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Da Proteção à Saúde e Segurança
APRESENTAÇÃO
É muito claro que hoje em dia temos no mercado de consumo um número incontável de 
produtos e de serviços que afetam diretamente nossa saúde.
Para assegurar que o que consumimos é seguro e não nos causará danos, o Direito do 
Consumidor, através do Código de Defesa do Consumidor elencou em seus dispositivos regras 
que garantem a proteção à saúde e à segurança.
Nesta Unidade de Aprendizagem você vai conhecer como os dispositivos legais incidem na 
proteção à saúde e à segurança e os tipos de periculosidade dos produtos e dos serviços. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer os dispositivos de proteção à saúde e à segurança do Código de Defesa do 
Consumidor.
•
Identificar os tipos de periculosidade dos produtos e dos serviços.•
Aplicar os artigos 8o, 9o e 10o o Código de Defesa do Consumidor ao caso concreto.•
DESAFIO
Vejamos um caso de grande repercussão que ocorreu em 2012, um exemplo claro de Recall.
Clique na notícia abaixo:
 
A repercussão acabou por lotar o judiciário de ações reclamando indenização por danos morais. 
Os juízes reconheceram o direito à indenização para os casos em que houve efetiva ingestão do 
produto contaminado. Os demais não foram acolhidos por não ter havido danos à saúde.
No caso acima podemos perceber que a empresa agiu rapidamente para contornar o problema. 
Diga em que artigo do Código de Defesa do Consumidor a empresa se amparou e justifique sua 
resposta.
INFOGRÁFICO
Clique no Infográfico os dispositivos de proteção à saúde e à segurança do CDC.
 
CONTEÚDO DO LIVRO
A proteção da saúde e da segurança para ser bem compreendida deve ser analisada com 
detalhes, uma vez que a vida e a segurança são direitos fundamentais que o Estado deve 
assegurar a todos, segundo o art. 5º da Constituição Federal, portanto saiba mais por meio da 
leitura do capítulo Da Proteção à Saúde e Segurança do livro "Direito do Consumidor".
Conteúdo:
DIREITO DO 
CONSUMIDOR
Gustavo 
Santanna 
DA PROTEÇÃO 
À SAÚDE E 
SEGURANÇA
4
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
• Reconhecer os dispositivos de proteção à saúde e à segurança do Código de 
Defesa do Consumidor.
• Identificar os tipos de periculosidade dos produtos e dos serviços. 
• Aplicar os artigos 8º, 9º e 10º do Código de Defesa do Consumidor ao caso 
concreto.
INTRODUÇÃO
É muito claro que hoje em dia temos no mercado de consumo um número 
incontável de produtos e de serviços que afetam diretamente nossa saúde. 
Para assegurar que o que consumimos é seguro e não nos causará danos, o 
Direito do Consumidor, através do Código de Defesa do Consumidor, elencou, 
em seus dispositivos, regras que garantem a proteção à saúde e à segurança. 
Nesta Unidade de Aprendizagem você vai conhecer como os dispositivos 
legais incidem na proteção à saúde e à segurança e os tipos de periculosidade 
dos produtos e dos serviços
DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA
A proteção à saúde e segurança, previstos como direitos básicos do 
consumidor no art. 6º, inciso I, são tratados mais especificamente no Capítulo 
IV, a partir do art. 8º e seguintes do Código de Defesa do Consumidor, onde 
há referências quanto à qualidade dos produtos e serviços, da prevenção e da 
reparação dos danos.
Assim, na Seção I do Capítulo IV, o Código de Defesa do Consumidor passou 
a detalhar a proteção à saúde e segurança do consumidor, com observações 
referentes aos cuidados que o fornecedor necessita ter ao colocar os produtos 
e serviços no mercado de consumo.
No art. 8º, o Código de Defesa do Consumidor prevê que os produtos e serviços 
não devem causar qualquer risco à saúde e segurança dos consumidores: 
5
Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não 
acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os 
considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e 
fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as 
informações necessárias e adequadas a seu respeito.
O Superior Tribunal de Justiça já se manifestou quanto ao artigo 8º em 
diversos julgados, como, por exemplo, na decisão abaixo, em que a Ministra 
Nancy Andrighi salienta a importância da proteção à segurança e saúde dos 
consumidores como decorrência do Princípio da dignidade da pessoa humana:
CIVIL. AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR 
DANOS MORAIS. CITAÇÃO VÁLIDA. TEORIA DA APARÊNCIA. REEXAME 
DE FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. CORPO ESTRANHO DENTRO 
DE GARRAFA DE ÁGUA MINERAL. EXPOSIÇÃO DO CONSUMIDOR A RISCO 
CONCRETO DE LESÃO À SUA SAÚDE E SEGURANÇA. FATO DO PRODUTO. 
