma densidade normativa. Por isso, no caso de direito velho incongruente à Nova Ordem, não haverá revogação, mas não recepção.
RECEPÇÃO MATERIAL DE NORMAS CONSTITUCIONAIS:
É fenômeno extraordinário. Com a nova constituição em vigor, o poder constituinte pode entender preciso que normas antigas permaneçam produzindo efeitos temporariamente porque ainda são úteis e necessárias. O ADCT serve de passagem de um período para outro. O artigo 34 do ADCT manteve o funcionamento do sistema tributário por um tempo determinado. Após esse período, o sistema tributário nacional passou a ser pensado conforme a nova Constituição.
OBSERVAÇÃO:
O STF prefere tratar como não recepção a incompatibilidade de normas anteriores que como tratar como incompatibilidade superveniente. 
CAPÍTULO 4 – DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
CLÁUSULA DE ABERTURA - artigo 5º, §2º, da CF: 
		Nem todos os direitos e garantias fundamentais estão arrolados no Título 2 - artigo 5º ao 17. Assim, o rol presente na Constituição é taxativo, exemplificativo.
		Há direitos decorrentes do regime (de resistência), dos princípios adotados pela Constituição (identidade pessoal), de Tratados. Assim, não possuem previsão expressa, mas são reconhecidos pela Corte Suprema em razão da cláusula de abertura.
		A noção de cláusula de abertura adveio da Emenda Constitucional nº9 dos Estados Unidos, inspirando Constituições do mundo inteiro, permitindo compreender o rol direitos fundamentais como dinâmico, permitindo conceber aqueles não previstos expressamente na Constituição.
	
EMENDA Nº45:
- Essa emenda modificou diversos pontos da Constituição, reformando o Judiciário: criação do Conselho Nacional da Justiça, razoável duração do processo e meios que garantam a celeridade. 
- O parágrafo 3º do artigo 5º foi inserido pela EC nº45, incluindo rito especial de incorporação de tratados e convenções internacionais que versem sobre direitos humanos – rito do “2235”: discussão nas 2 Casas, 2 turnos em cada casa e maioria de aprovação de 3/5 - Artigo 60, §2º, da CF. O documento é internalizado com status de emenda constitucional.
DIMENSÕES DOS DIREITOS
		Os direitos fundamentais não surgiram todos no mesmo contexto histórico, mas são repostas jurídicas às demandas que foram aparecendo. Paulo Bonavides é o doutrinador responsável pela identificação de gerações de direitos fundamentais, construindo perfil histórico evolutivo de direitos fundamentais, dividindo no tempo na medida de surgimento.
		A doutrina clássica entende a existência de 3 dimensões, associando aos conceitos de liberdade, igualdade e fraternidade da Revolução Francesa. Já Bonavides, entende a existência de 5.
	
1ª DIMENSÃO: ligados à liberdade, tais como os civis e políticos. São liberdades negativas, de defesa do indivíduo. São direitos e garantias que obrigam o Estado a um fazer, mas um não fazer. Há a proteção da liberdade do indivíduo sem interferência do Estado.
- EFICÁCIA VERTICAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: há desnível entre o Estado muito mais forte, Leviatã, opressor, sendo o principal ator nas afrontas dos direitos e garantias fundamentais. São destinados a limitar a atuação deste.
2ª DIMENSÃO: ligados aos direitos sociais que buscam justiça social. Obrigam o Estado a fazer, interferindo na sociedade, a fim de equacioná-la. Coincide com o surgimento do Estado de Bem Estar Social, que é mais intervencionista e atuante. Ao intervir em muitos setores da sociedade, é preciso adotar repartição de competências entre os Estados, numa perspectiva de cooperação federativa, a fim de garantir os direitos sociais – Constituição do Brasil de 1934.
- EFICÁCIA HORIZONTAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS: aplicação de direitos fundamentais nas relações privadas.
3ªDIMENSÃO: ligados à fraternidade, aos direitos transindividuais, de uma coletividade. Ex: proteção ao patrimônio histórico cultural, meio ambiente ecologicamente preservado.
--- EFICÁCIA DIAGONAL: mesmo nas relações entre particulares, ainda sim haverá o desnível. Havendo subordinação: as relações trabalhistas e consumeristas evidenciam isso. ******
TITULARES:
- Toda pessoa humana possui os direitos e garantias fundamentais: brasileiros, apátridas, estrangeiros residentes e transeuntes, pessoas físicas e jurídicas.
- Assim, todos são titulares, mas ninguém titulariza todos os direitos trazidos, havendo restrição para o exercício de certos direitos. Ex: exigência de ser brasileiro para exercer certos direitos. Há, também, direitos destinados a pessoas específicas, como estrangeiros. 
CAPÍTULO 5 – 
ISONOMIA:
- A igualdade está prevista em inúmeros dispositivos.
- É objetivo fundamental.
- Remarcação de prova de concurso por motivo de força maior:
Maio de 2013 em recurso extraordinário no STF: é constitucional a vedação da remarcação de teste de aptidão física em razão de circunstâncias pessoais – em nome da celeridade em se concluir o concurso e do alto de custo com remarcações – regra geral
Exceções:
Novembro de 2018 em recurso extraordinário: no caso de mulher gestante, o STF permitiu a remarcação do teste de aptidão, afirmando o direito de realizar prova em data alternativa, ainda que o edital estabeleça de forma expressa a vedação. 
Nesse caso, homenageia princípio da isonomia.
Março de 2019, em mandado de segurança o STJ: as premissas válidas para gesante valem para as candidatas lactantes, não se submetendo ao teste físico e ao exame de formação.
Suspensão de tutela antecipada 389 – o STF determinou a suspensão de decisão proferida pelo TRF da 3ª Região que mandava remarcar a prova do ENEM e para que não coincidisse com o período judaico sagrado. No ato de inscrição é possível relatar a necessidade especial para se organizar, no entanto, não poderá atender a todos os dias de guarda, até porque deve ser neutro em relação às religiões, sendo incabível realizar um certame nacional se preservasse os dias sagrados de todas as religiões. O Estado é laico e não confessional.
ADI 4439 de setembro de 2017 – relaciona-se á liberdade religiosa. O STF enfrentou a questão e decidiu a permissão de ensino religioso em escolas públicas de caráter facultativo, homenageando a liberdade de consciência e crença. O ensino religioso pode ser confessional, ou seja, vinculado a uma religião. O ideal é que o ensino fosse não confessional, plural, explicando os pontos de várias religiões àqueles que se matriculassem.
RE 494601 de março de 2019 – O Estado deve proteger e viabilizar todas as formas de manifestação cultural e religiosa, tutelando de forma incisiva aqueles grupos que participaram doprocesso civilizatório, tais como indígenas e negros. Assim, tornou-se possível o sacrifício dos animais em cultos de matrizes africanas, como parte de liturgias. A decisão só abraçou as religiões africanas e não aquelas de ascendência diversa.
Curandeirismo é crime, não é liberdade religiosa.
				CAPÍTULO 6 – DIREITOS SOCIAIS
ARTIGO 6º - enuncia os direitos sociais. Foi modificado por emenda constitucional em três oportunidades, não possuindo redação original do Poder Originário em 1980:
EC 26/2000 – incluiu o direito à moradia
EC 64/2010 – incluiu o direito à alimentação.
EC 90/2015 – inseriu o direito a transporte.
- Integram direito de segunda dimensão, de natureza prestacional, que exigem um fazer do Estado – regra. Exceção: Existem direitos sociais de cunho negativo, como a liberdade sindical do artigo 8º, I, da CF.
- Foram implementados pela CF/1934.
RESERVA DO POSSÍVEL – idéia de que existe uma limitação jurídico-fática para que os Poderes Públicos consigam implementar todas as garantias sociais por razão financeira. Justificativa de não implementação de certo direito por não possui orçamento.
Constitucionalismo do futuro: As Constituições não podem nascer repositários de simples intenções, não factíveis. Assim, zela pela verdade, devendo ser inserido, apenas, direitos que possam ser implementados da sociedade.
RESERVA DO MÍNIMO FUNDAMENTAL – O Estado não pode alegar a reserva do possível quando se tratar de direito existencial.
RE 657718 – decisão do Supremo de maio de 2017:
	Nossa Constituição é prolixa, analítica e longa, sendo a terceira com o maior número de palavras. A conseqüência central disso é a constitucionalização abrangente: no processo de democratização do país, tentou-se incluir um rol de direitos considerados importantes na referida Carta – tutelando direitos e fins públicos. Quando a constitucionalização abrangente se apresenta, criam-se pretensões judicializáveis no que tange à implementação. 
	Judicialização não é no Brasil derivada do ativismo judicial, que é a interferência do Judiciário nos setores, mas advém também do desenho constitucional, possuindo competências variadas. Há a transferência de agendas: temas que deveria ser resolvidos no Poder Legislativo e Executivo foram transferidos para o Judiciário. 
