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Magna Lenise Flores Mota ORÇAMENTO EMPRESARIAL E FLUXO DE CAIXA Aluno: ____________________ SUMÁRIO 1. CONCEITOS 3 2. ORÇAMENTO DE VENDAS 5 3. GASTOS 7 4. ORÇAMENTO DE CUSTOS DOS MATERIAIS DIRETOS 8 5. ORÇAMENTO DOS CUSTOS DE MÃO-DE-OBRA DIRETA 13 6. ORÇAMENTO DOS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO 18 7. ORÇAMENTO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS 20 8. ORÇAMENTO DAS DESPESAS 21 9. DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO ORÇADA 22 REFERÊNCIAS 23 APÊNDICE 24 Apêndice I – Fluxo de Caixa 24 1. Orçamento Empresarial Conceito Pensar o futuro é uma forma das empresas garantirem sua existência, aliar a perspectiva financeira ao planejamento estratégico é uma forma de garantir os recursos (R$) para esta existência. Orçamento Empresarial É um planejamento financeiro feito pelas empresas para um determinado período de tempo onde são projetadas as suas receitas e despesas para aquele período, sabendo-se assim o lucro estimado. A projeção das receitas e despesas deve ser feito baseado no histórico da empresa/setor ou em alguma pesquisa de mercado, caso contrário isto será um “chute”, ou seja, não serve para nada. Histórico Lunkes (2008) relata que a palavra orçamento surgiu com ao antigos romanos que usavam uma bolsa de tecido chamada fiscus para coletar impostos. Na idade média as bolsas da tesouraria do Reino Unido eram denominadas de fisc. Na frança este termo era conhecido como bougette e entre os anos de 1400 e 1450 tornou-se parte do vocabulário inglês. “Em meados do século XVIII, o primeiro-ministro levava ao parlamento os planos e despesas envoltos em uma grande bolsa de couro, cerimônia que passou a chamar-se de opening of the budget, ou abertura do orçamento” (LUNKES; 2008, p. 25). Para o mesmo autor o orçamento só passou a ser foco de estudo no Brasil na década de 40 e só ganhou destaque empresarial a partir de 1970. Objetivos do Orçamento O objetivo principal do orçamento empresarial é servir de controle empresarial, é por meio deste que o gestor consegue acompanhar se os fatos financeiros estão ocorrendo conforme esperado. Estrutura Orçamentária Orçamento de Vendas / Receita (2) Orçamento dos custos Indiretos de Fabricação (6) Orçamento dos custos de Mão-de-Obra Direta (5) Orçamento dos Custos dos Materiais diretos (4) Orçamento do Custo dos Produtos Vendidos (7) Orçamento das Despesas (8) Demonstração de Resultado Orçada (9) Orçamento de Caixa Orçamento de Capital Balanço Patrimonial Orçado Figura 1: Estrutura Orçamentária Fonte: Adaptado de LUNKES, 2008. 2. Orçamento de VendaS O orçamento de vendas serve para estimar as receitas que a empresa terá no período orçado. As receitas é a somatória da receita de cada produto ou serviço RECEITA = PREÇO DE VENDA X QUANTIDADE VENDIDA Esta estimativa pode ser baseada em uma série de fatores, juntos ou isoladamente, fatores como: · O histórico da empresa; · Pesquisa de Mercado; · Planejamento estratégico; · Capacidade produtiva; etc. Exercício A indústria de enlatados Bonalata Ltda. produz ervilha, milho e sardinha em conserva. Suponha que você é o responsável pelo orçamento operacional e que deverá elaborar o orçamento de vendas e o fluxo de caixa para os meses de Outubro, Novembro e Dezembro de 2013. Para isto, você contará com as seguintes informações: Conforme o gerente de vendas, o preço praticado pela empresa é de R$ 1,76 a ervilha, R$ 2,18 o milho e R$ 3,72 a sardinha. E a política de vendas é 50% de entrada e o restante em 30 e 60 dias. O departamento de Marketing relatou que após ampla pesquisa as projeções de demanda em latas são: Produto Outubro Novembro Dezembro Ervilha 23.000 26.000 31.000 Milho 38.000 42.000 51.000 Sardinha 12.000 13.000 18.000 Elabore um orçamento de vendas e o fluxo de caixa (Anexo I) destas receitas. Outubro Produto Preço Unitário Quantidade