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Livro de Revisão 3 Sociologia Oldimar Pontes Cardoso ©Editora Positivo Ltda., 2017 Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, por qualquer meio, sem autorização da Editora. Dados Internacionais para Catalogação na Publicação (CIP) (Maria Teresa A. Gonzati / CRB 9-1584 / Curitiba, PR, Brasil) C268 Cardoso, Oldimar Pontes. Sociologia : livro de revisão / Oldimar Pontes Cardoso. – Curitiba : Positivo, 2017. v. 3 : il. ISBN 978-85-467-1731-6 (aluno) ISBN 978-85-467-1718-7 (professor) 1. Ensino médio. 2. Sociologia – Estudo e ensino. I. Título. CDD 373.33 Livro do ProfessorLivro do Professor Ensino Médio 2 Livro de Revisão 3 1. Poder, dominação e política Conceito de dominação O poder é exercido por meio da “imposição da vontade”. Segundo Marx Weber (1864-1920), o conceito de poder é mais genérico que o conceito de dominação. O poder é exercido em inúmeras situações do cotidiano, por exemplo, poder de mando, poder de compra, etc. A dominação envolve uma relação de mando e de obediência, devendo ser aceita para que seja considerada legítima. Para explicar o processo moderno de legitimação da dominação, Weber recorreu a três formas “puras” de dominação. • Dominação tradicional – assenta-se em uma relação de fidelidade. • Dominação carismática – assenta-se nas virtudes do líder. A monarquia é um exemplo de dominação tradicional. AMÉRICO, Pedro. D. Pedro II na abertura da Assembleia Geral. 1872. 1 óleo sobre tela, color., 288 cm × 205 cm. Museu Imperial, Petrópolis. O líder do movimento pela independência da Índia, Mahatma Gandhi, exercia uma dominação carismática. O poder nas organizações modernas – Estado e empresas capitalistas – justifica-se pela competência e racionalidade das escolhas. • Dominação “legal-racional” (ou burocrática) – apoia-se no poder do direito formal e impessoal: “todos são iguais perante a lei”. A administração burocrática representa o “tipo puro” de domínio legal, sendo o poder fundado na “competência”. Weber ressalta os aspectos positivo e negativo do avanço da burocratização da sociedade moderna: • a burocracia garante a funcionalidade dos processos políticos e econômicos (aspecto positivo); • a burocratização da vida pode aniquilar as liberdades individuais: o indivíduo se veria preso em uma “jaula de ferro” (aspecto negativo). Para Weber, somente o sistema parlamentar, ou seja, a democracia, com a fiscalização do Executivo, é capaz de barrar o aspecto negativo da burocratização da vida. M us eu Im pe ria l/F ot óg ra fo d es co nh ec id o © W ik im ed ia C om m on s/ Fo tó gr af o de sc on he ci do © iS to ck ph ot o. co m /O nd in e3 2 3Sociologia Poder e política no Brasil A organização burocrática é um dos aspectos do Estado e corresponde a três setores: Setor governamental Setor produtivo Setor econômico No Brasil, o Estado atuou como responsável pelos desenvolvimentos econômico e social do país. As consequências dessa ação foram o crescimento das funções estatais, a autonomização da burocracia e um déficit democrático, ou seja, a redução das liberdades individuais e a diminuição da zona de disputas políticas da sociedade. As gramáticas políticas do Estado brasileiro retratam a maneira como ele se relacionou com a sociedade. Elas são de quatro tipos. 1. (UNIOESTE – PR) Assinale a alternativa CORRETA. Segundo a definição de Estado proposta pelo sociólogo alemão Max Weber (1964-1920), o que caracteriza e diferencia o Estado Moderno de outras associações no interior das sociedades é X a) o exercício do monopólio do uso da violência legítima em um território. b) a racionalidade dos processos de produção. c) a presença de um grande corpo de burocratas no exercício das funções. d) um sistema legislativo composto por deputados e senadores eleitos pelo voto popular. e) o patrimonialismo das elites dominantes. 2. (UNISC – RS) Max Weber estuda a sociedade de seu tempo, buscando entender os mecanismos e processos relevantes da vida social; ele conclui que a sociedade contemporânea, tomada pela burocracia, substituiu as antigas formas de dominação por uma nova, cuja efi- cácia supera os controles das sociedades anteriores. Alguns dos enunciados a seguir poderão estar relaciona- dos ao texto acima. 1) Regulação do trabalho industrial em seus processos de produção. 2) O auge do espírito racional é o Romantismo do século XIX. 3) A burocracia está presente na indústria, na educação e na guerra. 4) O avanço crescente da formação técnica e exigência profissional no trabalho. 5) Regulação pública das profissões. Assinale a alternativa correta. a) Todos os enunciados estão corretos. b) Todos os enunciados estão incorretos. c) Somente os enunciados 1 e 2 estão corretos. d) Somente os enunciados 3 e 5 estão corretos. X e) O único enunciado incorreto é o 2. 3. (UFU – MG) Nas Ciências Sociais, particularmente na Ciência Política, definir o Estado sempre foi uma tarefa prioritária. As tentativas nesta direção fizeram com que vários intelectuais vissem o Estado de formas diferentes, Corporativismo: sociedade constituída por agrupamentos profissionais organizados, tutelados pelo Estado autoritário. Exemplo: primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945). Clientelismo: troca de favores entre quem detém o poder e quem vota. Exemplo: populismo (1945-1964). Insulamento burocrático: “ilhas de racionalidade” no Estado para controlar o clientelismo. Exemplo: Ditadura Militar (1964-1985). Universalismo de procedimentos: impessoalização dos procedimentos administrativos. Exemplo: período atual. 4 Livro de Revisão 3 com naturezas diferentes. Numa palestra intitulada Política como vocação, Max Weber nos adverte, por exemplo, que o Estado pode ser entendido como uma relação de homens dominando homens. No trecho da canção d´O Rappa, Tribunal de Rua, domi- nação é o que se percebe, também, na relação entre cidadãos e policiais (braço armado do Estado). A viatura foi chegando devagar E de repente, de repente resolveu me parar Um dos caras saiu de lá de dentro Já dizendo, aí compadre, você perdeu Se eu tiver que procurar você tá f[...] Acho melhor você ir deixando esse flagrante co- migo [...]. (O Rappa. Lado A Lado B. Warner, 1999.) A partir da perspectiva weberiana, relacionada ao trecho da canção acima, evidencia-se que a dominação do Estado: X a) é exercida pela autoridade legal reconhecida, daí caracterizar-se fundamentalmente como dominação racional legal. b) é estabelecida por meio da violência prioritariamente exercida contra grupos e classes excluídos social e economicamente. c) ocorre a partir da imposição da razão de Estado, ainda que contra as vontades dos cidadãos que, normal- mente, àquela resistem. d) a exemplo da dominação de outras instituições, opera de forma genérica, exterior e coercitiva. 4. (ENEM) A crescente intelectualização e racionalização não indicam um conhecimento maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa a cren- ça em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse conhecimento a qualquer momento. Não há for- ças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas as coisas pelo cálculo. WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H.; MILLS, W. (Org.). Max Weber: ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 [adaptado]. Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do processo de desencantamento do mundo evidencia o(a): a) progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo. b) extinção do pensamento mítico como um desdobra- mento do capitalismo. c) emancipação como consequência do processo de racionalização da vida. X d) afastamento de crenças tradicionais como uma carac- terística da modernidade. e) fim do monoteísmo como condição para consolidação da ciência. 2. Democracia e cidadania Democracia representativa e participativa Democracia representativa ou democraciaindireta é um regime de governo em que os cidadãos elegem os repre- sentantes que possam defender, gerir, estabelecer e executar todos os interesses da população. A base da democracia representativa é o voto direto. No Brasil, vigora a democracia representativa, com voto obrigatório. Os cidadãos elegem por meio de voto os prin- cipais representantes do Executivo (presidente da República, governadores e prefeitos) e do Legislativo (senadores, deputados e vereadores). A democracia participativa se origina da democracia representativa. Esta última possibilita aos cidadãos interferir em algu- mas questões políticas de modo mais ativo, por meio de referendos, plebiscitos, audiências públicas, entre outros recursos. O sistema de governo brasileiro é caracterizado por um presidencialismo de coalização. Apesar de o presidente ser eleito pelo voto direto, ele precisa compor uma aliança com vários partidos políticos a fim de governar. 5Sociologia Cidadania: uma construção histórica No ensaio Cidadania e classe social (1950), o sociólogo britânico T. H. Marshall elaborou um quadro de indicadores concretos da cidadania, dividido em três tipos. A Revolução Francesa (1789) é um marco na luta pela conquista da cidadania civil. HÖUEL, Jean-Pierre. A tomada da Bastilha. 1789. 