	A Judicialização da saúde é um tema sensível: várias questões que deveriam ser resolvidas pelo Poder Executivo estão sendo resolvidas no Poder Judiciário. Isso porque o tema é matéria de competência concorrente, considerando o federalismo cooperativo.
	Durante a crise da pandemia, todos os entes federados disputam o protagonismo no combate à pandemia, já que todos podem legislar sobre saúde: estados, municípios e União: fechamento de fronteiras, abertura e definição de serviços sociais. 		Essa crise desemboca no STF que determina quem terá atribuição nesse sentido, o que mostra dessintonia entre os entes federados.
REsp 1.657156 de setembro de 2018 - O Judiciário responde a perguntas relacionadas a medicamentos, definindo políticas públicas nesse setor, como se compreendesse sobre o tema . O Poder Judiciário realiza a tarefa de definir as políticas públicas porque os outros Poderes falham nas suas atribuições constitucionais.
O medicamento não está incorporado em ato normativo do SUS e, ainda, sim chegou ao Judiciário para que este intervenha nas políticas públicas e obrigue o Estado a fornecer o medicamento. O STJ decidiu que isso é possível desde que haja: laudo médio fundamentado e circunstanciado, o paciente que confirmar que não tem disponibilidade financeira e o medicamento deve estar registrado na ANVISA.
Maio de 2019 – RE 657718 do STF – a pergunta envolvia o terceiro tópico da decisão do STJ no que se refere ao não registro na ANVISA, responsável por exercer a vigilância sanitária dos medicamentos, não sendo procedimento burocrático, mas controle de tutela da saúde pública (medicamento eficaz e seguro).
Pode o Poder Judiciário obrigar o Estado a fornecer esse medicamento? Decisão do STF:
- Sendo medicamento experimental – não.
- Sendo medicamento com eficácia comprovada sem registro na Anvisa – em rega, a ausência do registro impossibilita – regra.
- Exceções: é possível obrigar o Estado a conceder fármaco não registrado na Anvisa quando:
---- ANVISA demorar a avaliar o fármaco, considerando o prazo legal da lei 13411/2016– mora em ofertar o registro.
----Existência do registro em agência de regulação sanitária internacional reconhecida.
----Não houver outro remédio no Brasil para tratar a doença.
---- Quando o laboratório já fez o pedido de registro pela ANVISA. Só será excepcionado quando ocorrer doenças raras.
As ações devem ser pleiteadas na Justiça Federal, ocupando a União no pólo passivo. Isso porque o ponto central é a morosidade d ANVISA: somente a União tem competência para acelerar o processo – por isso, não serão em face dos municípios e do Estado.
		CAPÍTULO 7 – DIREITO DE NACIONALIDADE
- Artigos 12 e 13 da CF
- Lei 13445/2017 – substituiu a lei 6815/1980 , Estatuto do Estrangeiro. O estrangeiro, que era visto como inimigo, passou a ser visto como sujeito de direitos.
CONCEITOS INICIAIS:
NACIONALIDADE: vínculo de direito público jurídico-político que liga pessoa a certo Estado, tornando o indivíduo integrante do povo. 
NACIONAL: detentor de nacionalidade. Possui direitos e obrigações.
NAÇÃO: termo de matriz sociológica: agrupamento de pessoas que se encontram no mesmo território, ligadas por vínculos objetivos (língua, história, cultura) e subjetivos ( idéia de pertencimento à sociedade). Nem todos que integram a nação são necessariamente nacionais: é possível que estrangeiro conviva harmonicamente.
POVO: elemento de composição do estado nacional – possui relação direta à nacionalidade, pois engloba, apenas, os nacionais, sejam natos ou naturalizados. 
POPULAÇÃO: todas as pessoas dentro um território: nacionais, estrangeiras, apátridas.
ESTRANGEIRO: nacional de outro estado.
APÁTRIDA: não possui nacionalidade.
POLIPATRIDA: possui mais de uma nacionalidade.
ESPÉCIES DE NACIONALIDADE:
1. ORIGINÁRIA /PRIMÁRIA: origina os brasileiros natos. Hipóteses do ARTIGO 12
ALÍNEA A: critério territorial: nascido em território nacional é brasileiro nato, independentemente da nacionalidade dos pais, exceto se os dois pais são estrangeiros e, pelo menos, um deles deve estar no Brasil a serviço do país de origem. 
Exemplos:
- Dois pais são argentinos de férias no Brasil – criança é brasileira nata.
- Dois pais são argentinos e estão a serviço do Uruguai - criança é brasileira nata.
- Dois pais são argentinos e estão a serviço de empresa privada argentina - a criança é brasileira nata. 
ALÍNEAS B e C: critério sanguíneo, caso não tenha nascido no Brasil. É critério secundário que, sozinho, não concede a nacionalidade, necessitando de outro critério. Não basta ser filho de brasileiros:
- Critério Funcional: se os pais brasileiros estiverem a serviço do Brasil.
- Critério de Registro: a criança deve ser registrada em repartição brasileira consular.
- Critério Residencial com a opção confirmativa: se a criança residir no Brasil com qualquer idade. Atingida a maioridade, deve, perante a Justiça Federal, em processo de jurisdição voluntária, fazer a chamada opção confirmativa. 
2. DERIVADA/ SECUNDÁRIA: aquisição da naturalidade brasileira.
- Na CF/88 só se admite a naturalização expressa: o indivíduo precisa manifestar expressamente o desejo de se naturalizar. 
- Não se admite a naturalização tácita no Brasil, também conhecida de não naturalização, sendo comum nos países que possuem nacionais em número inferior. Nesse entendimento, a naturalização é automática e a não aceitação é que deve ser expressa. 
- A Constituição Imperial de 1824, primeira, fundacional e histórica, admitia a naturalização tácita. Todos os portugueses que estavam aqui se tornariam, automaticamente. Início da nação.
- A segunda Constituição, a Republicana de 1891, dizia que os estrangeiros que se encontravam no Brasil no momento da proclamação da república,se tornavam automaticamente brasileiros, exceto se procurassem o Estado e demonstrassem recusa em adquirir a nacionalidade secundária. 
2.1 NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA 
2.2 NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA – artigo 12, II, b, CF
REQUISITOS: Estrangeiro de qualquer nacionalidade, Residência ininterrupta no Brasil por mais de 15 anos, Ausência de condenação penal e Apresentação de requerimento. Cumpridos os requisitos constitucionais, terá o direito subjetivo público de obter a nacionalização.
AGRAVO 32074 - A residência ininterrupta é diferente de permanência ininterrupta. Assim, é possível que tenha tido necessidade de deslocamento e permanência em outro país por viagens, lazer, estudo. Tendo mantido a residência aqui, cumprirá o primeiro requisito. 
EXTRADIÇÃO1578 /2019 – O Supremo entendeu que o naturalizado tendo cometido crime antes da naturalização poderia ser extraditado, mas opta-se por não fazê-lo quando o país requerente atravessar por instabilidade política, não assegurando o julgamento do naturalizado por Tribunal de Exceção, aliás, não assegura o direito de não ser preso perpetuamente, por exemplo, vedação no Brasil. Assim, apesar de presentes os requisitos jurídicos que permitam a extradição, é preciso analisar se o Estado requerente julgará em Tribunal de Exceção.
 MS 33864 /2016 - 1ª turma do STF: 
- Brasileiros, em geral, podem perder a nacionalidade.
- O naturalizado pode perder por meio do cancelamento da naturalização após trânsito em julgado em virtude de atividade nociva ao interesse nacional – perda-punição
- O naturalizado e o nato podem perder por meio da aquisição de outra nacionalidade ( regra). Exceções: hipóteses autorizadas pela CF. 
	Uma brasileira nata se muda aos Estados Unidos, com o visto de residência permanente, se naturaliza norteamericana de forma voluntária, não tendo sido obrigada pela lei local. O Brasil considera que isso é um ato de deslealdade com o próprio país, um infidelidade com a pátria. 
	Com o desenrolar da história, nos Estados Unidos, a moça foi acusada de matar o marido norteamericano. Ela apresentou o passaporte brasileiro e conseguiu voltar para o Brasil. Aqui, os EUA pediram a extradição e o Brasil negou, pois se tratava de brasileira nata. No entanto, o país requerente argumentou o seguinte: que era brasileira nata, pois, ao adquirir a nacionalidade americana, perdeu a brasileira e, inclusive, a Constituição Brasileira assim prevê. 						Por isso, o processo extradicional contra ela foi aberto – artigo 12, §4º, II, da CF.
