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CÉLULAS E ESTRUTURAS SECRETORAS Docente: Leandra M. Barrozo Discentes: Geovanna Vicente V. de Araujo UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BALSAS BACHARELADO EM AGRONOMIA DISCIPLINA DE ANATOMIA E MORFOLOGIA VEGETAL BALSAS, MA 2020 INTRODUÇÃO: A secreção : Formação e isolamento de substâncias específicas em compartimentos do protoplasto da célula secretora Liberação dessas substâncias no interior dos órgãos ou na superfície externa do vegetal Metabolismo secundário Figura 1. Estruturas secretoras Figura 2. Estruturas secretoras (hidatódios) CÉLULAS SECRETORAS Individualizadas constituindo os idioblastos ou como estruturas multicelulares. São designados por estruturas secretoras ou glândulas. Fonte : FIGUEIREDO, et al. Figuras 3 e 4. Morfologia das estruturas secretoras CÉLULAS SECRETORAS Figuras 5. Vários tipos de tricomas secretores Figura 6. Visão microscópica de parte vegetal com tricomas ESTRUTURA DAS CÉLULAS SECRETORAS Paredes primárias delgadas Razão núcleo/citoplasma alta Citoplasma com aspecto variável e com numerosos vacúolos (protoplasto ativo) Podem ocorrer também: projeções labirínticas, aumento de superfície da membrana celular, plasmodesmos numerosos, mitocôndrias com cristas desenvolvidas e pequenas vesículas Tipo de material secretado Ultra-estrutura da célula secretora Células que secretam materiais hidrofílicos: proliferação de retículo endoplasmático e microvesículas, dictiossomos ativos e mitocôndrias em grande número na fase secretora. Células que secretam materiais lipofílicos: retículo endoplasmático bem desenvolvido e leucoplastos, outros compartimentos como locais de biossíntese e de transporte: mitocôndrias, dictiossomos e citoplasma fundamental. Tipo de material secretado Ultra-estrutura da célula secretora ESTRUTURA DAS CÉLULAS SECRETORAS MATERIAIS SECRETADOS Composição química variável e complexa Água, soluções salinas, néctar, mucilagem e, ou, goma, proteínas , óleos, resinas, óleo-resinas, goma-resinas, látices etc. Há predominância de um composto ou grupo de compostos Natureza: Hidrofílica: soluções salinas, néctar, mucilagem e, ou, goma Lipofílica: terpenos, agliconas flavonoídicas, ceras etc. Figura 7. Exsudato em forma de solução salina PROCESSOS DE SECREÇÃO Secreção holócrina: Quando o material é eliminado em decorrência da desintegração da célula, Secreção Merócrina: Quando o protoplasto da célula permanece intacto Secreção écrina: atravessa a plasmalema por processo ativo ou pela presença de gradiente de concentração. Secreção granulócrina: vesículas formadas quando o material é envolto por membrana que se funde com a plasmalema, sendo liberado por processo de exocitose. Quanto ao destino do exsudato: Secreção endotrópica: ele pode ser acumulado em espaços intercelulares Secreção exotrópica: ele é liberado para fora do corpo do vegetal por mecanismos diversos, incluindo rompimento da cutícula, através de microporos ou via estômatos modificados. PROCESSOS DE SECREÇÃO CLASSIFICAÇÃO DAS ESTRUTURAS SECRETORAS A subdivisão Fahn coloca as estruturas em dois grupos: Células secretoras: secretam substâncias não ou pouco modificadas, que são supridas pelo sistema vascular: hidatódios, glândulas de sal e nectários. Tecidos secretores: Sintetizam as substâncias secretadas a exemplo de tecidos secretores de mucilagem, glândulas de plantas carnívoras, células de mirosina, tecidos secretores de substâncias lipofílicas e laticíferos. HIDATÓDIOS Encontradas nas ornamentações das margens das folhas que secretam por processo ativo (gutação) um líquido de composição variável (água ou soluções diluídas de solutos) Condições: capacidade de campo máxima e umidade relativa elevada. Figura 8. Ilustração de um hidatódio em mesófilo Figura 9. Hidatódio em Morangueiro ( Fragaria L.) HIDATÓDIOS A fonte do exsudato: Xilema (traqueídes terminais dos feixes vasculares). Características: bainha do feixe aberta; elementos de condução xilemáticos, epitema e poros aquíferos modificados com câmaras aquíferas. Nutrição mineral das folhas Figura 10. Estrutura de um hidatódio Componentes do néctar: sacarose, glicose e frutose; podendo haver mais mono, di ou trissacarídeos, íons, aminoácidos, vitaminas, enzimas etc... Proveniente do floema e do xilema Seiva floemática Pré-Nectar Néctar Características: elementos de condução floemáticos e xilemáticos, tecido nectarífero parenquimático e tecido nectarífero epidérmico. Nectários não-estruturados NECTÁRIOS Figura 11. Nectários florais da Euphorbia genoudiana Localização: partes do corpo vegetativo e reprodutivo das plantas Processo de liberação: direto células nectaríferas para o exterior, do protoplasto das