1 aquarela, color., 50,5 cm × 37,8 cm. Biblioteca Nacional da França, Paris. A cidadania social caracteriza-se pela conquista de direitos sociais, entre eles à saúde, à educação, à segurança, ao trabalho e ao transporte público e de qualidade. Em 1984, movimentos sociais lutavam pelo direito de eleger o presidente da República. Manifestação em Porto Alegre. Fotografia de Alfonso Abraham. • Cidadania política – marca o fim do século XIX e garante a participação do indivíduo no poder político (direito à elegibili- dade e direito de eleger um governante). • Cidadania social – marca a segunda metade do século XX e garante o acesso a um mínimo de bem-estar e segurança materiais, para que sejam garantidas condições elementares de participação do indivíduo na vida política. Clientelismo e Estado O Estado brasileiro admite a existência de um número elevado de cargos de “livre nomeação”. O preenchimento desses cargos não atende a um critério burocrático-racional guiado pela competência, visto que é norteado pela troca de favores políticos. Participação política e movimentos sociais A igualdade de voto não equivale a uma igualdade econômica e social. A desigualdade persiste até mesmo entre os envolvidos em um processo eleitoral. A luta política não se restringe ao processo eleitoral. Grupos sociais com interesses diversos lutam com o objetivo de influenciar as decisões políticas para que seus interesses sejam contemplados. Ag ên ci a Se na do Fe de ra l/A lfo ns o Ab ra ha m Bi bl io te ca N ac io na l d a Fr an ça © 12 3R F/ Fe rli A ch iru lli • Cidadania civil – marca o fim do século XVIII e o início do século XIX e corresponde aos direitos fundamentais (liber- dade, vida, propriedade e igualdade perante a lei). 6 Livro de Revisão 3 1. (UNIOESTE – PR) A palavra democracia é originada do termo grego demokratía, composta por demos (povo) e kratos (poder). Em relação à ideia de democracia, é CORRETA a seguinte passagem: a) são fundamentais a honra, a virtude e o medo para que uma sociedade democrática funcione plenamente. b) democracia envolve o domínio total do ser humano, eliminando a distinção entre o público e o privado. c) com o capitalismo, surgiram as sociedades discipli- nares, que exercem um poder sobre os corpos dos indivíduos. As instituições disciplinares levam os indivíduos a ser conhecidos, controlados e explora- dos, garantindo assim sociedades cada vez mais democráticas. X d) a democracia implica a ideia de participação popular nas decisões políticas. Na democracia, o poder polí- tico é exercido nos limites estabelecidos pela lei. e) a democracia pressupõe igualdade, liberdade e par- ticipação. Nesse sentido, podemos AFIRMAR que o surgimento da mesma ocorreu na Idade Média, por interferência direta da igreja nas questões relaciona- dos ao poder político. 2. (UNISC – RS) O clientelismo é uma das características históri- cas da política brasileira. Pode ser definido como uma relação de troca de favores entre agentes po- líticos, agentes econômicos e cidadãos. O histo- riador José Murilo de Carvalho define o cliente- lismo como um tipo de relação que “envolve a concessão de benefícios públicos, na forma de empregos, benefícios fiscais, isenções, em troca de apoio político, sobretudo na forma de voto”. (CARVALHO, J. M. Mandonismo, coronelismo, clientelismo: uma discussão conceitual. Dados, v. 40, n. 2, 1997, p. 229-250.) Com base na citação acima, indique a alternativa que não constitui uma prática de clientelismo. a) Um candidato a cargo político faz entrega de “ran- chos” em bairros pobres em troca de votos. b) No início do século XX, era comum o coronelismo, sis- tema em que o “coronel” local, por comandar um lote de “votos a cabresto”, era o intermediário dos serviços públicos prestados pelo poder central aos cidadãos. c) Um empresário promete apoio da empresa a um can- didato a presidente em troca de isenção de impostos na nova unidade da empresa. X d) Cada beneficiário do programa Bolsa Família retira, usualmente, o benefício no banco, utilizando seu car- tão bancário, sem necessidade do apoio ou interven- ção de algum agente político. e) Os donos de uma empresa de radiodifusão promovem uma cobertura jornalística amistosa acerca das ações do governo após terem obtido redução de impostos para as emissoras de comunicação. 3. (UEM – PR) Passava da meia noite quando o escrutínio ter- minou. Os votos válidos não chegavam a vinte e cinco por cento, distribuídos pelo partido da di- reita, treze por cento, pelo partido do meio, nove por cento e pelo partido da esquerda, dois e meio por cento. Pouquíssimos os votos nulos, pouquís- simas as abstenções. Todos os outros, mais de se- tenta por cento, estavam em branco. (SARAMAGO, J. Ensaio sobre a lucidez. São Paulo: Cia. das Letras, 2004. p. 24.) Considerando a citação e as análises sociológicas sobre as democracias modernas, assinale o que for correto. X (01) O funcionamento das democracias atuais também está relacionado à livre eleição de representan- tes políticos que possam competir pelos votos da população. (02) Os governos democráticos não permitem espaços de contestação política por parte da população por- que representam a vontade da maioria. X (04) O texto de Saramago apresenta um contexto apo- lítico, em que as pessoas despolitizam o processo eleitoral por considerá-lo irrelevante. X (08) O exercício da cidadania nos governos democráti- cos pressupõe a existência de condições políticas e sociais que possibilitem formas de participação civil. X (16) O conceito de “cultura política” refere-se ao con- junto de valores e perspectivas que conferem sentido ao processo político e orientam o compor- tamento de seus atores. Somatório: 29 (01 + 04 + 08 + 16) 7Sociologia 4. (UFU – MG) Leituras comuns acerca da democracia associam seu conteúdo, exclusivamente, ao universo eleitoral. Todavia, outras dimensões da democracia são igualmente importantes, como testemunha o trecho a seguir da canção “Da lama ao caos”, de Chico Science e a Nação Zumbi. Oh, Josué eu nunca vi tamanha desgraça Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça Peguei o balaio, fui na feira roubar tomate e cebola Ia passando uma velha, pegou a minha cenoura Aí minha velha, deixa a cenoura aqui Com a barriga vazia não consigo dormir E com o bucho mais cheio comecei a pensar Que eu me organizando posso desorganizar Que eu desorganizando posso me organizar Que eu me organizando posso desorganizar [...]. Nessa canção, uma outra dimensão da democracia, além da eleitoral, é apresentada por meio da noção de: X a) Participação política,presente no verso “Que eu me organizando posso desorganizar”. b) Solidariedade, presente no verso “Quanto mais misé- ria tem, mais urubu ameaça”. c) Respeito à diversidade, presente no verso “E com o bucho mais cheio comecei a pensar”. d) Igualdade econômica e social, presente no verso “Peguei o balaio, fui na feira roubar tomate e cebola”. 3. Sociedade de consumo Advento da sociedade de consumo O ato de consumir não se limita à satisfação das necessidades dos seres humanos; ele se vincula a como satisfazer a essas necessidades considerando as escolhas e as preferências pessoais por produtos (mercadorias). O capitalismo consolida o sistema de produção e a troca de mercadorias. • Valor de uso da mercadoria – satisfaz às necessidades de quem a compra. • Valor de troca da mercadoria – corresponde à quantidade de trabalho necessário para produzi-la. © iS to ck ph ot o. co m /In qu ie ta O valor de uso de uma mercadoria nem sempre corresponde ao seu valor de troca. • Mais-valia – a diferença entre o valor que o trabalhador produz e o salá- rio que recebe é um excedente apropriado pelo capitalista na forma de lucro. • Fetiche da mercadoria – segundo Karl Marx (1818-1883), a mercado- ria oculta a sua verdadeira natureza: a de ser produto de um trabalho humano e das relações sociais concretas. Da ética da poupança ao consumo como prática social Como características do capitalismo no início do século XX, destacam-se as seguintes. • Formação das grandes corporações (controle do mercado por um número reduzido de grupos econômicos). • Crédito convertido em uma mercadoria, cujo preço é o juro. Os juros possibilitam o crescimento dos negócios bancários. 8 Livro de Revisão 3 A publicidade passa a trabalhar ao lado da produção para estimular o consumo e a rápida circulação de mercadorias. Em países como Inglaterra e Estados Unidos, havia uma barreira a ser vencida: a pro- pensão dos indivíduos a poupar muito e a gastar pouco. Esse comportamento foi des- crito pelo sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) como a ética protestante. Weber relacionou tal comportamento ao ethos do protestantismo puritano, que pregava uma vida ascética e o trabalho regrado. Foi nesse contexto que a publicidade e as técnicas de marketing se estabeleceram a fim de persuadir os indivíduos a consumir. A valorização do pecúlio prejudica a expansão do consumo. Assim, a publicidade atua para criar “necessidades” de consumo. Fordismo e o advento da publicidade A publicidade se transformou com o fordismo – sistema de produção em massa que tinha por base uma linha de montagem, implementada pelo engenheiro estadunidense Henry Ford. Com a produção em massa, ocorreu o aumento da produção e seu barateamento, o que permitiu a uma grande parcela da população ter acesso ao consumo de bens e serviços. A publicidade caminhou lado a lado com o crescimento do consumo de massa na sociedade, adaptando-se rapida- mente aos novos produtos e às novas tecnologias que surgiram no decorrer do século XX. 1. (UEM – PR) Considerando as relações entre mercado, consumo e alienação nas sociedades capitalistas, assi- nale o que for correto. X (01) O consumo pode ser pensado como algo vinculado à produção, que está dividida em quatro fases dife- rentes: produção propriamente dita, distribuição, troca e consumo. X (02) Cada mercadoria produzida tem um valor de uso, que é dado pela sua materialidade e pelo traba- lho concreto nela consubstanciado, e um valor de troca, que é definido pelo valor a ela atribuído no circuito das trocas. (04) Nas sociedades ocidentais modernas, as mercado- rias são adquiridas em razão de seus valores de uso. Logo a marca do produto não é elemento rele- vante na hora de efetuar a compra. X (08) Na sociedade capitalista, o consumo de merca- dorias está relacionado ao sentimento de inclusão social e ao exercício da cidadania. (16) Um dos benefícios proporcionados pelo consumo de produtos