Receita Ervilha Milho Sardinha Total Novembro Produto Preço Unitário Quantidade Receita Ervilha Milho Sardinha Total Dezembro Produto Preço Unitário Quantidade Receita Ervilha Milho Sardinha Total Total do Período Produto Receita Ervilha Milho Sardinha Total Geral 3. GASTOS Gastos é a aquisição de um bem ou serviço mediante pagamento, ou seja, desembolso financeiro. Os gastos podem ser divididos em: Custos: Todo desembolso ligado a produção (Ex.: Compra de Matéria Prima). Despesa: É o desembolso financeiro que não está ligado a produção (Ex.: Pagamento do Vendedor) Estes também podem ser classificados como: Variáveis: Que varia em função da quantidade produzida/vendida (Ex.: Matéria Prima). Fixos: Não de não varia em função da produção (Ex.: Aluguel). Direto: Que se consegue alocar a cada produto (Ex.: Matéria Prima). Indireto: Para alocar a algum produto deve-se usar alguma base de rateio (Ex.: Salário do Supervisor da Produção). Como podemos perceber a Matéria Prima é um custo direto e variável. 4. ORÇAMENTO DOS CUSTOS DOS MATERIAIS DIRETOS É a parte do orçamento que calcula o custo dos materiais usados na fabricação de um determinado produto (insumos, embalagem, etc.). Exercício (Continuação) O Departamento de Produção relatou os produtos/insumos que as matérias-primas são consumidas por cada produto na seguinte proporção: Matéria-prima Ervilha em conserva Milho em conserva Sardinha em conserva Ervilha (g) 180 g - - Milho (g) - 180 g - Sardinha (g) - - 180 g Sal (g) 10 g 10 g 10 g Água (ml) 110 ml 100 ml 100 ml Lata (embalagem) 1 unidade 1 unidade 1 unidade O departamento de compras informou que o pagamento do fornecedor é metade a vista e o restante com 30 dias e o valor de cada item está na tabela seguinte: Matéria-prima Custo Ervilha (g) R$ 3,15/kg Milho (g) R$ 4,20/kg Sardinha (g) R$ 8,14/kg Sal (g) 2,05/kg Água (ml) R$ 0,25/litro Lata – Milho e Ervilha (embalagem) R$ 0,04/unidade Lata – Sardinha (embalagem) R$ 0,06/unidade Elabore um orçamento dos custos com matéria prima e complete o fluxo de caixa (Anexo I). Outubro Matéria-prima Ervilha A - Consumo por unidade (g) B - Quantidade Consumida C - Consumo Total (Kg) - ( A x B / 1000 ) D - Custo do Kg E - Custo total da Matéria Prima (CxD) Ervilha (g) 180g 23.000 4.140 3,15 13.041 Sal (g) 10g 23.000 230 2,05 471,50 Água (ml) 120ml 23.000 2.760 0,25 690.000 Lata (embalagem) 1 23.000 23.000 0,04 920.000 Total: 15.122,50 Matéria-prima Milho A - Consumo por unidade (g) B - Quantidade Consumida C - Consumo Total (Kg) - ( A x B / 1000 ) D - Custo do Kg E - Custo total da Matéria Prima (CxD) Milho (g) Sal (g) Água (ml) Lata (embalagem) Total: Matéria-prima Sardinha A - Consumo por unidade (g) B - Quantidade Consumida C - Consumo Total (Kg) - ( A x B / 1000 ) D - Custo do Kg E - Custo total da Matéria Prima (CxD) Sardinha (g) Sal (g) Água (ml) Lata (embalagem) Total: Novembro Matéria-prima Ervilha A - Consumo por unidade (g) B - Quantidade Consumida C - Consumo Total (Kg) - ( A x B / 1000 ) D - Custo do Kg E - Custo total da Matéria Prima (CxD) Ervilha (g) Sal (g) Água (ml) Lata (embalagem) Total: Matéria-prima Milho A - Consumo por unidade (g) B - Quantidade Consumida C - Consumo Total (Kg) - ( A x B / 1000 ) D - Custo do Kg E - Custo total da Matéria Prima (CxD) Milho (g) Sal (g) Água (ml) Lata (embalagem) Total: Matéria-prima Sardinha A -Consumo por unidade (g) B - Quantidade Consumida C - Consumo Total (Kg) - ( A x B / 1000 ) D - Custo do Kg E - Custo total da Matéria Prima (CxD) Sardinha (g) Sal (g) Água (ml) Lata (embalagem) Total: Dezembro Matéria-prima Ervilha A - Consumo por unidade (g) B - Quantidade Consumida C - Consumo Total (Kg) - ( A x B / 1000 ) D - Custo do Kg E - Custo total da Matéria Prima (CxD) Ervilha (g) Sal (g) Água (ml) Lata (embalagem) Total: Matéria-prima Milho A - Consumo por unidade (g) B - Quantidade Consumida C - Consumo Total (Kg) - ( A x B / 