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Da Proteção à Saúde e Segurança APRESENTAÇÃO É muito claro que hoje em dia temos no mercado de consumo um número incontável de produtos e de serviços que afetam diretamente nossa saúde. Para assegurar que o que consumimos é seguro e não nos causará danos, o Direito do Consumidor, através do Código de Defesa do Consumidor elencou em seus dispositivos regras que garantem a proteção à saúde e à segurança. Nesta Unidade de Aprendizagem você vai conhecer como os dispositivos legais incidem na proteção à saúde e à segurança e os tipos de periculosidade dos produtos e dos serviços. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer os dispositivos de proteção à saúde e à segurança do Código de Defesa do Consumidor. • Identificar os tipos de periculosidade dos produtos e dos serviços.• Aplicar os artigos 8o, 9o e 10o o Código de Defesa do Consumidor ao caso concreto.• DESAFIO Vejamos um caso de grande repercussão que ocorreu em 2012, um exemplo claro de Recall. Clique na notícia abaixo: A repercussão acabou por lotar o judiciário de ações reclamando indenização por danos morais. Os juízes reconheceram o direito à indenização para os casos em que houve efetiva ingestão do produto contaminado. Os demais não foram acolhidos por não ter havido danos à saúde. No caso acima podemos perceber que a empresa agiu rapidamente para contornar o problema. Diga em que artigo do Código de Defesa do Consumidor a empresa se amparou e justifique sua resposta. INFOGRÁFICO Clique no Infográfico os dispositivos de proteção à saúde e à segurança do CDC. CONTEÚDO DO LIVRO A proteção da saúde e da segurança para ser bem compreendida deve ser analisada com detalhes, uma vez que a vida e a segurança são direitos fundamentais que o Estado deve assegurar a todos, segundo o art. 5º da Constituição Federal, portanto saiba mais por meio da leitura do capítulo Da Proteção à Saúde e Segurança do livro "Direito do Consumidor". Conteúdo: DIREITO DO CONSUMIDOR Gustavo Santanna DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA 4 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: • Reconhecer os dispositivos de proteção à saúde e à segurança do Código de Defesa do Consumidor. • Identificar os tipos de periculosidade dos produtos e dos serviços. • Aplicar os artigos 8º, 9º e 10º do Código de Defesa do Consumidor ao caso concreto. INTRODUÇÃO É muito claro que hoje em dia temos no mercado de consumo um número incontável de produtos e de serviços que afetam diretamente nossa saúde. Para assegurar que o que consumimos é seguro e não nos causará danos, o Direito do Consumidor, através do Código de Defesa do Consumidor, elencou, em seus dispositivos, regras que garantem a proteção à saúde e à segurança. Nesta Unidade de Aprendizagem você vai conhecer como os dispositivos legais incidem na proteção à saúde e à segurança e os tipos de periculosidade dos produtos e dos serviços DA PROTEÇÃO À SAÚDE E SEGURANÇA A proteção à saúde e segurança, previstos como direitos básicos do consumidor no art. 6º, inciso I, são tratados mais especificamente no Capítulo IV, a partir do art. 8º e seguintes do Código de Defesa do Consumidor, onde há referências quanto à qualidade dos produtos e serviços, da prevenção e da reparação dos danos. Assim, na Seção I do Capítulo IV, o Código de Defesa do Consumidor passou a detalhar a proteção à saúde e segurança do consumidor, com observações referentes aos cuidados que o fornecedor necessita ter ao colocar os produtos e serviços no mercado de consumo. No art. 8º, o Código de Defesa do Consumidor prevê que os produtos e serviços não devem causar qualquer risco à saúde e segurança dos consumidores: 5 Art. 8º Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito. O Superior Tribunal de Justiça já se manifestou quanto ao artigo 8º em diversos julgados, como, por exemplo, na decisão abaixo, em que a Ministra Nancy Andrighi salienta a importância da proteção à segurança e saúde dos consumidores como decorrência do Princípio da dignidade da pessoa humana: CIVIL. AGRAVO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. CITAÇÃO VÁLIDA. TEORIA DA APARÊNCIA. REEXAME DE FATOS E PROVAS. INADMISSIBILIDADE. CORPO ESTRANHO DENTRO DE GARRAFA DE ÁGUA MINERAL. EXPOSIÇÃO DO CONSUMIDOR A RISCO CONCRETO DE LESÃO À SUA SAÚDE E SEGURANÇA. FATO DO PRODUTO. EXISTÊNCIA DE DANO MORAL. VIOLAÇÃO DO DEVER DE NÃO ACARRETAR RISCOS AO CONSUMIDOR. ARTIGOS ANALISADOS: ARTS. 6º; 8º; 12 DO CDC. 1. O reexame de fatos e provas em recurso especial é inadmissível. 