RELATORIO CINTIA

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
CINTIA APARECIDA DE SOUZA MOTTA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
PROJETO PRÁTICO
GOVERNADOR VALADARES
2020
CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI
CINTIA APARECIDA DE SOUZA MOTTA
PROJETO PRÁTICO
DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
Relatório de estágio apresentado à disciplina Estágio Supervisionado, do Centro Universitário FAVENI, no Curso de 2ª Licenciatura em Educação Especial, como pré-requisito para aprovação.
 
GOVERNADOR VALADARES
2020
AQUISIÇÃO DA ESCRITA E LEITURA, NA PERSPECTIVA DA NEUROCIÊNCIA.
RESUMO
A tipologia do projeto será documental e realizada através de livros, revistas e apostilas alusivas ao tema e informações online. Discorre também sobre alguns princípios metodológicos que norteiam a pratica pedagógica no seu processo de construção, ainda aborda a aprendizagem na perspectiva da neurociência e o posicionamento do educador e da escola diante das dificuldades que surgem durante o processo de apreensão do saber. 
Este projeto visa esclarecer um pouco do complexo processo de apropriação da leitura e da escrita, principalmente quando a criança apresenta alguma deficiência e/ou déficit de aprendizagem. 
Palavras-chave: Neurociência. Aprendizagem. Metodologia. 
SUMARIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................5
	DESENVOLVIMENTO........................................................................6, 7, 8, 9
	RELATO DE ESTUDO (PROJETO DE INTERVENÇÃO) ................10, 11, 12
	CONCLUSÃO..............................................................................................13
 REFERENCIAS...........................................................................................................14
INTRODUÇÃO
É sabido que, as dificuldades de aprendizagem ficam mais evidenciadas quando a criança inicia o processo de alfabetização. Nessa fase da vida escolar que as metas vão pesando para o aprendente e o ensinante.
A educação, tem se tornado assunto em muitos segmentos. O aspecto mais relevante presente nessas discussões é o processo de ensino-aprendizagem, em virtude da observância dos resultados obtidos atualmente. Ele é complexo, sistemático e contínuo. Complexo, porque é de difícil compreensão, é óbvio. Sistemático, porque envolve os mais diversos sistemas e contínuo porque nunca se esgota em si mesmo. 
Também se percebe que, o processo ensino-aprendizagem é tão amplo e instigante que, até pesquisadores, teóricos, cientistas e neurocientistas preocupam-se com ele e buscam respostas sobre como ele se dá e porque, embora oferecido de maneira igualitária, às vezes, não acontece para todos em igual medida. A plurianualidade é um fator complicador no ato de diagnosticar.
O projeto será documental e embasar-se-á teórico através de pesquisas em livros, revistas, pesquisas online e documentos oficiais norteadores das políticas públicas para a Educação Inclusiva.
Pensando nisso, o presente projeto traz considerações sobre alguns princípios metodológicos que norteiam a prática pedagógica de alfabetização e do Letramento, um pouco sobre a construção da base alfabética, a aprendizagem na perspectiva das neurociências e como as escolas/educadores devem posicionar-se diante das dificuldades que surgem ao longo do percurso em direção ao complexo processo de aprender. 
Mas por onde começar a ensinar? Como nosso cérebro processa as informações que são "derramadas" sobre ele o tempo todo? O que é aprender? 
2.DESENVOLVIMENTO
Na escola contemporânea, o educador não é o único a deter o saber. Entretanto, é sabido que, cada criança constrói seu conhecimento e desenvolve-se dentro de um ritmo próprio. O educador nada mais é, do que um mediador, com propostas de aprendizagem, mas o agente dessa construção é a criança.
É preciso examinar os temas mais importantes para as crianças, pois assim, o educador terá em suas mãos um vasto material da realidade e uma aprendizagem com significação, pois se não o for, não haverá aprendizagem. (PAULO FREIRE, 1991, p.187)
A educação contemporânea tem como aspecto principal a heterogeneidade presente nas salas de aula. Assim, os resultados de aprendizagem também seguem a mesma tendência. Nesse sentido, chama a atenção de todos a necessidade de buscar estratégias e metodologias que visem corroborar com a aquisição do conhecimento. 