de marca é garantir ao consumidor prestígio, sucesso e identidade pessoal. Somatório: 11 (01 + 02 + 08) 2. (UFPA) Atualmente experimentamos profundas trans- formações, em todas as dimensões da sociedade, que levaram a uma reestruturação radical do setor produtivo. É uma das CONSEQUÊNCIAS desse processo: a) Promove-se a organização da classe trabalhadora e fortalecem-se os sindicatos, uma vez que agora estes possuem um poder de pressão maior sobre os empresários. b) As empresas que passaram por um processo de rees- truturação produtiva conseguiram obter vantagens comerciais porque, ao fazerem um intenso investi- mento em tecnologia, reduziram consideravelmente o desemprego tecnológico, ao mesmo tempo em que criaram mais postos de trabalho. © iS to ck ph ot o. co m /fl yf lo or X c) A fragmentação do mundo do trabalho e a prática empresarial da terceirização tendem a criar uma rede complexa e diversificada na qual surgem novos esta- tutos precários de emprego e salário. d) Conquistam-se novos benefícios sociais e garantem- -se benefícios já conquistados, na medida em que as empresas contratantes, ao livrarem-se dos encargos sociais e legais impostos pelo Estado, acrescentam os valores correspondentes nos salários dos trabalhado- res, a título de incentivo. e) Existe uma espécie de degradação do trabalho na maioria dos setores da economia, que é determi- nada, em grande medida, pelo pouco interesse que os jovens possuem em relação à sua própria qualifi- cação; o que nada tem a ver com os processos decor- rentes da lógica do capitalismo. 3. (UNIOESTE – PR) A burguesia só pode existir com a condição de revolucionar incessantemente os instrumentos de produção, por conseguinte, as relações de produ- ção e, com isso, todas as relações sociais. MARX, K; ENGELS, F. O Manifesto Comunista 150 anos depois. Rio de Janeiro: Contraponto; São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1998. O trecho reproduzido acima destaca uma característica fundamental da burguesia no desenvolvimento do capi- talismo, marque a alternativa correta. X a) O dinamismo social da burguesia. b) O caráter estático da burguesia. c) O caráter restrito da produção sob a condução da burguesia. d) O tradicionalismo da burguesia. e) A negação da inovação tecnológica por parte da burguesia. 4. (UEM – PR) Assinale o que for correto sobre as condições da gênese do capitalismo moderno. X (01) A contabilidade racional dos capitais é norma para as transações financeiras. X (02) Os meios materiais de produção são apropriados como propriedade livre por empresas industriais ou comerciais. (04) Somente determinados estamentos participam do mercado como consumidores. X (08) Técnicas racionais, calculáveis e mecanizadas são aplicadas tanto na produção quanto no transporte de bens. X (16) A cobertura das necessidades econômicas é orientada, visando oportunidades de mercado e rentabilidade. Somatório: 27 (01 + 02 + 08 + 16) 5. (UEM/PAS – PR) Segundo a autora Katya Picanço, As propagandas, os programas televisivos, os filmes e as novelas passam a ideia de que com a posse de objetos – celulares, tênis, roupas, mo- chilas, bonés, chaveiros, cosméticos, acessórios, eletrodomésticos – todos terão uma satisfação imediata e universal. Como se o fato de consumir garantisse uma vida boa e melhor. PICANÇO, K. Ideologia. In: LORENSETTI, E. et al. Sociologia. Curitiba: SEED-PR, 2006. p. 206. Com base na citação acima, é correto afirmar que: X (01) As propagandas de mercadorias nos meios de comunicação são feitas de maneira a transmitirem a ideia de que a posse de determinados objetos é fundamental para trazer a felicidade para todos os indivíduos. X (02) As propagandas são veículos de difusão de uma ideologia consumista. (04) A propaganda não visa à realização de lucros por parte das empresas que a patrocinam, mas leva em conta o que é melhor para a vida dos seres humanos, e por isso pode se dirigir aos sentimen- tos do consumidor.(08) A propaganda serve para esclarecer bem o consu- midor, que nela encontra as informações necessá- rias para um adequado uso das mercadorias que são objeto da publicidade. (16) A propaganda é uma forma de arte por meio da qual os publicitários se expressam, independente- mente de interesses comerciais. Somatório: 03 (01 + 02) 9Sociologia 4. Indústria cultural e meios de comunicação Indústria cultural O primeiro uso sistemático e analítico da expressão “indústria cultural” encontra-se na crítica que a Escola de Frankfurt fez à cul- tura de massa. Para os filósofos alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973), fundadores da Escola de Frankfurt, a lógica do capitalismo invadiu todas as esferas da vida. As indústrias culturais facilitam um consumo automático, fácil e rápido, ou seja, passivo. • Antes do advento do fordismo, cultura e artes eram concebidas como meios de emancipação e liberdade dos indivíduos. • Os produtos culturais são padronizados de modo que não provoquem uma reação reflexiva. • O consumo está longe de representar um progresso histórico pela emancipação dos indivíduos, já que o consumo de massa está marcado por um processo de dominação e alienação. A indústria cultural acaba assimilando os movimentos artísticos que questionam a reprodução cultural vigente. Nesse sentido, esses movimentos contestatórios são neutralizados pela indústria cultural. Tempo livre e consumo O tempo livre, ou “tempo do não trabalho”, também integra a lógica de reprodução do capital. Muitas ações realizadas no tempo livre são de consumo: fazer compras em um shopping center; ir ao cinema; ir a uma consulta médica; entre outros. Consumo e distinção social O sociólogo alemão Thorstein Veblen (1857-1929) inaugura a reflexão sociológica sobre o consumo, ao analisar seu caráter de ostentação entre os grupos sociais mais abastados. Segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu (1930-2002), a posição social de um indivíduo determina seu estilo de vida. As diferentes maneiras de consumir podem ser analisadas como o estabelecimento de uma distinção social. Por exemplo: música clássica versus música pop; vestuário “elegante” versus vestuário “brega”, etc. De acordo com Bourdieu, costumes, preferências, gostos que carregamos desde a infância nada mais são do que estru- turas sociais interiorizadas que fundamentam as nossas ações. O habitus é formado por esse sistema de estruturas que orienta nossas ações e opções. O habitus das diferentes clas- ses não se manifesta somente no consumo, mas também nas estratégias de dominação sobre os diferentes mercados. Ao analisar o mercado de roupas de luxo, Bourdieu descreveu o campo da “moda” como uma arena em que os agentes sociais buscam conquistar o monopólio do bom gosto legítimo. © Sh ut te rs to ck /Z as to lsk iy V ic to r © iS to ck ph ot o. co m /s am ar o 10 Livro de Revisão 3 Consumo em tempos de mundialização e acumulação flexível O capitalismo na fase da acumulação flexível caracteriza-se pela mundialização dos bens de consumo e das culturas hegemônicas com o surgimento das campanhas publicitárias e das marcas globais. Em tempos de mundialização, a sociedade de consumo se tornou portátil por meio do uso das novas tecnologias (laptops, smartphones, tablets, etc.). A distinção social é acentuada pelo consumo tecnológico guiado pela aquisição da respectiva última versão. Assiste-se à mercantilização das notícias e à transformação do caráter informativo da notícia em algo meramente mercadológico. As fronteiras entre o público e o privado são redefinidas. 1. (UNICENTRO – PR) Com o desenvolvimento do capitalismo, tam- bém a arte passa a ser cada vez mais regida por princípios de mercado. Em um sentido bem pre- ciso: o formato mercadoria passa a determinar a própria forma de produção da arte. A ideia fun- damental é a de que há padrões, “standards” de produção da arte que têm de ser respeitados se quem produz arte quiser ter sucesso. (Nobre, Marcos. Indústria Cultural. In: Folha de São Paulo, Coluna Opinião. 16/12/2008.) Nos anos quarenta do século passado, dois filósofos e sociólogos alemães, da chamada Escola de Frankfurt, Max Horkheimer e Theodor Adorno, pensando a ques- tão da arte e da cultura no mundo capitalista cunharam uma expressão que, desde então, passou a ser siste- maticamente utilizada para designar a forma de produzir e consumir cultura nas sociedades industrializadas. Que expressão é essa? a) Cultura industrial. b) Cultura mercantilizada. X c) Indústria cultural. d) Mercantilização cultural. e) Fabricação cultural. 