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Maria Clara Bueno Hernandes Principais Doenças Respiratórias na Suinocultura - PNSS: programa nacional de sanidade suídea → MAPA (ministério da agricultura, pecuária e abastecimento) - Doenças mais importantes dos suínos: monitoradas pelo PNSS - Peste suína clássica - Doença de Aujeszky - Características das duas doenças: - rápida disseminação pelo plantel - causam embargo sanitário - tentativa de erradicação - alta mortalidade: até 100% do plantel - fluxo de ações necessárias: vide fluxo estabelecido pelo PNSA - granja tem suspeita - o veterinário responsável técnico precisa notificar da suspeita das doenças - diagnóstico requer avaliação laboratorial - o MAPA tem um prazo de 24 horas para enviar um veterinário oficial até a granja, para avaliar a propriedade, os animais, fazer necropsia, etc - monta intervenção preventiva e colhe amostras para enviar ao laboratório credenciado ao MAPA - se der negativo: o laboratório precisa mandar o diagnóstico diferencial - se der positivo: MAPA vai ser notificado, para notificar a OIE, será postado no portal - os países compradores podem embargar a compra do Brasil - veterinário volta para a granja depois da confirmação → fazer sacrifício sanitário em 24h - pode ser que o produtor queira que sua granja seja: GRSC (granja de reprodutores suínos certificada) → reposição de plantéis - diferencial no estado sanitário, os animais deverão estar livres de algumas doenças: peste suína clássica (PSC), doença de aujeszky (DA), sarna, tuberculose, brucelose, leptospirose (livre ou controlado) - exames periódicos requerem dinheiro para prevenção das doenças - animais mais caros em granjas com essa certificação - Instalação: quarentenário - distante de no mínimo 500 m em relação aos animais que já estão na granja e isolado por barreira vegetal, impedindo a disseminação de patógenos por via aerógena - observar os animais, se estão doentes, se precisa atualizar a imunização - fêmeas, vida zootécnica: 5 a 6 partos - machos, vida zootécnica: 2 a 3 anos - após esse período deve ser feita a reposição dos animais - não é porque o animal vem de uma granja certificada que pode pular o quarentenário, os animais podem ter várias outras doenças 1 Doenças Respiratórias dos Suínos - mais comum as de etiologia bacteriana - nenhuma é abordada no PNSS, mas devem ser prevenidas → prejuízos econômicos, alta morbidade, queda dos índices zootécnicos - não possuem importância em saúde pública - podem ser tratadas com antibiótico → escolher a medicação através da cultura e antibiograma - medicar o lote todo em contato com aquele animal - terapia de 5 a 7 dias, respeitar o período de carência, não pode deixar resíduo de antibiótico na carne Pleuropneumonia Suína - Epidemiologia geral das doenças respiratórias - HS: suínos (industriais ou de vida livre) - VT: horizontal (após o nascimento dos leitões) - normalmente a infecção ocorre ainda no setor de maternidade, mas as manifestações clínicas são observadas somente posteriormente (crescimento e terminação) - estar atento ao status sanitário da reprodutora - VE: secreções respiratórias - PS: sistema respiratório - Definição - agente: Actinobacillus pleuropneumoniae (App) - graves lesões em pulmão e pleura - leva a pleurite, fica aderida ao gradil costal com processo inflamatório → aspecto repugnante da carcaça - Patogenia - App (mais de 12 sorotipos distintos → nenhum possui relação de imunidade cruzada) - se instalam no tecido respiratórios e produzem toxinas de 4 tipos diferentes, sendo elas: - APX 1 - APX 2 - APX 3 - APX 4 - cada um dos sorotipos podem produzir toxinas, um app pode até produzir mais de um tipo de toxina - levam a resultado final a graves lesões em pleura e pulmão - Vacinas: - sorotipo específicas → contém um único sorotipo de App (mais efetiva para as bactérias) 2 - fazer a avaliação laboratorial da amostra e determinar o sorotipo específico para realizar