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PATOLOGIA APLICADA TOXOPLASMOSE CONGÊNITA A toxoplasmose é uma doença infecciosa, congênita (o indivíduo adquire diretamente a infecção, via placentária) ou adquirida (da mãe para o filho, via amamentação), causada pelo toxoplasma gondii. Na população adulta brasileira 70 a 80% dos indivíduos têm sorologia positiva por já ter tido contato antes, tendo imunidade prévia, indicando infecção anterior. A infecção aguda em crianças e adultos (inclusive gestantes) imunocompetentes é geralmente assintomática (geralmente não se manifesta). Em apenas 10% dos infectados ocorrem manifestações inespecíficas e autolimitadas. Uma mulher no início da gestação, se apresentar sorologia positiva para toxoplasmose, dependendo dos anticorpos que tiverem,por exemplo o IgG positivo, significa que ela já teve um contato antes (infecção anterior). Isso é bom bom porque significa que tem menos chance de adquirir a toxoplasmose durante a gravidez e menos chance de transmitir para o feto. Ter imunidade prévia é bom, o problema maior são os 20 a 30% que nunca tiveram contato com o toxoplasma e não tem imunidade nenhuma. Se a mulher antes de engravidar ou no inicio da gestação faz sorologia e dá negativo pra toxoplasmose, isso é preocupante, porque se ela tiver contato com o toxoplasma durante a gestação, vai adiquirir. Essa é a importância de fazer sorologia na gestação para prevenir uma gestação de risco para o feto. Se a pessoa tiver anticorpo IgG é uma infecção passada e se tiver IgM é uma infecção mais recente, pode transmitir para o feto e estar portando o agente. Grávidas devem fazer exame de sorologia para toxoplasmose para não transmitir ao feto! Caso passe para o bebê, pode ter reflexos graves! É só com a sorologia que se consegue fazer o diagnóstico. As principais manifestações são a presença de linfoadenomegalia (aumento do tamanho de linfonodos), febre, dores musculares e nas articulações, cansaço, dores de cabeça, alterações visuais, exantema. A infecção aguda regride em algumas semanas, podendo ser reativada se houver imunodepressão (pessoa fica portando o protozoário, fica escondido dentro de alguma célula, e a partir da imunodepressão reativa a doença), devido a persistência do protozoário. Geralmente pode ser uma complicação da AIDS A transmissão da toxoplasmose ocorre com a ingestão de cistos do toxoplasma (protozoário que no ambiente forma cistos que sao formas de resistencia), que sobrevive muito - ao ressecamento, sol. O parasita toxoplasma gondii, pode estar presente em carne de animal ou oocistos eliminados nas fezes de felinos que contaminam alimentos, água e outros materiais, como caixas de areia (onde as crianças normalmente brincam). Portanto, condições sócio-econômicas como saneamento, hábitos culturais e alimentares determinam a chance de exposição às formas infectantes do toxoplasma gondii. Quando pensamos em prevenir a infecção, temos que pensar em condições socioeconômicas = saneamento, viver em um ambiente limpo, beber água de fonte potável, adequada e ingerir alimento de fonte confiável, que não seja contaminada (carne, verdura contaminada). viver em lugar com esgoto, beber água do poço, pode ser uma forma de adquirir infecção. A toxoplasmose é importante porque uma mulher grávida pode passar para seu filho, se passar, ele pode desenvolver a toxoplasmose congênita. Um bebê com toxoplasmose pode ter conformações,dificuldade no crescimento e pode ocorrer aborto. Além de ter reflexo que pode ser grave no bebê (lesões permanentes, sequelas pro resto da vida como estrabismo, microcefalia, atraso do desenvolvimento cognitivo), é uma doença que não tem sintomas, então é difícil uma gestante ter essa preocupação com a toxoplasmose congênita e quem vai zelar por esta gestante é o profissional de saúde. Portanto, o problema maior dessa doença é a ocorrência em gestantes pelo risco de transmissão para o bebe e o bebe sim vai ter sequelas graves. No adulto também é de difícil diagnóstico justamente por não apresentar sintomas. O risco de infecção fetal aumenta com a idade gestacional enquanto a gravidade das sequelas diminui. O gato é um ator fundamental no processo. É o hospedeiro definitivo do toxoplasma. Os outros animais atuam como fonte de contaminação. o Toxoplasma só consegue reproduzir e se espalhar através do gato. o felino elimina o toxoplasma no intestino, que é onde ele reproduz e contamina o ambiente. O pássaro ou roedor se contamina com o toxoplasma eliminado pelo gato e o toxoplasma vai ficar na carne desse roedor, do pássaro. Ao comer carne, mexer na verdura contaminada, o homem entra no ciclo como hospedeiro intermediário. O gato elimina nas fezes os oocistos com o toxoplasma e o toxoplasma prolifera no intestino do gato (flora intestinal) e vai ser eliminado nas fezes. essas fezes, o fato enterra e elas ficam com o oocisto conservado, que amadurece, forma cisto e fica lá como contaminante. Se houver outro animal que vai mexer na terra, ele se contamina, se o ser humano mexer e por a mão na boca se contamina também. Então, o toxoplasma prolifera no intestino do gato e se dissemina pro ambiente. Se o ser humano adquirir a infecção, ele pode transmitir pela transfusão de sangue ou transplante de órgãos. A infecção é mais grave se o indivíduo estiver mais imunodeprimido. O toxoplasma fica escondido na célula por muito tempo, e se a pessoa tiver uma