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CIÊNCIA POLÍTICA - Caso 9

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CIÊNCIA POLÍTICA - Caso Concreto 9 
Leia a notícia abaixo, divulgada em 
http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2015/06/cunha-defende-debate-para-
trocarpresidencialismo-por-parlamentarismo.html. (29/06/2015) Cunha defende debate 
para trocar presidencialismo por parlamentarismo. Para presidente da Câmara, 
sistema presidencialista está em 'crise'. Ele citou que, no parlamentarismo, chefe de 
governo pode ser destituído.(Nathalia Passarinho - Do G1, em Brasília) O presidente 
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), defendeu nesta segunda-feira (29), em visita 
à Assembleia Legislativa de Manaus, que o Brasil debata a possibilidade de mudar o 
atual sistema presidencialista pelo parlamentarismo- sistema pelo qual o chefe de 
governo (primeiro-ministro) é eleito pelo parlamento e pode ser destituído antes do 
término do mandato (...). Nós vivemos uma crise de presidencialismo. Uma crise na 
qual, se o sistema fosse parlamentarista, seria muito mais fácil de ser resolvida. O 
presidencialismo implica que você elege o governante e depois só na próxima eleição 
você tem condições de rever sua posição", disse. (...) 
Diante da reportagem acima apresentada, procure responder as seguintes questões: 
a) Por que razão o Presidente da Câmara afirmou que no sistema parlamentarista o 
Primeiro-Ministro pode ser destituído antes do término do mandato? 
Resposta: A ideia é deixar claro que o chefe de Governo e seu gabinete dependem 
da aprovação do poder legislativo para se manterem no poder, e queda do gabinete 
pode ocorrer a qualquer momento, a partir de um voto de desconfiança do parlamento. 
Assim, os poderes executivos e legislativo se entrelaçam de tal maneira que ocorrendo 
eventual descontentamento com as decisões politicas do poder executivo, a maioria 
do poder legislativo pode exigir a queda desse poder executivo (Gabinete e Primeiro 
Ministro) a partir de um voto de desconfiança. Diz-se, portanto, que o primeiro ministro 
e seu gabinete têm responsabilidade política, pois ainda que não cometam qualquer 
tipo de crime, comum ou politico, podem ser destituídos da função executiva do país a 
partir de um voto de desconfiança ou moção de censura. Logo é correto afirmar que o 
prazo do mandato do poder executivo é indeterminado. 
b) Estaria correta a afirmação do Presidente da Câmara quando afirma que no 
presidencialismo ao se eleger o governante, somente na eleição seguinte o povo teria 
condições de rever sua posição? Pesquise e responda de forma fundamentada. 
Resposta: Pode-se dizer que possui parcial razão. Embora o mandato presidencial 
tenha prazo determinado constitucionalmente, de quatro anos e uma vez eleito pelo 
povo, inexiste a destituição pelo Congresso Nacional a partir de um voto de 
desconfiança ou moção de censura. Porém, tem-se o instrumento do impeachment, no 
qual o chefe do poder executivo pode vir a ser destituído do cargo se condenado por 
crime de responsabilidade, nos termos de que estabelece o art.52°, II combinado com 
o art.85°, ambos da constituição federal de 1988. Porém, neste caso é necessário que 
seja condenado por cometimento de crime politico, diferentemente do que ocorre no 
parlamentarismo, em que a simples perda da confiança pela maioria do parlamento 
gera as condições politicas para a queda do parlamento, com a convocação de novas 
eleições. 
c) O que é o recall? O Brasil adota este instituto? 
Resposta: Recall é um importante instrumento jurídico da democracia direta ou 
participativa, consagrando-se o direito de revogação da representação politica e 
http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2015/06/cunha-defende-debate-para-trocarpresidencialismo-por-parlamentarismo.html
http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2015/06/cunha-defende-debate-para-trocarpresidencialismo-por-parlamentarismo.html
possibilitando a correção de rumo em caso de erro de escolha no período das 
eleições. Porém, é importante salientar que por falta de previsão constitucional o 
sistema constitucional brasileiro não se utiliza deste instituto jurídico, que daria ao 
eleitorado a possibilidade de revogar o mandato.

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