"nenhuma sugestão metodológica terá sucesso se o educador/alfabetizador não viver em constante e profunda reflexão sobre como está alfabetizando e relacionando-se com as crianças e diante disso, não se dispuser a modificar tal relação e prática, no momento em que se fizer necessário.”. (TEBEROSKY, 1991)
Ainda na visão de Teberosky (1991), "O desenvolvimento infantil é um processo que depende do que cada criança é de suas experiências anteriores, do ambiente de onde vem e de suas relações com ele”.
Segundo Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1991), no livro Psicogênese da Língua Escrita, as concepções espontâneas que as crianças a partir dos três anos de idade elaboram ao pensarem sobre a escrita convencional são as seguintes:
·	 Uma figura não é para ler, embora possa ser interpretada;
·	 Para que se possa ler, são necessárias outras marcas diferentes das figuras;
·	 Para que se possa escrever, a criança inventa suas próprias letras.
·	 As crianças acham que as palavras servem para dizer o nome das coisas; para poder escrever, a criança inventa suas próprias letras;
·	 As crianças consideram que palavras escritas com menos de três letras ou com letras repetidas não podem ser lidas.
·	 Trata-se das hipóteses de quantidade e variedade de caracteres, que geram o chamado conflito com a escrita alfabética;
·	 Acreditam, num primeiro momento (hipótese silábica), que basta escrever uma letra para cada emissão sonora;
·	As crianças enxertam letras, produzindo uma escrita variada, ora silábica, ora alfabética;
·	 As crianças atingem a hipótese alfabética quando compreendem que, na escrita as letras combinadas representam os sons da fala e que isso obedecer às regras convencionadas socialmente. 
O planejamento precisa ser compreendido nessa perspectiva. O projeto de tomada de decisão sobre o ensino e o melhor método é de responsabilidade do professor/educador e aquele que se propõe a desenvolver seu trabalho na linha citada por Freire (1991), tem imensa chance de obter bons resultados.
Alfabetizar-se corresponde a compreender para que servem os sinais da escritura (letras, sinais, pontuação, separabilidade) e de que modo eles se articulam no tecido da escrita. É um complexo processo conceitual e não apenas perceptivo. (FERREIRO, 1991, p.39)
 
Mas as autoras se referiam às crianças com capacidades cognitivas preservadas e dentro do nível de desenvolvimento normal para suas respectivas faixas etárias. Todavia, quando a criança possui deficiência, distúrbios e/ou dificuldades de aprendizagem, o diagnóstico precoce e a intervenção são imprescindíveis para que ela se desenvolva, no seu tempo, ritmo e condição. É preciso oferecer a ela ferramentas adequadas para tal. 
Até a segunda metade do século XIX, o estudo da natureza humana era um atributo da filosofia. O maior problema era descrever as leis de associação pelas quais, sensações simples se combinavam e produziam ideias tão complexas.
Em 1923, aconteceu o primeiro congresso soviético de neuropsicologia. Foi nele, que surgiram as contestações às concepções, difundidas até então, pela filosofia. Vygotsky estava lá e palestrou e afirmou que, nenhuma das escolas de psicologia existentes, possuía bases sólidas suficientes para explicar como o conhecimento chegava à formação das ideias. 
 É nítido que, o aprendente é um ser único e sua a apropriação do sistema de escrita alfabética se dá em etapas distintas e exige o desenvolvimento de habilidades complexas que envolvem um esquema cerebral engenhoso para que seja completo. 
 A Neurociência e a Psicologia Cognitiva se ocupam de entender a aprendizagem,mas tem diferentes focos. A primeira faz isso, por meio de experimentos comportamentais e do uso de aparelhos como os de ressonância magnética e de tomografia, que permitem analisar as alterações cerebrais durante o seu funcionamento. A Psicologia foca nos resultados, se pautando em evidências indiretas para explicar como os indivíduos percebem, interpretam e utilizam o conhecimento adquirido. As duas áreas permitem entender de forma abrangente o desenvolvimento da criança.
O que hoje a Neurociência defende sobre o processo de aprendizagem se assemelha ao que os teóricos mostravam por diferentes caminhos. Os avanços das metodologias de pesquisa e da tecnologia permitiram que novos estudos se tornassem possíveis, mas apenas reafirmaram ou aperfeiçoaram o que já havia sido constatado anteriormente.