EXISTÊNCIA DE DANO MORAL. VIOLAÇÃO DO DEVER DE NÃO ACARRETAR 
RISCOS AO CONSUMIDOR. ARTIGOS ANALISADOS: ARTS. 6º; 8º; 12 DO 
CDC.
1. O reexame de fatos e provas em recurso especial é inadmissível.
2. A aquisição de produto de gênero alimentício contendo em seu interior 
corpo estranho, expondo o consumidor ao risco concreto de lesão à sua 
saúde e segurança, ainda que não ocorra a ingestão completa de seu 
conteúdo, dá direito à compensação por dano moral, dada a ofensa ao 
direito fundamental à alimentação adequada, corolário do princípio da 
dignidade da pessoa humana.
3. Hipótese em que se caracteriza defeito do produto (art. 12, CDC), o qual 
expõe o consumidor a risco concreto de dano à sua saúde e segurança, em 
clara infringência ao dever legal dirigido ao fornecedor, previsto no art. 8º 
do CDC, ensejando a reparação por danos patrimoniais e morais (art. 6º do 
CDC).
4. A parte agravante não trouxe, nas razões do agravo regimental, 
argumentos aptos a modificar a decisão agravada, que deve ser mantida 
por seus próprios e jurídicos fundamentos.
5. Agravo não provido. 
(AgRg no REsp nº 1.454.255/PB, Ministra Nancy Andrighi, julgado em 
21/08/2014).
6
Da simples leitura do artigo 8º resta claro que os produtos e serviços não 
poderão ocasionar qualquer dano ou risco ao consumidor, sendo dever do 
fornecedor informar sobre eventuais riscos inerentes da natureza do produto 
ou serviço:
Assim, da aceitação de uma teoria da qualidade nasceria, no sistema do 
CDC, um dever anexo para o fornecedor, uma verdadeira garantia implícita 
de segurança razoável e de adequação conforme a confiança despertada, 
inclusive incluindo a falha informacional como defeito ou vício do produto 
ou do serviço. O art. 8º é a base da responsabilidade para riscos à saúde e 
segurança de produtos, relacionando-se, assim, com os demais artigos e 
com o recall e sanções administrativas. (BENJAMIN, MARQUES, MIRAGEM, 
2010, p. 352)
Importante salientar, ainda, que o caput do artigo 8º prevê a existência de 
riscos que são esperados pelo consumidor, riscos que se vinculam ao produto 
ou serviço e que, mesmo assim, não dispensam o fornecedor de prestar as 
informações necessárias e adequadas.
Os produtos e serviços oferecidos no mercado de consumo não poderão 
acarretar riscos à saúde e segurança dos consumidores, salvo aqueles 
que, pela sua própria natureza, apresentam em si um risco inerente – 
considerados pelo código no art. 8º, caput, como “normais e previsíveis” 
(v.g. remédios, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, fogos de artifício, etc.). Uma 
faca de cozinha, por exemplo, se quiser ser eficiente (afiada), terá que ser 
naturalmente perigosa. (GARCIA, 2015, p. 144)
A previsão contida no parágrafo único do artigo 8º se refere aos produtos 
industrializados, caso em que as informações sobre os riscos devem 
acompanhar os produtos de maneira impressa: “em se tratando de produto 
industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este 
artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto”.
O parágrafo único acima transcrito se refere tão somente ao dever de 
informação quanto aos produtos (não há referência quanto aos serviços), 
impondo ao fabricante de produtos industrializados “cumprir concretamentecom este dever de informação através de manuais, impressos, destaques, 
etc.” (BENJAMIN, MARQUES, MIRAGEM, 2010, p. 354).
7
Já o artigo 9º preocupa-se com os casos em que os produtos e serviços são 
“potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança” do consumidor, 
salientando que as informações, neste caso, devem se dar de maneira 
OSTENSIVA e adequada:
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou 
perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e 
adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da 
adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.
Ou seja, nestes casos em que os produtos e serviços apresentam-se nocivos 
ou perigosos à saúde ou segurança dos consumidores, as informações 
devem chamar a atenção e aparecer aos olhos do consumidor, a fim de 
que a nocividade ou periculosidade do produto ou serviço seja facilmente 
identificada:
(...) em qualquer hipótese e em decorrência do princípio da informação, o 
legislador garantiu ao consumidor o direito de ser informado, de maneira 
ostensiva e adequada, sobre a periculosidade ou nocividade do que vai 
adquirir. Caso contrário, em decorrência da falta de informação, o produto 
será defeituoso e, se causar qualquer tipo de dano ao consumidor, poderá 
ser pleiteada indenização frente ao consumidor. (GARCIA, 2015, p. 145)
A necessidade de a informação ser dada de forma clara e adequada é também 
referida nos julgados do Superior Tribunal de Justiça, que salienta a previsão 
constante do Código de Defesa do Consumidor:
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR, 
CIVIL E PROCESSO CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CERVEJA COM A 
EXPRESSÃO “SEM ÁLCOOL” NO RÓTULO. PRESENÇA DE TEOR ALCOÓLICO 
DE ATÉ 0,5%. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA AO DIREITO À INFORMAÇÃO 
CLARA E ADEQUADA. EXISTÊNCIA DE DECRETO REGULAMENTAR QUE 
PERMITE A CLASSIFICAÇÃO. IRRELEVÂNCIA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA 
ACOLHIDOS.
