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Introdução
História moderna: da formação do sist. Internac.
Aula 9: Revolução Francesa
Apresentação
Nesta aula, trataremos do processo revolucionário francês e do
desmonte do estado absolutista monárquico. Além disso,
abordaremos questões fundamentais para a história política do
Ocidente contemporâneo, como a aplicação dos princípios de
cidadania e os direitos do homem e do cidadão, entendendo porque
esta revolução inaugura uma nova era.
Objetivo
De�nir o sentido de revoluções burguesas;
Estabelecer a situação da França pré-revolucionária;
Distinguir as diversas fases dessa revolução.
Na aula anterior, vimos a
primeira das revoluções
burguesas a eclodir na Europa, a
Revolução Inglesa, ocorrida na
Inglaterra do século XVII.
Mas seria na França do século
XVIII que ocorreria o con�ito que
se tornaria sinônimo de
revolução burguesa, a Revolução
Francesa.
 Revoluçao Francesa: “A liberdade guiando o
povo”, pintura de Eugène Delacroix. (Fonte:
Wikipedia)
Por que chamamos esses movimentos
de revoluções burguesas? Sabemos
que o regime de governo
característico da Idade moderna foi o
absolutismo, não é?  
Embora, para que houvesse a centralização do Estado que daria
origem a esse regime, tenha sido necessária uma aliança entre o rei e
a burguesia, a concentração de poder, nas mãos de um rei
absolutista, favoreceu o fortalecimento burguês, mas só até certo
ponto.
 À medida que o Isso quer dizer que o
desenvolvimento
monarca concentra em
si todos os poderes,
também regula e
interfere diretamente na
economia. 
comercial, que
interessava diretamente
aos burgueses, acabou
sendo limitado pelas
políticas reais.
Com a propagação das ideias
iluministas e, em especial, dos
princípios liberais propostos pelo
escocês Adam Smith, a
burguesia passa a reivindicar
maior autonomia e participação
no Estado o que, em um governo
absolutista, não iria ocorrer.
Essa conjuntura foi comum
tanto na Inglaterra quanto na
França, onde o poder dos reis
impedia o pleno
desenvolvimento do comércio de
acordo com a vontade burguesa.
Na Inglaterra, o desfecho da
Revolução Inglesa foi a
assinatura da  Bill of rights, que
limitava os poderes do rei e os
transferia para o Parlamento.
 Bill of Rights 1689.
O cenário social
Na França, o movimento revolucionário, embora liderado pela
burguesia, vai muito além dessa classe, pois envolve a população
francesa, mas também culmina na deposição do rei, no �m do
absolutismo e na aquisição de mais direitos para o povo.
Se tivéssemos que resumir, diríamos que as revoluções burguesas
europeias puseram �m ao Antigo Regime e estabeleceram uma nova
ordem política e econômica na Europa, que se espalharia pelo mundo
formando as bases do estado contemporâneo.
Também a in�uência do clero e poder católico permaneceram, ainda
que a reforma protestante tenha retirado da Igreja Católica o seu
monopólio religioso.
O que devemos entender é que
mesmo quando um sistema entra em
crise ou desaparece, ele nunca é
completamente extinto. 
 
É mais fácil percebermos isso quando
falamos sobre cultura.
Exemplo
Podemos tomar como exemplo os contos de fadas, que existem há
séculos e se tornaram parte de diversas culturas, inclusive a
brasileira.
Os exemplos são inúmeros: folclore, música, literatura..., mas a
cultura é apenas um aspecto desses legados. Eles também existem
na política e na economia.
 
Ainda que o comércio tenha ganhado destaque, a economia agrária e
a questão da propriedade fazem parte importante da economia.
Na França, embora o feudalismo tenha sido substituído pelo
absolutismo, os nobres e o clero continuaram tendo grande
importância política e detendo diversos privilégios que eram negados
à população.
A burguesia crescia e se fortalecia com o desenvolvimento do
comércio e com o estímulo proporcionado pelas grandes navegações,
mas não tinha os mesmos direitos das elites.
Atenção
Entre os burgueses, essa distorção era ainda mais evidente, pois era o
capital acumulado por esta classe o responsável pelo sustento da
luxuosa corte francesa.
O momento político de transição
Como estudamos, durante a Idade moderna, há o crescimento das
cidades, que �cou conhecido, incialmente, como renascimento
urbano.
Isso não quer dizer que a maioria da população abandone o campo e
passe a habitar as cidades.
