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Caso Concreto X - ADPF

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1 
 
RESOLUÇÃO: AÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL - ADPF 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL. 
 
PARTIDO BETA, partido político com representação no Congresso Nacional, 
devidamente registrado no Tribunal Superior Eleitoral, inscrito no CNPJ sob nº, com sede em 
(endereço completo com CEP), representado, na forma de seu Estatuto Social, pelo seu Presidente 
(nome completo) vem por seus procuradores in fine que esta subscreve (procuração em anexo) 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 102 § 1º e 103, 
inciso VIII da Constituição Federal, Art. 1º da Lei Federal n 9.882/99,Art. 3º da Lei Federal 
nº 9.882/99ajuizar a presente: 
 
AÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL COM PEDIDO LIMINAR 
 
contra os artigos 11 e 12 da Lei Orgânica do Município Alfa, ato da Câmara Municipal 
do Município Alfa de natureza pré-constitucional e indica como preceitos constitucionais 
vulnerados o art. 1º, caput, (Princípio Republicano);Art. 22, inciso I, (violação à competência 
legislativa exclusiva da União),princípio do devido processo legal (art. 5º, LIV, CRFB);princípio da 
separação de poderes (arts. 2º e 60 § 4º, III, CRFB);art. 29 caput e inciso X (que dispõem sobre 
os municípios e sobre as respectivas leis orgânicas, todos da Constituição da República. 
I - Ato do poder público 
A presente ADPF insurge-se contra os artigos 11 e 12 da Lei Orgânica do Município 
cuja publicação ocorreu em 30 de maio de 1985 que estabelece no seu Art. 11, diversas condutas 
como crime de responsabilidade do Prefeito, entre elas o não atendimento, ainda que justificado, 
a pedido de informações da Câmara Municipal, inclusive com previsão de afastamento imediato 
do Prefeito a partir da abertura do processo político. Convém esclarecer que tratar-se de norma 
municipal e anterior à CRFB/88 (Art. 1º, parágrafo único, inciso I, e do Art. 4º, § 1º, ambos da 
Lei nº 9.882/99). 
Ultrapassado tal ponto, acresça-se que o Art. 12 da norma municipal contém previsão 
que define a competência de processamento e julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes 
2 
 
comuns perante Justiça Estadual de primeira instância. Insta salientar, que já existe representação 
oferecida por Vereadores da oposição com o objetivo de instaurar processo de apuração de crime 
de responsabilidade com fundamento no referido ato normativo. 
 
I – Preliminares 
 
I.I Legitimidade ativa 
 
Como se depreende do Art. 2º da Lei 9.882/99 os legitimados à proposição de 
arguição de descumprimento de preceito fundamental constam no rol taxativo do artigo 103, 
inciso VIII, da CRFB/88. 
A seu turno, os legitimados à proposição de ação direta de inconstitucionalidade são: 
Presidente da República; Mesa do Senado Federal; Mesa da Câmara dos Deputados; Mesa de 
Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; Governador de Estado ou do 
Distrito Federal; Procurador-Geral da República; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil; partido político com representação no Congresso Nacional; confederação sindical ou 
entidade de classe de âmbito nacional. 
Conforme preconiza Dirley da Cunha Júnior: "Impõe-se recordar que tais legitimados ativos não 
são partes materiais na ação, pois não tem nenhuma disponibilidade sobre a mesma, haja vista 
que, em processos de natureza objetiva, não existem partes litigantes". 
Os legitimados universais são o Presidente da República, a Mesa do Senado Federal, 
a Mesa da Câmara dos Deputados, Procurador Geral da República, o Conselho Federal da Ordem 
dos Advogados do Brasil e o partido político com representação no Congresso Nacional, porquanto 
possuem interesse, em face de suas atribuições, em manter a preservação da Ordem 
Constitucional estão dispensados de demonstrar a pertinência temática ou interesse de agir, o 
que só é exigido de Governador de Estado, a Mesa da Assembléia Legislativa, da Confederação 
Sindical e das Entidades de Classe de âmbito Nacional há que se demonstrar a pertinência 
temática, o interesse de agir. 
Nota-se, efetivamente, que o requerente é parte legítima para ingressar com a 
presente ADPF, porquanto possui representação no Congresso Nacional, ou seja, subsume-se ao 
quanto disposto no art. 103 VII da Carta Magna. 
Caracterizada a legitimidade ativa, são demonstrados os requisitos de cabimento da ADPF, 
consoante legislação de regência. 
 
