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PRÁTICAS INCLUSIVAS 
PARA FORMAÇÃO DE 
PROFESSORES 2
LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Por um longo período histórico, a pessoa com deficiência esteve às 
margens da escolarização e percebemos nesta caminhada movimentos 
para a criação de leis na tentativa de reconfigurar a inserção da pessoa com 
deficiência no ensino comum. A educação inclusiva é um movimento ainda 
em construção e que necessita de um constante repensar sobre as políticas 
públicas e as práticas pedagógicas nas escolas
Neste capítulo você estudará sobre as principais leis e documentos 
norteadores da Educação Especial, notas técnicas e os programas e ações de 
apoio ao desenvolvimento inclusivo dos sistemas de ensino. 
APRESENTAÇÃO
Organização
Ana Clarisse Alencar 
Barbosa
Reitor da 
UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano 
Torres
Edição Gráfica 
e Revisão
UNIASSELVI
Autora
Carolina dos 
Santos Maiola
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
LEIS DA EDUCAÇÃO 
ESPECIAL
.02
1 DA CONFERÊNCIA DE JOMTIEN À POLÍTICA NACIONAL 
DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO 
INCLUSIVA – CAMINHOS TRILHADOS...
A partir do século XX, movimentos sociais de luta contra todas as formas 
de discriminação se tornaram mais intensas e a importância do exercício de 
cidadania das pessoas com deficiência surge, em nível mundial, através da 
defesa de uma sociedade mais inclusiva.
Ainda marcado por práticas de categorização e segregação, fortalece-se a 
crítica a essas ações, questionando-se os modelos de ensino e aprendizagem 
homogeneizadores.
A Constituição Federal de 1988, traz como seus objetivos fundamentais 
“promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art.3º, inciso IV). Define, 
no artigo 205, a educação como um direito de todos, garantindo o pleno 
desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para 
o trabalho. No seu artigo, 206, inciso I, estabelece “igualdade de condições 
de acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino 
e garante como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional 
especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art.208). Mesmo 
diante desta exposição clara relatada pela Constituição, não foi suficiente para 
garantir a igualdade de direitos e de oportunidades as pessoas com deficiência 
no contexto da educação comum.
Na tentativa de enfrentar esses desafios e de se pensar em ações capazes 
de superar esses processos históricos de exclusão, conferências importantes 
aconteceram, e delas, novos documentos norteadores de políticas públicas 
foram criados. Veja alguns especificados a seguir.
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
1.1 CONFERÊNCIA MUNDIAL DE EDUCAÇÃO PARA TODOS: 
JOMTIEN
 
A Conferência Mundial de Educação para Todos aconteceu na cidade 
de Jomtien, na Tailândia, em 1990. Neste encontro, evidenciou-se os altos 
índices de crianças, adolescentes e jovens sem escolarização, objetivando 
assim, a promoção de transformações nos sistemas de ensino e o acesso e 
permanência de todos na escola.
Deste encontro, surge um plano de ação (Declaração de Jomtien), do qual 
participaram representantes de governos e organizações não-governamentais 
(ONGs), com o intuito de garantir as necessidades básicas da aprendizagem de 
todas as crianças, jovens e adultos. Essas necessidades básicas compreendem 
tanto os instrumentos essenciais para a aprendizagem como a leitura, a escrita, 
a expressão oral, o cálculo, a solução de problemas; quanto a aquisição de 
conhecimentos, habilidades, valores e atitudes necessários para que os seres 
humanos possam sobreviver e se desenvolver plenamente. Ao mencionar as 
pessoas com deficiência, ele assim refere em seu Artigo 3º - Universalizar o 
acesso à educação e promover a equidade:
1. A educação básica deve ser proporcionada a todas as crianças, jovens e 
adultos. Para tanto, é necessário universalizá-la e melhorar sua qualidade, 
bem como tomar medidas efetivas para reduzir as desigualdades.
2. Para que a educação básica se torne equitativa, é mister oferecer a todas as 
crianças, jovens e adultos, a oportunidade de alcançar e manter um padrão 
mínimo de qualidade da aprendizagem.
[...]
5. As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas portadoras de 
deficiências requerem atenção especial. É preciso tomar medidas que 
garantam a igualdade de acesso à educação aos portadores de todo e qualquer 
tipo de deficiência, como parte integrante do sistema educativo.
Os países que participaram desta Conferência foram incentivados a 
elaborar Planos Decenais, em que as diretrizes e metas do Plano de Ação 
da Conferência fossem contempladas. No Brasil, o Ministério da Educação 
divulgou o Plano Decenal de Educação Para Todos para o período de 1993 a 
2003, elaborado em cumprimento às resoluções da Conferência. Este plano, 
marca a aceitação formal, do Governo Federal, das propostas formuladas nos 
foros internacionais para a melhoria da educação básica.
