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POSSIBILIDADES DE TRATAMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS PARA NEUROPATIAS

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POSSIBILIDADES DE TRATAMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS PARA NEUROPATIAS
Não há consenso sobre o tempo exato para se iniciar o tratamento fisioterapêutico, entretanto alguns estudos mostram que uma intervenção precoce deve ser realizada para uma boa recuperação funcional e para se evitar atrofia muscular, neuromas, alterações no mapa cortical etc.
Lee e Wolfe relatam que, em uma extremidade denervada, os objetivos pré-operatórios são proteger e manter a amplitude de movimento, a fim de ser funcional quando reinervada. As talas são úteis para prevenir contraturas e deformidades. As mobilizações são necessárias enquanto se espera a regeneração axonal e ajudam a manter o fluxo sanguíneo e linfático e prevenir aderência do tendão. A extremidade deve ser mantida aquecida, pois a exposição ao frio danifica o músculo e leva a uma fibrose. Uma cuidadosa bandagem protege e limita a congestão venosa e o edema. A estimulação galvânica reduz a atrofia muscular e pode ser um benefício psicológico ao paciente durante a fase de recuperação prolongada, mas não está claro se obtém ou acelera a recuperação do nervo. Durante a recuperação motora inicial pode ser utilizada a piscina terapêutica para mobilizações articulares. O Biofeedback pode promover um input sensorial para facilitar a reeducação motora. 
4 horas de exercício diário suave aumenta a recuperação funcional na primeira fase após o esmagamento do nervo, e que o treinamento com exercícios acelera as respostas de brotamento do neurônio motor e diminui o tempo de latência (intervalo entre a lesão axonal e a resposta de brotamento), e que foi possível adquirir retorno da função sensório-motora. Seus efeitos persistiram numa fase tardia, mas ressalta-se a necessidade de se ter um cuidado com a carga de exercício imposta. 
Uso da estimulação elétrica no processo de acelerar a reinervação. Tal estudo concluiu que a estimulação elétrica promove o início da regeneração do axônio motor sem aumentar a sua velocidade. Para um bom resultado no reparo do nervo, inicia-se com a estimulação elétrica que recruta todos os motoneurônios através do reparo e segue-se com outros tratamentos para prolongar o crescimento axonal. Períodos prolongados desde a denervação até a reinervação diminuem a habilidade dos músculos em recuperar massa e força, mas a estimulação elétrica durante o período de denervação pode permitir a recuperação da função motora de acordo com a reinervação.
O laser de baixa frequência é um dos métodos estudados para tentar acelerar o processo de recuperação das lesões dos nervos periféricos. Essa nova modalidade de tratamento tem recebido uma atenção crescente nas últimas décadas, por ter vários efeitos na função do nervo, crescimento e regeneração do tecido neural in vitro e in vivo. A reeducação sensorial é usualmente introduzida na fase de reabilitação após reparo do nervo, quando alguma percepção do toque possa ser vista na parte distal da mão. O treinamento utiliza-se de um toque guiado pela visão em várias sessões diárias e por longo período. Também inclui localização do toque, reconhecimento dos tamanhos e texturas dos objetos. O ambiente enriquecido é fundamental para facilitar a reaprendizagem sensorial. Os fatores positivos à reaprendizagem são: atenção, coragem e diversão — a música também pode ter um papel importante no processo.
Ref: Lesões nervosas periféricas: uma revisão. Revista Neurociências, Rinaldo Siqueira, 2007.
 Na reabilitação, deve-se levar em consideração as características individuais de cada paciente, como a idade, gênero, dominância e profissão, pois se tratando de MMSS, esses fatores interferem no seu desenvolvimento e recuperação. Os principais objetivos do tratamento e intervenção fisioterapêutica na fase aguda estão relacionados com a amplitude de movimento, controle da dor, prevenção de aderência cicatricial e diminuição de edema. A educação e o entendimento do paciente sobre a lesão são de extrema importância para a compreensão da recuperação pós-cirúrgica, se for o caso, e a evolução gradativa pós-trauma.
Na fase subaguda e crônica, a intervenção objetiva a recuperação de força, movimentação fina e reeducação da sensibilidade (GREVE; AMATUZZI, 1999b).