Com base em evidências neuro científicas, sabe-se que há uma correlação entre um ambiente rico de interações e as sinapses (conexões entre as células cerebrais). A Neurociência não fornece estratégias de ensino, isso é trabalho da pedagogia e das didáticas.
Alguns aspectos da aprendizagem foram destacados durante as pesquisas sobre como o conhecimento se dá. Vejamos alguns deles:
·	 A emoção: ela interfere no processo de retenção da informação. Por meio de um tomógrafo, foi observada a relação entre a ativação da amígdala (parte importante do sistema emotivo do cérebro) e o processo de formação da memória;
·	 A motivação: Ela é necessária para aprender. Estudos comprovam que no cérebro existe um sistema dedicado à motivação e à recompensa;
·	 A atenção:- Ela é fundamental para a percepção e para a aprendizagem;
·	 A plasticidade cerebral: O cérebro se modifica durante a vida, em contato com o meio. A interferência do ambiente no sistema nervoso causa mudanças anatômicas e funcionais no cérebro;
·	 A memória: Ela é mais efetiva na associação com um conhecimento prévio. 
A neurociência mostra que o desenvolvimento do cérebro decorre da interação entre o corpo e o meio social. O educador precisa potencializar essa interação por parte da criança. Ao professor cabe a tarefa de alimentar-se das informações que surgem e aproveitá-las como fonte de enriquecimento para o seu trabalho.
3.RELATO DE ESTUDO (PROJETO DE INTERVENÇÃO)
A leitura pode tornar o indivíduo a ter consciência e visão ampla do mundo que o cerca, ajudando o mesmo a mudar a realidade que se encontra e também a si mesmo. O objetivo principal do projeto é o de estimular o gosto e prazer pela leitura, levando em conta a interdisciplinaridade, onde iremos trabalhar diversos gêneros literários, possibilitando a leitura e escrita através de atividades que desenvolvam habilidades de reconhecer e identificar letras, silabas, sons, ler palavras e saber localiza-las, ler frases, funções e informações de textos que os alunos estudaram. 
O projeto foi planejado para disciplina de Português, para ser trabalhado durante todo um bimestre nas series iniciais, visto que aprender a gostar de ler é um processo lento, por isso a necessidade de trabalhar junto a outras disciplinas, contar com a ajuda da família, fazer uso da biblioteca e outros espaços na escola. Percebe-se que a leitura atualmente é um dos grandes desafios existentes na escola, pois ao ser estimulada criativamente possibilita que o aluno o prazer pela leitura e que o aluno seja inserido no mundo letrado. 
Por saber que existem alunos que quase não tem contato com leitura no seio familiar e também as várias consequências que os mesmo demonstram na escola, resolvemos fazer esse projeto que venha a despertar o habito e gosto pela leitura, visto que, a mesma é indispensável para o desenvolvimento tanto individual como social do aluno. 
Primeiramente vamos usar jogos de alfabetização, o mesmo ajudara o aluno em seus saberes de como a escrita funciona, solidificando o que o aluno já sabe com o que ele vai aprender. Aprenderam como o sistema alfabético funciona, haverá a socialização com os demais alunos e por fim exercitar a leitura e compreender a função dos textos e seus respectivos gêneros, aprender a escutar no momento em que o colega ou a professora estiver lendo. 
Ao desenvolver o projeto ampliamos a percepção de que ao ler não só deciframos palavras, mas também se torna um processo onde o leitor faz um trabalho de construir o que significa o texto. Iremos trabalhar com estratégias de leituras (em grupo, individual e silenciosa), jogos de alfabetização, compreensão, leitura e interpretação, gêneros e tipos textuais e suas características, produção de textos tanto orais como escritos e também individualmente e coletivamente. 
O tema do projeto teve como base o que adquirimos ao longo do nosso estudo de que quando trabalhamos literatura infantil e infanto-juvenil, a mesma traz grandes contribuições quanto ao desenvolvimento cognitivo do aluno e ajuda a formar leitores. Ao trabalhar gêneros literários, nos apoiamos em alguns autores que afirmam que ao trabalhar literatura infantil com o aluno o ajuda a valorizar sua criatividade, emoção e independência, ampliando também o pensamento crítico e ampliação da oralidade. 