2. A aquisição de produto de gênero alimentício contendo em seu interior corpo estranho, expondo o consumidor ao risco concreto de lesão à sua saúde e segurança, ainda que não ocorra a ingestão completa de seu conteúdo, dá direito à compensação por dano moral, dada a ofensa ao direito fundamental à alimentação adequada, corolário do princípio da dignidade da pessoa humana. 3. Hipótese em que se caracteriza defeito do produto (art. 12, CDC), o qual expõe o consumidor a risco concreto de dano à sua saúde e segurança, em clara infringência ao dever legal dirigido ao fornecedor, previsto no art. 8º do CDC, ensejando a reparação por danos patrimoniais e morais (art. 6º do CDC). 4. A parte agravante não trouxe, nas razões do agravo regimental, argumentos aptos a modificar a decisão agravada, que deve ser mantida por seus próprios e jurídicos fundamentos. 5. Agravo não provido. (AgRg no REsp nº 1.454.255/PB, Ministra Nancy Andrighi, julgado em 21/08/2014). 6 Da simples leitura do artigo 8º resta claro que os produtos e serviços não poderão ocasionar qualquer dano ou risco ao consumidor, sendo dever do fornecedor informar sobre eventuais riscos inerentes da natureza do produto ou serviço: Assim, da aceitação de uma teoria da qualidade nasceria, no sistema do CDC, um dever anexo para o fornecedor, uma verdadeira garantia implícita de segurança razoável e de adequação conforme a confiança despertada, inclusive incluindo a falha informacional como defeito ou vício do produto ou do serviço. O art. 8º é a base da responsabilidade para riscos à saúde e segurança de produtos, relacionando-se, assim, com os demais artigos e com o recall e sanções administrativas. (BENJAMIN, MARQUES, MIRAGEM, 2010, p. 352) Importante salientar, ainda, que o caput do artigo 8º prevê a existência de riscos que são esperados pelo consumidor, riscos que se vinculam ao produto ou serviço e que, mesmo assim, não dispensam o fornecedor de prestar as informações necessárias e adequadas. Os produtos e serviços oferecidos no mercado de consumo não poderão acarretar riscos à saúde e segurança dos consumidores, salvo aqueles que, pela sua própria natureza, apresentam em si um risco inerente – considerados pelo código no art. 8º, caput, como “normais e previsíveis” (v.g. remédios, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, fogos de artifício, etc.). Uma faca de cozinha, por exemplo, se quiser ser eficiente (afiada), terá que ser naturalmente perigosa. (GARCIA, 2015, p. 144) A previsão contida no parágrafo único do artigo 8º se refere aos produtos industrializados, caso em que as informações sobre os riscos devem acompanhar os produtos de maneira impressa: “em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto”. O parágrafo único acima transcrito se refere tão somente ao dever de informação quanto aos produtos (não há referência quanto aos serviços), impondo ao fabricante de produtos industrializados “cumprir concretamentecom este dever de informação através de manuais, impressos, destaques, etc.” (BENJAMIN, MARQUES, MIRAGEM, 2010, p. 354). 7 Já o artigo 9º preocupa-se com os casos em que os produtos e serviços são “potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança” do consumidor, salientando que as informações, neste caso, devem se dar de maneira OSTENSIVA e adequada: Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto. Ou seja, nestes casos em que os produtos e serviços apresentam-se nocivos ou perigosos à saúde ou segurança dos consumidores, as informações devem chamar a atenção e aparecer aos olhos do consumidor, a fim de que a nocividade ou periculosidade do produto ou serviço seja facilmente identificada: (...) em qualquer hipótese e em decorrência do princípio da informação, o legislador garantiu ao consumidor o direito de ser informado, de maneira ostensiva e