2. (UEM – PR) Sobre o conceito de indústria cultural, assi- nale o que for correto. X (01) O termo indústria cultural foi proposto por Theodor Adorno para explicar a produção seriada e tecnoló- gica de bens simbólicos na sociedade capitalista. X (02) A indústria cultural, segundo pesquisadores da Escola de Frankfurt, conduz ao enriquecimento de um grupo específico de empresários capitalistas e também satisfaz o desejo de controle e poder da elite dominante. X (04) Para Theodor Adorno, a produção simbólica da indústria cultural não possibilitaria a reflexão do público, definido como impotente e passivo. X (08) Walter Benjamin, apesar de crítico da indústria cultural, reconhecia que a tecnologia aplicada aos bens simbólicos tem um efeito democratizador da informação. (16) Walter Benjamin afirma que a arte erudita não foi afetada pelo desenvolvimento tecnológico da indús- tria cultural, pois continuou sendo irreprodutível. Somatório: 15 (01 + 02 + 04 + 08) 3. (UEM – PR) Tanto técnica quanto economicamente, a publi- cidade e a indústria cultural se confundem. Tanto lá como cá, a mesma coisa aparece em inúmeros lugares, e a repetição mecânica do mesmo pro- duto cultural já é a repetição do mesmo slogan propagandístico. ADORNO, T. e HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985. p. 153. Considerando a citação e a perspectiva de Adorno e Horkheimer sobre o processo de industrialização da cul- tura, assinale o que for correto: 11Sociologia X (01) O conceito de indústria cultural, formulado por Adorno e Horkheimer, se refere ao processo de expansão das rela- ções mercantis sobre as mais diversas formas de produção dos bens culturais. (02) Como observam Adorno e Horkheimer, o progresso da publicidade ajuda as pessoas a se informarem sobre os melhores produtos culturais e a escolherem livremente o que querem comprar. X (04) Para Adorno e Horkheimer, o desenvolvimento da indústria cultural fez com que os valores culturais passassem a ser gerados pelo mercado e pelas técnicas publicitárias. (08) Segundo Adorno e Horkheimer, o único ramo da indústria cultural que não se corrompeu com a lógica capitalista de produção foi o jornalismo, pois não há como manipular uma notícia. X (16) O conceito de indústria cultural define, para Adorno e Horkheimer, o conjunto de práticas capitalistas de produção e consumo que se expressam no modo como as pessoas se relacionam com a cultura. Somatório: 21 (01 + 04 + 16) 4. (UNICENTRO – PR) No processo de desenvolvimento capitalista, A globalização assume uma dinâmica interessante quando há o encontro entre o que é global e o que é local. Neste caso, em muitos lugares temos a tradição se defrontando com uma dinâmica que modifica as características ou que as remodelam. Sociologia/vários autores. Curitiba: SEED-PR, 2006. p. 194. Considerando que o processo de globalização não pode ser tratado como um fenômeno exclusivamente econômico ou político, mas como um fenômeno que também abrange o universo da cultura, assinale a alternativa INCORRETA. a) Para alguns pensadores, estando no cerne do processo de globalização e do avanço dos meios de comunicação, o ato de poder se comunicar permite aos indivíduos expressarem suas opiniões e intenções, confrontando-as com as de outrosindivíduos. b) Os blocos econômicos são reuniões de países que possuem relações econômicas e uma proximidade geográfica, como exemplifica o Mercosul, e se organizam para realizar uma abertura comercial e alfandegária. c) A instalação das montadoras de automóveis em uma determinada região serve de exemplo, da relação global e local. Elas se instalam e há um conjunto de mudanças na região que alteram hábitos e costumes. X d) A tendência chamada autocentrismo, que se origina da tendência do homem de olhar o mundo através de seus próprios valores, segue vigorando no mundo globalizado, pois está presente na forma como muitas culturas encaram outros povos. e) No Brasil, depois dos anos 50, com a entrada maciça de capitais e de empresas multinacionais, a cultura de massa foi fortalecida pelo processo de globalização, pelo fenômeno do consumismo e pelo avanço da tecnologia que passou a ofertar suas novidades no mercado sedutor da publicidade. 5. (UEL – PR) De acordo com a crítica à “indústria cultural”, na sociedade capitalista avançada, a produção e a reprodução da cultura se realizam sob a égide da padronização e da racionalidade técnica. No contexto dessa crítica, considerando o fast food como produto cultural, é correto afirmar: X a) A padronização dos hábitos e valores alimentares obedece aos ditames da lógica material da sociedade industrializada. b) O consumo dos produtos da indústria do fast food e a satisfação dos novos hábitos alimentares contribuem com a emancipação humana. c) A homogeneização dos hábitos alimentares reflete a inserção crítica dos indivíduos na cultura de massa. d) A racionalidade técnica e a padronização dos valores alimentares permitem ampliar as condições de liberdade e de autonomia dos cidadãos. e) A massificação dos produtos alimentares sob os ditames do mercado corresponde à efetiva democratização da sociedade. 12 Livro de Revisão 3 5. Espaço urbano e espaço rural Do campo à cidade: urbanização do Brasil A Sociologia Rural surgiu com o objetivo de analisar os fenômenos sociais ocorridos no campo, como a urbanização, a modernização do campo, o êxodo rural. O êxodo rural corresponde ao processo de migração em massa da população do campo para as cidades. São causas do êxodo rural: • Concentração da produção do campo – a menor disponibilidade de terras implica maior mobilidade da população rural de média e baixa rendas. • Mecanização do campo – substituição dos trabalhadores rurais por maquinários. • Fatores atrativos oferecidos pelas cidades – maior oferta de empregos nos setores secundário e terciário. No Brasil, o êxodo rural foi responsável pelo processo de urbanização, que iniciou em 1940, mas se intensificou a partir de 1950. O processo de industrialização possibilitou a formação de um mercado interno integrado que atraiu milhares de pessoas para o Sudeste do país. Essa região contava com a melhor infraestrutura e concentrava o maior número de indústrias. A partir de 1970, mais da metade da população brasileira já se encontrava em áreas urbanas, atraída pela maior oferta de emprego e de serviços (nas áreas de saúde, educação e transporte, particularmente). A partir da década de 1970, a população brasileira passou a ser majoritariamente urbana. São Paulo, 1970. Da cidade ao campo: modernização do campo A modernização do campo no Brasil iniciou-se na década de 1950. A partir da década de 1960, esse processo se intensificou, e o setor agrícola brasileiro mecanizou a produção, integrando-se aos modernos circuitos de comercialização. Como resultado do processo de mecanização, ocorreu um aumento da produtividade e, consequentemente, o aumento da produção de matérias-primas e alimentos para exportação e mercado interno. Essa modernização aconteceu sem que a estrutura da propriedade rural fosse alterada, visto que o Brasil ainda apre- senta grande concentração de propriedade de terra. Efeitos perversos da modernização do campo no Brasil: • maior concentração da propriedade; • aumento das disparidades de renda; • aumento do êxodo rural; • aumento da taxa de exploração do trabalho nas atividades agrícolas; • piora na qualidade de vida da população trabalhadora do campo. Efeitos do êxodo urbano no Brasil Processo de urbanização Aumento do desemprego e do emprego informal Formação de vazios demográficos no campo Ge tty Im ag es /B et tm an n Ar ch iv e 13Sociologia 1. (UEL – PR) Leia o texto a seguir: O espaço urbano é simultaneamente fragmenta- do e articulado: cada uma de suas partes mantém relações espaciais com as demais, ainda que de intensidade muito variável. CORRÊA, R. L. O Espaço Urbano. 4. ed. São Paulo: Ática, 2004. p. 7. Série Princípios. De acordo com Corrêa, os agentes que fazem e refazem a cidade são os seguintes: os proprietários dos meios de produção, sobretudo os grandes industriais, os proprie- tários fundiários, os promotores imobiliários, o Estado e os grupos sociais excluídos. Com base nos conhecimentos sobre as dinâmicas des- ses agentes, considere as afirmativas a seguir: I. O Estado Capitalista atua de forma complexa e va- riável tanto no tempo como no espaço, refletindo a dinâmica da sociedade da qual é parte constituinte. II. O que define a renda pré-capitalista da terra é a renda em trabalho promovida pela ocupação dos espaços da periferia urbana pelos grupos sociais excluídos. III. Os promotores imobiliários atuam para prevenir a se- gregação residencial que ocorre nas cidades, promo- vendo a função social da terra. IV. Os grandes proprietários industriais e as empresas comerciais atuam sobre o espaço, transformando-o em mercadoria. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. X b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 2. (UEM – PR) Considerando seus conhecimentos sobre o tema e os dados sobre os movimentos sociais no campo brasileiro dos quais participam pequenos e médios pos- seiros, peões, camponeses, sem-terras, povos indígenas, boias-frias, desapropriados das grandes obras do Estado e pessoas submetidas a trabalho escravo, assinale o que for correto. X (01) Os atuais movimentos sociais no campo brasileiro questionam as muitas desigualdades existentes na sociedade e propõem a efetivação de direitos em diversos segmentos. (02) Os movimentos sociais no campo são fenômenos isolados e, por isso, não afetam a vida nas cidades, nem dizem respeito à sociedade nacional. X (04) A maioria das reivindicações desses movimentos está associada ao questionamento da legitimidade das políticas de concentração de terras que promo- vem a formação de latifúndios. X (08) Apesar das especificidades culturais locais, o direito e as garantias relacionadas ao acesso à terra são demandas comuns à maioria dos movi- mentos sociais no campo brasileiro. X (16) A Constituição de 1988 é um marco importante para esses movimentos sociais, porque estabelece o princípio da “função social da terra”. Somatório: 29 (01 + 04 + 08 + 16) 3. (ENEM) Mas plantar pra dividir Não faço mais isso, não. Eu sou um pobre caboclo, Ganho a vida na enxada. O que eu colho é dividido Com quem não planta nada. Se assim continuar, vou deixar o meu sertão, mesmo os olhos cheios d’água e com dor no coração. Vou pro Rio carregar massas pros pedreiros em construção. Deus até está ajudando: Está chovendo no sertão! Mas plantar pra dividir, Não faço mais isso, não. VALE, J.; AQUINO, J. B. Sina de caboclo. São Paulo: Polygram, 1994 (fragmento). 14 Livro de Revisão 3 No trecho da canção, composta na década de 1960, retrata-se a insatisfação do trabalhador rural com: X a) a distribuição desigual da produção. b) os financiamentos feitos ao produtor rural. c) a ausência de escolas técnicas no campo. d) os empecilhosadvindos das secas prolongadas. e) a precariedade de insumos no trabalho do campo. 