1000 ) D - Custo do Kg E - Custo total da Matéria Prima (CxD) Milho (g) Sal (g) Água (ml) Lata (embalagem) Total: Matéria-prima Sardinha A - Consumo por unidade (g) B - Quantidade Consumida C - Consumo Total (Kg) - ( A x B / 1000 ) D - Custo do Kg E - Custo total da Matéria Prima (CxD) Sardinha (g) Sal (g) Água (ml) Lata (embalagem) Total: Custo da Matéria prima de cada produto Outubro Novembro Dezembro TOTAL Lata de Ervilha Lata de Milho Lata de Sardinha TOTAL GERAL 5. oRÇAMENTO DOS CUSTOS DE MÃO-DE-OBRA DIRETA A mão-de-obra direta (MOD) é aquela que se pode atribuir a cada produto, ou seja, consiste na definição do tempo gasto na fabricação de cada produto. Após definido o tempo gasto na produção de cada produto multiplica-se o valor da mão-de-obra por este tempo. Ex: Um trabalhador custa R$ 7,00 a hora e gasta 2 hora para fabricar um produto. O custo da MOD é R$ 14,00 (7 x 2). Exercício (Continuação) Para atender a esse volume de produção, a empresa conta com departamentos de almoxarifado, produção e embalagem/expedição. As outras funções são desempenhadas pelo departamento administrativo. O custo com mão-de-obra direta é diretamente proporcional ao tempo gasto por unidade e seu custo por hora médio (já incluídos todos os encargos e provisões) será conforme o quadro abaixo: Departamento Gasto por Unidade de cada produto Tempo (Minutos) Custo (por Hora) Almoxarifado 00:05 R$ Produção 00:06 R$ Embalagem/expedição 00:02 R$ Elabore um orçamento dos custos de mão-de-obra direta e complete o fluxo de caixa (Anexo I). Outubro Item Ervilha Milho Sardinha Almoxarifado (x)Tempo por unidade (horas) (x) Custo por hora (x) Quantidade Produzida (=) Custo total Montagem (x)Tempo por unidade (horas) (x) Custo por hora (x) Quantidade Produzida (=) Custo total Embalagem/Expedição (x)Tempo por unidade (horas) (x) Custo por hora (x) Quantidade Produzida (=) Custo total Custo Total Total Geral Novembro Item Ervilha Milho Sardinha Almoxarifado (x)Tempo por unidade (horas) (x) Custo por hora (x) Quantidade Produzida (=) Custo total Montagem (x)Tempo por unidade (horas) (x) Custo por hora (x) Quantidade Produzida (=) Custo total Embalagem/Expedição (x)Tempo por unidade (horas) (x) Custo por hora (x) Quantidade Produzida (=) Custo total Custo Total Total Geral Dezembro Item Ervilha Milho Sardinha Almoxarifado (x)Tempo por unidade (horas) (x) Custo por hora (x) Quantidade Produzida (=) Custo total Montagem (x)Tempo por unidade (horas) (x) Custo por hora (x) Quantidade Produzida (=) Custo total Embalagem/Expedição (x)Tempo por unidade (horas) (x) Custo por hora (x) Quantidade Produzida (=) Custo total Custo Total Total Geral Total Item Ervilha Milho Sardinha Almoxarifado Montagem Embalagem/Expedição Custo Total Total Geral 6. Orçamento dos Custos indiretos de fabricação Os custos indiretos de fabricação (CIF) são aqueles custos que são difícil de serem associados diretamente à algum produto, e que para isto necessitam de algum critério de calculo (rateio). A definição do método de rateio é algo difícil. Pois alguns custos podem assumir os mais variados critérios; e em alguns casos a mensuração deste critério pode ser algo difícil para a empresa. Ex.: Aluguel da Fábrica (200 m2), a área de fabricação do produto A é de 50 m2, neste caso é só dividir o valor do aluguel pelo tamanho da fábrica e multiplicar pela área. No entanto existem casos que a mensuração não é tão simples: Ex.: Uma empresa de construção que tem um engenheiro para cuidar de 5 obras, o critério de rateio seria o tempo; mas como mensurar o tempo que ele fica em cada obra? E o tempo de deslocamento entre as obras? Exercício (Continuação) A empresa já levantou os seguintes custos indiretos de fabricação mensais: Salários da supervisão: R$ 8.250,00 Energia elétrica / Água: R$ 870,00 Despesas de manutenção: R$ 2.855,50 O critério de rateio para distribuição dos custos indiretos por produto