adequada, sobre a periculosidade ou nocividade do que vai adquirir. Caso contrário, em decorrência da falta de informação, o produto será defeituoso e, se causar qualquer tipo de dano ao consumidor, poderá ser pleiteada indenização frente ao consumidor. (GARCIA, 2015, p. 145) A necessidade de a informação ser dada de forma clara e adequada é também referida nos julgados do Superior Tribunal de Justiça, que salienta a previsão constante do Código de Defesa do Consumidor: EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR, CIVIL E PROCESSO CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CERVEJA COM A EXPRESSÃO “SEM ÁLCOOL” NO RÓTULO. PRESENÇA DE TEOR ALCOÓLICO DE ATÉ 0,5%. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA AO DIREITO À INFORMAÇÃO CLARA E ADEQUADA. EXISTÊNCIA DE DECRETO REGULAMENTAR QUE PERMITE A CLASSIFICAÇÃO. IRRELEVÂNCIA. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA ACOLHIDOS. 1. O mero erro no endereçamento dos embargos de divergência não gera o não conhecimento do recurso, pois não se verificou má-fé da parte embargante, tampouco prejuízo ao direito de defesa da embargada. Precedentes. 2. Questão referente à possibilidade de exposição à venda de cerveja que, 8 embora classificada em seu rótulo com a expressão “sem álcool”, possua teor alcoólico de até 0,5%. Similitude entre os acórdãos embargado e paradigma, que trataram da matéria à luz das normas legais vigentes, notadamente do Código de Defesa do Consumidor. 3. A informação “sem álcool”, constante do rótulo do produto, é falsa e, por isso, está em clara desconformidade com o que dispõe o Código de Defesa do Consumidor, notadamente em prejuízo do direito à informação clara e adequada. 4. O fato de existir decreto regulamentar que classifica como “sem álcool” a cerveja com teor alcoólico de até 0,5% não autoriza que a empresa, embargada, desrespeite os direitos mais básicos do consumidor, garantidos em lei especial, naturalmente prevalecentes na espécie. 5. Embargos de divergência acolhidos. Acórdão embargado reformado para restabelecer a sentença que julgou procedente a ação civil pública. (EREsp nº 1.185.323/RS, Ministra Laurita Vaz, julgado em 24/10/2016). As medidas praticadas pelo fornecedor, com o intuito de informar ao consumidor de forma adequada e ostensiva, não impedem que o próprio fornecedor se utilize de outras formas cabíveis de demonstrar a nocividade e periculosidade dos produtos e serviços: O art. 9º, in fine, menciona que a informação não exonera o fornecedor “da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto”, dentre elas a retirada do produto ou a cessação do serviço, voluntária ou administrativa. (BENJAMIN, MARQUES, MIRAGEM, 2010, p. 362) O artigo 10 do Código de Defesa do Consumidor estabelece ao fornecedor o dever de prevenção e de precaução de danos, na medida em que proíbe que produtos e serviços que possam apresentar alto grau de periculosidade ou nocividade sejam colocados no mercado: Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. O dever de prevenção e precaução são oriundos dos princípios estabelecidos no Direito Ambiental, como bem refere Leonardo Garcia (2015, p. 147-148): 9 Com relação à proteção à saúde e à segurança dos consumidores, vale salientar a aplicação dos princípios da prevenção e da precaução, típicos do direito ambiental. (...) as diferenças entre o princípio da prevenção e da precaução é que, no primeiro, há conhecimentos sobre a periculosidade dos produtos ou serviços, devendo tomar todas as medidas para que não ocorram danos à saúde e à segurança dos consumidores, enquanto no segundo, (precaução) não se conhece, inteira ou parcialmente, os possíveis danos que os produtos ou serviços possam causar. (LEONARDO GARCIA, 2015, p. 147-148) Assim, quando verificado posteriormente à colocação dos produtos e serviços no mercado de consumo que há algum vício capaz de afetar a saúde ou segurança dos consumidores, caberá ao fornecedor alertar e comunicar o fato às autoridades e consumidores, nos termos do § 1º do artigo 10, assim previsto: § 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários. Esta comunicação feita através de anúncios publicitários tem o