Esse processo é longo e fruto de diversos fatores. Na Europa do
século XVIII, a maior parte da população ainda habitava o campo.
Rene Rémond, ao analisar a sociedade do Antigo regime:
“Para começar, é preciso sublinhar a esmagadora
predominância da sociedade rural sobre a sociedade
urbana. Isso ainda é verdade em 1789 para todos os
países do mundo. (...) Mesmo os países mais avançados
economicamente, os mais evoluídos socialmente, a
Inglaterra, as Províncias Unidas, a Itália do Norte, têm
ainda uma forte maioria rural. Na França de 1789, em
uma população global que pode ser calculada em 26 ou
27 milhões de habitantes, mais de 20 milhões vivem no
campo; em outros países, essa porcentagem não se limita
aos 80%, mas sobe a 85, 90, 95%.”
REMOND, 1986
Vamos construir então, os antecedentes que, na França, precipitaram
a Revolução Francesa.
Primeiro, a maior parte da população ainda habitava o campo, e,
mesmo aqueles que viviam nas cidades, não participavam da vida
política, dominada pelo absolutismo.
Ainda que somente o povo trabalhasse e, portanto, movimentasse a
economia, era submetido a altos impostos, que deveria sustentar as
classes que não produziam, como o clero e a nobreza.
Esses, além de constituírem uma elite, não pagavam impostos, ou seja,
quem trabalha e sustenta o Estado não tem direitos políticos e que não
produz e vive dos impostos e que determina todas as decisões e rumos
que o país deve seguir.  
 
Esse modelo é chamado de sociedade estamental .1
A sociedade estamental é dividida em estamentos:
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Clique nos botões para ver as informações.
O Primeiro estado composto pelo clero era dividio pelo alto e
baixo clero. No alto clero estavam os mais imortantes cargos da
Igreja, como os bispos, e no baixo clero, os padres.
Clero 
O Segundo estado havia a nobreza palaciana, que vivia na corte;
a nobreza rural, proprietária de terras e anobreza de togas.
Nobreza 
Por último,o terceiro estadoque era formado pelo resto da
popuação, desde a ata burguesia, composta peos banqueiros,os
trabalhadores urbanos, até os camponeses.
Povo 
A principal reivindicação do
terceiro estado era a abolição
dos privilégios dos nobres e
clérigos. Os burgueses, em
particular, exigiam uma maior
participação política, já que
entendiam ser os �nanciadores
do Estado francês.
Mas os opositores do regime
eram duramente perseguidos e
acabavam sendo julgados e
enviados à Bastilha, uma
fortaleza que funcionava como
prisão e acabou se tornando
símbolo do autoritarismo dos
reis absolutistas.
 Nesta charge da época, podemos ver as
críticas feitas à estrutura estamental, onde o
terceiro estado carrega os dois primeiros nas
costas.
A riqueza desmedida
 Palácio de Versalhes. (Fonte: Wikipedia)
Para termos uma ideia dos
gastos que recaíam sobre o
terceiro estado, só os custos
com o sustento da corte
constituíam 10% das despesas
de todo o país.
A total indiferença da nobreza
diante da alta carga de impostos
cobrada pode ser exempli�cada
com a construção do maior
palácio da França e um dos
maiores do mundo: Versalhes.
Desde o século XII, a sede da
monarquia francesa era o
Palácio do Louvre, que abriga
atualmente o museu.
No século XVII, o Rei Luís XIV, o
rei sol, iniciou a construção de
um palácio que re�etisse a
grandeza da monarquia e de seu
governo, e autorizou que um
novo palácio, maior e mais
suntuoso, fosse erguido. Esse
projeto, construído com o
dinheiro do povo, deu origem a
Versalhes, com seus 700
quartos e mais de 2 mil janelas,
e foi a residência do rei até a
Revolução Francesa.
 Luís XIV de França.Para agravar o quadro, em �nais
do século XVIII, a Inglaterra
viveria a Revolução Industrial,
que alteraria todo o sistema
produtivo inglês. Com essa
revolução, os produtos ingleses
passaram a ser produzidos em
maior quantidade e em menor
tempo, fazendo com que seus
preços caíssem.
Era mais barato importar
produtos ingleses que comprar
mercadorias nacionais na
França.
 Revolução Industrial
Essa situação levou a uma
enorme crise mercantil, já que as
mercadorias francesas
passaram a encalhar e não
podiam fazer concorrência aos
preços praticados pelos
ingleses.
 Sessão inaugural dos Estados Gerais, em Versalhes (1789).