Diante disso, podemos considerar que a Conferência de Jomtien foi 
um marco político e conceitual na educação ao reafirmar a necessidade de 
que todos dominem os conhecimentos indispensáveis à compreensão do 
mundo em que vivem, recomendando a todos os países participantes que se 
empenhem nesse movimento. 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
1.2 CONFERÊNCIA MUNDIAL DE NECESSIDADES EDUCATIVAS 
ESPECIAIS: ACESSO E QUALIDADE. DECLARAÇÃO DE 
SALAMANCA
A Conferência Mundial de Necessidade Educativas Especiais: Acesso e 
Qualidade foi realizada pela UNESCO em 1994, na cidade de Salamanca, na 
Espanha, com a participação de 92 governos e 25 organizações internacionais, 
cujo objetivo consistiu na discussão sobre a escola não acessível a todos os 
estudantes.
A partir dessas discussões sobre as práticas educacionais e a desigualdade 
social, surge o documento denominado Declaração de Salamanca e Linhas 
de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais, onde se evidencia a 
necessidade de se combater as atitudes discriminatórias, conforme vemos 
em Brasil (1997):
O princípio fundamental desta Linha de Ação é de que as escolas devem 
acolher todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, 
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher 
crianças com deficiência e crianças bem-dotadas; crianças que vivem nas 
ruas e que trabalham; crianças de populações distantes ou nômades; crianças 
de minorias linguísticas, étnicos ou culturais e crianças de outros grupos e 
zonas desfavorecidas ou marginalizados (p.17 e 18)
 
Para conhecimento, selecionamos alguns dos itens discutidos nesse 
documento, que nos mostram as ações indicadas para uma perspectiva 
de educação para todos. Ele perpassa pelo âmbito tanto dos conceitos da 
educação especial, quanto sobre a estrutura escolar, profissionais envolvidos, 
capacitação, recursos financeiros, participação da família, mercado de trabalho 
e outros. Seguem alguns recortes do documento pertinentes para nosso 
estudo e compreensão:
Assim, proclama-se que:
2
• toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a 
oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem;
• toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades 
de aprendizagem que são únicas;
• sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais 
deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta 
diversidade de tais características e necessidades;
• aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola 
regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na 
criança, capaz de satisfazer a tais necessidades;
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
• escolas regulares que possuamtal orientação inclusiva constituem os meios 
mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades 
acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação 
para todos; além disso, tais escolas proveem uma educação efetiva à maioria 
das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da 
eficácia de todo o sistema educacional.
Propondo a todos os governos que:
3
• atribuam a mais alta prioridade política e financeira ao aprimoramento de 
seus sistemas educacionais no sentido de se tornarem aptos a incluírem 
todas as crianças, independentemente de suas diferenças ou dificuldades 
individuais;
• adotem o princípio de educação inclusiva em forma de lei ou de política, 
matriculando todas as crianças em escolas regulares, a menos que existam 
fortes razões para agir de outra forma;
• desenvolvam projetos de demonstração e encorajem intercâmbios em 
países que possuam experiências de escolarização inclusiva; 
• estabeleçam mecanismos part ic ipatór ios e descentra l izados para 
planejamento, revisão e avaliação de provisão educacional para crianças e 
adultos com necessidades educacionais especiais;
• encorajem e facilitem a participação de pais, comunidades e organizações 
de pessoas portadoras de deficiências nos processos de planejamento e 
tomada de decisão concernentes à provisão de serviços para necessidades 
educacionais especiais;
• invistam maiores esforços em estratégias de identificação e intervenção 
precoces, bem como nos aspectos vocacionais da educação inclusiva;
• garantam que, no contexto de uma mudança sistêmica, programas de 
treinamento de professores, tanto em serviço como durante a formação, 
incluam a provisão de educação especial dentro das escolas inclusivas. 
Na estrutura de ação, esclarece como termos:
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
[...] "necessidades educacionais especiais" refere-se a todas aquelas 
crianças ou jovens cujas necessidades educacionais especiais se originam 
em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem. Muitas crianças 
experimentam dificuldades de aprendizagem e, portanto, possuem necessidades 
educacionais especiais em algum ponto durante a sua escolarização. Escolas 
devem buscar formas de educar tais crianças bem-sucedidamente, incluindo 
aquelas que possuam desvantagens severas. Existe um consenso emergente 
de que crianças e jovens com necessidades educacionais especiais devam 
ser incluídas em arranjos educacionais feitos para a maioria das crianças.
E reforça a importância da Educação Inclusiva:
6 [...] O desafio que confronta a escola inclusiva é no que diz respeito 
ao desenvolvimento de uma pedagogia centrada na criança e capaz de bem-
sucedidamente educar todas as crianças, incluindo aquelas que possuam 
desvantagens severas. O mérito de tais escolas não reside somente no fato 
de que elas sejam capazes de prover uma educação de alta qualidade a todas 
as crianças: o estabelecimento de tais escolas é um passo crucial no sentido 
de modificar atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras e 
de desenvolver uma sociedade inclusiva. 
[...]
7 Princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças 
devem aprender juntas, sempre que possível, independentemente de quaisquer 
dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Escolas inclusivas devem 
reconhecer e responder às necessidades diversas de seus alunos, acomodando 
ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de 
qualidade a todos através de um currículo apropriado, arranjos organizacionais, 
estratégias de ensino, uso de recurso e parceria com as comunidades. Na 
verdade, deveria existir uma continuidade de serviços e apoio proporcional 
ao contínuo de necessidades especiais encontradas dentro da escola. 