intuito de atentar o consumidor quanto aos riscos que o produto ou o serviço possa ocasionar: Por intermédio da observância do disposto neste parágrafo é que se procede ao denominado recall (chamar de volta). Quando se descobre que um produto, por exemplo, foi posto no mercado de consumo com algum defeito de fabricação, deve o fornecedor comunicar a constatação aos consumidores, chamando de volta do mercado os produtos imprestáveis – nocivos ou perigosos – de modo a possibilitar o conserto do vício e/ou ressarcir o consumidor por eventuais danos. (GARCIA, 2015, p.148) O parágrafo segundo do artigo 10 trouxe a obrigatoriedade de que os anúncios publicitários deverão ser amplamente divulgados, sendo pagos pelo próprio fornecedor do produto ou serviço: “os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço.” 10 A obrigatoriedade de ampla divulgação referente ao aumento da nocividade ou periculosidade dos produtos ou serviços já foi objeto de análise pelo Superior Tribunal de Justiça, restando muito bem ementada a decisão: DIREITO DO CONSUMIDOR. CONSUMO DE SURVECTOR, MEDICAMENTO INICIALMENTE VENDIDO DE FORMA LIVRE EM FARMÁCIAS. POSTERIOR ALTERAÇÃO DE SUA PRESCRIÇÃO E IMPOSIÇÃO DE RESTRIÇÃO À COMERCIALIZAÇÃO. RISCO DO PRODUTO AVALIADO POSTERIORMENTE, CULMINANDO COM A SUA PROIBIÇÃO EM DIVERSOS PAÍSES. RECORRENTE QUE INICIOU O CONSUMO DO MEDICAMENTO À ÉPOCA EM QUE SUA VENDA ERA LIVRE. DEPENDÊNCIA CONTRAÍDA, COM DIVERSAS RESTRIÇÕES EXPERIMENTADAS PELO PACIENTE. DANO MORAL RECONHECIDO. - É dever do fornecedor a ampla publicidade ao mercado de consumo a respeito dos riscos inerentes a seus produtos e serviços. (...) - O aumento da periculosidade do medicamento deveria ser amplamente divulgado nos meios de comunicação. A mera alteração da bula e do controle de receitas na sua comercialização não são suficientes para prestar a adequada informação ao consumidor. (...) - Deve ser mantida a indenização fixada, a título de dano moral, para o paciente que adquiriu dependência da droga. Recurso especial conhecido e provido. (REsp nº 971.845/DF, Ministra Nancy Andrighi, julgado em 21/08/2008). Resta claro que a divulgação feita nos termos do artigo 10, §§ 1º e 2º do Código de Defesa do Consumidor, não exime o fornecedor da responsabilidade dos danos decorrentedos vícios do produto ou serviço: O fato de o fornecedor alertar os consumidores através de anúncios publicitários ou comunicar o ato imediatamente às autoridades competentes não o exime da responsabilidade objetiva sobre os danos provenientes dos vícios e defeitos de tais produtos e serviços, devendo responder nos exatos termos do art. 12 e ss. do CDC (GARCIA, 2015, p. 149). 11 E, por fim, o Código de Defesa do Consumidor traz, no § 3º do art. 10, a hipótese em que os Entes Públicos, cientes da periculosidade de produtos ou serviços, também possuem a responsabilidade de informar tal fato aos consumidores: “sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito.” Assim, resta claro que a Proteção à Saúde e Segurança dos Consumidores deve ser analisada conjuntamente com os incisos I, III e VI do art. 6º, os quais referem da proteção à vida, saúde e segurança do consumidor, do princípio da informação e da prevenção e reparação de danos, princípios estes utilizados de forma direta e indireta no embasamento da garantia tratada aqui no art. 8º e seguintes do Código de Defesa do Consumidor. PROTEÇÃO DA SEGURANÇA FÍSICA DO CONSUMIDOR por Viviane Machado SAIBA MAIS TIPOS DE PERICULOSIDADE Seguindo a doutrina de Leonardo Garcia (2015, p. 146-147), existem três espécies de periculosidade: inerente, adquirida e exagerada. Será inerente quando a insegurança presente no serviço ou produto for normal e previsível, já esperada pelo consumidor, como, por exemplo, em facas de cozinha, botijões de gás, etc. A periculosidade será adquirida quando o produto ou serviço torna-se perigoso em razão da existência de um defeito que apresente na sua concepção (design, projeto ou fórmula), fabricação ou comercialização (insuficiência ou inadequação das informações sobre a sua utilização – nos manuais de uso). Caso fosse sanado o defeito, o serviço ou produto não apresentaria risco além daquele