	CAPÍTULO 8 – DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
Artigo 14 a 16 – direitos políticos		artigo 17 – partidos políticos
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL: 
		Normas, leis e emendas constitucionais podem alterar o processo eleitoral. Para evitar alterações casuísticas que beneficiem grupos dominantes, também, e que se promova mudanças permanentes e legítimas, a fim de melhorar o processo eleitoral, convencionou-se que a alteração adquire vigência na data em que é publicada, no entanto, só produzirá efeitos nas eleições subsequentes.
		Em outras palavras, homenageando a idéia da não surpresa e da proteção ao pleito eleitoral, uma proposta de emenda constitucional que altere o processo eleitoral entrará no ordenamento jurídico na data de publicação, mas é preciso aguardar 1 ano de vigência, em que a norma ficará hibernando, para que tenha eficácia e aplicável às eleições que ocorram após esse ano.
-- Exemplos:
		 A lei 13165 foi publicada em 29 de setembro de 2015, valendo para as eleições de outubro de 2016 tendo cumprindo 1 ano de vigência. 
		As leis 13487 e 13488 foram publicadas no dia 06 de outubro de 2017. Houve eleições no dia 7 de outubro de 2018 e as referidas foram aplicadas.
		O STF, numa ADI 3685, entendeu que o princípio é garantia individual do eleitor, estando imune a atuação do legislador derivado, ou seja, da abolição ou restrição do Congresso Nacional. Assim, está protegido como sendo cláusula pétrea, na forma do artigo 60.
MANDATO:
		O mandato é de 4 anos, não sendo considerado cláusula pétrea. Assim, a redução ou ampliação do tempo, em período de pandemia, por exemplo, não viola a constituição e não ameaça cláusula pétrea. 
		Tramita no Congresso Nacional a possibilidade de ampliar o mandato de prefeitos e vereadores para que haja eleições destes no mesmo ano, unificando os pleitos eleitorais e, nesse sentido, gerando economia para os cofres públicos. 
		Também tramita no Congresso a possibilidade de estender os mandatos de prefeitos e vereadores até 2022, realizando-se os pleitos junto aos presidentes, deputados e senadores. Se isso acontecer, alguns dispositivos serão afetados, como aquele que determinado mandato de 4 anos. Uma PEC daria conta disso sem afrontar a característica do voto petrificada no artigo 60, II, que é a periodicidade. 
		Sobre trocar as datas das eleições, o artigo 77, caput, da CF delimita que o 1º turno ocorre no 1º domingo de outubro e o segundo turno, se houver, ocorre no último domingo de outubro. Há proposta no Congresso que tencionam adiar o pleito eleitoral: a primeira transfere o primeiro turno para 15 de novembro e a outra que transfere para o dia 6 de dezembro. 
		O TSE tem, no mínimo, 7 ministros, dentre os quais 3 pertencem ao STF na forma do artigo 119 da CF. Atualmente, o ministro Barroso é o presidente do TSE e já se posicionou contra a extensão dos mandados para prefeitos e vereadores para 2022.
- A necessidade da crise sanitária pode indicar como solução o adiamento das eleições.
- As normas que alteram o pleito eleitoral só valem para as eleições após 1 ano de sua vigência. Assim, trocar as datas da eleição e promover a extensão dos mandatos ferem o artigo 16 da CF?
POSSIBILIDADE DA REELEIÇÃO: 
		EC 16 passou a permitir a reeleição no Poder Executivo para mais um único período subsequente, modificando a redação dos artigos 82 e 14,§5º da CF. Após, haverá a alternância do poder.
		É possível ocupar mesmo cargo do Poder Executivo por 3 vezes, sendo, apenas 2 consecutivas.
		Exemplo de situação que ocorreu no Estado e que, agora, será transferido para o município de São Paulo: O sujeito foi eleito vice na chefia do executivo e durante o exercido do mandato substituiu o titular em diversas oportunidades. Se depois, por sucessão, ocupar o cargo principal, estará cumprindo o primeiro mandato, considerado mandado-tampão, pois está substituindo o titular. Em 2016, o atual prefeito de São Paulo era vice e sucedeu o titular em 2018 ( mandato tampão). Em 2020, disputou a reeleição. Seria possível em 2024 disputar o cargo de novo? Não, pois já usufruiu o segundo mandato. 
		Caso do Alckimin:
		Em 1994, Mário Covas se elegeu governador do estado e o vice era Alckimin. No primeiro mandato, Alckimin substuiu Covas em diversas oportunidades. Em 1998, Mário Covas se reelegeu governador do estado de SP e Alckimin se reelegeu vice. 
		No curso desse segundo mandato, em março de 2001, Mário Covas faleceu e Alckimin se tornou sucessor, cumprindo o primeiro mandato como titular.
		Em 2002, disputou as reeleições. A Corte entendeu em recurso extraordinário o seguinte: aquele que foi eleito vice e reeleito vice não exercia função de titular ainda que o tenha substituído em algumas situações. Ao suceder o titular, aí sim passou a ser governador, sendo esse o primeiro mandato. Assim, tem direito à disputar a reeleição.
		Em 2006, teve a alternância do poder e, em 2010, Alckimin se candidatou de novo e se reelegeu pela 3ª vez não consecutiva.
		Em 2010, é a segunda reeleição de Alckimin na condição de governador e venceu as eleições. Em 2014, é a segunda reeleição dele na condição de governador.
Após, em 2012, ele se desincompatibiliza, ou seja, renuncia o cargo até 6 meses antes do pleito para disputar a presidência da república. 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO DO STF 637485: PREFEITO ITINERANTE
Aquele que se elege prefeito do município A e se reelege não poderá, no terceiro mandato, tentar ser prefeito do município A, nem vice deste último.
- Poderia o prefeito troar o domicílioeleitoral para outro município e tentar as eleições nesse local? Não. O Supremo vedou a figura do prefeito profissional ou itinerante, pois é maneira reflexa de violar o §5º do artigo 14 da CF. 
CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA: pode se alistar
CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA: aquele que se elege
O exercício da capacidade eleitoral ativa é condição de elegibilidade.
INELEGIBILIDADE REFLEXA – ARTIGO 14, §7º c/c SV 18 c/c RE 758461
- É relativa, não atinge a pessoa em todos os casos, só atinge certos cargos.
- É chamada de reflexa, pois não é culpa da pessoa, mas pare do chefe do poder executivo e atinge as pessoas mais próximas dele: casamento ou união estável, parentesco até 2º grau cossanguíneo ou por adoção e afinidade. O objetivo é que determinada família se escatele no Poder. Assim, não poderá, portanto, se candidatar na mesma circunscrição. No caso do presidente, a circunscrição é o país todo; governador, o estado;município, aquela região. 
- No caso de serem titulares de mandato eletivo e estão se candidatando à reeleição, não haverá inelegibilidade, pois não se está tentando “pegar carona” no mandato do outro. Exemplo: Imaginemos que, em 2016, João se candidatou ao cargo de prefeito do município A e seu filho Joãozinho, ao mesmo tempo, se candidatou ao cargo de vereador da mesma cidade – o que é possível. Após, os dois foram eleitos. Em 2020, João, o prefeito quer ser reeleito, bem como o filho nos mesmos cargos. Agora, imagine que Maria, fllha de João, deseja, nesse ano, se candidatar à vereadora nesse município. O entanto, isso não é viável: não pode Maria se candidatar a cargo eletivo, pois seu pai é parente de 1º grau e chefe do executivo ( inelegibilidade reflexa). Poderia disputar o governo do estado, pois está fora da circunscrição do pai. 
CAPÍTULO 9 – AÇÕES CONSTITUCIONAIS
		Assim que a Constituição é promulgada é publicada, entrando em vigor, é possível olhar para a s normas aquelas que, sozinhas, são capazes de produzir todos os efeitos, que não dependem de regulamentação posterior, denominadas de normas constitucionais de eficácia plena.
		Nem todas possuem a referida eficácia plena, não produzindo todos os efeitos essenciais de imediato, dependentes de regulamentação posterior, dependendo da atuação do Congresso.
		Essa questão se fez presente em todas as Constituições anteriores, inclusive, quando advinha novo Texto, diversas normas não tinham sido regulamentadas. Assim, a problemática não é atual. Nesse sentido, a Assembleia Nacional Constituintes se preocupou com a questão da regulamentação, trazendo, na CF/88, dois instrumentos jurídicos que visam combater a síndrome da inefetividade das normas constitucionais.			A regulamentação legislativa posterior não ocorre de forma fácil e simples, por isso, há a preocupação em regulamentar possível omissão violadora do texto constitucional.
		No controle concentrado de constitucionalidade, tem-se ADIO e o MI, sendo esse último instituto tipicamente brasileiro criado para combater vício particular do nosso país.
