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Petição ADPF

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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde, confederação sindical, Entidade sem fins lucrativos, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, representado, na forma de seu Estatuto Social, pelo seu Presidente (nome completo) vem por seus procuradores in fine que esta subscreve (procuração em anexo) respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 102 § 1º e 103, inciso VIII da Constituição Federal, Art. 1º da Lei Federal n 9.882/99,Art. 3º da Lei Federal nº 9.882/99 ajuizar a presente:
AÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
Com pedido de concessão de medida liminar, pois se alega previamente que a interrupção terapêutica de parto se difere do aborto, porquanto aborto ocorre quando há o impedimento de feto que possui, de fato, possibilidade de vida, constituindo, assim, crime tipificado no Código Penal. E que anencefalia é uma má-formação cerebral que leva o feto ou à morte intra - uterina, ou à sobrevida de algumas horas após o parto. 
Argumentou-se que o fato de ser imposto à mulher a condição de sustentar por nove meses um feto que não sobreviverá, vai de encontro a preceitos fundamentais como o da dignidade da pessoa humana (a física, a moral e a psicológica) e da liberdade relativa à saúde (bem-estar físico, mental e social), além do sofrimento que é causado à mulher. Já os profissionais da saúde ficavam à mercê dos efeitos dos artigos 124, 126, cabeça, e 128, incisos I e II, do Código Penal.
Solicita ainda, a suspensão do andamento de processos ou dos efeitos de decisões judiciais que tenham como escopo a aplicação dos dispositivos do Código Penal, nos casos de antecipação terapêutica do parto de fetos anencefálicos, estabelecendo-se o direito constitucional da gestante de se submeter a procedimento que leve à interrupção da gravidez e do profissional de saúde de realizá-lo, contudo deve ser atestado, por médico habilitado, a ocorrência da anomalia.
Preliminarmente
Legitimação ativa
Como se depreende do Art. 2º da Lei 9.882/99 os legitimados à proposição de argüição de descumprimento de preceito fundamental constam no rol taxativo do artigo 103, inciso VIII, da CRFB/88.
Art. 2o Podem propor argüição de descumprimento de preceito fundamental:
I - os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade.[2]
A seu turno, os legitimados à proposição de ação direta de inconstitucionalidade são: Presidente da República; Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos Deputados; Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; Governador de Estado ou do Distrito Federal; Procurador-Geral da República; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; partido político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Conforme preconiza Dirley da Cunha Júnior:
"Impõe-se recordarque tais legitimados ativos não são partes materiais na ação, pois não tem nenhuma disponibilidade sobre a mesma, haja vista que, em processos de natureza objetiva, não existem partes litigantes".[3]
Os legitimados universais são o Presidente da República, a Mesa do Senado Federal, a Mesa da Câmara dos Deputados, Procurador Geral da República, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e o partido político com representação no Congresso Nacional, porquanto possuem interesse, em face de suas atribuições, em manter a preservação da Ordem Constitucional estão dispensados de demonstrar a pertinência temática ou interesse de agir, o que só é exigido de Governador de Estado, a Mesa da Assembléia Legislativa, da Confederação Sindical e das Entidades de Classe de âmbito Nacional há que se demonstrar a pertinência temática, o interesse de agir.
Nota-se, efetivamente, que o requerente é parte legítima para ingressar com a presenteADPF, porquanto possui representação no Congresso Nacional, ou seja, subsume-se ao quanto disposto no art. 103 VII da Carta Magna.[4]
Caracterizada a legitimidade ativa, são demonstrados os requisitos de cabimento da ADPF, consoante legislação de regência.
Cabimento da ADPF
A Argüição de Preceito Fundamental está prevista no art. 102, § 1º, da Constituição Federal, regulamentada pela Lei nº 9.882/99 e aplicável contra atos comissivos ou omissivos dos Poderes Públicos que importem em lesão ou ameaça de lesão aos princípios e regras mais relevantes da ordem constitucional.[5]
Art. 1o A argüição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental:
I - quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição; [6]
Por conseguinte, a ADPF exprime a preocupação do constituinte em aperfeiçoar a rede de ações, recursos e garantias que visam preservar a supremacia constitucional. Nessa ótica, a ADPF deve colmatar lacunas e não substituir garantias e ações existentes ou concorrer com elas, para evitar que se torne mais complexo e instável o sistema de controle de constitucionalidade.
Convém frisar que para a Doutrina há duas modalidades de ADPF: a autônoma, que representa uma típica modalidade de jurisdição constitucional abstrata, desvinculada de qualquer caso concreto e a incidental, que pressupõe a existência de uma determinada lide intersubjetiva, na qual tenha surgido uma controvérsia constitucional relevante. Nesse sentido, a presente ADPF é do tipo autônoma.