1. O mero erro no endereçamento dos embargos de divergência não gera 
o não conhecimento do recurso, pois não se verificou má-fé da parte 
embargante, tampouco prejuízo ao direito de defesa da embargada. 
Precedentes.
2. Questão referente à possibilidade de exposição à venda de cerveja que, 
8
embora classificada em seu rótulo com a expressão “sem álcool”, possua 
teor alcoólico de até 0,5%. Similitude entre os acórdãos embargado e 
paradigma, que trataram da matéria à luz das normas legais vigentes, 
notadamente do Código de Defesa do Consumidor.
3. A informação “sem álcool”, constante do rótulo do produto, é falsa e, por 
isso, está em clara desconformidade com o que dispõe o Código de Defesa 
do Consumidor, notadamente em prejuízo do direito à informação clara e 
adequada.
4. O fato de existir decreto regulamentar que classifica como “sem álcool” 
a cerveja com teor alcoólico de até 0,5% não autoriza que a empresa, 
embargada, desrespeite os direitos mais básicos do consumidor, 
garantidos em lei especial, naturalmente prevalecentes na espécie.
5. Embargos de divergência acolhidos. Acórdão embargado reformado 
para restabelecer a sentença que julgou procedente a ação civil pública. 
(EREsp nº 1.185.323/RS, Ministra Laurita Vaz, julgado em 24/10/2016).
As medidas praticadas pelo fornecedor, com o intuito de informar ao 
consumidor de forma adequada e ostensiva, não impedem que o próprio 
fornecedor se utilize de outras formas cabíveis de demonstrar a nocividade e 
periculosidade dos produtos e serviços:
O art. 9º, in fine, menciona que a informação não exonera o fornecedor “da 
adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto”, dentre elas a 
retirada do produto ou a cessação do serviço, voluntária ou administrativa. 
(BENJAMIN, MARQUES, MIRAGEM, 2010, p. 362)
O artigo 10 do Código de Defesa do Consumidor estabelece ao fornecedor o 
dever de prevenção e de precaução de danos, na medida em que proíbe que 
produtos e serviços que possam apresentar alto grau de periculosidade ou 
nocividade sejam colocados no mercado:
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto 
ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou 
periculosidade à saúde ou segurança.
O dever de prevenção e precaução são oriundos dos princípios estabelecidos 
no Direito Ambiental, como bem refere Leonardo Garcia (2015, p. 147-148):
9
Com relação à proteção à saúde e à segurança dos consumidores, vale 
salientar a aplicação dos princípios da prevenção e da precaução, típicos 
do direito ambiental. (...) as diferenças entre o princípio da prevenção e da 
precaução é que, no primeiro, há conhecimentos sobre a periculosidade 
dos produtos ou serviços, devendo tomar todas as medidas para que não 
ocorram danos à saúde e à segurança dos consumidores, enquanto no 
segundo, (precaução) não se conhece, inteira ou parcialmente, os possíveis 
danos que os produtos ou serviços possam causar. (LEONARDO GARCIA, 
2015, p. 147-148)
Assim, quando verificado posteriormente à colocação dos produtos e 
serviços no mercado de consumo que há algum vício capaz de afetar a saúde 
ou segurança dos consumidores, caberá ao fornecedor alertar e comunicar o 
fato às autoridades e consumidores, nos termos do § 1º do artigo 10, assim 
previsto:
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua 
introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade 
que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades 
competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários.
Esta comunicação feita através de anúncios publicitários tem o intuito de 
atentar o consumidor quanto aos riscos que o produto ou o serviço possa 
ocasionar:
Por intermédio da observância do disposto neste parágrafo é que se 
procede ao denominado recall (chamar de volta). Quando se descobre que 
um produto, por exemplo, foi posto no mercado de consumo com algum 
defeito de fabricação, deve o fornecedor comunicar a constatação aos 
consumidores, chamando de volta do mercado os produtos imprestáveis 
– nocivos ou perigosos – de modo a possibilitar o conserto do vício e/ou 
ressarcir o consumidor por eventuais danos. (GARCIA, 2015, p.148)
O parágrafo segundo do artigo 10 trouxe a obrigatoriedade de que os 
anúncios publicitários deverão ser amplamente divulgados, sendo pagos pelo 
próprio fornecedor do produto ou serviço: “os anúncios publicitários a que se 
refere o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às 
expensas do fornecedor do produto ou serviço.”