Uma crise eminente
Em 1787, uma seca provocou uma devastação nas colheitas e o
preço dos alimentos disparou, espalhando a fome entre o povo.
Os cofres franceses estavam vazios, pois além dos gastos nacionais,
altíssimos, a Coroa havia apoiado a independência dos Estados
Unidos e gasto uma pequena fortuna com esse empreendimento.
Para tentar contornar a crise, o rei formou uma Assembleia de
Notáveis, com representantes dos três estados.
Do terceiro estado, foi convocada a alta burguesia para determinar
medidas que saneassem a economia. A proposta feita era o aumento
dos impostos territoriais, que recairia sobre a nobreza provincial, que
é claro, se recusou.
O fracasso dessa assembleia
precipitou a convocação da
Assembleia dos Estados Gerais.  
O ministro responsável era um
burguês, Jacques Necker, que
aumentou o número de
representantes do terceiro
estado nessa assembleia.
Na prática, o primeiro e o
segundo estados não queriam
nenhuma alteração que pusesse
em risco seu modo de vida ou os
obrigasse a abrir mão de seus
privilégios.
 Jacques Necker.
Em um país em franca crise,
essa perspectiva era irreal.
Visivelmente, o terceiro estado já
não podia arcar com os custos
da manutenção das �nanças e
uma mudança paci�ca ou
revolucionária, era inevitável.  
Atenção
Para manter seu status quo, o primeiro e o segundo estados queriam
que a votação se desse por estamento, e não por voto universal.
Assim, mesmo o terceiro estado tendo o maior número de
representantes, teria direito somente a um voto e seria, certamente,
sempre derrotado em suas proposições.
O insucesso das tentativas de negociação entre os estamentos fez
com que o terceiro estado se autoproclamasse Assembleia Nacional.
O rei ordenou o fechamento da assembleia, mas os membros
reuniram-se na sala de jogos e receberam a adesão de uma parte do
clero e da nobreza que havia sido in�uenciada pelos ideais
iluministas.
Diante disso, o rei foi obrigado a
dar início às negociações para as
2
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reformas.
Atenção
Em 9 de julho de 1789, a Assembleia Nacional iniciou os trabalhos
para redigir uma constituição e elegeu-se Assembleia Constituinte. Os
constantes embates entre os três estados, que culminaram com a
demissão do Ministro Necker, provocou a indignação geral.  
 Fonte: Wikipedia
A Queda da Bastilha
Em 14 de julho, a população invadiu a Bastilha, evento conhecido
como o início da Revolução Francesa. Essa é a primeira fase da
revolução, conhecida como fase da Assembleia.
Uma declaração universal
A queda da Bastilha tem um signi�cado muito mais simbólico do que
prático. A invasão provocou a libertação de poucos presos, mas é o
sentido da prisão que torna esse evento tão importante e por isso
considerado o marco inicial da revolução.
A Bastilha signi�cava a opressão e a falta de liberdade da população
já que para lá eram levados os que se opunham ao absolutismo. Mais
do que isso, essa invasão signi�cou o começo da resistência da
população, cujo desfecho seria a deposição do Rei Luis XVI.
Saiba mais
O assalto à Bastilha ecoou por toda França. No campo, o povo
saqueava e incendiava castelos, terras e títulos de propriedade da
nobreza. A aristocracia entrou em pânico e seguiu-se o período
conhecido como grande medo.
Em 4 de agosto, a Assembleia abole os direitos feudais, desobrigando
os camponeses a pagarem tributo em trabalho aos nobres e à Igreja.
Em 26 de agosto é aprovado um
dos principais documentos da
história dos direitos: a
Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão.
Essa declaração constitui um
dos fundamentos não só do
Estado francês, mas de diversos
Estados contemporâneos.
Seus princípios se propagaram
para muito além da Europa e
foram utilizados como
fundamento em movimentos de
contestação a opressão,
inclusive no Brasil Colonial.
Nessa declaração, vemos
aplicadas diversas ideias
defendidas pelos iluministas,
como a liberdade, a igualde
jurídica e o direito à propriedade
e à liberdade de expressão. Seus
artigos são extremamente
avançados para a época e sua
importância é objeto de estudo
da História, do Direito e da
Ciência Politica, entre outras
disciplinas, até os dias de hoje.
Luis XVI se recusa a aprovar a declaração de direitos, provocando
uma enorme reação na população.Versalhes foi invadido e o rei
obrigado a se transferir para outro palácio.