3 
 
I.II Do Cabimento da ADPF 
 
A Arguição de Preceito Fundamental está prevista no art. 102, § 1º, da Constituição 
Federal, regulamentada pela Lei nº 9.882/99 e aplicável contra atos comissivos ou omissivos dos 
Poderes Públicos que importem em lesão ou ameaça de lesão aos princípios e regras mais 
relevantes da ordem constitucional. 
A arguição prevista no § 1o do art. 102 da Constituição Federal será proposta 
perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito 
fundamental, resultante de ato do Poder Público. 
Por conseguinte, a ADPF exprime a preocupação do constituinte em aperfeiçoar a 
rede de ações, recursos e garantias que visam preservar a supremacia constitucional. Nessa ótica, 
a ADPF deve colmatar lacunas e não substituir garantias e ações existentes ou concorrer com 
elas, para evitar que se torne mais complexo e instável o sistema de controle de 
constitucionalidade. 
Convém frisar que para a Doutrina há duas modalidades de ADPF: a autônoma, que 
representa uma típica modalidade de jurisdição constitucional abstrata, desvinculada de qualquer 
caso concreto e a incidental, que pressupõe a existência de uma determinada lide intersubjetiva, 
na qual tenha surgido uma controvérsia constitucional relevante. Nesse sentido, a presente ADPF 
é do tipo autônoma. 
Nesse particular, a interpretação conjunta a que se deve proceder do caput do art. 
1 e do inciso I, parágrafo único, do Artigo1, da Lei n 9.882 de 1999, que contemplam 
respectivamente a arguição direta ou autônoma e a arguição incidental, exige uma compreensão 
extensiva ou ampla objeto dessas modalidades de arguição e uma compreensão restritiva dos 
requisitos de sua admissibilidade, uma vez que o propósito que sempre conduziu o legislador foi 
o de criar um mecanismo eficaz e abrangente de as situações lesivas a preceitos fundamentais, e 
jamais limitados a certas situações. 
Neste sentindo o Art. 12 da norma municipal contém previsão que define a 
competência de processamento e julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes comuns 
perante Justiça Estadual de primeira instância. Insta salientar, que já existe representação 
oferecida por Vereadores da oposição com o objetivo de instaurar processo de apuração de crime 
de responsabilidade com fundamento no referido ato normativo. 
Portanto, face ao exposto e em homenagem ao princípio da subsidiariedade, a 
Arguição de preceito Fundamental traduz-se na única ação que de controle objetivo de 
constitucionalidade aplicável, cabível, consoante Art. 4º, § 1º, da Lei nº 9.882/99. 
4 
 