		Quando nossa Constituição foi promulgada em 05/10/88, tínhamos 382 dispositivos carecedores de regulamentação. Desses, 264 já foram regulamentados. Hoje, no ano de 2020, há 118 dispositivos a serem regulamentados. 					Muitos não foram regulamentados porque não há interesse por parte do Congresso em cumprir a demanda constitucional. Temos como exemplo aqueles temas divisivos, assuntos que encerram desacordo moral razoável e exigem enfrentamento para serem trabalhados, muitas vezes, num contexto de polarização. Nesse sentido, é cômodo para o Congresso não regulamentar os assuntos, deixando os espaços em aberto para não lidar com assuntos difíceis, como união homoafetiva, demarcação de terras indígenas, descriminalização da prática do aborto, criminalização da homofobia/transfobia. Para a política tradicional, torna-se complicado abordar os temas, pois dependem de voto e não enfrentá-los é bastante cômodo, precisando do apoio. Enfrentar temas divisivos significa se posicionar apoio de alguns e não apoio de outros. 
		Por outro lado, se o Congresso não trata de certos assuntos, o espaço em aberto é preenchido por outro Poder. Quando o protagonismo do legislativo de esvai, se eximindo de abordar temas adequados à seara política, o Poder Judiciário, sempre atuante no modo contenção, atuará de modo ativista.
		O ativismo judicial é uma postura, é uma opção de alargar a atuação. Isso não viola a separação de poderes, mas a linha é muito tênue. Por isso, certas decisões do Supremo geram tantas discussões, principalmente por não ser consenso na Corte: a decisão será decidida por maioria.
		 O Poder Judiciário possui o protagonismo em razão da Judicialização e do ativismo. Judicialização é fenômeno fruto do desenho institucional. Ocorre de forma excessiva devido a diversas causas, como: 
- atuação dos ministros do Supremo na CF/88 para que suas atribuições fossem alargadas, resultando na amplitude do artigo 102 em termos de tarefas e competências. 
- Constitucionalização abrangente: o texto ambicioso e prolixo gera a constitucionalização de diversos pontos da vida privada. Nesse sentido, as demandas tornam-se judicializáveis. Questões que antes só podiam ser resolvidas pelas instâncias políticas tradicionais passam aser objetos de demanda perante o poder judiciário. Se a CF prevê 78 incisos no artigo 5º e todos eles contendo um direito, sempre que as políticas públicas não forem implementadas pra assegurar o direito, o sujeito pode ajuizar uma demanda, levando o Judiciário a atuar em demandas que não são próprias. 
- Sistema de controle de constitucionalidade.
	O ativismo Judicial, por outro lado, é postura do Poder Judiciário: recebe a demanda, deve julgá-la, mas pode se conter em alguns pontos ou não. A resolução de muitas questões deriva da ausência de protagonismo dos outros Poderes.
MI 4473 julgado com a ADIO 26 – junho de 2019 : trataram da consideração de que atos homofóbicos e transfóbicos se inserem dentro do gênero racismo.
Antes, o racismo estava ligado ao fenótipo, à cor da pele. Agora, há a dimensão social: qualquer postura odiosa que subjugue determinado grupo pode ser enquadrada nesse gênero racismo.
Lei de racismo 7716/ 1989: pune atos de comportamento odioso contra certos grupos, mas está calcada em comportamentos relacionados à raça. Assim, as condutas racistas estão somente vinculadas à cor da pele, adotando proteção a grupos específicos.
Assim, o Supremo alargou o entendimento até chegar a atual noção de que atos que importam em racismo como dimensão social, desatrelando o racismo do conceito da lei 7716/89, abraçando qualquer grupo. 
A Constituição possui mandado de criminalização para condutas consideradas preconceituosas nos artigo 5º, inciso 41 c/c artigo 5º, inciso 42 da CF. No entanto, não está regulamentado quais são as condutas consideradas preconceituosas, sendo papel do Congresso definir quais condutas são essas. 
Há diversos projetos de lei tramitando no Congresso Nacional de criminalização da homofobia. Há dois caminhos que podem ser seguidos: aguardar o Congresso Nacional enfrentar o tema ou, percebendo a inércia e o desinteresse no tema divisivo, se socorrer ao Judiciário. 
Quando o Congresso não age, abre o espaço para que outro Poder aja, tomando o protagonismo da matéria.Foi o que ocorreu com o MI e a ADIO acima mencionadas: até que sobrevenha lei editada pelo Congresso Nacional editada a implementar os mandados de criminalização, o que vale para criminalizar condutas homofóbicas e transfóbicas vale a lei 7716, pois as condutas se enquadram na dimensão social do termo racismo, sendo espécie desse gênero. 
O Mandado de Injunção é instrumento relacionado à omissão, judicializando as matérias no STF que não conseguem ser regulamentadas pelo Congresso. 
O STF, durante muitos anos, adotou a teoria não concretista, sendo o MI 107 representante dessa postura: o STF reconhecia a mora, mas nada fazia, aguardando a regulamentação. 
Com a CF/88, não se sabia exatamente como operacionalizaro inagural MI, havendo dificuldades em compreender que o enfrentamento das questões constitucionais poderiam advir não somente de atitude comissiva, mas de omissão. Assim, nos primeiros anos, o STF apenas reconhecia a necessidade de regulamentação e o não agir, aguardando.
Em outubro de 2007, o Supremo promoveu o overulling, mudança de entendimento, virada paradigmática: adotou a teoria concretista por muitas razões, como mudança de composição da Corte, ministros associados a novas ideias, bem como a passagem do tempo: 20 anos após a promulgação da CF, o legislador não se ocupava da regulamentação. Nesse sentido , o STF adotou a teoria concretista no julgamento conjunto envolvendo a regulamentação do artigo 7º, inciso 37, que prevê o direito ao exercício de greve pelos servidores, o que gerava maneiras desregulametadas do exercício do direito.
Por isso, o STF pegou os dispositivos da lei 7783/89 e determinou que a lei que regulamenta a greve na iniciativa privada deveria ser aplicada à greve no serviço úblico, até que o Congresso resolve vencer a inércia e regulamentar a matéria. 
O efeito da decisão é erga omnes atingindo todos os destinatários da nroma constitucional – teoria concretista geral.
Após, o Supremo adotou a teoria concretista individual: a solução dada no MI atingia somente quem era parte na relação jurídica inicial.
Em 2016, editou-se a lei 13.300 que regulamenta o MI, que adotou a teoria concretista intermediária – artigo 8º, inciso I: ao julgar a injunção e entender pela concessão, deverá conceder o STF prazo para que o responsável regulamente a matéria. Se o prazo for vencido sem sucesso,deve o Poder Judiciário concretizar o exercício do direito, daquela liberdade.
 - Segue a legislação a teoria concretista, impondo passagem do tempo para que o legislador resolva regulamentar. 
- Se o órgão já foi cientificado em outro MI, diz a lei que o judiciário não precisa conceder mais prazo, podendo adotar a teoria concretista direta.
CAPÍTULO 10 – ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO
FORMA DE GOVERNO: REPÚBLICA
- Relação entre governantes e governados.
- O modo de escolher os governantes é republicano.
- A primeira Constituição de 1824 adotou o sistema de governo monárquico, mas, desde o decreto nº1/1989, somos republicanos.
PRINCÍPIOS REPUBLICANOS:
- Eletividade: representantes escolhidos pelo povo
- Temporariedade: cumprimento de mandatos, com termo inicial e final previamente estabelecido.
- Responsabilidade pelos atos praticados no exercício da função.
FORMA DE ESTADO: FEDERALISMO
- Existência ou não de descentralização no exercício do poder político em determinado território.
- Em todo o período monárquico, adotamos a forma de estado unitária: o poder estava concentrado em único núcleo estatal. Desse núcleo emanavam todos os comandos decisórios e normativos. 
- Desde o decreto nº1 DE 1989, passamos também a ser uma federação como forma de Estado.
- Há 30 países no mundo que adotam o federalismo, aproximadamente. A maioria dos países de organizou segundo o princípio unitário.
- “Federação não é escolha, mas destino”: países que possuem extensão territorial, diversidade étnica, lingüística ou complexidade de diversas ordem. Ela mantém várias grupos plurais unidos em um único Estado Nacional. Pela diversidade, dialoga no âmbito internacional com mais força. 
- 40% da população mundial está organizada em federalismo. 
- Há países que são unitários no papel, mas, na prática, adotaram o federalismo, como a China. Se considerarmos a China como Estado Federal, 70 porcento da população mundial viverá conforme o federalismo. 
CARACTERÍSTICAS: 
- Descentralização do poder político, originando as entidades federadas dotadas de autonomia, pois a soberania é atributo importante no Estado Brasileiro. 
- No Brasil, apresenta-se como União, DF, Estados e Municípios.
- No Brasil, há uma especificidade na federação: é uma federação de 3º grau, pois ao invés de repartirmos o exercício do poder político no plano federal e regional, somente, descemos ao plano loca municípios também são entidades federadas dotadas de autonomia. Nenhuma outra faz isso. 