10
A obrigatoriedade de ampla divulgação referente ao aumento da nocividade 
ou periculosidade dos produtos ou serviços já foi objeto de análise pelo 
Superior Tribunal de Justiça, restando muito bem ementada a decisão:
DIREITO DO CONSUMIDOR. CONSUMO DE SURVECTOR, MEDICAMENTO 
INICIALMENTE VENDIDO DE FORMA LIVRE EM FARMÁCIAS. POSTERIOR 
ALTERAÇÃO DE SUA PRESCRIÇÃO E IMPOSIÇÃO DE RESTRIÇÃO À 
COMERCIALIZAÇÃO. RISCO DO PRODUTO AVALIADO POSTERIORMENTE, 
CULMINANDO COM A SUA PROIBIÇÃO EM DIVERSOS PAÍSES. 
RECORRENTE QUE INICIOU O CONSUMO DO MEDICAMENTO À ÉPOCA EM 
QUE SUA VENDA ERA LIVRE. DEPENDÊNCIA CONTRAÍDA, COM DIVERSAS 
RESTRIÇÕES EXPERIMENTADAS PELO PACIENTE. DANO MORAL 
RECONHECIDO.
- É dever do fornecedor a ampla publicidade ao mercado de consumo a 
respeito dos riscos inerentes a seus produtos e serviços.
(...)
- O aumento da periculosidade do medicamento deveria ser amplamente 
divulgado nos meios de comunicação. A mera alteração da bula e do 
controle de receitas na sua comercialização não são suficientes para 
prestar a adequada informação ao consumidor.
(...)
- Deve ser mantida a indenização fixada, a título de dano moral, para o 
paciente que adquiriu dependência da droga. Recurso especial conhecido 
e provido. 
(REsp nº 971.845/DF, Ministra Nancy Andrighi, julgado em 21/08/2008).
Resta claro que a divulgação feita nos termos do artigo 10, §§ 1º e 2º do Código 
de Defesa do Consumidor, não exime o fornecedor da responsabilidade dos 
danos decorrentedos vícios do produto ou serviço:
O fato de o fornecedor alertar os consumidores através de anúncios 
publicitários ou comunicar o ato imediatamente às autoridades 
competentes não o exime da responsabilidade objetiva sobre os danos 
provenientes dos vícios e defeitos de tais produtos e serviços, devendo 
responder nos exatos termos do art. 12 e ss. do CDC (GARCIA, 2015, p. 
149).
11
E, por fim, o Código de Defesa do Consumidor traz, no § 3º do art. 10, a 
hipótese em que os Entes Públicos, cientes da periculosidade de produtos 
ou serviços, também possuem a responsabilidade de informar tal fato aos 
consumidores: “sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de 
produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito.”
Assim, resta claro que a Proteção à Saúde e Segurança dos Consumidores 
deve ser analisada conjuntamente com os incisos I, III e VI do art. 6º, os quais 
referem da proteção à vida, saúde e segurança do consumidor, do princípio da 
informação e da prevenção e reparação de danos, princípios estes utilizados 
de forma direta e indireta no embasamento da garantia tratada aqui no art. 8º 
e seguintes do Código de Defesa do Consumidor.
PROTEÇÃO DA SEGURANÇA FÍSICA DO CONSUMIDOR
por Viviane Machado
SAIBA
MAIS
TIPOS DE PERICULOSIDADE
Seguindo a doutrina de Leonardo Garcia (2015, p. 146-147), existem três 
espécies de periculosidade: inerente, adquirida e exagerada. Será inerente 
quando a insegurança presente no serviço ou produto for normal e previsível, 
já esperada pelo consumidor, como, por exemplo, em facas de cozinha, 
botijões de gás, etc. A periculosidade será adquirida quando o produto ou 
serviço torna-se perigoso em razão da existência de um defeito que apresente 
na sua concepção (design, projeto ou fórmula), fabricação ou comercialização 
(insuficiência ou inadequação das informações sobre a sua utilização – nos 
manuais de uso). Caso fosse sanado o defeito, o serviço ou produto não 
apresentaria risco além daquele já esperado pelo consumidor. Por fim, há a 
periculosidade exagerada ou “produtos defeituosos por ficção” (GARCIA, 2015, 
12
p. 147), enquadrando-se, inicialmente, como de periculosidade inerente, mas 
que, mesmo com a informação adequada, os riscos não seriam mitigados. Os 
riscos do produto não compensariam os benefícios trazidos.