 
I.III- A violação a preceito fundamental 
 
Os artigos 11 e Art. 12 da Lei Orgânica do Município Alfaviolam flagrantemente o art. 
1º, caput, (princípio republicano), bem como art. 22, inciso I, (violação à competência legislativa 
exclusiva da União), princípio do devido processo legal (art. 5º, LIV, CRFB, princípio da separação 
de poderes (arts. 2º e 60 § 4º, III, CRFB), Art. 29,caput e inciso X (que dispõem sobre os 
municípios e sobre as respectivas leis orgânicas, todos da Constituição da República). 
Destarte, em face do caráter acentuadamente objetivo da arguição de 
descumprimento, o juízo de subsidiariedade há de ter em vista, especialmente, os demais 
processos objetivos já consolidados no sistema constitucional. 
O Princípio da subsidiariedade (art. 4º, § 1º, da Lei nº 9.882/99): inexistência de 
outro meio eficaz de sanar a lesão, compreendido no contexto da ordem constitucional global,como aquele apto a solver a controvérsia constitucional relevante de forma ampla, geral e 
imediata. A existência de processos ordinários e recursos extraordinários não deve excluir, a priori, 
a utilização da arguição de descumprimento de preceito fundamental, em virtude da feição 
marcadamente objetiva desta ação.” 
Diante desse contexto, a ADPF é instrumento constitucional apto ao controle de 
legitimidade do direito pré-constitucional, do direito municipal em face da Constituição Federal e 
nas controvérsias sobre direito pós-constitucional já revogada ou cujos efeitos já se exauriram. 
Nesses casos, em face do não cabimento da ação direta de inconstitucionalidade, não há como 
deixar de reconhecer a admissibilidade da arguição de descumprimento. 
Também por aplicação da regra da subsidiariedade, será cabível, em tese, a arguição 
de descumprimento de preceito fundamental tendo por objeto o reconhecimento da 
constitucionalidade de lei ou ato normativo estadual ou municipal. 
A partir da consagração da arguição no direito brasileiro, entretanto, os atos 
municipais não estão mais a salvo do controle abstrato de constitucionalidade do Supremo 
Tribunal Federal, com o que passarão a sujeitar – se, a semelhança dos atos federais e estaduais, 
a eficácia erga omnes da decisão declaratória de inconstitucionalidade. Logo, como dito, a ADPF 
consubstancia-se em única ação de controle constitucionalidade cabível contra norma municipal 
pré-constitucional, de acordo com o estabelecido no Art. 1º, parágrafo único, inciso I, e do 
Art. 4º, § 1º, da Lei nº 9.882/99. 
 
III - NO MÉRITO: DOS PRECEITOS FUNDAMENTAIS VIOLADOS 
5 
 
 
Em razão da extrema violação aos princípios aqui aduzidos e por saber que 
a Constituição é dotada de força normativa, e que prevê os limites e as possibilidades da atuação 
da Constituição jurídica e os pressupostos de eficácia da Constituição. 
Diante desse panorama, é cediço que atos quer sejam municipais, estaduais ou 
federais, demandam sincronicidade com os princípios expressos e implícitos da Constituição. 
Convém aduzir que a jurisprudência tem compreendido que a lesão a preceito 
fundamental não se concretiza somente na hipótese de possível afronta a um princípio 
fundamental, como também a regras que confiram densidade normativa ou significado específico 
a esse princípio. Com efeito, os pressupostos constitucionais restaram violados, notadamente, a 
separação de poderes, a competência exclusiva da União para legislar sobre crime de 
responsabilidade. 
O Supremo Tribunal Federal tem destacado que compete à Corte o juízo acerca do 
que se há de compreender, no sistema constitucional brasileiro, como preceito fundamental. Neste 
aspecto, vinculam-se os preceitos fundamentais da ordem constitucional aos direitos e garantias 
fundamentais (art. 5º, dentre outros). Destarte, são também preceitos fundamentais os princípios 
protegidos pela cláusula pétrea do art. 60,§ 4º, da CF: o princípio federativo, a separação de 
poderes e o voto direto, secreto, universal e periódico. 
 
III.I - Artigo 1º, caput, (princípio republicano). 
 
A Constituição Federal de 1988 estabelece o estado Brasileiro como um ente 
federativo, consoante disposição de exercício tipo federativo. Neste sentido, os artigos ora 
impugnados violam o art. 22, I, da CRFB/88, tendo em vista que matéria é de direito penal e a 
competência é legislativa e privativa da União, o que trasngride todo o sistema republicano e a 
divisão de competências. 
Logo, os artigos 11 e 12 da Lei Municipal agridem frontalmente o sistema jurídico, 
porquanto não mantém compatibilidade material com os valores que a Constituição. Ora, a 
repartição de competências é núcleo inafastável de organização politico administrativo brasileiro. 
Neste particular, o crime de responsabilidade traduz-se em competência legislativa exclusiva da 
União. A norma municipal padece de vício de constitucionalidade, pois é materialmente 
inconstitucional. 
 
