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LEVANTAMENTO MALACOLÓGICO DE MOLUSCOS DO GÊNERO Biomphalaria E VERIFICAÇÃO DE POSSÍVEL INFECÇÃO POR Schistosoma mansoni NA LAGOA VÁRZEA DAS FLORES EM CONTAGEM E BETIM, MINAS GERAIS

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1 
 
LEVANTAMENTO MALACOLÓGICO DE MOLUSCOS DO GÊNERO Biomphalaria 
E VERIFICAÇÃO DE POSSÍVEL INFECÇÃO POR Schistosoma mansoni NA LAGOA 
VÁRZEA DAS FLORES EM CONTAGEM E BETIM, MINAS GERAIS 
 
MALACÓLOGICAL SURVEY OF GENUS MOLLUSCS Biomphalaria AND 
VERIFICATION OF POSSIBLE INFECTION BY Schistosoma mansoni IN THE 
LAGOON VÁRZEA OF FLORES on CONTAGEM AND BETIM, MINAS GERAIS 
 
Bruna Beatriz da SILVA1 
Bruna de Souza MEDEIROS 2 
Kelly Alcântara SILVA 3 
Adriana Rodrigues TRISTÃO 4 
 
Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, Belo Horizonte, MG 
 
RESUMO 
A esquistossomose mansônica (EM) é uma doença tropical causada pelo platelminto da classe 
trematoda Schistosoma mansoni, que tem como hospedeiro intermediário o caramujo de água 
doce do gênero Biomphalaria, e o homem como hospedeiro definitivo. O caramujo tem 
destaque na participação do ciclo de vida do Schistosoma mansoni em sua forma intermediária, 
chamada de cercária. Calcula-se que um total de 200 a 240 milhões de pessoas no mundo 
estejam infectadas com esse parasito e cerca de 600 a 700 milhões expostas ao risco de infecção. 
O presente trabalho tem como objetivo principal realizar um levantamento malacológico de 
moluscos do gênero Biomphalaria e verificar a possível infecção por Schistosoma mansoni, na 
Lagoa Várzea das Flores, nos municipios de Contagem e Betim, Minas Gerais. Esses 
municipios apresentam recursos hídricos vastos, como a lagoa em questão que abastece cerca 
de 70% da região metropolitana de Belo Horizonte. Sua vegetação, fauna e falta de saneamento 
básico propíciam a proliferação do parasito tornando de grande relevância biológica e médica 
a verificação de focos da doença. O levantamento se iniciou com a localização de ambiente 
poluído por fezes humanas e rico em matéria orgânica que propícia à proliferação do parasito a 
ser estudado e de seu hospedeiro intermediário. Em seguida foram feitas as coletas e 
acondicionamento para que posteriormente fosse realizada a triagem e análise. A análise do 
caramujo, foi realizada por meio da exposição do caramujo a luz para liberação e 
desenvolvimento de possíveis cercárias contidas no hospedeiro intermediário, logo depois da 
liberação essas cercarias foram fixadas e observadas ao microscópio. Com a primeira coleta 
realizada no município de Betim, foram obtidos um total de 204 caramujos, dentre esses 118 
eram Biomphalaria spp., onde aproximadamente 22,88% desses caramujos liberaram cercárias. 
 
1 Estudante de Graduação 8º. semestre do Curso de Biomedicina da CEUNIH, e-mail: brunabeatriz143@gmail.com 
2 Estudante de Graduação 8º. semestre do Curso de Biomedicina da CEUNIH, e-mail: bbruna_souzza@hotmail.com 
3 Estudante de Graduação 8º. semestre do Curso de Biomedicina da CEUNIH, e-mail: kellyalcant@gmail.com 
4 Orientadora do trabalho. Professora do núcleo de biociências do CEUNIH, e-mail: 
adriana.tristao@izabelahendrix.metodista.br 
2 
 
Já na segunda coleta realizada em Contagem, foram coletados um total de 836 caramujos, sendo 
730 Biomphalaria spp., e entorno de 14,11% liberaram cercárias. Foram encontradas as 
seguintes cercárias: cercária Spirorchiidae, cercária Granulífera, Petasiger sp., 
Drepanocephalus sp., Hysteromorpha sp., Apharyngostrigea sp., Riberoia sp., e 
Echinostomatidae sp. 
PALAVRAS-CHAVE: Esquistossomose, Biomphalaria, Schistosoma mansoni, Várzea das 
Flores. 
 