Nesse sentido já se manifestou o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande 
do Sul:
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS PATRIMONIAIS E EXTRAPATRIMONIAIS. 
LUCROS CESSANTES. PRODUTO PERIGOSO. MEDICAMENTO PARA TRATAR 
SINUSITE CONHECIDO POR “BUCHINHA DO NORTE”. CONSUMIDORA 
ATRAÍDA PELA PROPAGANDA DO MEDICAMENTO MANIPULADO, DELE 
FAZENDO USO, E CULMINANDO COM VIOLENTA HEMORRAGIA PELO 
NARIZ, CEFALÉIA E QUEIMAÇÃO NA GARGANTA, NECESSITANDO DE 
INTERNAÇÃO HOSPITALAR E POSTERIOR CIRURGIA. NEXO CAUSAL. 
EVIDENCIADO O NEXO CAUSAL ENTRE O USO DO MEDICAMENTO (AGENTE 
QUÍMICO) E O DANO, CONSUBSTANCIADO O AGIR CONTRÁRIO AO DEVER 
NA COLOCAÇÃO DE PRODUTO PERIGOSO À VENDA SEM MAIORES 
ADVERTÊNCIAS, RESTA ASSENTE O DEVER DE INDENIZAR. PRODUTOS 
E SERVIÇOS QUE APRESENTEM PERICULOSIDADE EXAGERADA, DE 
MODO A NÃO ADVERTIREM SUFICIENTEMENTE O CONSUMIDOR 
(UNREASONABLY DANGEROUS) NÃO DEVEM SER COLOCADOS NO 
MERCADO DE CONSUMO. INTELIGÊNCIA DO ART. 10 DO CDC. PRETENSÃO 
INDENIZATÓRIA ACOLHIDA. DANOS MORAIS FIXADOS EM CONSONÂNCIA 
COM O CASO CONCRETO E ATENTANDO-SE À SUFICIÊNCIA DA 
REPARAÇÃO, DENEGANDO-SE A QUANTIFICAÇÃO INDENIZATÓRIA A 
TÍTULO DE DANOS MORAIS. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação 
Cível Nº 70006549745, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, 
Relator: Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout, Julgado em 27/05/2004).
RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANO MORAL 
CUMULADA COM DANO ESTÉTICO. “FURACÃO NEGRO DAKRON”. PRODUTO 
COLOCADO NO MERCADO NA FINALIDADE DO DESENTUPIMENTO DE PIAS 
E RALOS DOMÉSTICOS. CONSUMIDORA QUE, NÃO OBSTANTE A ADOÇÃO 
DAS PRECAUÇÕES REGULARES, VEM A SOFRER INTENSA QUEIMADURA 
QUÍMICA, COM A CONSEQUÊNCIA DE LESÕES QUE JUSTIFICAM CIRURGIA 
ESTÉTICO-REPARADORA. PRODUTO PERIGOSO. PRODUTOS E SERVIÇOS 
QUE APRESENTEM PERICULOSIDADE EXAGERADA, DE MODO A NÃO 
ADVERTIREM SUFICIENTEMENTE O CONSUMIDOR (UNREASONABLY 
DANGEROUS) NÃO DEVEM SER COLOCADOS NO MERCADO DE CONSUMO. 
INTELIGÊNCIA DO ART. 10 DO CDC. DANO MORAL. DANO ESTÉTICO. SÃO 
13
CUMULÁVEIS AS FIGURAS DO DANO MORAL E ESTÉTICO, JÁ QUE O ÚLTIMO 
NÃO CUIDA DE MODALIDADE DO PRIMEIRO, TAMPOUCO É POR AQUELE 
ENGLOBADO. CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL. EXEGESE DOS ARTIGOS 602 E 
20, § 5º DO CPC. CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICO-REPARADORA. DIREITO 
À AMPLA REPARAÇÃO, NA EXEGESE DOS ARTS. 1.538 E 1.539 DO 
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO. DANO MORAL QUANTIFICAÇÃO. AVALIADAS 
AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO, MOSTRA-SE RAZOÁVEL 
INDENIZAÇÃO NO VALOR EQUIVALENTE A 100 SALÁRIOS MÍNIMOS, O QUE 
ENCONTRA RESSONÂNCIA EM ENTENDIMENTOS JURISPRUDENCIAIS 
E DOUTRINÁRIOS PARA CASOS ANÁLOGOS. APELO PARCIALMENTE 
PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70003095759, Nona Câmara Cível, Tribunal 
de Justiça do RS, Relator: Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout, Julgado 
em 27/11/2002)
SERVIÇOS PÚBLICOS E O CÓDIGO DE DEFESA 
DO CONSUMIDOR
Pelo princípio da continuidade dos serviços públicos, estes não podem ser 
interrompidos ou paralisados, devendo ser prestados de forma contínua. 
