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EUTANÁSIA, DISTANÁSIA, ORTOTANÁSIA E SUICÍDIO ASSISTIDO

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INSTITUTO EDUCACIONAL DO NORTE DE MATO GROSSO (IENOMAT)
FACULDADE DE DIREITO DE ALTA FLORESTA (FADAF)
CURSO DE DIREITO
LARISSA PEREIRA ROCHA 
EUTANÁSIA, DISTANÁSIA, ORTOTANÁSIA E SUICÍDIO ASSISTIDO.
Alta Floresta – MT
2019
Quando se fala em eutanásia o tema ainda é de grande tabu para muitos, apesar de ser um tema muito discutido pelo ordenamento jurídico brasileiro. Esta discussão onde se trata de uma pessoa enferma em estado terminal e sem probabilidade de reversibilidade clínica poder reivindicar o direito a uma morte digna sempre dividiu a civilização em dois grupos que, ou são favoráveis ou contra a eutanásia.
O debate sobre a eutanásia compreende alguns valores, tais como: valores jurídicos, religiosos, médicos, éticos, sociais e morais, o que só faz aumentar a polêmica do assunto.
No entanto, outros quesitos são considerados, para quais sejam a inevitabilidade da morte, a compaixão, o sofrimento humano, o custo elevado em se conservar uma vida vegetativa em um leito que importa em custo exagerado e a impossibilidade de salvação do doente.
Assim a vida, que é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal, é posta em debate no que fere à sua disponibilidade. Um doente que se acha em agonia, sem expectativa de tratamento, já atestada pelo médico, e perto da morte, está vivo, mas não vive, não goza de um mínimo de condição de vida.
Portanto podemos definir a eutanásia como a antecipação da morte de um paciente que se encontra em uma situação clínica de sofrimento e sem possibilidade de cura, como é o caso dos pacientes terminais.
A palavra “eutanásia” vem do grego e significa “boa morte”. Assim, a ideia seria a de oferecer uma morte mais humanizada e com um grau de sofrimento menor, uma espécie de “morte assistida”, já que a eutanásia é sempre realizada por outra pessoa que não o próprio paciente.
No Direito Penal brasileiro não existe a menção explícita sobre a proibição da prática de eutanásia, sua prática pode ser enquadrada no Código Penal Brasileiro como homicídio simples, ou privilegiado dependendo do caso.
Quando o paciente opta pela eutanásia não se trata apenas de uma opção, mas uma valoração, de quando viver não é mais a melhor escolha, já que não é possível fazê-lo com dignidade. Desta forma, a eutanásia precisa ser analisada concretamente e não abstratamente. Já que esta não é apenas a interrupção da vida, mas, também, o alívio para o sofrimento do paciente.
A eutanásia pode ser classificada, quanto ao tipo de ação, em ativa, passiva ou indireta e de duplo efeito. 
A eutanásia ativa é o ato específico é uma atitude positiva, é cometida para causar a morte do paciente independente de sua vontade. A eutanásia ativa, quanto ao consentimento do paciente, ainda se subdivide em: voluntária, onde o paciente consegue exprimir sua vontade de morrer; não voluntária, é aquela que ocorre quando o paciente não consegue expressar o desejo pela morte; e, involuntária, caso do paciente que não consegue exprimir sua vontade.
A classificação quanto ao consentimento do paciente visa estabelecer a responsabilidade do médico. 
Já na eutanásia passiva o ato é omitido intencionalmente, a doença segue seu curso natural, é deixado de lado o que se pode fazer para salvar a vida do paciente a fim de que este venha a morrer, pode também ocorrer o desligamento de máquinas que o mantenham vivo artificialmente. 
Há também a eutanásia de duplo efeito, citado no capítulo anterior, onde a morte é acelerada como consequência indireta de ações médicas realizadas que objetivam o alívio do sofrimento do paciente terminal.
Dessa forma podemos perceber que a eutanásia é diferente do suicídio assistido. Na primeira, uma pessoa é responsável por causar a morte de outra, cujo estado de saúde encontra-se incurável. Na segunda, uma determinada pessoa fornece meios para que o paciente terminal acabe com ele mesmo, com a sua própria vida.
Assim o suicídio assistido ocorre quando uma pessoa, que não consegue concretizar sozinha sua intenção de morrer, solicita o auxílio de outro indivíduo. Tal prática é feita, geralmente, por atos, como prescrição de doses altas de medicação e/ou indicação de uso.
A distanásia é o contrário da eutanásia. Onde a distanásia consiste em prolongar o processo de morte do paciente diagnosticado com doença incurável e em estado terminal. Mesmo ciente que este prolongamento poderá causar-lhe dores insuportáveis, a pessoa acaba por aceitar pela esperança que ainda tem de que possa vir a melhorar, porém os medicamentos e procedimentos não curam, apenas retardam a morte e são denominados por alguns autores, de tratamento de futilidade. A morte não é uma doença e não deve ser tratada como tal. Procedimentos de cura e prolongamento da vida do paciente podem se transformar em tortura para este. A vida humana é finita, a morte é inevitável e garantida.
A ortotanásia consiste neste conforto do paciente terminal em momentos anteriores a sua morte, os cuidados básicos continuam sendo ministrados ao paciente para lhe diminuir as dores físicas que a doença traz consigo. A palavra ortotanásia de origem grega, assim como a eutanásia, significa morte natural, morte correta. A morte ocorre naturalmente, sem intervenções–para abreviá-la ou prolongá-la, no tempo certo.
Não há, na ortotanásia, a ação de ofender a vida, como há na eutanásia, portanto não se fala do homicídio previsto no artigo 121, do Código Penal, e também não se fala em omissão de socorros, não tange a omissão prevista no artigo 4°, do Código Penal, pois aqui se trata de paciente em estado irreversível, já tendo recebido os cuidados necessários para sua recuperação hipotética, mas sem sucesso. Tampouco fere o princípio da dignidade humana, prevista no artigo 1º, III, da Constituição Federal.
No Brasil, a eutanásia é considerada crime, além de ser uma conduta antiética de acordo com o código de Medicina. No ordenamento jurídico brasileiro não existe previsão legal para a eutanásia, por isso se alguém for pego realizando-a pode ser então condenado a pena de reclusão de 06 a 20 anos.
Porém, o parágrafo primeiro do artigo 121 do Código Penal brasileiro prevê a redução da pena no caso de mortes causadas por motivos de relevantes valores sociais ou morais ou sob o domínio de emoção violenta. Assim, a eutanásia pode ser considerada, em alguns casos, “homicídio privilegiado”, e quem o comete poderá receber perdão de parte da pena.
Os profissionais que são contra a prática da eutanásia defendem a tipificação do ato como crime, já que se está atentando contra a vida humana, o bem mais precioso e inviolável do direito. Dessa forma, ninguém teria o direito de abreviar a vida.
No Brasil, existe um projeto de lei datado de 1996 (Projeto 125/96) que propõe permitir a eutanásia em casos nos quais os pacientes estão em sofrimento e os tratamentos médicos são inúteis, já que não conseguem reverter o quadro e nem cessar o sofrimento.
Em contrapartida, também existem projetos contrários, como o Projeto de Lei 5.058/05 que busca tornar a eutanásia e a interrupção voluntária da gravidez como crimes hediondos. Isso mostra que o tema ainda é bastante polêmico e ainda não se está próximo de um consenso em relação a este tema.

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