a vacinação - pode ser de um sorotipo, ou mista com mais de um sorotipo - vacinas que possuem toxóides (APX 1 a 4 inativados) → estimulam a produção de anticorpos - independente do agente presente, não veremos lesão em pleura e pulmão pois as toxinas estão inativadas - Lesões macroscópicas na necropsia: - aderência (pleura e gradil costal) - lesões pulmonares encapsuladas Manifestações Clínicas: baixos índices zootécnicos - dispneia - tosse - espirro - cansaço na locomoção - prostração e apatia - inapetência, letargia Diagnóstico Laboratorial - isolamento - cultivo a partir do pulmão ou leitão afetado - imunofluorescência - histopatologia - ELISA - PCR - fechar diagnóstico apenas com o laudo laboratorial 3 Prevenção e Controle - medidas gerais de biosseguridade - vacinas: bacterianas sorotipo específicas - vacina com toxinas (todos os sorotipos) - antibioticoterapia - desmame precoce segregado - no precoce é feito antes dos 21 dias → tentar reduzir a possibilidade de transmissão de patógenos conhecidos da mãe reprodutora em direção aos leitões - é indicado que o desmame ocorra de 10 a 12 dias de vida → titulação de anticorpos passíveis já declinou fazendo com que os animais estejam suscetíveis a doença - consumo do colostro deve ser feito nas primeiras 6 horas de vida Pneumonia Enzoótica Etiologia - Mycoplasma hyopneumoniae - não é irrelevante para a saúde dos humanos, apenas para a saúde dos suínos - difícil de fazer o isolamento do mycoplasma em laboratório Manifestações Clínicas - gerais de problema respiratório - tosse seca e crônica (principalmente quando há esforço físico) - corrimento nasal mucoso - refugagem (os animais ficam menores que os demais) - na criação é importante a uniformidade do lote em 80% - desuniformidade do lote - Importante avaliar as instalações - nessa foto: - sem sinal de problema entérico - animais sem secreção respiratória - desuniformidade do lote Lesões necroscópicas - lesões de consolidação nos lobos anteriores do pulmão 4 - lesões de consolidação inicial nos lobos apicais do pulmão Diagnóstico laboratorial - isolamento → dificuldade de isolamento no laboratório - histopatologia - imunofluorescência - ELISA - PCR Prevenção e controle - medidas gerais de biosseguridade - erradicação praticamente impossível - all in all out - vacinação - desmame precoce segregado - antibioticoterapia caso haja a infecção instalada Rinite Atrófica dos Suínos - mortalidade: 0 - baixo desempenho zootécnico - deformação na face - normalmente ocorre no setor de maternidade - Etiologia: - Bordetella bronchiseptica - Pasteurella multocida tipo D - produtores de toxina dermonecrótica - Rinite atrófica progressiva: B + P → mais grave - Rinite atrófica: apenas bordetella - Estrutura nasal normal e alterada: - cerrar logo atrás dos caninos - septo nasal reto 5 - cornetos nasais preservados (quando o ar passa, tem condicionamento do ar, vai ser filtrado, aquecido e umidificado) - as bactérias produzem toxinas que destroem os cornetos dorsais e ventrais - quando os cornetos estão danificados sentem dor, tem secreção nasal, espirro e crepitação de ossos na palpação - aguardar o laudo do abatedouro Manifestações clínicas - sangramento nasal intermitente, pode ser uni ou bilateral - desvio lateral de focinho → irreversível (B + P) - obstrução do ducto lacrimal - risco escuro na região de face - encurtamento do focinho (pregas de pele) → “pregas de sanfona” (é irreversível, B + P) - Graus da Rinite Atrófica (somente com a avaliação no abatedouro) - 0: suíno saudável (sem RA) - 1: leve destruição de cornetos nasais, sem desvio de septo (B) 6 - corneto ventral levemente destruído - 2: moderada destruição de cornetos nasais, com moderado desvio de septo (B+P) - 3: severa destruição de cornetos nasais, com significativo de septo (B+P) - se forem encontrados animais em grau 3, acima de 5% → está fora de controle - 90% dos outros podem estar em grau 1 e 2 - secreção mucopurulenta