células para o periplasma, sendo acumulado no espaço subcuticular e liberado para o exterior; por microporos; ou rompimento da cutícula NECTÁRIOS Quanto à posição: o nectário é classificado em extrafloral (NEF) e floral (NF). Quanto à função: o nectário classifica-se em nupcial (MN) e extranupcial (NEN). Figura 12. Glândulas nectaríferas extraflorais na cereja doce ( Prunus avium) HIDROPÓTIOS Tricomas encontrados nas superfícies submersas das folhas de mono e dicotiledôneas aquáticas de água-doce Transporte de água e sais, sendo capazes de reter mais íons minerais Constituído por uma base (b) que é formada pela PC anticlinal em forma de lente (L) e da célula em forma de bacia (BC). Uma célula subepidérmica denominada de “pé” (f) encontra-se abaixo. Figura 13. Hidropótios presentes nas folhas de espécies de Nymphaeaceae GLÂNDULAS DE SAL Tricomas presentes em folhas de plantas de ambiente salino Evitam acúmulo de íons minerais (Na+ , K+ , Mg2+, Ca2+, Cl- etc.). Fonte da secreção: corrente transpiratória Tipos: células secretoras podem morrer em decorrência do nível de Íons, ou permanecem vivas e liberam íons por microvesículas e microporos Figura 14. Vesículas de sal em Atriplex (glândula holócrina) ESTRUTURAS SECRETORAS DE MUCILAGEM/GOMA Secreção: polímeros complexos de polissacarídeos ácidos ou neutros de elevado peso molecular; mucilagem mais fluida e a goma mais viscosa. Podem ser: idioblastos, cavidades, duetos, superfícies epidérmicas, parênquima, tricomas e emergências Localização: em diversos órgãos GLÂNDULAS DIGESTIVAS Caracteriza as plantas carnívoras Enzimas digestivas são produzidas por tricomas glandulares ou por emergências vascularizadas Principais enzimas: esterases, fosfatases ácidas e proteases Suprimento de fosfato e nitrogênio. Figuras 15 e 16. Glândulas digestivos em forma de tricoma em Drosera sp. TRICOMAS URTICANTES Secreção que causa reação alérgica (irritação suave até morte) Elemento de defesa das plantas Exsudato: detectadas histamina, acetilcolina e 5-hidroxitriptamina. Composição: célula vesiculosa gradualmente afilada no ápice Ao toca-lo o ápice rompe-se e o líquido que está sob pressão no interior do tricoma é injetado Figura 17. Visão aumentada de Tricoma urticante em Urtica urens ESTRUTURAS SECRETORAS DE COMPOSTOS FENÓLICOS Estruturas: Idioblastos e células epiteliais que delimitam cavidades ou duetos que secretam material heterogêneo de natureza mista Mecanismos de interação entre plantas e animais: dissuasivo alimentar, reduzindo a herbivoria. Garantem a manutenção do arcabouço celular e da integridade dos tecidos quando estão sobre estresse hídrico Figura 18. Cavidade secretora de óleo essencial em Eucalyptus sp. ESTRUTURAS SECRETORAS DE MATERIAL LIPOFÍLICO Exsudatos: Óleos voláteis e resinas com terpenos, ácidos graxos livres, agliconas flavonóidicas e ceras Estrutura: idioblastos, cavidades, duetos, superfícies epidérmicas, tricomas e emergências. Atraem agentes polinizadores ( osmóforos- fragrância às flores) Repelem os insetos por ação inseticida e dissuasiva alimentar, reduzindo a herbivoria. Resinas bloqueiam ferimentos - defesa contra patógenos Figura 19. Resina bloqueandoferimento LATICÍFEROS Exsudato: látex é uma suspensão ou emulsão de partículas dispersas num líquido que contém mucilagem, carboidratos, ácidos orgânicos etc. Estruturas: duetos laticíferos ou células parenquimáticas Tipos: Localização: presentes em diversos órgãos Bloqueio de ferimentos, defesa contra patógenos e herbívoros. Não-articulados: Células isoladas com crescimento indeterminado, que diferenciam-se em estruturas tubulares de crescimento intrusivo; Articulados: fileiras de células em série, podendo suas paredes terminais permanecer íntegras ou não. Os laticíferos LATICÍFEROS Figura 20. Ilustração de laticíferos transversalmente Figura 21. Látex de seringueira (Hevea brasiliensis L ) sendo extraído CURIOSIDADES Diversidade das Estruturas Secretoras em Angiospermas Mesmo tipo de estrutura secretora no mesmo órgão, libera diferentes exsudatos em diferentes espécies. Mesmo tipo de estrutura secretora, órgãos diferentes de uma espécie, produz exsudatos diferentes. Estruturas secretoras diferentes em um mesmo órgão de uma mesma espécie, produzem exsudato semelhante Figura 22. Frutos da mangueira ( Mangifera indica) cobertos com exsudato OBRIGADA! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS APPEZZATO-DA-GLÓRIA, Beatriz; CARMELLO-GUERREIRO, Sandra Maria. Anatomia vegetal. 2. ed. rev. atu. Viçosa: UFV, 2006. 438p. COSMO, Bruno M. N.; GALERIANI, Tatiani M. Glândulas vegetais secretoras de sais e digestivas – Universidade Federal do Paraná, Palotina-PR
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