A Constituição também previa o
con�sco dos bens da Igreja e a
reformulação do estatuto eclesiástico.
Os membros do clero passariam a ser funcionários do Estado e os
bens con�scados seriam utilizados para sanear as dívidas públicas.
Os membros do baixo clero aceitaram e alguns até apoiaram a
revolução e as mudanças, mas o alto clero opôs-se e muitos fugiram
e tentaram organizar movimentos de resistência contra o que julgava
um roubo à instituição católica.
 Proclamação da Constituição na praça do mercado, 14 de setembro de 1791
A Constituição Francesa
Em 1791, a constituição francesa estava pronta.
Esse documento estabelecia que a França adotaria a monarquia
constitucional, dividida em três poderes, que limitava o governo do rei
através do parlamento.
Os membros da assembleia parlamentar teriam um mandato bienal e
seriam eleitos. Mas o voto não era universal e sim, censitário, ou seja,
era necessária uma renda mínima para poder exercer esse direito.
Essa medida demonstra o caráter burguês da nova constituição que
garantiu para si o direito de voto, já que essa classe era a que detinha
maior poder �nanceiro.
E os privilégios e os estamentos foram eliminados, mas os ideais de
liberdade da revolução não se estenderam para as colônias
francesas. Nelas ainda vigorava a escravidão, a exemplo do Haiti.
Ainda em 1791, o Rei Luís XVI,
que ainda vivia na França, tentou
fugir do país para tentar
organizar um movimento de
resistência. A fuga de Luis XVI
foi frustrada e o rei foi preso e
seria condenado à morte pela
guilhotina no ano seguinte.
Ainda que a burguesia tivesse
como objetivo comum a luta
pelos direitos, ela não era uma
classe homogênea e tampouco
o terceiro estado.
 O retorno de Luís XVI a Paris após sua
desastrada fuga.
As novas classes dominantes e suas
in�uências
Havia diversos grupos em seu
interior que discordavam entre
si. Essas cisões �caram ainda
mais evidentes com o
estabelecimento da
Constituição.
Atenção
Cabe lembrar que as nações europeias, em sua maioria monarquias,
via com terror o que acontecia na França e julgavam que, se o
movimento se espalhasse, todas as casas reais da Europa estavam
em perigo.
A parte mais pobre da
população, chamada de sans-
culottes defendia medidas como
o tabelamento de preços - que
afetava diretamente o comércio
– e exigia maior participação
política.
Os girondinos, alta burguesia,
tendiam para o lado moderado e
buscavam impedir o acesso das
massas ao poder.
Os jacobinos constituíam o
grupo mais radical da revolução
e eram formados por membros
da pequena e media burguesia,
liderados por Maximilien de
Robespierre.
 Quadro de um típico sans-culotte por Louis-
Léopold Boilly. (Fonte: Wikipedia)
A Constituição Francesa
Em 1792, a França
declarou guerra à
Áustria, país de
origem da Rainha
Maria Antonieta. Para
lá haviam fugido
muitos nobres
franceses e esse reino
buscava reuniresforços para conter
os revolucionários

Com a invasão da
França pelas tropas
austríacas, a reação
popular foi imediata. O
povo invadiu o palácio
real e exterminou os
membros da nobreza. O
exército nacional foi
convocado e a guerra
terminou com a vitória
francesa.
franceses e devolver o
poder de fato ao Rei
Luís XVI.  
Esse con�ito marca o
�m da Assembleia e o
inicio de uma nova fase,
a Convenção.
As novas classes dominantes e suas
in�uências
A Convenção Nacional que substituiu a assembleia era formada por
jacobinos. Suas primeiras medidas foram rever a constituição e
instituir o voto universal segundo o qual todos os cidadãos, do sexo
masculino, teriam direito a votar. Foi instituída a República e em 1793,
o rei e a rainha foram decapitados. 
A convenção estabeleceu um novo calendário, pondo o dia 22 de
setembro de 1792 como Ano I. Os meses receberam nomes ligados
às estações do ano.
Veja abaixo.
A con�guração política e as mudanças ocorridas na Revolução
Francesa foram tão signi�cativas que algumas de�nições que
utilizamos hoje, como direita e esquerda, nasceram nesse processo
revolucionário.
Quando reunidos em assembleia, os jacobinos sentavam-se à
esquerda, que virou sinônimo de radicalismo e oposição, enquanto os
girondinos sentavam-se à direita, por isso associarmos a direta aos
grupos moderados e de situação.