Diagnóstico Laboratorial- sinais clínicos e exame dos cornetos - isolamento - a partir de swabs nasais (B. bronchiseptica) ou amídalas (P. multocida) - PCR - ELISA Prevenção e Controle - medidas gerais de biosseguridade - all in all out 7 - vacinação: vacinas contendo P.multocida e B. bronchiseptica, além de toxóides - antibioticoterapia Principais Doenças Reprodutivas dos Suínos Introdução - ocorrência de abortos e perdas embrionárias → projuízos econômicos - principais enfermidades causadas por agentes infecciosos: brucelose, parvovirose (vírus resistente) e leptospirose - todas requerem diagnóstico laboratorial - brucelose causa mais problemas no início da gestação - parvo no meio da gestação - leptospirose no final da gestação - isso pode ter variações mas é incomum Linha do tempo de uma fêmea reprodutora suína (matriz) industrial - pode comprar uma fêmea das granjas certificadas ou não - nunca introduzir uma fêmea já ciclando na propriedade - comprar a fêmea na fase pré púbere → alojar em quarentenário - 1º cio: com 5 meses e meio a 6 meses e meio, ou quando atingir por volta de 120 kg de PV - fazer o passeio do cachaço entre as fêmeas - as fêmeas em cio irão apresentar edema vulvar e pode ser observado uma secreção transparente - fêmea estática esperando pelo cachaço - contato naso nasal do macho com a fêmea - macho libera feromônios pela saliva - pode submeter ao reflexo de tolerância ao macho e para ter certeza fazer o reflexo de tolerância ao homem → pode ser feito com as mãos ou subir em cima sem colocar todo o peso - se não estiver em cio, a fêmea tenta fugir - fêmeas jovens mesmo estando em cio podem apresentar RTH negativo - porém para tentar evitar que isso aconteça, pode ser feito o RTH enquanto a fêmea está tendo contato naso nasal com o macho - nunca utilizar a fêmea para reproduzir no primeiro cio → não tem ECC adequado - fêmeas são poliéstricas não estacional → sem relação com o fotoperíodo - cada ciclo estral dura 21 dias - 2º cio: fêmea tem condições de ser coberta - realizar todos os testes de detecção de cio novamente - técnica de reprodução: pode-se utilizar a monta natural ou a inseminação artificial (mais vantajoso) - contato direto entre os animais na suinocultura industrial pode ter disseminação de doenças 8 - IA aplicar duas doses inseminantes, se for monta natural precisa submeter a fêmea em cio duas vezes para o macho realizar a cobertura → dose de segurança - garantir que todos os folículos sejam inseminados - uma vez que o óvulo se desprende, fica viável de 6 a 8 horas pós ovulação e depois se degenera completamente - já os espermatozóides duram 72 horas - detecção de prenhez: esperar para ver se retorna ao cio, 21 dias após seu início - fase de gestação: duração de 3 meses, 3 semanas, 3 dias (variação de 113/114 dias) - parto: geralmente de 12 a 14 leitões - fase de lactação: 21 dias para amamentação → respeita o período puerperal (involução do sistema reprodutor, fazendo com que fique pronta para ter uma nova gestação) - enquanto os leitões mamam, não volta a apresentar cio - desmame: aos 21 dias de via - leitões vão para o setor de creche - as fêmeas voltam para o galpão de reprodução → observar para ver se vai retornar ao cio e quando isso vai acontecer - 3º cio: IDC (intervalo desmame cio) → 3 a 9 dias até que a fêmea apresente o terceiro cio - utilizar novamente as técnicas de identificação de cio - fêmeas permanecem na propriedade até 5º ou 6º parto Brucelose - não está contemplada no PNSS - tem potencial zoonótico, pode ser de caráter ocupacional - bactéria pode penetrar na pele da pessoa através da secreção liberada pelo suíno com a bactéria ativa - tentativa de erradicação do brasil - dificuldade por não existir vacina - cuidado com o quarentenário para evitar a contaminação dos animais do plantel - sacrifício sanitário dos animais contaminados - fiz inseminação, não retornou ao cio em 21 dias, suponho que esteja gestante, espero o tempo de