é o de sua proporção em relação ao seu faturamento. Elabore um orçamento dos custos indiretos de Fabricação e complete o fluxo de caixa (Anexo I). Item de custo Total Salários da supervisão Energia / Agua Despesas de manutenção Total Mensal: Total do Periodo: Produto Critério de rateio (%) Outubro Ervilha Milho Sardinha Produto Critério de rateio (%) Novembro Ervilha Milho Sardinha Produto Critério de rateio (%) Dezembro Ervilha Milho Sardinha Produto Total Ervilha Milho Sardinha 7. orçamento do custo dos produtos vendidos A apuração do custo dos produtos vendidos envolve a soma de todos os custos, é a soma dos Custos dos Materiais direto + Custos de MOD + CIF. Exercício (Continuação) Elabore um orçamento dos custos de mão-de-obra direta e complete o fluxo de caixa (Anexo I). Custos de Produto Vendido Item Ervilha Milho Sardinha Orçamento de matérias-primas Mão-de-Obra direta Custo indireto de fabricação Total Total Geral 8. Orçamento das Despesas As despesas são gastos que não estão ligados a produção, mas, normalmente são necessárias para o funcionamento da empresa. Exercício (Continuação) As despesas vinculadas ao departamento administrativo mensais são: Salários administrativos: R$ 29.000,00 Outras despesas: R$ 25.000,00 Comissão: 1% sobre as vendas realizadas no mês (despesas de vendas). Elabore um orçamento das despesas e complete o fluxo de caixa (Anexo I). Despesas Fixas Salários administrativo Outras despesas Total Mensal: Total Período Despesas Variáveis Comissão (Outubro) Comissão (Novembro) Comissão (Dezembro) Total Geral: 9. Demonstração de resultado orçada A demonstração de resultado orçada é uma projeção da DRE, no entanto enquanto uma faz o planejamento do que poderá acontecer a outra é realizada, mostra o que aconteceu. É importante para o gestor financeiro acompanhar o seu planejamento (orçamento). Exercício (Continuação) Monte a demonstraçãode resultado orçada para a empresa Bonalata Ltda e compare com o realizado. Item Orçado Realizado Diferença Receita operacional R$ 590.750,00 (-) Custo dos produtos vendidos (CPV) R$ 472.318,00 (=) Lucro Bruto R$ 118.432,00 (-) Despesas operacionais R$ 105.912,00 (=) Lucro Operacional R$ 12.520,00 (-) Imposto de Renda (IR) R$ 1.878,00 (=) Lucro Líquido R$ 10.642,00 REFERÊNCIAS CARNEIRO, Murilo; MATIAS, Alberto Borges. Orçamento Empresarial: Teoria, Prática e Novas técnicas. São Paulo: Atlas, 2011. FORTUNA, Eduardo - Mercado Finaneiro produtos e serviços. 13 e.. Rio de Janeiro - Qualitymark 1999. KENSKI. Antônio Carlos Coimbra. Manual de Orçamento na empresa. São Paulo: LTr, 1981. LUNKES, Rogério João. Manual de Orçamento. 2 Ed. São Paulo: Atlas, 2008 MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9.ed. São Paulo: Atlas, 2003 MORAES, Jose Rabello; SA, Carlos Alexandre. O orçamento Estratégico: uma visão empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2005. MOREIRA, José Carlos. Orçamento Empresarial – Manual de Elaboração – Ed. Atlas – 2.002. SÁ, Carlos Alexandre. MORAES, José Rabello de. O orçamento estratégico- uma visão empresarial. Rio de Janeiro - Qualitymark, 2005.300p. SHCUBERT, Pedro. Orçamento Empresarial Integrado: metodologia, elaboração, controle e acompanhamento. 3 ed. Rio de Janeiro. Editora Freitas Bastos, 2005. Welsch. Glenn Albert. Orçamento Empresarial. 4 ed. Sao Paulo. Atlas 1983. Orçamento Empresarial e Fluxo de Caixa APÊNDICES Professora: Magna Lenise Flores da Mota Página 22 FLUXO DE CAIXA Itens Outubro Novembro Dezembro TOTAL DO ANO Janeiro Fevereiro SALDO PARA O ANO SEGUINTE Saldo inicial Venda à vista Venda c/ 30 dias Venda c/ 60 dias Total de Entradas Compra à vista Compra c/ 30 Salário da Produção Salário da Supervisão Energia / Agua / Telefone Despesas de Manutenção Salário Administrativo Outras despesas Comissão de Vendas Total de Saídas Total Entrada - Saída Saldo Final
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