- A CF/88 alçou os municípios à condição de entes federados. Possuem poder político próprio: terão campo material, administrativo, legislativo e tributário específico de atuação. 
-São dotados de, somente, autonomia: isso significa que não poderá abandonar a federação. Qualquer agitação política que culmine em movimentos separatistas será submetido a processo interventivo.
- Só uma federação no mundo que prevê a secessão no texto constitucional: a federação da Etiópia, a fim de apaziguar os conflitos internos, o que pode possuir efeitos contrários.
FORMAÇÃO DE NOVOS ESTADOS E NOVOS MUNICÍPIOS:
- A indissolubilidade do vínculo federativo é previsto constitucionalmente, mas mudanças na arquitetura interna são possíveis.
- artigo 18 §3º - Demanda plebiscito consultando a população interessada.
- ADI 2650 – A corte envolvia o seguinte problema: uma situação de desmembramento para se formar um Estado novo, a população diretamente interessada, inclui, também, a parte remanescente – para além da população da área ser desmembrada.
- Se a população concordar no plebiscito, haverá a oitiva das assembleias legislativas dos Estados - Artigo 48, VI .Serão ouvidas, ofertarão pareceres opinativos e o Congresso editará a lei complementar criando a nova entidade federal.
5 MANEIRAS DE FORMAR NOVO ESTADO E MUNICÍPIO:
1. INCORPORAÇÃO: 
- Há o Estado originário, que será incorporador e outro que será incorporado. Só um estado restará. 
- Houve esse movimento da década de 70, quando a LC 20/74 determinou que o Estado do Rio de Janeiro iria incorporar o Estado da Guanabara.
2. INCORPORAÇÃO ENTRE SI – FUSÃO
- Há dois estados originários que vão incorporar um ao outro. Eles desaparecerão e darão origem a um terceiro e novo Estado. 
3. SUBDIVISÃO:
- O Estado Originário se subdivide para dar origem a outros. O primeiro desaparecerá. Ex: Minas Gerais se subdivide: Minas e Gerais.
4. DESMEMBRAMENTO ANEXAÇÃO:
Há um estado originário que terá perda territorial. Esta porção será deslocada para outro. Nenhum estado desaparece ou surge. 
5. DESMEMBRAMENTO FORMAÇÃO:
Determinado estado originário perde porção territorial e esta dará origem a novo território federal ou estado membro. Ex: a tentativa de desmembramento por formação ocorreu no estado do Pará em 2011: Tapajós e Marajós. O Estado do Pará não seria subdividido, não desapareceria. O Estado do Pará continuaria e uma porção seria desmembrada.
FORMAÇÃO DE NOVOS MUNICÍPIOS:
- Previsão constitucional artigo 18, §4º - dispositivo de eficácia limitada: só realizam de forma plena todos os efeitos essenciais quando regulamentadas. Tornou-se de eficácia limitada com o acréscimo da EC 15/96: passou a exigir a formação fosse antecedida por edição de lei complementar federal, que regulará todo o processo.
- Não há até hoje a referida lei, por isso, não se admite hoje a formação de novos municípios sem LC editada.
- Tudo isso para evitar a criação de municípios para fins eleitoreiros e faciltar a administração dos 5 mil e tanto municípios brasileiros tão desiguais.
- A federação brasileira é simétrica, adota o mesmo idio
				REPARTIÇÃO CONSTITUCIONAL DE COMPETÊNCIAS
- Trata do campo de atuação material dos entes federados.
- Os entes federados são dotados de autonomia, possuem competências de natureza administrativa, material, legislativa e tributária próprias.
 A divisão de tarefas é definida por meio de determinadas técnicas:
		O Brasil adotou o Princípio da predominância ou preponderância de interesse na hora de distribuir competências - É preciso avaliar o interesse predominante: sendo o interesse nacional, a competência é da União; se o interesse é regional, a tarefa é dos estados membros; se o interesse for local, aos municípios. 
		O Brasil adota o modelo americano, criado no momento de elaboração da noção de federação: competências são enumeradas de forma taxativa à União e poderes remanescentesaos estados-membros. Houve adaptação a esse modelo, pois o Brasil enunciou os municípios à condição de entes federados, definindo, também, para esses poderes. A União mantém maior número de competências e tarefas constitucionais A federação é marcadamente centrípeta.
		Nos EUA, ao contrário, o modelo é centrífugo: os estados possuem mais poderes que o ente federal. A CF dos EUA é concisa, elaborando poucas tarefas para a União, deixando muitos poderes remanescentes a cargo dos estados membros. 
		Ainda com relação à divisão de competências, adota-se a técnica de repartição horizontal e vertical de competência. A primeira surgiu nos EUA e entrega aos entes federados competências materiais exclusivas e legislativas privativas. Surgiu no contexto de formação do liberalismo. A segunda surgiu na Alemanha: o Estado ganha mais competências, infla a zona de atuação, e divide entre os entes as competências que serão chamadas de materiais comuns e legislativas concorrentes Surge no contexto de formação do Estado de Bem-Estar Social. No Brasil, se fez presente na Constituição de 1934, abandonando-se o liberalismo clássico e passando-se a adotar o federalismo de cooperação de condomínio legislativo.
		Artigo 30 da CF: repositário central de competências municipais, mas não exclusivo, Há tarefas esparsas.
COMPETÊNCIAS MUNICIPAIS – artigo 30.
LEGISLAR SOBRE INTERESSE LOCAL: conceito jurídico indeterminado. É preciso consultar em obras doutrinárias e sites do STF sobre quais temas o município legisla. Ex: 
- normas de higiene de trabalhos e restaurantes, 
- ordenação do solo urbano, 
- fixa horário de funcionamento do comércio conforme Súmula Vinculante 38 do STF (o horário de funcionamento de bancos para fins de atendimento ao público é fixado pela União – Súmula 19 do STJ – se tratarem do conforto e segurança dos usuários, a competência é do interesse local). 
- o tempo máximo de espera em fila, conforme jurisprudência, em bancos, lotéricas, cartórios de notas, concessionárias de água e energia elétrica, mercado. é definido pelo município.
LEGISLAR SOBRE OS TEMAS DO ARTIGO 24: apesar de não possuir competência legislativa concorrente por não estar listado no artigo, o inciso II do artigo 30 permite que o município legisle sobre os temas ali postos dede que haja pré-normatização feita pela União e pelos Estados membros, a fim de complementá-la. 
- Se a União ou o Estado membro não legislar, o município não pode exercer competência legislativa plena. Isso porque possui competência suplementar/complementar.
- Se a União não legisla sobre o tema do artigo 24, os Estados e o DF podem fazer de forma plena – exercício de competência suplementar supletiva, ainda que não haja norma geral ( competência concorrente).
- IDEAL: União edita norma geral; estados e DF suplementam para atender às próprias necessidades. Se a União ficar inerte, estados e DF podem editar de forma plena. Se assim fizerem, posteriormente, a União pode editar, de modo superveniente, as normas gerais. Ela suspende a legislação estadual nos pontos onde houver contrariedade – não a revoga.
CAPÍTULO 11 – INTERVENÇÃO
Em uma federação, existe a descentralização do Poder Político, está pulverizado nas entidades da federação: União, estados, DF e municípios, que são tríplices capazes no que tange à auto-organização, autogoverno e autoadministração (autonomia).
Há duas forças antagônicas que geram o equilíbrio federativo: centrípeta , aquela que a União toma para si os poderes e as competências, e centrífuga, aquela que se caracteriza pela delegação de poderes determinados aos estados.
A Corte Constitucional possui competência para sanar conflitos materiais e legislativos entre os entes federados, delimitando a interpretação de certas normas.
A intervenção é mecanismo severo que tenta garantir o equilíbrio entre as federações. 
Em 2018, na presidência do Michel Temer, houve a decretação de intervenção federal no estado do Rio de Janeiro (decreto 9288) e Roraima.
 Atualização: Página 824, citação 2 – em 2019, quando o Supremo foi avaliar a ADIN que questionava o decreto 9288, este não estava mais no mundo jurídico, tendo sido extinto. Assim, a ação foi prejudicada por perda superveniente do objeto. 
Numa federação, a regra é a autônoma. A intervenção é a antítese: supressão temporária da autonomia do ente federado, a fim d recuperar o status quo do ente federado.
PRINCÍPIOS QUE REGE O PROCESSO INTERVENTIVO:
NÃO INTERVENÇÃO: reconhecimento de que a intenção é a ultima ratio dentre a multiplicidade de soluções existentes para a questão. Medida menos gravosa e cabível será preferível.