gestação, mas de 5 a 8 semanas depois da inseminação, volta a apresentar cio, sem sinais de aborto → a fêmea estava gestante mas quando ocorre a mortalidade do leitão antes da calcificação, o corpo da fêmea consegue reabsorver completamente esses embriões - relato comum da brucelose 9 - pode gerar infertilidade - em suínos: Brucella suis Manifestação Clínica - Retorno ao cio entre 5 e 8 semanas após a cobertura - Aborto quando a morte ocorre após a calcificação dos ossos → incomum - Corrimento vaginal purulento ou com sangue - Endometrite em fêmea não gestante - Irregularidade no ciclo estral - Infertilidade - Orquite uni ou bilateral - pode levar a infertilidade nos machos - fazer teste laboratorial sempre que tiver orquite em machos do plantel - Paralisia - Claudicação → inflamação da articulação Diagnóstico Laboratorial - Isolamento - Cultivo de a partir de gânglios linfáticos mandibulares, gastrohepático e ilíaco externo, de fetos abortados e seus envoltórios, corrimentos vaginais e epidídimo - Sorologia - Aglutinação rápida em placa - Soroaglutinação lenta - AAT (Prova do antígeno acidificado tamponado) - 2 mercaptoetanol - Prova com antígeno acidificado (Card test) - ELISA - erro no diagnóstico pode determinar o sacrifício de um animal saudável → fazer vários testes para ter certeza Prevenção e Controle - Medidas gerais de biosseguridade - Não há vacina disponível para B. suis - Granja com alta prevalência: sacrifício de todos os suínos, desinfecção, vazio sanitário (3 meses) - Áreas endêmicas: sorologia a cada 3 meses - Quarentena para os reprodutores 10 Parvovirose Suína - Alta prevalência e distribuição mundial - Causa morte embrionária, mumificação, natimortos, leitegadas de tamanho reduzido - marcada pela mumificação fetal → não consegue reabsorver pois estão calcificados (a fêmea apenas absorve todo o líquido, o feto não fica fétido, apenas ressecado) - característica forte da parvovirose - os machos são assintomáticos mas ajudam a disseminar o vírus - problemas nas fêmeas primíparas, depois segundo parto em diante nada de problemas identificados - desenvolvem imunidade protetora contra o parvovírus - mas se ficou doente, significa que não foi feita uma boa prevenção da doença → fazer vacinação 30 dias antes de entrarem para reprodução - também é importante fazer a vacinação de macho por ajudarem a disseminar o vírus - a reprodutora vai transmitir o vírus verticalmente e horizontalmente - transmitidos verticalmente → o parvovírus tem a habilidade de fazer a disseminação lateral lenta - demora vários dias até chegar ao próximo animal → morrem de tamanhos diferentes - fetos mumificados em diferentes tamanhos - os primeiros fetos contaminados podem ainda não terem sido calcificados, sendo reabsorvidos mas como a disseminação é lenta os outros terão os ossos calcificados, sendo mumificados - = ou < que 6 animais - parvovirose: leitões nascidos com vida infectados via vertical = persistentemente infectados - sistema imune do animal começa a achar que o parvovírus faz parte do organismo do animal - não apresenta a doença mas irá disseminar a doença Mortalidade Embrionária - disseminação lateral lenta: - mumificação fetal em diferentes estágios da vida: - não tem cheiro ruim, apenas está seco, tende a ficar mais escuro 11 Manifestações Clínicas - Pode ser assintomática (nas fêmeas normalmente tem sintomas sim) - Falha reprodutiva em fêmeas (principalmente primíparas) - Atrasos na data de parição → animal morto não sinaliza bem o momento do parto - demora entre 10 a 15 minutos se o próximo leitão for vivo - se for mumificado 30 a 40 minutos - Leitegadas pequenas - Retorno ao cio - Presença de fetos mumificados (mais típico) - Machos: assintomático Diagnóstico Laboratorial - Isolamento viral - A partir de fetos mumificados, envoltórios fetais, útero de fêmeas abatidas (refrigeração) - Outros testes: - Imunofluorescência direta - HA - reação de hemaglutinação - HI - hema