Durante a Convenção, por sentaram-se no alto, os jacobinos eram
chamados de montanha e por sentarem-se embaixo, os girondinos
eram chamados planície.
Os demais grupos �caram conhecidos como pântano.
 Cercamento dos campos.
O “Período do Terror”
A condenação do rei à morte gerou diversas controvérsias.
Se por um lado consolidou de�nitivamente a burguesia no poder, por
outro opôs os muitos partidários da monarquia.
 
Os nobres remanescentes incitaram diversas revoltas no interior e na
política externa, as monarquias europeias se indispuseram com os
revolucionários franceses.
Foi decretado que a pátria estava em perigo e instituído o chamado
comitê de salvação nacional, liderado por Robespierre , Saint Just
e Danton e um tribunal designado a julgar os inimigos da revolução.
3
http://estacio.webaula.com.br/cursos/gon173/aula9.html
Um novo tempo
Essa é a fase mais sangrenta da Revolução Francesa, que �cou
conhecida como período do terror.
Ninguém estava livre de ser acusado e sofrer a morte na guilhotina.
Estima-se que mais de 300 mil pessoas foram processadas, dentre
elas, Danton, que diante da violência defendia uma postura radical.
 Georges Jacques Danton. (Fonte: Wikipedia)
Danton foi morto em 1794. Opositores, sans-
culottes, nobres, a guilhotina não fazia
distinção.
Relatos da época revelavam que as ruas de
Paris estavam regularmente cobertas de
sangue devido ao elevado número de
execuções.
A violência jacobina fez com que esses
perdessem o apoio do povo, o que abriu
espaço para a retomada de poder pelos
girondinos, que prenderam e executaram
Robespierre e Saint Just na guilhotina.
A convenção foi substituída, em 1795, pelos
girondinos, que trataram de organizar
novamente a Constituição. Ela estabelece
que o poder executivo seria exercido por
cinco diretores – por isso o nome, diretório –
eleitos pelo Legislativo e a população foi
desarmada.
Nesse mesmo ano, os realistas, que defendiam o
retorno da monarquia, articularam um golpe contra
o diretório, sendo frustrados por um jovem general,
Napoleão Bonaparte, que por sua atuação, recebeu
o comando do exército e o direito de fazer parte do
governo.
Anos mais tarde, Napoleão assumiria o poder
através do golpe do 18 de Brumário.
Terminava a Revolução Francesa e um novo
período seria inaugurado, a Era Napoleônica.
Notas
Estamental 1
Ela é rígida, dividida em classes onde há pouquíssimamobilidadesocial.
Mesmo que um burguês compre títulos de nobreza, ele sempre será
visto como um nobre de segunda classe já que o princípio da nobreza é
transmitido pelo nascimento.
Rei 2
Cabe lembrar que o Rei Luís XVI era neto do rei sol e, tal como o avô,
acreditava e defendia o absolutismo. Sua esposa, Maria Antonieta, da
Áustria, apoiava o marido e a indiferença dos reis diante da fome da
população pode ser notada em uma famosa frase atribuída a esta
rainha: “Se o povo não tem pão, que coma brioches.” É bastante
improvável, que a rainha tenha de fato feito essa a�rmação, mas ela
�cou conhecida por ilustrar com clareza o pensamento da nobreza
palaciana da época.
Robespierre 3
Mais radical entre os revolucionários, Maximilien Robespierre
desencadeou o período da Revolução conhecido como Terror, em que
muitos franceses foram guilhotinados. Mas acabou levando um tiro e
sendo preso. Depois, foi condenado à guilhotina e decapitado no dia
seguinte a essa cena que se vê na gravura, com ele ao centro.Referências
JANCSO, Istvan. A construção dos estados nacionais na América Latina:
apontamentos para o estudo do império como projeto. In:
SZMRECSANYI, Tamás e LAPA, José Roberto do Amaral (orgs.) História
ô i d I d dê i d i é i Sã P l HU it /Ed
econômica da Independência e do império. São Paulo: HUcitec/Edusp,
2002. p. 14.
SOARES, Márcia Miranda de. Federação, democracia e instituições
políticas. In: Lua Nova: revista de Cultura e Política. São Paulo, 1988. n.
44. p. 139
REMOND, René. O Antigo Regime e a Revolução. São Paulo: Cultrix,
1986. p. 41
Próxima aula
O golpe do 18 de Brumário;
A politica expansionista de Napoleão Bonaparte;
O papel da invasão napoleônica a Portugal e a vinda da família real
para o Brasil.
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