TAXATIVIDADE: será possível nas hipóteses previamente listadas pela CF – artigos 34 e 35. Parcela da doutrina entende que o rol é fechado: só o Poder originário pode criar hipóteses de intervenção. Isso significa que as emendas 14/96 e 29/2000, que acrescentaram novas hipóteses, possuem constitucionalidade duvidosa. Há autores que entendem que as referidas emendas são constitucionais, compreendem que o rol é fechado, impossibilitando a interpretação extensiva, mas que o Poder Reformador pode elaborar outras hipóteses.
TEMPORARIEDADE: a intervenção não é sanção, mas tentativa de recobrar a normalidade, superar a situação excepcional e deve durar o tempo necessário para se estabelecer a normalidade. O decreto deve delimitar prazo.
A INTERVENÇÃO OCORRE SEMPRE DO ENTE MAIOR PARA O ENTE MENOR. 
INTERVENÇÃO FEDERAL 
- Pressupostos materiais que autorizam a referida intervenção nos estados membros pela UNIÃO - estão no artigo 34
- Pressupostos formais – artigo 36.
INTERVENÇÃO ESTADUAL
- Pressupostos materiais que autorizam a referida intervenção nos municípios pelo estado membro - estão no artigo 35
TERRITÓRIOS FEDERAIS: 
- Se for criado por lei complementar, não é ente de federação, integrando à União. Não pode ser alvo de intervenção, pois não possui autonomia.
Sendo divididos em municípios e um deles praticar ato que coloque em risco o pacto federativo, poderá sofrer intervenção. Será determinada pela União. 
DISTRITO FEDERAL:
- Sofre intervenção, mas não pode intervir, pois não pode ser dividido em municípios.
No caso de omissão do estado-membro, a União não poderá intervir em município, pois fere o artigo 35 da CF – não existe intervenção per saltum.
DEFESA DA ORDEM PÚBLICA: pressuposto material utilizado para justificar a decretação de intervenção dos decretos já mencionados.
MODALIDADES DE DECRETAÇÃO DE INTERVENÇÃO DECRETADA PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA – inciso X, artigo 84 da CF:
- Nos casos em que o artigo 36 cria procedimentos específicos para decretar a intervenção, fala-se na modalidade provocada por outro ente.
- Nos casos dos incisos I,II, III e V do artigo 34, trata-se de intervenção espontânea.
Nos outros incisos, intervenção provocada. 
Conselhos da República e da Defesa devem ser previamente ouvidos produzirão pareceres opinativos que auxiliam o presidente – artigos 90 e 91.
CAPÍTULO 12 – PODER LEGISLATIVO
O Poder Legislativo está presente em todas as esferas da federação. 
- No âmbito federal, é bicamearal, formado pela Câmera dos Deputados e Senado. A segunda casa representa os estados-membros e o DF e assegura o princípio da participação destes na formação da vontade nacional. O bicameralismo é federalista ( não é classista, nem aristocrático).
- No caso dos estados, cada um terá a própria Assembleia Legislativa – unicameral.
- No caso dos municípios, a Câmara dos Vereadores – unicameral.
FUNCIONAMENTO:
LEGISLATURA: tempo de mandato de 4 anos
 4 anos para deputados federais – 1 legislatura
8 anos para os senado – 2 legislaturas
SESSÃO LEGISLATIVA: período anual de trabalho no Congresso, que não segue no nosso calendário gregoriano. O ano do Congresso é dividido em dois períodos:
1º semestre- 2 de fevereiro até 17 de julho. 
2º semestre - 1º de agosto até 22 de dezembro.
Os espaçamentos são recessos parlamentares.
Cada legislatura comporta 4 sessões legislativa pra deputados e 8 para senadores.
		As sessões legislativasextraordinárias são convocadas nos recessos parlamentares nos termos do artigo 57, §6º .
		Pode ser requerida pelo presidente do Senado Federal. EX: nos casos de decretação de estado de defesa e estado de sítio pelo presidente da república no período do recesso, o presidente do Senado convocará convocação extraordinária do Congresso.														 Ocorre,também, nos casos de posse e compromisso do presidente e do vice eleitos em outubro. 1º de janeiro é no meio do recesso e, por essa razão, haverá convocação de sessão legislativa extraordinária. 
		Há outras hipóteses na tabela do livro.
		A EC 50 de 2006 modificou o artigo 5,§6º : o texto constitucional passou a vedar o pagamento de verba indenizatória em virtude de convocação extraordinária de parlamentar durante o recesso. Nos anos anteriores, as convocações extraordinárias eram habituais, custando muito aos cofres públicos. Após esse período, curiosamente, deixaram de serem “necessárias”.
		Ainda sobre a vedação, é preciso se lembrar que o STF considerou côo norma de repetição compulsória pelos outros entes federativos em nome dos princípios da moralidade e da simetria. Ainda que a Constituição Estadual siga prevendo a possibilidade de parlamentares estaduais, o dispositivo está equivocado, considerado inconstitucional, podendo ser discutido em ADI. 
		A sessão legislativa começa em 2 de fevereiro. No entanto, no primeiro ano da legislatura, inicia-se no dia 1 de fevereiro e sessão preparatória, a fim de dar posse aos eleitos no ano anterior e a composição de duas mesas diretoras, que terão 1 mandato de 2 anos.
		O §4º do artigo 57 está em discussão, é assunto de proposta de emenda constitucional: a parte final diz que é vedada a recondução daquele que ocupa cargo na mesa diretora na eleição imediatamente subseqüente. 							A interpretação literal do dispositivo constitucional é: aquele que ocupou determinado cargo na mesa diretora 1 não pode, na mesma legislatura, pretender ocupar o mesmo cargo, tentando se reeleger. Veda a recondução para o mesmo cargo na eleição subseqüente na outra Mesa na mesma legislatura.
		O Regimento Interno do Senado interpretou o dispositivo da seguinte forma
: impede que a vedação alcance a legislatura subseqüente. O sujeito se elegeu para um cargo na mesa diretora 2. Ao mudar de legislatura, pode pleitear o mesmo cargo na mesa 1 – ver o esquema da página 882.
	Exemplo concreto:
		Em 2019, inaugurou-se a nova legislatura. Rodrigo Maia se elegeu presidente da Câmara e ocupa a direção da mesa 1 da primeira legislatura.
		Ele também se elegeu presidente em 2017, ou seja, a mesa 2 da última legislatura já foi presidida por ele.
		Isso é possível porque presidiu em legislaturas diferentes.
		Na eleição de fevereiro de 2021, de acordo com a atual redação do artigo citado, Rodrigo Maia não poderia disputar a reeleição, pois a CF veda a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente,abrangendo mesa 1 e mesa 2 da mesma legislatura.
		A manobra política que está sendo gestada está na PEC 103 de 2003, que modifica a redação do §4º do artigo 57, para que a vedação à recondução em reeleição imediatamente subseqüente se torne factível.
		Opinião da autora: o artigo não é norma materialmente constitucional, não precisava ter sido tratado na CF, sendo assunto que interessa ao Poder Legislativo e poderia ser regulado em legislação infraconstitucional, somente.
		O STF em duas ADI 792 e 793 entendeu que a vedação não é norma de repetição obrigatória. Isso significa que as normas das assembléias legislativas estaduais não estão obrigadas a seguir a disposição do §4º, permitindo a reeleição na legislatura subseqüente. 
		Por mais que haja a nossa crítica sobre perpetuação no poder, a questão deve ser tratada pelos parlamentares eleitos.
		
		Na legislatura anterior, iniciada em fevereiro de 2015, quem se elegeu presidente da Câmara foi Eduardo Cunha. Depois, em meados de 2016, perdeu o mandato. Assim, foi necessário eleger novo presidente para terminar o mandato pelo Cunha iniciado. 													Nesse sentido, Rodrigo Maia se elegeu presidente da Câmara dos Deputados em meados do ano de 2016, finalizando a presidência na 1ª mesa da legislatura passada (madato-tampão no segundo ano da legislatura).						Em fevereiro de 2017, houve a nova eleição para a formação da mesa 2 Rodrigo Maia se elegeu de novo, mesmo sendo para cargo idêntico ao ocupado na 1ª mesa na eleição subseqüente na mesma legislatura. A interpretação, corroborada pelo Supremo em Mandados de Segurança, foi: Rodrigo Maia se elegeu para cumprir mandato-tampão na primeira mesa da legislatura passada. Não foi recondução, pois não foi cumprido de forma completa.
DECISÃO PROFERIDA PELA 3ª CÂMARA CRIMINAL DO TJ DO RIO DE JANEIRO:
- Flávio Bolsonaro é investigado na operação Rachadinha pelo período quando era deputado estadual tinha foro no TJRJ.
- Ao deixar o cargo, o foro não o acompanha. O foro só se mantém enquanto estiver no exercício do cargo, pois não é privilégio pessoal, mas prerrogativa de função.
- ADI 2797 – Supremo confirmou a impossibilidade de perpetuação do foro quando enfrentou a lei 10628. Os legisladores tentaram fazer renascer o enunciado da súmula 394 cancelado em 1999, no qual permitia a perpetuação.