Nesse sentido, afirma o artigo 6º, § 1º da Lei nº 8.9.87/95 ao afirmar que 
o serviço adequado é aquele que satisfaz, dentre outras condições, a de 
continuidade. É claro que “o princípio da continuidade do serviço público” não 
impede que em determinados momentos o serviço público não possa ser 
interrompido ou suspenso, como ocorre no caso do artigo 6º, § 3º, da Lei nº 
8.987/95 (SANTANNA, 2015, p. 201).
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção 
em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; 
e
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
O artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor determina que os órgãos 
públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob 
qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços 
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. Contudo, 
esse artigo deve ser lido conjuntamente com o artigo 6º, § 3º, da Lei 8.987/95 
e, havendo prévio aviso, pode ocorrer a interrupção mesmo, então vejamos:
14
ADMINISTRATIVO – SERVIÇO PÚBLICO CONCEDIDO – ENERGIA ELÉTRICA 
– INADIMPLÊNCIA ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO 
DE ÁGUA. USUÁRIO INADIMPLENTE. POSSIBILIDADE.
1. Nos termos do art. 22 da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do 
Consumidor), “os órgãos públicos, por si ou suas empresas concessionárias, 
permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são 
obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto 
aos essenciais, contínuos”.
2. A Lei nº8.987/95, por sua vez, ao dispor sobre o regime de concessão 
e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da 
Constituição Federal, em seu Capítulo II (“Do Serviço Adequado”), traz a 
definição, para esse especial objeto de relação de consumo, do que se 
considera “serviço adequado”, prevendo, nos incisos I e II do § 3º do art. 
6º, duas hipóteses em que é legítima a sua interrupção, em situação de 
emergência ou após prévio aviso: (a)
por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; (b) por 
inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
3. Tem-se, assim, que a continuidade do serviço público assegurada pelo 
art. 22 do CDC não constitui princípio absoluto, mas garantia limitada pelas 
disposições da Lei 8.987/95, que, em nome justamente da preservação 
da continuidade e da qualidade da prestação dos serviços ao conjunto 
dos usuários, permite, em hipóteses, entre as quais, o inadimplemento, a 
suspensão no seu fornecimento. Precedentes da1ª Turma: REsp 591.692/
RJ, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 14.03.2005; REsp 691.516/RS, 
Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJ de 24.10.2005; REsp 337.965/MG, Rel.ª 
Min.ª Eliana Calmon, 2ª Turma, DJ de 20.10.2003.
4. Recurso especial a que se dá provimento. 
(REsp nº 898.769/RS, Ministro Relator Teori Albino Zavascki, julgado em 
01/03/2007).
No EREsp nº 845.982/RJ, julgado em 24/06/2009, tendo como Ministro 
Relator Luiz Fux, Primeira Seção do STJ, restou pacificado o entendimento 
que se o usuário inadimplente presta serviço público essencial como escolas, 
creches, prontos-socorros, por exemplo, o serviço não pode ser interrompido.
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA 
EM RECURSO ESPECIAL. ENERGIA ELÉTRICA. UNIDADES PÚBLICAS 
ESSENCIAIS, COMO SOEM SER HOSPITAIS; PRONTO-SOCORROS; 
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ESCOLAS; CRECHES; FONTES DE ABASTECIMENTO D’ÁGUA E ILUMINAÇÃO 
PÚBLICA; E SERVIÇOS DE SEGURANÇA PÚBLICA. INADIMPLÊNCIA. 
SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO. SERVIÇO PÚBLICO ESSENCIAL.
1. A suspensão do serviço de energia elétrica, por empresa concessionária, 
em razão de inadimplemento de unidades públicas essenciais - hospitais; 
prontos-socorros; escolas; creches; fontes de abastecimento d’água, 
iluminação pública; e serviços de segurança pública, como forma de 
compelir o usuário ao pagamento de tarifa ou multa, despreza o interesse 
da coletividade.
2. É que resta assente nesta Corte que: “O princípio da continuidade 
do serviço público assegurado pelo art. 22 do Código de Defesa do 
Consumidor deve ser obtemperado, ante a exegese do art. 6º, § 3º, II da Lei 
nº 8.987/95 que prevê a possibilidade de interrupção do fornecimento de 
energia elétrica quando, após aviso, permanecer inadimplente o usuário, 
considerado o interesse da coletividade. Precedentes de ambas as Turmas 
de Direito Público (...) “ RESP 845.982/RJ.