imunodepressão, a infecção pode ser ativada e se tornar grave. Ele se esconde na célula muscular. Pesquisas recentes têm estudado a possível influência da infecção crônica ou latente pelo toxoplasma sobre o comportamento humano (alterações de humor ou de personalidade, comprometimento cognitivo), sobre o funcionamento da resposta imune (resposta a infecções concomitantes) e sobre o risco de desenvolvimento de doenças neurológicas (ex: esquizofrenia). Quem tem toxoplasmose e adquire outra infecção por outro agente muda o quadro clínico e a resposta imune a essa outra infecção, podendo agravar o caso. O humano pode adquirir a toxoplasmose pela ingestão de cistos ou oocistos eliminados nas fezes dos gatos domésticos ou selvagens, que contaminam água, solo e alimentos ingeridos crus. A gestante com infecção aguda pode transmitir a infecção ao feto através da placenta. CARACTERÍSTICAS DA TOXOPLASMOSE: Fatores de risco: Cuidado com ingestão de água, vegetais, frutas contaminadas. Na toxoplasmose congênita a parasita atinge o feto por via transplacentária, causando danos com diferentes graus de gravidade dependendo de fatores como virulência, cêpa do parasita, capacidade de resposta imune da mãe e período gestacional em que a mulher se encontra, podendo resultar em morte fetal ou em graves sintomas clínicos. O risco de infecção fetal aumenta com a idade gestacional, enquanto a gravidade das sequelas diminui, sendo que as formas subclínicas neonatais geralmente resultam da infecção do terceiro trimestre de gestação. Portanto a facilidade de transmissão aumenta com o tempo de gestação, enquanto a gravidade das lesões é inversamente proporcional ao desenvolvimento gestacional. Infecção materna no primeiro trimestre (onde ocorre a formação do sistema nervoso do bebê, tendo risco de lesão permanente) de gestação tem 14% de risco de acarretar infecção fetal, enquanto as infecções ocorridas no terceiro trimestre (onde a placenta está mais formada) registram risco de 59%. No segundo trimestre o risco é intermediário (29%). De maneira oposta, o risco de desenvolvimento da doença clinicamente aparente na criança é maior quando a infecção materna ocorre no início da gestação, descrescendo de 61% com 13 semanas (maiores chances de lesões graves) para 25% com 26 semanas e 9% com 36 semanas gestacionais. Nas crianças com manifestações clínicas identificadas ao nascimento as sequelas são frequentes e graves, com 55 a 80% delas apresentando retardo mental, 25 a 75% com convulsões, espasticidade ou paralisia, e 50 a 80% com dificuldade visual severa, além da possibilidade de surdez em proporção que varia de 2 a 58%. No Brasil as taxas de soroprevalênciagestacional estão entre 41,9 e 92%. Quanto mais no início da gestação, o risco da infecção é menor, mas as sequelas são maiores, pois vai afetar o sistema nervoso do feto que ainda está em formação e as lesões serão graves e permanentes. Já no fim da gestação o risco de transmitir para o feto é maior, mas as sequelas são menores, pois a placenta está mais formada e vascularizada! FATORES AUMENTAM O RISCO DIMINUEM O RISCO Gatos filhotes de gato são mais suscetíveis pq ainda não adquiriram imunidade; gatos imunodeprimidos; gatos criados “soltos” · número elevado de animais · contato direto frequente · alimentação com ração Carne · consumo de carne crua ou mal passada · tipo de carne consumida · congelamento para consumo · confinamento do gado Higiene e alimentação · manipulação de alimentos · consumo de água não tratada (poço artesiano, nascente) · consumo de leite não pasteurizado · lavagem das mãos Clima · temperatura e umidade ambiental elevados · clima frio e seco Ocupação e hábitos · contato com solo jardinagem · uso de luvas para mexer com terra e depois lavar muito bem as mãos Cerca de 85% dos recém nascidos com toxoplasmose congênita não apresentam sinais clínicos evidentes ao nascimento. Entretanto, essas crianças apresentam elevado índice de prematuridade, retardo de crescimento intra-uterino, anormalidades liquóricas e cicatrizes de coriorretinite. Em algumas delas as manifestações clínicas podem aparecer apenas após semanas ou até anos. É variável a chance de a mãe transmitir para o feto. Depende de fatores como: a gravidade da doença, virulência da cepa, resposta imune da mãe, período da gestação. Ela precisa ser orientada a fazer o pré-natal e sorologia regularmente. PREVENÇÃO DA TOXOPLASMOSE CONGÊNITA: · identificação de mulheres susceptíveis (que não tem imunidade prévia) a toxoplasmose por meio da realização testes sorológicos antes e durante a gestação; · orientação das gestantes sobre as medidas preventivas primárias; · identificação dos casos de toxoplasmose aguda gestacional e implementação precoce de tratamento; · diagnóstico e tratamento da infecção fetal; · diagnóstico e tratamento da infecção do RN e lactente. ORIENTAÇÕES ÀS GESTANTES PARA PREVENÇÃO DA TOXOPLASMOSE AGUDA GESTACIONAL: · evitar ingerir carne crua ou mal passada; · evitar consumir água que não seja filtrada ou fervida; · lavar frutas e verduras antes do consumo; · evitar contato com fezes de gatos (caixa de areia); · evitar mexer em areia, terra ou jardins; · higienizar muito bem as mãos após manipular alimentos ou terra antes de comer; · evitar acesso a insetos à cozinha; · lavar muito bem facas e outros utensílios de cozinha logo após o uso.
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