ABSTRACT 
A schistosomiasis mansoni (MS) is a tropical disease by the plateimminto of the class 
Schistosoma mansoni, which has as its intermediate host the freshwater snail of the genus 
Biomphalaria, and man as the ultimate host. The snail has a prominence in the participation of 
the life cycle of Schistosoma mansoni in its intermediate form, called cercaria. It is estimated 
that a total of 200 to 240 million people in the world are infected with this parasite and about 
600 to 700 million exposed to the risk of infection. The main objective of this study is to carry 
out a survey of mollusks of the genus Biomphalaria contaminated by Schistosoma mansoni in 
the Lagoa Várzea das Flores, in the municipalities of Contagem and Betim, Minas Gerais. 
Those municipalities have vast water resources, such as the lagoon in question that supplies of 
70% of the metropolitan area of Belo Horizonte. Its vegetation, fauna and lack of sanitary 
conditions favor the proliferation of the parasite, making it of great relevance biological and 
medical examination of outbreaks of the disease. The survey began with the location of 
environment contaminated by human feces and rich in organic matter that led to the 
proliferation of the parasite to be studied and its intermediate host. Then the collections and 
packaging were done so that the subsequent sorting and analysis. Two forms were used to 
analyze the snail, exposure of the snail to light to release and development of possible cercaria 
contained in the intermediate host or the crushing of the snail between slides. With the first 
collect in the municipality of Betim, a total of 204 snails were obtained, among these 118 were 
Biomphalaria spp., where approximately 22.88% of these Biomphalaria released cercaria. In 
the second collection carried out in Contagem, a total of 836 snails, being 730 Biomphalaria 
spp., where approximately 14.11% released cercaria. Cercaria of the following species were 
found: cercaria Spirochiidae, cercariae Granulifera, Petasiger sp., Drepanocephalus sp., 
Hysteromorpha sp., Apharyngostrigea sp., Riberoia sp., And Echinostomatidae sp 
KEY WORDS: Esquistossomose, Biomphalaria, Schistosoma mansoni, Várzea das Flores. 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
A esquistossomose mansônica (EM) é uma doença tropical causada pelo platelminto da 
classe trematoda Schistosoma mansoni, que tem como hospedeiro intermediário o caramujo de 
água doce do gênero Biomphalaria, e o homem como hospedeiro definitivo. Sua transmissão 
ocorre quando o homem entra em contato com águas que tenham a presença do parasito na 
forma de cercária que infecta o indivíduo por penetração ativa na pele ou mucosa, fazendo um 
caminho a princípio extravascular e, em seguida, intravascular, o que é associado à várias 
alterações marcantes na sua morfologia (JORDÃO et al, 2014). 
O verão é a estação do ano com maior índice de transmissão por possuir temperaturas 
elevadas, ocorrência de chuvas e dias mais longos, favorecendo a eliminação de cercárias pelos 
moluscos entre o período de 11 e 17 horas, devido a maior exposição solar e a frequência de 
banhos nestes ambientes se intensificarem, prevalecendo a presença de banhistas na faixa etária 
compreendida entre 15 e 20 anos, período em que também há maior eliminação de ovos nas 
fezes. Em áreas endêmicas os indivíduos acumulam repetidas infecções ao longo da vida com 
declínio da carga parasitária aos 20 anos, devido ao envelhecimento e a morte natural dos 
helmintos e a resistência adquirida pelos indivíduos ao longo destas reinfecções (VITORINO 
et al, 2012). 
Inicialmente a EM é uma doença assintomática, sendo caracterizada em casos 
sintomáticos por desânimo, indisposição para as atividades cotidianas, tonturas, cefaleia, 
sintomas digestivos com sensação de plenitude gástrica, epigastralgia, surtos diarreicos, 
disentéricos e na sua forma mais grave a hepatoesplenomegalia (NASCIMENTO, 2013). 
Os municípios de Contagem e Betim possuem em sua demografia recursos hídricos 
vastos, como a lagoa Várzea das Flores que abastece cerca de 70% da região metropolitana de 
Belo Horizonte, apresentando também vegetação, fauna e déficit no saneamento básico 
propiciando a proliferação do parasita. É uma lagoa de uso público para fins turísticos e para 
lazer de moradores da região pouco instruídos quanto ao risco de contaminação e disseminação 
do parasita (PREFEITURA CONTAGEM, 2013; 2017). Assim, é de grande importância o 
conhecimento da situação em que se encontra a lagoaquanto a proliferação de vetores e possível 
contaminação destes por Schistosoma mansoni, sendo os principais objetivos deste artigo a 
realização do levantamento malacológico de moluscos do gênero Biomphalaria, verificando a 
possível contaminação por formas evolutivas de Schistosoma mansoni e identificando o 
possível risco de transmissão da esquistossomose mansônica na Lagoa Várzea das Flores, nos 
municípios de Contagem e Betim, Minas Gerais. 
4 
 