6 
 
III-II Art. 22, inciso I, (violação à competência legislativa exclusiva da 
União) 
Neste aspecto preconiza o Art. 22 da Constituição que compete privativamente à 
União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, 
aeronáutico, espacial e do trabalho. 
Como dito, verbera, nesse rastro, que a referida norma vulnera o pacto federativo, 
o princípio republicano, notadamente o art. 22 I, da CRFB/88, porquanto a matéria é afeta ao 
direito penal e a competência é legislativa e privativa da União. Desta forma, houve violação ao 
princípio federativo. 
 
III-III- Artigo 2º (violação ao princípio da separação de poderes) 
 
É possível inferir, portanto, flagrante ofensa, à separação de poderes, ao devido 
processo legislativo e à competência legislativa exclusiva da União, porquanto o crime de 
responsabilidade é matéria afeta à União. De tal modo que o referido ato municipal usurpa 
competência estabelecida na Constituição. Logo, restaram fulminados os Art. 22, inciso I, 
da CRFB/88, Súmula Vinculante 46/STF que assevera que a definição dos crimes de 
responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são de 
competência legislativa privativa da União. 
III-IV- Violação ao Artigo 29, caput e inciso X (que dispõem sobre os 
municípios e sobre as respectivas leis orgânicas 
 
Importante, porém, aduzir que o Art. 29, inciso X, CRFB/88, prescreve sobre os 
municípios e sobre as respectivas leis orgânicas. Nesse diapasão, o referido dispositivo diz que os 
Prefeitos possuem a prerrogativa de foro perante o Tribunal de Justiça em crimes comuns. 
Ao revés, o artigo 12 da lei municipal prevê a competência de processamento e 
julgamento do Prefeito pelo cometimento de crimes comuns perante Justiça Estadual de primeira 
instância, ato que ofende como dito o devido processo legal e a competência do Tribunal de 
Justiça, que não se confunde com Justiça Estadual de primeira instância. 
 Em face do exposto, vê-se que os artigos ora combatidos revestem-se de vícios 
insanáveis de inconstitucionalidade formal e material e porquanto são ilícitos os atos submetidos 
a tais fundamentos, como o possível afastamento do cargo de Prefeito Municipal. Dito, isso é 
7 
 
fundamental expor a necessária concessão de medida liminar, consoante possibilidade expressa 
da legislação de regência. 
Neste particular, os artigos ora impugnados não observaram as regras de competência 
delineada na Constituição e para, além disso, subverteram o devido processo legal. 
 
III-V Violação ao Artigo 5º, LIV (devido processo legal) 
 
Imperioso aduzir que o art. 226, § 6º da CRFB possui eficácia plena, com 
aplicabilidade imediata. À luz de tais considerações, ressalve-se que a eficácia 
da Constituição relaciona-se com o plano de concretização constitucional, no sentido da busca da 
aproximação tão íntima quanto possível entre o dever ser normativo e o ser da realidade social. 
Nesse diapasão, reza a Carta Magna que ninguém será privado da liberdade ou de 
seus bens sem o devido processo legal (art. 5º, LIV da CF).Nesse ínterim, o devido processo legal 
tem como início a experiência constitucional americana do due process of law e por sua vez é 
reconduzida à Magna Carta de 1215, que é embrionária no que tange aos direitos humanos e ao 
próprio movimento constitucionalista de proteção de excessos arbitrais do Estado em relação ao 
indivíduo, atuando como um direito de defesa. 
Dentro dessa ótica, o processo passa a ser visto como um instrumento a serviço da 
ordem constitucional, razão pela qual precisa refletir as bases do regime democrático nela 
proclamados. 
A regularidade formal de uma decisão não basta, é necessário que seja 
substancialmente devida, trazendo o conceito de devido processo legal substantivo. Desse 
importante princípio surgem os postulados da proporcionalidade, acesso à justiça, juiz natural, 
ampla defesa, contraditório,igualdade entre as partes e celeridade processual. 
Portanto, fere o devido processo legal a imposição de crime de responsabilidade ao 
Prefeito, porquanto o Ente não possui tal competência. 
 