8 Dentro das escolas inclusivas, crianças com necessidades educacionais 
especiais deveriam receber qualquer suporte extra requerido para assegurar uma 
educação efetiva. Educação inclusiva é o modo mais eficaz para construção 
de solidariedade entre crianças com necessidades educacionais especiais e 
seus colegas. O encaminhamento de crianças a escolas especiais ou a classes 
especiais ou a sessões especiais dentro da escola em caráter permanente, 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
deveriam constituir exceções, a ser recomendado somente naqueles casos 
infrequentes onde fique claramente demonstrado que a educação na classe 
regular seja incapaz de atender às necessidades educacionais ou sociais da 
criança, ou quando sejam requisitados em nome do bem-estar da criança 
ou de outras crianças.
Da política e organização:
16 Políticas educacionais em todos os níveis, do nacional ao local, 
deveriam estipular que a criança portadora de deficiência deveria frequentar 
a escola de sua vizinhança: ou seja, a escola que seria frequentada caso a 
criança não portasse nenhuma deficiência. Exceções à esta regra deveriam ser 
consideradas individualmente, caso por caso, em casos em que a educação 
em instituição especial seja requerida.
 17 A prática de desmarginalização de crianças portadoras de deficiência 
deveria ser parte integrante de planos nacionais que objetivem atingir 
educação para todos. Mesmo naqueles casos excepcionais em que crianças 
sejam colocadas em escolas especiais, a educação dela não precisa ser 
inteiramente segregada. Frequência em regime não-integral nas escolas 
regulares deveria ser encorajada. Provisões necessárias deveriam também ser 
feitas no sentido de assegurar inclusão de jovens e adultos com necessidade 
especiais em educação secundária e superior bem como em programa de 
treinamento. Atenção especial deveria ser dada à garantia da igualdade de 
acesso e oportunidade para meninas e mulheres portadoras de deficiências. 
18 Atenção especial deveria ser prestada às necessidades das crianças 
e jovens com deficiências múltiplas ou severas. Eles possuem os mesmos 
direitos que outros na comunidade, à obtenção de máxima independência 
na vida adulta e deveriam ser educados neste sentido, ao máximo de seus 
potenciais.
[...]
19 Políticas educacionais deveriam levar em total consideração as 
diferenças e situações individuais. A importância da linguagem de signos como 
meio de comunicação entre os surdos, por exemplo, deveria ser reconhecida 
e provisão deveria ser feita no sentido de garantir que todas as pessoas surdas 
tenham acesso à educação em sua língua nacional de signos. Devido às 
necessidades particulares de comunicação dos surdos e das pessoas surdas/
cegas, a educação deles pode ser mais adequadamente provida em escolas 
especiais ou classes especiais e unidades em escolas regulares.
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
[...]
26 O currículo deveria ser adaptado às necessidades das crianças, e não 
vice-versa. Escolas deveriam, portanto, prover oportunidades curriculares que 
sejam apropriadas à criança com habilidades e interesses diferentes. 
27 Crianças com necessidades especiais deveriam receber apoio 
instrucional adicional no contexto do currículo regular, e não de um currículo 
diferente. O princípio regulador deveria ser o de providenciar a mesma 
educação a todas as crianças, e também prover assistência adicional e apoio 
às crianças que assim o requeiram.
[...]
29 Para que o progresso da criança seja acompanhado, formas de 
avaliação deveriam ser revistas. Avaliação formativa deveria ser incorporada 
no processo educacional regular no sentido de manter alunos e professores 
informados do controle da aprendizagem adquirida, bem como no sentido 
de identificar dificuldades e auxiliar os alunos a superá-las.
30 Para crianças com necessidades educacionais especiais, uma rede 
contínua de apoio deveria ser providenciada, com variação desde a ajuda 
mínima na classe regular até programas adicionais de apoio à aprendizagemdentro da escola e expandindo, conforme necessário, à provisão de assistência 
dada por professores especializados e pessoal de apoio externo.
31 Tecnologia apropriada e viável deveria ser usada, quando necessário, 
para aprimorar a taxa de sucesso no currículo da escola e para ajudar na 
comunicação, mobilidade e aprendizagem. Auxílios técnicos podem ser 
oferecidos de modo mais econômico e efetivo se eles forem providos a partir 
de uma associação central em cada localidade, onde haja know-how que 
possibilite a conjugação de necessidades individuais e assegure a manutenção.
Ainda, sobre a Administração da escolar:
34 Diretores de escola têm a responsabilidade especial de promover 
atitudes positivas através da comunidade escolar e via arranjando uma 
cooperação efetiva entre professores de classe e pessoal de apoio. Arranjos 
apropriados para o apoio e o exato papel a ser assumido pelos vários parceiros 
no processo educacional deveria ser decidido através de consultoria e 
negociação.