4. (UEM – PR) Considerando a reflexão sociológica sobre as transformações no espaço rural brasileiro, assinale o que for correto. X (01) A opção por um modelo de produção agrícola, baseado em grandes extensões de terras com uma pequena variação do tipo de produto a ser culti- vado, facilita a concentração da estrutura fundiária. (02) Na década de 1950, movimentos contestatórios criados por posseiros e pequenos proprietários, em diversas regiões do Brasil, são exemplos de ações populares oportunistas que visavam a questionar o governo Vargas. X (04) Movimentos de contestação, como as guerras de Canudos e Contestado, ocorridos entre o final do século XIX e os primeiros anos do século XX, mos- tram que a solução dada pelo Estado às manifesta- ções camponesas foi a repressão violenta. X (08) Os conflitos pela posse da terra no Brasil indicam a exis- tência de uma “questão agrária” não resolvida desde o início da ocupação portuguesa em nosso território. X (16) As ligas camponesas, ao lutarem pela reforma agrá- ria, exigiam também um debate democrático sobre os rumos do desenvolvimento econômico nacional. Somatório: 29 (01 + 04 + 08 + 16) 5. (UEM – PR) O trecho a seguir é parte da conclusão de um importante livro sobre os caipiras brasileiros. Leia-o e assinale o que for correto sobre as relações entre socie- dade e natureza. Conclui-se de tudo que, passando do plano propriamente sociológico para o da política e o da administração (que o prolongam pelo vínculo da sociologia aplicada), a situação estudada neste livro leva a cogitar no problema da reforma agrá- ria. Sem planejamento racional, a urbanização do campo se processará cada vez mais como um vasto traumatismo cultural e social, em que a fome e a anomia continuarão a rondar o seu velho conhecido. CANDIDO, Antônio. Os Parceiros do Rio Bonito. São Paulo: Duas Cidades, 1993. p. 224-225. X (01) A reforma agrária pode ser uma alternativa para eliminar problemas como a fome e a anomia no campo brasileiro. X (02) A urbanização do campo brasileiro foi acompa- nhada por um processo de destituição das popu- lações tradicionais de suas práticas culturais. (04) A análise sociológica deve manter distância dos planos políticos e administrativos. (08) As novas técnicas de cultivo foram racionalmente planejadas e, portanto, geraram fartura para popu- lações como a dos caipiras. (16) As transformações tecnológicas que conduziram a urbanização do campo brasileiro mostram que aqui se estabeleceu uma relação harmoniosa entre sociedade e natureza. Somatório: 03 (01 + 02) 15Sociologia 6. Ambiente e desenvolvimento sustentável De acordo com o IBGE, rural é aquilo que não é urbano. Essa definição restringe o desenvolvimento rural à urbaniza- ção do campo e não leva em conta uma concepção de desenvolvimento rural ligada às características do campo. Essa classificação propaga a ideia de que o rural está vinculado ao atraso, ao precário. Rural: não é sinônimo de agricultura. Urbano: não é sinônimo de indústria. Assiste-se à redefinição das fronteiras entre o rural e o urbano, por meio: • da industrialização do campo; • da melhoria dos meios de transporte para desloca- mento entre o espaço urbano (local de trabalho) e o rural (local de moradia), tendo em vista que grande parte dos salários dos trabalhadores rurais provém das cidades; • do desenvolvimento de produções agrícolas não convencionais, sustentáveis. Desenvolvimento econômico e crise ambiental O desenvolvimento da sociedade industrial agravou os problemas ambientais, pois aumentou a exploração de recur- sos naturais para atender às demandas do processo produtivo. As principais causas dos problemas ambientais são decorrentes da ação humana. É importante ter em mente que não se trata de uma crise ambiental, pois não é a natureza que está gerando menos recursos. A crise é efetivamente humana, dado o modo de as sociedades utilizarem a natureza: os seres humanos consomem mais recursos do que a natureza pode repor. Entre as principais causas dos problemas ambientais, estão: • crescimento populacional; • aumento da pobreza e da desigualdade social; • uso de métodos de produção agrícola, energia e produção industrial não sustentáveis. O ambientalismo surgiu como movimento social na década de 1960. Ele pode influenciar as decisões das empresas, as políticas públicas e o debate em organizações internacionais sobre o desenvolvimento econômico e social. Desenvolvimento sustentável O desenvolvimento sustentável tem como objetivo o não esgotamento dos recursos naturais, o desenvolvimento e o crescimento humanos e a melhoria da vida. A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida também como Rio-92, produziu o documento Agenda 21, o qual define o desenvolvimento sustentável como modelo capaz de enfrentar a crise ambiental. A Agenda 21 institui a educação ambiental em todos os níveis de ensino. O enfrentamento da pobreza é um dos temas que integram a discussão sobre o desenvolvimento sustentável. A pobreza deve ser combatida no sentido de promover a sustentabilidade ecológica e o desenvolvimento humano. Houve um renascimento rural sobretudo a partir da década de 1980. Assim, o campo passou a ser concebido como sinônimo de qualidade de vida, em contraposição ao ambiente das cidades (poluição, trânsito ruim, violência, etc.). © Sh ut te rs to ck /g oo dl uz 16 Livro de Revisão 3 17Sociologia 1. (UFPA) Se considerarmos que existe uma relação direta entre a crise ambiental que o planeta enfrenta atual- mente e a lógica da acumulação capitalista, qual das afirmações abaixo NÃO JUSTIFICA esta afirmação? a) As estruturas de poder que controlam o uso dos recur- sos naturais e do meio ambiente comum estão basea- das no cálculo econômico privado das empresas, e este cálculo não considera as condições globais do meio ambiente, mas apenas os elementos mercantis. b) Vivemos o risco de ruptura do equilíbrio ecológico do planeta pela incapacidade de os agentes econômicos se ajustarem às capacidades limitadas de suporte do meio ambiente. c) Existem dois fatores de extrema importância que atuam simultaneamente no sentido do agravamento da crise ambiental: a concentração crescente do con- trole sobre os recursos naturais e a privatização do uso do meio ambiente comum. d) A solução da crise ambiental passa pela democrati- zação do controle sobre os recursos naturais e pela desprivatização do meio ambiente comum, de tal forma que o acesso aos recursos naturais expressa uma vivência democrática efetiva. X e) As proposições relativas à determinação de um ele- mento da sociedade por outro, como, por exemplo, a crise ambiental decorrente da forma como se dá a exploração econômica, não devem ser seriamente consideradas, pois há uma infinidade de outras cau- sas não econômicas para a crise ambiental. 2. Os danos causados pela exploração capitalista do meio ambiente são notáveis. Por toda parte, pode-se observar a natureza sendo degradada e perdendo, cada vez mais, seus recursos, os quais são também provedores de maté- rias-primas para as produções humanas, particularmente industriais. Nesse contexto, o sistema capitalista, sempre focado na obtenção de mais lucro, apenas tem aumentado seu ritmo de exploração dos recursos naturais. Entretanto, no decorrer da segunda metade do século XX, uma série de discussões trouxe à tona a questão ambiental que leva a cabo a ideia de que o ambiente não sustentará esse nível de exploração por muito mais tempo. A respeito dos debates em torno da questão ambiental, assinale a alternativa correta. a) Há meios comprovados de se manter o mesmo ritmo de exploração do ambiente e, ainda assim, não acabar com os recursos naturais. b) Devem-se estabelecer leis para que sejam reguladas as atitudes das empresas e indústriasquanto à explo- ração da natureza. Mesmo assim, as empresas esta- belecem meios de regular suas ações; por isso, não é imprescindível a existência de tais leis. c) A política não deve se envolver em assuntos econômi- cos como os de regulação da exploração da natureza por indústrias e empresas capitalistas. As próprias empresas detêm meios de autorregulação. X d) Pesquisas apontam para a necessidade de se repen- sar completamente o sistema econômico e de produ- ção, pois mesmo que se regule o sistema capitalista quanto à exploração da natureza, permanecerá a degradação dos bens naturais. A lógica capitalista de obtenção de lucro não prevê o respeito à natureza. 3. (FGV – SP) Em junho de 2015, o Papa Francisco tornou pública a RT encíclica Laudato sí (Louvado sejas), na qual trata do meio ambiente e da atual crise ecológica, con- forme trecho a seguir: O ambiente humano e o ambiente natural degradam-se em conjunto; e não podemos en- frentar adequadamente a degradação ambiental, se não prestarmos atenção às causas que têm a ver com a degradação humana e social. De fato, a deterioração do meio ambiente e a da socie- dade afetam de modo especial os mais frágeis Guilherme Foladori, em Os limites do desenvolvimento sustentável (2001), defende que a sustentabilidade é ecológica e social. Segundo ele: • a desigualdade e a exclusão social eliminam parte da espécie humana por meio das guerras, dos genocídios e da exploração do trabalho; • a transformação das relações de produção é o que pode garantir a sustentabilidade. 18 Livro de Revisão 3 do planeta: ‘Tanto a experiência comum da vida quotidiana como a investigação científica de- monstram que os efeitos mais graves de todas as agressões ambientais recaem sobre as pessoas mais pobres’. Por exemplo [...], a poluição da água afeta particularmente os mais pobres que não têm possibilidades de comprar água engar- rafada, e a elevação do nível do mar afeta prin- cipalmente as populações costeiras mais pobres que não têm para onde se transferir. O impacto dos desequilíbrios atuais manifesta-se também na morte prematura de muitos pobres, nos con- flitos gerados pela falta de recursos e em muitos outros problemas que não têm espaço suficiente nas agendas mundiais. Disponível em: <http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/ documents/papa-francesco_20150524_enciclica-laudato-si.html>. No trecho selecionado da encíclica, o papa estabelece: X a) a relação entre a desigualdade social e a fragilidade do equilíbrio ecológico planetário. b) o vínculo entre a responsabilidade humana no aqueci- mento global e a elevação do nível do mar. c) a interdependência entre o desenvolvimento tecnoló- gico e o progresso material e moral. d) o papel da política internacional para o uso responsá- vel das fontes hídricas. e) a importância de preservar o bem comum, sobretudo a água potável. 