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Alessandra Bosquilha Gláucia Elaine Bosquilha 1ª edição Av. Casa Verde, 455 – Casa Verde Cep 02519-000 – São Paulo – SP www.rideel.com.br e-mail: sac@rideel.com.br © Copyright – todos os direitos reservados à: EXPEDIENTE Editor Responsável Editora Assistente Assistente Editorial Projeto Gráfico e Diagramação Capa Revisão Técnica Revisão de Texto Italo Amadio Katia F. Amadio Cristiane Mezzari Alfredo Carracedo Castillo Antônio Carlos Ventura Mitika Nagato Edna Emiko Nomura Proibida qualquer reprodução, seja mecânica ou eletrônica, total ou parcial, sem a permissão expressa do editor. 2 4 6 8 0 9 7 5 3 1 0 4 0 5 Bosquilha, Alessandra Minimanual compacto de ciências : teoria e prática / Alessandra Bosquilha, Gláucia Elaine Bosquilha. — 1. ed. — São Paulo : Rideel, 2005. ISBN 85-339-0746-X 1. Ciências - Estudo e ensino I. Bosquilha, Gláucia Elaine. II. Título. 05-2315 CDD-507 Índice para catálogo sistemático: 1. Ciências : Estudo e ensino 507 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) SumárioSumárioSumárioSumárioSumário Os ambientes vivo e não-vivo ................................................................................... 9 O Big Bang, 10. O Sistema Solar, 10. A litosfera ................................................................................................................... 19 A Terra por dentro, 20. Pangéia, 21. A escala de tempo terrestre, 23. A crosta terrestre, 25. A crosta oceânica, 27. A Hidrosfera ............................................................................................................... 30 Como se formou a Hidrosfera, 31. Movimentos das águas, 34. A Atmosfera ............................................................................................................... 39 Camadas da Atmosfera, 39. O efeito estufa, 41. Estados da matéria no ambiente não-vivo ............................................................. 46 Algumas definições importantes, 47. Os átomos e a matéria, 49. Estados físicos da matéria, 50. Transformações da matéria, 51. Algumas das propriedades da matéria, 52. Propriedades específicas da matéria, 54. Pressão e Densidade ................................................................................................ 57 Pressão, 57. Pressão Hidrostática, 61. Pressão Atmosférica, 62. Densidade, 64. A influência da temperatura sobre a densidade, 65. Biosfera ...................................................................................................................... 69 Ecologia, 70. Ecossistemas, 71. Ecossistemas terrestres, 73. Ecossistemas Aquáti- cos, 86. Evolução .................................................................................................................... 93 Um exemplo de adaptação, 95. A evolução dos seres vivos, 95. A Teoria de Lamarck sobre a Evolução, 96. A Teoria de Darwin sobre a Evolução, 98. A história do nosso planeta e o aparecimento dos seres vivos, 99. Evolução do Homem, 100. A origem da vida ..................................................................................................... 104 A origem da vida, 105. Mas então, como surgiu a vida?, 106. O microscópio, 107. Célula animal, 109. Biodiversidade ........................................................................................................ 116 Os Reinos, 118. Extinção das espécies, 120. Reino dos Fungos ................................................................................................... 125 Utilização dos fungos na alimentação, 127. Utilização dos fungos na produção de medicamentos, 128. Reino das Plantas ................................................................................................... 130 Órgãos das plantas, 131. Classificação das plantas, 136. Reino dos Animais .................................................................................................. 142 Filo dos Poríferos, 143. Filo dos Cnidários, 144. Filo dos Platelmintos, 144. Filo dos Nematelmintos, 146. Filo dos Anelídeos, 147. Filo dos Moluscos, 148. Filo dos Artrópodes, 149. Filo dos Equinodermos, 150. Filo dos Cordados, 151. Construindo um organismo ................................................................................... 157 A célula, 158. Os tecidos, 161. Os órgãos, 164. Os sistemas, 165. Os alimentos e o sistema digestório .................................................................... 167 Os alimentos, 168. O sistema digestório, 171. Os dentes, 173. Reprodução e doenças sexualmente transmissíveis .......................................... 179 Os sistemas reprodutores masculino e feminino, 180. Concepção e Gravidez, 181. Parto, 182. Menstruação, 183. Métodos contraceptivos, 184. Doenças sexualmente transmissíveis – DSTs, 189. Os coordenadores do nosso organismo .............................................................. 195 Sistema nervoso, 196. Efeitos das drogas sobre o sistema nervoso, 200. Sistema Hormonal, 204. Os hormônios produzidos no pâncreas, 208. Sistemas circulatório e excretor ........................................................................... 211 O sangue: composição e funções, 212. A circulação sangüínea, 214. Circulação linfática, 217. A excreção, 217. Genética ................................................................................................................... 221 Experimentos de Mendel, 222. Herança genética, 226. Cromossomos que determinam do sexo, 228. Doenças hereditárias, 229. Grupos sangüíneos, 230. Clima e previsão do tempo .................................................................................... 236 Clima e tempo: qual a diferença?, 237. Fatores estáticos que definem o clima, 238. Fatores dinâmicos que definem o clima, 244. O clima: Uma combinação de diversos fatores, 253. O fenômeno climático El-Niño, 254. Previsão do tempo, 255. Cinemática ............................................................................................................... 258 Movimento Uniforme, 264. Movimento variado, 265. Movimento de queda livre, 266. Dinâmica .................................................................................................................. 271 Lei de Hooke, 275. Leis de Newton, 277. Química – Introdução ............................................................................................. 284 Os átomos e a matéria, 285. O estudo do átomo ................................................................................................. 288 Dimensões do átomo, 289. Componentes da estrutura atômica, 290. Modelo atômico de Bohr, 291. Eletrosfera e distribuição eletrônica, 291. Alguns conceitos importantes, 292. Isotopia – Isobaria – Isotonia, 294. Substâncias, 296. Molécula, 296. Tabela periódica ...................................................................................................... 302 A história da tabela periódica, 302. Classificações dos elementos químicos, 304. Ligações químicas .................................................................................................. 318 Ligação iônica ou eletrovalente, 319. Covalência, 321. Ligação Metálica, 325. 9Ciências – Capítulo 1 CAPÍTULO 1 Os ambientes vivo e não�vivoOs ambientes vivo e não�vivoOs ambientes vivo e não�vivoOs ambientes vivo e não�vivoOs ambientes vivo e não�vivo Aqui começa nosso estudo das Ciências da natureza. Olhando ao nosso redor podemos refletir sobre como e quando se formou tudo que podemos ver. Nossa observação nos leva a querer compreender como o processo de formação do que conhecemos se deu. Portanto, vamos em frente! Re pr od uç ão 10 O Big BangO Big BangO Big BangO Big BangO Big Bang A teoria mais comumente aceita hoje em dia éa da grande explosão inicial que formou o Universo. Acredita-se que toda a matéria de que consiste o Universo encontrava-se comprimida e há 15 bilhões de anos uma grande explosão aconteceu, e com isso essa matéria inicial espalhou-se dando origem a grandes extensões vazias e pequenos espaços com matéria. Essa matéria deu origem às galáxias, que consiste em regiões onde a matéria encontra-se mais próxima, onde encontram-se os corpos celestes. Nossa galáxia em particular é chamada Via Láctea. Você já deve ter observado em dias que o céu está limpo, uma grande quantidade de estrelas e uma região do céu onde aparece uma faixa, que parece de fumaça, esbranquiçada. Ela é que cha- mamos de Via Láctea. O Sistema SolarO Sistema SolarO Sistema SolarO Sistema SolarO Sistema Solar A formação do Sistema Solar se deu há aproximadamente 4,6 bilhões de anos, momento em que também a Terra se formou. Ela iniciou-se como um grande disco de poeira e gases cósmicos circun- dando o Sol, a estrela central do Sistema Solar, que pertence a Via Láctea. Ao mesmo tempo que a Terra formavam-se também mais outros 9 planetas, cometas, asteróides, que se encontram até hoje em suas Re pr od uç ão 11Ciências – Capítulo 1 órbitas em torno do Sol. Os planetas que dividem o Sis- tema Solar conosco são, em ordem de distância da Terra, Mercúrio, Vênus, Marte, Jú- piter, Saturno, Urano, Netuno, Plutão e Sedna. Tanto Mercúrio quanto Vênus estão bastante próxi- mos do Sol, e estão a tem- peraturas muito altas. Já em Marte, há evidências de que existe água em sua superfí- cie, o que faz os cientistas suspeitarem de que exista lá algum tipo de vida, mesmo que primária. Os outros planetas, mais distantes do Sol do que estes citados, são muito frios para que haja lá algum tipo de vida como a conhecemos. Alguns dados sobre o Sistema SolarAlguns dados sobre o Sistema SolarAlguns dados sobre o Sistema SolarAlguns dados sobre o Sistema SolarAlguns dados sobre o Sistema Solar ����� Sol O Sol é uma bola de gás incandes- cente que se encontra a uma temperatura de 5.500oC em sua superfície enquanto seu núcleo está a 20 milhões de graus Celsius. Ele encontra-se a 150 milhões de quilômetros da Terra e tem volume de aproximadamente um milhão e trezentas mil vezes maior do que o da Terra. A região visível do Sol, a chamada fotosfera, apresenta regiões mais escuras, que são chamadas de manchas so- lares. Nestas regiões, as temperaturas são 2.000oC menores do que nas regiões vizinhas a elas. Na sa Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 12 Ciências – Capítulo 1 ����� Mercúrio Mercúrio é o planeta que se encontra mais próximo do Sol e leva 88 dias para percorrer uma volta completa em torno deste em um movimento chamado de translação. E que leva 58,5 dias para com- pletar uma volta em torno de seu próprio eixo, o que é chamado de rotação. A face do planeta voltada para o Sol encontra-se a 450oC e o lado oposto a 180oC. A su- perfície de Mercúrio é toda esburacada devido à constante colisão de meteoros. ����� Vênus É o segundo planeta mais próximo do Sol. Vênus é tão brilhante que pode ser facilmento visto a olho nu durante o entar- decer e ao amanhecer, por isso é popular- mente chamada de estrela vespertina, embora saibamos que Vênus não é uma estrela. A temperatura em sua superfície é de cerca de 470oC. Mesmo sendo mais dis- tante do Sol do que Mercúrio, Vênus apresenta temperaturas mais altas. O motivo está em sua atmosfera e ao chamado efeito estufa de Vênus. Adiante veremos em mais detalhes esse assunto. ����� Marte O primeiro planeta depois da Terra. Marte tem uma tonalidade avermelhada, o que valeu seu nome. O planeta verme- lho. No verão as temperaturas podem chegar a 30oC caindo para 120oC negati- vos no inverno. Marte possui dois satélites, Fobos e Deimos. Na sa Na sa Na sa 13Ciências – Capítulo 1 ����� Júpiter Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar sendo chamado de O Gigante dos Mundos. Quando observado do espaço, Júpiter apresenta uma enorme mancha, chamada de Olho de Júpiter. Júpiter possui quatro satélites, a saber: Io, Europa, Gani- medes e Calisto. ����� Saturno É o segundo maior planeta do Sistema Solar, apresenta anéis compostos por frag- mentos de rochas. Possui 18 satélites, entre eles Titã. ����� Urano Urano foi descoberto pelo astrônomo William Herschel no ano de 1781. Também possui anéis, mas a existência deles só foi confirma- da em 1977. Urano possui 15 satélites. ����� Netuno Foi descoberto em 1846 por Galle. Possui oito satélites sendo os maiores Nereida e Tritão. ����� Plutão Há pouco tempo tido como o último planeta do Sistema Solar, encontra-se a 6 bilhões de quilômetros do Sol. Na sa Na sa Na sa Na sa Na sa 14 Ciências – Capítulo 1 ����� Sedna Há pouco tempo descobriu-se a existên- cia de mais um planeta no sistema Solar. É o planeta chamado Sedna com 1.700 quilô- metros de diâmetro e se encontra a 13,5 bilhões de quilômetros do Sol. Na verdade, ele ainda não é considerado um planeta pro- priamente dito pois é muito pequeno e os cientistas ainda não deram a palavra final sobre esse assunto. Por estar tão longe do Sol, Sedna é muito frio, apresentando temperaturas de cerca de 240oC negativos. ����� Terra Entre os planetas Vênus e Marte encontra- se a Terra. No início, quando as partículas de poeira se agregaram para formar a Terra, as temperaturas presentes ainda eram altíssimas, e há teorias que indicam que toda a matéria presente no planeta recém-nascido ainda se encontrava na forma líquida. Nesta fase, os materiais mais pesa- dos que compunham a massa líquida afundaram em direção ao centro do planeta. Desde então, a Terra, assim como os outros planetas, vêm gradati- vamente resfriando-se, dando origem ao que conhecemos hoje. Com esse res- friamento, a massa líquida formou as rochas e com o desgaste dessas rochas formaram-se os solos. Essa porção é chamada litosfera, também conhecida como crosta terrestre, e é dividida em Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Re pr od uç ão Na sa 15Ciências – Capítulo 1 crosta continental, com es- pessura média de 35 quilô- metros e crosta oceânica com aproximadamente 6 quilômetros de espessura. Ao mesmo tempo for- mava-se a água, que en- contra-se em sua grande parte sobre a crosta oceâ- nica e compõe a hidrosfe- ra. A profundidade média desta camada é de cerca de 3,5 quilômetros. A parte gasosa de matéria restante encontra-se em torno da Terra e é cha- mada atmosfera. Possui espessura mé- dia de 700 quilômetros sendo que a maior concentração de gases se encon- tra nos primeiros 100 quilômetros acima da superfície. Após todas essas mudanças surgiu a vida sobre a Terra. A vida não é encon- trada em todas as partes da Terra, pois nem todos os lugares oferecem ww w. ce ntr al x/c or es Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Litosfera Hidrosfera Atmosfera Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 16 Ciências – Capítulo 1 condições para sua existência, porém a capacidade de adaptação dos seres vivos mostra-se surpreendente. A todos os lugares onde se encontram seres vivos dá-se o nome de biosfera, que é o conjunto de ecossistemas. O ecossistema é formado por várias comunidades bióticas e componentes abióticos (luz, água, ar, solo etc.). Podemos agora definir com sendo natureza tudo que se formou naturalmente sobre a superfície da Terra. Assim como vimos anteriormente, a Terra está em constante mu- tação e dessa maneira devemos entender que as mudanças descritas anteriormente continuam acontecendo. Porém, as mudanças da natu- reza são lentas e gradativas enquanto que as mudanças resultantesda interferência do ser humano acontecem rapidamente. Será que a Terra pode suportar todas essas mudanças e ainda oferecer condições para a permanência da vida na Terra? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Influência humana sobre a natureza 17Ciências – Capítulo 1 Perguntas 1) Qual é a teoria que explica a formação do Universo? 2) A que galáxia pertence o Sistema Solar? 3) Qual é o planeta mais próximo do Sol e qual sua temperatura super- ficial? 4) Qual é o planeta mais afastado do Sol e qual sua temperatura super- ficial? 5) A variação de temperatura na superfície dos planetas depende de quê? 6) Como é chamada a porção sólida da Terra? 7) Como é chamada a porção líquida da Terra? 8) Como é chamada a porção gasosa da Terra? 9) Como é chamada a porção que abriga a vida na Terra? 10) Que nome se dá a tudo que se formou naturalmente sobre a superfície da Terra? 11) O homem pode interferir no ecossistema? De que forma? Perguntas 18 Ciências – Capítulo 1 Aquecimento global Os efeitos do aquecimento global, também chamado de efeito estufa, têm se intensificado nos últimos anos. Em particular, a década de 1990 foi bas- tante quente. Em 1950, a média de temperatura mundial era de 13,84ºC e no ano de 1998, a média de temperatura passou a ser de 14,58ºC. Segundo estudos atuais, acredita-se que o efeito estufa seja resultado prin- cipalmente do acúmulo de gases po- luentes na atmosfera, particularmente aqueles derivados da queima de com- bustíveis fósseis, como, por exemplo, o petróleo e seus derivados, como a gasolina, o óleo diesel entre outros. Teme-se que se a temperatura mé- dia do planeta continuar subindo, ocor- ra o derretimento das geleiras polares. Se isso realmente acontecer, o nível médio do mar subirá e assim, muitas regiões do planeta serão inundadas, em particular as regiões litorâneas onde mora mais da metade de toda a popu- lação da Terra. Porém, os efeitos não parariam por aí. Ainda não se conhece bem como o clima do planeta reagiria a determina- das temperaturas. Mas o que já se sabe é que em várias regiões do planeta estão acontecendo fenômenos climá- ticos nunca observados. É importante que estejamos atentos ao que fazem com nosso planeta e tam- bém muito importante é tomarmos cui- dado com o que nós fazemos com ele! ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) De quanto foi o aumento da temperatura do planeta na década de 1990? 2) Por que se acredita que esteja aumentando a temperatura do planeta? 3) O que provoca o efeito estufa? 4) O que acontecerá se o gelo Antártico derreter? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 19Ciências – Capítulo 2 A litosferaA litosferaA litosferaA litosferaA litosfera Vimos no capítulo anterior que a litosfera, também chamada de crosta terrestre, é a parte superficial do nosso planeta. Mas como será nosso planeta por dentro? Como será que se formaram os continentes e do que será que os solos são compostos? Vamos ver nesse capítulo as respostas a essas e a várias outras perguntas. CAPÍTULO 2 Re pr od uç ão A transformação da litosfera é dinâmica. 20 Ciências – Capítulo 2 A Terra por dentroA Terra por dentroA Terra por dentroA Terra por dentroA Terra por dentro Vimos no capítulo anterior que no início da formação do planeta, toda a matéria presente na Terra ainda se encontrava no estado líquido e que os materiais mais pesados que compunham essa massa líquida afundaram para o centro do planeta, assim como quando jogamos uma pedra em um lago ela irá afundar até chegar ao fundo dele. Essa porção central deu origem ao que conhecemos hoje como núcleo. O núcleo por sua vez é dividido em núcleo interno e núcleo externo. O primeiro está localizado a 4.500 quilômetros da superfície e o segundo a 2.900 quilômetros da superfície. O núcleo também é chamado de nife por ser constituído por níquel e ferro. Ao redor do núcleo está o manto, que possui uma espessura de 2.900 quilômetros e é formada em sua maior parte por rocha no estado sólido. No entanto, sua parte mais externa, ou seja, a mais próxima da superfície, é composta por rocha no estado líquido e pode mover-se lentamente; essa região é chamada de astenosfera. Finalmente, chegamos à crosta terrestre, a região mais externa da Terra. Ela é dividida em crosta continental e crosta oceânica. A primeira compõe as terras secas, que fazem parte dos continentes e a segunda encontra-se sob a água dos oceanos. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el CROSTA MAN TO NIFE 21Ciências – Capítulo 2 PangéiaPangéiaPangéiaPangéiaPangéia Quando observamos o mapa-múndi, tão conhecido por nós, quase nunca nos perguntamos se a Terra sempre teve os mesmos contornos, não é mesmo? Pois saiba que a maioria dos cientistas afirma que não. Um deles, chamado Alfred Wegener (1880-1930) foi um dos primeiros a hipotetizar sobre a teoria da deriva dos continentes. A crosta oceânica (a) e a crosta continental (b) a b Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 22 Ciências – Capítulo 2 Com base em algumas evidências como a grande similaridade dos contornos das regiões costeiras da América do Sul e da África ou mesmo a identificação de alguns tipos de fósseis em ambos os lados do Atlântico, Wegener afirmou que todos os continentes existentes atualmente faziam parte de um supercontinente, ao qual deu o nome de Pangéia. Quando Wegener publicou suas pesquisas, elas foram aceitas por muitos mas discutidas por alguns. Uma das principais falhas em suas teorias era com relação aos mecanismos propostos por ele para ex- plicar o movimento dos continentes. Ele propôs que os continentes eram corpos rígidos, movendo-se através das bacias oceânicas. Com base em informações mais recentes, Harry H. Jess (1906- 1968) teorizou, em 1962, que as camadas mais externas da Terra (a camada superior do manto, a astenosfera), estaria em movimento e que estes movimentos são os responsáveis pela deriva dos continentes. Estas novas teorias se baseiam em um estudo chamado Teoria da Tectônica das Placas. Segundo esta teoria, em vez de pensar nos continentes como corpos rígidos, imagina-se que a superfície da Terra é composta por placas tectônicas, como se fossem “jangadas de pedra” flutuando sobre a parte líquida, a astenosfera, “movendo” dessa maneira os continentes. Por meio de estudos mais recentes, vêem sendo cada vez mais confirmadas estas teorias, que em princípio, mal passavam de um exercício de imaginação. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Contornos das placas tectônicas 23Ciências – Capítulo 2 A escala de tempo terrestreA escala de tempo terrestreA escala de tempo terrestreA escala de tempo terrestreA escala de tempo terrestre É quase inacreditável a idéia de que os continen- tes estejam se movendo, uma vez que sentimos que a terra sobre a qual pisamos está firme e sólida sob nossos pés, não é mesmo? Isso por que esses movimentos acontecem muitíssimo devagar. Como sabemos, a Terra se formou há 4,6 bilhões de anos, mas vamos fazer uma comparação para ter uma idéia mais aproximada do que isso significa. A es- cala de tempo terrestre, só por comparação, pode ser vista como um ano terrestre de 12 meses ou 365 dias. Assim podemos dizer que a Terra se formou em janeiro e que sua crosta foi concluída em fevereiro. Em seguida, o primeiro oceano surgiu em março ou no máximo até junho. Seguindo então esta mesma escala, podemos dizer quea vida em suas formas primordiais surgiu em agosto e os fósseis mais antigos apareceram em novembro. Os dinossauros habita- ram a Terra no início de dezembro e o ser humano enfim apareceu na última semana do ano, na verda- de, às 23 horas do 365º dia. Assim, o ciclo atual de deriva dos continentes teve início há 175 milhões de anos. No princípio havia um supercontinente envolvido apenas por um oceano. Em cerca de 180 milhões de anos atrás, com a separação da Pangéia, formaram-se dois grandes supercontinentes e com isso outro oceano formou-se, e que é atualmente chamado de oceano Atlântico. O oceano Pacífico por sua vez é o mais antigo, pois já existia desde os tempos iniciais da deriva continental, porém bem menor em tamanho do que era no passado. Seguindo este raciocínio, o oceano Atlântico é o segundo em idade e formou-se, como mencionamos anteriormente, pela separação inicial Ban co de im ag en s R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 24 Ciências – Capítulo 2 da Pangéia. O oceano mais jovem portanto é o oceano Índico, que teve origem com a separação do subcontinente em outras partes há cerca de 125 milhões de anos, dando origem à Antártica, à Índia e à Austrália. A Índia continuou seu movimento de deriva para o norte, colidindo com a Ásia. Essa colisão deu origem à cadeia de montanhas conhe- cidas hoje em dia como o Himalaia. Terremotos� vulcões e placas tectônicas�Terremotos� vulcões e placas tectônicas�Terremotos� vulcões e placas tectônicas�Terremotos� vulcões e placas tectônicas�Terremotos� vulcões e placas tectônicas� qual é a relação entre eles?qual é a relação entre eles?qual é a relação entre eles?qual é a relação entre eles?qual é a relação entre eles? Existe mesmo uma relação entre terremotos, vulcões e placas tectônicas? Sim, existe e a resposta a essa pergunta baseia-se na teoria das placas tectônicas vista anteriormente. Vamos ver se vocês, obser- vando as figuras a seguir, conseguem descobri-la antes de ler o res- tante do texto. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 25Ciências – Capítulo 2 Como podemos observar, tanto terremotos como vulcões ocorrem nas regiões onde as placas tectônicas se encontram. No caso dos vulcões, as regiões onde há o encontro de placas tectôni- cas permite que as rochas líquidas, ou magma, extravasem vindas da astenosfera e se derrame tanto sobre a crosta continental como sobre a crosta oceânica. Isso quer dizer que ocorrem erupções vulcânicas também debaixo d’água? Sim, ocorrem, e as conseqüências podem ser as Tsunamis. No caso dos terremotos, como as placas tectônicas são móveis, elas podem colidir umas com as outras dando origem aos terremotos ou abalos sísmicos. Quão mais forte esse impacto, maiores as conseqüên- cias observadas. Maior a destruição de cidades etc. A crosta terrestreA crosta terrestreA crosta terrestreA crosta terrestreA crosta terrestre Como vimos, a Terra passa continuamente por um processo de resfriamento, e esse processo deu origem ao que conhecemos como a crosta terrestre. Mas por meio dos vulcões, o magma presente na astenosfera chega à superfície e se resfria rapidamente até se tornar sólido, ou seja, até virar rocha, dando origem a diversos minerais. Os geólogos chamam as rochas formadas por esse processo de rochas ígneas ou magmáticas, ou mais precisamente, magmáticas extrusivas ou vulcânicas. Um exemplo deste tipo de rocha é o basalto. Porém, o magma expelido pode ficar aprisionado sob a superfície, resfriando- se mais lentamemnte, dando origem também a rochas magmáticas, mais precisamente a rochas magmáticas intrusivas ou plutônicas, tal como o granito. As rochas assim formadas são constituídas pelos minerais quartzo, mica e feldspato. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 26 Ciências – Capítulo 2 Com o passar do tempo, pelo desgas- te dos ventos, da água das chuvas, dos rios etc., essas rochas vão se fragmentan- do, dando origem a sedimentos. O acúmulo desses sedimentos, pela ação do próprio peso das camadas que vão se sobrepon- do ao longo do tempo, acabam novamente se solidificando e dando origem às chama- das rochas sedimentares. Exemplos des- sas rochas são o calcário e o arenito. Os animais e as plantas que morrem também ficam sob essas camadas de se- dimento e com o processo de formação das rochas dão origem aos chamados fósseis. O granito é formado pelo quartzo, feldspato e mica. Agora, suponhamos que sobre uma região onde havia rochas sedimentares tenha ocorrido um derramamento de mag- ma. Sob a ação do peso e do calor do magma essas rochas sedimentares darão origem a um novo tipo de rocha, as cha- madas rochas metamórficas. Um exemplo desse tipo de rocha é o mármore. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Basalto: utilizado no calçamento Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Sinal de fósseis em rochas sedimentares. Deposição de sedimentos em camadas. O granito é formado pelo quartzo, feldspato e mica 27Ciências – Capítulo 2 Porém os solos não são apenas forma- dos por rochas ou pelo resultado de seu desgaste, mas também por matéria orgâ- nica que tem origem na decomposição de plantas e animais mortos, o chamado húmus. Os solos ricos em húmus são apropriados para o desenvolvimento de plantas em geral. A crosta oceânicaA crosta oceânicaA crosta oceânicaA crosta oceânicaA crosta oceânica Assim como surgem vulcões e terremotos sobre os continentes, isso também acontece sob os oceanos. Observe a figura a seguir que mostra como veríamos o fundo do oceano Atlântico se pudéssemos retirar dele toda a água. Como podemos verificar na posição central da bacia do Atlântico, há uma região de montanhas com uma aparente fenda no meio. Nesse ponto as placas Americana e Africana se encontram dando origem a derramamentos contínuos de magma. Esse, ao se solidificar sobre as camadas anteriores, vai dando origem à chamada Cordilheira Meso- Atlântica que possui picos com mais de 10.000 metros de altura, ou seja, maior do que o ponto mais alto sobre a Terra que é o Monte Everest localizado na Cordilheira do Himalaia com 8.849 metros de altura. São esses derramamentos de magma sob as águas oceânicas que deram origem ao arquipélago de Fernando de Noronha, localizado no litoral do Rio Grande do Norte, Brasil. Noronha é o topo de um vulcão extinto que se elevou das águas do Oceano Atlântico logo depois da separação continental entre África e América do Sul. Há cerca de 80 milhões de anos ele surgia de dentro do oceano transbordan- do lava em um dos pontos mais altos da cadeia Meso-Atlântica. Pedra de mármore Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 28 Ciências – Capítulo 2 Perguntas 1) Quais são as camadas internas da Terra? 2) Qual é a camada mais próxima da superfície em que as rochas se encontram em estado líquido? 3) Qual é a teoria que explica a deriva dos continentes? Em que ela se baseia? 4) Qual é o nome das rochas formadas pelo derramamento de magma vulcânico? Dê um exemplo. 5) Como se formam as rochas sedimentares? Dê um exemplo de rocha sedimentar. 6) Por que terremotos e vulcões acontecem, em sua maioria, no mesmo local? 7) Como se formou a Cordilheira do Himalaia? 8) Como é chamada a Cordilheira localizada sob as águas do Oceano Atlântico? Perguntas 29Ciências – Capítulo 2 ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamentee então, responda as perguntas). 1) A quais fenômenos da natureza o texto se refere? 2) Por que no Brasil não ocorrem terremotos fortes nem vulcões atualmente? 3) Onde ocorre a maioria dos fenômenos geológicos? O Brasil é a terra abençoada por Deus? Ouvimos freqüentemente na televi- são e no rádio, lemos nos jornais e revistas sobre os resultados dos fenô- menos da natureza em outros países. Entre eles estão os terremotos, os vul- cões, os maremotos. Eles são respon- sáveis, ao longo de toda a história do mundo, pela morte de incontáveis vidas animais e humanas. Como no Brasil esses fenômenos não ocorrem a ponto de causar grandes estragos, diz- se que o Brasil é uma terra abençoada por Deus. Mas por que o nosso país está livre desses fenômenos? Todo o território do Brasil encon- tra-se sobre uma única placa tectônica, sendo essa a razão de nossa estabili- dade. A maioria dos fenômenos cha- mados geológicos ocorre sobre regiões onde há o encontro de duas ou mais placas tectônicas e isso pode ocorrer sob o oceano ou sob os continentes. Como essas placas encontram-se em constante movimento, mesmo que lento, a terra “balança”. Re pr od uç ão 30 Ciências – Capítulo 3 A HidrosferaA HidrosferaA HidrosferaA HidrosferaA Hidrosfera Sabemos que a água é o componente principal para a existência da vida sobre a Terra. O nosso próprio organismo é composto por 70% de água. Essa substância preciosa está a cada dia mais ameaçada pela devastação que o ser humano faz do ambiente não-vivo. Para entendermos melhor essa preciosa dádiva, nesse capítulo vamos ex- plicar questões tais como: como se formou a parte líquida da Terra? Como a água é distribuída pela crosta terrestre? Quais são os seus movimentos na natureza? Entre outras. CAPÍTULO 3 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Os oceanos representam 70% da superfície do planeta. 31Ciências – Capítulo 3 Como se formou a HidrosferaComo se formou a HidrosferaComo se formou a HidrosferaComo se formou a HidrosferaComo se formou a Hidrosfera Conforme vimos anteriormente, no início a Terra encontrava-se a altíssimas temperaturas. Depois, à medida que a temperatura diminuiu, surgiram as primeiras rochas pelo resfriamento do magma. Logo em seguida surgiram os oceanos, assim que a temperatura do planeta caiu abaixo do ponto de ebulição da água, ou seja, aquela temperatura em que a água passa do estado líquido para o estado gasoso. A água estava presente desde a formação do planeta, no interior das rochas e escapou devido às altas temperaturas. O vapor de água elevou-se formando imensas nuvens que envolveram a Terra. No princípio, o solo deveria ser tão quente que qualquer gota de chuva que o atingisse era imediatamente convertida novamente em gás. Mas neste processo a Terra era resfriada e o calor liberado ia gradativamente sendo perdido para o espaço. Além disso, essa imensa cobertura de nuvens deve ter ajudado a impedir que o calor do Sol atingisse diretamente a superfície do planeta, contribuindo assim para que a Terra atingisse as tempe- raturas atuais. Dessa maneira, chegou o momento em que a água que atingia o solo não era mais transformada em vapor e assim, as partes mais baixas do relevo começaram a ser preenchidas por água. Assim, chegamos à conclusão de como a água inundou o planeta, mas como vimos no capítulo anterior, os contornos da Terra têm se modificado com o passar do tempo e a feição dos oceanos tem mudado desde então. Constituição da HidrosferaConstituição da HidrosferaConstituição da HidrosferaConstituição da HidrosferaConstituição da Hidrosfera A hidrosfera é constituída pela cobertura de água do planeta. Ela é responsável pelos 97% de água existente em nosso planeta, sendo que os outros 3% estão sob a forma de gelo e localizam-se nos pólos. De toda água existente em nosso planeta, 95,1% é de água salgada e apenas 4,9%, de água doce. Podemos então concluir que quase toda água do mundo pertence aos oceanos e mares. 32 Ciências – Capítulo 3 Conforme dissemos anteriormente, a configuração atual da Terra, ou seja, a distribuição dos continentes e oceanos sobre o globo foi um processo que levou milhões de anos. Atualmente, a Terra pode ser descrita como composta por cerca de 70,8% de águas e 29,2% por terras. Para visualizarmos o que isto representaria, mesmo que de maneira aproximada, trace, com o auxílio de um compasso, um círculo e divida-o em quatro partes iguais. Pinte três partes de azul e uma de marrom. A aparência final será algo assim: AzulAzulAzulAzulAzul MarromMarromMarromMarromMarrom A parte em marrom representa os sete continentes, a saber: América do Sul, América do Norte, América Central, Europa, África, Ásia e Oceania e a parte azul os oceanos, mares, rios etc. A maior parte das águas encontra-se no Hemisfério Sul, que é então denominado “Hemisfério das Águas” e pelo motivo inverso o Hemisfério Norte é denominado “Hemisfério das Terras”. A tabela a seguir mostra as distribuições em porcentagem das quantidades de água e terra nos dois hemisférios. 33Ciências – Capítulo 3 Distribuição de água e terra sobre a superfície da Terra Terra (%) Oceano (%) Hemisfério Norte 39,3 60,7 Hemisfério Sul 19,1 80,9 Observando a Terra do espaço, podemos visualizar o que os dados da tabela anterior nos mostram. A figura anterior nos mostra que todo o planeta é coberto por três bacias oceânicas que estendem-se desde o continente Antártico em direção ao norte e são divididas pelas massas de terra. Já o gráfico a seguir mostra qual a porcentagem que cada oceano possui do total de água do planeta. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Índico Atlântico Água dos pólos Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 34 Ciências – Capítulo 3 O oceano Pacífico domina a superfície da Terra com seus 52% das águas oceânicas, seguido pelo oceano Atlântico que contém outros 25% e o oceano Índico contendo os restantes 20%, mais 3% referentes às águas presentes nos pólos. Entre estes últimos 3%, 2% representam as águas dos rios, lagos, as águas presentes na atmosfera na forma de vapor de água, além das águas de lençóis freáticos (também chamados aqüíferos), ou seja, as águas que estão em reservatórios no subsolo terrestre. Por que as águas dos oceanos são salgadas?Por que as águas dos oceanos são salgadas?Por que as águas dos oceanos são salgadas?Por que as águas dos oceanos são salgadas?Por que as águas dos oceanos são salgadas? Parte do sal existente na água do mar proveio da fragmentação das rochas, causada pela erosão. Assim as substâncias nelas contidas se desprendem e são levadas para o mar, por meio da água das chuvas. O restante é proveniente das rochas existentes no fundo do oceano. Por isso há um constante acréscimo da salinidade do mar ao longo de centenas de milhões de anos. Movimentos das águasMovimentos das águasMovimentos das águasMovimentos das águasMovimentos das águas Uma vez na natureza, as águas estão sempre em movimento, seja na corredeira de um rio ou caindo em forma de chuva. Em princípio, vamos ver como a água circula pela natureza, por meio do ciclo da água. Ciclo da águaCiclo da águaCiclo da águaCiclo da águaCiclo da água Na ilustração ao lado observamos um esquema do ciclo da água na natureza. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Evaporação 35Ciências – Capítulo 3 Como o próprio nome diz trata-se de um ciclo, ou seja, um processo que não tem começo nem fim. Vamos começar então falando sobre a evaporação da água. Para entendermos melhor do que se trata, vejamos um exemplo. Já observa- mos vários exemplos em nosso dia-a-dia do processo de transformação da água em vapor de água, ou em outras palavras, da transformação da água no estado líquido para o estadogasoso, a chamada evapora- ção. Quando colocamos roupas recém-lavadas no varal para secar, dependemos do Sol e do vento para que elas sequem. Portanto, quando a roupa é aquecida pelo Sol, a umidade que nela ainda havia pelo processo de lavagem vai desaparecendo aos pouquinhos, ou seja, a água que ainda havia na roupa evapora e ela finalmente fica completamente seca. Na formação das chuvas é assim que acontece. O calor do Sol faz com que a água presente sobre o solo no estado líquido se transforme em vapor de água, a qual irá se agrupar na atmosfera formando as nuvens e estas por sua vez darão origem às chuvas. As chuvas serão drenadas pela terra formando os lençóis freáticos ou irão escorrer pela superfície e encontrar os rios os quais desaguarão novamente nos oceanos. As marésAs marésAs marésAs marésAs marés Quem conhece o mar já deve ter obser- vado seu movimento de vai e vem diário. Quando colocamos nossa toalha na areia bem próxima ao mar e deitamos para tomar Sol, lá pelas onze da manhã temos que mudar de lugar e nos afastar da água porque ela já está quase nos alcançando. Esses movimentos são explicados pelo fenômeno das marés. Esse movimento envolve um conceito da Física que se chama lei da ação e reação ou 3ª Lei de Newton, que conheceremos com mais detalhes adiante. Re pr od uç ão Isaac Newton 36 Ciências – Capítulo 3 Newton nasceu em 25 de dezembro de 1642 na Inglaterra. Ele fez contribuições extremamente importantes para a física, a matemática e a astronomia. Conta a história que ao observar uma maçã caindo do seu pé ao chão teria despertado nele as primeiras idéias sobre a lei da gravitação universal que diz que a força que havia puxado a maçã para a terra seria a mesma que puxava a Lua, impedindo que a mesma deixasse de orbitar a Terra. As marés podem ser diurnas, quando ocorre apenas uma elevação diária do nível do mar, ou semi-diurnas, quando ocorrem duas eleva- ções do nível do mar durante um mesmo dia. No Brasil, as marés são semi-diurnas. Existem locais em que a maré varia apenas alguns poucos cen- tímetros por dia enquanto que em outros essa variação pode chegar a até 15 metros. Essa variação pode mudar muito uma paisagem ou mesmo a ocupação que se pode fazer dela, como podemos observar nas próximas figuras. As correntes marinhasAs correntes marinhasAs correntes marinhasAs correntes marinhasAs correntes marinhas Quando olhamos o mar, percebemos no primeiro momento que ele não se encontra parado. Na praia, observamos a arrebentação das ondas. Mas não é só aí que existe movimento. Muitos outros ocorrem, sendo um deles caracterizado pelas correntes marinhas de superfície. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Maré vazante Maré enchente 37Ciências – Capítulo 3 A seguir vemos um mapa com as principais correntes marinhas em todos os oceanos. Como podemos verificar na figura anterior, algumas delas são quentes e outras são frias dependendo do local em que se formaram e são principalmente geradas pelo vento. As correntes marinhas têm importância fundamental sobre o clima, mas esta questão será abordada mais adiante. Perguntas 1) Conte com suas palavras como se formou a hidrosfera? 2) Qual é a porcentagem correspondente às terras e às águas do planeta? 3) Qual é o Hemisfério das Águas? Como é chamado o Hemisfério Norte? 4) Descreva com suas palavras como ocorre o ciclo das águas. 5) Quais são as alturas máximas e mínimas das marés? 6) Cite o nome de três correntes marinhas quentes e de onde para onde elas transportam as águas. Faça novamente o mesmo para três cor- rentes frias. Perguntas Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 38 Ciências – Capítulo 3 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro A água está acabando A água é a substância mais impor- tante para a existência da vida e tudo leva a crer que esse bem precioso se encontra em extinção da mesma ma- neira que muitas espécies animais. Isso acontece por que as fontes de água não têm sido respeitadas pelo ser humano. Principalmente nas grandes cidades, as pessoas constróem casas em torno das regiões de mananciais e os reservatórios estão sendo cada vez mais e mais poluídos. Há também o hábito de se desperdiçar água, deixando as torneiras abertas desnecessariamente, lavando-se as calçadas e quintais com água, lavando-se carros, entre outros hábitos que fazem com que a água se torne cada vez menos disponível para o consumo que é realmente necessário. Além de todo o prejuízo que a escas- sez de água causa, ela também pesará no bolso dos seus consumidores. Sen- do um bem cada vez mais raro, a água também se tornará cara. Se não tomarmos cuidado, a água vai acabar! ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Por que a água está em extinção? 2) Procure no dicionário de Português o que significa a palavra manancial e anote o significado. 3) Quais são as maneiras de se evitar a crise no abastecimento? 4) De que maneira podemos evitar o desperdício? ww w. ce ntr al x/c or es 39Ciências – Capítulo 4 A AtmosferaA AtmosferaA AtmosferaA AtmosferaA Atmosfera Nascemos neste mundo e nos acostumamos a olhar para o céu a fim de verificar se o tempo está claro, se está chuvoso, se está quen- te ou frio etc. Respirar o ar da atmosfera é uma das pri- meiras coisas que fazemos assim que nascemos. Como se formou o ar que respiramos? Por que tanto ouvimos falar hoje em dia sobre o efeito estufa ou sobre o buraco na camada de ozônio? O objetivo deste capítulo é o de responder esta e várias outras perguntas. Camadas da AtmosferaCamadas da AtmosferaCamadas da AtmosferaCamadas da AtmosferaCamadas da Atmosfera A Terra encontra-se rodeada por uma espessa camada de gases que vai desde a superfície do planeta e não tem um limite definido, que é chamada de atmosfera. Na figura a seguir, podemos observar as camadas da atmosfera e seus limites verticais. CAPÍTULO 4 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão R . M on ten eg ro 40 Ciências – Capítulo 4 78% de nitrogênio 21% de oxigênio 0,90% de gases nobres 0,03% de gás carbônico 0,07% de vapor de água. Como podemos ver na figura, a camada mais próxima da superfície é a troposfera e chega a aproximadamente 10 quilômetros. Nessa camada é onde encontramos 80% dos gases atmosféricos e todo o vapor de água da atmosfera. É nessa camada que ocorre o ciclo da água. Um dos gases mais importantes existentes na atmosfera é o oxigê- nio, gás esse de extrema importância para a existência de vida em nosso planeta. Mas apesar de sua extrema importância, não é o oxigênio o gás mais abundante na atmosfera e sim o nitrogênio. Além desses dois gases existem ainda na composição da atmos- fera os gases nobres, o gás carbônico e o vapor de água. As quantidades existentes desses ga- ses, porcentualmente, podem ser vistas no gráfico ao lado: 41Ciências – Capítulo 4 Essas composições correspondem ao ar normal presente próximo à superfície e sem poluentes. As temperaturas na troposfera chegam a até 56oC negativos. Todas as intempéries tais como chuvas, tempestadas, furacões ocorrem nesta camada. A seguir, vemos a estratosfera que vai de 10 a 50 quilômetros e sua temperatura nessa camada varia dos 56oC negativos até 2oC negativos, ou seja, a tem- peratura nessa camada aumenta com a altitude. É nessa camada que se encontra a tão falada camada de ozônio, que tem como pro- priedade absorver a energia do Sol. A próxima camada é a mesosfera que vai de 50 a 80 quilômetros e sua temperatura varia de 2oC negativos a 92oC negativos,ou seja, atinge temperaturas muito frias. Após a mesosfera encontra-se a termosfera, que recebe este nome porque nesta camada embora muito distante da superfície, a temperatura volta a aumentar podendo chegar até a 1.200oC (termo = calor). Essa camada também é conhecida como ionosfera por causa da presença de íons livres que nela são encon- trados. A seguir temos a exosfera, com algumas centenas de quilôme- tros. Na medida em que a altitude aumenta a atmosfera vai ficando cada vez mais rarefeita até chegar ao espaço cósmico. O efeito estufaO efeito estufaO efeito estufaO efeito estufaO efeito estufa Como vimos anteriormen- te, mais de 80% dos gases atmosféricos estão contidos nos primeiros 10 quilômetros a partir da superfície e formam uma espécie de “cobertor térmico” que faz com que o calor recebido do Sol perma- neça nessa região. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 42 Ciências – Capítulo 4 Por esse raciocínio podemos entender também o que acontece no chamado efeito estufa. No efeito estufa são liberados para a atmosfera os chamados gases estufa, quase que na sua totalidade provenientes da queima de combustíveis fósseis, sejam eles o petróleo e seus deriva- dos, o carvão e a queima de florestas. Esses gases vêm contribuir para o aumento da quantidade dos gases atmosféricos, fazendo assim com que mais do calor recebido proveniente do Sol seja conservado nas camadas inferiores da atmosfera, ou seja, mais próximas da superfície. Estudos recentes indicam que as temperaturas médias da Terra subiram cerca de 0,3oC a 0,6oC desde 1960 e este aumento tem sido atribuído ao efeito estufa. Existem ainda estimativas de que se não forem tomadas medidas sérias no sentido de controlar a poluição na atmosfera até o ano de 2100, a temperatura terrestre irá aumentar entre 1oC e 3,5oC. Esse aumento terá conseqüências bastante graves como o derretimento das calotas polares e em conseqüência a elevação do nível médio do mar, cobrindo assim várias regiões litorâneas ou a proliferação de doenças que se aproveitarão do clima quente e úmido para se alastrar. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 43Ciências – Capítulo 4 Um pouco mais sobre a camada de ozônioUm pouco mais sobre a camada de ozônioUm pouco mais sobre a camada de ozônioUm pouco mais sobre a camada de ozônioUm pouco mais sobre a camada de ozônio A camada de ozônio, formada pelo gás de mesmo nome, é de extrema importância para a manutenção da vida sobre a Terra. Para entendermos o porquê, vamos contar um pouquinho de sua história. Sabemos que a evolução geológica da Terra levou muito tempo para chegar ao que conhecemos hoje e a atmosfera, como não podia deixar de ser, também passou por várias transformações. Há 600 milhões de anos surgiram alguns organismos aquáticos capazes de produzir, por meio de um processo de respiração das plantas chamado fotossíntese, o gás oxigênio. O Sol emite uma radiação chamada ultravioleta que em contato com o oxigênio presente na atmosfera produziu o ozônio, (O3), e este gás por sua vez filtra essa radiação ultravioleta, que é extremamente nociva às células vivas. Foi a partir de então, por causa da existência da camada de ozônio, que os seres vivos voltaram a evoluir para formas superiores. Cientistas demonstraram que os gases denominados freons são os responsáveis pela destruição da camada de ozônio. Esses gases são utilizados pela indústria de refrigeradores, perfumes e inseticidas e também na indústria de espumas plásticas do tipo isopor. Foi detectado na década de 1980 que esses gases já haviam feito um grande estrago na camada de ozônio, provocando o surgimento de um enorme buraco na região da Antártida, como pode ser verificado na figura a seguir. Na sa Buraco na camada de ozônio 44 Ciências – Capítulo 4 Atualmente vários acordos internacionais como o Protocolo de Kyoto, foram firmados com o objetivo de pesquisar e encontrar substitutos para os freons, que se tornaram muito importantes comercialmente, a fim de preservar a camada de ozônio e, em conseqüência, a vida na Terra. Efeitos da radiação ultravioleta Efeitos da radiação ultravioleta Efeitos da radiação ultravioleta Efeitos da radiação ultravioleta Efeitos da radiação ultravioleta nnnnna saúde humanaa saúde humanaa saúde humanaa saúde humanaa saúde humana Os efeitos nocivos da radiação ultravioleta sobre a saúde humana são: ����� Sobre a pele: insolação, envelhecimento, câncer, doenças infecciosas ����� Sobre os olhos: catarata, tumores, cegueira No geral, o ser humano fica mais propenso a ter cânceres, deficiên- cias nutricionais, doenças infecciosas e imunossupressão. Perguntas 1) Quais são as camadas da atmosfera? 2) Cite três características da troposfera. 3) Qual é a composição do ar atmosférico? 4) O que acontece na atmosfera no efeito estufa? 5) Quais são algumas das conseqüências do efeito estufa? 6) Por que a camada de ozônio é importante para a vida em nosso planeta? 7) Cite três efeitos nocivos da radiação ultravioleta para a saúde humana. Perguntas 45Ciências – Capítulo 4 O que acontecerá na Terra superaquecida? Em um planeta cuja temperatura seja muito maior do que as temperatu- ras médias atuais, teremos o derreti- mento das geleiras polares e com isso o nível do mar aumentará várias deze- nas de metros. Em decorrência disso, várias regiões antes habitáveis serão cobertas pela água e mais da metade da população mundial terá que se mudar para regiões mais altas. Temperaturas mais altas também significam menor produção de alimen- tos, uma vez que os alimentos cultiváveis atualmente estão adaptados a tempera- turas mais amenas. O número de fon- tes de água doce também diminuirá, o que levará a uma disputa pelas fon- tes de água doce que ainda restarem. A população do planeta então não conseguirá ser suprida em suas neces- sidades e muitos morrerão de sede, de fome ou vítimas de outras doen- ças, que se aproveitam de temperatu- ras mais altas para proliferarem. Para evitar que tudo isso aconteça devemos poluir menos a atmosfera e exigir que os países que ainda poluem o meio ambiente parem com essas ações, de modo a garantirmos um fu- turo mais ameno para a humanidade. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) De qual fenômeno trata o texto? 2) O que acontecerá se as geleiras polares derreterem? 3) Cite algumas conseqüências de um superaquecimento global. 4) O que podemos fazer para evitar que isso aconteça? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 46 Ciências – Capítulo 5 Estados da matéria noEstados da matéria noEstados da matéria noEstados da matéria noEstados da matéria no ambiente não�vivoambiente não�vivoambiente não�vivoambiente não�vivoambiente não�vivo Estamos sempre observando fenômenos físicos e químicos ao nosso redor. A chuva, a condensação do vapor nos vidros do lado interno do carro, o cozimento de um alimento, uma roupa secando ao Sol etc. Por que esses fenômenos acontecem? Que explicação científica po- demos dar a eles? CAPÍTULO 5 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 47Ciências – Capítulo 5 Algumas definições importantesAlgumas definições importantesAlgumas definições importantesAlgumas definições importantesAlgumas definições importantes Quase tudo aquilo que nos cerca é considerado matéria: o ar que respiramos, a água, o solo, o ferro, o ouro etc. �����Matéria: é tudo o que tem massa e ocupa espaço no Universo. ����� Corpo: é uma porção limitada de matéria. ����� Objeto: é um corpo produzido para ser utilizado pelo homem. Por exemplo, temos a madeira que é um tipo de matéria, pois umpedaço de madeira constitui um corpo e uma mesa, um objeto. O elemento químico ferro, encontrado na natureza na forma de minérios, sem forma ou função definida‚ é chamado de matéria; já um prego que é uma porção limitada dessa matéria, ou seja, o ferro extraído desses minérios‚ é considerado objeto. A água é matéria, já uma gota d’água é uma porção limitada de matéria, logo, é considerada corpo. Os corpos podem ser classificados em: Corpos naturais quando são forma- dos pela natureza. Por exemplo, árvores e pedras. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Matéria Objeto Minério de ferro Corpos naturais 48 Ciências – Capítulo 5 Corpos artificiais quando são pro- duzidos pelo Homem. Como exemplos podemos citar canetas, automóveis etc. Os corpos podem ainda ser formados por apenas um tipo de matéria, assim como os pregos são formados por ferro, anéis podem ser de prata ou então, por um conjun- to de materiais diferentes misturados, bem como pneus ou tijolos. Os materiais são formados, muitas vezes, pela união de muitas substâncias. ����� Substância: é o tipo ou espécie de matéria da qual o corpo é formado. No exemplo, pregos de ferro são corpos formados pela substância ferro. Jóias podem ser fabricadas a partir da substância ouro extraída de veios encrustrados nas rochas. A matéria água é formada pelos elementos hidrogênio e oxigênio. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el ww w. ce ntr al x/c or es Corpo artificial Mineração de ouro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Molécula de água O H H 49Ciências – Capítulo 5 Os átomos e a matériaOs átomos e a matériaOs átomos e a matériaOs átomos e a matériaOs átomos e a matéria Os átomos são estruturas extremamente pequenas com as quais são formados todos os materiais do Universo. Com exceção dos gases nobres, hélio, neônio, argônio, xenônio, criptônio e radônio, que são materiais constituídos por átomos isolados, todos os outros materiais são formados pela união de átomos. Existem milhões de materiais diferentes formados por combinações entre um número muito menor de átomos. Poderíamos pensar nisso fazendo uma analogia com as palavras escritas. Quantas palavras existem? Milhares e milhares. E quantas letras conhecemos? Nosso alfabeto é composto por apenas 23 letras. A diferença entre as palavras consiste apenas na seleção e no arranjo das letras. A formação das substâncias a partir da combinação dos átomos é semelhante. Os diferentes tipos de átomos formam tudo. De cada arranjo de átomos, temos uma substância diferente. Se unirmos dois átomos de hidrogênio a um átomo de oxigênio, teremos a substância água. Unindo apenas dois átomos de oxigênio, teremos o gás oxigênio. Se um átomo de hidrogênio e um de cloro se unirem, teremos o cloreto de hidrogênio. É dessa forma que os átomos vão formando tudo. Ba nc o d e i ma ge ns R ide elO H H O O ClH 50 Ciências – Capítulo 5 Estados físicos da matériaEstados físicos da matériaEstados físicos da matériaEstados físicos da matériaEstados físicos da matéria Na natureza, a maior parte da matéria encontra-se em três estados físicos: sólido, líquido e gasoso. O que determina o estado físico de um material é a intensidade das forças que unem as partículas que o formam. Estado sólidoEstado sólidoEstado sólidoEstado sólidoEstado sólido A força que une as partículas (áto- mos, moléculas ou íons) é muito intensa, dessa maneira, o espaço entre elas é mínimo. Devido à essa união, os sólidos apresentam grande resistência a serem quebrados, além de possuírem forma e volume definidos. Os corpos sólidos podem ser classi- ficados em: ����� Corpos cristalinos são os sólidos verdadeiros onde as espécies químicas estão arranjadas em forma geométrica definida, e são chamadas de cristais. Como exemplo, podemos citar uma pedra de ametista, um dia- mante etc. ����� Corpos amorfos são sólidos cujos átomos se agrupam de maneira desordenada. Não apresentam forma geométrica definida. Como exemplo, podemos citar um pedaço de piche, cera etc. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 51Ciências – Capítulo 5 Estado líquidoEstado líquidoEstado líquidoEstado líquidoEstado líquido A força que une as partículas são menos intensas que no estado sólido, por isso, o espaço entre elas é maior. As partículas apresentam-se relativamente distantes en- tre si. Os líquidos não apresentam forma e volume definidos. Exemplo: um litro de água em uma garrafa terá o formato da garrafa. Se transferirmos essa água para uma jarra, seu formato mudará, porém, continuará sendo um litro. Estado gasosoEstado gasosoEstado gasosoEstado gasosoEstado gasoso Nesse estado, as forças que unem as partículas são muito peque- nas, por isso elas estão relativamen- te afastadas umas das outras. Os gases não apresentam forma e volume definidos. O gás apresenta a forma do recipiente que o contém e, devido à pequena força de atra- ção entre as moléculas, tende a se expandir e ocupar todo o volume do recipiente, independentemente de sua capacidade. Transformações da matériaTransformações da matériaTransformações da matériaTransformações da matériaTransformações da matéria Para falarmos das transformações que ocorrem na matéria, primeiro vamos definir o que é fenômeno. Fenômeno é qualquer mudança que pode ocorrer na matéria, alterando seu estado físico ou transformando sua estrutura em composição química. Dessa maneira, definimos a seguir o que são fenômeno físico e fenômeno químico. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Temos 1 litro de água tanto na jarra como na garrafa O gás dentro do balão assume a forma do balão 52 Ciências – Capítulo 5 ����� Fenômeno físico: ocorre sem que haja transformação na composição do material. As alterações de estado físico são consideradas fenômenos físicos. Por exem- plo, a solidificação da água. As moléculas de água no estado sólido (gelo) apenas se organizam de forma diferente da água no estado líquido mas o material não deixa de ser água. ����� Fenômeno químico: é a transfor- mação que altera a estrutura química da matéria, isto é, sua constituição. Normal- mente, as transformações químicas apre- sentam caráter irreversível. Por exemplo, a queima de uma folha de papel. Mesmo apagando-se o fogo, a porção de papel queimada não se recompõe. Os fenômenos químicos, também são chamados de rea- ções químicas. Algumas das propriedades da matériaAlgumas das propriedades da matériaAlgumas das propriedades da matériaAlgumas das propriedades da matériaAlgumas das propriedades da matéria É o conjunto das características que qualquer tipo de matéria possui. Algumas dessas características são descritas a seguir. ����� Extensão: Toda matéria ocupa lugar no espaço. A medida deste espaço é seu volume. ����� Massa: É a porção de matéria que forma um corpo. A massa de um corpo é obtida por meio de balanças embora, na verdade, o valor obtido represente a força peso, e sua unidade no SI é o quilo- grama (kg). Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Água passando do estado sólido para o estado líquido. Papel queimando. 53Ciências – Capítulo 5 Diferença entre massa e peso: o peso é uma força que resulta da ação da gravidade sobre a massa de um corpo. É determinada por meio de dinamômetros. Sua unidade no SI é o Newton (N) ou kg.m/s2. ����� Impenetrabilidade:“Dois corpos não podem ocupar, ao mesmo tempo, o mesmo lugar no espaço”. Ao retirarmos um prego que antes se encontrava preso a um pedaço de madeira, podemos observar que o espaço ocupado ante- riormente pelo prego continua a existir. Dessa maneira podemos con- cluir que o prego e a madeira não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo ����� Porosidade ou desconti- nuidade: Toda matéria é porosa ou descontínua. Por mais unidas que as partículas estejam, sempre haverá pequenos espaços entre elas chama- dos “poros” ou espaços intermolecu- lares. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 54 Ciências – Capítulo 5 ����� Compressibilidade ou expansibilidade: Ao aplicarmos uma força sobre uma porção de matéria, ela sofrerá diminuição ou aumento de volume, pois ocorre a movimentação entre os espaços intermoleculares, dependendo do sentido da força. Os espaços intermoleculares existem em qualquer estado da matéria. No estado gasoso, a compressibilidade pode ser grande enquanto nos estados sólido e líquido ela é quase nula. Propriedades específicas da matériaPropriedades específicas da matériaPropriedades específicas da matériaPropriedades específicas da matériaPropriedades específicas da matéria Os materiais podem mudar de estado físico, motivados pela varia- ção da pressão ou da temperatura. Exemplo: a água no estado sólido, ou seja, quando é gelo, pode passar ao estado líquido por meio de um processo de aquecimento. Aquecendo-se ainda mais, ela mudará novamente de estado, desta vez do líquido para o gasoso, transforman- do-se em vapor de água. As mudanças de estado físico têm nomes específicos. A seguir indicamos essas mudanças e seus respectivos nomes. ����� Fusão: passagem do estado sólido para o estado líquido. ����� Solidificação: passagem do estado líquido para o estado sólido. ����� Vaporização: passagem do estado líquido para o estado gasoso. Quando a vaporização ocorre de forma lenta, chamamos de evaporação. Quando ocorre de forma rápida chamamos de ebulição. ����� Condensação: passagem do vapor para o estado líquido. ����� Liqüefação: passagem do estado gasoso para o estado líquido. ����� Sublimação: passagem do estado sólido para o estado gasoso ou vice-versa, sem passar pelo estado líquido. 55Ciências – Capítulo 5 Cada substância apre- senta suas próprias tem- peraturas de fusão e ebu- lição. Essas temperaturas também são conhecidas como pontos de fusão e de ebulição. A água, por exemplo, apresenta tem- peratura de fusão de 0oC enquanto que sua tempe- ratura de ebulição é de 100oC, ao nível do mar. Já a prata tem temperatura de fusão em torno de 960oC e temperatura de ebulição de 2.200oC. Perguntas 1. Defina matéria. 2. Defina corpo e dê exemplo. 3. Defina objeto e dê exemplo. 4. Que são corpos naturais e corpos artificiais. Dê exemplo de cada um. 5. O que é substância? Dê exemplos. 6. Quais são os estados físicos da matéria? Dê exemplo de cada um. 7. O que é fenômeno químico? Dê exemplo. 8. O que é fenômeno físico? Dê exemplo. 9. Cite três propriedades da matéria. 10. O que é condensação? 11. Como se chama a passagem do estado líquido para o estado gasoso? Perguntas Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 56 Ciências – Capítulo 5 O nível do mar está subindo? O IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) já há vários anos estima que o nível médio dos oceanos aumenta de 1,5 a 2 milímetros por ano. Esse aumento é o resultado de dois fatores: o degelo das geleiras polares e o aumento de volume da porção de água dos oceanos que fica em contato com a atmosfera. Sabemos que o volume de uma substância tem relação com a variação da temperatura. Por exemplo com a água, quando aquecemos um determi- nado volume de água, suas moléculas se agitam e o volume ocupado por ela aumenta. Assim acontece com a água do mar. Por causa do aumento da tempe- ratura média do planeta devido ao efeito estufa, a água que fica em contato com a atmosfera também é aquecida e aumenta de volume. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Segundo o IPCC, qual é o aumento do nível médio dos oceanos anual? 2) Qual é a causa do aumento do nível dos oceanos? 3) Como se comporta um líquido com o aumento de temperatura? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 57Ciências – Capítulo 6 CAPÍTULO 6 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Pressão e DensidadePressão e DensidadePressão e DensidadePressão e DensidadePressão e Densidade Por que o alpinista da ilustração está usando uma máscara de oxigê- nio se ele não está debaixo d’água? E por que razão ele tem que utilizar tantos agasalhos? A resposta a estas e outras questões estão neste capítulo. PressãoPressãoPressãoPressãoPressão A camada de gases que envolve a Terra, a chamada atmosfera, se mantém em torno de nosso planeta sem escapar para o espaço cósmico devido à força de atração gravita- cional que a Terra exerce sobre ela, assim como acontece conosco, nos- sas casas, nossos carros etc. Essa força, descrita por Isaac Newton, é responsável por aquilo que chamamos peso. Imagine-se subindo em uma balança. O valor que você lê corresponde ao seu peso. O peso é dado pela seguinte fórmula: 58 Ciências – Capítulo 6 P = m x g onde P corresponde ao peso, m corresponde à massa do corpo que está sendo pesado e g corresponde à aceleração da gravidade na Terra que é de aproximadamente 10 m/s2. O peso nesse caso também pode ser chamado de força, a qual indicaremos por F e a unidade do peso é chamado newton ou N. A aceleração da gravidade em outros planetasA aceleração da gravidade em outros planetasA aceleração da gravidade em outros planetasA aceleração da gravidade em outros planetasA aceleração da gravidade em outros planetas Em outros planetas, a aceleração da gravidade muda. Quanto maior o planeta maior sua aceleração gravitacional. Vejamos alguns valores para os planetas do sistema solar: Mercúrio 3,6 m/s2 Vênus 8,6 m/s2 Terra 9,8 m/s2 Marte 3,7 m/s2 Júpiter 25,8 m/s2 Saturno 11,3 m/s2 Urano 11,4 m/s2 Netuno 11,5 m/s2 E também para o Sol e a Lua: Sol 274 m/s2 Lua 1,67 m/s2 • Exemplo: Quanto pesaria uma pessoa com 50 quilogramas em Vênus, em Júpiter, em Netuno e na Lua? • Solução: Em Vênus � PVênus= 50 x 8,6 = 430 newtons 59Ciências – Capítulo 6 Em Júpiter � PJúpiter = 50 x 25,8 = 1290 newtons Em Netuno � PNetuno = 50 x 11,5 = 575 newtons Na Lua � PLua = 50 x 1,67 = 83,5 newtons • Exemplo: Um menino caminha em direção à sua casa. Qual é o seu peso, sabendo que sua massa é de 40 quilogramas? • Solução: Sabendo-se que sua massa é de 40 quilogramas e que a aceleração da gravidade vale 10 m/s2, substituímos na fórmula: P = m x g P = 40 x 10 P = 400 newtons Se em vez de nos pesarmos subindo em pé em uma balança, nos pesássemos na posição hori- zontal, ou seja, deitados, será que a balança indicaria outro valor para o nosso peso? Certamente não. Mas há uma grandeza chamada pressão que depende do peso e que muda dependendo da posição do objeto. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 60 Ciências – Capítulo 6 Podemos perceber pelas figuras anteriores que a área ocupada sobre o chão da balança é menor no primeiro caso do que no segundo. Assim, mesmo o peso sendo o mesmo, a pressão exercida sobre a balança muda pois a pressão é definida da seguinte maneira: Pressão = F ___ A onde F corresponde a força e A corresponde a área ocupadae a unidade da pressão é N/m2. • Exemplo: Calcule o valor da pressão exercida pelo menino do exemplo anterior sobre a base de uma balança de 0,5 m2. • Solução: Sabendo-se que o peso do menino é de 400 Newtons e que a base da balança é de 0,50 m2, substituímos na fórmula: Pressão = F/A Pressão = 400/0,5 Pressão = 800 N/m2 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 61Ciências – Capítulo 6 Pressão HidrostáticaPressão HidrostáticaPressão HidrostáticaPressão HidrostáticaPressão Hidrostática Se jogarmos um corpo dentro de um vasilhame com água parada, a água exercerá sobre este corpo uma pressão chamada de pressão hidrostática. Para conhecermos a massa do corpo dentro da água basta verifi- carmos qual o deslocamento da água depois que o corpo foi inse- rido na água, pois o corpo desloca- rá água para acomodar-se dentro do recipiente e a água por sua vez exercerá pressão sobre o corpo na tentativa de voltar a sua posição inicial. É essa pressão exercida sobre o casco de submarinos, sobre mergulhadores etc. Quanto maior a profundidade do corpo dentro da água, maior será a pressão hidrostática exercida sobre o mesmo. Podemos definir então como pressão hidrostática a pressão que as moléculas de água exercem sobre uma determinada superfície. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Deslocamento da água 62 Ciências – Capítulo 6 Pressão AtmosféricaPressão AtmosféricaPressão AtmosféricaPressão AtmosféricaPressão Atmosférica A idéia aqui envolvida é a mesma que para a pressão hidrostática, somente diferindo pelo fato de os objetos aqui serem envolvidos pelo ar e não pela água. A pressão atmosférica é menor do que a pressão hidrostática. A existência da pressão atmosférica foi percebida há relativamente pouco tempo. Somente em 1643, Torricelli utilizando um tubo de vidro estreito com uma das extremidades aberta e preenchendo-o com mercúrio e o colocando de pé com uma das extremidades submersa em uma bacia com mercúrio percebeu que o mercúrio descia até 76 centímetros de altura e ali ficava parado dentro do tubo. Ele então concluiu que isso acontecia pois existia uma pressão, a pressão atmos- férica, impedindo que o tubo de vidro esvaziasse todo o seu conteúdo de mercúrio dentro da bacia. Evangelista Torricelli Nasceu em Pisa, Itália em 1608 e morreu em 1647. Foi imortalizado por sua experiência para determinação da pressão atmosférica utilizando uma coluna de vidro e mercúrio. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Mercúrio 76 cm 63Ciências – Capítulo 6 O instrumento inventado por Torricelli chama-se barômetro. Porém os modelos utilizados atualmente são um pouco dife- rentes, normalmente mais práticos para a medida da pressão atmosférica. Como vimos no capítulo anterior, a maior parte dos gases encontra-se na camada da atmosfera mais próxima da superfície, a troposfera. Quando andamos pela rua, estamos o tempo todo envolvidos pelos ga- ses da atmosfera. Assim como dentro da água, quando estamos dentro da atmosfera estamos ocupando o lugar do ar que estava ali anteriormente e portanto o ar tende a fazer pressão sobre nós na tentativa de ocupar o espaço em que estava anteriormente. Quando estamos caminhando podemos imaginar todo o ar que está sobre nós exercendo sua pressão sobre as nossas cabeças. Porém, quando subimos no topo de uma montanha e o ar é menos denso (ar rarefeito), a pressão atmosférica exercida sobre nós também diminui pois a camada de ar sobre as nossas cabeças também está mais leve. Podemos definir então a pressão atmosférica como sendo a pressão que as moléculas de ar exercem sobre uma determinada superfície. Re pr od uç ão Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 64 Ciências – Capítulo 6 DensidadeDensidadeDensidadeDensidadeDensidade Na atmosfera, como discutimos anteriormente, a maior parte do ar atmosférico se encontra próxima à superfície da Terra. Como sabemos que o ar é composto por vários gases, ou seja, pelas moléculas dos vários gases, podemos concluir que existem mais moléculas próximas à superfície do que mais distante dela. Para entendermos melhor essa idéia, vamos observar a figura a seguir. Assim, dizemos que mais próximo à superfície o ar é mais denso (ar comprimido), pois há mais moléculas, enquanto que no topo da montanha o ar é mais rarefeito, pois há menos moléculas. A densidade então é definida como: d = m ___ V onde d corresponde a densidade, m corresponde a massa e V ao volume e a unidade da densidade é dada por g/cm3. • Exemplo: Encontremos o valor da densidade da água sabendo que uma caixa contendo água, cheia com 1.000 g de água, tem volume de 1.000 cm3. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro À medida que a altitude aumenta, a densidade de gases atmosféricos diminui. 65Ciências – Capítulo 6 • Solução: Vamos aplicar os valores do enunciado na fórmula: d = m/V d = 1000/1000 d = 1 g/cm3 Para exemplificar o que foi dito anteriormente, vamos utilizar um balão. Observe a figura. Como podemos ver dentro do balão, as moléculas de ar estão mais afastadas umas das outras do que fora dele. Então podemos dizer que o ar dentro do balão é mais rarefeito do que o ar fora dele. A influência da temperaturaA influência da temperaturaA influência da temperaturaA influência da temperaturaA influência da temperatura sobre a densidadesobre a densidadesobre a densidadesobre a densidadesobre a densidade Quando o ar é aquecido, assim como a maioria dos fluidos, ele torna-se menos denso, pois as moléculas que fazem parte de sua Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 66 Ciências – Capítulo 6 composição ficam mais distantes umas das outras e, dessa maneira, torna-se ainda menos denso e mais leve do que o ar que não foi aquecido. Para entendermos melhor essa idéia, vamos observar o que está acontecendo na figura a seguir. A chama do maçarico do balão aquece o ar interno dele, tornando- o menos denso do que o ar externo. Com isso o ar interno ao balão fica menos denso do que o ar que o circunda fazendo dessa maneira com que ele suba. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 67Ciências – Capítulo 6 1) Por que a camada de gases que envolve nosso planeta não escapa para o espaço cósmico? 2) Qual é o valor da aceleração da gravidade terrestre? 3) Como podemos definir a pressão hidrostática? 4) Como podemos definir a pressão atmosférica? 5) Por que razão um balão sobe? 6) Qual é a influência da temperatura sobre a densidade? 7) Quanto pesaria uma pessoa com 70 quilogramas em Mercúrio, em Marte, em Saturno, em Urano e no Sol? 8) Um carro viaja por uma estrada. Qual é o seu peso, sabendo que sua massa é de 1.000 quilogramas? 9) Calcule o valor da pressão exercida por um cami- nhão de 6.000 quilogramas sobre a base de uma balança de estrada de 20 m2. 10) Encontre o valor da densidade do mercúrio sa- bendo-se que uma caixa contendo mercúrio cheia com 1.380 g tem volume de 100 cm3. PerguntasPerguntas Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 68 Ciências – Capítulo 6 Montanha acima Muito cuidado se você pretende aproveitar suas férias para fazer uma trilha. Principalmente se você pretende se aventurar a escalar uma montanha. Saiba que à medida que a altitudeem que nos encontramos aumenta, mais rarefeito é o ar que respiramos, ou seja, menor o número de molécu- las de ar atmosférico que teremos para respirar. Nosso organismo tem mecanismos internos que procuram compensar essa ausência de ar, porém ele tem seu tempo para acontecer. Quando estamos a 3.500 metros de altitude é comum sentirmos os pri- meiros sintomas da falta de ar, como dores de cabeça, dificuldade para dormir, tonturas entre outros. É impor- tante estar atento a esses sintomas. Se não se sentir bem descanse, a fim de dar tempo ao corpo para se adap- tar, e tome muito líquido. Se ainda assim, os sintomas não desaparece- rem, não force. O negócio é parar a escalada por aí. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Segundo descreve o texto, o que acontece com o ar atmosférico à medida que aumenta a altitude em que nos encontramos? 2) Quais são os primeiros sintomas que aparecem em nosso organismo devido a falta de ar? 3) O que fazer quando se sente os sintomas da falta de ar? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 69Ciências – Capítulo 7 BiosferaBiosferaBiosferaBiosferaBiosfera O Brasil é um país que ainda conserva metade de seu território ocupado pela floresta Amazônica. Embora sejamos ainda um país com enormes problemas sociais, como fome, educação, mo- radia, saneamento básico etc. será que vale a pena derrubar a floresta para aten- der a essas necessidades? Será que é possível encon- trar um meio termo onde a floresta possa fornecer rique- za suficiente às pessoas de modo a ser possível mantê- la? Este capítulo aborda um pouco esses assuntos mas essa é uma questão tão importante que para nós, brasileiros, é imprescindível conhecê-la. CAPÍTULO 7 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 70 Ciências – Capítulo 7 EcologiaEcologiaEcologiaEcologiaEcologia Como vimos anteriormente, a Terra demorou muito tempo até que sua crosta resfriasse e assim pudesse começar a abrigar a vida. Esse processo, estima-se, começou há cerca de 2,5 bilhões de anos. A vida não é encontrada em todas as partes da Terra, pois nem todos os lugares oferecem condições para sua existência, porém a capacidade de adaptação dos seres vivos mostra-se surpreendente. A todos os lugares onde se encontram seres vivos dá-se o nome de biosfera. Quem primeiro utilizou o termo biosfera foi o geólogo austríaco Edouard Zuss em 1875, se referindo à litosfera, à atmosfera e à hidrosfera. Para a formação da biosfera, três foram as condições essenciais: a presença da água no estado líquido, a radiação solar e o ar atmos- férico. O ser humano, um dos últimos a aparecerem na Terra, tem tido importância significativa no processo de mudanças que tem aconte- cido na natureza. Da necessidade de compreender melhor a natureza e as relações que nela ocorrem surge a Ecologia, que tem como função estudar os componentes da biosfera e a maneira como se relacionam. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 71Ciências – Capítulo 7 EcossistemasEcossistemasEcossistemasEcossistemasEcossistemas O ecossistema é composto pelo conjunto formado pelos fatores não-vivos, tais como a água, a radiação solar e a atmosfera, e pelos fatores vivos, tais como plantas, animais, microorganismos etc. que compõe um ambiente. A interação dos fatores não-vivos e vivos em um determinado ambiente constitui um ecossistema. Porém, o tamanho de um ecossistema depende do que se objetiva estudar e por quais características ele é definido, porém não existe na natureza uma separação definida. Os fatores vivos presentes em um ecossistema podem ser classi- ficados como produtores, consumidores e decompositores. Os produtores produzem a matéria orgânica, ou seja, são repre- sentados pelas plantas. As plantas produ- zem seu próprio alimento usando como matéria-prima a energia solar, a água e o gás carbônico presentes na atmosfera. Pelo fato de produzirem seu próprio alimento são chamados autótrofos. Os consumidores são aqueles seres que se alimentam direta ou indiretamente dos produtores. Eles são chamados heterótrofos. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 72 Ciências – Capítulo 7 Eles podem ainda ser classificados como primários, ou ainda herbívoros, quando consomem apenas plantas, como por exemplo o boi, e secundários, ou carnívoros, quando além de alimen- tar-se de plantas também alimentam- se dos animais, como o caso do homem. Já os decompositores, representa- dos por microorganismos, que iremos estudar mais adiante, têm como função devolver a matéria orgânica, seja de plantas ou animais mortos, ao ambiente. Esse processo que inicia-se nos produtores passando pelos consumido- res e finalmente chegando aos decom- positores, forma um ciclo na natureza chamado de cadeia alimentar. Pode- mos ver um exemplo na figura a seguir. O boi consome o capim e por isso ele é um consumidor primário. O ser humano além de se alimentar de vege- tais, também se alimenta da carne do ww w. ce ntr al x/c or es Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Este ciclo é chamado de cadeia alimentar Consumidor secundário Consumidor primário Os decompositores estão presentes no solo Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 73Ciências – Capítulo 7 boi e por esse motivo ele é um consumidor secundário. Tanto o homem quanto o boi terão um tempo de vida definido e serão decompostos pelos decompositores e a matéria será devolvida novamente ao solo. Ecossistemas terrestresEcossistemas terrestresEcossistemas terrestresEcossistemas terrestresEcossistemas terrestres Os ecossistemas terrestres compreendem cerca de 28% da super- fície do planeta e são constituídos pelos continentes, ilhas e pelas geleiras. Os fatores climáticos são determinantes para a definição dos diferentes ecossistemas, pois fatores como quantidade de radiação solar, altitude, ocorrência de ventos etc. interferem com a vida fazendo variar o ambiente de região para região. Os ecossistemas terrestres são definidos em particular pelo tipo de vegetação neles presente, uma vez que este fator vai determinar quais seres vivos se desenvolverão em determinada região. Os principais ecossistemas terrestres brasileiros são: a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Floresta de Araucárias, a Caatinga, o Cerrado, a Mata de Cocais, o Pantanal e os Pampas. Um mapa mos- trando como esses ecossistemas estão distribuídos pelo solo brasileiro é mostrado a seguir. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ M au ri Ca mi lo 74 Ciências – Capítulo 7 A seguir, vamos descrever cada um desses ecossistemas em de- talhes. Floresta AmazônicaFloresta AmazônicaFloresta AmazônicaFloresta AmazônicaFloresta Amazônica A floresta Amazônica é a maior floresta tropical do planeta, correspondendo a 2/5 da América do Sul e à metade do Brasil. No Brasil, a floresta abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e parte dos estados do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso e na América do Sul, a Venezuela, Suriname, Guianas, Bolívia, Colômbia, Peru e Equador. A floresta Amazônica é uma floresta tropical por estar, em toda sua extensão, situada entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 75Ciências – Capítulo 7 A formação vegetal está dividida principalmente em mata de várzea, que compreende a região ribeirinha que é inundada em época de cheia, a mata de igapó que é constante- mente alagada e a mata de terra- firme, normalmente seca.Embora o solo amazônico seja pobre, na região de várzea, as comu- nidades locais fazem seu plantio de sobrevivência, pois essas regiões re- cebem nutrientes nas épocas de cheia. A floresta Amazônica representa 1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas do nosso planeta e contém 1/5 de toda água doce mundial e riquezas minerais em parte ainda desconhecidas. A floresta Amazônica é um ecossistema que se mantém em equilíbrio, mas é bas- tante sensível à interferências. Embora seus recursos sejam explorados desde o Em menos de 30 anos, uma área equivalen- te ao território francês foi exterminada da Floresta Amazônica. ww w. ce ntr al x/c or es ww w. ce ntr al x/c or es Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 76 Ciências – Capítulo 7 começo da colonização do país, a partir da década de 1970, sua exploração tem sido mais ostensiva com a derrubada de regiões de mata para a criação de gado, a exploração de minerais, tais como o ouro, a bauxita, a cassiterita entre outros por empresas nacionais e também estrangeiras, abalando dessa maneira seu frágil equilíbrio e pondo em perigo sua vasta biodiversidade que consiste em cerca de 1,5 milhão de espécies vegetais, 3 mil espécies de peixes, 950 tipos de pássaros e insetos, répteis, anfíbios, mamíferos etc. Mata AtlânticaMata AtlânticaMata AtlânticaMata AtlânticaMata Atlântica Desde a descoberta do Brasil pelos portugueses, a Mata Atlântica sofre uma forte devastação. Originalmente ela estendia-se desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, para agora existir somente em regiões localizadas e nem sempre contíguas. A devastação começou com a extração do Pau Brasil. E daí em diante prosseguiu atendendo a diversos ciclos de exploração passando pela era da cana-de-açúcar, do ouro, do café, até que finalmente passou por um forte processo de Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 77Ciências – Capítulo 7 urbanização, e é nessa região da Mata Atlântica que se desenvolveram as maiores cidades do país tais como São Paulo, Rio de Janeiro entre outras. Com tudo isso, só restaram, do que exis- tia originalmente, 7,3%. Ainda assim essa região é considerada uma das mais impor- tantes regiões que abrigam a riqueza ani- mal e vegetal no mundo, com 261 espé- cies de mamíferos, 620 espécies de aves, 200 espécies de répteis e 280 espécies de anfíbios entre outras, bem como 20.000 espécies de plantas, sendo que uma gran- de parte delas só ocorrem nesta região. Área de floresta não é área improdutiva. Da conservação da natureza depende nossa sobrevivência atual e futura. ww w. ce ntr al x/c or es Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 78 Ciências – Capítulo 7 A importância de se preservar o que ainda resta da Mata Atlântica Atualmente, as maiores áreas flo- restais encontram-se em países do Terceiro Mundo, onde as populações passam por imensas dificuldades em relação a sua manutenção e preserva- ção, como acesso a uma alimentação de qualidade, serviços de saúde, edu- cação, saneamento básico entre outros. Muitas vezes, essas populações, para atenderem suas necessidades imediatas de terras para plantar e para construir moradias, acabam desma- tando o que ainda resta dos recursos florestais. Não que grandes empresas também não o façam, na extração de madeira, recursos minerais presentes no solo etc. É importante que se criem recur- sos para que as populações carentes tenham uma convivência de harmo- nia com a natureza, criando meios para que estas vivam das florestas, mas de uma maneira equilibrada em que o homem seja ajudado por elas e elas sejam preservadas por ele. O desmatamento pode atender a necessidades imediatas, porém a longo prazo, as conseqüências serão terríveis para o planeta. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Onde se encontram as maiores áreas florestais do mundo? 2) Pesquise o significado da expressão Terceiro Mundo. 3) Como deve ser o convívio entre as áreas florestais e o homem? ww w. ce ntr al x/c or es 79Ciências – Capítulo 7 Floresta de AraucáriasFloresta de AraucáriasFloresta de AraucáriasFloresta de AraucáriasFloresta de Araucárias Esta floresta é principalmente encontra- da nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul pois sua presença está relacionada ao clima que apresenta temperaturas moderadas e grande quan- tidade de chuvas. A Floresta de Araucárias é outro exemplo de ecossistema que encontra-se ameaça- do em particular pelas indústrias movele- reira e de papel e celulose que utilizam como matéria-prima a imbuia e a araucária, e uma das conseqüências dessa devastação vem sendo percebida pela variação nas precipitações no Sul. Curitiba deve seu nome a esse tipo de árvore pois em tupi curi = pinheiro e tyba = aglo- meração. CaatingaCaatingaCaatingaCaatingaCaatinga A Caatinga é o principal ecossistema que ocorre na Região do Nordeste estendendo-se pelos estados de Minas Gerais, Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão. Isso representa cerca de 7% do território brasileiro. O clima na região da Caatinga varia entre épocas quentes e secas e ww w. ce ntr al x/c or es 80 Ciências – Capítulo 7 épocas quentes e úmidas. Na época de secas, as folhas das árvores caem. Devido a essa circunstância é que o índios devem tê-la batizado de Mata Branca, o significado de Caatinga em tupi guarani. A paisagem da Caatinga é composta por vegetação rasteira com árvores cuja altura varia de 3 a 7 metros, plantas espinhosas, cactos e bromélias. Os animais ali existentes também estão adaptados ao clima quente e seco. Exemplos de animais que vivem nessas regiões são os lagartos, cobras, aranhas etc. Porém, a substituição de espécies nativas por outras e os des- matamentos prejudicam os animais e vegetais nativos e também a qualidade da água e do solo. Essa região já apresenta grandes áreas desertificadas. ww w. ce ntr al x/c or es ww w. ce ntr al x/c or es 81Ciências – Capítulo 7 CerradoCerradoCerradoCerradoCerrado O Cerrado brasileiro ocupa 22% do território nacional, ocupando os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal. Embora apresente vegeta- ção baixa e tortuosa como na Caatinga, no Cerrado essa formação não ocorre por falta de água mais sim pela composição do solo, rico em alumínio. O Cerrado, por estar localiza- do no interior do país, permaneceu intocado até a década de 1950, mas com a interiorização do país e a mudança da capital federal para Goiás, várias mudanças começa- ram a ocorrer. Novas estradas foram abertas e parte da vegetação na- tural foi derrubada dando lugar ao cultivo de culturas extensivas de arroz, soja entre outros. Com isso, restam atualmente apenas 20% das matas originais. O Cerrado brasileiro é reconhe- cido como o ecossistema mais rico em variedades animais e vegetais abrigando mais de 10.000 espé- cies de plantas, 837 espécies de aves, 67 gêneros de mamíferos e também anfíbios, répteis, borbole- tas, vespas etc. A flor do Ipê, bastante comum no cerrado, foi escolhida como flor na- cional brasileira por de- creto presidencial. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 82 Ciências – Capítulo 7 ww w. ce ntr al x/c or es Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 83Ciências – Capítulo 7 Mata deCocaisMata de CocaisMata de CocaisMata de CocaisMata de Cocais A Mata de Cocais é considera- da uma região de transição entre a Caatinga e o Cerrado e localiza- se entre os estados do Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão. É composta por uma vegeta- ção bastante resistente ao desma- tamento e nela predominam as palmeiras, em particular o babaçu, a carnaúba e o buriti. PantanalPantanalPantanalPantanalPantanal O Pantanal localiza-se entre o Cerrado, no centro-oeste do país, a Amazônia ao norte e a Bolívia. Sua vegetação incorpora portanto alguns aspectos da vegetação destes ecossistemas. No Pantanal ocorrem duas épocas distintas: uma de seca e outra de chuvas. Nesta, ocorrem grandes inunda- ções que são fundamentais para a fauna local pois elas trazem os nutrientes que servirão de alimen- to e estas regiões apresentam grande diversidade de animais. ww w. ce ntr al x/c or es ww w. ce ntr al x/c or es 84 Ciências – Capítulo 7 O Pantanal apresenta na região de planície, em maior e menor grau, áreas alagadas, sendo assim imprópria para a agricultura. A atividade econômica que se desenvolveu e subsiste até os dias atuais é a da agropecuária. Na região de planalto, mais altas em relação às planí- cies, desenvolveram-se cidades, porém sem infra-estrutura apropriada, acabam liberando esgoto residencial e industrial, causando impacto negativo na região. Além disso, no Pantanal ocorrem garimpos de ouro, e o mercúrio utilizado para a mineração também acaba contaminando os rios da região. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 85Ciências – Capítulo 7 PampasPampasPampasPampasPampas Os Pampas se localizam no sul do Brasil. Apresentam uma vege- tação gramínea que varia de 10 a 50 centímetros de altura e poucas árvores. Historicamente, vem sendo utilizada para pecuária de bovinos e ovinos. Outras atividades importantes que vem sendo desenvolvidas na região são a cultura extensiva de arroz, trigo, milho e soja. Devido a atividade pecuária e também agrícola, os Pampas estão passando por um processo de desertificação. Porém, apesar da pouca variedade da vegetação, os Pampas apresentam uma grande variedade de espécies animais tais como lobos, raposas, aves de rapina, répteis e insetos. ww w. ce ntr al x/c or es Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 86 Ciências – Capítulo 7 Ecossistemas AquáticosEcossistemas AquáticosEcossistemas AquáticosEcossistemas AquáticosEcossistemas Aquáticos Ecossistemas MarinhosEcossistemas MarinhosEcossistemas MarinhosEcossistemas MarinhosEcossistemas Marinhos Nos ecossistemas marinhos, características como a temperatura, a salinidade, a quantidade de luz e as marés são determinantes para o tipo de vida que se desenvolverá em cada região. A salinidade, que corresponde à quantidade de sal dissolvida na água do mar em uma determinada região, é praticamente constante em regiões afastadas das regiões costeiras, e são menores em regiões onde os rios, que têm água doce, desaguam no mar. Estas últimas são chamadas de regiões estuarinas. A profundidade dos oceanos varia à medida em que nos afastamos da costa. Nos primeiros 50 a 100 quilômetros nos encontramos sobre a plataforma continental, região em que a profundidade varia lentamen- te até cerca de 130 metros, até alcançarmos o talude continental, região em que a profundidade aumenta rapidamente podendo chegar a vários quilômetros. A radiação solar, fator determinante para a existência de determi- nados seres vivos, chega até cerca de 200 metros de profundidade. Essa região iluminada pela luz solar é chamada de região fótica (foto = luz). Abaixo dos 200 metros a luz solar não chega, determinando uma região chamada de afótica (a = sem, foto = luz). Na região fótica estão presentes a grande maioria das espécies vegetais aquáticas e animais. Na região afótica, por falta de luz, desaparecem as espé- cies vegetais e os seres vivos que aí vivem são carnívoros. Por causa da falta de luz, alguns seres nessas regiões desenvolveram uma característica cha- mada bioluminescência, que é a pro- dução de luminosidade pelo próprio ser vivo. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 87Ciências – Capítulo 7 Os seres vivos presentes em mares e oceanos podem ser classi- ficados em: ����� Plâncton: são seres flutuantes que deslocam-se passivamente tanto em profundidade como de região para região por meio do mo- vimento das correntes oceânicas. São normalmente muito pequenos, representados por algas e animais. ����� Nécton: são seres que têm a capacidade de nadar livremente e vencer as correntes, possuindo movimentos próprios. Os seres nec- tônicos são representados pelos peixes, mamíferos aquáticos, moluscos, crustáceos etc. Distribuição dos organismos das regiões oceânicas Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 88 Ciências – Capítulo 7 ����� Bentos: Vivem no fundo dos mares sendo que alguns são fixos tais como os corais e outros são capazes de se locomover sobre o fundo dos mares tais como os carangueijos, os moluscos, as anêmonas, estrelas-do-mar etc. Os manguezaisOs manguezaisOs manguezaisOs manguezaisOs manguezais Os manguezais ocorrem em toda a extensão da costa brasileira. Eles normalmente se encontram em regiões onde os rios desagüam no mar. O solo característico dos manguezais é lodoso e salobro. Pelo fato de o solo ser lodoso, as plantas para se desenvolverem ali tiveram que se adaptar e apresentam raízes aéreas do tipo escora Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 89Ciências – Capítulo 7 para sustentação e raízes respiratórias co- nhecidas como pneumatóforos, que se fi- xam no solo e depois tornam a crescer para cima de modo a poderem retirar o oxigênio do ar atmosférico, como podemos observar na figura ao lado. A existência dos manguezais é essen- cial pois ali se reproduzem diversas espécies de peixes, camarões, ostras, caranguejos etc. e por essa razão são chamados de berçários. O mangue também apresenta diversas outras espécies tais como aves e répteis. ww w. ce ntr al x/c or es Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Muitas pessoas vivem da captura dos caranguejos dos mangues. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 90 Ciências – Capítulo 7 Perguntas 1) O que é biosfera? 2) Quais foram as condições ideais para a formação da biosfera? 3) Qual é o papel que a Ecologia desempenha? 4) O que é um ecossistema? 5) Qual é a classificação dos fatores vivos presentes em um ecossistema? 6) Qual é o papel desempenhado pelos produtores? 7) Qual é o papel desempenhado pelos consumidores? 8) Qual é o papel desempenhado pelos decompositores? 9) Quais são os principais ecossistemas terrestres? Perguntas ww w. ce ntr al x/c or es Os rios e lagosOs rios e lagosOs rios e lagosOs rios e lagosOs rios e lagos São os chamados ecossistemas de água doce, embora a água não seja de fato doce. Chamá-la dessa maneira é somente uma maneira de diferenciar essas águas das dos oceanos, que de fato apresentam sabor salgado. Os rios e lagos também apresentam plâncton, nécton e bentos, porém a va- riação de temperatura e a penetração da luz difere um pouco em relação ao que acontece nos mares e oceanos pois em rios e lagos as profundidades encon- tradas são bem menores. 91Ciências – Capítulo 7 10) Por que há tanto interesse internacional na floresta Amazônica? 11) Em que momento iniciou-se a devastação da Mata Atlântica e quanto sobrou atualmente em relação ao que existia originalmente?12) Como é composta a paisagem da Caatinga? 13) Em relação à luz solar, os oceanos são divididos em duas regiões. Quais são seus nomes? 14) Como podem ser classificados os seres vivos presentes nos mares e oceanos? 15) Como são as plantas que se desenvolvem nos manguezais? 92 Ciências – Capítulo 7 Qual será o futuro da Floresta Amazônica? Muitas pessoas chamam a floresta Amazônica de o “pulmão do mundo”. Essa afirmação não é verdadeira pois uma floresta somente é fonte de oxi- gênio para a atmosfera quando está se desenvolvendo, quando está crescen- do, o que não é o caso da floresta Amazônica, que já é uma floresta em equilíbrio. Porém, esse equilíbrio é bastante frágil. As mudanças climáticas pelas quais o planeta vem passando, em particu- lar o efeito estufa, podem disparar processos na floresta que ainda não se conhece bem. Entretanto, existem estudos que indicam que o aumento da temperatura da atmosfera pode aumentar a atividade dos microorga- nismos do solo da floresta e esta então passará a emitir para a atmosfera grandes quantidade de dióxido de carbono, o CO 2 , que é um dos gases estufa. O cenário mais tenebroso é o de que as concentrações de CO 2 na atmosfera serão tão altas que a flores- ta Amazônica acabará desaparecendo. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Por que a afirmação de que a floresta Amazônica é o pulmão do mundo é incorreta? 2) Qual será o efeito do aumento de temperatura atmosférica na floresta Ama- zônica? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 93Ciências – Capítulo 8 EvoluçãoEvoluçãoEvoluçãoEvoluçãoEvolução Você já parou para imaginar de onde vieram todos os seres vivos? Será que os animais, os vegetais e nós mesmos sempre tivemos a aparência que apresentamos hoje? Já percebemos nos capítulos an- teriores que tudo neste planeta continua evoluindo e se movimentando, assim podemos concluir que com os seres vivos não poderia ser diferente, não é mesmo? Vamos então, neste capítulo, conhecer um pouco melhor como todo esse processo acontece. CAPÍTULO 8 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 94 Ciências – Capítulo 8 Quando observamos o ambiente que nos cerca, um lago ou uma floresta, vemos uma grande variedade de seres vivos. Percebemos que alguns assemelham-se mais entre si do que outros. Podemos, simplificadamente, dizer que os animais do mesmo tipo compõe uma mesma espécie e que os animais de uma mesma espécie são capazes de se reproduzir, dando origem a outros animais também capazes de se reproduzir. Mas mesmo sendo de uma mesma espécie, os animais ao se reproduzirem herdam características de seus pais e de suas mães, podendo se parecer mais com os pais ou mais com as mães. Os filhotes, porém, nascem adaptados ao meio ambiente em que nasceram. Assim, um filhote de pingüim conseguirá viver bem e se desenvolver em ambientes onde a temperatura ambiente for baixa, entre outros fatores ou um camelo estará bem se estiver em locais em que a temperatura for elevada, entre outros fatores. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 95Ciências – Capítulo 8 Cada espécie está adaptada a um determinado ambiente e será capaz de viver e gerar filhotes se estas condições ambientes forem mantidas. Um exemplo de adaptaçãoUm exemplo de adaptaçãoUm exemplo de adaptaçãoUm exemplo de adaptaçãoUm exemplo de adaptação Há um caso clássico de adaptação que é o das mariposas na Inglaterra. Antes do processo de industrialização ocorrido na Inglaterra, as mariposas de cor clara eram encontradas em grande número pois se confundiam com os troncos claros das árvores e as mariposas de cor escura eram os alvos mais prováveis para possíveis predado- res. À medida que as fábricas co- meçaram a funcionar, a fuligem solta na atmosfera por elas fez com que os troncos das árvores tornas- sem-se escuros. Dessa vez, as mariposas escuras é que se con- fundiam com os troncos de árvores e as mariposas claras tornaram- se o alvo dos predadores. Dessa maneira, a população de mariposas claras que antes era a maior, foi reduzida e a população de mariposas escuras que antes eram a minoria, cresceu e tornou-se predominante. A evolução dos seres vivosA evolução dos seres vivosA evolução dos seres vivosA evolução dos seres vivosA evolução dos seres vivos Na natureza são encontrados res- tos animais e vegetais petrificados, os chamados fósseis. O estudo desses fósseis, realizado por pesquisadores, indica que os se- res que conhecemos hoje nem sem- pre foram assim. Um dos exemplos Re pr od uç ão Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 96 Ciências – Capítulo 8 mais conhecidos é o da evolução do cavalo. Esse processo teria começado com um animal pequeno chamado Eohippus com cerca de 28 centímetros de altura e por transformações graduais teria chegado a ser o cavalo, como o conhecemos hoje. E assim ocorreu tanto com outros animais quanto com outros vegetais. A esse processo de sucessivas transformações graduais ao longo do tempo deu-se o nome de evolução. A partir do século XIX, o conceito de evolução tornou-se dominante no meio científico de então e várias teorias tentando explicar como ela ocorria surgiram. As mais destacadas foram as formuladas por Jean Baptiste Lamarck (1744-1829) e por Charles Darwin (1809-1882). A Teoria de Lamarck sobre a EvoluçãoA Teoria de Lamarck sobre a EvoluçãoA Teoria de Lamarck sobre a EvoluçãoA Teoria de Lamarck sobre a EvoluçãoA Teoria de Lamarck sobre a Evolução Para Lamarck, as transformações ocorridas nos seres de geração em geração ocorriam por causa de ne- cessidades impostas pelo ambiente de determinado indivíduo. Uma de suas leis foi chamada Lei do Uso e Desuso. Assim, se um ser vivo, para viver em um determinado ambiente, precisasse de um órgão, ele passaria a utilizá-lo Eohippus Cavalo atual Jean Baptiste Lamarck 97Ciências – Capítulo 8 mais e este iria hipertrofiar. Da mesma maneira, se um órgão passasse a ser pouco utilizado, ele tenderia a atrofiar. Um exemplo muito utilizado para ilustrar a teoria de Lamarck sobre a evolução é o caso do pescoço das girafas. As primeiras girafas teriam o pescoço curto para alcançar os brotos das árvores. Assim, elas teriam que se esforçar para alcançar o alimen- to nos ramos das árvores e esse esforço faria com que seu pescoço crescesse um pouquinho. Esse pequeno alongamento seria transmitido aos seus descendentes de geração a geração, sendo que cada uma delas teria conseguido alongar um pouquinho mais o pescoço. Dessa maneira, essas mudanças gradativas teriam resultado na girafa com o comprimento de pescoço que ela exibe atualmente. Porém as teorias de Lamarck não são observadas na prática e assim os cientistas não as aceitam como corretas. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 98 Ciências – Capítulo 8 Re pr od uç ão Charles Darwin A Teoria de Darwin sobre a EvoluçãoA Teoria de Darwin sobre a EvoluçãoA Teoria de Darwin sobre a EvoluçãoA Teoria de Darwin sobre a EvoluçãoA Teoria de Darwin sobre a Evolução Aos 22 anos de idade, Charles Darwin, formado em História Natural, aceitou a vaga de naturalista em uma expedição britânica que duraria 5 anos, de 1831 a 1836, a bordo do navio Beagle, que tinha como missão carto- grafar algumas regiões. O navio partindo da Inglaterra rumou em direção à América do Sul parando em vários pontos da costa brasileira e continuou em direção a oeste, contornando o continente até chegar às ilhas Galápagos, nome esse devido às tartarugas que ali habitavam. Distante da costa oeste da América do Sul quase1.000 quilômetros, as ilhas Galápagos serviram para que Darwin observasse processos Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ M au ri Ca mi lo Percurso da Expedição Britânica a bordo do navio Beagle 99Ciências – Capítulo 8 evolutivos de determinados habitantes daquela região. Com base nas informações obtidas a partir de suas observações, ele desenvolveu sua teoria da evolução. No ano seguinte, ao fim da viagem, Darwin publicou seu livro A viagem do Beagle, mas seu livro A origem das espécies só seria publicado 20 depois. Entre suas observações, Darwin concluiu que os seres vivos ao se reproduzirem geram descendentes que apresentam pequenas varia- ções. Essas variações tornam alguns mais aptos para sobrevivência do que os outros. Dessa maneira, alguns chegam à idade adulta e se reproduzem. Esse processo ao longo de muitas gerações, favoreceria os seres vivos cujas características fossem mais adequadas à sobre- vivência em seu meio ambiente. Esse processo foi chamado de seleção natural, onde os mais aptos a enfrentar determinado meio ambiente acabam prevalecendo. Assim, para o caso das girafas, aquelas que tivessem adquirido a característica de ter o pescoço um pouco mais longo seriam favorecidas na obtenção do alimento no alto das árvores e dessa maneira, em sobreviver e gerar descendentes. A história do nosso planetaA história do nosso planetaA história do nosso planetaA história do nosso planetaA história do nosso planeta e o aparecimento dos seres vivose o aparecimento dos seres vivose o aparecimento dos seres vivose o aparecimento dos seres vivose o aparecimento dos seres vivos A evolução é um processo que ocorre como conseqüência da seleção natural ao longo de milhares de gerações e assim o surgimento ou a duração de uma determinada espécie é contada em termos de eras geológicas, ou seja, milhões de anos. Desde a sua formação, a Terra passou por diversas transformações, climáticas e físicas, que foram responsáveis pelo surgimento, evolução e extinção de várias espécies. Esse processo não é estático e novas espécies estão continuamen- te surgindo. O mecanismo utilizado para se conhecer a evolução dos seres vivos é o estudo dos fósseis, porém esse estudo fica restrito ao que conse- guimos encontrar. Acredita-se que, embora tenham sido encontrados 100 Ciências – Capítulo 8 milhares de fósseis até hoje, apenas 1% das espécies que já viveram sobre a Terra sejam conhecidas. Fim da era dos dinossauros Existem várias teorias que explicam o desaparecimento dos dinossauros mas a mais aceita é a de que um enorme meteorito tenha se chocado com a Terra. O impacto foi tão forte que levantou uma imensa nuvem de poeira que impedia que a luz solar atingisse a Terra. Assim, os vegetais morreram, e com eles os animais herbívoros e em seguida os carnívoros. Evolução do HomemEvolução do HomemEvolução do HomemEvolução do HomemEvolução do Homem A família a qual pertence o Homem teve sua origem há 1 milhão de anos. Os fósseis de hominídeos são encontrados desde o século XIX, e foram suficientes para contar como foi a história da evolução Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 101Ciências – Capítulo 8 que deu origem a nossa espécie. A seqüência de transformações sofridas foram a postura bípede, ou seja, os hominídeos passaram a andar sobre apenas os pés; um aumento na habilidade das mãos com o desenvolvimento do polegar, que facilitou a busca por alimentos e a locomoção; o aumento da capacidade craniana, esta em particular muito relacionada com o desenvolvimento da habilidade manual; modificações das mandíbulas e dos dentes, permitindo o desenvolvi- mento da linguagem; formação de agrupamentos, contribuindo assim para a defesa. O nosso ancestral mais antigo identificado até hoje é o Dryopithecus, que viveu há 25 milhões de anos. Este deu origem ao Ramapithecus, que viveu há 5 milhões de anos. Como podemos notar sua postura passou a ser ereta e sua capacidade craniana era metade da atual. Em seguida, vem o Australopithecus, já muito parecido com o homem atual. Mais recentemente, há 1,5 milhão de anos surgiu o Homo erectus, que já dominava a arte da caça, conhecia o fogo e vivia em grupos. Há apenas 11 mil anos surge o Homo sapiens, representado pelo Homem de Neanderthal e pelo Homem de Cro-Magnon, idêntico ao atual. Eles são os responsáveis pelas inscrições encontradas atualmen- te em cavernas. Dryopithecus Ramapithecus Australopithecus Homo erectus Homo sapiens Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 102 Ciências – Capítulo 8 Perguntas 1) Conte com suas palavras a história da adaptação das mariposas da Inglaterra. 2) O que são os fósseis? 3) Defina evolução. 4) Explique com suas palavras a teoria de Lamarck sobre a evolução. 5) Explique com suas palavras a teoria de Darwin sobre a evolução. 6) Qual entre as duas teorias, de Lamarck e de Darwin, é atualmente aceita como correta? 7) Quais foram as principais transformações ocorridas nos hominídeos ao longo de seu processo evolutivo? Perguntas Re pr od uç ão Inscrição feita em caverna. 103Ciências – Capítulo 8 Os registros do tempo Os fósseis são verdadeiros arquivos de informações da história do mundo. É por meio deles que podemos ima- ginar como aconteceu a evolução do ser humano, dos vegetais e dos ani- mais terrestres. Os fósseis se formam a partir dos restos de animais e plantas. Estes são levados pela chuva para os rios, e sob a água depositam-se. Com o passar do tempo, o ser se decompõe sobrando normalmente somente os ossos e os dentes. O que resta é coberto por terra que ao estratificar-se, transforma-se em rocha, preservando assim os restos do animal. Os cientistas que estudam os fós- seis são os paleontólogos. A maioria das criaturas que viveram sobre a Terra só são conhecidas por causa desses registros. O Brasil em particular é um país com um acervo de fósseis bastante rico. Pelo fato de parte de seu território ter sido fundo de mar há milhões de anos, muitas espécies foram preserva- das como fósseis. Um dos primeiros fósseis a serem descobertos foi o Stau- rikosaurus pricei, encontrado próxi- mo à cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul. Porém, as reservas de fósseis são encontradas espalhadas na maior parte do território do país. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) O que representam os fósseis para a Ciência? 2) Como se formam os fósseis? 3) Como é chamado o profissional que estuda os fósseis? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 104 Ciências – Capítulo 9 A origem da vidaA origem da vidaA origem da vidaA origem da vidaA origem da vida A vida acontece em todos os lugares do globo e poucas vezes paramos para pensar como ela é possível. Muitos cientistas buscaram e ainda buscam explicar como surge a vida. Qual sua origem? Este capítulo traz a explicação mais aceita atualmente. Vamos também ver qual a menor unidade viva e como ela foi descoberta. CAPÍTULO 9 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 105Ciências – Capítulo 9 A origem da vidaA origem da vidaA origem da vidaA origem da vidaA origem da vida A origem da vida é uma questão que vem sendo discutida desde tempos remotos. Acredita-se que a Terra formou-se há 4,5 bilhões de anos e os fósseis das primeiras bactérias descobertos são a prova de que a vida em seu estado mais elementar surgiu a 3 bilhões de anos. Em algum momento, entre estas duas datas, a vida surgiu. Várias são as teorias que tentam explicá-la, mas trataremos aqui da que é a mais aceita pelos cientistas atualmente. Porém para compreendê-laprecisamos entender como os cientis- tas chegaram à teoria mais atual. Antigamente, acreditava-se que os seres vivos surgiam por gera- ção espontânea, que significa que a partir, por exemplo, de um pedaço de carne, poderiam surgir outros seres vivos. Foi por meio de uma experiência feita no século XVII pelo médico italiano Francesco Redi (1626-1697) que a idéia da geração espontânea seria enfraquecida. Redi colocou pedaços de carne em dois frascos. Um deles ele deixou aberto e o outro ele cobriu com um pedaço de pano bem fino. Depois de alguns dias, ele percebeu que algumas larvas se desenvolveram somente sobre a carne que havia ficado no frasco destampado, ficando a carne do outro frasco sem larvas. Isso provava que os seres que se desenvolviam sobre a carne não “surgiam” da carne e sim eram re- sultado de ovos que haviam sido postos por moscas que foram atraídas pelo cheiro de carne estragada. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 106 Ciências – Capítulo 9 Porém, a idéia da geração espontânea era tão forte e tão antiga que outros cientistas tiveram que combatê-la, até que finalmente o químico francês Louis Pasteur (1822-1895) provou, por meio de expe- rimento, que a idéia da geração espontânea era equivocada. Louis Pasteur nasceu em 27 de dezembro de 1822 em Dole, região oriental da França. Entre seus primeiros interesses es- tava a arte mas o diretor do colégio onde estudava, vendo que Louis era um bom estudante, aconselhou seus pais de que ele deveria continuar estudando. Em 1843 ele ingressou na Escola Normal Superior em Paris e embora não fosse aluno brilhante continuou progredindo até conseguir o título de doutor em 1847. Pasteur se dedicou a vários trabalhos ligados à química, mas foi a partir de 1854 que começou a se interessar pelo estudo sobre os microorganismos. Mas então� como surgiu a vida?Mas então� como surgiu a vida?Mas então� como surgiu a vida?Mas então� como surgiu a vida?Mas então� como surgiu a vida? No início deste século, um cientista soviético chamado Alexander Oparin, propôs em seu livro A Origem da Vida a idéia de que as substâncias encontradas em organismos podiam ser originadas dos gases presentes na atmosfera naquele estágio da evolução do planeta. Acredita-se que os primeiros seres vivos teriam surgido nas regiões rasas dos mares, devido à combinação dos gases atmosféricos. Algu- mas dessas combinações deram origem aos aminoácidos e à combina- ção desses aminoácidos por sua vez deu origem às grandes moléculas chamadas de coacervados. Alguns desses coacervados possuíam uma membrana que os envolvia e em seu interior havia enzimas e ácidos nucléicos, que dentre outras reações, permitia que eles se multiplicassem, dando origem aos primeiros seres vivos. 107Ciências – Capítulo 9 O cientista americano Stanley L. Miller, em um experimento de laboratório, construiu um aparelho e no seu interior inseriu os mesmos gases encontrados na atmosfera primitiva e conseguiu obter aminoá- cidos, comprovando assim a hipótese de Oparin. O microscópioO microscópioO microscópioO microscópioO microscópio Para que fosse possível o estudo dos seres vivos era necessário um aparelho que acabou sendo chamado de microscópio, por permitir que estruturas extremamente pequenas, que são invisíveis a olho nu, tornem-se visíveis. O microscópio foi inventado pelo fabricante de lentes holandês Zacharias Janssen em 1590. Hoje em dia, dois tipos de microscópios são utilizados: o microscópio óptico e o microscópio eletrônico. O microscópio óptico comum permite ampliações da imagem até 2.000 vezes maiores do que o objeto sendo observado e o microscópio eletrônico permite ampliações de até 1.000.000 de vezes. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Microscópio óptico Microscópio eletrônico Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 108 Ciências – Capítulo 9 Com este aparelho em mãos, o físico inglês Robert Hooke (1635- 1701), em 1665, observou folhas finas de cortiça e a imagem que obteve pode ser observada ao lado. Seu microscópio era bastante rudimentar e permitia que as ima- gens fossem ampliadas cerca de 270 vezes. Às pequenas cavidades se- paradas por membranas da imagem observada ele deu o nome de célu- las, que no latim é o diminutivo de cella, ou seja, espaço fechado. Na verdade, o que Hooke observava eram espaços cheios de ar que consistiam nas células mortas da cortiça. Em 1831, o botânico inglês Robert Brown observando células de orquídeas, verificou a presença de um corpúsculo a que deu o nome de núcleo. Em 1838, o botânico alemão Matthias I. Schleiden (1804-1881) observou que os vegetais também apresentavam células e em 1939, o fisiólogo alemão Theodor A. H. Schwann (1810-1882) também conclui que os animais eram formados por células. Dessa maneira, foi formu- lada a teoria celular destes dois cientistas que afirma que todos os seres vivos são formados por células. Em 1858, o médico alemão Rudolf Virchow (1821-1902) concluiu que toda célula tem sua origem em outra preexistente. Entre 1876 e 1880, o anatomista alemão Walther Flemming (1843-1905) descobriu ser a cromatina o principal componente do núcleo celular e os filamentos de cromatina foram posteriormente denominados cromossomos. Mas o conhecimento da célula não para por aí. Desde então, novos organóides foram observados, com o auxílio do microscópio, no interior das células, e cada um deles com funções específicas dentro da célula. Com todos os conhecimentos que foram sendo adquiridos foi possível desenvolver uma nova teoria celular mais abrangente que afirma que além de todos os seres vivos serem formados por células ainda afirma Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 109Ciências – Capítulo 9 que todas as reações que ocorrem em um organismo, e que são responsáveis por sua vida, dependem do funcionamento das células e que toda célula tem sua origem a partir de outra já existente por pro- cessos de divisão, transmitindo às células filhas seu material genético. Célula animalCélula animalCélula animalCélula animalCélula animal O esquema atualmente aceito de uma célula animal é mostrado na figura a seguir. Podemos observar na figura anterior o núcleo da célula que contém os cromossomos. Os cromossomos são chamados também de material genético pois eles transmitem de pais para filhos suas características. O núcleo tem como função coordenar as atividades dentro da célula mantendo-a viva e funcionando perfeitamente. Podemos ver também a membrana celular que tem como função estabelecer uma barreira entre o interior e o exterior da célula, porém essa barreira permite a entrada e saída de substâncias da célula. Finalmente, entre a mem- brana celular e o núcleo encontra-se o que é chamado de citoplasma. Nele encontram-se todas as outras organelas celulares que são res- ponsáveis, cada uma, por funções tais como digestão, respiração, transporte etc. dentro da célula. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 110 Ciências – Capítulo 9 Seres que apresentam um núcleo celular bem organizado com seu conteúdo separado do citoplasma são chamados de eucariontes. Aqueles que não possuem um núcleo bem organizado, de modo que seu conteúdo fique espalhado pelo citoplasma, são chamados de procariontes. As células vegetais e animais apresentam muitas semelhanças, como podemos observar ao compararmos as figuras anteriores. No entanto, a célula vegetal apresenta um envoltório externo à membrana celular chamado de membrana celulósica. Outra diferença é que nas células vegetais são encontrados organóides chamados plastos, que têm como função armazenar substâncias, entre eles um pigmento verde chamado clorofila, que é responsável pela fotossíntese. Divisão celularDivisão celularDivisão celularDivisão celularDivisão celular Sabemos agora que todos os seres vivos são formados pela menor unidadeviva, a célula. Há aqueles que são formados por uma única célula e são chamados de unicelulares e os que são formados por várias células e são chamados de pluricelulares. Sabemos também que toda célula tem sua origem a partir de outra já existente por processos de divisão. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 111Ciências – Capítulo 9 No caso dos seres unicelulares, o processo de divisão celular leva a um aumento do número de indivíduos e no caso de seres pluricelulares a divisão celular tem como função contribuir para o crescimento de um indivíduo, promovendo o aumento do número de células em seu orga- nismo, a manutenção do número de células em organismos já formados por meio da substituição das células que morrem ou ainda, a repro- dução da espécie por meio da formação de células chamadas gametas, que darão origem a outros seres vivos. Há dois tipos de divisão celular, a mitose e a meiose. Na mitose a divisão celular dá origem a duas células-filhas e o número de cromossomos em cada uma delas é igual ao da célula-mãe. A mitose ocorre no caso de crescimento de indivíduos ou no caso de substitui- ção de células mortas. Na meiose o processo de divisão celular dá origem a quatro células filhas e o número de cromossomos de cada uma é igual a metade do número de cromossomos da célula-mãe. As células filhas são chama- das de gametas. Nos animais eles são chamados de espermatozóide no caso do macho e óvulo no caso das fêmeas e nos vegetais são chamados de esporos. Célula-mãe Células-filhas Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Mitose 112 Ciências – Capítulo 9 Os cientistas em suas pesquisas descobriram que os cromossomos são compostos por uma substância química chamada DNA (ácido desoxirribonucléico). Os genes compõe o DNA é são neles que ficam registradas as características que um indivíduo terá. Célula-mãe Células-filhas Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Meiose 113Ciências – Capítulo 9 Nos seres humanos, todas as células pos- suem 46 cromossomos, ou seja, 23 pares. Outros seres possuem números de cromossomos dife- rentes, como por exemplo, os gatos possuem 38 cromossomos ou 19 pares. Os pares de cromossomos são chamados de cromossomos homólogos. Em qualquer célula do organismo possuímos, nós seres humanos, 46 cromossomos. Essas células com 46 cromossomos são chamadas de células diplóides. Nos gametas, depois da meiose, o número de cromossomos é a metade da célula original, ou seja, 23 cromos- somos. Os gametas são chamados de células haplóides. Assim, na reprodução sexuada, aquela em que há participação do pai e da mãe, a célula que dará origem a um novo ser vivo, chamada zigoto, será formada pelo óvulo e pelo espermatozóide. Assim, para o ser humano, o zigoto receberá 23 cromossomos do pai e 23 cromossomos da mãe, e portanto terá novamente 46 cromossomos. O zigoto irá multiplicar-se gerando outras células com 46 cromossomos. Algumas receberão a in- cumbência de se tornarem as células que com- porão o sangue, outras os músculos, outras os tecidos do corpo e assim um novo ser humano será formado. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el O z ig ot o or ig in al s e m ul tip lic a in úm er as v ez es e o i nd iv íd uo s e d es en vo lv e. 114 Ciências – Capítulo 9 1. Antigamente, acreditavam que a vida surgia por qual processo? 2. Explique com suas palavras a experiência de Redi? 3. Quem finalmente refutou a teoria da geração espontânea? 4. Qual é a função do microscópio? 5. O que afirmava a teoria de Matthias Schleiden e de Theodor Schwann? 6. Qual é o principal componente do núcleo celular? 7. Qual é o nome dado aos filamentos de cromatina? 8. Quais são as partes componentes de uma célula animal e qual é a função de cada uma delas? 9. Quais são as diferenças entre células animais e vegetais? 10. O que são seres eucariontes? E procariontes? 11. Quais são os tipos de divisão celular existentes e como são as células filhas em cada uma delas? 12. Qual é o objetivo da divisão celular na mitose? 13. Qual é o objetivo da divisão celular na meiose? 14. Como se chamam os gametas nos animais e nos vegetais? 15. Qual é o número de cromossomos de uma célula humana? 16. Qual é o número de cromossomos dos óvulos e espermatozóides? 17. O que é o zigoto? PerguntasPerguntas 115Ciências – Capítulo 9 A origem extraterrestre da vida na Terra Existem teorias que afirmam que a vida na Terra teve sua origem na coli- são de um cometa com nosso planeta. Sabemos que os aminoácidos são a base das proteínas e, portanto, da matéria viva. Acredita-se que o meteoro que coli- diu com a Terra tinha em si, aprisiona- dos em seu gelo, os aminoácidos e que estes teriam dado origem aos primei- ros seres vivos. A Lua foi o primeiro alvo da huma- nidade. Porém, os resultados das aná- lises de seu solo indicaram não haver vida em nosso satélite natural. Atual- mente, as sondas da NASA vasculham todo o planeta vermelho, Marte, a procura de seres vivos. Agora, com essa hipótese, a vida talvez seja en- contrada em algum cometa. Vamos esperar para ver. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Qual o assunto tratado pelo texto? 2) Qual o composto procurado pelos cientistas, que indica a presença de matéria viva? 3) Pesquise sobre o primeiro pouso de uma nave terrestre na Lua. Re pr od uç ão 116 Ciências – Capítulo 10 BiodiversidadeBiodiversidadeBiodiversidadeBiodiversidadeBiodiversidade Observamos na natureza uma imensa variedade de animais e vegetais. Certamente seríamos capazes de enumerar uma grande variedade tanto de animais e vegetais mas provavelmente não esta- ríamos necessariamente preocupados em classificá-los pois o ato de classificar requer um critério, como por exemplo se o nome do animal começa com a letra B ou todos aqueles que forem amarelos. CAPÍTULO 10 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 117Ciências – Capítulo 10 Para a Biologia, a ciência que estuda os seres vivos, havia a necessidade de se escolher um sistema de classificação que fosse universal, ou seja, valesse para todos os cientistas no mundo. Portanto, no início do século XX, os biólogos se reuniram em um congresso e optaram pelo sistema de classificação criado pelo botânico sueco Carl von Linné (1707-1778) que segue o critério de agrupar os animais e os vegetais de acordo com suas semelhanças. A unidade inicial com base na qual os seres são classificados é a espécie. São seres que compõe uma mesma espécie indivíduos capazes de gerar descendentes que pertençam à mesma espécie. Tanto os cães (nome científico: Canis familiaris) como os seres humanos (Homo sapiens) pertencem, cada um, a espécies semelhantes e são capazes de gerar descendentes. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 118 Ciências – Capítulo 10 Assim, segundo o sistema desenvolvido por Linné, as espécies semelhantes eram agrupadas em gêneros, os gêneros semelhantes eram agrupados em famílias, as famílias semelhantes eram agrupadas em ordens. As ordens semelhantes foram agrupadas em classes, as classes semelhantes em filos e os filos semelhantes foram agrupados em reinos. Dessa maneira, a seqüência espécie, gênero, família, ordem, clas- se, filo e reino são as categorias básicas do sistema de Linné. Observe que existem muito mais espécies do que gêneros, gêneros do que famílias e assim por diante.A cada espécie Linné atribuiu dois nomes, que eram uma compo- sição de seu gênero e espécie, e para isso ele utilizou o latim, língua ancestral que deu origem inclusive ao Português. O nome que se refere ao gênero deve ter a primeira letra em maiúscula e o nome que se refere à espécie deve ter a primeira letra em minúscula. Dessa maneira, ele se tornou o primeiro a chamar os seres humanos de Homo sapiens. Linné pela sua contribuição passou a ser considerado o pai da mo- derna taxonomia, que significa “nomear em ordem”. Observe que para escrever Homo sapiens no parágrafo anterior utilizamos itálico. Assim, outra regra para se escrever o nome científico dos animais é também sublinhá-los ou utilizar um tipo diferente como negrito: Homo sapiens ou itálico: Homo sapiens. Os ReinosOs ReinosOs ReinosOs ReinosOs Reinos Os seres vivos eram inicialmente divididos em dois grandes reinos, o animal e o vegetal. Com a evolução da biologia, entretanto, outros reinos foram incluídos para que uma classificação correta pudesse ser feita, pois existem seres que possuem características tanto de animais como de vegetais. Assim, os seres vivos ficaram divididos em cinco reinos. Eles foram nomeados como Monera, Protista, Fungos, Animais e Plantas. Os seres vivos do reino Monera são unicelulares e precisamos contar com microscópios para poder vê-los. São seres que tanto podem ser úteis ao ser humano na produção de antibióticos quanto nocivos, causando doenças. 119Ciências – Capítulo 10 Como vimos em capítulos anteriores, os seres vivos primitivos eram bastante simples, sendo constituídos por apenas uma célula, ou seja, unicelulares. Essa célula em particular constitui-se pela membrana celular, separando a célula do meio que a circundava e pelo citoplasma no qual fica espalhado o material genético. Como vimos em capítulo anterior, essa célula é chamada de procarionte. Atualmente ainda existem representantes desses organismos procariontes unicelulares, são eles as bactérias e as algas azuis (cianobactérias ou cianofíceas). Depois dos moneras surgiram outros organismos unicelulares, os chamados protistas, mas dessa vez um pouco mais evoluídos, apre- sentando membrana celular, citoplasma e também núcleo celular, no qual o material genético ficava armazenado. Como vimos em capítulo anterior essa célula é chamada eucarionte. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Esquema de uma bactéria 120 Ciências – Capítulo 10 Os reinos dos fungos, plantas e animais surgiram da evolução dos diferentes grupos de protistas, tendo como características comuns serem todos multicelulares. Extinção das espéciesExtinção das espéciesExtinção das espéciesExtinção das espéciesExtinção das espécies A biodiversidade consiste na imensa variedade biológica de plan- tas e animais existentes no planeta. As áreas onde se encontram a maior variedade de espécies, muitas ainda não descobertas e devida- mente estudadas, encontram-se em regiões pouco desenvolvidas e sem recursos que garantam sua preservação. Sabemos que, atualmen- te, devido a ação do Homem, todos os dias espécies são extintas sem mesmo terem sido conhecidas, e uma vez que desaparecerem não poderão mais ser recuperadas. É, portanto, muito importante que nos conscientizemos e comecemos a valorizar e preservar a vida em nosso planeta. A importância da biodiversidade vai muito além do que podemos imaginar em um primeiro momento, pois ela é a base para diversas atividades tais como as agrícolas, para a produção de alimentos, pecuária, pesqueiras etc. Além disso, o ser humano, pelo uso desor- denado dos bens da natureza, pode estar mexendo em um equilíbrio terrestre pouco conhecido, do qual dependemos para poder viver nesse planeta. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 121Ciências – Capítulo 10 Mapa de distribuição de espécies de animais no território brasileiro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ M au ri Ca mi lo 122 Ciências – Capítulo 10 1) Segundo o sistema de classificação dos seres vivos de Linné, qual é a unidade inicial com base na qual os seres são classificados? 2) Qual é a seqüência básica das categorias de classificação do sistema de Linné? 3) Qual é o sistema de nomeação dos animais definido por Linné? 4) Em quantos e quais reinos os seres vivos são atualmente divididos? 5) O que é biodiversidade? 6) Com base no mapa anterior, cite algumas espécies ameaçadas de extinção. PerguntasPerguntas 123Ciências – Capítulo 10 Espécies brasileiras ameaçadas de extinção As atividades humanas realizadas de maneira a visar somente o lucro têm degradado muito o ambiente. No Brasil, em particular, a natureza não tem sido tratada com o respeito que ela merece. São muitas as formas de agressão à natureza como a caça de animais silvestres para serem vendi- dos nas cidades ou em outros países, a caça de animais por esporte, o desmatamento de áreas florestais para fins agrícolas ou de criação intensiva de gado entre outros fatores que têm contribuído para a extinção de várias espécies. Atualmente, há um sem número de espécies animais que se encontram ameaçadas de extinção. Alguns exemplos são: anêmona-do-mar, estrela-do-mar, borboletas, arara-azul, cervo do pantanal, lobo-guará, onça pintada, baleia-franca, baleia jubarte, várias espécies de macacos, peixe boi, tatu-bola, tatu canastra, tamanduá bandeira, lambari, pacu, várias espé- cies de peixes e tartarugas entre um grande número de espécies. É importante que nos conscienti- zemos de que é necessário para a garantia da vida no futuro que utili- zemos os recursos naturais que ainda nos restam de maneira inteligente, de modo a suprir as necessidades das populações atuais mas sem degra- dar ainda mais a natureza. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Cite duas atividades realizadas pelo homem e que agridem a natureza. 2) Cite três espécies animais ameaçadas de extinção. 3) O que é necessário fazer para evitar que a natureza continue sendo agredida? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 124 Ciências – Capítulo 10 Áreas de Proteção Ambiental As áreas de proteção ambiental são locais protegidos e preservados onde os animais e habitantes locais podem viver sem serem ameaçados. Esses locais são também destinados às pes- quisas para uma melhor compreensão dessas áreas florestais, pois para se preservar também é importante conhe- cer. Também são permitidas visitas nessas áreas, porém toda atividade que acontece nesses locais passa pela au- torização prévia dos órgãos compe- tentes a fim de que não interfiram com o equilíbrio local. Muitos no Brasil são os parques nacionais e as reservas florestais. Nos parques nacionais é permitida a visitação e nas reservas florestais é importante ter autorização prévia. Nesse caso, a visita acontece sob a supervisão de um guia da reserva. São exemplos de parques nacio- nais e reservas florestais: a Chapada Diamantina em Minas Gerais, o Pico da Neblina no Amazonas, o Monte Pascoal e a ilha de Abrolhos na Bahia, a Chapada dos Viadeiros em Goiânia, Lençóis Maranhenses no Maranhão, Serra da Bocaina em São Paulo, enfim são muitas áreas belíssimas que podem ser conhecidas e que estão sendo preservadas. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) O que são as áreas de proteção ambiental? 2) Dê três exemplos de Parques Nacionais ou Reservas Florestais. Em seguida, pesquise um pouco para conhecer maisdetalhes sobre estes locais. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 125Ciências – Capítulo 11 CAPÍTULO 11 Reino dos FungosReino dos FungosReino dos FungosReino dos FungosReino dos Fungos Os fungos são seres vivos que podem ser visíveis ou não aos nossos olhos, mas sabemos que eles nos são muito úteis em nosso dia-a-dia. Eles nos auxiliam na produção do pãozinho que comemos no café da manhã, na produção de antibióticos etc. Como isso acon- tece? Vejamos neste capítulo. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 126 Ciências – Capítulo 11 A partir dos protistas surgiram outros três reinos, sendo um deles o reino dos fungos. Fazem parte do reino dos fungos os seres conhecidos como bolo- res, mofos, cogumelos e leveduras. As leveduras são organismos unicelulares enquanto que os bolores e cogumelos são pluricelulares. São heterótrofos, ou seja, incapazes de produzirem seu próprio alimento e portanto, juntamente com as bacté- rias, transformam a matéria orgânica do ambiente, sendo os principais decompositores. São também eucariontes, apresentando em sua es- trutura celular a membrana celular, o citoplasma e o núcleo celular. Alguns fungos são parasitas, alimentando-se de substâncias que retiram do ser vivo hospedeiro, como é o caso das micoses que ocorrem em animais ou da chamada “ferrugem” que ataca plantas. Os fungos pluricelulares possuem longas células denominadas hifas, e quando estas se reúnem formando uma massa contínua, são chamadas de micélio. Os fungos são classificados em mixomicetos e eumicetos. Os mixomicetos são fungos pri- mitivos e os eumicetos, chama- dos de fungos verdadeiros, apre- sentam uma grande variedade de espécies tais como os cogu- melos, os bolores, mofos, orelhas- de-pau, leveduras, agentes cau- sadores de micoses etc. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 127Ciências – Capítulo 11 Várias são as utilizações dos fungos e algumas vezes eles são causadores de doenças para o ser humano. Utilização dos fungos na alimentaçãoUtilização dos fungos na alimentaçãoUtilização dos fungos na alimentaçãoUtilização dos fungos na alimentaçãoUtilização dos fungos na alimentação A utilização dos fungos na indústria alimentícia é muito antiga. As leveduras em particular são conhecidas desde há muito pela capacida- de de fermentação. O fungo Saccharomyces cerevisiae, mais conheci- do como fermento de padaria, é utilizado na produção de pães, na produção de álcool e em bebidas alcoólicas. Este fungo age sobre o açúcar e produz como resultado dióxido de carbono, álcool etílico e energia. Assim ele produz a energia necessária para o fungo sobreviver mas também produz o gás carbônico que no caso do pão o faz crescer e, no caso da cerveja, é responsável pela espuma e pelo álcool, empregado como antisséptico, como combustível e como componente de bebidas. Os fungos também são usa- dos na indústria de laticínios na produção de queijos, tal como o queijo roquerfort. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 128 Ciências – Capítulo 11 Há outra variedade de fungo, o chamado champignon que é muito apreciado na culinária pelo seu sabor e consistência, mas tenha cui- dado, pois nem todo cogumelo é comestível. Consuma somente aque- les que sejam comprovadamente nutritivos para o ser humano. Utilização dos fungos naUtilização dos fungos naUtilização dos fungos naUtilização dos fungos naUtilização dos fungos na produção de medicamentosprodução de medicamentosprodução de medicamentosprodução de medicamentosprodução de medicamentos Os fungos são utilizados pela indústria farmacêutica na produção de antibióticos, capazes de combater doenças. Um exemplo de fungo utilizado para a fabricação de remédios é o Penicillium notatum. 