já esperado pelo consumidor. Por fim, há a periculosidade exagerada ou “produtos defeituosos por ficção” (GARCIA, 2015, 12 p. 147), enquadrando-se, inicialmente, como de periculosidade inerente, mas que, mesmo com a informação adequada, os riscos não seriam mitigados. Os riscos do produto não compensariam os benefícios trazidos. Nesse sentido já se manifestou o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS PATRIMONIAIS E EXTRAPATRIMONIAIS. LUCROS CESSANTES. PRODUTO PERIGOSO. MEDICAMENTO PARA TRATAR SINUSITE CONHECIDO POR “BUCHINHA DO NORTE”. CONSUMIDORA ATRAÍDA PELA PROPAGANDA DO MEDICAMENTO MANIPULADO, DELE FAZENDO USO, E CULMINANDO COM VIOLENTA HEMORRAGIA PELO NARIZ, CEFALÉIA E QUEIMAÇÃO NA GARGANTA, NECESSITANDO DE INTERNAÇÃO HOSPITALAR E POSTERIOR CIRURGIA. NEXO CAUSAL. EVIDENCIADO O NEXO CAUSAL ENTRE O USO DO MEDICAMENTO (AGENTE QUÍMICO) E O DANO, CONSUBSTANCIADO O AGIR CONTRÁRIO AO DEVER NA COLOCAÇÃO DE PRODUTO PERIGOSO À VENDA SEM MAIORES ADVERTÊNCIAS, RESTA ASSENTE O DEVER DE INDENIZAR. PRODUTOS E SERVIÇOS QUE APRESENTEM PERICULOSIDADE EXAGERADA, DE MODO A NÃO ADVERTIREM SUFICIENTEMENTE O CONSUMIDOR (UNREASONABLY DANGEROUS) NÃO DEVEM SER COLOCADOS NO MERCADO DE CONSUMO. INTELIGÊNCIA DO ART. 10 DO CDC. PRETENSÃO INDENIZATÓRIA ACOLHIDA. DANOS MORAIS FIXADOS EM CONSONÂNCIA COM O CASO CONCRETO E ATENTANDO-SE À SUFICIÊNCIA DA REPARAÇÃO, DENEGANDO-SE A QUANTIFICAÇÃO INDENIZATÓRIA A TÍTULO DE DANOS MORAIS. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70006549745, Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout, Julgado em 27/05/2004). RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANO MORAL CUMULADA COM DANO ESTÉTICO. “FURACÃO NEGRO DAKRON”. PRODUTO COLOCADO NO MERCADO NA FINALIDADE DO DESENTUPIMENTO DE PIAS E RALOS DOMÉSTICOS. CONSUMIDORA QUE, NÃO OBSTANTE A ADOÇÃO DAS PRECAUÇÕES REGULARES, VEM A SOFRER INTENSA QUEIMADURA QUÍMICA, COM A CONSEQUÊNCIA DE LESÕES QUE JUSTIFICAM CIRURGIA ESTÉTICO-REPARADORA. PRODUTO PERIGOSO. PRODUTOS E SERVIÇOS QUE APRESENTEM PERICULOSIDADE EXAGERADA, DE MODO A NÃO ADVERTIREM SUFICIENTEMENTE O CONSUMIDOR (UNREASONABLY DANGEROUS) NÃO DEVEM SER COLOCADOS NO MERCADO DE CONSUMO. INTELIGÊNCIA DO ART. 10 DO CDC. DANO MORAL. DANO ESTÉTICO. SÃO 13 CUMULÁVEIS AS FIGURAS DO DANO MORAL E ESTÉTICO, JÁ QUE O ÚLTIMO NÃO CUIDA DE MODALIDADE DO PRIMEIRO, TAMPOUCO É POR AQUELE ENGLOBADO. CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL. EXEGESE DOS ARTIGOS 602 E 20, § 5º DO CPC. CIRURGIA PLÁSTICA ESTÉTICO-REPARADORA. DIREITO À AMPLA REPARAÇÃO, NA EXEGESE DOS ARTS. 1.538 E 1.539 DO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO. DANO MORAL QUANTIFICAÇÃO. AVALIADAS AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO, MOSTRA-SE RAZOÁVEL INDENIZAÇÃO NO VALOR EQUIVALENTE A 100 SALÁRIOS MÍNIMOS, O QUE ENCONTRA RESSONÂNCIA EM ENTENDIMENTOS JURISPRUDENCIAIS E DOUTRINÁRIOS PARA CASOS ANÁLOGOS. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. (Apelação Cível Nº 70003095759, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ana Lúcia Carvalho Pinto Vieira Rebout, Julgado em 27/11/2002) SERVIÇOS PÚBLICOS E O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Pelo princípio da continuidade dos serviços públicos, estes não podem ser interrompidos ou paralisados, devendo ser prestados de forma contínua. Nesse sentido, afirma o artigo 6º, § 1º da Lei nº 8.9.87/95 ao afirmar que o serviço adequado é aquele que satisfaz, dentre outras condições, a de continuidade. É claro que “o princípio da continuidade do serviço público” não impede que em determinados momentos o serviço público não possa ser interrompido ou suspenso, como ocorre no caso do artigo 6º, § 3º, da Lei nº 8.987/95 (SANTANNA, 2015, p. 201). § 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. O artigo 22 do Código de Defesa do Consumidor determina que os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. Contudo, esse artigo deve ser lido conjuntamente com o artigo 6º, § 3º, da Lei 8.987/95 e, havendo prévio aviso, pode ocorrer a interrupção mesmo, então vejamos: 14 ADMINISTRATIVO – SERVIÇO PÚBLICO CONCEDIDO – ENERGIA ELÉTRICA – INADIMPLÊNCIA ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO DE ÁGUA. USUÁRIO INADIMPLENTE. POSSIBILIDADE. 