4. (ENEM) Diante de ameaças surgidas com a engenharia genética de alimentos, vários grupos da sociedade conceberam o chamado “princípio da precaução”. O fundamento desse princípio é: quando uma tecnologia ou produto comporta alguma ameaça à saúde ou ao ambiente, ainda que não se possa avaliar a natureza precisa ou a magnitude do dano que venha a ser causado por eles, deve-se evitá- -los ou deixá-los de quarentena para maiores es- tudos e avaliações antes de sua liberação. SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha- -russa. São Paulo: Cia. das Letras, 2001 (adaptado). O texto expõe uma tendência representativa do pensa- mento social contemporâneo, na qual o desenvolvimento de mecanismos de acautelamento ou administração de riscos tem como objetivo: a) priorizar os interesses econômicos em relação aos seres humanos e à natureza. b) negar a perspectiva científica e suas conquistas por causa de riscos ecológicos. X c) instituir o diálogo público sobre mudanças tecnológi- cas e suas consequências. d) combater a introdução de tecnologias para travar o curso das mudanças sociais. e) romper o equilíbrio entre benefícios e riscos do avanço tecnológico e científico. 5. (UNESP – SP) A criação de índices de sustentabilidade nas principais bolsas de valores do mundo reflete a valorização das companhias verdes. Quando o mercado de capitais, centro financiador do de- senvolvimento econômico, cria um índice, dá um recado explícito às empresas que ele procura. Nesse caso, o mercado deixa claro que a agenda socioambiental não pode ser ignorada pelas em- presas que ele procura. Na Bolsa de Valores de São Paulo, o índice de sustentabilidade (ISE), criado há cinco anos, mostra resultados melho- res do que o índice tradicional. No ano passado, as ações medidas pelo índice Ibovespa subiram 18,5%, enquanto as medidas pelo ISE da Bovespa aumentaram 24,7%. (Veja, 09.06.2010. Adaptado.) Assinale a alternativa correta: a) A reportagem citada tem como assunto a recusa, por parte dos investidores do mercado de capitais, da lógica neoliberal que atualmente rege a economia capitalista. b) A questão ambiental é assunto restrito à esfera polí- tica, não podendo ser regida pelos critérios da lei da oferta e da procura. c) Os dados citados na reportagem reforçam a tese ori- ginalmente marxista acerca da lógica autodestrutiva da economia capitalista. d) A reportagem trata da incompatibilidade entre equilí- brio ambiental e a célebre “mão invisível” do mercado, postulada pelo filósofo Adam Smith. X e) A reportagem divulga a tese de que um problema originalmente ético pode ser resolvido pela lógica do mercado capitalista. 19Sociologia 7. Novas perspectivas sociológicas: as relações pessoais na Pós-Modernidade Como conceito sociológico, a Modernidade se associa principalmente ao nascimento do capitalismo. As palavras-chave da Modernidade são: razão, indivíduo, progresso, igualdade e liberdade. No entanto, a Modernidade foi caracterizada como barbárie “civilizada”: o século XX foi marcado por duas grandes guerras e pela aplicação intensiva da tecnologia para fins destrutivos. A ideia de Pós-Modernidade remete à imagem de um mundo que já não acredita mais no progresso, na verdade cientí- fica e na razão. Ao se falar de Pós-Modernidade, fala-se também de uma Modernidade líquida ou de uma hipermodernidade. Modernidade líquida e fluidez das relações sociais, de Zygmunt Bauman Zygmunt Bauman é um dos sociólogos mais midiáticos da atualidade, justamente por divulgar os resultados das suas pesquisas sociológicas para o grande público utili- zando uma linguagem clara e um estilo de escrita jornalístico. Seu conceito de Modernidade líquida diz respeito à ideia de que as relações humanas atuais estão cada vez mais fluidas e, de maneira geral, tendem a não perma- necer, desaparecendo de forma rápida e deixando uma precoce sensação de incom- pletude. As identidades adquirem uma característica permeável, transformando-se constantemente. A Modernidade sólida, ao contrário, corresponde ao primeiro momento da Modernidade, aquele no qual a crença na racionalidade científica ainda era bastante forte, e era possível prever o que poderia acontecer. As identidades estão condiciona- das por instituições fortes e atuantes na vida prática. Transformação da intimidade, de Anthony Giddens Segundo o sociólogo Anthony Giddens, vivemos na era da radicalização da Modernidade e não na Pós-Modernidade. Conceito de reflexividade: Giddens insiste na dimensão “reflexiva” na evolução dos costumes. Na Modernidade, os indivíduos se libertam das antigas tradições que eram vivenciadas sem questionamentos. Se antes a relação entre pai e filho se pautava na autoridade do primeiro sobre o segundo, na Modernidade essa rela- ção se flexibiliza. Pais e filhos redefinem constantemente seus papéis por meio do diálogo. Em A transformação da intimidade, Giddens afirma que a sexualidade é uma construção social exercida em um campo de poder, e não apenas uma pulsão biológica. O estudo da transformação do amor no Ocidentedesvenda o lado social da evolução das relações íntimas. Considera-se que o trabalho e as relações humanas se tornaram mais fluidas na Modernidade líquida. Facilidade, pluralidade de opções e ampla concorrência tornaram o trabalho e as relações humanas nos espaços da vida bastante mutáveis. Bi bl io te ca d o Co ng re ss o do s E st ad os U ni do s “Women’s liberation”: o movimento feminista questionou o amor romântico e reivindicou a liberdade sexual © Sh ut te rs to ck /G au di La b 20 Livro de Revisão 3 1. Assinale a alternativa que corresponde adequadamente ao conceito de “sociedade líquida”, do sociólogo Zygmunt Bauman. a) O conceito representa uma sociedade de relações estáveis entre os indivíduos. X b) Sociedade líquida pode ser entendida como uma sociedade de estruturas cada vez mais permeáveis umas pelas outras. c) O “líquido” desse conceito diz respeito a uma socie- dade que necessita prestar mais atenção aos recur- sos hídricos. d) Permeabilidade, mas também solidez, a sociedade líquida de Bauman reflete uma sociedade também passível de ser reconhecida em seus elementos de estabilidade. 2. (ENEM) Apesar de seu disfarce de iniciativa e otimismo, o homem moderno está esmagado por um pro- fundo sentimento de impotência que o faz olhar fixamente e, como que paralisado, para as catás- trofes que se avizinham. Por isso, desde já, salien- te-se a necessidade de uma permanente atitude crítica, o único modo pelo qual o homem realiza- rá sua vocação natural de integrar-se, superando a atitude do simples ajustamento ou acomodação, apreendendo temas e tarefas de sua época. FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2011. Paulo Freire defende que a superação das dificuldades e a apreensão da realidade atual será obtida pelo(a) X a) desenvolvimento do pensamento autônomo. b) obtenção da qualificação profissional. c) resgate de valores tradicionais. d) realização de desejos pessoais. e) aumento da renda familiar. 3. (UEM – PR) Por isso afirmamos, em uníssono com David Le Breton (2003, p. 195-196), que ‘esvaziar o homem [ser humano] de seus atributos é uma maneira radical de reduzir a distância da máqui- na’ com relação aos seres humanos. Sem mencio- nar que – como escreve o mesmo autor (2003, p. 154) – ‘ao mesmo tempo em que o vocabu- lário humaniza a máquina, por um movimento recíproco, o homem mecaniza-se’, ou seja, nesse tipo de lógica canhestra, a máquina fica muito mais humana que, de fato, é, e o ser humano, por sua vez, passa a pretender-se muito mais se- melhante do que, de fato, é aos mecanismos e dispositivos que ele mesmo cria e usa. QUARESMA, A. Corpo-Máquina?. In: Sociologia. Ed. 55, Novembro/ Dezembro 2014, p. 67. A partir das reflexões acima e das abordagens da socio- logia sobre ciência, técnica e tecnologia, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). X (01) A humanização das máquinas e a mecanização de funções humanas são produtos do nosso tipo de sociedade na qual grandes montantes de recursos materiais e humanos são destinados a produzir um tipo de conhecimento que se destina a transformar- -se em tecnologia. X (02) A presença marcante de máquinas em nosso coti- diano pode ser associada à maciça automação de funções de trabalho em nossa sociedade, como ocorre, por exemplo, no sistema bancário ou na aquisição de produtos. X (04) O uso de máquinas como mediadores dos contatos humanos (celulares, computadores, smartphones etc.) está modificando nossa socia- bilidade e a forma como interagimos com nossos semelhantes. (08) Não há consequências sociais significativas nos processos que humanizam as máquinas ou que mecanizam os humanos, pois se trata do uso de figuras de linguagem na descrição de fenômenos. (16) A crescente presença de máquinas em nossa sociedade não modifica as relações de trabalho, apenas facilita a realização de funções. Somatório: 07 (01 + 02 + 04) 21Sociologia 4. (UEMA) Leia o fragmento do poema Traduzir-se, de Ferreira Gullar, pseudônimo de José de Ribamar Ferreira, ludovicense, poeta, crítico de arte, biógrafo, memorialista e ensaísta. Uma parte mim é todo mundo: outra parte é ninguém: fundo sem fundo. Uma parte de mim é multidão: outra parte estranheza e solidão. Uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira... Fonte: GULLAR, Ferreira. Traduzir-se. In: Ferreira Gullar, Na vertigem do dia (1975-1980). Rio de Janeiro: José Olympio, 1980. Com relação às mudanças ocorridas na sociedade con- temporânea, notam-se as contradições entre as relações indivíduo x sociedade, conforme o fragmento do poema. As causas dessas contradições, do ponto de vista socio- lógico, são as seguintes: a) Alienação, associação, capitalismo, consumismo. b) Assimilação, consumismo, democracia, conscien- tização. c) Sociedade industrial, alienação, sociedade de massa, mercantilização. X d) Estratificação, homogeneização, hiper-realidade, al- truísmo. e) Socialismo, solidarismo, homogeneização, individua- lismo. 