inibiçãoda hemaglutinação - PCR - ELISA Prevenção e Controle - Vacinação um mês antes de entrar na reprodução evita a transmissão vertical - Não introduzir porcas em gestação na granja - Contato com fêmeas mais velhas - controlam a infecção no seu organismo - parvovírus saem pelas fezes além das secreções venéreas - fêmeas mais velhas defecam, os parvovírus vão estar em contato com a fêmea jovem, e a fêmea jovem entra em contato com uma carga viral baixa - o problema é que não dá para saber exatamente qual a carga viral que a fêmea jovem está entrando em contato → funciona mas há um risco de adquirir a doença Leptospirose - aborto dos animais bem formados 12 - maiores perdas na reprodução, mas pode acometer o tecido renal - leitões podem nascer vivos mas muito fracos, morrendo poucas horas após o nascimento - animais infectados não obrigatoriamente desenvolvem icterícia → na verdade não é instalada na maioria dos casos Etiologia - no Brasil a Leptospira pomona tem sido isolada com mais frequência Manifestações Clínicas - pode ter leptospirose aguda: febre alta e o animal morre (menos incomum) - Aborto - Natimortos - Leitões fracos, que morrem poucas horas após o nascimento - pode ser que aconteça em outras fases da gestação, mas é incomum - ictérico na região da calota craniana → observar na necropsia Lesões - Nefrite intersticial - Rins com focos branco acinzentados de 1 a 3 mm na área cortical - Fetos, natimortos e leitões doentes: edema generalizado e presença de líquido sanguinolento nas cavidades - nenhuma alteração é patognomônica Diagnóstico Laboratorial - Isolamento - Cultivo de leptospira a partir de fetos ou urina - liberação intermitente da bactéria via urina - quem trabalha na granja precisa usar galocha, pois é zoonose - Sorologia - Aglutinação do soro dos reprodutores Prevenção e Controle - Medidas gerais de biosseguridade - Combate aos roedores - Vacinação do plantel - Tratamento medicamentoso caso haja a identificação das leptospiras nos suínos - fazer cultura e antibiograma para utilizar o melhor antibiótico 13 Principais Doenças Entéricas na Suinocultura Industrial Introdução - importância econômica - piora no desempenho zootécnico - custo de produção: cerca de 70% é destinado a alimentação - ganho de peso prejudicado → pode levar ao ganho de peso lendo, emagrecimento, refugagem - algumas doenças levarão a morte - etiologia → bacteriana - elevados custos com antibioticoterapia → alta morbidade - respeitar o período de carência das drogas para eliminação do corpo dos animais - não tem transmissão aos humanos mas é muito importante para os suínos - Epidemiologia geral das doenças entéricas: - HS: suínos - VT: apenas horizontal 14 - VE: fezes - PE: oral - rota de infecção: oral-fecal - bactérias ativas nas fezes - lavar as instalações pelo menos uma vez ao dia, geralmente na parte da manhã - disseminação rápida - observar o chão e a higiene dessas instalações: consistência, quantidade e coloração das fezes - avaliar o segmento intestinal comprometido na necropsia *No laboratório é preciso pedir qual o tipo de E.coli envolvida já que organismos saudáveis também apresentam a E.coli do corpo → pedir a identificação específica da E.coli ** Secretória - quantidade grande de líquido em direção ao lúmen intestinal. - Gera desidratação: pele seca, olhos fundos e aspecto de magreza *** Caso já tenha presença de indivíduos com doenças entéricas deve-se intensificar a higienização. ****Não dá tempo de vacinar os leitões, precisa vacinar as reprodutoras para que elas consigam passar os anticorpos para os seus leitões * Na má absorção os animais apresentam achatamento das vilosidades intestinais e na efusão tem a inflamação das células diminuindo também a habilidade de absorção de nutrientes ** Se as fezes tiverem um pouco mais mole do que o normal são fezes pastosas, se tiverem mais líquida do que a pastosa são as fezes cremosas e as mais líquidas são aquosas. - Fezes mucóides