 
MATERIAL E MÉTODO 
 
Local de estudo 
 
Foi realizado um levantamento malacológico do gênero Biomphalaria na Lagoa Várzea 
das Flores nos municípios de Contagem e Betim, MG, região metropolitana de Belo Horizonte 
nos meses de março e abril. As coletas foram em coordenadas geográficas marcadas por meio 
de GPS (Global Positioning System) em 2 locais distintos da lagoa em três pontos aleatórios. 
Na primeira coleta realizada em Betim, no dia 18 de março de 2019, os pontos foram: ponto 1 
(19º54’35.1’’S 44°10’05.5’’W); ponto 2 (19º54’32.9’’S 44º10’02.5’’W); e ponto 3 
(19º55’22.9’’S 44º09’43.2’’W). Na segunda coleta realizada em Contagem, no dia 28 de abril 
de 2019, os pontos foram: ponto 1 (19º53’43.4’’S 44°08’34.4’’W); ponto 2 
(19º53’52.7’’S44º08’46.2’’W); e ponto 3 (19º54’01.7’’S 44º08’59.5’’W). Os pontos de coleta 
escolhidos (apresentados da imagem abaixo) apresentam vegetação em sua orla, rochas, 
presença de detritos sólidos e dejetos humanos. 
 
Figura 1. Pontos de coleta do material para o levantamento malacológico de caramujos 
do gênero Biomphalaria. 
Fonte: Google maps, 2019. 
5 
 
 
Coleta e transporte 
 
Após a escolha dos locais que apresentavam fácil acesso, e favorável para o 
desenvolvimento dos moluscos, foi usada para a coleta uma rede de mão denominada puçá, 
fabricada com nylon ligada a um cabo de aço (com cerca de 150 cm de comprimento), aplicando 
o método de varredura nos locais selecionados. O material coletado contendo moluscos, insetos, 
peixes e detritos orgânicos, foi armazenado em sacos plásticos identificados de acordo com 
cada ponto coletado, e levados para triagem e análise no Departamento de Parasitologia, 
ICB/UFMG. 
Processamento da amostra 
 
O processamento da amostra foi realizado de acordo com as Diretrizes Técnicas: 
programa de vigilância e controle da esquistossomose, disponibilizados pelo Ministério da 
Saúde. O material foi colocado em caixas separadas de acordo com os pontos de coleta e foi 
realizada a triagem manual e a seleção dos caramujos. Os quais foram lavados em água corrente 
e acondicionados em placas de poliestireno para cultura de células de 24 poços, contendo 3 ml 
de água isenta de cloro, e submetidos à luz artificial direta (lâmpada de 60 W) no dia seguinte 
durante cerca de 2 horas. Utilizando o microscópio estereoscópico avaliou a ocorrência de 
eliminação das cercárias. As cercárias liberadas foram fixadas com água aquecida a 70°C, em 
seguida foi retirada 50% da água e acrescentado formol. Foram colocadas entre lâminas e 
lamínulas juntamente com o corante lugol e levadas ao microscópio de luz para diferenciação 
das espécies de cercárias encontradas. As fotos foram tiradas com a ajuda da câmera digital 
Leica ICC50 HD, que estava acoplada ao microscópio Leica ICC50HD. 
 