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
35 Cada escola deveria ser uma comunidade coletivamente responsável 
pelo sucesso ou fracasso de cada estudante. O grupo de educadores, ao 
invés de professores individualmente, deveria dividir a responsabilidade pela 
educação de crianças com necessidades especiais. Pais e voluntários deveriam 
ser convidados assumir participação ativa no trabalho da escola. Professores, 
no entanto, possuem um papel fundamental enquanto administradores do 
processo educacional, apoiando as crianças através do uso de recursos 
disponíveis, tanto dentro como fora da sala de aula.
Recomenda a participação dos alunos com deficiência nas áreas 
prioritárias de atendimento:
Educação Infantil:
51 O sucesso de escolas inclusivas depende em muito da identificação 
precoce, avaliação e estimulação de crianças pré-escolares com necessidades 
educacionais especiais. Assistência infantil e programas educacionais para 
crianças até a idade de 6 anos deveriam ser desenvolvidos e/ou reorientados 
no sentido de promover o desenvolvimento físico, intelectual e social e a 
prontidão para a escolarização. Tais programas possuem um grande valor 
econômico para o indivíduo, a família e a sociedade na prevenção do 
agravamento de condições que inabilitam a criança. Programas neste nível 
deveriam reconhecer o princípio da inclusão e ser desenvolvidos de uma 
maneira abrangente, através da combinação de atividades pré-escolares e 
saúde infantil.
Preparação para a Vida Adulta 
53 Jovens com necessidades educacionais especiais deveriam ser 
auxiliados no sentido de realizarem uma transição efetiva da escola para o 
trabalho. Escolas deveriam auxiliá-los a se tornarem economicamente ativos 
e provê-los com as habilidades necessárias ao cotidiano da vida, oferecendo 
treinamento em habilidades que correspondam às demandas sociais e de 
comunicação e às expectativas da vida adulta. Isto implica em tecnologias 
adequadas de treinamento, incluindo experiências diretas em situações da 
vida real, fora da escola. O currículo para estudantes mais maduros e com 
necessidades educacionais especiais deveria incluir programas específicos 
de transição, apoio de entrada para a educação superior sempre que 
possível e, consequente, treinamento vocacional que os prepare a funcionar 
independentemente enquanto membros contribuintes em suas comunidades 
e após o término da escolarização. Tais atividades deveriam ser levadas a 
cabo com o envolvimento ativo de aconselhadores vocacionais, oficinas de 
trabalho, associações de profissionais, autoridades locais e seus respectivos 
serviços e agências.
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
[...]
Educação de Adultos e Estudos Posteriores 
55 Pessoas portadoras de deficiências deveriam receber atenção especial 
quanto ao desenvolvimento e implementação de programas de educação de 
adultos e de estudos posteriores. Pessoas portadoras de deficiências deveriam 
receber prioridade de acesso aos tais programas. Cursos especiais também 
poderiam ser desenvolvidos no sentido de atenderem às necessidades e 
condições de diferentes grupos de adultos portadores de deficiência.
Enfatiza a participação da família e comunidade:
57 A educação de crianças com necessidades educacionais especiais 
é uma tarefa a ser dividida entre pais e profissionais. Uma atitude positiva 
da parte dos pais favorece a integração escolar e social. Pais necessitam de 
apoio para que possam assumir seus papéis de pais de uma criança com 
necessidades especiais. O papel das famílias e dos pais deveria ser aprimorado 
através da provisão de informação necessária em linguagem clara e simples; 
ou enfoque na urgência de informação e de treinamento em habilidades 
paternas constitui uma tarefa importante em culturas onde a tradição de 
escolarização seja pouca. 
58 Pais const i tuem parceiros pr iv i legiados no que concerne às 
necessidades especiais de suas crianças, e desta maneira eles deveriam, o 
máximo possível, ter a chance de poder escolher o tipo de provisão educacional 
que eles desejam para suas crianças. 
59 Uma parceria cooperativa e de apoio entre administradores escolares, 
professores e pais deveria ser desenvolvida e pais deveriam ser considerados 
enquanto parceiros ativos nos processos de tomada de decisão. Pais deveriam 
ser encorajados a participar em atividades educacionais em casa e na escola 
(onde eles poderiam observar técnicas efetivas e aprender como organizar 
atividades extracurriculares), bem como na supervisão e apoio à aprendizagem 
de suas crianças.
FONTE: Procedimentos-Padrões das Nações Unidas para a Equalização de Oportunidades para 
Pessoas Portadoras de Deficiências, A/RES/48/96, Resolução das Nações Unidas adotada em Assembleia 
Geral.
Referência: Declaração de Salamanca
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
A Declaração de Salamanca foi um documento fundamental para 
impulsionar novas práticas educacionais que beneficiassem as pessoas com 
deficiência, valorizando a busca pelo repensar do espaço escolar e os rumos 
da educação especial, a fim de assegurar condições de acesso, participação 
e aprendizagem de todos, concebendo a escola como uma instituição que 
reconhece as diferenças.
1.3 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
A Política Nacional de Educação Especial de 1994, ficou conhecida como 
um documento que veio na contramão dos movimentos de educação para 
todos. Utilizou como foco o paradigma ainda integracionista, dando ênfase 
ao modelo clínico de deficiência e o caráter incapacitante dessas pessoas, 
criando-se barreiras de impedimento para sua inclusão educacional e social.