1. Nos termos do art. 22 da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), “os órgãos públicos, por si ou suas empresas concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos”. 2. A Lei nº8.987/95, por sua vez, ao dispor sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, em seu Capítulo II (“Do Serviço Adequado”), traz a definição, para esse especial objeto de relação de consumo, do que se considera “serviço adequado”, prevendo, nos incisos I e II do § 3º do art. 6º, duas hipóteses em que é legítima a sua interrupção, em situação de emergência ou após prévio aviso: (a) por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; (b) por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 3. Tem-se, assim, que a continuidade do serviço público assegurada pelo art. 22 do CDC não constitui princípio absoluto, mas garantia limitada pelas disposições da Lei 8.987/95, que, em nome justamente da preservação da continuidade e da qualidade da prestação dos serviços ao conjunto dos usuários, permite, em hipóteses, entre as quais, o inadimplemento, a suspensão no seu fornecimento. Precedentes da1ª Turma: REsp 591.692/ RJ, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 14.03.2005; REsp 691.516/RS, Rel. Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJ de 24.10.2005; REsp 337.965/MG, Rel.ª Min.ª Eliana Calmon, 2ª Turma, DJ de 20.10.2003. 4. Recurso especial a que se dá provimento. (REsp nº 898.769/RS, Ministro Relator Teori Albino Zavascki, julgado em 01/03/2007). No EREsp nº 845.982/RJ, julgado em 24/06/2009, tendo como Ministro Relator Luiz Fux, Primeira Seção do STJ, restou pacificado o entendimento que se o usuário inadimplente presta serviço público essencial como escolas, creches, prontos-socorros, por exemplo, o serviço não pode ser interrompido. PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL. ENERGIA ELÉTRICA. UNIDADES PÚBLICAS ESSENCIAIS, COMO SOEM SER HOSPITAIS; PRONTO-SOCORROS; 15 ESCOLAS; CRECHES; FONTES DE ABASTECIMENTO D’ÁGUA E ILUMINAÇÃO PÚBLICA; E SERVIÇOS DE SEGURANÇA PÚBLICA. INADIMPLÊNCIA. SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO. SERVIÇO PÚBLICO ESSENCIAL. 1. A suspensão do serviço de energia elétrica, por empresa concessionária, em razão de inadimplemento de unidades públicas essenciais - hospitais; prontos-socorros; escolas; creches; fontes de abastecimento d’água, iluminação pública; e serviços de segurança pública, como forma de compelir o usuário ao pagamento de tarifa ou multa, despreza o interesse da coletividade. 2. É que resta assente nesta Corte que: “O princípio da continuidade do serviço público assegurado pelo art. 22 do Código de Defesa do Consumidor deve ser obtemperado, ante a exegese do art. 6º, § 3º, II da Lei nº 8.987/95 que prevê a possibilidade de interrupção do fornecimento de energia elétrica quando, após aviso, permanecer inadimplente o usuário, considerado o interesse da coletividade. Precedentes de ambas as Turmas de Direito Público (...) “ RESP 845.982/RJ. 3. Deveras, não se concebe a aplicação da legislação infraconstitucional, in casu, art. 6.º, § 3.º, II, da Lei 8.987/95, sem o crivo dos princípios constitucionais, dentre os quais sobressai o da dignidade da pessoa humana, que é um dos fundamentos da República como previsto na Constituição Federal. 4. (...) 5. Embargos de Divergência rejeitados. ADMINISTRATIVO. ENERGIA ELÉTRICA. INTERRUPÇÃO DO FORNECIMENTO. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. INTERESSE DA COLETIVIDADE. PRESERVAÇÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS. 1. O Superior Tribunal de Justiça entende que, nos casos de inadimplência de pessoa jurídica de direito público, é inviável a interrupção indiscriminada do fornecimento de energia elétrica. 2. Não há que se proceder à suspensão da energia elétrica em locais como hospitais, escolas, mercados municipais, bem como em outras unidades públicas cuja paralisação seja inadmissível, porquanto existem outros meios jurídicos legais para buscar a tutela jurisdicional, como a ação de cobrança. 