Nesse particular, a interpretação conjunta a que se deve proceder do caput do art. 1 e do inciso I, parágrafo único, do Artigo1, da Lei n 9.882 de 1999, que contemplam respectivamente a argüição direta ou autônoma e a argüição incidental, exige uma compreensão extensiva ou ampla objeto dessas modalidades de argüição e uma compreensão restritiva dos requisitos de sua admissibilidade, uma vez que o propósito que sempre conduziu o legislador foi o de criar um mecanismo eficaz e abrangente de as situações lesivas a preceitos fundamentais, e jamais limitados a certas situações.
Segundo entendimento jurídico-constitucional, a argüição de descumprimento dirige-se a defesa dos princípios fundamentais originários da Magna-Carta. Iniciada por ação judicial de controle de constitucionalidade, utilizando um parâmetro distinto e circunscrito a esse instituto.
Nas palavras de Dimitri Dimoulis, cabe sempre ADPF contra:
a) atos normativos oriundos de autoridades municipais, por estarem excluídos da ação direta de inconstitucionalidade, conforme o art. 102, I, a, da CF.
b) atos normativos anteriores à entrada em vigor da Constituição, contra os quais, conforme jurisprudência assentada do STF, não cabe ação direta de inconstitucionalidade nem Ação direta de Constitucionalidade. (art. 1.º, parágrafo único, I, da Lei 9.882/1999). 
Neste sentido, objetivo a declaração da inconstitucionalidade, com efeito, erga omnes e vinculante, da interpretação dos artigos 124, 126 e 128, incisos I e II, do Código Penal – Decreto-Lei nº 2.848/40 – como impeditiva da antecipação terapêutica do parto em casos de gravidez de feto anencefálico, diagnosticados por médico habilitado, reconhecendo-se o direito subjetivo da gestante de assim agir sem a necessidade de apresentação prévia de autorização judicial ou qualquer outra forma permissiva do Estado.
Portanto, face ao exposto e em homenagem ao princípio da subsidiariedade, a Argüição de preceito Fundamental traduz-se na única ação que de controle objetivo de constitucionalidade aplicável, cabível, consoante Art. 4º, § 1º, da Lei nº 9.882/99.
A violação a preceito fundamental
De acordo com a Carta Maior, o Brasil é uma república laica, assim, neutro quanto às religiões. A atuação do Guardião da Constituição deve ser justa e sábia, baseada na própria e desprovida de qualquerdogma religioso, e se viu, de certo modo, obrigado a conceder o direito da mulher de manifestar-se de forma digna e livre, sem o receio de ser tipificada como criminosa por aborto. A inviolabilidade física do feto anencéfalo, que, caso sobreviva ao parto por poucas horas, não pode ser preservada, em prejuízo aos direitos elementares da mulher.
Inexistências de outro meio capaz de sanar a lesão ou ameaça (subsidiariedade)
§ 1o Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.
Destarte, em face do caráter acentuadamente objetivo da argüição de descumprimento, o juízo de subsidiariedade há de ter em vista, especialmente, os demais processos objetivos já consolidados no sistema constitucional.
Princípio da subsidiariedade (art. 4º, § 1º, da Lei nº 9.882/99): inexistência de outro meio eficaz de sanar a lesão, compreendido no contexto da ordem constitucional global, como aquele apto a solver a controvérsia constitucional relevante de forma ampla, geral e imediata. A existência de processos ordinários e recursos extraordinários não deve excluir, a priori, a utilização da argüição de descumprimento de preceito fundamental, em virtude da feição marcadamente objetiva desta ação.”
Diante desse contexto, a ADPF é instrumento constitucional apto ao controle de legitimidade do direito pré-constitucional, do direito municipal em face da Constituição Federal e nas controvérsias sobre direito pós-constitucional já revogada ou cujos efeitos já se exauriram. Nesses casos, em face do não cabimento da ação direta de inconstitucionalidade, não há como deixar de reconhecer a admissibilidade da argüição de descumprimento.
Também por aplicação da regra da subsidiariedade, será cabível, em tese, a argüição de descumprimento de preceito fundamental tendo por objeto o reconhecimento da constitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal.
Na argüição de descumprimento de preceito fundamental exige-se a demonstração de controvérsia jurídica relevante, capaz de afetar a presunção de legitimidade de lei ou da interpretação judicial adotada.
“A argüição de descumprimento de preceito fundamental foi concebida pela Lei 9.882/99 para servir como um instrumento de integração entre os modelos difusos e concentrados de controle de constitucionalidade, viabilizando que atos estatais antes insuscetíveis de apreciação direta pelo Supremo Tribunal Federal, tais como normas pré constitucionais ou mesmo decisões judiciais atentatórias a cláusulas fundamentais da ordem constitucional."(ADPF 127)
Com efeito, a ADPF cumpre os requisitos constitucionais para a sua proposição, quais sejam:
(a) existir lesão ou ameaça a preceito fundamental;
(b) lesão ser causada por atos comissivos dos Poderes Públicos;
(c) não existir nenhum outro instrumento apto a sanar esta lesão ou ameaça.