RESULTADO E DISCUSSÃO 
Foram coletados no material de triagem 4 tipos de espécies de caramujo: Biomphalaria 
spp.; Pomacea sp.; Physa marmorata; Melanoides tuberculata; a quantidade coletada de cada 
gênero e o número de caramujos infectados estão descritos na tabela. 
Com a primeira coleta realizada no município de Betim, foram obtidos um total de 204 
caramujos, dentre esses, após identificação foram separados 118 Biomphalaria spp., onde 
aproximadamente 22,88% desses Biomphalarias liberaram cercárias. Já na segunda coleta 
realizada em Contagem, foram coletados um total de 836 caramujos, que após identificação 
apresentou 730 Biomphalaria spp., onde aproximadamente 14,11% liberaram cercárias, 
6 
 
conforme números apresentados na tabela 1. Os demais caramujos encontrados não 
apresentaram liberação de cercárias. 
Tabela 1 - Gêneros de caramujos encontrados X número de caramujos infectados 
Fonte: dados da coleta 
 
Os pontos de coleta de Contagem e Betim diferem notavelmente em número de 
caramujos e de tipos de cercárias encontradas, algumas hipóteses foram levantadas em torno 
dessa disparidade. Dentre elas é possível destacar que ambos apresentavam vegetação e 
substrato, mas a primeira discrepância foi o número de pessoas presentes no local, seja para 
pesca, lazer ou por residirem no local, Contagem apresentava um maior número de pessoas em 
contato e fora da água da lagoa; o grau de poluição também se diferenciava entre as duas, em 
Contagem era possível ver sem muita procura dejetos humanos e lixo por sua orla, sendo 
notável também o odor fétido do local, já Betim apresentava uma orla com menor grau de 
poluição visível e odor mais agradável. 
Após a separação por espécies foi realizado o levantamento para identificação dos tipos 
de cercárias existentes nos moluscos do gênero Biomphalaria. Na primeira coleta realizada no 
município de Betim, no ponto 1 foram encontrados 6 moluscos Biomphalaria spp. infectados 
com cercárias Echinostomatidae, 3 infectados com cercárias do tipo Petasiger sp., e 2 cercárias 
granulífera. No ponto 2 foram encontrados 4 moluscos infectados com cercária 
Echinostomatidae e no ponto 3 foram encontrados 9 moluscos infectados com cercária 
 
 
 
Coleta 1 Coleta 2 
 Gênero N° de 
moluscos 
N° de 
infectados 
N° de 
moluscos 
N° de 
infectados 
 
 Ponto 1 Biomphalaria sp. 24 11 273 50 
 Pomacea sp. 8 0 24 0 
 Physa marmorata 1 0 47 0 
 Melanoides tuberculata 5 0 2 0 
 
Ponto 2 Biomphalaria sp. 26 4 263 18 
 Pomacea sp. 3 0 4 0 
 Physa marmorata 2 0 2 0 
 Melanoides tuberculata 4 0 14 0 
 
Ponto 3 Biomphalaria sp. 68 12 194 35 
 Pomacea sp. 50 0 0 0 
 Physa marmorata 7 0 13 0 
 Melanoides tuberculata 4 0 0 0 
 
7 
 
Petasiger sp., 2 moluscos infectados com Echinostomatidae e 1 molusco infectado com cercária 
Spirorchiidae. Como mostra o gráfico 1. 
 
 
 
Gráfico1. Tipos de cercarias encontradas X número de caramujos infectados primeira 
coleta. 
Fonte: dados da coleta 
 
Com a segunda coleta, realizada em Contagem, foram obtidos no ponto 1, 22 moluscos 
Biomphalaria infectados com cercárias Drepanocephalus sp.; 12 infectados com cercárias do 
tipo Spirorchiidae; 9 com cercarias Riberoia sp.; 6 com cercarias Hysteromorpha e 1 molusco 
com cercaria Echinostomatidae. No ponto 2 foram encontrados 10 moluscos infectados com 
cercária Drepanocephalus sp.; 5 com cercaria Spirorchiidae; 1 com cercaria granulífera; 1 com 
cercaria Riberoia e 1 com cercaria Hysteromorpha sp. Já no ponto 3 foram encontrados 24 
moluscos infectados com Drepanocephalus sp.; 7 com cercarias Spirorchiidae; 2 com cercarias 
Hysteromorpha sp.; 1 moluscos infectados com cercária Petasiger spp., e 1 molusco infectado 
com cercária Apharyngostrigea sp. Como mostra o gráfico 2. 
6
4
2
3
9
2
1
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3
N
u
m
er
o
 d
e 
B
io
m
p
h
a
la
ri
a
s 
in
fe
ct
as
as
Tipos de cercarias
Echinostomatidae Petasiger sp. Cercaria granulífera Spirorchiidae
8 
 