1) Quais são as características dos fungos? 2) Como os fungos são classificados? 3) Cite algumas das utilizações dos fungos na indústria alimentícia. PerguntasPerguntas 129Ciências – Capítulo 11 A descoberta da Penicilina A descoberta da penicilina aconte- ceu por acaso. Em um dia de 1928, Alexander Fleming (1881-1995) con- cluindo suas experiências com uma cultura de germes de estafilococos dei- xou-a descoberta por vários dias. Quando ia descartá-la percebeu que algumas partículas de mofo caíram sobre ela e nestes pontos, onde o mofo entrou em contato com a cultura de germes, estes haviam morrido. O mofo foi identificado por Fleming como o Penicillium notatum, e caracterizado como uma substância capaz de com- bater determinados tipos de bactérias. A essa substância foi dado o nome de penicilina. Pesquisas mais detalhadas sobre essa substância e seus usos foram realizadas posteriormente, mas foi atribuída a Fleming a primazia da descoberta. Em 1945, ele recebeu o prêmio Nobel de Medicina e Física. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Quem foi o descobridor da penicilina? 2) Descreva como aconteceu essa descoberta. 3) De qual fungo é produzida a penicilina? 4) Qual foi o prêmio que Fleming recebeu por sua descoberta? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão R . M on ten eg ro 130 Ciências – Capítulo 12 CAPÍTULO 12 Reino das PlantasReino das PlantasReino das PlantasReino das PlantasReino das Plantas As plantas são seres vivos. Você já parou para pensar nisso? Quando pisamos sobre um gramado, quando nos alimentamos de verduras, legumes, frutas, nos lembramos sempre que tratam-se de seres vivos? São questões importantes para termos em mente para que sempre possamos respeitar e tratar melhor estes seres vivos que nos servem e convivem conosco. ww w. ce ntr al x/c or es 131Ciências – Capítulo 12 Todos os vegetais são seres multicelulares e eucariontes. Eles também são autótrofos, ou seja, capazes de produzir seu próprio alimento e o fazem por meio de um processo chamado fotossíntese. Para que este processo seja possível, as plantas possuem em sua composição um pigmento de cor verde chamado clorofila. Nesse processo, que ocorre na presença de água, luz solar e também exige gás carbônico obtido do ar atmosférico, são produzidos açúcar, água e gás oxigênio que é lançado de volta à atmosfera, como mostra o esquema a seguir: Água Açúcar + + Gás carbônico Gás oxigênio A água adicionada ao açúcar produzido na fotossíntese é o “com- bustível” para a planta. Órgãos das plantasÓrgãos das plantasÓrgãos das plantasÓrgãos das plantasÓrgãos das plantas ����� Raiz Tem como função fixar a planta ao solo, normalmente subterrânea e absor- ve a água e os sais minerais da terra. A raiz possui, conforme mostra a figura, uma região de ramificação de onde saem raízes secundárias que têm como função dar maior sustentação à planta, além de aumentar sua capacida- de de absorção de água e sais mine- rais da terra. Em seguida, vem a região Ban co de im ag en s R ide el 132 Ciências – Capítulo 12 pilífera, que como o próprio nome indica, apresenta raízes bem mais finas, semelhantes a pêlos, que aumentam a absorção de água e sais minerais do solo pela planta. Depois temos uma região chamada de zona de crescimento onde as células que a constituem aumentam de tamanho por meio de alongamento e então vem a coifa, localizada na ponta da raiz. Nela estão as células meristemáticas, que são células que se renovam constantemente, e funciona como uma região de proteção. Além de seu papel como fixadoras para as plantas e na absorção de água e sais minerais do solo, as raízes também podem se desenvolver para atender a outras funções. Como exemplo, temos as raízes tuberosas quefuncionam como reserva de alimento para planta, na forma de amido, como no caso da beterraba, da cenoura, da mandioca, da batata-doce, do nabo e do rabanete. Dependendo do meio em que as raízes se desenvolvem elas podem ser subterrâneas, ou seja, localizar- se sob a superfície do solo, elas podem ser aquáticas, quando a planta se desenvolve na água e podem ser aéreas como é o caso da vege- tação que se desenvolve no mangue. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 133Ciências – Capítulo 12 A forma das raízes também pode se diferenciar em pivotantes ou axiais e em raízes do tipo cabeleira ou fasciculada. No caso das raízes pivotantes ou axiais, existe uma raiz principal que cresce se aprofun- dando no solo e desta raiz saem outras raízes secundárias. Nas raízes do tipo cabeleira ou fasciculada, não há uma raiz principal e sim muitas raízes finas que se espalham por uma grande área, a fim de dar sustentação à planta. ����� Caule O caule é a parte da planta encar- regada de conduzir a seiva e de susten- tar as folhas e os órgãos de reprodução da planta. O caule normalmente é aéreo, mas também pode apresentar-se subter- râneo e aquático. Em alguns casos os caules servem como órgãos de reserva como é o caso da cana-de-açúcar. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Raiz axial Raiz fasciculada 134 Ciências – Capítulo 12 Na gema apical localizam-se as células meristemáticas que se multiplicam rapidamente fazendo com que o caule aumente seu com- primento. As gemas laterais são responsáveis pela formação dos ramos, folhas e flores. Os caules aéreos, os mais comuns, apresentam muitas ramifica- ções como é o caso por exemplo das laranjeiras, macieiras etc. Há também os caules do tipo colmo cujos representantes são a cana-de- açúcar e o bambu, os caules do tipo estipe onde as folhas só aparecem no topo do caule, como no caso dos coqueiros e os caules do tipo haste, que são finos e ocorrem nas hortaliças tal como na couve etc. Os caules das plantas podem ser do tipo aquático, que é o caso daqueles que permanecem permanentemente dentro da água como no caso da vitória-régia. Também podem ser subterrâneos, apresen- tando três tipos distintos: o caule do tipo rizoma, do tipo tubérculo e do tipo bulbo. No caso do tipo rizoma, eles se desenvolvem parale- lamente ao solo e dele saem as folhas, como no caso das samambaias. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 135Ciências – Capítulo 12 No caule do tipo tubérculo, ocorre o armazenamento de substâncias nutritivas, do amido, como no caso da batata. No tipo bulbo, o caule apresenta-se reduzido com as raízes na parte inferior e as folhas na superior, como é o caso da cebola e do alho. ����� Folhas As folhas são os órgãos responsáveis por importantes funções para a planta que são a fotossíntese, a respiração e a transpiração. As folhas normalmente apresentam-se em tipos muito variados devido a sua especialização em relação ao meio em que se desenvolvem. No caso de se encontrarem em regiões de baixa umidade e grande luminosidade, como nos desertos, as folhas apresentam-se pe- quenas e em pouca quantidade enquanto que nas regiões de alta umidade e pouca luminosidade, como nas florestas, as plantas apresentam folhas grandes e numerosas. Uma folha normalmente é composta pela bainha, pelo pecíolo e pelo limbo. A superfície das folhas apresenta uma estrutura importante para transpiração, respiração e fotossíntese chamada estômato. Os estômatos de uma folha normalmente estão localizados na sua parte inferior para evitar perda excessiva de umidade e abrem-se e fecham-se em respos- ta a estímulos do ambiente. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el A entrada e a saída de água, que acarretam as mudanças de volume das células- guarda, determinam respectivamente a abertura (a) e o fechamento (b) do estômato. 136 Ciências – Capítulo 12 Classificação das plantasClassificação das plantasClassificação das plantasClassificação das plantasClassificação das plantas Desde o final do século XIX as plantas são classificadas com base em suas características reprodutivas, e a presença ou não de sementes nas plantas é parte fundamental dessa distinção. Elas são na verdade, divididas em dois grandes grupos chamados de criptógramas (cripto = escondido) que são o grupo das plantas sem sementes e as fanerógamas (fanero = evidente), que são as plantas com sementes. Criptógramas: plantas sem sementesCriptógramas: plantas sem sementesCriptógramas: plantas sem sementesCriptógramas: plantas sem sementesCriptógramas: plantas sem sementes Entre as plantas criptógramas, aparecem os musgos. Um musgo é uma plantinha bem peque- na e quando várias delas se reúnem formam uma superfície verde parecendo veludo. Elas são assim pequenas pois não desenvolve- ram vasos, ou seja, um meio de transporte que levasse a água e assim esse transporte ocorre célula a célula. Em vez de folhas, caules e raízes os musgos apresentam es- truturas chamadas de filídios, canlóides e rizóides, conforme podemos observar na figura anterior. Os musgos precisam de água para a reprodução e seu ambiente preferido são os de pouca luminosidade e úmidos. Outros tipos de plantas criptógramas apresentam um meio de transporte de água mais efi- ciente e por esse motivo conseguiram desenvolver- se até atingir grandes com- primentos. São exemplos desse tipo de vegetal as samambais e as avencas. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 137Ciências – Capítulo 12 Como podemos observar na parte de trás da folha da samambaia, há pontinhos pretos chamados soros que são formados pelo agrupa- mento de vários esporângios. Quando estes caem em solo apropriado dão origem a outra samambaia após uma série de fases próprias de seu processo reprodutivo. Fanerógamas: plantas com sementesFanerógamas: plantas com sementesFanerógamas: plantas com sementesFanerógamas: plantas com sementesFanerógamas: plantas com sementes Vamos agora ver um pouco sobre as plantas fanerógamas, que, como falamos anteriormente, são aquelas que possuem sementes. Quando falamos em uma planta lembramos daquelas que estão em nosso jardim, em árvores frutíferas etc. Mas se nos perguntassem quais são as partes de uma planta alguns diriam que seriam a raiz, o caule, as folhas, as flores, os frutos e as sementes, não é mesmo? Essas pessoas não deixariam de estar certas mais estariam descrevendo um tipo específico de planta. Há fanerógamas que coincidem com esta descrição. São as angiospermas (angio = urna, no caso a fruta que serve como urna para a semente). Esta é a descrição das plantas frutíferas, grupo de vegetais mais abundante sobre a Terra. Essas plantas apresentam importância particularmente grande para o ser humano uma vez que servem como alimento, na produção de bebidas, na produção de têxteis, madeiras, farmacológicos etc. e também são extremamen- te importantes para a ma- nutenção do equilíbrio dos ecossistemas. Nas angiospermas, a flor é o órgão responsável pela reprodução. Uma flor completa apresenta as seguintes partes: Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 138 Ciências – Capítulo 12 As flores das angiospermas sempre apresentam algum atrativo como uma bela cor ou um agradável perfume, ou mesmo néctar, um alimento muito apreciado pelos pássaros e insetos. Esses atrativos fazem com que estes animais realizem a chamada polinização. O vento também pode ser o agente da polinização. A polinização é o processo de transportar o pólen localizado na ponta dos estames até o estigma da flor. Em seguida, depois da flor polinizada, o grão de pólen cresce no estilete, formandoo chamado tubo polínico, até chegar ao ovário, onde penetra no óvulo. Dessa maneira, ocorre a fecundação do óvulo que torna-se semente formando um embrião e que posteriormente dará origem ao fruto. O fruto tem como objetivo chamar a atenção dos animais que após se alimentarem dele levam consigo as suas sementes e as espalham por meio das fezes em outros lugares dando origem a outras plantas. Flor da planta feminima de um pinheiro do Paraná (araucária) Flor da planta masculino de um pinheiro do Paraná (araucária) Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 139Ciências – Capítulo 12 As gimnospermas (gmino = nu, esperma = semente) são plantas fanerógamas que não apresentam frutos. Essas plantas são as primei- ras na escala da evolução que apresentam flores e sementes. As flores estão relacionadas à reprodução e em algumas espécies, uma mesma flor pode apresentar os dois sexos, como por exemplo no caso do pinheiro-europeu e em outras podem apresentar somente um deles, como no caso do pinheiro-do-pará, onde há a flor da planta masculina e a flor da planta feminina. A polinização nas gimnospermas é feita principalmente pelo vento. São também exemplos de gimnospermas os pinheiros, os cedros e as seqüóias, entre outras. As seqüóias em particular são árvores que atingem alturas superiores a 100 metros e podem viver até 4.000 anos. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 140 Ciências – Capítulo 12 PerguntasPerguntas 1) Quais são as características apresentadas por um vegetal? 2) Por qual processo as plantas produzem seu próprio alimento? 3) Quais são os órgãos das plantas? 4) Quais são as funções da raiz? 5) Em que partes a raiz é dividida? 6) Dependendo do meio em que se desenvolvem, como podem ser as raízes de uma planta? 7) Quais são as formas apresentadas pelas raízes? 8) Quais são as funções do caule? 9) Quais são os tipos de caule? 10) Quais são as funções das folhas? 11) Em que partes as folhas são divididas? 12) Em quais grupos as plantas são divididas? 13) Uma planta do tipo criptógrama apresenta que característica espe- cífica? 14) Cite dois exemplos de plantas criptógramas. 15) O que são plantas angiospermas? 16) Qual é a importância das angiospermas? 17) Que são plantas gimnospermas? 18) Cite dois exemplos de gimnospermas. 141Ciências – Capítulo 12 O valor econômico da Amazônia Há muito se conhece o interesse despertado no mundo todo em rela- ção à floresta Amazônica. Por ser a maior reserva de floresta tropical do mundo, intocada, em grande parte, pelo homem, ela guarda em si riquezas até hoje desconhecidas e muitas delas já são conhecidas há muito. Atualmente, a atividade econômica da pecuária vem sendo cada vez mais desenvolvida na região amazônica. Com isso muitas áreas florestais são devastadas para dar lugar ao pasto. É claro que a população daquele estado necessita de fontes de renda para se sustentar e manter-se em seu local de origem, porém, será que o lucro obtido pelas atividades que en- volvem desflorestamento compensa a perda de um patrimônio tão im- portante para todo o mundo, que é a floresta? Re pr od uç ão ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Cite alguns produtos retirados da floresta amazônica para fins comerciais. 2) Segundo o texto aponta, qual é a principal causa dos desmatamentos na região da Amazônia? 3) Como você responderia à questão feita no final do texto? Segundo sua opinião, o que poderia ser feito para preservar a floresta mas ao mesmo tempo gerar renda para as populações locais? 142 Ciências – Capítulo 13 Reino dos AnimaisReino dos AnimaisReino dos AnimaisReino dos AnimaisReino dos Animais Este reino apresenta os animais mais conhecidos por nós. Dele fazem parte os cães, os elefantes, as aves, os peixes entre outros. A ciência que estuda os animais é a Zoologia e o especialista que estuda os animais é o zoólogo. Vamos então conhecer um pouquinho mais sobre os animais. CAPÍTULO 13 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 143Ciências – Capítulo 13 O Reino dos Animais abrange os seres eucariontes multicelulares que ingerem alimentos do meio para a realização de suas funções orgânicas, ou seja, são heterótrofos. Com raras exceções, os seres deste reino têm a capacidade de se movimentar. A reprodução destes animais pode ser sexuada, que envolve o ato sexual, ou a união entre macho e fêmea, mas também pode ser assexuada, sem envolver o ato sexual. Os gametas, espermatozóides e óvulos, são produzidos em órgãos chamados gônadas. No macho, as gônadas são os testículos e nas fêmeas, os ovários. A fecundação dos óvulos pode também acontecer internamente ao organismo da mãe ou externamente e o desenvolvimento do novo ser também pode ser interno ou externo. No reino animal, por causa da sua enorme variedade, costuma-se descrever os animais dividindo-os em filos, conforme descritos a seguir. Filo dos PoríferosFilo dos PoríferosFilo dos PoríferosFilo dos PoríferosFilo dos Poríferos Os poríferos, conhecidos como espon- jas marinhas, normalmente apresentam formatos de placas, de galhos e de cáli- ces, com seu tamanho variando de 1 mi- límetro a 2 metros. São seres imóveis, que movimentam a água em seu entorno. Estes seres possuem estruturas em sua superfície que fazem com que a água esteja constantemente passando pelos poros presentes em sua superfície. Estes são capazes de filtrar a água e com isso obter alimento e oxigênio para sua sobrevivência. As esponjas são encontradas em to- dos os mares do planeta, mas poucas espécies são de água doce. Estes seres vivos eram freqüentemente utilizados como esponja de banho pelas pessoas mas foram substituídos por espon- jas sintéticas. Re pr od uç ão Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 144 Ciências – Capítulo 13 Filo dos CnidáriosFilo dos CnidáriosFilo dos CnidáriosFilo dos CnidáriosFilo dos Cnidários São também conhecidos como celenterados. São seres que vivem no mar sendo os representantes mais conhecidos as hidras, as me- dusas, os corais e as anêmonas do mar. Alguns são fixos, tais como as anêmonas e os corais, e outros têm a capacidade de locomoção, assim como as medusas. Esses seres possuem tentáculos que os permitem lançar em suas presas uma substância venosa, ferindo-os e muitas vezes levando-os a morte. ����� Vermes Quando falamos em vermes logo nos vem a mente a imagem de seres repugnantes e moles, que somente nos causam asco. Mas esta imagem nem sempre é correta. O grupo dos vermes na verdade reúne três filos: o filo dos platelmintos (platos = chato, helminthos = verme), o filos dos asquelmintos (askos = saco) e o filo dos anelídeos (do latim annulus = anel). Filo dos PlatelmintosFilo dos PlatelmintosFilo dos PlatelmintosFilo dos PlatelmintosFilo dos Platelmintos Os seres deste filo têm como características o corpo achatado e não possuem ânus. Os platelmintos podem ter vida livre, sendo seu habitat tanto a água salgada como a doce, e também vivem em locais úmidos. São exemplos de platelmintos a planária, que vive em lagoas, rios, fontes e locais úmidos, e entre os parasitas estão o esquistossomo e a solitária. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 145Ciências – Capítulo 13 Os animais parasitas apresentam adaptações para poderem se fixar em seus hospedeiros, bem como ganchos e ventosas. Vejamos a seguir com mais deta- lhes como se dá a infestação do organismo pelos vermes responsá- veis pela esquistossomose e pela teníase. ����� Ciclo dateníase ����� Ciclo da esquistossomose Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 146 Ciências – Capítulo 13 Filo dos NematelmintosFilo dos NematelmintosFilo dos NematelmintosFilo dos NematelmintosFilo dos Nematelmintos Os seres deste filo têm como características o corpo cilíndrico apresentando boca e ânus. Eles podem ter vida livre ou ser parasitas tanto do homem, como de animais e vegetais. Alguns nematelmintos que provocam doenças no ser humano são o Ascaris lumbricoides causador da ascaridíase, o Ancylostoma duode- nalis bem como o Necator americanus causadores do amarelão, o Oxyurus vermicularis responsável pela oxiurose e o Wuchereria bancrofti causador da elefantíase. Vejamos a seguir com mais detalhes como se dá a infestação do organismo pelos vermes responsáveis pela ascaridíase e pela elefantíase. ����� Ciclo da ascaridíase Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 147Ciências – Capítulo 13 Filo dos AnelídeosFilo dos AnelídeosFilo dos AnelídeosFilo dos AnelídeosFilo dos Anelídeos Os seres deste filo possuem o corpo segmentado, ou seja, formado por uma seqüência de partes iguais em formato de anel. São exemplos de anelídeos as minhocas e as sanguessugas. As minhocas têm um papel importante na natureza, pois como revolvem a terra ao se locomoverem e alimentarem-se, elas arejam a terra tornando-a mais permeável. As sanguessugas por sua vez foram muito utilizadas no passado na realização de sangrias, um método de tratamento de saúde muito utilizado. Elas também são parasitas uma vez que se alimentam do sangue de outros animais. A maioria dos anelídeos é de vida livre, habitando o solo úmido, a água doce ou a água salgada. ����� Ciclo da elefantíase Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 148 Ciências – Capítulo 13 Filo dos MoluscosFilo dos MoluscosFilo dos MoluscosFilo dos MoluscosFilo dos Moluscos Os moluscos são seres encontrados em vários ambientes, tais como na terra úmida, como exemplo temos os caracóis e as lesmas, bem como na água doce ou na água salgada. No mar os moluscos podem apresentar conchas que servem de proteção como no caso do Nautilus, nadar livremente como os polvos e as lulas, se arrastar sobre a areia como os caramujos ou viver presos às rochas tais como os mexilhões e os mariscos. Existem aproximadamente 110.000 espécies de moluscos. Eles apresentam em geral o corpo mole, sem segmentos, como os anelídeos, além de uma estrutura chamada manto, que alguns possuem, respon- sável pela formação de uma concha protetora. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 149Ciências – Capítulo 13 Filo dos ArtrópodesFilo dos ArtrópodesFilo dos ArtrópodesFilo dos ArtrópodesFilo dos Artrópodes Este filo é o maior em termos de variedade de espécies, e chega ao número de 800.000. Os artrópodes (do latim arthron = articulação, podos = pés) possuem como o próprio nome diz patas articuladas e esqueleto externo, ou exoesqueleto. O exoesqueleto consiste de uma capa de proteção para estes animais e como apoio para seus músculos, permitindo que eles se movimentem. Eles vivem em todos os ambientes, seja aquático, terres- tre ou aéreo. As classes principais no filo dos artrópodes são os crustáceos, os insetos e os aracnídeos, os quilópodes e os diplópodes. ����� Crustáceos Os crustáceos apresentam a cabeça ligada ao tórax, o chamado cefalotórax. Apresentam 5 ou mais pares de patas. Os crustáceos apre- sentam o exoesqueleto muito resis- tente e podem ser encontrados prin- cipalmente em ambientes aquáticos, tanto em água doce como salgada, como por exemplo o camarão. Mas podem ser encontrados em terra úmida como o tatuzinho de jardim e na areia, como o caranguejo. ����� Insetos Os insetos são os únicos inverte- brados voadores e ocupam todos os ambientes exceto os mares. Apresentam 3 pares de patas. São exemplos de insetos abelhas, gafa- nhotos, borboletas etc. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 150 Ciências – Capítulo 13 ����� Aracnídeos Os aracnídeos são seres que habitam principalmente o ambiente terrestre. Apresentam 4 pares de patas. São exemplos de aracnídeos: as aranha e os ácaros. O causador da sarna é um aracnídeo de nome Sarcoptes scabiei. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro ����� Quilópodes e diplópodes Como exemplo de quilópodes (do latim chílioi = mil e podos = pés) temos as centopéias e como exemplo de diplópodes (do latim diploós = duplo) temos os piolhos- de-cobra. Os quilópodes apresentam 1 par de patas por segmento enquanto os diplópodes apresentam 2 pares de patas por segmento. Filo dos EquinodermosFilo dos EquinodermosFilo dos EquinodermosFilo dos EquinodermosFilo dos Equinodermos Os equinodermos (echinos = espinhos e dérma = pele) são animais exclusivamente de vida marinha e como o próprio nome indica, pos- Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 151Ciências – Capítulo 13 suem espinhos recobrindo seus corpos. São exemplos de equinodermos: as estrelas marinhas, os ouriços, os lírios do mar, os pepinos do mar etc. Filo dos CordadosFilo dos CordadosFilo dos CordadosFilo dos CordadosFilo dos Cordados A principal característica que distingue os cordados de todos os outros animais é a notocorda, um tubo nervoso dorsal que, nos vertebrados, é substituída pela coluna verte- bral durante a gestação. A coluna vertebral consiste em uma se- qüência de ossos que tem como função dar sustentação ao corpo do animal. Os animais que possuem coluna verte- bral são chamados vertebrados e todos os demais são chamados invertebrados. Embo- ra alguns seres já estudados, por exemplo o caranguejo, apresentem exoesqueleto, não possuem coluna vertebral, por esse motivo também são considerados invertebrados. Pertencem ao filo dos cordados: os pei- xes, os anfíbios, os répteis, as aves e os mamíferos. ����� Peixes São animais adaptados a viverem tanto em água salgada como em água doce. São pecilotérmicos (pecilo = variável e térmico = tempera- tura), ou seja, sua temperatura varia com a do ambiente. São exemplos Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 152 Ciências – Capítulo 13 de peixes: o cavalo-marinho, a piranha, o lambari etc. A maioria dos peixes apresen- ta seu corpo revestido por escamas, o que confere a eles proteção. Os peixes utilizam a musculatura do seus corpos para se movimentarem. Além disso também apresentam nadadeiras dorsal, caudal e anal em número ímpar e peitorais e pélvicas aos pares. Sua respiração é chamada branquial pois realiza-se por meio de brânquias. Os peixes também respiram oxigênio, mas aquele dissolvido na água. A água entra pela boca dos peixes, passa pelas brân- quias onde o oxigênio é capturado e o gás carbônico é expelido. Os peixes apresentam reprodução sexuada, havendo peixes de sexos sepa- rados. Em alguns casos a fecundação é externa, pois tanto machos quanto fêmeas expelem seus gametas na água e aí ocorre a fecundação e formam- se ovos. Dos ovos nascem larvas que recebem o nome de alevino. Em outros peixes a fecundação é interna. Nesse caso o macho fecunda a fêmea e os filhotes já nascem formados de dentro da mãe. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma gens R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 153Ciências – Capítulo 13 ����� Anfíbios Como o nome indica, anfi = duas e bio = vida, os anfíbios apre- sentam tanto vida aquática quanto terrestre. São seres pecilotérmicos, o que faz com que necessitem viver em ambientes úmidos e de tem- peratura média elevada. São exemplos de anfíbios: o sapo, a rã, a perereca, a salamandra etc. Os anfíbios apresentam reprodução sexuada, sendo o sexo desses animais separados. Os anfíbios necessitam do ambiente aquático para a reprodução. Nessa época eles voltam à água e ambos os sexos eliminam seus gametas nela, ocorrendo aí a fecundação externa. Dos ovos provenientes da fecundação nascem os chamados girinos, que darão posteriormente origem aos seres adultos. Assim que os girinos desenvolvem pulmões e patas, passam a viver em terra. Quando ainda são girinos, os anfíbios respiram por brânquias, mas quando adultos sua respiração é pulmonar e cutânea. ����� Répteis Os répteis são os primeiros vertebrados adaptados à vida terrestre possuindo respiração pulmonar. São também pecilotérmicos. São exemplos de répteis: as cobras, os lagartos e lagartixas, os jacarés, as tartarugas etc. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 154 Ciências – Capítulo 13 Os sexos dos répteis são separados (dióicos) e a fecundação é interna. O desenvolvimento do embrião se inicia dentro do corpo da mãe, formando-se também uma casca protetora, o ovo, portanto são chama- dos ovíparos. Dos ovos nascem os animais completamente formados. ����� Aves As aves são seres que possuem o corpo coberto de penas e os membros superiores transformados em asas, mas nem sempre voam bem. Elas são homeotérmicas (homo = igual e termico = temperatura), ou seja, a temperatura corporal não muda, independentemente da temperatura externa. São exemplos de aves: os pardais, os papagaios, os pingüins, os beija-flores etc. A respiração das aves é pulmonar e sua reprodução é sexuada. A fecundação das aves é interna e são ovíparas. Os filhotes em geral são cuidados pela mãe e às vezes pelo pai. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 155Ciências – Capítulo 13 ����� Mamíferos Os mamíferos apresentam muita diversidade e uma de suas carac- terísticas, como o próprio nome indica é o fato de serem alimentados pelo leite materno. Eles têm o corpo coberto por pêlos e são homeo- termos. São exemplos de mamíferos, entre muitos outros, os elefantes, os cães, os gatos, as girafas e o homem. Eles são vivíparos, pois o desenvolvimento do embrião se dá dentro do corpo da mãe. Têm sexos separados e a fecundação é interna. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 156 Ciências – Capítulo 13 Perguntas 1) Cite três características dos seres do Reino Animal? 2) Quais são os filos do Reino Animal? 3) De que maneira os Poríferos obtêm seu alimento? 4) De que maneira os Cnidários obtêm seu alimento? 5) Cite três doenças causadas por vermes. 6) Qual é a característica dos seres do filo dos Cordados que os diferem dos demais seres vivos? 7) O que é a coluna vertebral? 8) Quais são as classes do filo dos Cordados? 9) O que são animais homeotérmicos e pecilotérmicos? 10) No que consiste a respiração branquial? 11) Descreva como se dá a reprodução dos anfíbios. 12) Como é a respiração dos répteis? Perguntas 157Ciências – Capítulo 14 Construindo um organismoConstruindo um organismoConstruindo um organismoConstruindo um organismoConstruindo um organismo A célula, como vimos anteriormente, é a menor unidade viva. Ela possui características comuns mas sua forma varia muito para atender a várias solicitações diferentes. Elas são a base de todo o organismo. CAPÍTULO 14 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 158 Ciências – Capítulo 14 A célulaA célulaA célulaA célulaA célula Utilizando um microscópio, o físico inglês Robert Hooke (1635- 1701), em 1665, teve um primeiro vislumbre do que seriam as atuais bem conhecidas células. Seu microscópio era bastante rudimentar e permitia que as ima- gens fossem ampliadas somente cerca de 270 vezes. Em 1831, o botânico inglês Robert Brown, observando células de orquídeas, verificou a presença de um corpúsculo a que deu o nome de núcleo. Em 1838, o botânico alemão Matthias I. Schleiden (1804-1881) observou que os vegetais também apresentavam células e em 1939, o fisiólogo alemão Theodor A. H. Schwann (1810-1882) também con- cluiu que os animais eram formados por células. Dessa maneira, foi formulada a teoria celular destes dois cientistas que afirma que todos os seres vivos são formados por células. Em 1858, o médico alemão Rudolf Virchow (1821-1902) concluiu que toda célula tem sua origem em outra preexistente. Entre 1876 e 1880, o anatomista alemão Walther Flemming (1843-1905) descobriu ser a cromatina o principal componente do núcleo celular e os filamentos de cromatina foram posteriormente denominados cromossomos. Mas o conhecimento da célula não pára por aí. Desde então, com os avanços tecnológicos e o aperfeiçoamento dos equipamentos de obser- vação, novos organóides foram observados, no in- terior das células, e cada um deles com funções es- pecíficas dentro delas. Atualmente, sabemos que as células têm a apa- rência mostrada na figura ao lado. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 159Ciências – Capítulo 14 Os organóides vistos na figura anterior possuem as seguintes funções dentro da célula: ����� Complexo de Golgi: É responsável pelo processo de secre- ção celular, onde determinadas substâncias produzidas pela célula são eliminadas. ����� Retículo endoplasmático: O retículo endoplasmático pode apresentar-se como liso ou rugoso. Possui a forma de uma rede de canais e bolsas que tem a função de conduzir e armazenar substâncias celulares. ����� Membrana plasmática: É a membrana que reveste a célula delimitando o citoplasma interno dos fluidos externos à célula. ����� Nucléolo: É do núcleo que partem as orientações para o funcionamento da célula e para a divisão celular. É no núcleo que se encontra o material genético, o DNA. ����� Carioteca: Membrana que reveste o núcleo celular. ����� Mitocôndria: São os chamados “centros de força” da célula. Nela se realiza o processo de produção de energia, necessária à própria célula e ao organismo como um todo. ����� Centríolo: Sua função está relacionada com a orientação do processo de divisão celular. ����� Ribossomos: São responsáveis pela produção de proteínas, substância essencial para o bom funcionamento da célula e portanto, do organismo. ����� Lisossomos: Nos lisossomos ocorre a digestão celular, em que determinadas substâncias são convertidas em outras, e o que já não é útil para a célula é descartado. 160 Ciências – Capítulo 14 Para que nosso organismo se mantenha vivo e saudável é neces- sário que os trilhões de células que compõe o nosso organismo fun- cionem bem. Nem todas as células são iguais. Elas se especializam dependendo do tecido ao qual pertençam e às funções que desempenham. Existe uma grande variedade de organismos unicelulares, que por sua vez exibem formas diferentes dependendo de seu tipo de vida. Nos seres pluricelulares, as formas também variam muito. As célu- las musculares, por exemplo, são alongadas e mostram grande capaci- dade de distender-se; as células da pele apresentam forma achatada; já as células nervosas são alongadas apresentando nas extremidades várias pontas facilitando assim a transmissão dos impulsos nervosos. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 161Ciências – Capítulo 14 Os tecidosOs tecidosOs tecidosOs tecidosOs tecidos A reunião de células com a mesma função dá origem aos tecidos. Os tecidos podemser agrupados em quatro categorias principais: tecido epitelial, tecido de sustentação, tecido muscular e tecido nervoso. O tecido epitelial tem a função de revestir o corpo externamente e forrar as cavidades internas, fabricar secreções para lubrificar a pele, absorver alimentos como no intestino e receber estímulos do meio ambiente. O tecido epitelial pode ser classificado como de revestimen- to ou proteção, de absorção dos intestinos e de transporte. Na figura a seguir vemos alguns exemplos. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 162 Ciências – Capítulo 14 A pele no ser humano apresenta uma camada externa, a epiderme, e uma camada interna, a derme. Na epiderme, a camada mais externa e que nós vemos, as células estão mortas e cobertas por uma subs- tância, a queratina, que a torna impermeável e resistente. As células mais profundas, no entanto, se encontram vivas e estão constantemen- te se multiplicando. Abaixo da epiderme, se encontra a derme. Ela é irrigada por sangue, e nela se encontram corpúsculos que nos permitem sentir a sen- sação de frio e calor, as sensações de dor entre outras. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 163Ciências – Capítulo 14 O tecido de sustentação se divide em três tipos: os tecidos con- juntivos, os tecidos cartilaginosos e os tecidos ósseos. Os tecidos conjuntivos têm como função o preenchimento de espaços e de ligação de outros tecidos e órgãos. São tecidos em que as células se encontram bastante espaçadas umas das outras. Os tecidos cartilaginosos, mais resistentes que os tecidos conjuntivos, têm como função dar forma às cartilagens tais como as orelhas, o nariz, entre outros. Os tecidos ósseos, o mais resistente dos três, forma os ossos do esqueleto. Temos ainda o tecido muscular. Este tecido é composto por células alongadas com grande flexibilidade e assim torna possível os movi- mentos do corpo. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 164 Ciências – Capítulo 14 Finalmente, o tecido nervoso, tem como função coordenar as ati- vidades dos diversos órgãos do organismo, receber e enviar informa- ções a todo o corpo. Os órgãosOs órgãosOs órgãosOs órgãosOs órgãos Um órgão é formado por tecidos. São exemplos de órgãos: o coração, o fígado, o intestino entre outros. Por exemplo, o estômago é formado pelo tecido conjuntivo, que tem como função proteger o estômago do atrito com órgãos próximos; pelo tecido muscular que se movimenta para misturar os ali- mentos contidos no estômago e movê-los para o próximo órgão e pelo tecido epitelial que reveste o estôma- go e produz secreções para a disgestão. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 165Ciências – Capítulo 14 Perguntas Os sistemasOs sistemasOs sistemasOs sistemasOs sistemas Um sistema é formado por dois ou mais órgãos que desempenham uma função comum. O sistema digestório, por exemplo, é formado pela seqüência de órgãos: faringe, esôfago, estômago e os intestinos gros- so e delgado. Além deles também existem glândulas anexas como as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas. Nos próximos capítulos estudaremos alguns dos principais siste- mas do nosso organismo. 1) Quais são os organóides celulares? 2) Qual é a origem dos tecidos? 3) Quais são os quatro principais tipos de tecidos? 4) Qual é a função do tecido nervoso? 5) Dê exemplos de órgãos. 6) De que maneira forma-se um sistema? 7) Qual é a seqüência de organização em um organismo? Perguntas Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 166 Ciências – Capítulo 14 As células-tronco serão a cura para todas as doenças? A genética é um ramo da Ciência que vem obtendo resultados muito importantes nos últimos anos. Um deles é a descoberta das células-tron- co. Essas células têm a capacidade de se transformar em qualquer outro tipo de célula, e por isso seriam capazes de recompor tecidos, órgãos, auxiliar no tratamento de pessoas portadoras de doenças degenerativas como o mal de Parkinson, câncer entre uma infinida- de de outras. Porém é um tema que gera muita polêmica, pois uma das fontes dessas células seriam os embriões, e muitos se opõe a destruição de embriões para a retirada de células. As leis da maio- ria dos países ainda é contra esse tipo de pesquisa. Atualmente, uma tendência que está se tornando moda, é a armaze- nagem do cordão umbilical do recém- nascido em um banco genético onde ele é preservado. A razão disso é que o cordão umbilical contém células- tronco e caso o indivíduo tenha no futuro algum problema de saúde, o uso dessas células que foram arma- zenadas quando de seu nascimento pode vir a ser útil para sua cura. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) O que são as células-tronco? 2) Por que esse assunto gera tanta polêmica? 3) O que alguns pais estão fazendo atualmente quando seus filhos nascem? Re pr od uç ão 167Ciências – Capítulo 15 Os alimentos eOs alimentos eOs alimentos eOs alimentos eOs alimentos e o sistema digestórioo sistema digestórioo sistema digestórioo sistema digestórioo sistema digestório Nossas células, para se manterem em perfeito funcionamento, necessitam de nutrientes e oxigênio. A falta de algum nutriente pode acarretar danos às células e consequentemente ao bom funcionamento do organismo. Nesse capítulo, vamos procurar entender melhor como deve ser uma boa alimentação e como os alimentos são aproveitados pelo nosso organismo. CAPÍTULO 15 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 168 Ciências – Capítulo 15 Os alimentosOs alimentosOs alimentosOs alimentosOs alimentos Nossa alimentação, para atender as necessidades do nosso organis- mo, deve ser composta por sete nutrientes principais: os carboidratos, as proteínas, as gorduras, as vitaminas, os sais minerais, a água, as fibras. Nutrientes Onde são encontrados Carboidratos açúcar, massa, pães, bolo, milho, trigo, arroz entre outros. Proteínas carnes vermelhas, de aves e de peixes, leite e seus derivados, soja, feijão, ervilha, lentilha, grão de bico, entre outros. Gorduras manteiga, carnes gordas, pele de aves, creme de leite, óleos vegetais, amendoim entre outros. Vitaminas e frutas, verduras e hortaliças entre outros. Sais mineiras As vitaminas fazem parte dos nutrientes principais de que o nosso organismo necessita para o bom funcionamento. Elas são necessárias em pequenas quantidades mas que precisam ser supridas ou complementadas por meio da ingestão de alimentos. Veja a seguir uma tabela indicando quais os alimentos onde as vitaminas são encontradas. 169Ciências – Capítulo 15 Vitamina Nome Sintomas de deficiência Fontes A Retinol Secura da camada córnea Gema do ovo, do olho e dificuldade fígado, cenoura, de enxergar à noite tomate, mamão, alface, espinafre, manteiga e derivados. Complexo Pele seca e áspera, diarréia, Ovos, leite, B (B1, B2, depressão, anemia e distúrbios germe de trigo, B6, B12) nervosos. soja, centeio, levedo, fígado, rins, coração. C Ácido Inflamação nas gengivas e Frutas cítricas ascórbico queda dos dentes. Inflamação (laranja e limão), da pele e mucosas. tomate, morango, abacaxi, mamão e vegetais de folhas verdes. D Calciferol Raquitismo, que se caracteriza Fígado de peixe, por ossos deformados e ovos, leite problemas de dentição. e manteiga. E Tocoferol Anemia Gérmen de trigo, legumes e azeite. H Biotina Hemorragia Vegetais verdes efolhudos K Naftoquinona (anti-hemorrágica). Dificuldade Folhas verdes de coagulação do sangue. e óleos vegetais. 170 Ciências – Capítulo 15 Dos alimentos retiramos os nutrientes necessários para que pos- samos crescer na fase apropriada, para nos manter vivos e para que possamos nos recuperar de desgastes e doenças. Os alimentos são classificados em: alimentos plásticos, que têm como função fornecer às células materiais para que estas possam gerar novas células, repondo as que morreram; alimentos energéticos, que fornecem energia para o organismo e alimentos reguladores, regulando as funções vitais do organismo. São alimentos plásticos as proteínas e sais minerais, energéticos os carboidratos e os lipídeos e finalmente, reguladores as vitaminas e os sais minerais. O processo de digestão, como vimos anteriormente, é necessário para que o organismo possa aproveitar os nutrientes existentes nos alimentos. Para isso, o organismo “quebra” o alimento até o tamanho de moléculas, de modo que possam ser absorvidos e aproveitados pelas células. As vitaminas, os sais minerais e a água não precisam passar pelo processo de “quebra”, pois já são compostos por molé- culas que são absorvidas diretamente pelas células. Finalmente, as fibras saem da mesma forma como foram consumidas, porém auxiliam no processo de eliminação das fezes. Aditivos em alimentosAditivos em alimentosAditivos em alimentosAditivos em alimentosAditivos em alimentos Os aditivos químicos são produtos químicos colocados nos alimen- tos com o objetivo de conservá-los e garantir que possam ser consu- midos. A história de adição de aditivos nos alimentos é muito antiga, e faz parte da evolução da Humanidade. Como nem todas as épocas eram propícias para os plantios ou para a caça, os povos antigos aprenderam a conservar os alimentos por meio de compotas, adicio- nando açúcar às frutas, aprenderam também a adicionar sal às carnes, de modo a conservá-las apropriadas para o consumo por um tempo maior, entre uma variedade grande de outras técnicas. Atualmente entretanto, com a necessidade de se produzir enormes quantidades de alimentos a fim de suprir as necessidades de populações cada vez maiores, os aditivos são utilizados para conservar os alimentos e permitir que sejam consumidos a longo prazo. 171Ciências – Capítulo 15 O sistema digestórioO sistema digestórioO sistema digestórioO sistema digestórioO sistema digestório O sistema digestório é composto pelos órgãos: boca, dentes, glân- dulas salivares, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, vesícula biliar, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. A digestãoA digestãoA digestãoA digestãoA digestão A digestão é o processo por meio do qual os alimentos que inge- rimos são “quebrados” até o ponto em que possam ser absorvidos pelo nosso organismo. ����� Na boca Assim que colocamos um alimento na boca, imediatamente produ- zimos junto com a saliva uma enzima chamada pitialina que se mistura ao alimento no processo de mastigação. Essa enzima transforma o amido dos alimentos em maltose, um tipo de açúcar. Dessa maneira, o processo de digestão começa a acontecer na boca. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 172 Ciências – Capítulo 15 ����� No estômago Em seguida, engolimos esse alimento, que passa pela faringe e é desviado da laringe por uma válvula chamada epiglote que se fecha durante a passagem do alimento, evitando assim que ele vá parar nos pulmões. Nesse estágio, o alimento que recebe o nome de bolo ali- mentar percorre o esôfago até o estômago. O esôfago força o movi- mento do bolo alimentar por meio de movimentos que ele realiza, os chamados movimentos peristálticos. Chegando ao estômago, o alimen- to novamente é envolvido por uma substância chamada suco gástrico que é composto por ácido clorídrico e uma enzima chamada pepsina. A pepsina age sobre as proteínas, transformando-as em proteínas mais simples. O bolo alimentar transforma-se em quimo. O suco gástrico é bastante ácido e corrosivo, e é graças a um muco produzido pelas paredes do estômago, que este também não é dige- rido. Quando o muco produzido não reveste suficientemente as pare- des do estômago, o ácido acaba ferindo-as, dando origem às úlceras estomacais. ����� No intestino delgado O alimento parcialmente digerido, quimo, é conduzido para o in- testino delgado. Lá ele é envolvido pelo suco pancreático, produzido no pâncreas e pelo suco entérico, produzido no próprio intestino delgado. Além deles há a bile, produzida pelo fígado. Estes sucos finalizam a “quebra” dos alimentos transformando os açúcares em glicose, frutose e lactose, tranformando as proteínas em aminoácidos e os óleos e gorduras em ácidos graxos e glicerol. Depois disso, o alimento antes chamado quimo, passa a ser cha- mado quilo, e já foi “quebrado” o suficiente para que possa ser ab- sorvido pelo organismo. O intestino delgado é comprido e fica enrolado sobre si mesmo. Ao percorrê-lo o quilo é absorvido pelas paredes do intestino que são bastante vascularizadas, e a corrente sangüínea conduzirá os nutrien- tes ali adquiridos até as células. 