- Hoje, Flávio Bolsonaro é Senador e possui foro no STF. No entanto, o entendimento da Corte, na ação penal 937 em 2018, por meio da técnica de dissociação, houve redução teleológica do dispositivo que prevê foro especial no Supremo aos Congressistas. Criou, portanto, cláusula de exceção implícita, a partir da teleologia dos artigos 102, I, b E ARTIGO 53, §1º - o foro dos Congressistas é o Supremo, mas, por meio dessa técnica de dissociação, promove-se a redução teleológica para explicitar o sentido do dispositivo e a finalidade da CF quando o elaborou. A intenção é proteger o cargo e não a pessoa que temporariamente o ocupa. Por essa razão, o foro especial só se aplica nos casos de prática de crime no exercício do mandato e com relação em cargo.
- Como Flávio Bolsonaro é Senador, o foro pode ser o STF para crimes cometidos durante o mandato e para atos relacionados a ele. Como os atos praticados ocorreram enquanto deputado estadual, o STF não é o foro especial adequado. 
- O TJRJ também não é, pois Flavio Bolsonaro não é mais deputado estadual.
- A questão seguirá nas instâncias ordinárias na 1ª instância onde já estava. 
CAPÍTULO 13 – PROCESSO LEGISLATIVO
- Processo legislativo é composto de atos que devem ser praticados de modo pré-ordenado para se ter a feitura das espécies normativas primárias previstas no artigo 59 da CF. São assim chamadas porque retiram o fundamento de validade do texto constitucional.
- São elas: Emendas constitucionais; Leis complementares, ordinárias e delegadas; Medidas provisórias; Decretos legislativos; Resoluções.
PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO
Elaboração das leis ordinárias.
FASE INTRODUTÓRIA: ato de iniciativa
 FASE CONSTITUTIVA: deliberação (comissões), votação e deliberação executiva ( sanção e veto presidencial)
 FASE COMPLEMENTAR/ DE INTEGRAÇÃO DE EFICÁCIA: promulgação e publicação
PROCESSO LEGISLATIVO ESPECIAL:
Elaboração de leis complementares.
Segue, basicamente, o mesmo trâmite de feitura de lei ordinária, com a diferença da maioria de aprovação: 
LO – artigo 47 – aprovada pro maioria simples
LC- artigo 69 – aprovada pro maioria absoluta.
Conceitos de maioria:
- Maioria é o primeiro número inteiro após a metade.
- Maioria simples é a maioria dos presentes, desde que haja quórum. Depende do número de presentes, então, o número variará.
- Maioria absoluta é a maioria dos membros, estipulada em número fixo. 
- Senado Federal é Casa Legislativa composta por 81 integrantes. Se quero aprovar PL complementar, preciso da concordância de 41 senadores, no mínimo, se todos estiverem presentes. Imaginemos que, na votação, dos 81 presentes, estavam presentes 60. Se quero aprovar PL complementar, preciso do voto de 41. Se há 50 senadores presentes, preciso da aquiescência de 41.
- Se 30estavam presentes, não é possível colocar o PL complementar em votação. É preciso que, pelo menos, 41 estejam presentes.
- No caso de PL ordinária, se tenho 60 presentes, preciso da aprovação de 31 votos.
 Diferença material entre lei ordinária e lei complementar:
LC- matéria taxativa expressa na CF.
LO- matéria residual não abarcada pelas outras espécies.
Não há hierárquico-normativa entre LC e LO, mas diferenças de campos de atuação. 
Se eventualmente LO tratar de matéria devida à LC, estará afrontando a CF. Assim, considera-se que a LO e inconstitucional. O contrário não é verdadeiro: a LC que trata de matéria prevista para LO é constitucional. Isso porque seguiu basicamente o mesmo processo de confecção normativa, no entanto, com aprovação mais solene, mais gravosa. Será, portanto, mantida no ordenamento jurídico: será LC na forma, na roupagem, apenas. Materialmente é considerada lei ordinária e, inclusive, no futuro, pode ser revogada por LO. Via de regra, LC revoga LC e LO revoga LO. No entanto, nesse caso específico, LO revoga LC. Isso porque a lei é híbrida.
PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO EM ASSOCIAÇÃO AO ESPECIAL:
INICIATIVA – artigo 61
Deflagra o processo legislativo.
	Quem pode apresentar projetos de lei: parlamentar e extraparlamentar (presidente, cidadãos, STF, PGE, Tribunais Superiores).
	Alguns dos legitimados do artigo 61 são detentores de iniciativa reservada: só podem apresentar PL sobre temas previamente delineados no texto constitucional, tal como o STF, que está vinculado aos artigos 93 e 96, II; PGE e Tribunais Superiores ( artigo 128, §5º).
	Os outros possuem iniciativa geral, podendo elaborar PL de temas gerais: membros e comissões do congresso, presidente da república e cidadãos. Não podem tratar das matérias reservadas a outros. 
	Artigo 61, §1º – matérias reservadas para presidente da república. A norma é de repetição obrigatória: são reservadas aos chefes do Poder Executivo dos outros entes federativos.
	Havendo usurpação de iniciativa do presidente, o vício formal contamina todo o projeto de lei, ocasionado inconstitucionalidade total - inconstitucionalidade formal propriamente dita subjetiva.
	Se o vício não decorrer de iniciativa, será vício formal chamado de inconstitucionalidade formal propriamente dita objetiva.
	O vício de iniciativa não pode ser corrigido, convalidado. O presidente também não pode abrir mão porque está vinculado à ordem constitucional. Mesmo que sancione o PL viciado.
	Na iniciativa popular: o PL deve ser apresentado na Câmara dos Deputados, pois é a casa que representa o povo. Os requisitos são rigorosos demais, razão pela qual se tornou instituto decorativo na CF – artigo 61, §2º. A iniciativa popular também é cabível nos outros entes.
	Os cidadãos não podem apresentar PEC. Essa vedação não é de repetição obrigatória dos estados-membros, cabendo a iniciativa popular para apresentar PEC à Constituição Federal.
FASE CONSTITUTIVA
DELIBERAÇÃO: 
- Discussão nas comissões e realização de pareceres.
-Toda Casa Legislativa submete à CCJ, que analisa a constitucionalidade da proposição.
- É votada no Plenário da Casa e encaminhada ao Presidente da República se aprovado nas duas casas.
- O presidente da república terá 15 dias úteis para sancionar. Ficando em silêncio, haverá a sanção tácita.
- Se vetar o projeto de lei, baseado na constitucionalidade ou na contrariedade ao interesse público. Terá prazo de 48 horas para comunicar ao Senado o motivo do veto.
- O veto é irretratável.
- O veto presidencial não é definitivo.
- O veto pode ser derrubado pelas Casas Legislativas em sessão conjunta. 
- O veto presidencial não precisa ser analisado em ordem cronológica, ou seja, havendo vetos anteriores, o Congresso não precisa apreciá-los para que possa analisar algum específico vindo posteriormente. Esse posterior pode “passar a frente “ dos antigos
CAPÍTULO 14 – PODER EXECUTIVO 
AP937 – O STF, em 2018, firmou interpretação restritiva o foro especial só se aplica se o fato é cometido durante a vigência do mandato e no exercício da função.
	Recurso extraordinário 1.185838 – A Corte Suprema enfrentou um caso envolvendo um prefeito que cumpriu mandato entre 2009 a 2011. Não foi eleito em 2012 e voltou a se prefeito do esmo município em 2016
	Em 2009 e 201, supostamente praticou ato criminoso, possuindo foro privilegiado para ser julgado no Tribunal. Com o encerramento do mandato, em razão da não reeleição em 2012, o TJ deveria ter reconhecido incompetência e remetido os autos para as instâncias ordinárias, no entanto, manteve consigo o processo. Em 2016, o processo teve continuidade e chegou ao Supremo que decidiu pela remissão do processo às instâncias ordinárias, pois não houve continuidade entre o primeiro e o segundo mandato do prefeito. Houve eleição, intervalo e nova eleição. 			Haveria manutenção do foro no caso de existir continuidade entre eleição e reeleição - Recuso extraordinário 1. 253213.	
	
NORMA DE REPETIÇÃO OBRIGATÓRIA: as regras constitucionais são válidas para outras entidades federadas.
	Quando a Constituição foi publicada e promulgada, As Constituições Estaduais foram organizadas a partir desse novo parâmetro. Então, o poder Derivado decorrente, quando da elaboração da Carta Estadual, pautou-se na estrutura prevista na CF/88. 
	Em alguns casos, o Poder Originário determinou quais normas seriam de repetição obrigatória, como imunidade aos congressistas. No entanto, não indicou no que se refere a muitas normas. Nesse sentido, torna-se importante conhecer as manifestações do Supremo sobre o assunto. 