5. Bauman fala também sobre o amor próprio: o filósofo afirma que as pessoas precisam sentir que são amadas, ouvidas e amparadas. Ou precisam saber que fazem falta. Segundo ele, ser digno de amor é algo que só o outro pode nos classificar. Disponível em: <http://jornalggn.com.br/noticia/zygmunt-bauman- vivemos-tempos-liquidos-nada-e-para-durar>. Acesso em: 9 jun. 2016. Uma característica do mundo atual, de acordo com a interpretação de Bauman, é que: X a) As pessoas buscam e têm diversas oportunidades de relacionamentos, mas, de maneira geral, não conse- guem construir relacionamentos sólidos. b) As pessoas se preocupam em construir relaciona- mentos duráveis e sólidos, uma mudança estrutural na atualidade, se compararmos com as gerações anteriores. c) O fato de que não existe mais a possibilidade de a pessoa se sentir solitária, pois ela está sempre conec- tada com o mundo. d) Existe uma facilidade de consumo via mecanis- mos on-line, mas esses não estão a serviço dos relacionamentos. e) As pessoas buscam, cada vez mais, relacionamentos reais e fora do mundo virtual. 6. (ENEM) Na sociedade contemporânea, onde as relações sociais tendem a reger-se por imagens midiáticas, a imagem de um indivíduo, principalmente na indústria do espetáculo, pode agregar valor eco- nômico na medida de seu incremento técnico: amplitude do espelhamento e da atenção públi- ca. Aparecer é então mais do que ser; o sujeito é famoso porque é falado. Nesse âmbito, a lógica circulatória do mercado, ao mesmo tempo que acena democraticamente para as massas com su- postos “ganhos distributivos” (a informação limi- tada, a quebra das supostas hierarquias culturais), afeta a velha cultura disseminada na esfera públi- ca. A participação nas redes sociais, a obsessão dos selfies tanto falar e ser falado quanto ser visto são índices do desejo de ‘espelhamento’. SODRÉ, M. Disponível em: <http://alias.estadao.com.br>. Acesso em: 9 fev. 2015 (adaptado). A crítica contida no texto sobre a sociedade contemporâ- nea enfatiza: X a) a prática identitária autorreferente. b) a dinâmica política democratizante. c) a produção instantânea de notícias. d) os processos difusores de informações. e) os mecanismos de convergência tecnológica. 22 Livro de Revisão 3 8. Novas perspectivas sociológicas: poder e trabalho na Pós-Modernidade Relação de poder entre estabelecidos e outsiders, de Norbert Elias O sociólogo Norbert Elias, no livro O processo civilizador, demonstra como as relações humanas foram se transformando a partir da Idade Média até a Modernidade. Esse estudioso destaca a maneira segundo a qual os indivíduos passaram a transformar suas práticas cotidianas e a dotá-las de um sentido “civilizado”, pela internalização de novos valores. Em Os estabelecidos e os outsiders, Norbert Elias reflete sobre as normas de socialização e as relações de poder esta- belecidas em uma pequenacomunidade da Inglaterra, chamada de Winston Parva (nome fictício). Essa comunidade se mostrava relativamente homogênea, no entanto, sua população estava dividida entre, de um lado, o grupo residente no bairro denominado “aldeia” – que se enxergava e era reconhecido pelos demais como o establishment local – e, de outro, as famílias moradoras no relegado “loteamento” – que se viam e eram consideradas como outsiders. Os dois grupos eram de trabalhadores, ou seja, pertenciam à mesma classe social. No entanto, os “estabelecidos” jus- tificavam sua “superioridade” e poder com base em um princípio de antiguidade, pois haviam se instalado nessa comuni- dade há mais tempo, ao passo que os demais grupos eram recém-chegados à comunidade. Elias ressalta a maneira como dada situação de desigualdade é forjada por meio de processos de atribuição de sentido. Esse estudo contribui para pensar nas dinâmicas de poder e de exclusão que ainda perduram na sociedade contemporânea. A corrosão do caráter, de Richard Sennett O sociólogo e historiador Richard Sennett se interessa por questões ligadas à sociabilidade e ao trabalho. Ele analisa a corrosão do caráter induzida pela instabilidade profissional sob o capitalismo flexível. No capitalismo flexível, as jornadas de trabalho não são mais fixas. As pessoas passam a trabalhar em turnos e horários diferentes. Outra característica do capitalismo flexível é o home office, o que possibilita que o trabalho seja transferido da empresa para o âmbito doméstico. Sennett argumenta que o trabalho flexível conduz a um processo de degradação dos trabalhadores, pois, com a intro- dução de novas tecnologias organizacionais, o trabalho se tornou fácil, superficial e ilegível. Nesse sentido, relações de confiança, lealdade e compromisso se deterioram em face do imediatismo de resultados do trabalho flexível. 1. Acerca do “processo civilizador” de que trata o sociólogo Norbert Elias, assinale a alternativa correta. X a) Por meio de sua obra, o sociólogo deseja afirmar que as práticas sociais com as quais nos identificamos atualmente surgiram em determinado período do tempo, podendo este ser traçado para melhor compreendermos o que nos trouxe até a situação atual. b) A situação atual nada tem a ver com o histórico de relações humanas do passado. “Processo”, nesse sentido, quer dizer apenas que as práticas sociais precisaram acontecer para que chegássemos ao atual ponto de nossa história, não correspondendo a qualquer tipo de interligação histórica. 23Sociologia c) Elias afirma que as civilizações europeias estabeleceram durante o tempo processos civilizadores que devem ser seguidos pelas demais sociedades mundiais, caso estas queiram ser consideradas civilizadas. d) Costumes, práticas e atitudes passíveis de serem reconhecidos e praticados no cotidiano dispõem de uma qualidade temporal própria, não devendo ser relacionados com seu passado. 2. (UEM – PR) Considerando as modificações nas formas e estruturas do trabalho na sociedade moderna, ocidental capita- lista, assinale o que for correto. (01) A nova organização social do trabalho propiciou um quadro de pleno emprego, de estabilidade para as empresas e de redução generalizada da carga horária para trabalhadores de diversos setores da economia. X (02) A reestruturação do mercado de trabalho veio acompanhada de uma redução significativa dos registros profissionais. (04) A produção de conhecimento e as conquistas tecnológicas não produziram impacto na definição dos novos contra- tos trabalhistas. X (08) A elevação do volume de atividades ocorreu sem elevação compatível de salários e benefícios. X (16) A qualificação profissional, com vistas a uma atualização constante, é uma das exigências feitas pelo novo mercado de trabalho ao trabalhador. Somatório: 26 (02 + 08 + 16) 3. (UEMA) As políticas neoliberais, o processo de globalização e inovações tecnológicas vêm apresentando uma lógica no mundo do trabalho que implicam flexibilização, desregulamentação e precarização nas relações de trabalho. A sociologia analisa essas mudanças na relação indivíduo e sociedade, contribuindo significativamente para a compreensão do novo tipo de trabalhador. Indique em qual alternativa constam as características desse trabalhador contemporâneo. X a) Terceirizado, alienado, instável, multifuncional e flexível. b) Formal, flexível, polivalente, estável e competitivo. c) Terceirizado, especialista, competitivo, flexível e rígido. d) Informal, especialista, polivalente, terceirizado e competitivo. e) Alienado, formal, flexível, estável e multifuncional. 4. (UFU – MG) São características das transformações que estão ocorrendo no mundo do trabalho na sociedade globalizada: I. A principal estratégia das grandes empresas está na dispersão geográfica para outras zonas em que a exploração do trabalho é mais barata; II. A produção, longe da rigidez do fordismo, apoia-se na flexibilização organizacional do trabalho e das formas de con- tratação; III. Com as novas tecnologias, o mercado de trabalho se apresenta como um bloco homogêneo, de fácil mobilidade e intercâmbio; IV. A inserção da população feminina no mercado de trabalho se dá de forma ampliada e igualitária. Assinale a alternativa correta. a) II e III estão corretas. X b) I e II estão corretas. c) II, III e IV estão corretas. d) I, II e III estão corretas. 5. Richard Sennett, importante sociólogo dos Estados Unidos, afirma em uma de suas categorias de análise que a sociedade capitalista, o sistema que ele nomeia de “capitalismo flexível”, causa determinada consequência nos trabalhadores, que pode ser reconhecida na categoria de: a) Corrosão da mentalidade. b) Destituição de caráter. c) Caráter falho. X d) Corrosão do caráter. 