173Ciências – Capítulo 15 ����� No intestino grosso O restante da água e sais minerais que ainda sobraram são ab- sorvidos no intestino grosso e o que não foi digerido se transforma nas fezes. Em resumo, o processo da digestão transforma: Carboidrados (amido e açúcares complexos) � açúcares simples Proteínas � aminoácidos Gorduras (óleos e gorduras) � ácidos graxos e glicerol O processo da digestão não altera: Vitaminas � vitaminas Sais minerais � sais minerais Água � água E as fibras saem inalteradas. Enzimas são proteínas produzidas no interior das células pela organela chamada ribossomo. Elas são responsáveis por facili- tar a digestão de nutrientes a partir dos alimentos, mas não participam diretamente do processo. Os dentesOs dentesOs dentesOs dentesOs dentes Os dentes têm a função de auxiliar no processo de trituração dos alimentos, mas não se limita a isso. Eles também são importantes para a perfeita dicção. A primeira dentição no ser humano surge a partir dos 6 meses de idade e se completa aos 2 anos, sendo chamada de decídua. Essa 174 Ciências – Capítulo 15 dentição consiste de 20 dentes, chamados popularmente de dentes de leite. Quase sempre aos 6 anos de idade, esses dentes vão sendo substituídos pela dentição permanente, que consiste de 32 dentes. É de extrema importância para a conservação dos dentes uma escovação bem feita, o uso do fio dental, de produtos que auxiliem na limpeza da boca e que um profissional dentista seja consultado pelo menos uma vez ao ano. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 175Ciências – Capítulo 15 Perguntas 1) Quantos e quais são os principais nutrientes de que nosso organismo necessita? 2) Cite alguns alimentos que são fontes de proteínas. 3) Em quais alimentos pode ser encontrada a vitamina C? 4) O que causa a falta de vitamina D no organismo? 5) Como os alimentos podem ser classificados? 6) Qual é o processo responsável pela “quebra” dos alimentos, que permite ao nosso organismo aproveitá-los? 7) O que são aditivos? 8) Quais são os órgãos que compõem o sistema digestório? 9) O que é digestão? 10) O que acontece com os alimentos no estômago? 11) Depois de “quebrados”, as proteínas, os carboidratos e as gorduras são reduzidos. No que eles se transformam? Perguntas 176 Ciências – Capítulo 15 Um corpo esbelto é mesmo tão importante? Nos últimos anos, a busca pelas formas perfeitas deixou de ser vaidade para se tornar uma verdadeira com- pulsão em nossa sociedade e os jovens adolescentes não são exceção a esse padrão. Convenhamos que estar acima do peso não é mesmo nem agradável nem saudável. É importante que cuidemos para não desenvolvermos problemas de saúde tal com adiabetes, o colesterol alto entre outras. Mas o que se vê hoje em dia são as pessoas querendo imitar as modelos ou os atores famosos dos filmes e aí a coisa pode virar doença. Esse padrão dos corpos esqueléticos, feitos para que qualquer roupa caiba, nem sempre é sinal de saúde. Muitas modelos contam que para manterem- se magras, tal qual é exigido nessa profissão, elas literalmente deixam de comer. Então fica a pergunta, será que esse padrão de beleza deve ser segui- do cegamente ou devemos nos preo- cupar em primeiro lugar em sermos saudáveis? Existem estatísticas que indicam que entre as pessoas que fazem regi- mes, 35% delas acabam por desenvol- ver doenças tais como a bulimia e a anorexia. Para ter uma boa aparência é importante ser saudável, e para isso uma alimentação balanceada e prá- ticas esportivas são imprescindíveis. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) O padrão atual de magreza exagerada é sinal de saúde? Justifique. 2) Qual o percentual de pessoas, dentre as que fazem regimes, que acabam desenvolvendo outras doenças? 3) Pesquise o que significam bulimia e anorexia. 4) O que é importante para se ter uma boa aparência? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 177Ciências – Capítulo 15 Índice de Massa Corporal O Índice de Massa Corporal é uma medida utilizada pela Organização Mundial de Saúde para auxiliar a determinar se uma pessoa está com peso acima ou abaixo do normal ou se está bem. Porém ele não é aplicado a crianças e no caso de pessoas que têm muita massa muscular, ele pode falhar pois pessoas com músculos desenvolvidos podem ter bastante peso mas pouca gordura. A fórmula para calcular o Índice de Massa Corporal é o seguinte: ICM = peso da pessoa / altura2 ou seja, divide-se o peso da pessoa em quilogramas pela altura em metros ao quadrado. O resultado deve ser interpretado da seguinte maneira: Peso abaixo do normal IMC < 18,5 Peso normal IMC entre 18,5 e 25 Peso acima do normal IMC entre 25 e 30 Obeso IMC acima de 30 Portanto, se você se encontra fora da faixa do peso normal é importan- te cuidar mais da sua saúde consul- tando um médico, optando por uma dieta balanceada e praticando esportes. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) O que significa a sigla IMC? 2) Em que casos o IMC não deve ser aplicado? 3) Para uma pessoa de 170 cm e 70 kg de peso, qual o IMC? Em relação ao peso, como essa pessoa é avaliada? 4) Quem estiver fora da faixa da normalidade, o que deve fazer? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 178 Ciências – Capítulo 15 O que são os alimentos transgênicos? Atualmente, várias pesquisas sobre o DNA (código genético) vêm acon- tecendo. Por exemplo, o mapeamento do código genético de várias espécies, em particular o DNA do ser humano, com o objetivo de curar doenças entre outros. Outro ramo de pesquisas, e que já está se praticando comercialmente, é o da produção de alimentos trans- gênicos. Um organismo transgênico é aquele cuja estrutura genética foi modificada pela inclusão de genes de um outro organismo, de modo que o primeiro adquira as características do segundo. Por exemplo, um vegetal que antes não produzia naturalmente vita- mina C, com a modificação genética, passa a produzir. Plantas que antes não tinham defesas contra determi- nada praga, passam a ter. E assim por diante. Esse assunto vem causando muita discussão entre os cientistas, porque ainda não se conhece completamen- te os resultados dessa mistura de genes. Alguns afirmam que sem que mais pesquisas sejam realizadas, os transgênicos não deveriam estar sen- do comercialmente utilizados. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) O que é um organismo transgênico? 2) Qual é a razão de se modificar geneticamente um organismo? 3) Identifique no supermercado os alimentos geneticamente modificados. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 179Ciências – Capítulo 16 CAPÍTULO 16 Reprodução e doençasReprodução e doençasReprodução e doençasReprodução e doençasReprodução e doenças sexualmente transmissíveissexualmente transmissíveissexualmente transmissíveissexualmente transmissíveissexualmente transmissíveis A adolescência é uma época de muitas dúvidas e incertezas. Mas também é uma época da vida muito rica de experiências e mudanças. Saber lidar com tudo isso de uma maneira saudável e proveitosa é o que todos nós desejamos e para isso é importante que tenhamos todas as informações possíveis que possam ajudar a que isso aconteça. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 180 Ciências – Capítulo 16 Os sistemas reprodutoresOs sistemas reprodutoresOs sistemas reprodutoresOs sistemas reprodutoresOs sistemas reprodutores masculino e femininomasculino e femininomasculino e femininomasculino e femininomasculino e feminino Entender como acontece a reprodução no seres humanos é tam- bém entender como acontece nos mamíferos. O sistema reprodutor masculino é composto pelo pênis, pelos testículos, epidídimos, vesículas seminais, próstata, canais deferentes e uretra. O pênis é o órgão copulador. É ele que uma vez dentro do corpo da mulher lança os espermatózóides que são produzidos pelos tes- tículos. As vesículas seminais e a próstata produzem o líquido seminal que protege os espermatozóides até que eles passem pelo canal deferente e pela uretra até chegar ao pênis. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el canal Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 181Ciências – Capítulo 16 O sistema reprodutor feminino é composto pela vagina, útero, tubas uterinas e ovários. Uma vez os óvulos produzidos pelos ovários, eles podem ser ou não fertilizados a cada ovulação. O ovários estão ligados ao útero pelas tubas uterinas. O útero é um órgão com bastante elasticidade e uma vez o óvulo fecundado, o feto cresce ali e permanece até o momento do nascimento. Na vagina é que são depositados os espermatozóides. Concepção e GravidezConcepção e GravidezConcepção e GravidezConcepção e GravidezConcepção e Gravidez Como falamos anteriormente, para que aja a fecundação é neces- sário que os espermatozóides sejam depositados na vagina. Isso ocorre por meio da penetração. Uma vez que ocorra a ejaculação, processo em que o pênis libera os espermatozóides, estes se movimentam em direção aos óvulos. Uma vez que um deles consegue perfurar a camada Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 182 Ciências – Capítulo 16 externa do ovócito, que passa assim a se chamar óvulo e penetrá-lo, o óvulo não permite que outros espermatozóides consigam fazê-lo, garantindo assim que apenas um espermatozóide fecunde o óvulo, dando origem ao zigoto, a primeira célula do ser humano. Uma vez formado o zigoto, ele continua seu movimento pelas tubas uterinas até alcançar o útero. Durante este trajeto já ocorreram diversas divisões celulares até atingir a formação da estrutura que denomina- mos blastocisto. No útero, ele fixa-se à parede uterina, processo esse que recebe o nome de nidação, e aí, inicia-se a gravidez. PartoPartoPartoPartoParto Após 9 meses de gestação, o corpo da mulher “sabe” o momento do parto, ou seja,do nascimento do bebê; a vagina da mulher se estende para dar passagem ao bebê. Enquanto isso o útero da mãe o ajuda a sair empurrando-o para fora. Quando a criança já está fora do corpo da mãe, ela tem seu cordão umbilical cortado. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 183Ciências – Capítulo 16 MenstruaçãoMenstruaçãoMenstruaçãoMenstruaçãoMenstruação A menstruação corresponde ao período em que o organismo ex- pele como fluxo menstrual os tecidos produzidos pelo corpo na espera da ocorrência da fertilização. Quando ela não ocorre, o organismo da mulher os expele e ocorre o sangramento que dura de 3 a 7 dias. A primeira menstruação pode ocorrer dos 9 aos 18 anos. O ciclo menstrual inicia no primeiro dia da menstruação e tem duração de 28 dias, quando o ciclo é regular. Quando não, ele pode variar de 21 a 35 dias. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 184 Ciências – Capítulo 16 A ovulação ocorre próxima à metade do ciclo menstrual no caso de mulheres que têm ciclo menstrual regular de 28 dias. Porém, o dia da ovulação ocorre sempre no 14º dia antes do início da menstruação. Então, sabendo qual o dia da ovulação, toma-se os 4 dias anteriores a ele e os 4 dias posteriores a ele e esses 9 dias no total corresponderão ao período fértil da mulher. Vamos ver um exemplo: Suponhamos que uma mulher que tenha o ciclo menstrual regular e tenha relações sexuais com seu parceiro, mas não deseja engravidar, quer usar o método da tabelinha para evitar filhos. Seu primeiro dia de menstruação nesse mês foi dia 10. Vamos calcular seu período fértil. 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 1 2 3 4 5 6 7 Portanto o primeiro dia de sua próxima menstruação será no dia 7 do próximo mês e o dia da ovulação será dia 24. Portanto seu período fértil corresponderá aos dias: 20 21 22 23 24 25 26 27 28 4 dias antes 4 dias depois Métodos contraceptivosMétodos contraceptivosMétodos contraceptivosMétodos contraceptivosMétodos contraceptivos Cada vez mais observa-se a diminuição da idade das mães e a quantidade cada vez maior de mães adolescentes. A idade para o início da vida sexualmente ativa é cada vez menor, e a necessidade de orientação para que se evitem gestações não planejadas se faz cada vez maior cada vez mais cedo. 1º dia da menstruação Ovulação 185Ciências – Capítulo 16 Há vários métodos contraceptivos, ou seja, aqueles que evitam a gravidez e também previnem contra as doenças sexualmente trans- missíveis, as DSTs. A escolha do que é mais adequado depende das condições de vida de cada um, tais como a vontade de ainda gerar filhos, idade, adaptação ao método entre outras. Coito interrompidoCoito interrompidoCoito interrompidoCoito interrompidoCoito interrompido O homem, quando sente que vai ejacular, retira o pênis da vagina. Esse método é pouco confiável pois mesmo que pouco sêmen seja deixado dentro da vagina pode ocorrer a concepção. TabelinhaTabelinhaTabelinhaTabelinhaTabelinha É um método baseado no ciclo menstrual. Esse método é adequa- do para mulheres que tenham o ciclo menstrual regular. A determina- ção do seus dias de ovulação está explicado no tema menstruação, nesse mesmo capítulo. É importante consultar um médico especialista para a determinação do seu período fértil. Camisinha masculinaCamisinha masculinaCamisinha masculinaCamisinha masculinaCamisinha masculina Consiste em um envoltório para o pênis que retém durante o ato sexual os espermatozóides. Ele também isola o pênis de ter contato com a vagina, evitando a transmissão de DSTs e da AIDS. Porém não está descartada a possibilidade de que o preservativo se rasgue durante o ato sexual Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 186 Ciências – Capítulo 16 Camisinha femininaCamisinha femininaCamisinha femininaCamisinha femininaCamisinha feminina Consiste em um tubo de poliuretano com dois anéis nas suas extremidades que deve ser colocada como mostrado na figura. DiafragmaDiafragmaDiafragmaDiafragmaDiafragma O diafragma consiste em um anel flexível coberto por borracha que é instalado na vagina é assim impede a entrada dos espermatozóides. Ele apresenta vários tamanhos, uma vez que deve ser introduzido no corpo da mulher. Ele deve ser utilizado com um espermicida, substân- cia que “mata” os espermatozóides de modo a melhorar as chances de que o método funcione eficazmente. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 187Ciências – Capítulo 16 Dispositivo Intra�Uterino – DIUDispositivo Intra�Uterino – DIUDispositivo Intra�Uterino – DIUDispositivo Intra�Uterino – DIUDispositivo Intra�Uterino – DIU É um dispositivo que deve ser colocado por um médico especialista e precisa de um controle permanente. Eles devem ser inseridos no útero, impedindo, ou pelo menos dificultando, a passagem dos espermatozóides. Uso de hormôniosUso de hormôniosUso de hormôniosUso de hormôniosUso de hormônios É um método que só deve ser utilizado com a prescrição de um médico especialista, pois o tratamento deve ser individualizado de acordo com cada organismo. O tratamento é ministrado por meio de pílulas, as pílulas anticoncepcionais, e por injeções intra-musculares. As pílulas mais comuns são as monofásicas, em que toma-se uma pílula por dia sendo que todas têm a mesma dosagem de hormônios, as multifásicas, em que toma-se uma pílula por dia mas, dependendo da fase do ciclo menstrual, a dosagem hormonal varia. Esse tratamento pode causar alguns efeitos colaterais como reten- ção de líquidos, ganho de peso, alterações no humor entre outros. Mulheres fumantes, com problemas cardíacos, entre outros, não devem utilizar este método. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 188 Ciências – Capítulo 16 Os anticoncepcionais injetáveis evitam a gravidez por 1 a 3 meses. Laqueadura tubária e vasectomiaLaqueadura tubária e vasectomiaLaqueadura tubária e vasectomiaLaqueadura tubária e vasectomiaLaqueadura tubária e vasectomia A laqueadura tubária e a vasectomia são métodos anticoncepcio- nais definitivos, pois dificilmente podem ser revertidos uma vez reali- zados. Por isso é importante ao fazer a opção por este método que saiba-se exatamente as conseqüências dele. Na mulher consiste em um procedimento em que as tubas uterinas são cortadas, de modo que não seja possível a passagem dos espermatozóides e a conseqüente fertilização. Já na vasectomia, os canais deferentes são cortados, como mostram as figuras a seguir. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 189Ciências – Capítulo 16 Doenças sexualmenteDoenças sexualmenteDoenças sexualmenteDoenças sexualmenteDoenças sexualmente transmissíveis – DSTstransmissíveis – DSTstransmissíveis – DSTstransmissíveis – DSTstransmissíveis – DSTs As doenças sexualmente transmissíveis são aquelas transmitidas durante o ato sexual ou quando uma pessoa entra em contato direto com o sangue de outra pessoa contaminada. As doenças sexualmente transmissíveis podem ser evitadas com o uso correto da camisinha tanto para os homens como para as mulheres. É muito importante que os parceiros numa relação entrem previamente em consenso em re- lação ao uso do preservativo. As doenças sexualmente transmissíveis podem ser causadas por bactérias, vírus e protozoários e fungos. ����� AIDS: É causada pelo vírus HIV. AIDS significa Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Esta é uma doença que com o passar do tempo vai enfraquecendo as defesas do organismo deixando a pessoa contaminadasujeita ao ataque de doenças oportunistas, podendo levá-la à morte. ����� Cancro mole: É causada pela bactéria Haemophilus ducreyi. Depois de alguns dias da relação sexual, na pessoa infectada apare- cem feridas doloridas e com pus. Após isso, aparece também uma íngua na região da virilha que desaparece com o passar dos dias. Nos homens elas costumam aparecer na glande, e nas mulheres na vulva, na vagina e no colo do útero. ����� Gonorréia: É causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. A doença apresenta como sintoma inicial corrimento, mas a doença pode se agravar, causando nos homens estreitamento da uretra e dor ao urinar, podendo chegar à próstata e aos testículos, e levar à esterilida- de. Na mulher, pode causar inflamação nos ovários e trompas, cau- sando dores abdominais, e podendo também levar à esterilidade. O tratamento é feito a base de antibióticos. 190 Ciências – Capítulo 16 ����� Herpes genital: É causada pelo Herpes simplex tipo 2. Após alguns dias depois da infecção surgem pequenas bolhas nos órgãos genitais que em seguida estouram e se transformam em feridas bastante dolorosas, que após alguns dias desaparecem. Embora não seja grave, essa doença não tem cura, e volta a se manifestar periodicamente. ����� Monilíase: É causada pelo fungo candida albicans. O sintoma é um corrimento esbraquiçado e coceira vaginal. ����� Sífilis: A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum. Os primeiros sintomas da sífilis aparecem após três semanas do contágio. Esta fase da doença é chamada de cancro duro. Nos órgãos genitais, aparece uma ferida com bordas duras. Em seguida, ela desaparece, mas não se engane, a doença continua. Em uma segunda fase, apa- recem manchas vermelhas pelo corpo. O tratamento é normalmente feito com antibióticos. Trata-se de uma doença perigosa que deve ser tratada, pois pode levar a morte. ����� Tricomoníase: É causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. O sintoma é um corrimento amarelo-esverdeado com cheiro ruim e inflamação e coceira na vulva e na vagina, além de dor durante o ato sexual. 191Ciências – Capítulo 16 Perguntas 1) Quais são os órgãos que compõem o sistema reprodutor masculino? 2) Quais são os órgãos que compõem o sistema reprodutor feminino? 3) Como é chamada a primeira célula do ser humano? 4) O que é a menstruação? 5) Calcule o período fértil de uma mulher que tenha ciclo menstrual regular de 28 dias e tenha menstruado na última vez no dia 5. 6) Qual é a finalidade dos métodos contraceptivos? 7) Quais são os tipos de métodos contraceptivos? 8) Quais são os métodos de barreira e qual sua ação? 9) O que são as DSTs e como podem ser evitadas? 10) Cite três exemplos de DSTs. Perguntas 192 Ciências – Capítulo 16 Mães adolescentes Um número cada vez maior de adolescentes, mal saídas da infância, vem se tornando mães. É aquela his- tória de criança cuidando de criança. Entre os anos de 1993 e 1999 aumen- tou em 30% o número de partos de jovens de dez a quatorze anos atendi- das pelo Sistema Único de Saúde. A adolescência é uma fase de mui- tas mudanças no ser humano, seja do ponto de vista físico e emocional, muitas vezes considerada como uma época de muitos conflitos e desajustes. Normalmente, para as adolescentes que engravidam, o apoio da família é fundamental para o bom andamento da gravidez. No entanto, quando a família entra em conflito, a adolescente, muitas vezes desamparada emocional e materialmente, acaba encontrando imensas dificuldades de levar a bom termo a gestação e o nascimento do bebê. Parece também, pelos números que temos visto, cada vez maiores, que o acesso à informação de todo tipo a que os jovens têm acesso, não tem trazido o esclarecimento necessário para que a gravidez seja evitada. O início cada vez mais precoce da ati- vidade sexual do indivíduo acaba sendo um problema sério uma vez que nessa fase a utilização dos mé- todos contraceptivos ainda é um mistério para a maioria. O aborto não é um método para evitar filhos. Ele é ilegal em nosso país. Assim, aumenta cada vez mais o número de abortos feitos em clí- nicas clandestinas, que muitas vezes acabam tendo complicações e levan- do as adolescente aos hospitais. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Qual o aumento do número de mães adolescentes (entre 10 e 14 anos) entre os anos de 1993 e 1999? 2) O aborto é legal em nosso país? 3) Faça uma pesquisa sobre os principais métodos contraceptivos. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 193Ciências – Capítulo 16 O início da vida A gestação é um período de muitas mudanças, tanto para a mãe como para o novo ser que se desenvolve dentro dela. A gestação humana é a mais longa entre todos os seres vivos, por ser a mais complexa. Tudo começa com o encontro do óvulo com o espermato- zóide, que dá origem ao zigoto. A partir de então essa “célula inicial” começa a se dividir e aumentar de tamanho. Até o 15º- dia o embrião pode dividir- se em dois ou mais, dando origem aos gêmeos. No final do primeiro mês, alguns órgãos já começam a aparecer e o coraçãozinho começa a bater. Em seguida, o embrião já possui cérebro, espinha dorsal e sistema nervoso. Em cerca de 2 meses de gestação o novo ser já pode sentir dor. Próximo ao final de 2 meses o feto já se desenvolveu bastante e tem cerca de 1,5 centímetro. Em 9 semanas o feto já possui todos os órgãos e já é possível vê-lo por meio do ultrassom. Daí em diante é crescer e crescer até que na 39ª- semana o bebê já está pronto para vir ao mundo. O primeiro trimestre do desen- volvimento do bebê é muito impor- tante e por esse motivo é que as mães devem cuidar bem da alimen- tação, não fumar, não consumir bebidas alcoólicas e acompanhar todo o desenvolvimento do bebê realizando o pré-natal. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Quanto tempo leva a gestação de um ser humano? 2) Em que momento da gravidez o feto já possui todos os órgãos? 3) Quais os cuidados que a futura mãe deve ter durante a gestação? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 194 Ciências – Capítulo 16 O número de portadores do vírus da Aids aumenta O número de pessoas infectadas pelo vírus da Aids vem aumentando dia a dia em todo o mundo. Mesmo com todo o investimento que é feito na conscientização em relação ao uso de preservativos durante as relações sexuais, ainda hoje, há aqueles que optam por não utilizá-los. Além dis- so, os preservativos não oferecem pro- teção somente em relação a Aids mas também evita que se contraiam ou- tras doenças sexualmente transmis- síveis. Porém, a Aids não é transmitida somente pelo sexo sem proteção mas também pelo compartilhamento de agulhas entre os usuários de drogas injetáveis, na transfusão de sangue sem os devidos cuidados com a proce- dência do sangue entre outras. No início, a maior quantidade de portadores do vírus da Aids era de homens mas agora o número de mulheres e homens portadores de Aids é quase o mesmo. Além disso, metade dos indivíduos que contra- em Aids hoje em dia são jovens que têm de 14 a 25 anos de idade. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Cite algumas maneiras pelas quais se contrai a Aids. 2) A Aids atinge mais as mulheres ou mais os homens? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten egro 195Ciências – Capítulo 17 CAPÍTULO 17 Os coordenadoresOs coordenadoresOs coordenadoresOs coordenadoresOs coordenadores do nosso organismodo nosso organismodo nosso organismodo nosso organismodo nosso organismo Ambos, sistema nervoso e hormonal são responsáveis pelo controle de todas as funções de nosso organismo. No primeiro, a resposta a um estímulo é mais rápida enquanto no segundo, é mais lenta. Nesse capítulo vamos ver por que e como isso acontece. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 196 Ciências – Capítulo 17 Sistema nervosoSistema nervosoSistema nervosoSistema nervosoSistema nervoso O sistema nervoso é responsável por conectar todas as partes do nosso organismo, além de relacioná-lo com o ambiente que o cerca. Ele pode ser dividido em sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. O sistema nervoso central é composto pelo encéfalo e pela medula espinal. Parte do encéfalo percorre toda a coluna vertebral e por ela é protegida enquanto que o encéfalo é protegido pelo crânio. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el O sistema nervoso periférico é composto por 12 pares de nervos cranianos que partem do encéfalo e se distribuem entre a cabeça e o pescoço e 31 pares de nervos raquidianos, que partem da medula e se distribuem entre tronco, braços e pernas. 197Ciências – Capítulo 17 O tecido nervoso que compõe o sistema nervoso tanto central como periférico são formados por células especializadas, chamadas neurônios. Os neurônios são capazes de perceber mudanças nos ambientes interno e externo ao organismo, transmitir informações, interpretá-las e gerar respostas. Os neurônios são compostos por um corpo celular, pelos dendritos e pelo axônio, conforme mostra a figura a seguir. corpo celular dendritos axônio Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Dessa maneira, as informações passam dos dendritos para o corpo celular e os axônios levam as informações do corpo celular para fora. Os neurônios relacionam-se entre si por meio dos seus prolon- gamentos, de modo que o axônio de um se comunique com os dendritos do outro. A essa comunicação dá-se o nome de sinapse, a qual ocorre por meio de substâncias neurotransmissoras que promovem a comu- nicação uma vez que os neurônios não se tocam fisicamente. O encéfaloO encéfaloO encéfaloO encéfaloO encéfalo O encéfalo, que como já citamos, faz parte do sistema nervoso, é a parte protegida pelo crânio. Ele é composto pelo cérebro, pelo cerebelo e bulbo. A seguir são mostrados em detalhes os 12 pares de nervos cranianos e suas respectivas funções. 198 Ciências – Capítulo 17 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 199Ciências – Capítulo 17 O cérebroO cérebroO cérebroO cérebroO cérebro O cérebro é uma das partes que compõe o encéfalo. A superfície do cérebro, denominada córtex cerebral, apresenta cor acinzentada devido ao fato de estarem nessa região os corpos celulares dos neurônios. Os axônios e os dendritos encontram-se na parte mais interna do cérebro. Cada região do córtex cerebral é responsável por funções espe- cíficas, que estão relacionadas tanto à percepção de estímulos, como sons, odores, sabores, imagens como por atividades motoras. O cérebro é responsável pelos nossos pensamentos, raciocínio, lembranças entre outros. Além do cérebro, as outras partes do encéfalo são responsáveis tanto por atos voluntários como involuntários. O cerebelo é responsável pela coordenação motora e equilíbrio do organismo e o bulbo é res- ponsável pelos batimentos cardíacos, pela pressão arterial e pela respiração. A medula espinalA medula espinalA medula espinalA medula espinalA medula espinal A medula espinal parte do encéfalo e percorre a espinha dorsal. Ela é composta por 31 pares de nervosos raquidianos que partem da Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 200 Ciências – Capítulo 17 medula e percorrem todo o corpo. Sua função é a de transmitir os impulsos do encéfalo para os nervos raquidianos e dos nervos raqui- dianos para o cérebro. Além disso, a medula espinal é responsável pelo atos reflexos. Os atos reflexos estão relacionados à nossa preser- vação e defesa. Por exemplo, quando estamos descalços e pisamos em um prego, imediatamente retiramos o pé, pois o contato da pele com o objeto pontiagudo causou-nos dor. Para o sistema nervoso esse acontecimen- to pode ser traduzido como: o impulso nervoso recebido na planta do pé é transmitido pelo nervo raquidiano até a medula. Da medula volta um impulso que estimula os músculos da perna a suspenderem o pé. Este movimento se caracteriza como um ato reflexo. O caminho que o impulso nervoso percorre até a resposta é chamado de arco reflexo. Efeitos das drogas sobreEfeitos das drogas sobreEfeitos das drogas sobreEfeitos das drogas sobreEfeitos das drogas sobre o sistema nervosoo sistema nervosoo sistema nervosoo sistema nervosoo sistema nervoso São várias as substâncias classificadas como drogas ou tóxicos. Em geral elas têm um efeito depressivo ou estimulante sobre o com- portamento das pessoas que as consomem. Um dos graves problemas Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 201Ciências – Capítulo 17 que as drogas acarretam é a dependência a que elas levam, tornando o indivíduo necessitado de seu consumo para continuar existindo ao mesmo tempo que elas causam grande mal ao sistema nervoso e ao organismo como um todo. Dentre as várias drogas existentes vamos comentar sobre o álcool, o tabagismo, a maconha e a cocaína, embora existam muitas outras. É importante conhecer e estar atento aos pe- rigos do consumo de drogas. Bebidas alcoólicasBebidas alcoólicasBebidas alcoólicasBebidas alcoólicasBebidas alcoólicas O consumo de bebidas alcoólicas pelo ser humano vem desde cerca de 6000 a.C. e talvez por ser um hábito tão enraizado em nossa cultura, que esse costume persiste até os dias atuais. As primeiras bebidas que se conhece são o vinho e a cerveja, produtos de um processo de fermentação e assim não apresentam um teor alcoólico tão alto. Depois da descoberta da destilação, novas bebidas foram adicionadas às primeiras, tais como o whisky, a vodka, a pinga entre outras, as quais apresentam teor alcoólico bem mais alto. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 202 Ciências – Capítulo 17 Embora sejam vendidas e consumidas abertamente pela socieda- de, as bebidas alcoólicas também são consideradas drogas, pois agem no sistema nervoso central, alterando o comportamento do in- divíduo, podendo acarretar graves problemas, como nos casos de violência, acidentes no trânsito entre outros e além disso, o hábito de consumir bebidas alcoólicas pode levar o indivíduo à dependência, desenvolvendo assim uma doença chamada alcoolismo. O álcool pode levar o indivíduo a desenvolver diversas outras doenças além do alcoolismo. O álcool pode atacar o fígado causando desde hepatites até cirroses, pode também comprometer o aparelho digestivo, causando gastrite, pancreatite entre outros. TabagismoTabagismoTabagismoTabagismoTabagismo Compreende-se como tabagismo o hábito de fumar cigarros, charutos, cachimbos, ci- garros de palha, ou seja, o hábito de fumar o tabaco. O tabagismo é considerado hoje em dia como um dos fatores que mais matam pessoas, pois mata mais do que a soma das mortes por AIDS, pelo consumo de outras drogas e pelos acidentes de trân- sito. Estima-se que hoje em dia o tabagismo mate anualmente 3 milhões de pessoas e esse número vem aumentando dia a dia. O tabagismo é responsável pelo desenvol- vimento de várias doenças no organismo de quem fuma. Por exemplo, ele é responsável por 90% das mortes por câncer no pulmão, 30% dos casos de câncer,25% das mortes por doenças cerebrovasculares entre outras. Além disso, quem fuma não prejudica somente a si mesmo como também as pessoas que estão a sua volta, que acabam inalando a fumaça proveniente do cigarro e tornando-se fumantes passivas, su- jeitas a desenvolver as doenças que o fumante desenvolve. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 203Ciências – Capítulo 17 Maconha (nome científico “Cannabis sativa”)Maconha (nome científico “Cannabis sativa”)Maconha (nome científico “Cannabis sativa”)Maconha (nome científico “Cannabis sativa”)Maconha (nome científico “Cannabis sativa”) A maconha vem sendo utilizada à vários séculos por suas qualidades tera- pêuticas em alguns tratamentos de saú- de. Porém, seu uso atualmente é restrito aos fins medicinais tendo sido proibido seu livre consumo. A maconha produz efeitos variados sobre o sistema nervoso dependendo da quantidade e da freqüência com que é utilizada. Observa-se que em um primei- ro momento, a maconha tem um efeito de descontração no comportamento do indivíduo, tornando-o mais relaxado, alegre. Já em algumas outras pessoas o efeito é contrário. Com o uso freqüente, o indivíduo pode desenvolver dependência do uso da maconha, pode apresentar falhas na memória recente, perda da noção do tempo e do espaço entre outros e também pode desenvolver problemas físicos graves, como aqueles relacionados aos pulmões. Cocaína (nome científico “Erythorxylon coca”)Cocaína (nome científico “Erythorxylon coca”)Cocaína (nome científico “Erythorxylon coca”)Cocaína (nome científico “Erythorxylon coca”)Cocaína (nome científico “Erythorxylon coca”) A cocaína leva à dependência pois seus consumidores desejam cada vez mais manter os efeitos prazerosos sentidos pelo seu consu- mo. Essa necessidade de consumo faz com que seus usuários fiquem rapidamente viciados e encontrem grandes dificuldades em parar assim que desejam. A cocaína pode ser consumida como pó, e assim pode ser aspirada ou misturada com água e aplicada de maneira endovenosa. Assim, ao compartilhar agulhas, os usuários de cocaína acabam por contrair a AIDS. É por esse motivo que usuários de drogas pertencem ao chamado “grupo de risco”, pois estão mais expostos a contrair a doença. Além disso, ela também pode ser fumada, quando em forma de crack. De uma maneira ou de outra, a cocaína passa do sangue para o cérebro em pouco tempo. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 204 Ciências – Capítulo 17 Sistema HormonalSistema HormonalSistema HormonalSistema HormonalSistema Hormonal Os hormônios são substâncias que atuam sobre os órgãos do organismo, promovendo o controle de várias funções, seja em relação à reprodução, ao metabolismo, ao crescimento entre outras. Eles são produzidos pelas chamadas glândulas endócrinas, que produzem os hormônios a partir de substâncias retiradas do sangue e o produto final é lançado no próprio sangue. A seguir vamos ver uma breve descrição de cada uma delas. ����� Hipófise ou glândula mestra ou pituitária: Esta glândula localiza-se na base do cérebro e é responsável pelo funcionamento de outras glândulas endócrinas e de hormônios que agem sobre outras glândulas endócrinas estimulando a produzirem outros hormônios como a ocitocina, que provoca as contrações do útero no momento do parto; o hormônio antidiurético, que faz com que a água seja reabsorvida nos Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 205Ciências – Capítulo 17 túbulos renais; o hormônio do crescimento, que promove o crescimento na criança (na au- sência desse hormônio, a pessoa pode tornar-se anã e quando em excesso pode cau- sar outra doença, o chamado gigantismo); entre outros hormônios. A hipófise é dividida em adeno-hipófise (porção ante- rior) e neuro-hipófise (porção posterior). A adeno-hipófise produz os hormônios principais (FSH, TSH, LTH, ACTH, LH e soma- totrófico). A neuro-hipófise libe- ra os hormônios produzidos pelo hipotálamo (ocitocina e antidiurético). ACTH: adrenocorticotrófico – age na região cortical da glândula supra-renal (adrenal). LTH: luteotrófico – atua nas glândulas mamárias, durante a lactação. FSH: gonadotrofina – age nas gônadas (ovários e testículos). LH: gonadotrofina – age nos folículos ovarianos. TSH: tirotrofina – age na tireóide. MSH (produzido na porção média da hipófise): melanotrófico – coloração da pele dos anfíbios e répteis para camuflar ou durante o corte nupcial (na espécie humana a função é desconhecida) ����� Tireóide: Esta glândula localiza-se sobre a traquéia e é respon- sável pela produção dos hormônios tiroxina e triiodotiomina que têm a função de ativar o metabolismo das células. O excesso desses hormô- nios provoca o hipertiroidismo, doença caracterizada pela magreza, hipófise tireóide tireóide timo supra-renais pâncreas gônadas hipófise Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 206 Ciências – Capítulo 17 nervosismo entre outros e pelo bócio. A falta desses hormônios provoca aumen- to de peso, diminuição da freqüência cardíaca entre outros. ����� Paratireóides: Apre- senta-se em número de quatro, próximas a tireóide. São res- ponsáveis pela produção do hormônio paratireóide e respon- sáveis pela absorção do cálcio pelo organismo. ����� Timo: Essa glândula localizada entre os pulmões é responsável pela produção de hormônios que participam do crescimento, sendo funcional apenas em crianças e da ado- lescência até a velhice diminui em tamanho até quase desa- parecer. tireóide Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro paratireóides Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro timo 207Ciências – Capítulo 17 ����� Supra-renal: As glândulas supra-renais loca- lizam-se sobre os rins e são responsáveis, entre outros, pela produção da adrenalina, hormônio secretado em mo- mentos onde o indivíduo en- contra-se em perigo, ajudan- do-o a reagir. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Glândula supra-renal ����� Pâncreas: O pân- creas é responsável pela pro- dução da insulina e do gluca- gon. Veja em mais detalhes em Os hormônios produzidos no pâncreas, a seguir. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro pâncreas ����� Gônadas: Podem ser os tes- tículos, nos homens ou os ovários, nas mulheres. Nos testículos é produzido o hormônio testosterona, que é responsável pelo desenvolvi- mento e manutenção das caracte- rísticas e comportamentos masculi- nos. Nos ovários é produzido o estrogênio, que é responsável pelo desenvolvimento e manutenção das características e comportamentos femininos e pelo amadurecimento do óvulo, entre outros. Ban co de im ag en s R ide el/ Jo ão M on ten eg ro gônadas 208 Ciências – Capítulo 17 Perguntas Os hormônios produzidosOs hormônios produzidosOs hormônios produzidosOs hormônios produzidosOs hormônios produzidos no pâncreasno pâncreasno pâncreasno pâncreasno pâncreas Um exemplo da atuação dos hormônios no organismo é o dos hormônios insulina e glucagon no controle da quantidade de glicose (um tipo de açúcar) no sangue. Ambos são produzidos no pâncreas. Quando a concentração de açúcar no sangue está muito alta, a insulina atua fazendo com que a glicose passe da corrente sangüínea para as células e o glucagon faz o trabalho contrário. Quando há pouca glicose no sangue, esse hormônio faz com que a glicose armazenada no fígado e no intestino seja liberada para a correntesangüínea. Quando a produção de insulina pelo pâncreas é insuficiente, diz- se que a pessoa sofre de diabetes melitus, e pode ser percebida por meio de exames de sangue e urina, pois as concentrações de glicose aumentam. 1) Quais são as funções do sistema nervoso? 2) Como é formado o sistema nervoso central? 3) Como é formado o sistema nervoso periférico? 4) Como se chamam as células que compõem o tecido nervoso? 5) Qual é a função da medula espinal? 6) Cite as drogas mencionadas nesse capítulo. 7) O que são hormônios? 8) Cite pelo menos 5 nomes de glândulas endócrinas do nosso organismo. 9) Que hormônio é produzido no pâncreas? Perguntas 209Ciências – Capítulo 17 As drogas O número de usuários de drogas ilícitas já somam 185 milhões em todo o mundo, ou seja, 3% da população mundial. Entre as mais comuns estão a maconha, o haxixe, as anfetaminas, o ecstasy, a cocaína e a heroína. Consumir drogas é uma opção que cada um faz para sua vida. Mas saiba que uma vez que o indivíduo torna-se um viciado, é difícil deixar o vício. O tratamento é demorado e requer muito mais força de vontade para parar do que evitar ter começado a utilizá-la. O indivíduo usuário de drogas tem sua saúde pouco a pouco destruída, e além de causar mal a si mesmo, ele acaba levando o problema para dentro de sua casa, envolvendo a família, e também a sociedade, pois uma pes- soa sob o efeito das drogas perde o autocontrole e a capacidade de dis- cernimento e pode causar mal a outras pessoas. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Qual é a porcentagem de pessoas no mundo que são usuárias de drogas? 2) Cite três nomes de drogas ilícitas. 3) O usuário de drogas acaba trazendo problemas para si mesmo e para outras pessoas. Quem são elas? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 210 Ciências – Capítulo 17 Acne, o que é? Acne é o nome correto para espi- nhas e cravos. Quando o poro é fecha- do, os cravos são brancos e se o poro é aberto, ocorre a oxidação da gordura e o cravo fica preto. Já a espinha é um cravo que inflamou. Cravos e espinhas começam a apa- recer, tanto em meninos como em meninas, na adolescência, que é a fase em que o organismo começa a produ- zir hormônios. Mas invariavelmente, é sempre incômodo e traz transtornos quando aparecem. Mas a parte boa da história é que tem tratamento. Ninguém precisa agüentar esse transtorno estético sem reação. Consulte um médico derma- tologista para que ele lhe explique qual seu tipo de pele e o tratamento mais adequado para ela. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) O que é a acne? 2) O que é a espinha? 3) Quando a acne começa a aparecer? 4) A acne tem tratamento? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 210 Ciências – Capítulo 17 Acne, o que é? Acne é o nome correto para espi- nhas e cravos. Quando o poro é fecha- do, os cravos são brancos e se o poro é aberto, ocorre a oxidação da gordura e o cravo fica preto. Já a espinha é um cravo que inflamou. Cravos e espinhas começam a apa- recer, tanto em meninos como em meninas, na adolescência, que é a fase em que o organismo começa a produ- zir hormônios. Mas invariavelmente, é sempre incômodo e traz transtornos quando aparecem. Mas a parte boa da história é que tem tratamento. Ninguém precisa agüentar esse transtorno estético sem reação. Consulte um médico derma- tologista para que ele lhe explique qual seu tipo de pele e o tratamento mais adequado para ela. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) O que é a acne? 2) O que é a espinha? 3) Quando a acne começa a aparecer? 4) A acne tem tratamento? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 211Ciências – Capítulo 18 Sistemas circulatório e excretorSistemas circulatório e excretorSistemas circulatório e excretorSistemas circulatório e excretorSistemas circulatório e excretor As células são as menores unidades vivas de nosso organismo, e para se manterem vivas e funcionando perfeitamente precisam ser abastecidas por nutrientes e por oxigênio. Os nutrientes são obtidos por meio da alimentação pelo sistema digestório e o oxigênio é obtido por meio do sistema respiratório. Os nutrientes e o oxigênio são levados até as células pelo sistema circulatório por meio dos vasos sangüíneos que transportam sangue e linfa. Vejamos então como tudo isso acontece. CAPÍTULO 18 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 212 Ciências – Capítulo 18 O sangue: composição e funçõesO sangue: composição e funçõesO sangue: composição e funçõesO sangue: composição e funçõesO sangue: composição e funções O sangue é um tecido formado por alguns tipos especializados de células que ficam dispersas em uma parte líquida chamada plasma, composta principalmente por água e dissolvidas nela, diversas outras substâncias. As células do sangue são de três tipos: as hemácias, também chamados de glóbulos vermelhos, os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos e as plaquetas. As hemácias são produzidas na medula óssea dos ossos longos do nosso corpo, armazenadas no baço e destruídas no fígado ou na própria medula óssea e duram em média 120 dias. São chamadas de glóbulos vermelhos por apresentarem coloração vermelha devido a presença de hemoglobina. A hemoglobina é responsável pela capta- ção e transporte do oxigênio e do gás carbônico pelo nosso corpo. Uma pessoa adulta possui 5 milhões de hemácias por milímetro cúbico. Os leucócitos, são produzidos na medula óssea, no baço e nos gânglios linfáticos. Os mais comuns são os neutrófilos, que compõem 70% dos glóbulos brancos e os linfócitos, que compõem 24% dos glóbulos brancos. Os neutrófilos em seu papel de defender o organis- mo podem sair da corrente sangüínea e atacar por meio da fagocitose elementos estranhos ao nosso organismo. O linfócitos executam o papel Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 213Ciências – Capítulo 18 de produzir anticorpos para a defesa do organismo. Em uma pessoa adulta há em média 8.000 leucócitos por milímetro cúbico. As plaquetas são produzidas na medula óssea, e atuam na coa- gulação do sangue. Por exemplo, quando uma pessoa se fere, o papel das plaquetas é a de estancar o sangramento formando o chamado coágulo. Se uma amostra de sangue for retirada e colocada em um frasco, em seguida a parte em que estão as células se separa do plasma e pode-se observar duas porções diferentes, uma avermelhada composta pelo coágulo de sangue e outra amarelada, composta pelo plasma. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro plasma coágulo de sangue 214 Ciências – Capítulo 18 Uma pessoa adulta tem em média 500.000 plaquetas por milímetro cúbico. A circulação sangüíneaA circulação sangüíneaA circulação sangüíneaA circulação sangüíneaA circulação sangüínea O sistema circulatório é composto pelo coração e por inúmeros vasos que conduzem o sangue e a linfa para todo o corpo. A função desse sistema é transportar o oxigênio para as células e coletar o gás carbônico por elas liberado e transportá-lo para fora do corpo. Temos ao lado um esquema decomo isso acontece. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 215Ciências – Capítulo 18 Os vasos que transportam o sangue rico em oxigênio para o corpo são chamados de veias pulmonares e artéria aorta e os que transpor- tam o sangue rico em gás carbônico são chamados de artéria pulmonar e veia cava. As artérias partem do coração e são bastante grossas e vão afinando de modo a conseguirem atingir todos os pontos do corpo e abastecê-los de oxigênio e nutrientes. Já as veias iniciam-se finas e vão engrossando até chegar ao coração. A parte central da circulação é o coração. O coração possui quatro cavidades, duas aurículas e dois ventrículos. Um ventrículo e uma aurícula trabalham somente com o sangue venoso, e estão do lado direito do coração e o outro ventrículo e aurícula trabalham somente com sangue arterial e compõem o lado esquerdo do coração. Dentro do coração o sangue arterial e o sangue venoso não se misturam. O coração é um órgão muscular e bombeia o sangue para todo o corpo. O sangue venoso entra na aurícula direita e é impulsionado para o ventrículo direito e daí é conduzido para os pulmões pelas artérias pulmonares. Dos pulmões o sangue retorna ao coração pelas Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 216 Ciências – Capítulo 18 veias pulmonares e entra na aurícula esquerda, de onde é impulsionado para o ventrículo esquerdo e daí para todo o corpo por meio da artéria aorta. Esse trajeto em que o sangue rico em gás carbônico chega ao coração, passa pelos pulmões e volta rico em oxigênio para o coração é chamada de circulação pulmonar. Em seguida, a artéria aorta rami- fica-se em artérias mais finas, depois passando para arteríolas e em seguida para os capilares arteriais, as artérias mais finas do corpo. Então o sangue rico em oxigênio, abastece desse gás as células e recebe o gás carbônico. O sangue agora rico em gás carbônico entra nos capilares venosos que vão engrossando até chegar às veias e novamente chegar ao coração. Esse trajeto em que o sangue parte rico em oxigênio do coração, passa pelos órgãos e retorna rico em gás carbônico, é chamada de circulação sistêmica. Esse nome se refere ao fato de o sangue abastecer nesse trajeto todos os outros sistemas do corpo. O movimento de contração do coração é chamado sístole e o de relaxamento é chamado diástole. Quando medimos nossa pressão sangüínea o valor que obtemos como pressão sangüínea máxima é o valor da pressão do sangue durante a sístole, quando o sangue sai com grande pressão do coração para abastecer todo o corpo e o valor da pressão sangüínea mínima é o valor da pressão do sangue durante a diástole, momento em que o coração está se enchendo novamente de sangue e encontra-se relaxado. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 217Ciências – Capítulo 18 Circulação linfáticaCirculação linfáticaCirculação linfáticaCirculação linfáticaCirculação linfática O sangue não chega a entrar em contato direto com as células. Na verdade, quem chega às células transportando nutrientes e trazen- do-os de volta é um líquido chamado linfa. A linfa provém do sangue e atravessa as paredes dos capilares para chegar às células. No retorno, a linfa passa para os capilares linfáticos, que vão se tornando mais grossos até se ligarem às veias e tornar a fazer parte do sangue por meio delas. Há também os nódulos linfáticos. Neles ocorre a filtragem da linfa, e dela são retirados corpos nocivos ao organismo por meio da ação dos leucócitos. A excreçãoA excreçãoA excreçãoA excreçãoA excreção O organismo forma um ambiente que também precisa passar por limpeza, com a retirada daquilo que não é mais útil para o organismo ou mesmo pode prejudicar seu bom funcionamento. Há três mecanis- mos por meio dos quais o organismo elimina substâncias indesejáveis: por meio do suor, por meio da expiração e por meio da urina. Figura esquemática da circulação linfática Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 218 Ciências – Capítulo 18 Com a eliminação do suor, o organismo está retirando do sangue algumas impurezas que foram ali deixadas pelas células. Além disso, a transpiração tem a função de baixar a temperatura do corpo, pois ao evaporar, o suor retira calor da pele. Assim, quando o dia está quente, precisamos sempre estar repondo água no organismo, para evitar a desidratação. Com a expiração, o gás carbônico, prejudicial ao nosso organismo, é eliminado por meio dos alvéolos pulmonares, passando assim do sangue para os pulmões e daí é expelido para fora do organismo. Depois de aproveitar os nutrientes, as células, excretam as substân- cias que não são mais úteis de volta para o sangue. O sangue por sua vez é filtrado nos rins, onde as impurezas são retiradas. O sistema excretor consiste em dois rins, dois ureteres, a bexiga urinária e a uretra. Acompanhe pela figura: O sangue chega aos rins pela artéria e sai dele pela veia. Os rins produzem a urina e por meio dos ureteres ela é depositada na bexiga. Assim que uma quantidade de urina é acumula- da temos a necessidade de eliminá-la e isso é feito por meio da uretra. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 219Ciências – Capítulo 18 1) Quais são as células que compõem o sangue? 2) Qual é a função do sistema circulatório? 3) Como são chamados os vasos que transportam sangue rico em oxigênio e os vasos que transportam sangue rico em gás carbônico? 4) Qual é a função do coração? 5) O que são a sístole e a diástole? 6) Qual é a função dos nódulos linfáticos? 7) Quais são os mecanismos utilizados pelo organismo para retirada de substâncias indesejáveis? 8) No que consiste o sistema urinário? PerguntasPerguntas 220 Ciências – Capítulo 18 A vida continua depois da morte? Deixando de lado a discussão reli- giosa, pelo menos para quem doa seus órgãos, sim. As filas de espera por órgãos é imensa e muitas pessoas acabam morrendo à espera de um ór- gão. A maior parte dos nossos órgãos pode ser doada, seja a córnea para os olhos, o fígado, os rins, o coração, entre muitos outros. Mas é importante que a família saiba da vontade da pessoa que morreu, se ela desejava ser doadora ou não, uma vez que é a família quem autoriza a doação. Hoje em dia, muitas pessoas continuam vivas graças a outras que pensaram antes de morrer se gostariam de ajudar aquelas que se encontravam esperando para receber a doação de algum órgão. Embora atualmente muitas pes- soas venham se conscientizando e doando seus órgãos, a fila pela espe- ra de um transplante tem aumenta- do mais rápido do que o número de doadores. Nem sempre quem está na frente na fila recebe o órgão primei- ro pois para um transplante são con- siderados diversos fatores como peso, altura, idade entre outros. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Dê exemplos de órgãos que podem ser doados. 2) Quem pode autorizar a doação de órgãos? 3) Por que nem sempre quem está na frente na fila de espera de doação recebe os órgãos primeiro? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 232 Ciências – Capítulo 19 Grupo sangüíneo Pode doar para Pode receber de A A e AB A e O B B e AB B e O AB AB A, B, AB e O O O, A, B, AB O Fator RhFator RhFator RhFator RhFator Rh Landsteiner e colaboradores em 1940, descobriram o fator Rh. Em seus trabalhos com o macaco Rhesus, daí o nome fator Rh, des- cobriram que ao injetar o sangue deste tipo de macaco em cobaias, elas produziam anticorpos. Assim, concluíram que existia nos gló- bulos vermelhos dos macacos um antígeno,este denominado Rh e aos anticorpos produzidos pelas cobaias deram o nome de aglu- tininas anti-Rh. Continuando o experimento, os cientistas observaram que os anticorpos produzidos pelas cobaias que aglutinavam os glóbulos vermelhos dos macacos também aglutinavam 85% dos sangues hu- manos testados. Assim, nomearam de Rh+ os indivíduos que tiveram o sangue aglutinado e Rh- aqueles em que a aglutinação não ocorreu. Assim um indivíduo Rh- poderá receber transfusões sangüíneas de indivíduos com fator Rh+, mas não o contrário. Porém, depois de receber a primeira transfusão, os indivíduos Rh- criarão anticorpos contra o fator Rh+. Assim, em uma segunda transfusão também po- derão ocorrer problemas. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 233Ciências – Capítulo 19 Em resumo: Rh+ pode doar para Rh+ Rh- pode doar para Rh- e Rh+ Eritroblastose fetal A eritroblastose fetal é uma doença que atinge mãe e filhos que possuam fatores Rh distintos. No caso da gestação, quando a mãe é Rh- e a criança sendo gerada é Rh+, no momento do parto, o sangue da mãe pode entrar em contato com o do filho. Em um primeiro parto poderá não acontecer nada, mas se esta mãe tiver um segundo filho e o mesmo acontecer, pode ser que os anticorpos gerados pelo corpo da mãe no primeiro parto ataquem o feto, podendo acarretar tanto à mãe quanto à criança sérios problemas. Assim, uma medida preventiva nes- se caso é que logo após o nascimento do primeiro bebê, a mãe tome uma vacina que tenha a propriedade de destruir os anticorpos desenvolvidos durante o parto. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 234 Ciências – Capítulo 19 Perguntas 1) Qual é o objetivo da Genética? 2) Onde ficam armazenadas as informações sobre as características de um indivíduo? 3) Quando dizemos que um indivíduo é heterozigoto para uma caracte- rística? E quando é homozigoto? 4) No caso do experimento das ervilhas de Mendel, qual era o genótipo e qual era o fenótipo das ervilhas? 5) Seja um casal de coelhos, um heterozigoto e a outra homozigota, sendo que a fêmea é branca, com genótipo cc e o macho é marrom com genótipo Cc. Assim, o gene c recessivo é para cor branca e C dominan- te, para cor marrom. Suponhamos que eles sejam cruzados. Qual é a proporção que teremos de coelhos brancos e marrons? 6) Como são representados os cromossomos sexuais para os homens e para as mulheres? 7) O que é o daltonismo? 8) Dê um exemplo de doença causada por aberração cromossômica. 9) Quais são as transfusões de sangue permitidas (que não causarão danos aos indvíduos receptores)? 10) Segundo o fator Rh, quais são as transfusões permitidas? 11) Como pode se evitar a eritroblastose fetal? Perguntas Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 235Ciências – Capítulo 19 Clonagem Em 1997, quando foi anunciada a clonagem da ovelha Dolly é que o assunto clonagem realmente entrou na moda. Na clonagem não há a necessidade da união do óvulo e do espermato- zóide, o que contraria as leis naturais. Na clonagem da Dolly, foram utili- zados óvulos de uma ovelha adulta da raça Scottish Blackface. Desses óvu- los foram retirados os núcleos, o ma- terial genético, e de uma outra ovelha adulta da raça Finn Dorset foram retiradas células das glândulas ma- márias, das quais também foram retirados os núcleos. Em determina- do momento do experimento, o núcleo das células da ovelha da raça Finn Dorset foi inserido no óvulo da ovelha da raça Scottish Blackface. Reconstituída a célula, ela passou a se dividir. Então algumas delas fo- ram transferidas para o aparelho reprodutor de uma terceira ovelha, esta estéril. Assim, nasceu uma ove- lha, a Dolly, com as características da ovelha da raça Finn Dorset que doou o núcleo celular ao experimento, e sem semelhança com as outras duas. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Descreva com suas palavras o processo de clonagem. 2) Faça uma pesquisa e descubra se outros clones foram produzidos. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 236 Ciências – Capítulo 20 Clima e previsão do tempoClima e previsão do tempoClima e previsão do tempoClima e previsão do tempoClima e previsão do tempo Observamos há algum tempo fenômenos climáticos novos. O aumento das temperaturas do planeta, chuvas em excesso em deter- minados países e seca inesperada em outros. Até em nosso país em que nunca houve furacões, recentemente tivemos o episódio do fura- cão Catarina no sul do Brasil. O que será que está acontecendo com o clima e o que podemos fazer para impedir que desastres climáticos aconteçam? CAPÍTULO 20 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 237Ciências – Capítulo 20 Clima e tempo: qual a diferença?Clima e tempo: qual a diferença?Clima e tempo: qual a diferença?Clima e tempo: qual a diferença?Clima e tempo: qual a diferença? Podemos perceber pelos noticiários e outros meios que as condi- ções climáticas variam de lugar para lugar. No Norte do nosso país sabemos que faz muito calor e chove muito. Já no Nordeste, que faz calor e chove muito pouco. E por que isso acontece? Entre os fatores que determinam o clima estão os que são estáticos e aqueles que são dinâmicos. Estes últimos variam de um dia para o outro, e a essas variações dá-se o nome de tempo. Portanto podemos definir o clima como as condições mais freqüen- tes de um determinado local e o tempo, a condição atmosférica em um determinado momento. As linhas imaginárias Podemos observar na figura os principais paralelos e meridia- nos que estabelecem algumas características particulares em nosso planeta. O meridiano de Greenwich por exemplo, nos fornece uma referência para a marcação das horas nos vários países da Terra. A linha do Equador representa o grau 0. Ao norte do Equador existem noventa paralelos, ou linhas horizontais que vão até o pólo norte e ao sul do Equador existem outros noventa paralelos até o pólo sul. Entre o Equador e os pólos existem outras linhas imaginá- rias de grande importância, sejam elas os trópicos de Câncer e o de Capricórnio e as linhas que definem os círculos polar ártico e antártico. Veremos no decorrer do texto qual a impor- tância de cada uma delas. Pólo Norte Pólo Sul Greenwich (0o) Equador (0o) Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 238 Ciências – Capítulo 20 Fatores estáticos queFatores estáticos queFatores estáticos queFatores estáticos queFatores estáticos que definem o climadefinem o climadefinem o climadefinem o climadefinem o clima Se dependesse somente dos fatores estáticos, o clima em cada região do planeta poderia ser previsto com precisão. Chamamos de fatores estáticos a latitude e a altitude, e é sobre eles que tratamos a seguir. A influência da latitudeA influência da latitudeA influência da latitudeA influência da latitudeA influência da latitude Para podermos entender de que maneira a latitude influencia o clima, precisamos abordar algumas questões preliminares. A Terra está sujeita a movimentos, ou seja, o de translação e o de rotação. O primeiro é responsável pelas estações do ano. Para compreendermos melhor cada uma das estações e por que elas ocorrem, observemos a figura a seguir, que apresenta um esquema onde o Sol ocupa a posição central e a Terra em quatro posições distintas em sua órbita quase circular em torno do Sol. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 239Ciências – Capítulo 20 Verifiquemos então o que ocorre em cada uma das posições. Na figura a seguir, denominadasolstício de inverno, podemos observar que o Equador terrestre fica acima do plano orbital (a linha que liga as quatro posições da Terra em torno do Sol) na face voltada para o Sol. Isso significa que o Hemisfério Sul fica mais exposto aos raios solares do que o Hemisfério Norte. Por esse motivo, quando a Terra encontra-se nessa posição é verão no Hemisfério Sul e inverno no Hemisfério Norte. Porém, o Equador terrestre inclina-se em relação ao plano orbital até uma inclinação limite que no Hemisfério Norte é delimitada pelo trópico de Câncer e no Hemisfério Sul, pelo trópico de Capricórnio. Esses pontos máximos de inclinação são alcançados nos solstícios de inverno e de verão que ocorrem em 21 de junho de 21 de dezembro, respectivamente. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Enquanto é verão no Hemisfério Sul é inverno no Hemisfério Norte Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 240 Ciências – Capítulo 20 Em a e b, os Hemisférios Norte e Sul ficam expostos à mesma quantidade de raios solares, o que faz com que nessas posições os dias e as noites tenham a mesma duração. Essas posições são cha- madas equinócios, o que significa noites iguais, e correspondem aos dias 21 de março e 23 de setembro, ou seja, outono no Hemisfério Norte e primavera no Hemisfério Sul. A figura a seguir mostra a situação inversa à primeira figura. Nesse caso, vemos o Equador terrestre abaixo do plano orbital, deixando dessa maneira o Hemisfério Norte mais exposto aos raios solares, de modo que nesse Hemisfério é verão quando a Terra encon- tra-se nessa posição. Uma vez que tenhamos entendido esses conceitos, vamos focalizar nossa discussão em como os raios solares atingem cada região da Terra e como é o aquecimento em cada uma delas. a b Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 241Ciências – Capítulo 20 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Tipos de cobertura vegetal e aquecimento da superfície terrestre Um outro fator que influencia o aque- cimento da superfície de uma região é a cobertura desta superfície. A seguir, taxa de absorção da luz solar pela qual cada tipo de cobertura é responsável. A água absorve 60 a 90% da luz do Sol, dependendo do ângulo do Sol no céu. A areia seca absorve 75% da luz do Sol. O campo lavrado absorve de 75% a 95% da luz do Sol. A neve absorve 25% da luz do Sol. O campo gramado absorve 80 a 90% da luz do Sol. Uma floresta absorve 95% da luz do Sol. Sabemos que a Terra tem sua forma bastante aproximada da esférica e por esse motivo os raios solares atingem a superfície terrestre com inclinações diferentes, e assim o aquecimento de cada localização do globo é diferente. Para entendermos melhor essa idéia, imagine o Sol representado por um feixe de luz de uma lanterna. a) raios luminosos incidindo perpendicularmente à superfície. b) Raios luminosos incidindo à 45o. c) Raios luminosos incidindo no Pólo Norte da Terra a) b) c) Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 242 Ciências – Capítulo 20 Na figura anterior, em “a”, os raios luminosos incidem perpendicu- larmente sobre uma superfície localizada no Equador terrestre. Pode- mos perceber que o feixe fica concentrado e portanto ocorre nessa posição um aquecimento maior da superfície. Na figura anterior, em “b”, um feixe luminoso incide sobre uma superfície localizada em uma latitude média, ou seja, em cerca de 45o N. Podemos observar que o feixe de luz, por incidir em uma superfície esférica, acaba espalhando-se e iluminando e aquecendo uma superfície maior que em “a”. Dessa maneira, o aquecimento também fica ‘espalhado’ e a superfície atingida pelo feixe luminoso fica menos aquecida que no exemplo anterior. Na figura anterior, em “c”, o feixe de luz incide numa superfície localizada no pólo Norte terrestre. Fica mais nítido nesse caso o espalhamento dos raios luminosos citado em “b”, e dessa maneira podemos presumir que o aquecimento dessa superfície seja o menor quando comparado às situações anteriores. Essas diferenças de aquecimento da superfície da Terra explicam o porquê de a mesma ser divida em zonas de ilumina- ção distintas. A figura a seguir mostra a divisão comumente aceita. ����� Zona Intertropical: É a zona de iluminação compreendida entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio. Como podemos verificar, é a região onde os raios solares ao atingirem o solo, dispersam-se pouco, aquecendo mais a superfície. Por esse motivo, essa zona de iluminação é caracterizada por altas temperaturas. Zona Glacial Ártica Trópico de câncer Equador Trópico de capricórnio Zona Glacial Antártica Círculo polar ártico Zona temperada do norte Zona temperada do sul Círculo polar antártico Zona intertropical Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 243Ciências – Capítulo 20 ����� Zona Temperada do Norte: É a zona de iluminação com- preendida entre o trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico. ����� Zona Temperada do Sul: É a zona de iluminação compre- endida entre o trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico. ����� Zona Glacial Ártica: Localizada em latitudes mais altas do que a linha imaginária do Círculo Polar Ártico. Como vimos anteriormen- te, esta região, assim como a Zona Glacial Antártica é caracterizada por um grande “espalhamento” de raios solares sendo, dessa maneira, a região menos aquecida do globo terrestre. ����� Zona Glacial Antártica: Localiza-se em latitudes maiores do que a linha imaginária do Círculo Polar Antártico. Concluímos então que quanto mais nos afastamos do Equador em direção aos pólos, maior o espalhamento dos raios solares e conse- qüentemente encontramos temperaturas cada vez menores. Termômetro Para medirmos o calor ou frio at- mosférico, e também de outras substâncias, utilizamos o instru- mento chamado termômetro. Ele consiste geralmente de um tubo de vidro preenchido com mercú- rio. Nesse tubo de vidro está tam- bém incluída uma escala de valores, em graus Celsius. O mer- cúrio quando aquecido tende a ocupar um espaço maior do tubo de vidro e quando esfriado tende a ocupar um menor espaço. Assim quanto mais quente o ar atmosférico, o termôme- tro indicará maiores temperaturas e vice-versa. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 244 Ciências – Capítulo 20 Influência da altitudeInfluência da altitudeInfluência da altitudeInfluência da altitudeInfluência da altitude Como vimos anteriormente, a Terra é envolvida por uma camada de gases que vai desde a superfície até o espaço cósmico. Quanto maior a proximidade da superfície terrestre, maior a con- centração de gases atmosféricos e conseqüentemente, maior será a retenção de calor, de modo que a cada 200 metros a partir da super- fície, é observada a diminuição de 1oC na temperatura até o limite da troposfera. Essa é a razão pela qual cidades como Ubatuba e Campos do Jordão apesar de estarem localizadas em uma mesma latitude, apre- sentam diferenças tão marcantes em suas temperaturas médias. Fatores dinâmicosFatores dinâmicosFatores dinâmicosFatores dinâmicosFatores dinâmicos que definem o climaque definem o climaque definem o climaque definem o climaque definem o clima Assim como os fatores estáticos, temos também os fatores dinâ- micos que fazem variar o clima em cada região. Como o próprio nome indica, dinâmico quer dizer “em movimento constante”. Entre os fatores dinâmicos que influenciam o clima estão as massas de ar e as cor- rentes oceânicas, que serão abordadas detalhadamente a seguir. Em um lugar está frio ao mesmo tempo em que no outro, de mesma latitude, está calor Ba nc o d e ima ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 245Ciências – Capítulo 20 A importância das massas de arA importância das massas de arA importância das massas de arA importância das massas de arA importância das massas de ar Antes de entrarmos no assunto propriamente dito, é importante conhecermos algumas definições básicas sobre os elementos que compõem as massas de ar. Um desses elementos são os ven- tos e a maneira como eles são forma- dos. Uma definição que normalmente ouvimos é a de que o vento é o ar em movimento. Mas qual o mecanismo que faz com que o ar entre em mo- vimento? No caso do ar atmosférico, quan- do o ar é aquecido, as moléculas que fazem parte de sua composição ficam mais distantes umas das outras e dessa maneira torna-se ainda menos denso e mais leve do que o ar que não foi aquecido. Para entendermos melhor essa idéia, vamos observar o que está acontecendo na figura acima. O ar próximo à chama da vela torna-se mais leve e tende a subir enquanto que o ar mais frio e mais pesado tende a ocupar o lugar que o ar quente deixou vazio. O ar aquecido também ocupa um espaço maior que o ar não aquecido e por esse motivo ele torna-se menos denso, assim dizemos que as regiões em que o ar está aquecido e eleva-se para maiores altitudes são regiões de baixa pressão e as regiões onde o ar frio que se encontra inicialmente em altitudes maiores desce para ocupar o lugar do ar quente que elevou-se, são chamadas de regiões de alta pressão. Assim, uma maneira de explicarmos como os ventos se formam, e esta é a mesma utilizada pelos meteorologistas, é em termos de diferenças de pressão de uma região para outra. Quanto maiores forem as diferenças de pressão de uma região para outra, mais fortes serão os ventos. Os ventos também podem ser gerados pelo movimento de rotação da Terra. A Terra realiza um movimento circular em torno de seu próprio Ar quente sobe enquanto o ar frio desce Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 246 Ciências – Capítulo 20 eixo a cada 24 horas, ou seja, a cada dia. Esse movimento tem sentido de oeste para leste. A atmosfera portanto sofre um desvio no sentido contrário, de leste para oeste, desvio este chamado de desvio de Coriolis. Um esquema do que dissemos aqui pode ser observado na figura a seguir. Os ventos podem variar de simples brisas até os chamados fura- cões, que como sabemos, por meio de noticiários, tratam-se de ventos fortíssimos que chegam a dezenas de quilômetros por hora e são capazes de arrasar cidades inteiras. A escala BeaufortA escala BeaufortA escala BeaufortA escala BeaufortA escala Beaufort Existem alguns instrumentos utilizados para se medir a velocidade do vento. No entanto, existe uma escala que permite que esta velocidade seja calculada sem o auxílio instrumental: é a chamada escala Beaufort. Oeste Leste Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 247Ciências – Capítulo 20 A escala Beaufort foi imaginada no século XIX pelo marinheiro inglês Almirante Sir Francis Beaufort. Ela era utilizada com o objetivo de, observando os ventos, dizer quais seu efeitos por meio dos mo- vimentos da vela de barcos e o aspecto das ondas do mar. Depois ela foi adaptada para uso em terra, relacionando a ação dos ventos ao movimento da fumaça e das árvores. Força Efeitos 0 Calmo. A fumaça emitida por chaminés eleva-se verticalmente. 1 A inclinação da fumaça indica a direção do vento. 2 Sensação do vento na pele e as folhas das árvores balan- çando. Velocidade do vento de 7 a 12 quilômetros por hora. 3 Folhas de árvores agitando-se ininterruptamente. Velocidade do vento de 13 a 18 quilômetros por hora. 4 O vento consegue levantar poeira. Velocidade do vento de 19 a 26 quilômetros por hora. 5 As árvores começam a balançar. Nas superfícies das águas formam-se pequenas ondas. Velocidade do vento de 27 a 35 quilômetros por hora. 6 Galhos resistentes de árvores em movimento. Velocidade do vento de 36 a 44 quilômetros por hora. 7 Resistência do ar ao se caminhar. Velocidade do vento de 45 a 55 quilômetros por hora. 8 Ramos de árvores quebrados: geralmente impossível caminhar. Velocidade do vento de 56 a 66 quilômetros por hora. 9 Danos nas construções tais como telhas arrancadas. Veloci- dade do vento de 67 a 77 quilômetros por hora. 10 Árvores arrancadas e edifícios danificados. Velocidade do vento de 78 a 90 quilômetros por hora. 11 Ocorrem grandes danos. Velocidade do vento de 91 a 104 quilômetros por hora. 248 Ciências – Capítulo 20 O anemômetro Atualmente, o instrumento mais comum para a medida da veloci- dade do vento é o anemômetro. A forma mais simples é o ane- mômetro de bacia que consiste em quatro cataventos cônicos onde o número de rotações por um determinado período de tem- po é registrado. A formação de nuvensA formação de nuvensA formação de nuvensA formação de nuvensA formação de nuvens Como vimos anteriormente, o ar aquecido tende a se tornar mais leve e assim começa a subir, mas não indefinidamente. Assim, quando o Sol aquece uma superfície, esta por sua vez aquecerá o ar que estiver logo acima dela, o que fará com que sobre essa região formem-se correntes de ar quente a elevarem-se em direção ao céu. É possível perceber essas correntes de ar quente ascendentes quando vemos pássaros como se fossem planadores no céu, pois continuam voando mesmo sem bater as asas. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 249Ciências – Capítulo 20 Quando essa superfície aquecida pelos raios solares também for úmida, juntamente com o ar, vapor de água será levado pelas correntes de ar ascendentes em direção ao céu. Essa umidade transportada para as grandes altitudes é que dará origem às nuvens e também às chuvas, neve, nevoeiro e orvalho. No entanto, a altitude em que as nuvens irão se formar depende também de quão aquecido foi esse ar próximo à superfície. Devido também a essas diferenças na altitude de formação das nuvens, as mesmas podem ser denominadas como estratos, nim- bos-estratos, cúmulos, estratos-cúmulos, nimbos, alto-estratos, alto- cúmulos, cúmulos-nimbos, cirros-cúmulos, cirros e cirros-estratos, confor- me mostra a figura a seguir. cirros-cúmulos altos-cúmulos altos-estratos cúmulos estratos cúmulos-nimbos nimbos Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 250 Ciências – Capítulo 20 As massas de arAs massas de arAs massas de arAs massas de arAs massas de ar Em cada região do planeta o ar possui características tais como a temperatura, a umidade e a pressão diferentes. As razões dessas diferenças são várias. Como já vimos, a latitude tem muita influência sobre o aquecimento das superfícies terrestres e conseqüentemente em características tais como temperatura, umidade e pressão do ar. Essas porções do ar atmosférico com características próprias de temperatura, umidade e pressão dão origem às chamadas massas de ar. Existem massas de ar de todos os tipos, massas de ar frias, quentes, úmidas ou secas. Quando essas massas de ar se deslocam, carregam consigo essas características provocando alterações no tempo da região de destino. Por exem- plo, a chegada de uma massa de ar úmido pode ocasionar chuvas ou a che- gada de uma massa de ar frio pode causar quedas bruscas na temperatura. Massas de ar que se for- mam sobre os continentes normalmente são secas e aquelas que se formam so- bre o oceano são úmidas. As principais massas de ar que atingem a América do Sul podem ser identifica- das na figura ao lado. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ M au ri Ca milo 251Ciências – Capítulo 20 Nas regiões próximas ao Equador e regiões tropicais, as massas de ar são normalmente quentes enquanto que as que se formam próximas aos pólos são frias. As correntes oceânicasAs correntes oceânicasAs correntes oceânicasAs correntes oceânicasAs correntes oceânicas Assim como as massas de ar, as correntes oceânicas também transportam suas características tais como temperatura e salinidade adquiridas na região de sua formação para as regiões de destino, e com isso influenciam o clima dessas regiões. As correntes oceânicas podem ser quentes ou frias dependendo da região de sua formação. As correntes de superfície oceânicas são principalmente geradas pelo vento que age na superfície do oceano “empurrando” águas superfi- ciais e fazendo com que se movam. As principais correntes oceânicas de superfície existentes em todo o globo são mostradas na figura a seguir. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 252 Ciências – Capítulo 20 Mas como as correntes oceâni- cas podem alterar o clima das re- giões continentais? A resposta a essa questão baseia-se no princí- pio das diferenças de pressão. Além disso, os oceanos reagem muito menos e mais lentamente aos raios solares, aquecendo-se e resfrian- do-se mais lentamente quando com- parado às terras vizinhas. Durante o dia, o Sol aquece igualmente terras e oceanos, porém a terra esquenta mais rapidamente do que a água do oceano e também resfria-se mais rapidamente. Logo, ao final do dia, ou da noite, o oceano encontra-se mais quente que as terras vizinhas. Portanto, durante o dia, o ar acima da terra esquenta muito mais que o ar sobre o oceano e eleva-se enquanto que o ar próximo, ou seja, aquele que se encontra sobre o oceano toma o seu lugar formando ventos que sopram do oceano para as terras vizinhas, dando origem às chamadas brisas marítimas. Esse feito é chamado de maritimidade e está esquematizado na figura acima. Durante a noite acontece o contrário. Como as terras vizinhas perderam calor durante o final do dia, as águas oceânicas encontram- se mais aquecidas que a terra e conseqüentemente o ar que encontra- se sobre elas também. Portanto, a noite o ar que se encontra sobre o oceano eleva-se e aquele que se encontra sobre as terras vizinhas toma seu lugar. Os ventos formados sopram então das terras para o oceano dando origem a chamada brisa terrestre. Esse efeito é cha- mado de continentalidade. É por esse motivo que as re- giões ocidentais (as que estão a oeste) da América do Norte e da Europa, apesar de encontrarem-se Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro ar quente ar frio brisa brisa ar frio ar quente Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 253Ciências – Capítulo 20 próximas ao pólo Norte apresentam médias de temperatura bem mais altas que aquelas observadas em outras regiões na mesma latitude. Um exemplo desse fenômeno é a corrente do Golfo que transporta águas quentes das regiões próximas ao Equador para outras próximas ao pólo Norte. A brisa quente do mar faz com que as temperaturas em regiões próximas ao mar no norte europeu sejam bem mais quentes que regiões interiores desse mesmo continente. O clima: Uma combinaçãoO clima: Uma combinaçãoO clima: Uma combinaçãoO clima: Uma combinaçãoO clima: Uma combinação de diversos fatoresde diversos fatoresde diversos fatoresde diversos fatoresde diversos fatores Como podemos verificar pelo texto anterior, o clima em cada região é definido por diversos fatores, sejam eles estáticos ou dinâmicos. A combinação deles, no entanto, é responsável pelo painel dos diversos tipos de clima no mundo. No Brasil em particular, estamos sujeitos a basicamente quatro tipos de clima, os climas equatorial, tropical, semi-árido e subtropical. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 254 Ciências – Capítulo 20 Nosso país encontra-se quase que em toda sua extensão entre o Equador e o trópico de Capricórnio, ou seja, está em baixas latitudes e isso explica por que nosso país é quente, com exceção da região sul do país onde predomina o clima subtropical. O fenômeno climático El�NiñoO fenômeno climático El�NiñoO fenômeno climático El�NiñoO fenômeno climático El�NiñoO fenômeno climático El�Niño Trata-se de um fenômeno observado de dois a sete anos, onde as águas superficiais da região equatorial do Pacífico Sul ficam anormal- mente quentes provocando chuvas acima do normalmente observado. Essas variações de temperatura da superfície do oceano causam repercussões no clima local e em todo o mundo. No Brasil em particular, o El-Niño agrava a seca no sertão nordestino enquanto que aumenta a quantidade de chuvas no sul do país. 255Ciências – Capítulo 20 Previsão do tempoPrevisão do tempoPrevisão do tempoPrevisão do tempoPrevisão do tempo Todos nós já adquirimos o hábito de consultar a previsão do tempo para sabermos desde que agasalhos utilizar no próximo dia até plane- jar uma viagem de final de semana. Mas a importância da previsão do tempo é bem mais ampla envolvendo atividades de produção, como no caso da agricultura. Atualmente, vários recursos tecnológicos são utilizados para se realizar previsões do tempo. Navios e aviões fornecem aos centros de estudos meteorológicos informações sobre temperatura, velocidade e direção do vento e umidade relativa. Porém, atualmente, umas das ferramentas mais importantes para a previsão do tempo são as ima- gens geradas por satélites, permitindo que os meteorologistas façam previsões em intervalos de 24 horas. Além das imagens de satélite são utilizados programas de computador que são capazes de reproduzir os fenômenos atmosféricos e permitir dessa maneira que previsões sejam feitas. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 256 Ciências – Capítulo 20 Perguntas 1) Qual é a diferença entre clima e tempo? 2) De que maneira a latitude influencia o clima? 3) De que maneira a altitude influencia o clima? 4) Como os meteorologistas explicam a formação dos ventos? 5) Qual é o nome do instrumento utilizado para medir a velocidade do vento? 6) De que maneira se formam as nuvens? 7) Explique o fenômeno da maritimidade. 8) Explique o fenômeno da continentalidade. 9) Cite duas conseqüências do El-Niño para o clima brasileiro. 10) Qual é a utilidade das previsões do tempo? 11) Quais são os recursos tecnológicos utilizados atualmente para realizar previsões do tempo? Perguntas 257Ciências – Capítulo 20 O Brasil não tem mesmo furacões? O Brasil é um país que se caracteri- za pela ausência de desastres naturais tais como furacões, vulcões, terremo- tos fortes entre outros. Porém no primeiro semestre de 2004, um fenô- meno climático deixou os catarinenses assuntados e deu muito o que falar entre a comunidade científica. Foi o chamado Catarina, ainda hoje não identificado como um furacão ou um ciclone extratropical. O fenômeno Catarina chegou a ter ventos de 180 km/h e a temperatura em seu centro era bem mais elevada do que a temperatura nas bordas, o que são características de um furacão. Um ciclone extratropical tem ven- tos bem mais fracos do que um fu- racão, não tem um núcleo e seus efeitos não chegam a alcançar o solo. Alguns comentam que tudo come- çou como um ciclone extratropical e evoluiu para um furacão. A pergunta que fica é: será esse um acontecimento único ou irá se repetir daqui em diante? ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Quais são as características de um furacão? 2) Quais são as características de um ciclone extratropical?Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 258 Ciências – Capítulo 21 CinemáticaCinemáticaCinemáticaCinemáticaCinemática Quando olhamos a nossa volta percebemos que quase tudo é movimento. Para estudar os movimentos utilizamos um ramo da Física chamado cinemática. CAPÍTULO 21 Para falarmos uma linguagem comum são necessárias algumas definições iniciais. Um ponto material corresponde ao objeto em si. Se estivermos estudando a velocidade de um caminhão no trecho que liga a cidade de São Paulo a Brasília, não é necessário que levemos em considera- ção as dimensões do caminhão, portanto podemos tratá-lo como um Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 259Ciências – Capítulo 21 ponto material. Já não poderíamos fazer o mesmo se estivéssemos falando em manobrar este mesmo caminhão na garagem da nossa casa! Certamente suas dimensões seriam muito importantes. A posição de um objeto sempre depende de um referencial. Por exemplo, quando fazemos uma compra e esta deve ser entregue em casa, sempre nos pedem uma referência, ou seja, um local conhecido e que seja próximo de nossa casa. Assim, nossa casa pode ser próxima à padaria do Sr. José mas pode ser distante do supermercado Compre Barato. Assim também é com objetos que estão se movendo. Para uma pessoa parada em um ponto de ônibus, o veículo que se aproxima está em movimento. Porém para a pessoa que se encontra dentro do ônibus, ele está em repouso pois não se aproxima nem se afasta dela. Dizemos então que um corpo está em movimento quando em um determinado intervalo de tempo, diferente de zero, a posição do corpo muda. Caso sua posição não mude, dizemos que ele se encontra em repouso. Suponhamos uma pessoa caminhando por uma calçada. Vamos determinar com que velocidade ela percorreu o trecho de 3 quilômetros que vai desde sua casa até o seu trabalho. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 260 Ciências – Capítulo 21 Conforme a figura, podemos definir o intervalo de tempo gasto de casa ao trabalho como sendo Δt = t2 - t1 = 40 - 0 = 40 minutos e a variação de espaço como sendo ΔS = S2 - S1 = 3 - 0 = 3 km. Os intervalos de tempo em qualquer movimento serão positivos. Já a variação de espaço poderá ser tanto positiva quanto negativa, depen- dendo do sentido do movimento. Portanto, a velocidade média dessa pessoa em seu trajeto de casa para o trabalho é de vm = Δ Δ Δ Δ ΔS = 3 = 0,075 quilômetros/minutos ____ ____ ____ ____ ____ ____________________ Δ Δ Δ Δ Δt 40 Obtivemos nesse caso a velocidade em quilômetros por minuto mas também poderíamos ter obtido em metros por segundo. Essas são unidades do sistema internacional de medidas. Sistema Internacional Desde 1960, foi adotado o Sistema Internacional de Unidades (SI) com o objetivo de padronizar as unidades das grandezas, fornecendo uma maneira uniforme de representá-las em todos os países. As unidades fundamentais do Sistema Internacional são: Grandeza Unidade de medida Comprimento metro (m) Massa quilograma (kg) Tempo segundo (s) Corrente elétrica ampère (A) Temperatura termodinâmica Kelvin (K) Quantidade de matéria mol (mol) Intensidade luminosa candela (cd) 261Ciências – Capítulo 21 Velocidades médias de alguns mamíferos 80 km/h 75 km/h 67 km/h 65 km/h 55 km/h 43 km/h 40 km/h 32 km/h Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 262 Ciências – Capítulo 21 Finalmente, vamos definir trajetória. Trajetória é o percurso que o objeto percorre durante o movimento. Se imaginarmos um jogador de futebol chutando uma bola, a trajetória da bola será o caminho que ela percorre desde o momento do chute até o instante em que ela pára, como podemos verificar na figura a seguir: Se a trajetória do objeto considerado for uma reta, o movimento será chamado de retilíneo. Se for diferente de uma reta, por exemplo uma circunferência ou uma elipse, será chamado de movimento curvilíneo. ����� Exemplos 1) Um automóvel parte da origem A e depois de 3 horas chega à posição B; depois de mais 7 horas ele chega à posição C. Se o sentido de C para B é positivo e de B para C é negativo, determine os intervalos de tempo e as variações de espaço de: a) A para B; b) B para C; c) A para C. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 263Ciências – Capítulo 21 ����� Solução a) ΔtA = t2 - t1 = 3 - 0 = 3 horas; ΔSA = S2 - S1 = 100 - 0 = 100 km b) ΔtB = t2 - t1 = 7 - 0 = 7 horas; ΔSB = S2 - S1 = -100 - 120 = -220 km c) ΔtC = t2 - t1 = 3 + 7 = 10 horas; ΔSC = S2 - S1 = 100 - 100 - 120 = -120 km 2) Um trem partiu da estação da cidade A às 8 horas e chegou ao seu destino, na cidade B, às 12 horas. Sabendo-se que a distância entre as cidades A e B é de 300 quilômetros, qual é a velocidade média do trem nesse percurso? ����� Solução Δt = t2 - t1 = 12 - 8 = 4 horas ΔS = 300 km vm = 300/4 = 75 km/h A velocidade, porém, pode variar durante um percurso. Quando estamos viajando, podemos calcular a velocidade média uma vez que sabemos a que horas o carro saiu, a que horas chegou e a distância entre os pontos de chegada e saída, certo? Porém durante o percurso, Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro C A B 120 km 100 km 264 Ciências – Capítulo 21 ora andamos mais depressa ora mais deva- gar. A velocidade que o velocímetro, instrumen- to que mede a velocidade, marca é a nossa velocidade instantânea, que pode ser maior ou menor que a velocidade média. Movimento UniformeMovimento UniformeMovimento UniformeMovimento UniformeMovimento Uniforme Um movimento é chamado de uniforme quando sua velocidade média e sua velocidade instantânea forem iguais, ou seja, a velocidade em todo o trajeto é constante. Se além disso, a trajetória for uma reta, o movimento será chamado de movimento retilíneo e uniforme. Dessa maneira, se um carro estiver em movimento retilíneo e uniforme e em 1 hora ele percorrer 80 quilômetros, em 2 horas ele percorrerá 160 quilômetros, em 3 horas ele percorrerá 240 quilômetros e assim sucessivamente. Quando o objeto em movimento está se deslocando no sentido escolhido como positivo para a trajetória, ele estará realizando um movimento progressivo; caso ele esteja se deslocando no sentido contrário ao escolhido como positivo, ele estará realizando um movi- mento retrógrado. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 265Ciências – Capítulo 21 ����� Exemplos 1) Se um carro se desloca da cidade A para a cidade B, em um movimento retilíneo e uniforme, e percorre 100 quilômetros em 1 hora, quantos quilômetros ele terá percorrido em 4 horas? Adotando o senti- do da trajetória positivo de A para B, o movimento do carro é progressivo ou retrógrado? ����� Solução 1 h � 100 km 2 h � 200 km 3 h � 300 km 4 h � 400 km Como o carro está se deslocando na direção do sentido adotado como positivo, o movimento é progressivo. Movimento variadoMovimento variadoMovimento variadoMovimento variadoMovimento variado Dizemos que o movimento de um objeto é variado, quando sua velocidade varia ao longo do tempo. Para quantificar essa variação na velocidade, utilizamos uma grandeza chamada aceleração. A aceleração então é definida como a variação da velocidade ao longo do tempo. Isso, escrito como uma fórmula fica assim: am = Δ Δ Δ Δ Δv ____ Δ Δ Δ Δ Δt onde am échamada de aceleração média, Δv = v2 - v1 e Δt = t2 - t1. Em uma corrida de automóveis, quando os carros largam, eles aceleram para aumentar suas velocidades. Chamamos esse movimento 266 Ciências – Capítulo 21 de movimento acelerado. Quando têm que parar para abastecer ou trocar os pneus, eles têm que desacelerar, de modo a diminuírem suas velocidades; esse movimento é chamado de movimento retardado. No caso de a velocidade se manter constante em todo o trajeto, o movimento é chamado de movimento uniformemente variado. ����� Exemplos 1) Um automóvel passa pelo ponto A em t = 0 s com velocidade de 10 m/s. Em t = 5 s, ele passa pelo ponto B com velocidade de 20 m/s. Determine a aceleração média de A até B e diga se o movimento é acelerado ou retardado? ����� Solução Δt = t2 - t1 = 5 - 0 = 5 s Δv = v2 - v1 = 20 - 10 = 10 m am = 10/5 = 2 m/s Como a velocidade aumentou durante o trajeto, o movimento é acelerado Movimento de queda livreMovimento de queda livreMovimento de queda livreMovimento de queda livreMovimento de queda livre Se deixarmos cair um objeto, ele será atraído para o chão devido à força de atração gravitacional que a Terra exerce sobre todos os objetos. O mesmo acontece se jogarmos um objeto para cima. Ele subirá até uma determinada altura, irá parar no ar por um instante e passará a cair, atraído pela mesma força de atração gravitacional. O movimento nesses dois casos será o movimento uniformemente varia- do, ou seja, com o passar do tempo, a velocidade será maior a cada instante, no caso do objeto estar caindo em direção ao chão, ou a velocidade será menor a cada instante, no caso do objeto atirado para 267Ciências – Capítulo 21 cima até que a velocidade chegará a zero no ponto mais alto da trajetória e passará, em seguida, a cair em direção ao chão. A aceleração que atua nesse movimento é chamada de aceleração da gravidade e vale, no nível do mar, aproximadamente 10 m/s2. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 268 Ciências – Capítulo 21 A aceleração da gravidade em outros planetas, no Sol e na Lua Podemos perceber pelos números que quanto maior o tamanho (massa) do planeta, maior o valor de sua aceleração da gravidade. 1,67 m/s2 274 m/s2 3,6 m/s2 8,6 m/s2 3,7 m/s2 25,8 m/s2 11,3 m/s2 11,4 m/s2 11,5 m/s2 Lua Sol Mercúrio Vênus Marte Júpiter Saturno Urano Netuno Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 269Ciências – Capítulo 21 1) Quando podemos dizer que um corpo está em movimento? 2) Um automóvel parte da origem A e depois de 6 horas ele chega à posição B; depois de mais 8 horas ele chega à posição C. Se o sentido de C para B é positivo e de B para C é negativo, determine os intervalos de tempo e as variações de espaço de: a) A para B; b) B para C; c) A para C. 3) Um trem partiu da estação da cidade A às 13 horas e chegou ao seu destino, na cidade B, às 21 horas. Sabendo-se que a distância entre as cidades A e B é de 600 quilômetros, qual a velocidade média do trem nesse percurso? 4) O que é trajetória? 5) O que é um movimento uniforme? 6) Se um carro se desloca da cidade B para a cidade A, em um movimento retilíneo e uniforme, e percorre 80 quilômetros em 1 hora, quantos quilômetros ele terá percorrido em 3 horas? Adotando o sentido da trajetória positivo de A para B, o movimento do carro é progressivo ou retrógrado? 7) Quando podemos dizer que o movimento é variado? 8) Um automóvel passa pelo ponto A em t = 0 s com velocidade de 30 m/s. Em t = 15 s, ele passa pelo ponto B com velocidade de 5 m/s. Determine a aceleração média de A até B e diga se o movimento é acelerado ou retardado. 9) Quanto vale a aceleração da gravidade na Terra? PerguntasPerguntas 270 Ciências – Capítulo 21 Cuidado com a velocidade pois ela pode pesar no bolso Uma das principais causas de aci- dentes de trânsito é o excesso de velo- cidade. Uma das maneiras de contro- lar esse e outros tipos de infrações foi a de estabelecer um código de trânsito onde o motorista terá, além de pagar a multa, somado à sua habilitação um determinado número de pontos e quando completar 20 pontos em um mesmo ano, sua habilitação será suspensa e o motorista deverá passar por um curso de reciclagem, onde deverá reaprender as regras de trânsito. Quando a velocidade do veículo for superior à permitida, no caso das rodovias 110 quilômetros por hora, em até 20%, a infração será conside- rada grave e o motorista terá que pagar multa e terá 5 pontos somados em sua carteira. Quando a velocida- de for superior a máxima permitida em mais de 20%, a infração será considerada gravíssima, tendo que pagar multa com valor multiplicado por três e terá seu direito de dirigir suspenso. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Se considerarmos que o limite de velocidade em uma estrada é de 110 km/h, estando a que velocidade pode-se cometer uma infração grave ou gravíssima, segundo o texto? 2) Cite pelo menos duas razões para a violência no trânsito. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 271Ciências – Capítulo 22 DinâmicaDinâmicaDinâmicaDinâmicaDinâmica A dinâmica é a parte da física que estuda as causas que produzem ou modificam os movimentos dos objetos. CAPÍTULO 22 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 272 Ciências – Capítulo 22 A grandeza que mede a intensidade da interação entre os objetos é chamada força. Já o resultado da interação entre os objetos é a aceleração, que variará dependendo da massa. Portanto, as grande- zas envolvidas no estudo da dinâmica são a força, a aceleração e a massa. Tanto a aceleração quanto a massa são grandezas chamadas escalares e a força é uma grandeza vetorial. As grandezas escalares são aquelas representadas por um valor numérico e por uma unidade. Por exemplo: 10 m/s2 é uma grandeza escalar relacionada à aceleração 5 kg é uma grandeza escalar relacionada à massa As grandezas vetoriais, entretanto, para serem expressas, neces- sitam de um valor numérico, da unidade, da direção e do sentido. A força é uma grandeza vetorial. A unidade da força é o Newton, N. 1 Newton equivale a força que aplicada a um objeto de 1 kg provoca a aceleração de 1 m/s2. Graficamente, os vetores são representados por segmentos de reta orientados. Veja a figura a seguir: Mais de uma força pode estar agindo sobre um objeto. O resultado da soma de todas as forças aplicadas a um objeto é chamado de força resultante. Caso essa força resultante seja nula, dizemos que o objeto está em equilíbrio. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 273Ciências – Capítulo 22 Para determinarmos o valor da força resultante, procedemos da seguinte maneira: a) Quando as forças têm mesma direção e mesmo sentido A força resultante nesse caso será dada por: FR = F1 + F2 b) Quando as forças têm mesma direção e sentidos opostos A força resultante será dada por: FR = F1 – F2 F1 F2 F1 F2 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro F1 F2 F1 = F2 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 274 Ciências – Capítulo 22 c) Se a forças forem perpendiculares entre si A força resultante será: FR = F1 2 + F2 2 ����� Exemplos Sejam F1 = 40 N e F2 = 30 N aplicadas a um bloco. Determine a força resultante nas situações a seguir:FR = F1 + F2 = 40 + 30 = 70 N FR = F1 – F2 = 40 – 30 = 10 N Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro F1 F2 F2F1 275Ciências – Capítulo 22 FR = 40 2 + 302 = 1.600 + 900 = 2.500 = 50N Lei de HookeLei de HookeLei de HookeLei de HookeLei de Hooke Robert Hooke (1635-1703), físico inglês, verificou experimentalmente que a defor- mação de uma mola, tanto a diminuição como o aumento do comprimento, estava relacionada com a força aplicada na mola. Para medirmos a intensidade da força, podemos utilizar um dispositivo chamado dinamômetro. Ele consiste de uma mola, que se estende quando um objeto é pen- durado a ela e volta a sua posição inicial quando esse objeto é retirado. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el F1 F2 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 276 Ciências – Capítulo 22 Como se conhece anteriormente a mola, e quanto ela estica quando determinado peso é pendurado a ela, se sabe, observando-se a escala graduada, qual o valor da intensidade da força. A expressão que representa essa relação entre força e o aumento ou diminuição do comprimento da mola é dada por: F = k . x onde F é a força que está sendo medida, em Newtons (N), k é chamada de constante elástica da mola e está relacionada a qualidade do material de que a mola é feita e o quanto ela estica quando determinado peso é pendurado nela, em N/m, e x é o valor em metros de quanto a mola esticou. ����� Exemplo Qual a intensidade da força aplicada a uma mola de constante elástica k = 5 N/m, que está esticada 10 cm em relação a sua posição normal? ����� Solução F = 5 N/m x 10 cm = 5 N/m x 0,1 m = 0,5 N Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 277Ciências – Capítulo 22 Leis de NewtonLeis de NewtonLeis de NewtonLeis de NewtonLeis de Newton As leis de Newton são também conhe- cidas como princípios da dinâmica. Isaac Newton, físico, matemático e astrônomo, nasceu na Inglaterra em 1642 e morreu em 1727. Entre outras grandes contribuições para a Física, ele formulou as três leis do movimento. Vamos estudá- las a seguir. Primeira Lei de NewtonPrimeira Lei de NewtonPrimeira Lei de NewtonPrimeira Lei de NewtonPrimeira Lei de Newton Para que um objeto que esteja em repouso ou em movimento tenha essa condição modificada é necessário que uma força atue sobre o mesmo. Quando chutamos uma bola, ela se movimenta até parar. Ela pára porque agem sobre ela várias forças. Quando está no ar, age sobre a bola a força de atrito (dela com o ar) e a força da gravidade. Quando está no chão, age sobre a bola também a força de atrito (dela com o chão). Se não houvesse força alguma agindo sobre a bola, ela em determinado momento entraria em movimento retilíneo e uniforme e nunca mais pararia. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 278 Ciências – Capítulo 22 Tendo em vista esse tipo de situação, Newton em sua primeira lei enuncia que: Um corpo livre da ação de forças ou se encontra em repouso ou está realizando um movimento retilíneo e uniforme. Essa lei é também conhecida como Princípio da Inércia. Como exemplo, tomemos a situação em que nos encontramos sentados em um veículo em movimento. Quando ele freia, a nossa tendência é a de continuar o movimento de antes e por esse motivo, nosso corpo é arremessado para frente. Da mesma maneira, quando o veículo que está parado inicia seu movimento, nosso corpo é comprimido contra o encosto do assento, pois da mesma maneira tendemos a permanecer parados. ����� Exemplos a) Quando estamos em pé em um trem ou metrô, assim que ele começa a se movimentar temos nosso corpo lançado no sentido contrário ao do movimento. Quando ele pára, temos nosso corpo lançado no sentido do movimento anterior. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 279Ciências – Capítulo 22 b) Se lançarmos um objeto no vácuo, livre da ação de forças, esse objeto entrará em movimento retilíneo e uniforme. Segunda Lei de NewtonSegunda Lei de NewtonSegunda Lei de NewtonSegunda Lei de NewtonSegunda Lei de Newton Como já vimos anteriormente, quando uma ou mais forças atuam sobre um objeto, podemos calcular a respectiva força resultante. A segunda Lei de Newton enuncia que: A resultante das forças que atuam sobre um objeto produz uma aceleração tal que F = m x a onde F é a força aplicada, m é a massa do objeto e a, a aceleração. ����� Exemplos 1) Um corpo de massa 10 kg está sob a ação de uma força de 20 N. Determine a aceleração desse corpo. ����� Solução F = m x a => 20 = 10 x a => a = 20/10 => a = 2 m/s2 2) Uma caixa de 1 kg está sob a ação de duas forças de inten- sidades 3 N e 4 N, estando ambas em posição perpendicular uma a outra. Determine a aceleração dessa caixa. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão R . M on ten eg ro 280 Ciências – Capítulo 22 ����� Solução Vamos primeiro determinar a força resultante: FR = 3 2 + 42 = 9 + 16 = 25 = 5 N Agora substituímos na expressão da Segunda Lei de Newton: F = m x a => 5 = 1 x a => a = 5 m/s2 Terceira Lei de NewtonTerceira Lei de NewtonTerceira Lei de NewtonTerceira Lei de NewtonTerceira Lei de Newton A Terceira Lei de Newton, também conhecida com lei da ação e reação enuncia que: A toda ação corresponde uma reação de mesma intensidade e sentido contrário. Como exemplo temos a força de atração que a Terra exerce sobre todos os obje- tos. A Terra atrai cada objeto com uma força que corres- ponde ao peso do objeto (a ação). O objeto por sua vez atrai a Terra com uma força de mesma intensidade, mes- ma direção mas sentido opos- to (a reação). Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 281Ciências – Capítulo 22 Perguntas ����� Exemplo Quando arremessamos uma bola em uma cesta de basquete, aplicamos na bola uma força. A bola por sua vez aplica em nós uma força de mesma intensidade, mesma direção mas sentido contrário à força que aplicamos nela. 1) Do que trata a Dinâmica? 2) O que são grandezas escalares e grandezas vetoriais? 3) Defina a força resultante. 4) Sejam F 1 = 100 N e F 2 = 50 N aplicadas a um bloco. Determine a força resultante nas situações a seguir: Perguntas Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro F1 F2 F2 F1 F1 F2 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 282 Ciências – Capítulo 22 5) Qual a intensidade da força aplicada a uma mola de constante elástica k = 10 N/m, que está esticada 25 cm em relação a sua posição normal? PerguntasPerguntas 6) O que diz a Primeira Lei de Newton? Por qual outro nome ela é conhecida? 7) Descreva uma situação onde pode ser aplicada a Primeira Lei de Newton. 8) O que diz a Segunda Lei de Newton? 9) Um corpo de massa 25 kg está sob a ação de uma força de 50 N. Determine a aceleração desse corpo. 10) Uma caixa de 5 kg está sob a ação de duas forças de intensidades 3 N e 4 N, estando ambas em posição perpendicular uma a outra. Determine a aceleração dessa caixa. 11) O que diz a Terceira Lei de Newton? 12) Descreva uma situação em que se aplique a Terceira Lei de Newton. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ideel/ Jo ão M on ten eg ro 283Ciências – Capítulo 22 Que força é essa? Imagine você na posição da pessoa da figura. Para dizer o mínimo, você seria acordado com um tremendo susto, não é mesmo? Mas por que motivo a fruta que antes estava pen- durada no pé, quando se desprendeu, caiu no chão? A resposta parece óbvia, mas você consegue explicar por quê? A resposta é que a fruta, e todos os objetos mais pesados do que o ar, cai por causa da força de atração que a Terra exerce sobre todos os corpos. A chamada força gravitacional. E tem mais! Da mesma maneira como a Terra atrai todos os corpos, todos os corpos também atra- em a Terra, porém vemos o deslocamento somente dos objetos e não da Terra, uma vez que esta é bem maior. Porém, se considerarmos a Terra em relação ao Sol, então é a Terra que vemos se mover. Embora atualmente esse conhecimen- to seja domínio de todos, nem sempre foi assim. Vários foram os cientistas que ao longo da história observaram e experimentaram a fim de que tivés- semos na ponta da língua a resposta dada no texto acima. Entre eles está Galileu Galilei (1564- 1642) que, conta a história, atirou dois objetos da torre inclinada de Pisa e percebeu que ambos chegavam ao mesmo tempo no chão. Ele realizou inúmeras experiências, e concluiu que qualquer que fosse o objeto, tanto uma pedra pesando dez quilos quan- to uma outra pesando um quilo, se jogadas de uma mesma altura, atin- giriam o chão ao mesmo tempo. Após vários anos, outro cientista, o alemão Johannes Kepler (1571-1630), suge- riu que o Sol exercia uma força de atração sobre os planetas, que os fazia girar a sua volta. Até então acredita- va-se que todos os planetas é que giravam em torno da Terra, e que seu movimento se devia ao fato de anjos os estarem empurrando! ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Por que motivo todos os objetos caem em direção à Terra? 2) O que cai mais rápido: uma pena de galinha ou uma bala de canhão? 3) Cite o nome dos cientistas presentes no texto e descreva suas contribuições para a ciência (se tiver curiosidade, leia mais sobre eles, é realmente muito interessante!). Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 284 Ciências – Capítulo 23 CAPÍTULO 23 Química – IntroduçãoQuímica – IntroduçãoQuímica – IntroduçãoQuímica – IntroduçãoQuímica – Introdução Muitas vezes encontramos a palavra química associada à poluição de rios, do ar, das águas e até de alimentos contaminados. A química é um ramo das ciências naturais que interage com a biologia (bioquími- ca), a física (físico-química), a matemática, a geologia etc. Isso ocorre pois ela estuda as substâncias e as transformações de um tipo de substância em outra. Além de descobrir e sintetizar novas substâncias, a química também é responsável pela descoberta de suas proprieda- des e aplicações. Algumas aplicações podem representar a cura de moléstias, uma maior produtividade de uma lavoura e até a melhoria na durabilidade, sabor e aparência dos alimentos. Nos tempos atuais, a química, que já foi grande vilã do meio ambiente, é responsável pela sua recuperação. A reciclagem de materiais e sua reutilização pode lançar mão de processos químicos que transformam embalagens plás- ticas em roupas e pneus velhos em isolantes térmicos e acústicos. A química é o ramo da Ciência que estuda os materiais e suas transformações. Por isso, ela está ao nosso redor e, ao mesmo tempo, faz parte de nós mesmos. Há cerca de um século, a ciência comprovou que todo material é feito de partículas denominadas átomos. A união dos átomos forma as substâncias. Substância é o tipo ou espécie de matéria da qual um corpo é formado. 285Ciências – Capítulo 23 As substâncias formam os materiais que utilizamos. As substâncias de que somos feitos, por exemplo, permitem nosso funcionamento perfeito. A ausência ou excesso de alguma delas pode acarretar graves prejuízos à saúde. Muitos materiais são explorados diretamente da natureza e utilizados, muitas vezes, de forma predatória e sem controle ambiental. Outros são produzidos em indústrias para aumentar nosso conforto e valorizar os produtos que utilizamos. Felizmente, o homem tem encontrado saídas econômicas e viáveis para a solução de problemas causados pelo excesso de consumo de materiais. Os átomos e a matériaOs átomos e a matériaOs átomos e a matériaOs átomos e a matériaOs átomos e a matéria Os átomos são estruturas extremamente pequenas com as quais são formados todos os materiais do Universo. Com exceção dos gases nobres, hélio, neônio, argônio, xenônio, criptônio e radônio, que são materiais constituídos por átomos isolados, todos os outros materiais são formados pela união de átomos. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 286 Ciências – Capítulo 23 Existem milhões de materiais diferentes formados por combinações entre um número muito menor de átomos. Quantas palavras existem? Milhares e milhares. E quantas letras conhecemos? Nosso alfabeto é composto por apenas 23 letras. A diferença entre as palavras consiste apenas na seleção e no arranjo das letras. A formação das substâncias a partir da combinação dos átomos é semelhante... Os diferentes tipos de átomos formam tudo. De cada arranjo de átomos, temos uma substância diferente. Se unirmos dois átomos de hidrogênio a um átomo de oxigê- nio, teremos a substância água. Unindo apenas dois átomos de oxi- gênio, teremos o gás oxigênio. Se um átomo de hidrogênio e um de cloro se unirem, teremos o cloreto de hidrogênio. É dessa forma que os átomos vão formando tudo. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Molécula de água 287Ciências – Capítulo 23 Reciclagem de embalagens Tetra Pak As embalagens Tetra Pak são tão utilizadas nos tempos atuais que é difícil imaginar a vida sem elas. São sucos, iogurtes, leite, doces entre ou- tros usos. O que não poderíamos imaginar é que elas podem ser reci- cladas e utilizadas na construção civil funcionando como isolante térmico alternativo, reduzindo a temperatura interna de casas e galpões em até 8ºC. A idéia desse reaproveitamento das embalagens é tema de estudo da faculdade de engenharia na Unicamp, localizada no estado de São Paulo. O segredo está na constituição das caixi- nhas: 5% de alumínio, 20% de plástico e 75% de papelão divididos em cinco camadas. A superfície de alumínio e altamente refletora ajuda a dissipar o calor incidente auxiliando na redu- ção da temperatura. Isso proporciona ambientes mais agradáveis e redução no consumo de energia elétrica por ar-condicionado ou ventiladores. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Quais são as vantagens da reciclagem de caixinhas Tetra Pak? 2) Você conhece outros materiais que podem ser reciclados? Quais? 3) Quais são as vantagens da reciclagem? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 288 Ciências – Capítulo 24 CAPÍTULO 24 O estudo do átomoO estudo do átomoO estudo do átomoO estudo do átomoO estudo do átomo Toda a química baseia-se no comportamento do átomo. Novas experiências são realizadas freqüentemente com o objetivo de enten- der melhor a estrutura interna da matéria. Conhecendo o átomo e suas propriedades, podemos compreender mais detalhadamente os mecanismos das reações químicas,prever resultados e, desta forma, fabricar milhares de produtos para vários usos. A palavra átomo já era usada na Grécia há cerca de dois mil anos. Demócrito já acreditava que os materiais fossem formados por partí- culas minúsculas. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 289Ciências – Capítulo 24 No entanto, o primeiro modelo científico do átomo surgiu em 1803, com o químico John Dalton. Hoje, o átomo é considerado como um conjunto formado por prótons, nêutrons e elétrons. Podemos dizer que o átomo é uma estrutura formada por duas regiões: o núcleo (uma parte central compacta e pesada) e a coroa ou eletrosfera. No núcleo encontramos os prótons e nêutrons e, na eletrosfera, os elétrons. São conhecidos cerca de 118 elementos químicos cujos átomos formam toda e qualquer espécie de matéria. Dimensões do átomoDimensões do átomoDimensões do átomoDimensões do átomoDimensões do átomo O cientista inglês Ernest Rutherford (1871-1937) sugeriu que um átomo apresentaria um diâmetro cuja ordem de grande- za seria de 10-8cm. A eletrosfera é cerca de 10 a 100 mil vezes maior que o núcleo. Para imagi- narmos melhor o que esse tama- nho significa, veja essa compa- ração: se o homem fosse do tamanho de um átomo, toda a população do mundo caberia na cabeça de um alfinete e ainda sobraria espaço. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 290 Ciências – Capítulo 24 Componentes da estrutura atômicaComponentes da estrutura atômicaComponentes da estrutura atômicaComponentes da estrutura atômicaComponentes da estrutura atômica Os átomos são constituídos de prótons, nêutrons e elétrons. ����� Prótons: partículas dotadas de carga elétrica positiva. Por convenção, a massa do próton é considerada igual a 1. ����� Nêutrons: partículas desprovidas de carga elétrica. A massa do nêutron pode ser considerada como sendo praticamente igual a do próton, isto é, igual a 1. �����Elétrons: partículas que se movimentam rápida e continuamen- te ao redor do núcleo do átomo (prótons e nêutrons) e são dotadas de carga elétrica negativa. Esse movimento dos elétrons faz com que ocupem regiões na eletrosfera denominadas orbitais que podem ser imaginados como nuvens de diferentes formas e volumes. Veja: Experiências comprovam que a massa de um elétron é cerca de 1.840 vezes menor que a massa de um próton. partículas cargas elétricas massa relativa núcleo prótons positiva 1 nêutrons sem carga 1 eletrosfera elétrons negativa 1/1840 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 291Ciências – Capítulo 24 Modelo atômico de BohrModelo atômico de BohrModelo atômico de BohrModelo atômico de BohrModelo atômico de Bohr Em 1913, o físico Niels Bohr (1883-1962) criou um novo modelo atômico baseando-se no fato de que nem todos os elétrons possuem a mesma quantidade de energia. Por esse motivo, os elétrons situam- se a diferentes distâncias do núcleo. Assim, a eletrosfera foi dividida em níveis de energia dentro dos quais situam-se os orbitais. Eletrosfera e distribuição eletrônicaEletrosfera e distribuição eletrônicaEletrosfera e distribuição eletrônicaEletrosfera e distribuição eletrônicaEletrosfera e distribuição eletrônica A eletrosfera, região em torno do núcleo, é composta por várias camadas ou níveis eletrônicos nas quais os elétrons giram. O número de camadas de um elemento pode variar desde um até sete. Elas são designadas pelas letras K, L, M, N, O, P e Q, a partir do núcleo. O número máximo de elétrons que cada camada comporta segue a seguinte regra: Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 292 Ciências – Capítulo 24 Qualquer camada poderá ser a última ou a mais externa, depen- dendo do número de elétrons que o átomo possua. A última camada, seja ela qual for, pode conter de um até no máximo 8 elétrons, com exceção das camadas K e Q, que nunca podem conter mais que 2 elétrons. Exemplos de distribuição eletrônica: Alguns conceitos importantesAlguns conceitos importantesAlguns conceitos importantesAlguns conceitos importantesAlguns conceitos importantes Número atômico (Z)Número atômico (Z)Número atômico (Z)Número atômico (Z)Número atômico (Z) É o número de prótons contidos no núcleo. Serve para indicar a qual elemento químico o átomo pertence, isto é, a partir dele é possível conhecer o tipo de elemento químico com o qual estamos lidando. Z=p Por exemplo, o número atômico 6 caracteriza o elemento carbono. Todo átomo com 6 prótons em seu núcleo pertence ao elemento carbono. 293Ciências – Capítulo 24 Número de massa (A)Número de massa (A)Número de massa (A)Número de massa (A)Número de massa (A) É a soma do número de prótons com o número de nêutrons. O número de massa indica a massa total do átomo. Os elétrons não são relevantes para o cálculo pois apresentam massa muito pequena quando comparada a nêutrons e prótons. A=p+n ou A=Z+n Elemento químicoElemento químicoElemento químicoElemento químicoElemento químico Chamamos elemento químico ao conjunto de átomos com mesmo número atômico. Segundo os pesquisadores Davis e Seaborg, chamamos de ele- mento às “substâncias que passam pelas manipulações químicas sem sofrer decomposição em estruturas mais simples”. Para representarmos os elementos, atribuímos um símbolo a cada um deles. Dessa forma, o elemento é representado por sua letra inicial grafada em letra de forma maiúscula. ����� Exemplo: hidrogênio = H Quando um outro elemento apresentar a mesma letra inicial, usa- mos uma segunda letra de seu nome para identificá-lo. Esta segunda letra, quando houver, estará sempre grafada com letra minúscula. ����� Exemplo: hélio = He Todos os elementos receberam símbolos com base em seus nomes e, em alguns casos, com base no nome latino do elemento. ����� Exemplo: sódio, em latim tem o nome de natrium, daí o símbolo Na. 294 Ciências – Capítulo 24 Em outros casos, o nome pode ser uma homenagem a algum cientista. ����� Exemplo: Es, einstênio, Einsten. ����� Notações: o número atômico (Z) e o número de massa (A) podem ser indicados da seguinte forma. Por exemplo, no caso do elemento hidrogênio usamos Isotopia – Isobaria – IsotoniaIsotopia – Isobaria – IsotoniaIsotopia – Isobaria – IsotoniaIsotopia – Isobaria – IsotoniaIsotopia – Isobaria – Isotonia IsotopiaIsotopiaIsotopiaIsotopiaIsotopia Um mesmo elemento químico pode apresentar átomos com dife- rentes números de massa, ou seja, esses átomos possuem o mesmo número atômico e diferentes números de nêutrons. Por exemplo, o elemento químico hidrogênio tem sempre Z=1 e, portanto, terá sempre 1 próton apenas. No entanto, os átomos de hidrogênio podem apre- sentar A= 3, A=2 ou A=1, ou seja, podem apresentar 2, 1 ou 0 nêutrons, respectivamente. Assim, o hidrogênio apresenta isotopia, com três isótopos. Os isótopos do hidrogênio receberam nomes especiais: prótio-A=1: 1 próton e nenhum nêutron. deutério-A=2: 1 próton e 1 nêutron. trítio-A= 3: 1 próton e 2 nêutrons. 295Ciências – Capítulo 24 Outros elementos químicos também apresentam isótopos, no en- tanto, não receberam nomes especiais como os isótopos do hidrogê- nio. Para fazer referência a eles, utilizamos apenas o número de massa. Exemplos: carbono-12 é o isótopo do carbono que possui 6 prótons e 6 nêutrons. Carbono-14 é o isótopo do carbono que possui 6 prótons e 8 nêutrons. IsobariaIsobariaIsobariaIsobariaIsobaria Átomos de elementos químicos diferentes apresentam o mesmo número de massa e diferentes números atômicos. 14 14 Exemplo: 6C e 7N, ambos possuem massa atômica 14. 296 Ciências – Capítulo 24 IsotoniaIsotoniaIsotoniaIsotoniaIsotonia Átomos de elementos químicos diferentes apresentam o mesmo número de nêutrons e diferentes números atômicos. 14 16 ����� Exemplo: 6C e 8O, ambos têm 8 nêutrons. SubstânciasSubstânciasSubstânciasSubstânciasSubstânciasAlgumas substâncias são formadas por átomos individuais mas a maioria é formada por grupos de átomos. A forma como ocorre essa união de átomos será tratada no capítulo de ligações químicas. Porém, um tipo especial de ligação chamada covalente dá origem às moléculas. MoléculaMoléculaMoléculaMoléculaMolécula União ou grupo de átomos formados por ligações covalentes. A molécula é a menor partícula de uma substância molecular que conserva suas propriedades características. O 297Ciências – Capítulo 24 Quando uma molécula é constituída por um só tipo de átomo, temos uma substância simples. ����� Exemplo: a substância hidrogênio, H2, é considerada substância simples pois em condições ambiente, é um gás constituído somen- te por átomos do elemento hidrogênio. Quando uma molécula é constituída por dois ou mais tipos de átomos, temos uma substância composta. Veja a figura seguinte: Os índices representam o número de átomos que participam da formação da molécula. No exemplo, há dois átomos de hidrogênio e um átomo de oxigênio. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 298 Ciências – Capítulo 24 Perguntas 1. Quais são as partículas fundamentais formadoras dos átomos? 2. O átomo apresenta duas regiões distintas. Qual delas apresenta maior “peso”? 3. Carga elétrica negativa e carga elétrica positiva são características pertencentes, respectivamente a que tipos de partículas? 4. A distribuição eletrônica correta do elemento carbono (6 elétrons) está representada na alternativa: a) 2, 4 b) 1, 5 c) 3, 3 d) 4, 2 e) 5, 1 5. O número máximo de elétrons permitidos na camada N é 32. No entanto, se em determinada distribuição essa camada for a última, ela apenas poderá conter: a) 4 elétrons. b) de 1 a 8 elétrons. c) de 2 a 8 elétrons. d) 2 elétrons. e) dependerá do número de elétrons que o átomo possua. 6. A distribuição eletrônica correta do elemento lítio (3 elétrons) está na alternativa: a) 2, 1 b) 1, 2 c) 3 d) 0, 3 e) 1, 1, 1 Perguntas 7. Realize a distribuição eletrônica do cálcio (z=20). 299Ciências – Capítulo 24 8. Um elemento apresenta Z=11, isso significa que: a) o elemento apresenta 11 elétrons. b) o número atômico desse elemento é 11, ou seja, apresenta 11 prótons. c) o número atômico desse elemento é 11, ou seja, apresenta 11 nêutrons d) o elemento apresenta número de massa igual a 11. e) o elemento em questão, apresenta peso superior a 11. 9. Um átomo isolado com Z=10 e A=22 apresenta: a) 10 prótons, 10 elétrons e 22 nêutrons. b) 10 prótons, 22 elétrons e 10 nêutrons. c) 22 prótons, 22 elétrons e 10 nêutrons. d) 10 prótons, 10 elétrons e 12 nêutrons. e) 12 prótons, 12 elétrons e 12 nêutrons. 10. O átomo de hidrogênio com Z=1 e A=1 é o único que não possui nêutrons. Este átomo apresenta: a) 24 X b) X 24 c) X 24-12 11. Um átomo X isolado, apresenta 12 elétrons e 12 nêutrons. Este átomo deve ser representado por: a) 1 próton e 1 elétron b) 1 próton e 2 elétrons c) 2 prótons e 2 elétrons d) 2 prótons e 1 elétron e) 1 próton e 3 elétrons d) 12 X e) 12 X24 12.( MACK) Indique a alternativa que completa corretamente as lacunas do seguinte parágrafo: “Um elemento químico é representado pelo seu ______, é identificado pelo número de _____e pode apresentar número diferente de _______.” a) nome, prótons, nêutrons b) nome, elétrons, nêutrons c) símbolo, elétrons, nêutrons d) símbolo, prótons, nêutrons e) símbolo, nêutrons, elétrons 12 12 24 300 Ciências – Capítulo 24 13. Dado os átomos 8 O e 8 O podemos afirmar que são: a) iguais. b) isótonos. c) isótopos. d) isóbaros. e) n.d.a. 14. Podemos definir molécula como sendo: a) a menor parte da matéria que ainda mantem suas características originais. b) a partícula formada por elétrons, ânions e prótons. c) a menor partícula que constitui todos os corpos da natureza. d) um grupo de átomos ligados por pontes de hidrogênio. e) um grupo de átomos unidos por ligações covalentes. 15. Menor partícula de uma substância que conserva suas propriedades originais. Essa definição refere-se à: a) ao átomo. b) à substância simples. c) à substância composta. d) à molécula. e) ao elemento. 16. Na substância 2 H2CO3 estão representadas: a) 2 moléculas e 6 átomos. b) 4 moléculas e 4 átomos. c) 5 moléculas e 2 átomos. d) 1 molécula e 7 átomos. e) 1 molécula simples e 6 átomos. 15 16 301Ciências – Capítulo 24 Descoberta de novos elementos químicos Cientistas russos e americanos de- clararam no início de 2004 terem des- coberto dois novos elementos quími- cos conhecidos como superpesados. Esse nome deve-se às suas enormes massas atômicas. Como sabemos, a massa de um átomo é a soma de seus prótons e nêutrons e, quanto maiores forem estes números, mais instáveis e efêmeros são os elementos químicos correspondentes à esses átomos. A descoberta ocorreu em um ciclo- tron. Esse equipamento é capaz de acelerar partículas atômicas e fazer com que colidam com tanta energia que o núcleo de um átomo pode se unir ao núcleo de outro dando origem a um terceiro. Nas condições normais isso não ocorre na Terra mas ocorre continuamente nas estrelas como no Sol, com liberação de grandes quan- tidades de energia. Sínteses de novos elementos como estes permitem não apenas a amplia- ção da Tabela Periódica mas a desco- berta de novas utilizações e, conse- qüentemente, da melhoria de nossa qualidade de vida.. ����� Compreendendo a notícia (Dica: Leia primeiro o texto e assinale as palavras que você não entendeu. Em seguida, consulte o dicionário e tente ler o texto novamente e então, responda as perguntas). 1) Como é possível obter átomos de elementos não encontrados na natureza? 2} Se um átomo de Ca (Z=20) colidisse com um átomo de Am (Z=95) em um ciclotron, qual seria o número atômico do átomo resultante? 3) Qual a importância de tal descoberta? Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 302 Ciências – Capítulo 25 CAPÍTULO 25 Tabela periódicaTabela periódicaTabela periódicaTabela periódicaTabela periódica Os elementos químicos podem ser organizados de acordo com suas propriedades químicas e físicas. A forma mais satisfatória de reunir os elementos seguindo as mais diversas características é conhe- cida como tabela periódica. Ela é considerada a fonte mais rica e completa de informações sobre os elementos químicos. Um amplo conhecimento da estrutura da tabela periódica permite prever as propriedades de qualquer elemento. Mesmo sem conhecer seu nome, apenas pela sua localização ou número atômico, podemos obter informações sobre suas propriedades e os tipos de ligações químicas permitidas, por exemplo. A variação dos valores das proprie- dades físicas repete-se de período em período. Por isso, a tabela dos elementos químicos é conhecida como tabela periódica. A história da tabela periódicaA história da tabela periódicaA história da tabela periódicaA história da tabela periódicaA história da tabela periódica Vários estudiosos tentaram reunir os elementos químicos de forma organizada. Döbereiner (1829), Chancourtois (1863), Newlands (1864), porém, apenas o trabalho de Dimitri Ivannovitch Mendeleev (1869 ) teve real destaque. Mendeleev apresentou uma ordenação que é a base da classifi- cação moderna propondo a seguinte lei periódica: “As propriedades 303Ciências – Capítulo 25 físicas e químicas dos elementos são funções periódicas de suas massas atômicas”. Assim, os elementos foram distribuídos em 8 colunas verticais e em 12 colunas horizontais em ordem crescente de suas massas atômicas. Naquela ocasião, eram conhecidos apenas 63 elementos químicos e Mendeleev deixou em sua tabela lacunas reservadas para os elemen- tos a serem descobertos. Dessa forma, ele previu a existênciae pro- priedades do “eka-alumínio”, conhecido atualmente como gálio, e do eka-silício, atual germânio. Mais tarde, o descobridor Winkler confirmou as propriedades e a existência de tais elementos. Em 1913, Moseley descobriu o número atômico dos elementos químicos. Desde então, ficou determinado que os elementos deveriam obedecer a uma ordem crescente de número atômico e não de massas atômicas. Foi dessa forma que se chegou à tabela atual. 304 Ciências – Capítulo 25 Classificações dos elementos químicosClassificações dos elementos químicosClassificações dos elementos químicosClassificações dos elementos químicosClassificações dos elementos químicos FamíliasFamíliasFamíliasFamíliasFamílias As dezoito colunas verticais são chamadas grupos ou famílias. Uma família é composta por elementos que apresentam propriedades quí- micas semelhantes. Os elementos de uma tabela podem ser classificados como: • Elementos representativos (A) • Elementos de transição (B) • Elementos de transição interna (séries dos lantanídios e actinídios) • Gases nobres (0-zero) ����� Elementos Representativos As famílias A (elementos representativos) estão subdivididas em: Grupo Nome da família 1 ou 1A metais alcalinos 2 ou 2A metais alcalino-terrrosos 13 ou 3A família do boro 14 ou 4A família do carbono 15 ou 5A família do nitrogênio 16 ou 6A família dos calcogênios 17 ou 7A família dos halogênios A família 1A é composta por elementos que possuem apenas 1 elétron na última camada; já a família 2A possui 2 elétrons na última camada e assim, sucessivamente, até a família 7A. Essa regra, no entanto, só pode ser aplicada às famílias dos elementos representativos. 305Ciências – Capítulo 25 Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg roMetais alcalinos: são metais leves, brilhantes como a prata e apresentam ponto de fusão baixo. Reagem com água forman- do bases ou álcalis, daí sua denominação. Em condições ambiente, 20oC e à pressão atmosférica, todos são sólidos, com exceção do frâncio que, apesar de ter sido isolado em pequenas quantidades, supõe-se que seja líquido. Apesar de constar da família 1A na tabela periódica, o hidrogênio não é um metal. Ele foi colocado nessa posição pois possui um elétron na camada de valência como os demais dessa família. Metais alcalino-terrosos: são encon- trados na composição de rochas como o calcário e o basalto. São bastante reativos porém menos que os metais alcalinos. Famílias do boro e do carbono: encontramos nessas famílias metais, semi-metais e um ametal, o carbono. Na família 4A, em particular, encontra-se o ele- mento básico à vida, o car- bono. Há um ramo especí- fico da química que estuda os compostos de carbono, a química orgânica. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 306 Ciências – Capítulo 25 Famílias do nitrogênio e calcogênios: são compostas por metais, semi-metais e ametais. O oxigênio é o elemento mais abundan- te na crosta pois compõe a parte sólida (SiO2), líquida (H2O) e gasosa (O2). Halogênios: são ametais. São corrosivos e venenosos. Podem ser usados como bactericidas. Flúor e cloro são gases. O bromo é líquido e o iodo é sólido à temperatura ambiente. Gases nobres: são chamados nobres ou inertes porque, em condições ambiente, não formam compostos com outros elementos, uma vez que já estão estabilizados com 2 (He) ou 8 elétrons na última camada eletrônica. Nem mesmo os átomos de um mesmo gás nobre se unem, como acontece com os demais gases, que só existem na forma de moléculas como por exemplo: o gás oxigênio – O2, o gás hidrogênio – H2, entre outros. Os gases nobres também são conside- rados raros pois compreendem menos de 1% da atmosfera. São obtidos pelo fracionamento do ar líquido. ����� Elementos de transição As famílias B são 1B, 2B, 3B, 4B, 5B, 6B , 7B e 8B, não apresentam nomes especiais e compreendem os elementos conhecidos como elementos de transição. Há dois tipos de elementos de transição: os de transição interna, que correspondem às séries dos lantanídios e actinídios e os de transição externa, situados no corpo principal da Letreiro de neônio Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 307Ciências – Capítulo 25 tabela. Os elementos dos subgrupos 3B até 8B têm apenas 1 ou 2 elétrons na camada mais externa, exceto o Pd (Z=46) que apresenta 18 elétrons na última camada. Família dos primeiros metais de transição: são metais utilizados na com- posição de ligas metálicas por oferecerem dureza e tenacidade a outros metais (Sc, Y, Ti, Zr, Hf, V, Nb, Ta, Cr, Mo, W, Mn, Tc e Re). Família dos segundos metais de transição: apresenta-se dividida em 3 grupos, cada qual com 3 elementos (tríade): • Ferro, cobalto e níquel: muito magnéticos, misturam-se facil- mente com outros elementos. São encontrados em forma pura quando provenientes de meteoritos ou em mistura com outros metais nos minérios. • Rutênio, ródio e paládio: platina, ósmio e irídio: utilizados em ligas de jóias e aparelhos de precisão. Família dos terceiros metais de transição: cobre, ouro e prata são muito usados na fabricação de moedas e jóias. Esses elementos são considerados metais nobres por serem pouco reativos. Os demais metais são usados para os mais diversos fins: o cádmio, em ligas, para a fabricação de rolamentos de auto- móveis; o zinco, para confecção de peças domésticas e o mercúrio, na iluminação pública, em termomêtros etc. Todos os elementos apresentam-se no estado sólido, exceto o mercúrio, que é um líquido nas condições ambiente. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Metais apresentam brilho característico Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 308 Ciências – Capítulo 25 SériesSériesSériesSériesSéries Nome que recebem os dois apêndices sob a tabela. Os elementos situados nessas séries são chamados de lantanídios e actinídios. Pertencem ao sexto e sétimo períodos, respectivamente. O número de elementos em cada série é variável: as séries dos lantanídios e dos actinídios pertencem ao grupo 3B e são chamados de elementos de transição interna, exceto o La e o Ac. Série dos lantanídios: são metais maleáveis e abundantes, utilizados na forma de misturas e ligas na fabricação de ferro e aço. Série dos actinídios: possuem alguns dos átomos mais pesados. Apresentam elementos radioativos. Al- guns são naturais, outros são artificiais. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão M on ten eg ro 309Ciências – Capítulo 25 PeríodosPeríodosPeríodosPeríodosPeríodos As sete linhas horizontais são chamadas períodos. Esse número está relacionado com o número de camadas eletrônicas que o átomo possui ( K, L, M, N, O, P, Q ). Por exemplo, o lítio, o boro e o nitrogênio estão no segundo período pois seus átomos possuem apenas duas camadas eletrônicas. Daí conclui-se que átomos no 2º período só podem conter no máximo 10 elétrons. Os elementos de um mesmo período não possuem propriedades similares. Período número de elementos 1º curto 2 Z=1 e 2 2º curto 8 3>Z>10 3º curto 8 11>Z>18 4º longo 18 19>Z>36 5º longo 18 37>Z>54 6º muito longo 32 55>Z>86 7º incompleto 87 em diante Classificação dos elementos químicosClassificação dos elementos químicosClassificação dos elementos químicosClassificação dos elementos químicosClassificação dos elementos químicos em relação ao subnível mais energéticoem relação ao subnível mais energéticoem relação ao subnível mais energéticoem relação ao subnível mais energéticoem relação ao subnívelmais energético 310 Ciências – Capítulo 25 Elétron de diferenciação e classificaçãoElétron de diferenciação e classificaçãoElétron de diferenciação e classificaçãoElétron de diferenciação e classificaçãoElétron de diferenciação e classificação dos elementos de acordo com a estrutura atômicados elementos de acordo com a estrutura atômicados elementos de acordo com a estrutura atômicados elementos de acordo com a estrutura atômicados elementos de acordo com a estrutura atômica Elétron de diferenciação é o elétron que se adiciona quando se passa de um elemento para o elemento seguinte na tabela periódica. ����� Exemplo: Classificação dos elementosClassificação dos elementosClassificação dos elementosClassificação dos elementosClassificação dos elementos • Gases nobres: caracterizam-se pela camada de valência ns2 np6 com exceção ao hélio que é 1s2. • Elementos representativos: elétron de diferenciação s ou p. Ca- madas internas com 8, 18 ou 32 elétrons. • Elementos de transição: elétron de diferenciação d. Orbitais d internos incompletos. Exemplo: Fe: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6 4s2. • Elementos de transição interna: elétron de diferenciação f. Exemplo: cério (Z = 58) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d10 4s2 4p6 4d10 4f2 5s2 5p6 6s2. Apresentam orbitais f incompletos. 311Ciências – Capítulo 25 Elementos artificiaisElementos artificiaisElementos artificiaisElementos artificiaisElementos artificiais Os elementos podem ainda ser classificados quanto à existência na natureza. A maioria dos elementos é extraída da natureza enquanto outros foram sintetizados em laboratórios. ����� Elementos químicos artificiais: são elementos que foram sintetizados por meio de fissão e fusão nucleares. Atualmente temos 21 elementos artificiais. Dividem-se em: Cisurânicos: são os que apresentam número atômico menor que 92, sendo colocados na tabela antes do elemento urânio. São eles: 43Tc, 61Pm, 85At e 87Fr. 312 Ciências – Capítulo 25 Transurânicos: todos os elementos que apresentem número atô- mico maior que 92. Localizam-se após o elemento urânio. São eles: Np, Pu, Am, Cm, Bk, Cf, Es, Fm, Md, No, Dh, Jl, Rf, Bh, Hn, e Mt. Elementos radioativosElementos radioativosElementos radioativosElementos radioativosElementos radioativos Na tabela periódica, a partir do elemento bismuto (Z= 83) até o urânio (Z= 92), todos os elementos conhecidos são radioativos, com exceção dos elementos At e Fr, que são artificiais. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el/ Jo ão R . M on ten eg ro 313Ciências – Capítulo 25 Perguntas 1. De acordo com o texto de abertura do capítulo, qual é a principal diferença entre a Tabela Periódica atual e a de Mendeleev? 2. Na tabela periódica atual, os elementos estão dispostos de acordo com os valores crescentes de: a) número de massa. b) número de nêutrons. c) número atômico. d) unidade de massa atômica. e) número de Avogadro. 3. Em uma tabela periódica, as colunas verticais são chamadas de __________ e estão subdivididas em _____________: a) períodos; A, B e O. b) famílias; A, B e C. c) famílias; A, B e O. d) grupos: B, C e O. e) séries; A, B e O. 4. Os elementos das famílias A são chamados de: a) representativos. b) de transição. c) metais alcalinos. d) alcalinos e calcogênios. e) de transição interna. 5. Baseado na classificação periódica, podemos afirmar que um elemento que pertence a família 1A e outro que pertence a família 5A possuem, respectivamente: a) 1 e 5 elétrons na última camada. b) apenas 1 e 5 camadas eletrônicas. c) 7 e 3 elétrons na última camada. d) apenas 1 e 5 isótopos. e) n.d.a. 6. A família dos halogênios também pode ser denominada simplesmente como: a) 7A b) 7B c) A d) 5A e) 3A (consulte a tabela periódica do encarte para resolver esses exercícios) 314 Ciências – Capítulo 25 7. As famílias B representam elementos: a) de transição interna. b) de transição interna e de transição externa. c) típicos e de transição externa. d) representativos e gases nobres. e) de transição externa e gases nobres. 8. A série dos lantanídios e actinídios pertencem à família ____ e são chamados de_________. a) 3B, elementos de transição externa. b) 3B, elementos de transição. c) 3B, elementos representativos. d) 3A, elementos de transição interna. e) 3B, elementos de transição interna. 9. As linhas horizontais da tabela periódica representam: a) as famílias. b) os grupos. c) as séries ou períodos. d) somente a família B. e) somente a família A. 10. Elementos com propriedades semelhantes ou não são apresentados, respectivamente nos (nas): a) períodos ou séries. b) séries ou períodos. c) famílias e períodos. d) grupos e famílias. e) n.d.a. 11. Quando o subnível de maior energia for do tipo s ou p, o elemento será: a) representativo. b) transição. c) transição interna. d) covalente. e) artificial. 12. Observe a tabela periódica e forneça a configuração eletrônica do nível mais externo do fósforo. 315Ciências – Capítulo 25 13. Um elemento que possui 27 elétrons no nível N no seu estado funda- mental é um: a) elemento representativo. b) elemento de transição. c) gás nobre. d) elemento de transição interna. A tabela a seguir deve ser utilizada para responder as questões 14 a 16: Classifique os elementos X, Y e Z em: 14. metal, não-metal, semimetal ou gás nobre. 15. natural, artificial transurânico ou artificial cisurânico. 16. representativo, de transição externa ou de transição interna. 17. Os elementos sódio, cloro, xenônio são: a) metal, ametal e gás nobre. b) metal, gás nobre e ametal. c) gás nobre, metal e ametal. d) metal, ametal e elemento de transição interna. e) n.d.a. 18. (FEI) São, respectivamente, metal, não-metal e gás nobre: a) sódio, estanho e iodo. b) ferro, cloro e nitrogênio. c) sódio, cloro e hélio. d) aço, iodo e argônio. e) crômio, bromo e iodo. 316 Ciências – Capítulo 25 19. (VALEP) Na classificação periódica, os elementos pertencentes a períodos diferentes serão facilmente identificados por possuírem: a) número de elétrons diferente na última camada. b) diferentes números de camadas. c) mesmo número de elétrons na última camada. d) mesmo número de camadas. e) n.d.a. 20. (ABC) Pertencem à família dos calcogênios a) o cloro e o bromo. b) o oxigênio e o nitrogênio. c) o selênio e o telúrio. d) o sódio e o potássio. e) o cálcio e o bário. 21. (UFMG) A alternativa que apresenta os símbolos de três elementos com propriedades químicas semelhantes é: a) Ba, Li, Se. b) Ca, Na, Sr. c) Ca, Na, Te. d) K, S, Sr. e) S, Se, Te. 22. (UFPA) Pertencem, exclusivamente, ao grupo 2A da tabela periódica: a) H, Li, Ca e Ba. b) Ra, Sr, Mg e Be. c) B, Be, Ba e Cs. d) Sn, Cs, Ra e Sc. e) Mn, B, Cl e Sn. 23. (UFPA) Os balões de gás vendidos na porta do Museu Paraense Emilio Goeldi e do Bosque Rodrigues Alves em Belém, usualmente, são inflados utilizando-se gás hidrogênio ou gás hélio. Os elementos químicos que compõem estes gases pertencem, respectivamente, aos grupos a) 1A e 0. b) 0 e 8A. c) 0 e 2A. d) 2A e 8A. e) 1A e 8B. 317Ciências – Capítulo 25 24. (UFRR) Assinale a alternativa correta que representa os elementos químicos pertencentes à família dos gases nobres: a) C, Li, As, Kr e Ar. b) Ca, Ir, Sr, Kr e Ar. c) Ne, Rn, Sb, He e Ge. d) He, Rn, Xe, Kr e Ar. e) Ne, Rn, Sr, He e Ge. 25. (UFAL-UFRN) Se um gás nobre artificial fosse preparado, e que estivesse, na tabela periódica, localizado logo abaixo do Rn (Z=86), seu número atômico seria: a) 87 b) 118 c) 140 d) 174 e) 223 318 Ciências – Capítulo 26 CAPÍTULO 26 Ligações químicasLigações químicasLigações químicasLigações químicasLigações químicas Como explicar que as teias de aranha sejam estruturas tão resis- tentes às adversidades do clima?Os modelos utilizados para explicar a formação das substâncias foram formulados em períodos históricos distintos e, portanto, com o avanço da ciência e o descobrimento de fatos novos, eles foram sendo aperfeiçoados e ganharam complementos. Um desses modelos baseia-se no fato de que os gases nobres não fazem ligações espontaneamente, apenas em condições controladas de laboratório. Utilizando esse fato, diz-se que tais elementos químicos Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 319Ciências – Capítulo 26 são estáveis e que os demais elementos unem-se uns aos outros para que obtenham a mesma configuração eletrônica de um gás nobre. Esta é a teoria conhecida como Regra do Octeto. Para alcançar a estabilidade, os átomos estão sempre buscando completar as suas camadas de valência. Para isso, eles estabelecem ligações, doando, recebendo ou compartilhando seus elétrons de acordo com a necessidade dos átomos envolvidos. Os principais tipos de ligação entre átomos são: • Iônica ou eletrovalente • Covalente ou molecular (polar e apolar) Metálica. Ligação iônica ou eletrovalenteLigação iônica ou eletrovalenteLigação iônica ou eletrovalenteLigação iônica ou eletrovalenteLigação iônica ou eletrovalente Quando a ligação ocorre entre íons positivos e negativos. O sal de cozinha (cloreto de sódio) é um exemplo de composto formado por ligação iônica: Na+Cl- Na (sódio) Z=11 (K-2, L-8, M-1) Cl (cloro) Z=17 (K-2, L-8, M-7) O sódio cederá ao cloro um elétron e assim, ambos ficarão equi- librados. Dessa ligação originou-se o cátion sódio e o ânion cloreto. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 320 Ciências – Capítulo 26 As substâncias que apresentam ligações iônicas são chamadas de substâncias iônicas ou compostos iônicos. ����� Notações: a ligação iônica pode ser representada da(s) se- guinte(s) forma(s): Veja outros exemplos: Principais características Principais características Principais características Principais características Principais características dasdasdasdasdas ligações nas substâncias iônicasligações nas substâncias iônicasligações nas substâncias iônicasligações nas substâncias iônicasligações nas substâncias iônicas As ligações iônicas ocorrem freqüentemente entre metais e não- metais ou entre metais e hidrogênio. As substâncias formadas por esse tipo de ligação são chamadas iônicas. Normalmente, são sólidas à temperatura ambiente pois apre- sentam altos pontos de fusão e de ebulição além de conduzirem bem a corrente elétrica quando fundidas ou dissolvidas em água. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 321Ciências – Capítulo 26 As forças de atração entre os íons são muito fortes fazendo com que os ânions e cátions permane- çam bem ligados. Como essa ligação é muito di- fícil de ser rompida, os compostos iônicos são sólidos à temperatura ambiente e se caracterizam pela formação do retículo cristalino: os íons ligam-se por forças orientadas de natureza eletrostática pois cargas de sinais opostos se atraem. Dessa forma, um cátion atrai todos os ânions que estão à sua volta. Os íons de um composto iônico estão, portanto, dispostos em formas geométri- cas bem definidas, compondo o retículo cristalino ou arranjo cristalino. CovalênciaCovalênciaCovalênciaCovalênciaCovalência O prefixo “co“ de algumas palavras como cooperar e cohabitar indicam que há uma partilha, uma comunhão entre duas partes. Quando usamos a palavra covalência, estamos nos referindo a dois ou mais átomos que, em uma substância molecular ou covalente, têm em comum, um ou mais pares de elétrons. Esse compartilhamento une os átomos ao mesmo tempo que os torna estáveis. Ligação covalenteLigação covalenteLigação covalenteLigação covalenteLigação covalente Os átomos que fazem esse tipo de ligação são aqueles que precisam ganhar elétrons para se estabiliza- rem. Como necessitam receber elétrons, eles compartilham, simul- taneamente, dois ou mais elétrons, para completarem sua camada de valência. Por exemplo, na molécula de CH4 (metano), cada átomo de Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 322 Ciências – Capítulo 26 hidrogênio está ligado covalentemente ao átomo de carbono, tornando- o estável. As substâncias que apresentam ligações covalentes são chamadas de substâncias moleculares ou covalentes. ����� Representações: a ligação covalente pode ser representada por fórmulas eletrônica e estrutural ou fórmulas de Lewis e Couper, respectivamente: Ligação covalente dativa ou coordenadaLigação covalente dativa ou coordenadaLigação covalente dativa ou coordenadaLigação covalente dativa ou coordenadaLigação covalente dativa ou coordenada A existência de algumas moléculas não pode ser explicada por ligações covalentes normais. Veja o caso do monóxido de carbono, CO. O carbono necessita de 4 elétrons para sua estabilização enquanto o oxigênio de apenas dois elétrons. Então, estabelecem-se duas ligações covalentes e uma ligação dativa. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 323Ciências – Capítulo 26 Observe que, na ligação covalente dativa, os elétrons compartilha- dos se originam apenas de um átomo, ao contrário da ligação covalente, cujos elétrons compartilhados vêm de todos os átomos participantes. Veja ainda, que podemos ter ligações covalentes normais e dativas ocorrendo ao mesmo tempo em um mesmo composto como no exem- plo do CO. Na ligação covalente dativa, o átomo que se estabiliza primeiro fornecerá pares eletrônicos até estabilizar os demais. A ligação coordenada é apenas uma extensão da ligação covalente e os compostos que necessitam desse tipo de ligação apresentam as mesmas propriedades gerais que os compostos formados por ligações covalentes “normais”. As substâncias que apresentam ligações dativas são também covalentes ou moleculares. Principais características das ligaçõesPrincipais características das ligaçõesPrincipais características das ligaçõesPrincipais características das ligaçõesPrincipais características das ligações nas substâncias covalentes e molecularesnas substâncias covalentes e molecularesnas substâncias covalentes e molecularesnas substâncias covalentes e molecularesnas substâncias covalentes e moleculares • Nas ligações covalentes, todos os átomos participantes preci- sam receber elétrons para completar suas camadas de valência. Isto ocorre com os não-metais e o hidrogênio. • As substâncias moleculares são, em geral, líquidas ou gasosas à temperatura ambiente. Elas não conduzem bem a corrente elétrica e apresentam uma fórmula que define a proporção entre os números de átomos participantes do compartilhamento. ����� Exemplos: Cl2, CO2, S8 • As substâncias covalentes são sólidos que apresentam altíssimos pontos de fusão e ebulição. São macromoléculas, isto é, não formam moléculas verdadeiras e sim um imenso conjunto de átomos que possui uma proporção definida porém, a dimensão da molécula, é o tamanho da própria amostra de material analisado. Exemplos: C(grafite), C(diamante), Pv(fósforo vermelho), (SiO2)n (sílica ou areia). 324 Ciências – Capítulo 26 Reconhecendo quando um átomoReconhecendo quando um átomoReconhecendo quando um átomoReconhecendo quando um átomoReconhecendo quando um átomo deve ganhar� ceder ou compartilhar elétronsdeve ganhar� ceder ou compartilhar elétronsdeve ganhar� ceder ou compartilhar elétronsdeve ganhar� ceder ou compartilhar elétronsdeve ganhar� ceder ou compartilhar elétrons • Um átomo que apresente na camada de valência, um número bem próximo a 8 elétrons, tende a ganhar elétrons. ����� Exemplo: P (fósforo) Z=15 (K= 2, L=8, M=5) Ele tende a receber 3 elétrons e não a ceder 5elétrons. • Um átomo que apresente na camada de valência um número bem inferior a 8 elétrons, tende a ceder seus elétrons. Dessa forma, a sua camada anterior poderá ficar com o número máximo de elétrons. ����� Exemplo: Na ( sódio)- Z=11 (K=2, L=8, M=1) Ele tende a ceder 1 elétron e não a receber 7 elétrons. • Em uma ligação onde os elementos participantes precisam ga- nhar elétrons, então os elétrons serão compartilhados para que a última camada de cada um dos elementos fique completa. ����� Exemplo: O2 – gás oxigênio. O (oxigênio) Z =8 (K=2, L=6) Ambos necessitam de 2 elétrons para se estabilizar, então eles compartilham seus elétrons. • Quando dois ou mais átomos já estiverem ligados por covalência simples e mesmo assim, um deles ainda não estiver estável, deve-se usar a ligação dativa. O átomo estável fornecerá os pares de elétrons para formar as ligações dativas. O Oxx x x x x O = O 325Ciências – Capítulo 26 Ligação MetálicaLigação MetálicaLigação MetálicaLigação MetálicaLigação Metálica É a ligação estabelecida entre átomos de metais. As substâncias que apresentam ligações metálicas são chamadas de substâncias metálicas. ����� Exemplos: os átomos de cobre de um fio, uma placa de zinco. Para entender como essa ligação se estabelece é preciso ter em conta que os metais apresentam forte tendência de doar elétrons. Como todos os átomos que estabelecem esse tipo de ligação possuem elétrons para serem doados, isto é, elétrons livres, eles podem se movimentar constantemente de um átomo para outro constituindo um “mar de elétrons” onde estão mergulhados os átomos. Principais características dasPrincipais características dasPrincipais características dasPrincipais características dasPrincipais características das ligações nas substâncias metálicasligações nas substâncias metálicasligações nas substâncias metálicasligações nas substâncias metálicasligações nas substâncias metálicas Se o movimento dos elétrons for orientado, eles podem saltar de um átomo para outro de forma organizada constituindo, assim, uma corrente elétrica. Assim, os metais são bons condutores de corrente elétrica. Assim como na ligação iônica, também na ligação metálica há formação de retículo cristalino. ����� Exemplo: cristal de sódio (Na) Z= 11 (2,8, 1) O cristal do metal está envolto por uma nuvem de elétrons em constante mo- vimento. Ba nc o d e i ma ge ns R ide el 326 Ciências – Capítulo 26 Perguntas 1. (SANTA CASA) A condutibilidade elétrica dos metais é explicada admitindo-se: a) ruptura de ligações iônicas. b) ruptura de ligações covalentes. c) existência de prótons livres. d) existência de elétrons livres. e) existência de nêutrons livres. 2. De acordo com o tipo de ligação química existente, as substâncias podem ser classificadas como: a) metálicas, covalentes, moleculares e atômicas. b) métalicas, covalentes, bivalentes e atômicas. c) métalicas, covalentes, atômicas e nobres. d) iônicas, métalicas, covalentes e moleculares. e) atômicas, iônicas, covalentes, moleculares e metálicas. 3. (USF-SP) Um átomo X da família II A e outro átomo Y da família VII A formarão um composto: a) iônico de fórmula X 2 Y. b) molecular de fórmula XY 2 . c) iônico de fórmula XY 2 . d) molecular de fórmula X 2 Y. e) iônico de fórmula XY. 4. (ITA-SP) Em cristais de cloreto de sódio, cada íon de sódio tem como vizinhos mais próximos quantos íons de cloreto? a) 1 b) 2 c) 4 d) 6 e) 8 Perguntas 327Ciências – Capítulo 26 5. (FUVEST) Considere as substâncias: I – Argônio - Ar II – Gás fluór F 2 III – Cloreto de sódio (NaCl) IV – Ägua Dentre elas, apresentam ligações covalentes apenas: a) I e II b) I e III c) II e III d) II e IV e) III e IV 6. (UFAM) Dentre as combinações a seguir, somente algumas podem formar, predominantemente, ligações covalentes. São elas: 7. (UFAC) ( ) Numa ligação dativa ou coordenada, cada átomo envolvido participa com um elétron. ( ) As ligações covalentes ou moleculares ocorrem com o emparelhamento de elétrons que se torna comum aos átomos envolvidos na ligação. ( ) As ligações iônicas ocorrem quando existem átomos que perdem elétrons e outros que ganham elétrons. ( ) As ligações dativas ocorrem somente entre os átomos não-metais com os átomos metais. ( ) As ligações covalentes só ocorrem quando existem metais e não-metais. a) F, V, V, F, F. b) F, F, V, F, V. c) F, F, V, V, F. d) F, V, V, F, V. e) V, F, V, F, V. a) potássio-cloro. b) oxigênio-oxigênio. c) hidrogênio-carbono. d) césio-flúor. e) cloro-flúor. f) sódio-cloro. 328 Ciências – Capítulo 26 8. (UFAM) As ligações que unem os átomos da molécula NH 3 são chamadas a) covalentes. b) iônicas. c) pontes de hidrogênio. d) Van der Waals. e) metálicas. 9. (UFPB) Na substância Na2CO3 (carbonato de sódio) há a) apenas ligações covalentes. b) ligações covalentes e covalentes dativas. c) ligações iônicas e covalentes. d) somente ligações iônicas. e) ligações iônicas, covalentes e covalentes dativas. 10. (UFGO) Átomos de determinadas elementos formam ânions quando a) perdem prótons da eletrosfera. b) têm prótons e nêutrons no núcleo. c) perdem elétrons do núcleo. d) estão eletricamente neutros. e) recebem elétrons na eletrosfera. 11. (UFCE) Observe as ligações químicas entre os átomos das substâncias H2, O2, O3, H2O e NaOH e marque a(s) alternativa(s) correta(s): a) somente O3 possui dupla ligação. b) H 2 , O3 e H 2 O apresentam ligações predominantemente covalentes. c) ligações do tipo covalente podem ser observadas em todas estas subs- tâncias. d) o NaOH apresenta uma ligação química com caráter predominante- mente iônico. e) tanto o ozônio quanto a água possuem uma ligação do tipo dativa. 329Ciências – Capítulo 26 12. (UFMG) As posições dos elementos na tabela periódica permitem prever as fórmulas de substâncias que contêm esses elementos e os modelos de ligação apropriados a essas substâncias. Considerando-se os elementos C, O, F, Si e Cl, a alternativa que associa, corretamente, um tipo de substância e um exemplo adequado deste é a) Substância iônica / CF 4 . b) Substância iônica / Cl 2 O. c) Substância metálica / Si. d) Substância molecular / C. e) Substância molecular / SiCl 4 . 13. (UFPA) As substâncias: etano, gás bromo, água e cloreto de magnésio apresentam seus átomos unidos, respectivamente, por meio de ligações a) covalentes, covalentes, covalentes e iônicas. b) covalentes, iônicas, covalentes e iônicas. c) metálicas, iônicas, iônicas e metálicas. d) covalentes, covalentes, iônicas e iônicas. e) covalentes, covalentes, iônicas e metálicas. 14. (UFPR) Um determinado elemento A apresenta a seguinte distribuição eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1.Pergunta-se: que tipo de ligação química o elemento A faz com um elemento B que possui número atômico igual a 35? 330 Ciências BibliografiaBibliografiaBibliografiaBibliografiaBibliografia A Terra. Série Atlas Visuais. Ed. Brasileira. Editora Ática. São Paulo. ANTUNES, C. Geografia e Participação. Vol. 1. Editora Scipione. São Paulo. ASIMOV, I. Cronologia das Ciências e das Descobertas. Editora Civilização Brasileira. Rio de Janeiro.1993. ATKINS, P.W. Moléculas. EDUSP. São Paulo. 2000. 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São Paulo. 334 Ciências Capítulo 1 1) Big Bang 2) Via Láctea 3) Mercúrio; na face voltada para o Sol, chega a 450oC e do lado oposto, a temperatura é de 180oC 4) O planeta Sedna e sua superfície encontra-se a -240oC 5) Da sua proximidade em relação ao Sol. 6) Litosfera ou Crosta Terrestre 7) Hidrosfera 8) Atmosfera 9) Biosfera 10) Natureza 11) Sim. Muitas vezes por emissão de poluentes para a atmosfera e hidrosfera Capítulo 2 1) Núcleo, interno e externo, manto e crosta terrestre. 2) Monto, mais precisamente na astenosfera. 3) A Teoria Tectônica das Placas. Ela se baseia na existência de placas que funcionam como jangadas e que transportam os continentes em seu contínua movimento. GabaritoGabaritoGabaritoGabaritoGabarito 4) Magmáticas. Basalto. 5) Pela sobreposição de sedimentos e posterior solidificação transfor- mando-os em rocha. Arenito. 6) Por que ambos ocorrem, em sua maioria, sobre o encontro de placas tectônicas. 7) Pelo choque de duas placas tectônicas. 8) Cordilheira Meso-Atlântica. Capítulo 3 1) Resposta pessoal. 2) 30% de águas e 70% de terras. 3) O Hemisfério Sul. O Hemisfério Norte é chamado de Hemisfério das Terras. 4) Resposta pessoal. 5) Varia entre alguns centímetros até 15 metros. 6) Resposta pessoal. Capítulo 4 1) Troposfera, Mesosfera, Ionosfera e Exosfera. 2) É a camada que vai da superfície da Terra até cerca de 10 quilômetros. Nela estão contidos 80% dos gases atmosféricos e vapor de água. A temperatura na troposfera chega a até 56o C negativos etc. 3) 78% de nitrogênio, 21% de 335Ciências oxigênio, 0,9% de gases nobres, 0,03% de gás carbônico e 0,07% de vapor de água. 4) No efeito estufa são liberados para a atmosfera os chamados gases estufa, quase que na sua totalidade provenientes da queima de combustíveis fósseis, sejam ele o petróleo e seus derivados, carvão e a queima de florestas. Esses gases vêm contribuir para o aumento da quantidade dos gases atmosféricos fazendo assim com que mais do calor recebido proveniente do Sol seja conservado nas camadas inferiores da atmosfera, ou seja, mais próximas da superfície. 5) O aumento da temperatura mé- dia da atmosfera, derretimento das calotas polares, a proliferação de doenças. 6) Porque ela filtra dos raios solares a radiação ultravioleta. 7) Câncer de pele, catarata, cegueira etc. Capítulo 5 1) É tudo o que tem massa e ocupa espaço no Universo. 2) É uma porção limitada de matéria. Exemplo: madeira. 3) É um corpo produzido para ser utilizado pelo Homem. Exemplo: prego. 4) São chamados de corpos naturais aqueles que são formados pela natureza. Por exemplo, árvores e pedras. São chamados de corpos artificiais aqueles que são produzidos pelo Homem. Como exemplos podemos citar canetas, automóveis etc. 5) Substância é o tipo ou espécie de matéria da qual o corpo é formado. Por exemplo: ferro, prata. 6) Sólido. Exemplo: gelo. Líquido. Exemplo: água. Gasoso. Exemplo: vapor de água. 7) Fenômeno químico é aquele que ocorre quando há alteração da estrutura química da matéria, isto é, sua constituição. Exemplo: papel queimando. 8) Fenômeno físico é aquele que ocorre sem que haja transforma- ção na composição do material. Exemplo: solidificação da água. 9) Extensão, massa e impenetrabilidade. 10)É a passagem do vapor para o estado líquido. 11) Vaporização. Capítulo 6 1) Devido à força de atração gravitacional que a Terra exerce sobre a atmosfera. 336 Ciências 2) 10 m/s2 3) É a pressão que as moléculas de água exercem sobre uma determinada superfície. 4) É a pressão que as moléculas de ar exercem sobre uma determinada superfície. 5) Porque o ar dentro do balão é mais rarefeito do que o ar fora dele. 6) Normalmente, quanto mais fornecemos calor a uma substância menos densa ela ficará. Se ao contrário, a resfriarmos, ela ficará mais densa. 7) Em Mercúrio -> PMercúrio = 70 x 3,6 = 252 Newtons Em Marte -> PMarte = 70 x 3,7 = 259 Newtons Em Saturno -> PSaturno = 70 x 11,3 = 791 Newtons Em Urano -> PUrano = 70 x 11,4 = 798 Newtons No Sol -> PSol = 70 x 274 = 19.180 Newtons 8) Sabendo-se que o carro possui 1000 quilogramas de massa e que a aceleração da gravidade é de 10 m/s2, substituímos na fórmula: P = m x g P = 1000 x 10 P = 1000 Newtons 9) Sabendo-se que o caminhão peso 6000 quilogramas, vamos calcular primeiramente sua força peso: P = m x g P = 6000 x 10 P = 60.000 Newtons Agora, vamos calcular o valor da pressão exercida pelo caminhão sobre a balança: Pressão = F/A Pressão = 60.000/20 Pressão = 3000 N/m2 10) Sabendo-se que a caixa cheia de mercúrio tem massa de 1380 g e seu volume é de 100 cm3, substituímos na fórmula: d = m/V d = 1380/100 d = 13,8 g/cm3 Capítulo 7 1) Todos os lugares onde se encontram seres vivos dá-se o nome de biosfera. 2) A presença da água no estado líquido, a radiação solar e o ar atmosférico. 3) Estuda os componentes da biosfera e a maneira como se relacionam. 4) É a interação dos fatores não- vivos e vivos em um determinado ambiente. 5) Eles podem ser classificados como produtores, consumidores e decompositores. 337Ciências 6) Eles produzem a matéria orgânica. 7) São aqueles seres que se alimentam direta ou indiretamente dos produtores. 8) Eles têm a função de devolver a matéria orgânica, seja de plantas ou animais mortos, ao ambiente. 9) A Floresta Amazônica, a Mata Atlântica, a Floresta de Araucárias, a Mata dos Cocais, a Caatinga, o Cerrado, o Pantanal e os Pampas. 10) Pois ela representa 1/3 das reservas de florestas tropicais úmidas do nosso planeta e contém 1/5 de toda água doce mundial e riquezas minerais ainda em parte desconhecidas. 11) A devastação da Mata Atlântica teve início com a descoberta do Brasil pelos portugueses e atualmente sobraram somente 7,3% do que existia originalmente. 12) A paisagem da Caatinga é composta por vegetação rasteira com árvores cuja altura varia de 3 a 7 metros, plantas espinhosas, cactos e bromélias. 13) Região fótica e região afótica. 14) Plâncton, nécton e bentos. 15) Elas apresentam raízes aéreas do tipo escora para sustentação e raízes respiratórias, que se fixam no solo e depois tornam a crescer para cima de modo a poderem retirar o oxigênio do ar atmosférico. Capítulo 8 1) Resposta pessoal. 2) São restos de animais e vegetais petrificados. 3) O processo de sucessivas transformações graduais ao longo do tempo. 4) Resposta pessoal. 5) Resposta pessoal. 6) A teoria de Darwin, da seleção natural. 7) Postura bípede; aumento na habilidade das mãos com o desenvolvimento do polegar; aumento da capacidade craniana; modificações das mandíbulas e dos dentes; formação de agrupamentos. Capítulo 9 1) Geração espontânea. 2) Resposta pessoal. 3) Pasteur. 4) A de permitir que estruturas extremamente pequenas, que são invisíveis a olho nu, tornem- se visíveis. 5) Que todos os seres vivos são formados por células. 6) A cromatina. 338 Ciências 7) Cromossomos. 8) Núcleo: tem como função coordenar as atividades dentro da célula mantendo-a viva e funcionando perfeitamente. Membrana celular: tem como função estabelecer uma barreira entre o interior e o exterior da célula, porém essa barreira permite a entrada e saída de substâncias da célula. Citoplasma: nele encontram-se todas as outras organelas celulares que são responsáveis, cada uma, por funções tais como digestão, respiração, transportes etc dentro da célula. 9) A presença da membrana celulósica e dos plastos nas células vegetais. 10) Seres eucariontes são os que apresentam um núcleo bem organizado que separa seu conteúdo do citoplasma. Seres procariontes são aqueles não possuem um núcleo bem organizado de modo que seu conteúdo fica espalhado pelo citoplasma. 11) Mitose: as 2 células filhas apresentam o mesmo número de cromossomos da célula mãe. Meiose: as 4 células filhas apresentam cada uma delas metade do número de cromossomos da célula mãe. 12) A mitose ocorre no caso de crescimento de indivíduos ou nos caso de substituição de células mortas. 13) A produção de gametas, que darão origem a outros seres vivos. 14) Nos animais os gametas são chamados de espermatozóides, nos machos e óvulos, nas fêmeas e nos vegetais são chamados de esporos. 15) 46 cromossomos. 16) 23 cromossomos cada. 17) É a célula formada pela união de óvulo e espermatozóide e que dará origem a um novo ser. Capítulo 10 1) As espécies. 2) Espécie, gênero, família, ordem, classe, filo e reino. 3) A cada espécie Linné atribuiu dois nomes, o primeiro identificando o gênero e o segundo a espécie, sendo que a primeira letra do primeiro nome deve ser em maiúscula e a primeira letra do segundo nome em minúscula, e para isso ele utilizou o latim. Além disso nome científico dos animais é também sublinhado ou utiliza-se um tipo diferente como negrito ou itálico. 339Ciências 4) Cinco reinos: Monera, Protista, dos Fungos, das Plantas e dos Animais. 5) A Biodiversidade consiste na imensa variedade biológica de plantas e animais existentes no planeta. 6) Resposta pessoal. Capítulo 11 1) São pluricelulares, heterótrofos e eucariontes. 2) Os fungos são classificados em mixomicetos e eumicetos. 3) Os fungos são utilizados na fabricação de pães, álcool, na indústria de laticínios e são consumidos em sua forma original, como é o caso do champignon. Capítulo 12 1) São multicelulares, eucariontes e autótrofas. 2) Por meio da fotossíntese. 3) Raiz, caule e folhas. 4) Tem como função fixar a planta ao solo e absorver a água e os sais minerais da terra. 5) Região pilífera, zona de crescimento e coifa. 6) Podem ser subterrâneas, áreas ou aquáticas. 7) Pivotante ou axial e cabeleira ou fasciculada. 8) O caule é a parte da planta encarregada de conduzir a seiva e de sustentar as folhas e os órgãos de reprodução da planta. 9) Caules do tipo aéreo, do tipo colmo, do tipo estipe e do tipo haste. 10) Fotossíntese, respiração e transpiração. 11) Bainha, pecíolo e limbo. 12) Criptógramas e fanerógamas. 13) Uma planta criptógrama não possui sementes. 14) Os musgos e as samambaias. 15) São aquelas que apresentam frutos envolvendo as sementes. 16) Essas plantas apresentam importância particularmente grande para o ser humano uma vez que servem como alimento, na produção de bebidas, na produção de têxteis, madeiras, farmacológicos etc. e também são extremamente importantes para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas. 17) São plantas que não apresentam frutos e suas semente são nuas. 340 Ciências 18) O pinheiro-do-pará e as sequóias. Capítulo 13 1) São multicelulares, heterótrofos e eucariontes. 2) Filos dos Poríferos, Cnidários, Vermes (Platelmintos, Nematelmintos e Anelídeos), Moluscos, Equinodermos, Cordados. 3) Ele possuem estruturas em sua superfície que fazem com que a água esteja constantemente passando pelo poros presentes em sua superfície. Estes são capazes de filtrar a água e com isso obter alimento para sua sobrevivência. 4) Eles possuem tentáculosque permitem que eles lancem de suas presas uma substância venosa, ferindo suas presas e muitas vezes levando-as a morte. 5) Resposta pessoal. 6) A presença da notocorda, um tubo nervoso dorsal que nos vertebrados é substituída pela coluna vertebral durante a gestação. 7) A coluna vertebral consiste em uma seqüência de ossos que tem como função dar sustenta- ção ao corpo do animal. 8) Peixes, Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos. 9) Homeotérmicos são animais cuja temperatura corporal não varia e pecilotérmicos são animais cuja temperatura corporal é variável. 10) A respiração branquial realiza-se por meio de brânquias. Os peixes também respiram oxigênio, mas aquele dissolvido na água. A água entra pela boca dos peixes, passa pelas brânquias onde o oxigênio e capturado e o gás carbônico é expelido. 11) Resposta pessoal. 12) Pulmonar. Capítulo 14 1) Complexo de Golgi, retículo endoplasmático, membrana plasmática, nucléolo, carioteca, mitocôndria, centríolo, ribossomos, lisossomos. 2) A reunião de células com a mesma função. 3) Tecido epitelial, tecido de sustentação, tecido muscular e tecido nervoso. 4) Coordenar as atividades dos diversos órgãos do organismo, 341Ciências receber e enviar informações a todo o corpo. 5) Coração, fígado e intestino. 6) Por meio de órgãos que desempenham uma função comum. 7) Célula -> tecido -> órgão -> sistema -> organismo. Capítulo 15 1) Os carboidratos, as proteínas, as gorduras, as vitaminas, os sais minerais, a água, as fibras. 2) Carne vermelha, de aves, de peixes, grão de bico, lentilha, feijão, soja. 3) Frutas cítricas, tomate, morango, abacaxi, mamão e vegetais de folhas verdes. 4) Raquitismo. 5) Plásticos, energéticos e reguladores. 6) A digestão. 7) São produtos químicos colocados nos alimentos com o objetivo de conservá-los e garantir que possam ser consumidos. 8) Boca, dentes, glândulas salivares, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, vesícula biliar, intestino delgado, intestino grosso, reto e ânus. 9) É o processo por meio do qual os alimentos que ingerimos são “quebrados” até o ponto em que possam ser absorvidos pelo nosso organismo. 10) Chegando ao estômago o alimento novamente é envolvido por uma substância chamada suco gástrico que é composto por ácido clorídrico e uma enzima chamada pepsina. A pepsina age sobre as proteínas, transformando-as em proteínas mais simples. 11) As proteínas são reduzidas a aminoácidos, os carboidratos são reduzidos a açúcares simples e as gorduras são reduzidas a ácidos graxos e glicerol. Capítulo 16 1) O pênis, os testículos, epidídimos, vesículas seminais, próstata, canais deferentes e uretra. 2) A vagina, útero, tubas uterinas e ovários. 3) Zigoto. 4) O período em que o organismo expele como fluxo menstrual os tecidos produzidos pelo corpo na espera da ocorrência da fertilização. Quando ela não ocorre o organismo da mulher os expele e ocorre o sangramento que dura de 3 a 7 dias. 342 Ciências 5) O período fértil dessa mulher será nos dias de 15 a 23. 6) O de evitar a gravidez indesejada e alguns métodos também evitam que se adquira as DSTs. 7) Os métodos comportamentais, os métodos de barreira, o dispositivo intra-uterino, os métodos hormonais e os métodos de esterilização. 8) A camisinha masculina, a camisinha feminina e o diafragma. Esses métodos, como o próprio nome diz, impedem que os espermatozóides cheguem ao útero formando uma barreira. Além disso eles previnem contra as doenças sexualmente transmissíveis, ou DSTs, e contra a AIDS. 9) As doenças sexualmente transmissíveis são aquelas transmitidas durante o ato sexual ou quando uma pessoa entra em contato direto com o sangue de outra pessoa contaminada. As doenças sexualmente transmissíveis podem ser evitadas com o uso correto da camisinha tanto para os homens como para as mulheres. 10) Gonorréia, sífilis e AIDS. Capítulo 17 1) Ele é responsável por conectar todas as partes do nosso organismo, além de relacioná-lo com o ambiente que o cerca. 2) Pelo encéfalo e pela medula espinal. 3) É composto por 12 pares de nervos cranianos que partem do encéfalo e se distribuem entre a cabeça e o pescoço e 31 pares de nervos raquidianos, que partem da medula e se distribuem entre tronco, braços e pernas. 4) Os neurônios. 5) Sua função é a de transmitir os impulsos do encéfalo para os nervos raquidianos e dos nervos raquidianos para o cérebro e é responsável pelos ato reflexos. 6) Tabaco, álcool, maconha e cocaína. 7) São substâncias que atuam sobre os órgãos do organismo, promovendo o controle de várias funções, seja em relação à reprodução, metabolismo, crescimento entre outras. 8) Hipófise, pâncreas, tireóide, timo, gônadas. 9) A insulina. A falta da insulina causa a diabete melitus. 343Ciências Capítulo 18 1) As hemácias, as plaquetas, e os leucócitos. 2) A função desse sistema é transportar o oxigênio para as células e coletar o gás carbônico por elas liberado e transportá-lo para fora do corpo. 3) São chamados de artérias e veias, respectivamente. 4) A de bombear sangue para todas as partes do corpo. 5) O movimento de contração e relaxamento do coração, respectivamente. 6) Neles ocorre a filtragem da linfa, e dela são retirados corpos nocivos ao organismo por meio da ação dos leucócitos. 7) O suor, a expiração e a urina. 8) Dois rins, dois ureteres, a bexiga e a uretra. Capítulo 19 1) O objetivo da genética é estudar e compreender as questões que envolvem a hereditariedade. 2) Nos cromossomos. 3) Quando ele apresenta genes diferentes para uma mesma característica. Quando ele apresenta genes iguais para uma mesma característica. 4) O genótipo das ervilhas era Aa, AA, aa com A representando a característica dominante da cor amarela e a representando a característica recessiva da cor verde das ervilhas. 5) Do cruzamento dos coelhos nasceram 50 % de coelhos brancos e 50% de coelhos marrons. 6) Para o homens eles são representados pelo par de genes XY e para as mulheres pelo par de genes XX. 7) É uma doença hereditária que se caracteriza pelo fato de seu portador ser incapaz de distinguir a diferença entre cores, em particular o vermelho e o verde. 8) Síndrome de Down. 9) Grupo sangüíneo A, pode doar para A e AB e pode receber de A e O. Grupo sangüíneo B, pode doar para B e AB e pode receber de B e O. Grupo sangüíneo AB, pode doar para AB e pode receber de A, B, AB e O. Grupo sangüíneo O, pode receber de O, A, B e AB e pode receber de O. 10) Rh+ pode doar para Rh+ Rh- pode doar para Rh- e Rh+ 344 Ciências 11) Uma medida preventiva nesse caso é que logo após o nascimento do primeiro bebê a mãe tome uma vacina que tenha a propriedade de destruir os anticorpos desenvolvidos durante o parto. Capítulo 20 1) O clima são as condições mais freqüentes de um determinado local e o tempo, a condição atmosférica em um determinado momento. 2) De que maneira a latitude influencia o clima? Quanto maior a latitude maior será o espalhamento dos raios solares e consequentemente encontraremos temperaturas cada vez menores. 3) Quanto maior a proximidade da superfície terrestre, maior a concentração de gases atmosféricos e conseqüentemente, maior será a retenção de calor, de modo que a cada 200 metros a partir da superfície é observada a diminuição de 1oC na temperatura até o limite a troposfera. 4) Eles utilizam o conceito de diferenças de pressão. Assim, maiores forem as diferenças de pressão de uma região para outra mais fortes serão os ventos. Além disso, os ventos podem ser gerados pelo movimento de rotação da Terra. 5) Anemômetro. 6) Por meio das correntes de ar ascendentes que transportam umidade para grandes altitudes.7) Durante o dia o ar acima da terra esquenta muito mais que o ar sobre o oceano e eleva-se enquanto que o ar próximo, ou seja, aquele que se encontra sobre o oceano toma o seu lugar formando ventos que sopram do oceano para as terras vizinhas, dando origem as chamadas brisas marítimas. 8) Como no final do dia a terra perdeu boa parte do seu calor, as águas oceânicas encontram- se mais aquecidas que a terra e conseqüentemente o ar que encontra-se sobre elas também. Portanto, à noite o ar que se encontra sobre o oceano eleva-se e aquele que se encontra sobre as terras vizinhas toma seu lugar. Os ventos formados sopram então das terras para o oceano dando origem a chamada brisa terrestre. 9) O agravamento da seca 345Ciências nordestina e o aumento na quantidade de chuvas no sul do país. 10) Desde o planejamento das atividades de lazer no final como para a economia, em particular para a agricultura. 11) Navios e aviões fornecem informações para a previsão do tempo, mas um dos recursos mais utilizados atualmente são as imagens de satélite. Capítulo 21 1)Quando em um determinado intervalo de tempo, diferente de zero, a posição do corpo muda. 2) a) ΔtA = t2 - t1 = 6 - 0 = 6 horas; ΔSA = S2 - S1 = 300 - 0 = 300 km b) ΔtB = t2 - t1 = 8 - 0 = 8 horas; ΔSB = S2 - S1 = -300 - 420 = - 720 km c) ΔtC = t2 - t1 = 6 + 8 = 14 horas; ΔSC = S2 - S1 = 300 - 300 - 420 = -420 km 3) Δt = t2 - t1 = 21 - 13 = 8 horas ΔS = 600 km vm = 600/8 = 75 km/h 4) Trajetória é o percurso que o objeto percorre durante o movimento. 5) Um movimento é chamado de uniforme quando sua velocidade média e sua velocidade instantânea forem iguais, ou seja, a velocidade em todo o trajeto é constante. 6) 1 h -> 80 km 2 h -> 160 km 3 h -> 240 km Como o carro está se deslocando na direção contrária ao sentido adotado como positivo, o movimento é retrógrado. 7) Dizemos que um movimento é variado quando a velocidade varia ao longo do tempo. 8) Δt = t2 - t1 = 15 - 0 = 15 s Δv = v 2 - v 1 = 5 - 30 = -25 m am = -25/15 = -1,67 m/s Como a velocidade diminuiu durante o trajeto, o movimento é retardado. 9) No nível do mar, ela vale aproximadamente, 10 m/s2. Capítulo 22 1) A dinâmica é a parte da física que estuda as causas que produzem ou modificam os movimentos dos objetos. 2) As grandezas escalares são aquelas representadas por uma valor numérico e por uma unidade. As grandezas vetoriais para serem expressas necessitam de um valor numérico, da unidade, da direção e do sentido. 346 Ciências 3) É o resultado da soma de todas as forças que atuam sobre um objeto. 4) Situação 1: FR = F1 + F2 = 100 + 50 = 150 N Situação 2: FR = F1 - F2 = 100 - 50 = 50 N Situação 3: FR = =N 5) F = 10 N/m x 25 cm = 10 N/m x 0,25 m = 2,5 N 6) Um corpo livre da ação de forças ou se encontra em repouso ou está realizado um movimento retilíneo e uniforme. Princípio da Inércia. 7) Resposta pessoal. 8) A resultante das forças que atuam sobre um objeto produz uma aceleração tal que F = m x a. 9) F = m x a => 50 = 25 x a => a = 50/25 => a = 2 m/s2 10) Vamos primeiro determinar a força resultante: FR = = 5 N Agora substituímos na expressão da Segunda Lei de Newton: F = m x a => 5 = 5 x a => a = 1 m/s2 11) A toda ação corresponde uma reação de mesma intensidade e sentido contrário 12) Resposta pessoal Capítulo 24 1) prótons, nêutrons e elétrons 2) o núcleo 3) elétrons e prótons 4) a 5) b 6) a 7) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 8) b 9) d 10) a 11) d 12) d 13) c 14) a 15) d 16) a Capítulo 25 1) A tabela atual é ordenada segundo a ordem crescente de número atômico e não de massas atômicas. 2) c 3) c 4) a 5) a 6) a 7) b 8) e 9) c 10) c 11) a 12) O fósforo (P) está no 3º período 347Ciências e pertence à família 5A. Logo, apresenta configuração ns2np3 no nível mais externo. Por estar no 3º período, apresenta 3 cama- das e a mais externa possui n = 3. Temos, então, 3s2 3p3 como configuração do nível mais externo. 13) b 14) X e Y são metais e Z é gás nobre 15) X e Z são naturais e Y é artificial transurânico. 16) X e Y são representativos e Z é de transição interna. 17) a 18) c 19) b 20) c 21) e 22) b 23) a 24) d 25) b Capítulo 26 1) d 2) d 3) c 4) d 5) d 6) b, c e e 7) a 8) a 9) c 10) e 11) b, c, d 12) d 13) a 14) iônica Resposta da pergunta da figura de abertura: As teias de aranha são formadas pela secreção de matéria orgânica fabricada pela aranha. A matéria orgânica é formada por átomos de carbono que se unem por ligações covalentes. 348 Ciências Capítulo 1 1) 0,74oC. 2) O efeito estufa. 3) O acúmulo de gases poluentes na atmosfera. 4) O nível dos mares poderá aumen- tar, o que cobrirá todas as regiões litorâneas do mundo. Capítulo 2 1) Aos terremotos, aos vulcões e as maremotos. 2) Porque o Brasil encontra-se todo sobre uma mesma placa tectônica. 3) Onde há o encontro de duas ou mais placas tectônicas. Capítulo 3 1) Por que as fontes de água não têm sido respeitadas pelo ser humano. 2) Manancial: Nascente de água; fonte. 3) Fiscalizar os mananciais e evitar o desperdício. 4) Resposta Pessoal. Capítulo 4 1) Do efeito estufa. 2) O nível do mar subirá dezenas de metros e cobrirá as regiões mais baixas dos continentes. 3) Falta de alimentos, de água doce e a proliferação de doenças. 4) Devemos poluir menos a atmosfera e exigir que os países que ainda poluem o meio ambiente parem com essas ações. Capítulo 5 1) De 1,5 a 2 milímetros. 2) O derretimento das geleiras pola- res e o aumento do volume da porção de água que fica em con- tato com a atmosfera. 3) Aumenta de volume. Capítulo 6 1) À medida que a altitude aumenta o ar atmosférico se torna mais ra- refeito. 2) Dores de cabeça, dificuldade para dormir, tonturas entre outros. 3) Beber muito líquido e descansar, para dar tempo ao corpo para se adaptar. Capítulo 7 Texto 1 1) No Terceiro Mundo. Gabarito da sessãoGabarito da sessãoGabarito da sessãoGabarito da sessãoGabarito da sessão “Se liga Nessa”“Se liga Nessa”“Se liga Nessa”“Se liga Nessa”“Se liga Nessa” 349Ciências 2) Resposta pessoal. 3) Deve ser uma convivência onde aja equilíbrio. As florestas fornecendo os recursos que o homem precisa e este ajudando na sua preservação. Texto 2 1) Uma floresta somente é fonte de oxigênio para a atmosfera quando está se desenvolvendo, quando esta crescendo, o que não é o caso da floresta Amazônica, que já é uma floresta em equilíbrio. 2) O aumento da atividade dos microorganismos do solo da flores- ta e esta então passará a emitir para a atmosfera grandes quanti- dade de dióxido de carbono, o CO2. Se as concentrações atmosféricas de CO2 forem muito altas a floresta Amazônica acabará desaparecendo. Texto 3 1) A caça de animais silvestres e o desmatamento de áreas florestais para a realização da agricultura. 2) Resposta pessoal. 3) Utilizar os recursos naturais que ainda nos restam de maneira inte- ligente, de modo a suprir as neces- sidades da populações atuais mas sem degradar a natureza. Capítulo 8 1) Eles são verdadeiros arquivos de informações. É por meio deles que podemos imaginar como aconte- ceu a evolução dos seres huma- nos, dos animais e dos vegetais. 2) Os fósseis se formam a partir dos restos de animais e plantas. Estes são levados pela chuva para os rios, e sob a água depositam-se. Com o passar do tempo, o ser se decompõe sobrando normalmente somente os ossos e os dentes. O que resta é coberto por terra que ao estratificar-se transforma-se em rocha, preservando assim os res- tos do animal. 3) Paleontólogo. Capítulo 9 1) O texto aponta a possibilidade de a vida na Terra ter origem extrater- restre. 2) Os aminoácidos. 3) Resposta