3. Deveras, não se concebe a aplicação da legislação infraconstitucional, 
in casu, art. 6.º, § 3.º, II, da Lei 8.987/95, sem o crivo dos princípios 
constitucionais, dentre os quais sobressai o da dignidade da pessoa 
humana, que é um dos fundamentos da República como previsto na 
Constituição Federal.
4. (...)
5. Embargos de Divergência rejeitados.
ADMINISTRATIVO. ENERGIA ELÉTRICA. INTERRUPÇÃO DO 
FORNECIMENTO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. INTERESSE DA 
COLETIVIDADE. PRESERVAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS.
1. O Superior Tribunal de Justiça entende que, nos casos de inadimplência 
de pessoa jurídica de direito público, é inviável a interrupção indiscriminada 
do fornecimento de energia elétrica.
2. Não há que se proceder à suspensão da energia elétrica em locais como 
hospitais, escolas, mercados municipais, bem como em outras unidades 
públicas cuja paralisação seja inadmissível, porquanto existem outros 
meios jurídicos legais para buscar a tutela jurisdicional, como a ação de 
cobrança.
3. In casu, o Tribunal a quo salientou que na Municipalidade, “dada a 
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precariedade de suas instalações, em um único prédio, funcionam várias 
Secretarias e até mesmo escolas”, a suspensão do fornecimento de energia 
iria de encontro ao interesse da coletividade. Agravo regimental improvido. 
(STJ AgRg no REsp nº 1.142.903/AL, Ministro Relator Humberto Martins, 
julgado em 13/12/10). 
Há entendimento, ainda, do Superior Tribunal de Justiça no EDcl no AgRg no 
Ag 466.122/MS, que, nos casos de miserabilidade, os serviços públicos não 
poderiam ser interrompidos, uma vez que feririam a dignidade da pessoa 
humana, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, art. 1º, III, 
da Constituição da República.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO 
ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. CORTE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA 
ELÉTRICA. INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR. LEGALIDADE.
(...)
3. Não obstante, ressalvo o entendimento de que o corte do fornecimento 
de serviços essenciais - água e energia elétrica – como forma de compelir o 
usuário ao pagamento de tarifa ou multa, extrapola os limites da legalidade 
e afronta a cláusula pétrea de respeito à dignidade humana, porquanto o 
cidadão se utiliza dos serviços públicos postos essenciais para a sua vida, 
curvo-me ao posicionamento majoritário da Seção.
4. Hodiernamente, inviabiliza-se a aplicação da legislação infraconstitucional 
impermeável aos princípios constitucionais, dentre os quais sobressai o da 
dignidade da pessoa humana, que é um dos fundamentos da República, 
por isso que inaugura o texto constitucional, que revela o nosso ideário 
como nação.
5. Em segundo lugar, a Lei de Concessões estabelece que é possível o 
corte considerado o interesse da coletividade, que significa interditar 
o corte de energia de um hospital ou de uma universidade, bem como o 
de uma pessoa que não possui condições financeiras para pagar conta 
de luz de valor módico, máxime quando a concessionária tem os meios 
jurídicos legais da ação de cobrança. A responsabilidade patrimonial, no 
direito brasileiro, incide sobre o patrimônio do devedor e, neste caso, está 
incidindo sobre a própria pessoa.
6. Outrossim, é voz corrente que o ‘interesse da coletividade’ refere-se 
aos municípios, às universidades, hospitais, onde se atingem interesses 
plurissubjetivos.
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7. Destarte, é mister analisar que as empresas concessionárias ressalvam 
evidentemente um percentual de inadimplemento na sua avaliação de 
perdas e os fatos notórios não dependem de prova (notoria nom egent 
probationem), por isso que a empresa recebe mais do que experimenta 
inadimplementos.
8. Esses fatos conduzem a conclusão contrária à possibilidade de corte 
do fornecimento de serviços essenciais de pessoa física em situação de 
miserabilidade, em contrapartida ao corte de pessoa jurídica portentosa, 
que pode pagar e protela a prestação da sua obrigação, aproveitando-se 
dos meios judiciais cabíveis.
9. Embargos de declaração providos, com efeitos infringentes.
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REFERÊNCIAS 
BENJAMIN, Antonio Herman V.; MARQUES, Claudia Lima; MIRAGEM, Bruno. 
Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 3.ed. São Paulo: Editora 
Revista dos Tribunais, 2010.
GARCIA, Leonardo de Medeiros. Direito do consumidor: código comentado e 
jurisprudência. 11.ed. Bahia: JusPodivum, 2015.
SANTANNA, Gustavo da Silva. Direito administrativo. 4.ed. Porto Alegre: 
Verbo Jurídico, 2015.
 
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Na dica do professor observe alguns conceitos importantes sobre os objetos da relação de 
consumo: produto e serviço.