A partir da leitura de diversos gêneros o aluno treina a escuta e toma gosto pelas histórias, com a professora como escriba iremos produzir textos e com estímulos da escrita pelo próprio aluno. Incentiva-los a usar a biblioteca da escola e levar livros para casa para lerem junto com sua família e a professora também tomar leitura de cada aluno. 
O projeto terá início por meio de sondagem para que os professores fiquem cientes em que nível de escrita e leitura os alunos se encontram, com isso os mesmos detectaram a necessidade de atividades que contenham identificação de letras, formação de palavras, silabas e apropriação da escrita. As atividades podem ser trabalhadas por meio de reforço escolar no dia a dia com duração de 1 hora e também em sala os alunos realizarem registros trabalhando assim as letras e por meio de leitura de diversos gêneros, onde o aluno lê para a turma e/ou a professora lê para os alunos. 
Trabalhar com os alunos notícias, anúncios bilhetes e etc. para estimular que o mesmo identifique fonemas, letras, palavras e grafemas. Realizar vaias atividades de fixação, por meio de produções coletivas, montar palavras, cruzadinha, caça-palavras e etc. 
Os alunos que necessitam de reforço cabem a professora propor aos alunos que registrem no caderno a dificuldade e nível que ele possui mais possui, porque assim ira auxilia-lo a ter um equilíbrio e progredir na aprendizagem. Atividades de leitura das letras, frases, silabas e textos pequenos precisa ser diária. Os materiais usados para o projeto poderão ser livros de diversos gêneros da biblioteca da própria escola, também podem trazer de casa gibis, livros, panfletos e etc. 
Cabe também ao professor anotar na avaliação se houver desempenho dos alunos, se compreenderam a importância dos gêneros textuais no que diz respeito ao social, se está ocorrendo e foi desenvolvido o gosto pela leitura e escrita espontânea.
Por fim a finalidade do presente projeto é de trabalhar escrita e leitura em suas diversas formas e por vários métodos, principalmente como aula de reforço para os alunos com maior dificuldade. Trabalhar com todos diariamente em sala de aula e com os que mais necessitam tira 1 hora todos os dias para fazer um trabalho mais individual. 
A avaliação do projeto irá ser feita durante todo o processo, onde o professor notara se a aprendizagem dos alunos teve avanços quanto a escrita e leitura, identificação de letras de seu nome próprio, escrevem as palavras que conhecem, (bola, casa, dedo, dado, etc.), se a cada tentativa de escrita já conseguem fazer traços sem ajuda, o professor também anotar o nível de atividades quanto a estar fácil ou não. O intuito da avalição é para perceber se houver avanços quanto a leitura. 
4.CONCLUSÃO
Considera-se uma escola inclusiva aquela que abre espaço para todas as crianças, abrangendo também as que possuem algum tipo de necessidade educativa especial. Sabemosque a escola inclusiva é uma tendência internacional.
Nesta ótica, toda ferramenta que surge com o objetivo de contribuir com o desenvolvimento pleno de cada criança atendida no âmbito escolar deve ser considerada e recebida com entusiasmo por todos.
Mas não basta trazê-las para dentro das escolas, é preciso garantir a acessibilidade e a permanência, bem como atendimento especializado e educação de qualidade, conforme rege o princípio da escola para todos. É uma meta a ser perseguida por aqueles que tem compromisso com o fortalecimento de uma sociedade mais justa, solidária e democrática. Com valores como tolerância e respeito às diferenças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394/96. Brasil. Constituição Federal de 1988 Disponível em www.planalto.gov.br/civil/constituição/html, acesso em 10/10/2020.
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, Brasília: MEC/SEESP/2008.
FERREIRO, Emília & TEBEROSKY, Ana. A Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre, Artes Médicas, 1991.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa São Paulo: Paz e terra, 1996.
REVISTA NOVA ESCOLA, n°253. Neurociência, como ela ajuda a entender a aprendizagem. Editora Abril, 2012.
VYGOTSKY, Lev. Aprendizagem e desenvolvimento: Um processo sócio-histórico, Ed,Scipione ,1989.
VYGOTSKY, LEV. A formação Social da Mente. Ed.Summus S.P.1989.