24 Livro de Revisão 3 6. (PUCPR) No livro A corrosão do caráter, Richard Sennet trata da noção de “capitalismo flexível”. Para ele: “A expressão ‘capitalismo flexível’ descreve hoje um sistema que é mais que uma variação sobre um velho tema. Enfatiza-se a flexibilidade. Atacam-se as formas rígidas de burocracia e também os males da rotina cega. Pede-se aos trabalhadores que sejam ágeis, estejam abertos a mudanças a curto prazo, assumam riscos continuamente, dependam cada vez menos de leis e procedimentos formais.” SENNET, Richard. A corrosão do caráter. Rio de Janeiro. Ed. Record, 2004. p. 9. Identifique entre as alternativas abaixo aquela que expressa CORRETAMENTE a visão de Richard Sennet sobre o capita- lismo flexível. a) Tendência central na sociedade da informação, a flexibilidade é a exigência fundamental dos novos empreendedores, que não apenas têm maior autonomia pessoal e liberdade para receber maior remuneração por sua qualificação. X b) Trata-se de uma nova forma de dominação baseada em controles mais ilegíveis, mas igualmente coercitiva e explora- tória, cujos efeitos implicam custos pessoais e a derrocada da possibilidade de planejamento, estabilidade e compro- misso de longo prazo. c) O capitalismo flexível significa uma diminuição do caráter exploratório do trabalho por conta dos detentores dos meios de produção, que, cada vez mais informados, estão cientes dos riscos de crise cíclica e flexibilizam seus lucros de maneira condizente com o cenário econômico internacional. d) Para Sennet, a flexibilidade do capitalismo atual é sinônimo da substituição da força de trabalho pela informação, que suplantou a mão de obra pois, com as novas tecnologias, o operariado tradicional tornou-se dispensável e descartável. e) A noção de flexibilização para Sennet é uma noção puramente ideológica, utilizada pelos administradores para maquiar a mesma configuração de exploração do capitalismo moderno. 7. Muitos pensadores, de várias áreas distintas, acreditam que vivemos em uma Pós-Modernidade. Isto é, aqueles padrões de comportamento construídos na Era Moderna, modulados pelas categorias de progresso, desenvolvimento e pela razão científica, teriam caído por terra e sobreelas teria surgido uma “nova” Modernidade, uma Pós-Modernidade. As principais características dessa Pós-Modernidade, portanto, seriam a desaceleração do tempo, em detrimento do tempo rápido do progresso, já que se assistiu a muitos desastres causados pela “rapidez” do progresso moderno; a desconstrução de padrões, em detrimento do tradicionalismo com relação ao passado; o desenvolvimento diante do rápido avanço tecnoló- gico promovido pela ciência moderna e, sobretudo, a crença na razão como provedora do conhecimento necessário para que se antecipe o futuro. Em detrimento dela, portanto, a Pós-Modernidade teria elaborado uma leitura de ciência na qual as Ciências Sociais, como a História e a Sociologia, por exemplo, não entrariam, uma vez que sua leitura de ciência diz respeito à ciência moderna, tipicamente racional e ligada às Ciências da Natureza, provida de um método cartesiano do qual as Ciências Sociais não compartilham. Existe um sociólogo, contudo, que nos apresenta uma leitura sobre a Pós- -Modernidade que chega a afirmar que ela não existe. O que existiria, segundo esse sociólogo, é uma exacerbação das possibilidades da própria Modernidade. Poder-se-ia afirmar, portanto, que viveríamos menos em uma Pós-Modernidade, do que em uma “supermodernidade”. O nome desse sociólogo é: a) Norbert Elias, que elaborou em sua leitura do processo civilizador uma interpretação da sociedade pós-moderna. b) Zigmunt Bauman, que elaborou uma leitura “líquida” da Modernidade e de suas relações, podendo ser inserido numa leitura de negação da Pós-Modernidade como movimento real e observável. c) Max Weber, que, em sua análise da categoria de dominação na sociedade, chegou à conclusão de que ela foi diluída na Pós-Modernidade. X d) Anthony Giddens, que, em seu conceito de reflexividade, deixa claro que as possibilidades que caracterizam a Pós- -Modernidade não passam das mesmas apresentadas pela Modernidade, mas amplificadas. Livro de Revisão 3 Sociologia Ensino Médio Gabaritos e comentários 2 Gabaritos e comentários – Sociologia 1. Poder, dominação e política 1. Alternativa a. As alternativas b, c e d também caracterizam o Estado Moderno, no entanto, o monopólio do uso da violência legítima é a característica central desse Estado, já que as formas pré-modernas de organização política e social eram marcadas pela descentralização do uso da força. A alternativa e está incorreta, pois o patrimonialismo (que caracteriza os Estados que não distinguem o público do privado) não é uma característica do Estado Moderno. 2. Alternativa e. A assertiva 2 está incorreta. O racionalismo é marcado pela objetividade, pelo Iluminismo e pela razão, enquanto o Romantismo, que se opõe ao racionalismo e caracteriza o início do século XIX, é marcado pelo lirismo, pela subjetividade, pela emoção e pelo eu. As demais assertivas estão corretas por assinalarem características relevantes e condizentes com os estudos de Weber sobre a sociedade moderna e o Estado: a 1 ressalta a regulação racional do trabalho industrial e dos processos de produção; a 3 destaca a expansão da burocracia para as instituições sociais; a 4 sublinha a crescente especialização e a racionalização do mundo do trabalho; por fim, a 5 destaca a regulação pública das profissões, o que significa que todas as instituições são legitimadas pelo domínio da burocracia estatal. 3. Alternativa a. O aparato policial estatal detém o monopólio da força, bem como a função de executá-la. A alternativa b está incorreta, pois o exercício da violência não foca “prioritariamente” grupos e classes excluídos social e economica- mente; seu objetivo é garantir a ordem social. A alternativa c está incorreta, visto que o domínio racional exercido pelas instituições do Estado Moderno necessita ser legitimado pelos cidadãos que se subordinam ao poder desse Estado. A alternativa d está incorreta, pois o recurso da força e violência se dá em situações-limite. A subordinação consensual às regras geradas pela burocracia estatal ordinariamente garante a reprodução da sociedade. 4. Alternativa d. A Modernidade é marcada pelo cálculo racional e pela impessoalização das relações sociais. A alternativa a está incorreta porque, segundo Weber, a expansão do industrialismo tem uma afinidade eletiva com o progresso civi- lizatório; não existe entre esses dois fenômenos uma relação de causa e consequência. A alternativa b está incorreta, pois Weber não afirma que o pensamento mítico foi extinto, mas que se tornou menos relevante diante da racionalização da vida. A alternativa c está incorreta porque, conforme Weber, a crescente burocratização da vida envolve o mundo moderno como uma “jaula de ferro”. Weber reconhece, assim, o caráter massificador e alienante da sociedade capitalista. A alternativa e também está incorreta, visto que Weber não estabelece qualquer relação entre o fim do monoteísmo e a consolidação da ciência. Ao contrário, em A ética protestante e o fim do capitalismo, esse estudioso estabelece uma relação de afinidade eletiva entre o protestantismo e o desenvolvimento do capitalismo (e, por conseguinte, da ciência). 2. Democracia e cidadania 1. Alternativa d. O item correto relaciona a democracia com a participação popular e o respeito às leis instituídas. A alterna- tiva a está incorreta, pois o princípio da lei é superior aos valores subjetivos dos indivíduos. A alternativa b está incorreta porque a existência da democracia só é possível com a separação entre o público e o privado. A alternativa c está incor- reta, visto que as sociedades disciplinares, datadas do século XIX, eram fundamentalmente autoritárias. A alternativa e também está incorreta, uma vez que foi o advento das sociedades contemporâneas (século XX) que marcou o nascimento da democracia com a implantação dos direitos individuais (civis, políticos e sociais). 2. Alternativa d. O Bolsa Família tem como característica ser um programa de transferência direta de renda. Por meio de um cadastro único realizado pelas prefeituras, o dinheiro, em nome do beneficiado, é sacado por ele em uma agência bancária por meio de senha pessoal. O clientelismo foi enfraquecido, já que aqueles que passam a receber o benefício, normalmente, não se subordinam mais à lógica da troca de favores. A criação de um canal de comunicação direta (via ligação telefônica gratuita) entre beneficiados e poder público também enfraquece as práticas clientelistas, já que os beneficiados podem recorrer ao poder do Estado para fazer reclamações e denúncias. As demais alternativas (a, b, c, e) caracterizam práticas clientelistas. 3. Somatório: 29 (01 + 04 + 08 + 16). A afirmativa 01 está correta visto que a livre eleição de representantes políticos é uma das características dos regimes democráticos. A afirmativa 02 está incorreta, pois a democracia é caracterizada pela existência de espaços de contestação. A afirmativa 04 está correta porque o voto em branco revela um desinteresse do 3Livro de Revisão 3 eleitor em relação ao processo eleitoral. A afirmativa 08 está correta, pois a realização de eleições só pode acontecer em contextos democráticos, nos quais são garantidas as liberdades individuais dos cidadãos. O cidadão não deve ser coagido a votar, mas ter garantido o direito de ir e vir, por exemplo. A afirmativa 16 também está correta, visto que apresenta uma definição adequada de “cultura política”. 4. Alternativa a. O trecho da música destacado na alternativa correta narra a vida de alguém que, depois de ter suprido sua necessidade de alimentação, se sente capaz de exercer seu direito de participação política. Alguém que padece de fome, muito provavelmente, se torna incapaz de se inserir na prática de participação política possibilitada pela democracia. A alternativa b está incorreta, pois o trecho destacado não trata de solidariedade. Nas alternativas c e d, os trechos destaca- dos não se referem ao respeito à diversidade, nem à igualdade econômica e social, muito embora também
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