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EXERCÍCIOS
1) Considerando a proteção da saúde e da segurança prevista no Código de Defesa do 
Consumidor. 
A) O direito do consumidor não permite a circulação de produtos nocivos à saúde, 
independente de sua natureza e seu uso.
B) Medicamentos são exemplos de produtos de periculosidade adquirida.
C) Produtos importados devem ter as informações sobre riscos à saúde traduzidas pelo 
importador.
D) As bebidas alcoólicas não pertencem ao rol de produtos nocivos à saúde. Podem ser 
comercializadas livremente.
E) O CDC permite que produtos com grande perigo sejam comercializados.
2) Um fabricante após introduzir no mercado de consumo um modelo de ferro de 
passar, descobre que funcionando na temperatura mais alta o aparelho causa um 
severo choque elétrico. De acordo com o CDC o que deve ocorrer? 
O fornecedor deverá no prazo máximo de 30 dias contados da ciência do fato, comunicar a 
periculosidade do produto às autoridades competentes e aos consumidores, mediante 
A) 
anúncios publicitários a serem veiculados na imprensa, no rádio e na televisão.
B) Compete ao fornecedor comunicar o perigo às autoridades competentes e aos 
consumidores, mediante anúncios publicitários, porém cobrará da União as despesas.
C) Mesmo sabendo do perigo de choque elétrico o fabricante poderia comercializar o produto 
desde que alertasse o consumidor.
D) Desde que o fornecedor alerte sobre o perigo na forma prevista na lei, ficará isento de 
responsabilidade perante consumidores por conta dochoque do ferro, mas apenas em 
relação aos fatos ocorridos após a divulgação do alerta.
E) Compete a todos os entes federados que tomarem conhecimento da periculosidade do 
produto informar os consumidores a respeito.
3) Uma indústria de produtos de limpeza lançou no mercado um produto ótimo para 
acabar com o limo, porém este produto poderá causar lesão na pele se não for 
utilizado com proteção de luvas. A empresa identificou claramente no rótulo a 
necessidade de cuidados especiais no manuseio. A indústria já possui autorização. 
A) A empresa não deverá comercializá-lo, pois é nocivo à saúde.
B) A empresa está apta a comercializar seu produto para limpeza de limo.
C) Deverá adequar seu produto para que não tenha os efeitos danosos.
D) Deverá fazer o Recall do seu produto.
E) Deverá obrigatoriamente em horário nobre alertar os consumidores dos riscos de seu 
produto.
4) Uma indústria farmacêutica identificou que um de seus medicamentos está causando 
óbito nas pessoas por choque anafilático. Neste caso a indústria deve: 
A) A indústria farmacêutica deve, expressamente, na embalagem ou no rótulo, destacar os 
casos de óbito identificados.
B) Retirar do mercado imediatamente o medicamento e informar publicamente as autoridades 
competentes e consumidores.
C) A indústria farmacêutica se exime da responsabilidade dos casos de óbito, pois 
medicamentos são considerados de periculosidade inerente.
D) Os anúncios publicitários informativos da alta periculosidade de determinado produto 
devem ser realizados, exclusivamente, em mídia televisiva.
E) Somente avisar os órgãos competentes e eles comunicarão a população.
5) Sobre a segurança dos produtos em circulação no mercado de consumo, nosso Direito 
do Consumidor prevê: 
A) Que aprovado e incluído o produto no mercado, o fornecedor não possui mais 
responsabilidade nenhuma sobre eventuais vícios que possam aparecer.
B) Após posto o produto no mercado, cabe exclusivamente ao revendedor prestar as 
informações acerca dos riscos à saúde ou à segurança dos consumidores.
C) O fornecedor poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou 
deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou à segurança.
Os produtos e os serviços colocados no mercado de consumo não podem acarretar riscos à 
saúde ou à segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em 
D) 
decorrência de sua natureza e fruição, tais como remédios e fogos de artifício.
E) A comercialização de fósforos com as informações quanto à sua regular utilização 
caracteriza, à luz das regras do Código de Defesa do Consumidor, caso de um produto 
considerado maléfico.
NA PRÁTICA
Veja na prática os tipos de periculosidade.
O direito do consumidor não permite que produtos e serviços que causem riscos à saúde e à 
segurança estejam no mercado, todavia alguns produtos que por suas características ofereçam 
riscos podem estar no mercado de consumo desde que fornecedores advirtam os consumidores 
dos riscos.
Clique no ícones e descubra os diferentes riscos à saúde e à segurança conforme o tipo de 
periculosidade.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Seminário internacional discute saúde e segurança do consumidor
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Direitos do Consumidor da Proteção à Saúde e à Segurança
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Código de Defesa do Consumidor Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.
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