 
Gráfico 2. Tipos de cercarias encontradas X número de caramujos infectados segunda 
coleta. 
 Fonte: dados da coleta 
Nas duas coletas realizadas não foram encontradas cercárias da espécie Schistosoma 
mansoni, as espécies encontradas de cercária podem causar parasitoses em aves, peixes, 
mamíferos e anfíbios, não havendo relato de patologias em humanos por meio destas. 
Foram encontradas cercárias das seguintes espécies: cercária Spirorchiidae, cercária 
Granulífera, Petasiger sp., Drepanocephalus sp., Hysteromorpha sp., Apharyngostrigea sp., 
Riberoia sp., e Echinostomatidae sp., que estão demonstradas na figura 2.22
10
24
12
5
7
9
1
6
1
2
1 1 1 1
0
5
10
15
20
25
30
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3
N
u
m
er
o
 d
e 
B
io
m
p
h
a
la
ri
a
s 
in
fe
ct
ad
as
Tipos de cercarias encontradas
Drepanocephalus sp. Spirorchiidae Riberoia sp. Hysteromorpha
Echinostomatidae Cercaria granuliíera Petasiger sp. Apharyngostrigea sp.
9 
 
 
Figura 2. Cercárias encontradas em Biomphalaria spp. a. Cercária Spirorchiidae, b. 
Cercária Granulífera, c. Petasiger sp., d. Drepanocephalus sp., e. Hysteromorpha sp., f. 
Apharyngostrigea sp., g. Riberoia sp., h. Echinostomatidae. 
Fonte: dados da coleta. 
 
A Cercária Spirorchiidae (figura 2: a), é uma família que possui cauda bifurcada, furcas 
curtas e presença de membranas natatórias contendo espinhos em toda a sua superfície, com 
formato de U quando em repouso. Tronco caudal muito longo com feixes de estrias 
longitudinais. Corpo com um par de ocelos pigmentados e esféricos na região anterior. Órgão 
anterior ovalado. Ventosa ventral equatorial. Tem como hospedeiros os quelônios, que alojam 
em seu sistema circulatório. São identificados até o momento 19 gêneros e mais de 100 espécies 
descritas. Possivelmente devido à falta de estudos helmintológicos destes hospedeiros, não tem 
nenhum registro dessa espécie em quelônios de água doce no Brasil. (PINTO, 2013). 
 A cercária Granulífera (figura 2: b), apresenta cauda simples, pertencente à família 
Echinostomatidae, possui como característica diferencial a presença de um par de grânulos 
localizados na região posterior da ventosa oral. Os adultos parasitam aves. (HERNÁNDEZ, 
2018). A cercária Petasiger sp. (figura 2: c), é da família Echinostomatidae, de categoria 
magnacauda, que apresenta cauda simples, comprida, com movimento em S. Corpo ovalado, 
com colar cefálico contendo 19 espinhos, distribuídos em 4 espinhos angulares em cada lado e 
11 em fileira única. Possui ventosa oral subterminal, ventral e equatorial. Faringe muscular 
pequena, oval, com coloração amarelo-amarronzada em seu interior. Os peixes são os segundos 
hospedeiros intermediários que são atraídos pelo o formato em S da larva ocorrendo a ingestão, 
10 
 