Em síntese, restam atendidos, na íntegra os seus pressupostos.
NO MÉRITO: DOS PRECEITOS FUNDAMENTAIS VIOLADOS
Em razão da extrema violação aos princípios aqui aduzidos e sob a perspectiva de Konrad Hesse, a Constituição é dotada de força normativa, pois as pessoas mais aderem à Constituição do que as repelem. A tese central do referido autor é afirmar que o texto constitucional possui uma pretensão de eficácia e visa a imprimir ordem e conformação à realidade política e social. Para ele há intenções que podem ser realizadas e que permitem assegurar a força normativa da Constituição.
Em termos puramente lógicos, Hesse considera que negar a força à Constituição é negar o direito constitucional enquanto ciência jurídica e por conseqüência a negação da Teoria Geral do Estado. Ele expôs, também, os limites e as possibilidades da atuação da Constituição jurídica e os pressupostos de eficácia da Constituição. Assim, são premissas fundantes de seu pensamento, a argumentação de que a norma constitucional não tem existência autônoma em face da realidade. A sua essência reside em sua vigência, onde a pretensão de eficácia não pode ser separada das condições históricas de sua realização. Reitera, nesse contexto, que a Constituição não configura apenas a expressão de um ser, mas também de um dever ser.
Diante desse panorama, é cediço que atos quer sejam municipais, estaduais ou federais, demandam sincronicidade com os princípios expressos e implícitos da Constituição. Convém aduzir que a jurisprudência tem compreendido que a lesão a preceito fundamental não se concretiza somente na hipótese de possível afronta a um princípio fundamental, como também a regras que confiram densidade normativa ou significado específico a esse princípio. Com efeito, os pressupostos constitucionais restaram violados, notadamente, a separação de poderes, a competência exclusiva da União para legislar sobre crime de responsabilidade.
O Supremo Tribunal Federal tem destacado que compete à Corte o juízo acerca do que se há de compreender, no sistema constitucional brasileiro, como preceito fundamental. Neste aspecto, vinculam-se os preceitos fundamentais da ordem constitucional aos direitos e garantias fundamentais (art. 5º, dentre outros). 
Neste diapasão, são destacados os preceitos violados e cotejados com os princípios constitucionais e o sistema de valores construídos sob a égide do Estado Democrático de Direito.
DO PEDIDO LIMINAR
Com efeito, a Lei nº 9.882/99 prevê a possibilidade de concessão de medida cautelar na argüição de descumprimento, mediante decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal. Em caso de extrema urgência ou de perigo de lesão grave, ou ainda durante o período de recesso, a liminar poderá ser concedida pelo relator ad referendum do tribunal Pleno (art. 5º e § 1º).
Pelo exposto requer que seja declarada da inconstitucionalidade, com efeito, erga omnes e vinculante, da interpretação dos artigos 124, 126 e 128, incisos I e II, do Código Penal – Decreto-Lei nº 2.848/40 – como impeditiva da antecipação terapêutica do parto em casos de gravidez de feto anencefálico, diagnosticados por médico habilitado, reconhecendo-se o direito subjetivo da gestante de assim agir sem a necessidade de apresentação prévia de autorização judicial ou qualquer outra forma permissiva do Estado.
Portanto, está nítido o direito que a Requerente possui em ter seu pleito de tutela cautelar de urgência antecedente concedido, com fundamento no artigo 5º, § 3º da Lei 9.882/99, requer a suspensão do trâmite da ação fundada em crime de responsabilidade oferecida em desfavor do prefeito de acordo com o artigo 11 da lei orgânica municipal de 1985, uma vez que não houve qualquer conduta que venha ser imputado ao Prefeito.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) a oitiva do Procurador Geral da República com fulcro no art. 7º, lei. 9.882/99.
b) O deferimento da liminar e o julgamento definitivo de procedência da ADPF.c) 
d) Sustação da eficácia do artigo 11 e 12 da Lei Orgânica do Município Alfa em face da Constituição da República e em decorrência obstar o prosseguimento da representação contra o Prefeito por crime de responsabilidade.
e) Que seja declarada a inconstitucionalidade, com efeito, erga omnes e vinculante, da interpretação dos artigos 124, 126 e 128, incisos I e II, do Código Penal – Decreto-Lei nº 2.848/40.
Para prova dos alegados, instrui a presente exordial com cópia dos dispositivos legais ora impugnados, consoante art. 3º da Lei 9.882/99.
Dá-se à causa o valor de R$ 10.000, 00.
Termos em que,
Pede deferimento
Porto Velho, 03 de novembro de 2020
ADVOGADO
OAB/ DF

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