3. In casu, o Tribunal a quo salientou que na Municipalidade, “dada a 16 precariedade de suas instalações, em um único prédio, funcionam várias Secretarias e até mesmo escolas”, a suspensão do fornecimento de energia iria de encontro ao interesse da coletividade. Agravo regimental improvido. (STJ AgRg no REsp nº 1.142.903/AL, Ministro Relator Humberto Martins, julgado em 13/12/10). Há entendimento, ainda, do Superior Tribunal de Justiça no EDcl no AgRg no Ag 466.122/MS, que, nos casos de miserabilidade, os serviços públicos não poderiam ser interrompidos, uma vez que feririam a dignidade da pessoa humana, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, art. 1º, III, da Constituição da República. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. ADMINISTRATIVO. CORTE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. INADIMPLÊNCIA DO CONSUMIDOR. LEGALIDADE. (...) 3. Não obstante, ressalvo o entendimento de que o corte do fornecimento de serviços essenciais - água e energia elétrica – como forma de compelir o usuário ao pagamento de tarifa ou multa, extrapola os limites da legalidade e afronta a cláusula pétrea de respeito à dignidade humana, porquanto o cidadão se utiliza dos serviços públicos postos essenciais para a sua vida, curvo-me ao posicionamento majoritário da Seção. 4. Hodiernamente, inviabiliza-se a aplicação da legislação infraconstitucional impermeável aos princípios constitucionais, dentre os quais sobressai o da dignidade da pessoa humana, que é um dos fundamentos da República, por isso que inaugura o texto constitucional, que revela o nosso ideário como nação. 5. Em segundo lugar, a Lei de Concessões estabelece que é possível o corte considerado o interesse da coletividade, que significa interditar o corte de energia de um hospital ou de uma universidade, bem como o de uma pessoa que não possui condições financeiras para pagar conta de luz de valor módico, máxime quando a concessionária tem os meios jurídicos legais da ação de cobrança. A responsabilidade patrimonial, no direito brasileiro, incide sobre o patrimônio do devedor e, neste caso, está incidindo sobre a própria pessoa. 6. Outrossim, é voz corrente que o ‘interesse da coletividade’ refere-se aos municípios, às universidades, hospitais, onde se atingem interesses plurissubjetivos. 17 7. Destarte, é mister analisar que as empresas concessionárias ressalvam evidentemente um percentual de inadimplemento na sua avaliação de perdas e os fatos notórios não dependem de prova (notoria nom egent probationem), por isso que a empresa recebe mais do que experimenta inadimplementos. 8. Esses fatos conduzem a conclusão contrária à possibilidade de corte do fornecimento de serviços essenciais de pessoa física em situação de miserabilidade, em contrapartida ao corte de pessoa jurídica portentosa, que pode pagar e protela a prestação da sua obrigação, aproveitando-se dos meios judiciais cabíveis. 9. Embargos de declaração providos, com efeitos infringentes. 18 REFERÊNCIAS BENJAMIN, Antonio Herman V.; MARQUES, Claudia Lima; MIRAGEM, Bruno. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 3.ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. GARCIA, Leonardo de Medeiros. Direito do consumidor: código comentado e jurisprudência. 11.ed. Bahia: JusPodivum, 2015. SANTANNA, Gustavo da Silva. Direito administrativo. 4.ed. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2015. Conteúdo: DICA DO PROFESSOR Na dica do professor observe alguns conceitos importantes sobre os objetos da relação de consumo: produto e serviço. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) Considerando a proteção da saúde e da segurança prevista no Código de Defesa do Consumidor. A) O direito do consumidor não permite a circulação de produtos nocivos à saúde, independente de sua natureza e seu uso. B) Medicamentos são exemplos de produtos de periculosidade adquirida. C) Produtos importados devem ter as informações sobre riscos à saúde traduzidas pelo importador. D) As bebidas alcoólicas não pertencem ao rol de produtos nocivos à saúde. Podem ser comercializadas livremente. E) O CDC permite que produtos com grande perigo sejam comercializados. 