 
 
 
IV. DO PEDIDO LIMINAR 
 
8 
 
Insta salientar, que já existe representação oferecida por Vereadores da oposição 
com o objetivo de instaurar processo de apuração de crime de responsabilidade com fundamento 
no referido ato normativo. 
Com efeito, a Lei nº 9.882/99 prevê a possibilidade de concessão de medida cautelar 
na arguição de descumprimento, mediante decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal. 
Em caso de extrema urgência ou de perigo de lesão grave, ou ainda durante o período de recesso, 
a liminar poderá ser concedida pelo relator ad referendum do tribunal Pleno (art. 5º e § 1º). 
Esclareça-se que em face de disputa política local, já há, inclusive representação 
oferecida por Vereadores da oposição com o objetivo de instaurar processo de apuração de crime 
de responsabilidade com fundamento no referido Art. 11 da Lei Orgânica, a qual poderá ser 
analisada a qualquer momento. 
Pelo exposto requer que seja sustada a eficácia do Art. 11 da Lei Municipal do 
Município Alfa em face da Constituição da República e em decorrência obstar o prosseguimento 
da representação contra o Prefeito por crime de responsabilidade. 
Precipuamente, deve-se observar que, por tratar-se de situação em que o perigo na 
demora para a concessão da tutela definitiva satisfativa pode ocasionar danos irreparáveis à parte 
autora, resta caracterizada a possibilidade do pleito da tutela de urgência satisfativa em caráter 
antecedente, conforme o nosso novo Código de processo Civil brasileiro nos oportuna em seu 
art. 294, § único. 
Desta forma, observa-se que o novo Código Processual Civil estabeleceu alguns 
requisitos para que a tutela provisória de urgência satisfativa seja concedida, notadamente, a 
demonstração da probabilidade do direito e do perigo de dano ou ilícito. Por seu turno, a 
probabilidade do direito a ser provisoriamente satisfeito ou realizado é a plausibilidade de 
existência desse mesmo direito. O bem conhecido fumus boni iuris (ou fumaça do bom direito). 
Assim, a tutela provisória de urgência pressupõe, também, a existência de elementos 
que evidenciem o perigo que a demora no oferecimento da prestação jurisdicional (periculum in 
mora) representa para a efetividade da jurisdição e a eficaz realização do direito. 
Portanto, está nítido o direito que a Requerente possui em ter seu pleito de tutela 
cautelar de urgência antecedente concedido, com fundamento no artigo 5º, § 3º da Lei 9.882/99, 
requer a suspensão do trâmite da ação fundada em crime de responsabilidade oferecida em 
desfavor do prefeito de acordo com o artigo 11 da lei orgânica municipal de 1985, uma vez que 
não houve qualquer conduta que venha ser imputado ao Prefeito. 
 
VI .DOS PEDIDOS 
9 
 
 
Diante do exposto, requer: 
a) a oitiva do Procurador Geral da República com fulcro no art. 7º, lei. 9.882/99. 
b) solicitação de informações à Câmara dos Vereadores pela edição da Lei em 
respeito ao estabelecido no § 2º, art. 5º e art. 6º da Lei. 9.882/99. 
c) O deferimento da liminar e o julgamento definitivo de procedência da ADPF. 
d) Sustação da eficácia do artigo 11 e 12 da Lei Orgânica do Município Alfa em face 
da Constituição da República e em decorrência obstar o prosseguimento da representação contra 
o Prefeito por crime de responsabilidade. 
e) Que seja declarada a inconstitucionalidade dos Artigos 11 e 12 da Lei Orgânica do 
Município Alfa em face da Constituição da República por incompatibilidade formal e material 
à Constituição. 
Para prova dos alegados, instrui a presente exordial com cópia dos dispositivos legais 
ora impugnados, consoante art. 3º da Lei 9.882/99. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 10.000, 00. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento 
Local/Data 
ADVOGADO 
OAB/ xx

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