Este documento delineia as modalidades de atendimento em educação 
especial, dispondo as escolas e classes especiais, atendimento domiciliar, 
classe hospitalar e sala de recursos, ensino itinerante, estimulação essencial 
e as classes regulares.
Mantém a estrutura paralela e substitutiva da educação especial e o 
acesso da pessoa com deficiência ao ensino comum condicionado ao seu 
nível de aprendizagem e a sua capacidade de acompanhar o ritmo da turma 
onde estará inserido. Conforme nos mostra Brasil (1994),
Ambiente dito regular de ensino/aprendizagem, no qual também, são 
matriculados, em processo de integração instrucional, os portadores de 
necessidades especiais que possuem condições de acompanhar e desenvolver 
as atividades curriculares programadas do ensino comum, no mesmo ritmo 
que os alunos ditos normais (p.19).
Diante dessa configuração política, dá-se continuidade às práticas 
tradicionais que justificam a segregação em razão da deficiência. 
1.4 LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL – 
LDB 9.394 (1996)
 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional retoma o processo 
de políticas públicas para a escolarização da pessoa com deficiência, com 
respaldo no caráter substitutivoda educação especial, mesmo que ainda 
expresse a necessidade de atendimento às especificidades desta clientela 
inserida na escola comum. Caracteriza-se assim, a Educação Especial como 
uma modalidade de educação escolar e cita o “local” que preferencialmente 
ela deve acontecer, ou seja, no ensino comum.
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Outro aspecto relevante do texto da lei é de que se preconiza que os 
sistemas de ensino devam assegurar aos estudantes currículo, métodos e 
recursos para atender suas necessidades específicas. Para melhor compreensão, 
realizamos um recorte da LDB que trata com detalhes sobre a Educação 
Especial. Veja: 
CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Art. 58. Entende-se por educação especial, para efeitos desta Lei, a 
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular 
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio, especializado, na 
escola regular, para atender às peculiaridades da clientela da educação 
especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, 
não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem 
início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Art . 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com 
necessidades especiais:
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização 
específicas, para atender Às suas necessidades;
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível 
exigido para conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e 
aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; 
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, 
para atendimento especializado, bem como os professores do ensino regular 
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; 
IV – educação especial para o trabalho, visando sua efetiva integração na 
vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem 
capacidade de inserção no mercado de trabalho competitivo, mediante 
articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam 
uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora; 
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares 
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão 
critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, 
especializados e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de 
apoio técnico e financeiro para o Poder Público.
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
1.5 CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM 
DEFICIÊNCIA
A Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência outorgada pela 
ONU em 2006 e ratificada pelo Brasil através do decreto Legislativo 186/2008 
e Executivo 6949/2009, altera o conceito de deficiência ao considerar que:
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo 
de natureza física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas 
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em 
igualdade de condições com as demais pessoas (ONU, Art. 1).
E no seu Artigo 24 ao qual refere-se à Educação, destaca:
1 Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência 
à educação. Para efetivar esse direito sem discriminação e com base 
na igualdade de oportunidades, os Estados Partes assegurarão sistema 
educacional inclusivo em todos os níveis, bem como o aprendizado ao 
longo de toda a vida, com os seguintes objetivos:
a) O pleno desenvolvimento do potencial humano e do senso de dignidade 
e autoestima, além do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos, 
pelas liberdades fundamentais e pela diversidade humana.
b) O máximo desenvolvimento possível da personalidade e dos talentos e da 
criatividade das pessoas com deficiência, assim como de suas habilidades 
físicas e intelectuais.
c) A participação efetiva das pessoas com deficiência em uma sociedade livre. 
2 Para a realização desse direito, os Estados Partes assegurarão que:
a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional 
geral sob alegação de deficiência e que as crianças com deficiência não 
sejam excluídas do ensino primário gratuito e compulsório ou do ensino 
secundário, sob alegação de deficiência.
b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino primário inclusivo, 
de qualidade e gratuito, e ao ensino secundário, em igualdade de condições 
com as demais pessoas na comunidade em que vivem.
c) Adaptações razoáveis de acordo com as necessidades individuais sejam 
providenciadas.
d) As pessoas com deficiência recebam o apoio necessário, no âmbito do 
sistema educacional geral, com vistas a facilitar sua efetiva educação.
e) Medidas de apoio individualizadas e efetivas sejam adotadas em ambientes 
que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social, de acordo com a 
meta de inclusão plena. 
3 Os Estados Partes assegurarão às pessoas com deficiência a possibilidade de 
adquirir as competências práticas e sociais necessárias de modo a facilitar 
às pessoas com deficiência sua plena e igual participação no sistema de 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
ensino e na vida em comunidade. Para tanto, os Estados Partes tomarão 
medidas apropriadas, incluindo:
a) Facilitação do aprendizado do braile, escrita alternativa, modos, meios 
e formatos de comunicação aumentativa e alternativa, e habilidades de 
orientação e mobilidade, além de facilitação do apoio e aconselhamento 
de pares.
b) Facilitação do aprendizado da língua de sinais e promoção da identidade 
linguística da comunidade surda.
c) Garantia de que a educação de pessoas, em particular crianças cegas, 
surdocegas e surdas, seja ministrada nas línguas e nos modos e meios de 
comunicação mais adequados ao indivíduo e em ambientes que favoreçam 
ao máximo seu desenvolvimento acadêmico e social. 