A primeira estratégia na fase aguda, para casos de intervenção cirúrgica, envolve um período de imobilização, dependente da gravidade da lesão e da tensão exercida sobre o reparo cirúrgico. O tempo ideal ainda não está completamente estabelecido na literatura, mas varia entre 3–10 dias a 3 semanas de imobilização. Curtos períodos de tempo podem minimizar as cicatrizes e acelerar a recuperação e longos períodos de imobilização podem proteger e resguardar de agentes externos; em contra partida, períodos extensos podem agir como um mediador de aumento na produção de colágeno e tecidos cicatriciais (NOVAK, CHRISTINE B.; VON DER HEYDE, 2013). Mesmo no período de imobilização deve-se realizar a movimentação das articulações livres.
Nos casos das LNPs em membros superiores, é muito comum o uso de órteses funcionais, buscando minimizam os efeitos prejudiciais do desequilíbrio muscular, prevenindo a contratura articular, os estiramentos de estruturas menores, o desenvolvimento de padrões de movimento e ainda ajudam na funcionalidade da mão no período de recuperação (FREITAS, P. P., 2005).
Ainda na fase aguda, o tratamento da cicatriz tem como objetivo a não formação de aderências, e se baseia no massageamento e mobilização para obter uma cicatriz modelada. Para o tratamento de dor e edema pode-se utilizar malhas ou luvas de compressão, aplicar massagem terapêutica, crioterapia, banhos de contraste térmico, elevação do membro e movimentação ativa (GREVE; AMATUZZI, 1999b). Em uma fase intermediária ou de disfunção as principais metas de tratamento são a recuperação da amplitude de movimento e das disfunções sensitivas e motoras. Nesse momento movimentos passivos e ativos devem ser implementados no tratamento para ganho de ADM (FREITAS, P. P., 2005).
Após a lesão acontece uma dramática perda de sensibilidade, que desorganiza as representações do membro superior nas áreas corticais e para a recuperação é necessário um reaprendizado e remodelação sensitiva no SNC. Faz-se necessário aplicar técnicas de reeducação da sensibilidade com diferentes texturas na terapia e é importante que o paciente dê continuidade a esses estímulos trabalhando a técnica de reaprendizado sensitivo orientado em sua residência (DAHLIN, 2008). Ainda, juntamente com os procedimentos corriqueiros de tratamento é recomendado e bastante utilizado, o uso de técnicas de eletroestimulação muscular.
Ref: Avaliação da lesão nervosa periférica por meio da eletromiografia de superfície UBERLÂNDIA. Luiza Marie, 2015
Ainda, se deve destacar o tratamento fisioterapêutico como: exercícios de condicionamento e força muscular, adaptações ergonômicas, orientações posturais, treinamento da flexibilidade e recursos eletroterapêuticos (COX, 2002). Embora os exercícios sejam bem empregados na prática clínica, ainda existem parâmetros não bem definidos e controvérsias entre os estudos no que concerne ao tipo de exercício, sua duração, seu início pós-lesão e a efetividade do mesmo com o processo de envelhecimento. Devido a essas questões, estudos experimentais têm buscado elucidar os efeitos do exercício físico, como por exemplo, o treinamento em esteira após LNP.
Os exercícios físicos diminuem as complicações comuns às patologias do SNP, tais como as contraturas e fraqueza dos músculos desnervados, auxiliando na recuperação funcional de pacientes com neuropatia periférica (LINDERMAN et al., 1995; WRIGHT et al., 1996). Além disso, o suporte do próprio peso corporal parece ser um fator importante na recuperação da função. Ratos com nervo ciático submetidos a compressão obtiveram ganho na tensão tetânica muscular e na recuperação funcional no grupo de animais que suportaram seu próprio peso do que quando comparado ao grupo de animais que tiveram suas patas posteriores suspensas (MATSUURA et al., 2001).
Ref : LESÃO NERVOSA PERIFÉRICA E ENVELHECIMENTO:EFEITOS DO TREINAMENTO EM ESTEIRA. Nubria Broetto Cunha, 2010

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