LICENÇA – Artigo 83 da CF: o presidente e o vice não poderão sair do país por período superior a 15 dias sem autorização prévia do Congresso, culminando na perda do cargo em razão de renúncia do cargo. A referida regra é de repetição compulsória para as outras esferas conforma a ação direta de constitucionalidade 3647.
IMPOSSIBILIDADES DE EXERCÍCIO DO CARGO – IMPEDIMENTO E VACÂNCIA:
--Impedimento: deriva de ausência temporária de exercício de função: viagem, tratamento de saúde. Precisa de substituto temporário o presidente.
-- Vacância: ausência categórica, o cargo esta em aberto em definitivo. O presidente precisa de sucessor. 
- O vice é eleito já com essa função de substituir o presidente em razão de impedimento e vacância.
- No caso de dupla vacância, vitimizando o presidente e o vice, é preciso organizar novas eleições, podendo ser direta ou indireta dependendo do momento de ocorrência da vacância. Ocorrendo nos dois primeiros anos, eleições diretas. Ocorrendo nos dois últimos anos do período presidencial, será indireta, realizada pelo Congresso Nacional, funcionando como colégio eleitoral de escolha dos representantes. O eleito nas eleições extraordinárias só completará durante o período remanescente pelo antecessor – mandato tampão. 
- Quando à ocorrência no âmbito estadual: O STF decidiu que, ocorrendo dupla vacância, haverá eleições. Elas serão diretas se ocorrerem nos dois primeiros anos do mandato. No caso de a vacância ocorrer nos dois últimos anos, o Estado poderá definir por liberalidade se: colocará também eleição direta ou indireta (modelo federal).
- Assim, não é norma de repetição obrigatória, sendo preciso olhar a Constituição Estadual quando tratar de matéria de eleição em caso de impedimento ou vacância. 
O Poder Decorrente no âmbito do Estadual teve duvidas em relação à estruturação do Executivo no que tange à reprodução da inteireza do disposto na CF na esfera regional. 
PRERROGATIVAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA – todas de ordem formal:
- Autorização: o presidente só pode ser processo por crime comum e por crime de responsabilidade no Senado e houver autorização da Câmara por 2/3 dos membros.
- Cláusula de irresponsabilidade penal temporária: durante a vigência do mandato, o presidente só pode ser responsabilizado com crimes relacionados à função. A responsabilização dos outros só ocorrerão após o término do mandato. 
- Prisão: artigo 86, §3º- O presidente só pode ser presidente só podeser preso em razão de sentença penal condenatória proferida pelo STF em razão de crime comum. Não existe prisão temporária, em flagrante, preventiva ou decorrente da prática de um crime de responsabilidade. 
	O STF definiu que as prerrogativas referentes à cláusula de irresponsabilidade temporária e prisão existem para o presidente por serem chefe de Estado, razão pela qual são inextensíveis aos governadores dos estados.
	A prerrogativa referente à Autorização foi entregue e o presidente em razão de ser chefe de governo. Nesse sentido, durante certo tempo, foi extensível aos governadores – seguindo o modelo federal. 								 No entanto, servindo a intenções anti-republicanas, ou seja, tendo as Asssembleias Legislativas dos Estados negado o pedido do STJ de julgar governadores, pois precisa de autorização para tal, o STF mudou o entendimento. 		Em 2017, o STF firmou o entendimento de que os governadores não fazem mais jus a prerrogativa da autorização. Assim, é julgado pelo STJ pelo Tribunal Especial sem a autorização das Assembleias. 
	Nesse sentido, a reprodução das prerrogativas acima é VEDADA aos governadores.
CAPÍTULO 15 – PODER JUDICIÁRIO 
Só é órgão do Poder Judiciário aquele listado na CF/88 - Artigo 92.
EC 45 de 2004 – inseriu o Conselho Nacional de Justiça, que é fruto do Poder Derivado Reformador, que inseriu este novo órgão ao Poder Judiciário. É o único órgão desprovido de natureza jurisdicional, sendo estritamente administrativo.
- Desempenha controle interno da atuação do Poder Judiciário: promove o controle da atuação administrativa e financeira do Judiciário e a fiscalização do cumprimento dos deveres funcionais dos magistrados.
- Composição heterogênea - são 15 conselheiros na forma do artigo 103, b, da CF.
 9 são jurisdicionais (3 possuem relação com o STJ, 3 com o STF e 3 com o TST) e 6 são não jurisdicionais . 
- O presidente do STF presidir o CNJ – EC 61 – retirada do critério etário do texto constitucional, que impedia o ingresso de Peluso no Conselho, pois já contava com 67 anos.
- Relacionados ao STF: ministro, uiz estadual e desembargador do TJ indicados pelo STF
-Relacionados ao STJ: ministro do STJ( será corregedor no CNJ), juiz do TRF e juiz federal indicados.
-Relacionados ao TST: ministro de TST, juiz de TRT e juiz do trabalho. 
- 2 Advogados indicados pelo Conselho Federal da OAB
- 2 membros do MP: 1 do MPU indicado pelo PGR e 1 indicado pelo MPE, indicado pelo órgão de classe respectivo 
- 2 cidadãos com notório saber jurídico e reputação ilibada indicados pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado.
ADI 4638 – A atuação do Conselho é originária e concorrente dos Tribunais no que tange à Correição. Pode ingressar PAD contra magistrados.
EC 92 de 2016 – inclusão do TST no Poder Judiciário no inciso II-A: destacou a Justiça do Trabalho de forma especifica, o que não ocorreu com a Justiça Militar e Eleitoral, fato esse que desequilibrou as Justiças Especializadas. Ademais, criou sobreposição de conteúdo, considerando o inciso IV existente anteriormente.
CAPÍTULO 17 – CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Via de exercício difuso – de matriz norteamericana.
Via de exercício concentrado - de matriz européia, austríaca.
Modelo de jurisdição constitucional ampla que combina as duas matrizes.
O controle difuso ficou mais conhecido em 1803, no início do século XIX, em decisão proferida pela Corte americana. Já estava presente em outros precedentes.
No Direito Brasileiro, a 1ª CF de 1981 trouxe a via de exercício difusa para o ordenamento pátrio.
O controle concentrado foi inserido posteriormente, sob influência de Hans Kelsen.
-- 1965 representação de constitucionalidade - gênese da ADI
–EC 16 – ADI na CF
CF/88 – fortalecimento da via concentrada de controle abstrato
O rol de legitimados foi ampliado em relação à representação de constitucionalidade.
Rol taxativo, forma de legitimados – artigo 103 da CF :
- 4 Autoridades: presidente da república, procurador geral governador do estado e governador do DF.
- 4 Mesas Diretora da Câmara dos Deputados, Senado, Assembleia Legislativa do Estado, Legislativo do DF.
Conselho Federal da OAB, partido político com representação no congresso, entidades de classe em âmbito nacional e confederações sindicais
ADI- representação interventiva.
- Ajuizada de forma exclusiva pelo procurador geral da república.
- única ação do controle concentrado in concretu.
- deriva da circunstância de o STF já reconheceu que o artigo 103 não é norma de repetição obrigatória. Cada Constituição Estadual é livre para criar o próprio rol de legitimados, obedecendo ao artigo 125, §2º, da CF , objetivando à pluralização. 
ADIO - violações ao texto constitucional podem advir de omissões.
MI INDIVUDUAL
MI COLETIVO
ADPF
ADC – inclusão da EC 3
Artigo 13 da lei 9868/99 + EC 45 – rol de legitimados definidos no artigo 103 da CF.
O artigo 13 era compatível à CF naquele momento. Com a EC, tornou-se incompatível com a nova redação constitucional. Não pode ser considerada inconstitucional. Inconstitucionalidade ocorre no momento da criação na norma, sendo um vício congênito, não adquire no decorrer na vida normativa. Assim, tornando-se incompatível, não foi recepcionada pela redação nova dada pela emenda à CF.
-- Partido político representado no Congresso Nacional: aquele que possui, no mínimo, 1 membro em qualquer uma das duas Casas. A legitimidade é verificada no momento da propositura da ação. Mesmo com eventual perda de mandato, o processo continuará, em razão do caráter objetivo.
-- Jurisprudência defensiva: tentativas para conter o número de processos. Criou distinção entre os legitimados:
- Universais ou neutros: não precisam demonstrar pertinência temática. 	 - Especiais e ou interessados: devem comprovar pertinência temática: conexão entre função desempenhada e norma impugnada.
- Quem ocupa o pólo ativo no processo objetivo em é, apenas, advogado formal. Apesar disso, os especiais devem comprovar pertinência temática.
Partido, entidade e confederação : não possuem capacidade postulatória para ajuizar a ação.
CAPÍTULO 18 – CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE NOS ESTADOS

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