4 A fim de contribuir para o exercício desse direito, os Estados Partes tomarão 
medidas apropriadas para empregar professores, inclusive professores com 
deficiência, habilitados para o ensino da língua de sinais e/ou do braile, e 
para capacitar profissionais e equipes atuantes em todos os níveis de ensino. 
Essa capacitação incorporará a conscientização da deficiência e a utilização 
de modos, meios e formatos apropriados de comunicação aumentativa e 
alternativa, e técnicas e materiais pedagógicos, como apoios para pessoas 
com deficiência. 
5 Os Estados Partes assegurarão que as pessoas com deficiência possam 
ter acesso ao Ensino Superior em geral, treinamento profissional de 
acordo com sua vocação, educação para adultos e formação continuada, 
sem discriminação e em igualdade de condições. Para tanto, os Estados 
Partes assegurarão a provisão de adaptações razoáveis para pessoas com 
deficiência. 
Podemos ainda destacar como marco pol í t ico e educacional a 
promulgação da Lei nº 10.436/02 que reconhece a Língua Brasileira de Sinais 
como meio legal de comunicação e expressão, determinando que sejam 
garantidas formas institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão, bem como 
a inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do currículo nos 
cursos de formação de professores e de fonoaudiologia. 
E ainda, a Portaria nº 2.678/02 que aprova as diretrizes e normas para 
o uso, o ensino, a produção e a difusão do Sistema Braile em todas as 
modalidades de ensino, compreendendo o projeto da Grafia Braile para a 
Língua Portuguesa e a recomendação para o seuuso em todo o território 
nacional.
Diante do proposto, impuls iona-se o processo de elaboração e 
desenvolvimento de propostas educacionais para assegurar o acesso, 
participação e permanência de todos os alunos no ensino regular.
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
2 A POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NA 
PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva, de 2008, trouxe novas concepções às atuações da educação especial, 
pois sua tarefa passa a ser de complementar a formação dos alunos com 
deficiência, com foco no ensino e aprendizagem, recursos de acessibilidade, 
permanência e participação de sua clientela no contexto do ensino comum.
O documento apresenta os marcos históricos e normativos da Educação 
Especial no Brasil e no Mundo, detalha o Diagnóstico da Educação Especial, 
pontua os objetivos dessa política e cria diretrizes de atendimento. 
 Devido à importância desta política e as influências que ela nos trouxe as 
práticas de educação inclusiva no nosso país, realizamos um recorte do texto, 
enfatizando algumas partes pertinentes ao nosso estudo e entendimento. Veja:
IV – Objetivo da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva tem como objetivo o acesso, a participação e a aprendizagem 
dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação nas escolas regulares, orientando os sistemas de 
ensino para promover respostas às necessidades educacionais especiais, 
garantindo: 
• Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a 
educação superior.
• Atendimento educacional especializado.
• Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino.
• Formação de professores para o atendimento educacional especializado e 
demais profissionais da educação para a inclusão escolar.
• Participação da família e da comunidade. 
• Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos, 
nos transportes, na comunicação e informação; e 
• Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas. 
V – Alunos atendidos pela Educação Especial
[...]
Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial passa a 
integrar a proposta pedagógica da escola regular, promovendo o atendimento 
às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência, transtornos 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. Nestes casos 
e outros, que implicam em transtornos funcionais específicos, a educação 
especial atua de forma articulada com o ensino comum, orientando para o 
atendimento às necessidades educacionais especiais desses alunos. 
A educação especial direciona suas ações para o atendimento às 
especificidades desses alunos no processo educacional e, no âmbito de uma 
atuação mais ampla na escola, orienta a organização de redes de apoio, a 
formação continuada, a identificação de recursos, serviços e o desenvolvimento 
de práticas colaborativas. 
[...]
A partir dessa conceituação, considera-se pessoa com deficiência aquela 
que tem impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental ou sensorial 
que, em interação com diversas barreiras, podem ter restringida sua participação 
plena e efetiva na escola e na sociedade. Os alunos com transtornos globais 
do desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações qualitativas das 
interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses 
e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo 
alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose infantil. 
Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado 
em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, 
acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande 
criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas 
de seu interesse. 
VI – Diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva 
A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os 
níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, 
disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no 
processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular. 
O atendimento educacional especializado tem como função identificar, 
elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as 
barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades 
específ icas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional 
especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não 
sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou 
suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência 
na escola e fora dela. 