2) Um fabricante após introduzir no mercado de consumo um modelo de ferro de passar, descobre que funcionando na temperatura mais alta o aparelho causa um severo choque elétrico. De acordo com o CDC o que deve ocorrer? O fornecedor deverá no prazo máximo de 30 dias contados da ciência do fato, comunicar a periculosidade do produto às autoridades competentes e aos consumidores, mediante A) anúncios publicitários a serem veiculados na imprensa, no rádio e na televisão. B) Compete ao fornecedor comunicar o perigo às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários, porém cobrará da União as despesas. C) Mesmo sabendo do perigo de choque elétrico o fabricante poderia comercializar o produto desde que alertasse o consumidor. D) Desde que o fornecedor alerte sobre o perigo na forma prevista na lei, ficará isento de responsabilidade perante consumidores por conta dochoque do ferro, mas apenas em relação aos fatos ocorridos após a divulgação do alerta. E) Compete a todos os entes federados que tomarem conhecimento da periculosidade do produto informar os consumidores a respeito. 3) Uma indústria de produtos de limpeza lançou no mercado um produto ótimo para acabar com o limo, porém este produto poderá causar lesão na pele se não for utilizado com proteção de luvas. A empresa identificou claramente no rótulo a necessidade de cuidados especiais no manuseio. A indústria já possui autorização. A) A empresa não deverá comercializá-lo, pois é nocivo à saúde. B) A empresa está apta a comercializar seu produto para limpeza de limo. C) Deverá adequar seu produto para que não tenha os efeitos danosos. D) Deverá fazer o Recall do seu produto. E) Deverá obrigatoriamente em horário nobre alertar os consumidores dos riscos de seu produto. 4) Uma indústria farmacêutica identificou que um de seus medicamentos está causando óbito nas pessoas por choque anafilático. Neste caso a indústria deve: A) A indústria farmacêutica deve, expressamente, na embalagem ou no rótulo, destacar os casos de óbito identificados. B) Retirar do mercado imediatamente o medicamento e informar publicamente as autoridades competentes e consumidores. C) A indústria farmacêutica se exime da responsabilidade dos casos de óbito, pois medicamentos são considerados de periculosidade inerente. D) Os anúncios publicitários informativos da alta periculosidade de determinado produto devem ser realizados, exclusivamente, em mídia televisiva. E) Somente avisar os órgãos competentes e eles comunicarão a população. 5) Sobre a segurança dos produtos em circulação no mercado de consumo, nosso Direito do Consumidor prevê: A) Que aprovado e incluído o produto no mercado, o fornecedor não possui mais responsabilidade nenhuma sobre eventuais vícios que possam aparecer. B) Após posto o produto no mercado, cabe exclusivamente ao revendedor prestar as informações acerca dos riscos à saúde ou à segurança dos consumidores. C) O fornecedor poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou à segurança. Os produtos e os serviços colocados no mercado de consumo não podem acarretar riscos à saúde ou à segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em D) decorrência de sua natureza e fruição, tais como remédios e fogos de artifício. E) A comercialização de fósforos com as informações quanto à sua regular utilização caracteriza, à luz das regras do Código de Defesa do Consumidor, caso de um produto considerado maléfico. NA PRÁTICA Veja na prática os tipos de periculosidade. O direito do consumidor não permite que produtos e serviços que causem riscos à saúde e à segurança estejam no mercado, todavia alguns produtos que por suas características ofereçam riscos podem estar no mercado de consumo desde que fornecedores advirtam os consumidores dos riscos. Clique no ícones e descubra os diferentes riscos à saúde e à segurança conforme o tipo de periculosidade. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Seminário internacional discute saúde e segurança do consumidor Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Direitos do Consumidor da Proteção à Saúde e à Segurança Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Código de Defesa do Consumidor Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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