que após serem ingeridos formam metacercárias que aderem na cavidade oral e esôfago dos 
peixes. (PINTO, 2013). 
A cercária Drepanocephalus sp. (figura 2: d) apresenta magnacauda, pertencente à 
família Echinostomatidae, possui 27 espinhos no colar, com os 4 angulares maiores, foram 
encontradas em peixes. A cercária Hysteromorpha sp. (figura 2: e) é do tipo cercariano 
Estrigeocercária, da família Diplostomidae. Ela apresenta corpo com dois pares de glândulas 
de penetração, um par lateral e outro anterior à ventosa ventral, cauda bifurcada e furcas longas. 
Possui também faringe muscular, esôfago longo que se bifurca anteriormente à ventosa ventral. 
O parasita fica curvado lateralmente em forma de gancho quando está em repouso. Os peixes 
são hospedeiros intermediários, que apresentam com frequência a doença dos pontos pretos que 
geram graves danos, deixando os peixes com aspecto horrível. (PINTO, 2013). 
A Apharyngostrigea sp. (figura 2: f) é do tipo cercariano Estrigeocercária. Possui tronco 
caudal alargado ou globoso e transparente, cauda bifurcada e corpo coberto por pequenos 
espinhos. Ventosa oral trapezoide, faringe muscular conspícua. Ventosa ventral equatorial, com 
coroa de pequenos espinhos em seu interior. Apresentam a forma de metacercárias em peixes, 
sendo os adultos parasitos intestinais de aves aquáticas. (PINTO, 2013). 
Riberoia sp. (figura 2: g) é o tipo cercariano Gimnocéfala, possui cauda simples, corpo 
espinhoso. Ventosa oral subterminal e ventral equatorial com margens apresentando membrana 
pregueada. Faringe muscular. O esôfago se bifurca na região anterior à ventosa ventral, 
originando cecos que se alongam até a porção posterior do corpo. São parasitas intestinais de 
aves e mamíferos, apontado em alguns estudos sua presença como metacercárias em peixes e 
anfíbios, tendo participação na ocorrência de morte e malformação em anfíbios. (PINTO, 2013). 
A cercária da família Echinostomatidae (figura 2: h), não foi possível identificar até o nível de 
gênero por se tratar de uma cercária desconhecida, mesmo assim é apresentada e que são 
necessários futuros estudos para realizar sua identificação. 
A notificação dos casos de esquistossomose no estado de Minas Gerais é realizada pelo 
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e aponta que houve um total de 
1.939 casos confirmados no período de 2017 no estado de Minas Gerais. Segundo o SINAN os 
resultados de casos positivos nos municípios em que foi realizada a coleta dos caramujos 
demonstraram que Betim totalizou 50 casos positivos e Contagem 13 casos positivos, ambos 
no ano de 2017, destacando ser a data atualizada no site. 
Sendo, o Schistosoma mansoni o parasita de maior interesse médico para estudo, da qual 
as espécies hospedeiras intermediárias são Biomphalaria glabrata, Biomphalaria straminea, 
Biomphalaria tenagophila e potenciais Biomphalaria peregrina e Biomphalaria amazonica. 
11 
 
Existem outros trematódeos parasitas não humanos que completam seus ciclos em moluscos de 
gênero Biomphalaria. (SOUZA et al, 1998). 
Com base nos casos confirmados notificados e na represa estudada, evidenciam que a 
instalação e a continuidade das doenças endêmicas estão associadas ao processo de destruição 
ambiental causada pela presença humana (SOUZA et al, 2006). A lagoa apresenta um bom 
criatório para os caramujos, de fácil acesso a população, que aproveitam esse lugar para ter um 
momento de lazer, como nadar, pescar e realizar passeios de lancha e jet ski, mostrando o grande 
potencial de transmissão da esquistossomose. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Apesar dos municípios em que foi realizado o levantamento malacológico encontrarem-
se numa região de risco para a ocorrência esquistossomose, a prevalência de cercária do 
Schistosoma mansoni nos caramujos foi um resultado negativo para a amostragem recolhida. 
Deixando em aberto a necessidade de realizar mais coletas que possa abranger uma área maior 
da lagoa em períodos variados do ano, não deixando de ser uma preocupação para a saúde 
pública, uma vez que a área em questão possui todos os componentes necessários para a 
proliferação deste parasito, como presença de dejetos humanos, vegetação em sua orla, lixos 
sólidos e seu hospedeiro intermediário. Foram encontrados 8 tipos de cercárias que não 
parasitam o homem, embora a cercária da família Echinostomatidae se trata de uma cercária 
desconhecida mostrando a necessidade e interesse de futuros estudos para realizar sua 
identificação. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Vigilância Epidemiológica. Vigilância e controle de moluscos de importância 
epidemiológica: diretrizes técnicas: Programa de Vigilância e Controle da 
Esquistossomose (PCE). 2. ed. Brasília :Ministério da Saúde, 2008. 178 p. 
 
GOOGLE, Maps. Disponivel em: <https://www.google.com/maps/@-19.9014309,-
44.1551591,5598a,35y,270h/data=!3m1!1e3!4m2!10m1!1e4>. Acesso em: 11 de maio de 
2019. 
 
LÓPEZ-HERNÁNDEZ, Danimar Danilia. Estudo morfológico e molecular de larvas de 
diplostomoidea (trematoda: digenea) transmitidas por moluscos dulciaquícolas em Belo 
Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Dissertação (mestrado) Universidade Federal de Minas 
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