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Dentre as atividades de atendimento educacional especializado, são 
disponibil izados programas de enriquecimento curricular, o ensino de 
linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização e tecnologia 
assistiva. Ao longo de todo o processo de escolarização, esse atendimento deve 
estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum. O atendimento 
educacional especializado é acompanhado por meio de instrumentos que 
possibilitem monitoramento e avaliação da oferta realizada nas escolas da rede 
pública e nos centros de atendimento educacional especializados públicos 
ou conveniados. 
O acesso à educação tem início na educação infantil , na qual se 
desenvolvem as bases necessárias para a construção do conhecimento e 
desenvolvimento global do aluno. Nessa etapa, o lúdico, o acesso às formas 
diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos, 
emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com as 
diferenças favorecem as relações interpessoais, o respeito e a valorização da 
criança. 
Do nascimento aos três anos, o atendimento educacional especializado 
se expressa por meio de serviços de estimulação precoce, que objetivam 
otimizar o processo de desenvolvimento e aprendizagem em interface com 
os serviços de saúde e assistência social. Em todas as etapas e modalidades 
da educação básica, o atendimento educacional especializado é organizado 
para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória 
dos sistemas de ensino. Deve ser realizado no turno inverso ao da classe 
comum, na própria escola ou centro especializado que realize esse serviço 
educacional. Desse modo, na modalidade de educação de jovens e adultos e 
educação profissional, as ações da educação especial possibilitam a ampliação 
de oportunidades de escolarização, formação para ingresso no mundo do 
trabalho e efetiva participação social. 
A interface da educação especial na educação indígena, do campo e 
quilombola deve assegurar que os recursos, serviços e atendimento educacional 
especializado estejam presentes nos projetos pedagógicos construídos com 
base nas diferenças socioculturais desses grupos.
 Na educação superior, a educação especial se efetiva por meio de 
ações que promovam o acesso, a permanência e a participação dos alunos. 
Estas ações envolvem o planejamento e a organização de recursos e serviços 
para a promoção da acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos 
sistemas de informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem 
ser disponibilizados nos processos seletivos e no desenvolvimento de todas as 
atividades que envolvam o ensino, a pesquisa e a extensão. Para o ingresso dos 
alunos surdos nas escolas comuns, a educação bilíngue – Língua Portuguesa/
 CURSO LIVRE - LEISDA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Libras desenvolve o ensino escolar na Língua Portuguesa e na língua de sinais, 
o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua na modalidade escrita 
para alunos surdos, os serviços de tradutor/intérprete de Libras e Língua 
Portuguesa, e o ensino da Libras para os demais alunos da escola. 
O atendimento educacional especializado para esses alunos é ofertado 
tanto na modalidade oral e escrita quanto na língua de sinais. Devido à 
diferença linguística, orienta-se que o aluno surdo esteja com outros surdos em 
turmas comuns na escola regular. O atendimento educacional especializado é 
realizado mediante a atuação de profissionais com conhecimentos específicos 
no ensino da Língua Brasileira de Sinais, da Língua Portuguesa na modalidade 
escrita como segunda língua, do sistema Braille, do Soroban, da orientação 
e mobilidade, das atividades de vida autônoma, da comunicação alternativa, 
do desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos programas de 
enriquecimento curricular, da adequação e produção de materiais didáticos 
e pedagógicos, da utilização de recursos ópticos e não ópticos, da tecnologia 
assistiva e outros. 
A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera tanto o 
conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto às 
possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma ação pedagógica 
processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao 
seu progresso individual, prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos 
que indiquem as intervenções pedagógicas do professor. No processo de 
avaliação, o professor deve criar estratégias considerando que alguns alunos 
podem demandar ampliação do tempo para a realização dos trabalhos e o 
uso da língua de sinais, de textos em Braile, de informática ou de tecnologia 
assistiva como uma prática cotidiana. 
Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na 
perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, 
tradutor/intérprete de Libras e guia-intérprete, bem como de monitor ou 
cuidador dos alunos com necessidade de apoio nas atividades de higiene, 
alimentação, locomoção, entre outras, que exijam auxílio constante no 
cotidiano escolar. 
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da 
sua formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da 
docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a 
sua atuação no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter 
interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, 
nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, 
nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas 
classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços 
e recursos de educação especial. 
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Para assegurar a intersetorialidade na implementação das políticas 
públicas a formação deve contemplar conhecimentos de gestão de sistema 
educacional inclusivo, tendo em vista o desenvolvimento de projetos em 
parceria com outras áreas, visando à acessibil idade arquitetônica, aos 
atendimentos de saúde, à promoção de ações de assistência social, trabalho 
e justiça. 
Os sistemas de ensino devem organizar as condições de acesso aos 
espaços, aos recursos pedagógicos e à comunicação que favoreçam a 
promoção da aprendizagem e a valorização das diferenças, de forma a atender 
às necessidades educacionais de todos os alunos. A acessibilidade deve ser 
assegurada mediante a eliminação de barreiras arquitetônicas, urbanísticas, 
na edificação – incluindo instalações, equipamentos e mobiliários – e nos 
transportes escolares, bem como as barreiras nas comunicações e informações.
3 PROGRAMAS E AÇÕES DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO 
INCLUSIVO DOS SISTEMAS DE ENSINO
No decorrer dos últimos anos, o Ministério da Educação implementa, em 
parceria com os sistemas de ensino, ações e programas para atender a Política 
de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Apresentaremos 
aqui alguns deles.
3.1 PROGRAMA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: DIREITO À 
DIVERSIDADE
Objetiva a transformação dos sistemas educacionais em sistemas 
educacionais inclusivos. Consiste na realização de seminários nacionais 
de formação dos coordenadores, com disponibilidade de materiais e apoio 
financeiro para a formação em cada município-polo.
3.2 PROGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DE SALAS DE RECURSO 
MULTIFUNCIONAIS
As salas de recursos multifuncionais consistem em espaços para oferta 
do Atendimento Educacional Especializado, complementar a escolarização 
de estudantes da Educação Especial. Estas salas estão situadas dentro do 
contexto do ensino comum, selecionadas pelo gestor da rede de ensino, que 
disponibiliza o espaço físico e o professor do AEE.
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3.3 PROGRAMA ESCOLA ACESSÍVEL
Disponibiliza recursos para ações de acessibilidade nas escolas públicas, 
promovendo o acesso e participação da pessoa com deficiência nos ambientes 
escolares. Prevê-se despesas de custeio e capital para adequações estruturais 
e para acessibilidade, além da aquisição de recurso de tecnologia assistiva.
3.4 PROJETO LIVRO ACESSÍVEL
Tem por objetivo promover a acessibilidade no âmbito dos Programas 
do Livro MEC/FNDE, para estudantes com deficiência visual matriculados 
nas escolas públicas, através de livros em formatos acessíveis. Assim, livros 
didáticos e paradidáticos no formato braile são distribuídos para todo o 
país. O projeto Livro Acessível realiza a produção das obras escolhidas pelas 
escolas, seguindo o cronograma estabelecido no âmbito dos programas de 
distribuição de livros do MEC.
É possível também ter acesso ao Dicionário Enciclopédico Ilustrado 
Trilíngue Libras - Língua Portuguesa e Inglês, para atender às necessidades 
de ensino e de aprendizagem de estudantes com surdez, matriculados no 
sistema regular de ensino.
3.5 PROLIBRAS – PROGRAMA NACIONAL PARA A 
CERTIFICAÇÃO DE PROFICIÊNCIA NO USO E ENSINO 
DA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS – LIBRAS E PARA A 
CERTIFICAÇÃO DE PROFICIÊNCIA EM TRADUÇÃO E 
INTERPRETAÇÃO DA LIBRAS/LÍNGUA PORTUGUESA
Este programa tem como objetivo a certificação de proficiência no uso 
e ensino de Libras e na tradução e interpretação da Libras.
3.6 CENTROS DE FORMAÇÃO E RECURSOS – CAP, CAS e 
NAAH/S
Os Centros de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com 
Deficiência – CAP e o Núcleo de Apoio Pedagógico e Produção Braile – NAPPB 
são centros de apoio técnico e pedagógico aos estudantes com deficiência 
visual. 
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Os Centros de Formação de Profissionais da Educação e de Atendimento 
às Pessoas com Surdez – CAS, têm por objetivo promover a educação bilíngue, 
através da formação continuada a professores do AEE.
Os Núcleos de Atividades para Alunos com Altas Habilidades/Superdotação 
– NAAH/S, têm como função orientar os sistemas de ensino quanto às 
necessidades específicas dos alunos com altas habilidades/superdotação.
 CURSO LIVRE - LEIS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal do Brasil de 1988. Disponível em: <www.
senado.gov.br/con1988>. Acesso em: 12 abr. 2016.
_______. Educação Especial Legislação. 1997. Disponível em: <www.mec.
gov.br>. Acesso em: 15 abr.2016
_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei no. 9.394, de 
20 de dezembro de 1996. D.O.U. de dezembro de 1996.
_______. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da 
Educação Inclusiva. Documento pelo grupo de trabalho nomeado pela 
Portaria Ministerial no 555, de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria 
no 948, de 09 de outubro de 2008. Disponível em: <portal.mec.gov.br/
seesp/arquivos/pdf/política.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2016.
______. ParâmetrosCurriculares Nacionais. Brasília. MEC/SEF, 1997.
______. Diretrizes nacionais para a educação especial na educação 
básica. Brasília.MEC/SEESP, 2001.
______. Plano Nacional de Educação. Brasília. Casa Civil da Presidência da 
República, 2001.
_________ A deficiência auditiva na idade escolar – cartilha. Programa 
de saúde auditiva. Bauru: H.P.R.L.L.P. USP, FUNCRAF, Secretaria de Saúde do 
Estado de São Paulo.
LUCKASSON, R.; COULTER, D. L.; POLLOWAY, E. A.; REISS, S.; SCHALOCK, 
R. L.; SNELL, M. E. et al. Mental Retardation – definition, classification, 
and systems of support. Washington, DC: American Association on Mental 
Retardation, 1992.
ONU. Declaração de Salamanca: princípios, política e prática em 
educação especial. 1994. Disponível em: <www.direitoshumanos.usp.br>. 
Acesso em: 26 abr. 2016.

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