é quando observa muco nas fezes, visto principalmente quando um agente infeccioso causa lesão em ceco e cólon ***Acinzentada: lembra cimento fresco. Independente da coloração tem um, brilho de muco 15 ****Não há vacinas devendo ser feito tratamento com antibioticoterapia mesmo que seja uma doença autolimitante. - Doença considerada como autolimitante → mesmo que não faça nada a doença se resolve sozinha entre 7 a 21 dias, o prazo da resolução espontânea é muito variável gerando prejuízos dramáticos caso não seja tratada *Em casos mais graves pode levar a mortalidade de até 50% do plantel ** Coloração bem vermelho sangue ( não digerido) ***Roedores multiplicam a brachyspira e lançam pro ambiente uma forma aumentada dos patógenos *Pode causar hemorragia ou pode ser uma lesão de proliferação (nesse caso gera um sangue mais marrom não tão escuro) **Pode ter a presença de fezes bem escuras por ser um sangue parcialmente digerido. Caso 1 - Disenteria suína - checar mortalidade - sangue oxida e ganha a coloração marrom no solo - fezes com muco → cólon dilatado com hiperemia e edema em serosa 16 → cólon com conteúdo hemorrágico → cólon com sangue e fibrina Caso 2 - Colibacilose Neonatal - magreza dos animais, afunilamento da cintura - fezes aquosas na parte posterior + assaduras na região perineal e no focinho - sinais claros de desidratação → pele mais seca → fezes aquosas no períneo Caso 3 - Enteropatia Proliferativa (ileíte) 17 - sinais de desidratação → olho fundo, magro, pele opaca - melena, consistência aquosa ou cremosa - nem sempre com caráter hemorrágico → caráter proliferativo em jejuno e íleo - fezes com consistência cremosa - engrossamento da parede do íleo e jejuno terminal - mucosa do íleo engrossada com pregas Caso 4 - Colite Espiroquetal - brilha devido o muco 18 → abertura do intestino grosso, fezes líquidas muco-pastosas - hiperemia e material fibrinoso aderido à mucosa do cólon - não tem mortalidade dos animais por essa doença - necropsia apenas se algum morrer Principais Doenças Sistêmicas na Suinocultura Etiologia - viral: PSC, DA e circovirose - bacteriana: erisipela - importância em saúde pública: erisipela - peste suína clássica é a que está mais perto de ser erradicada Peste Suína Clássica Características - rápida disseminação - elevada mortalidade: 100% - mortalidade: se inicia entre 5 a 14 dias após a infecção - causa embargo sanitário - agente causador: Flaviviridae - gênero: pestivírus - suínos de todas as idades - javalis selvagens propagam a doença - notificação compulsória a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) - livres: Austrália (1963), Canada (1964), USA (1977) Epidemiologia - HS: suínos - VT: contato direto entre animais (secreções, excretas, sêmen, sangue) e vertical 19 - VE: secreções, dezez, urina, sêmen, sangue, abortos - PE: mucosa oral, respiratória, trato reprodutivo, abrasões de pele - leitões infectados congenitamente apresentam uma viremia persistente e podem excretar vírus durante meses - carga viral alta, nunca vão conseguir montar uma resposta imunológica específica para controlar a infecção → não respondem a vacinação Manifestações Clínicas - Caráter hemorrágico - presença de petéquias hemorrágicas no corpo todo - Cianose de extremidades - orelhas, cauda, focinho, próximo aos cascos - Conjuntivite - lacrimejamento com presença de sangue - Febre alta, em torno de 41ºC - letargia, anorexia, êmese - alguns casos de convulsões - amontoamento 20 - Episódios de constipação seguido de diarreia - Paralisia de membros posteriores - Aborto - podem acontecer: orquite, repetição de cio, reabsorção embrionária, mumificação fetal - não tem lesão patognomônica Achados Necroscópicos - petéquias hemorrágicas em órgãos - rins, bexiga urinária - pulmões com congestão e hemorragia - baço com os bordos hemorrágicos → infartos na margem Diagnóstico Laboratorial - coleta de no mínimo 5 ml sangue: veia cava cranial- contenção mecânica do suína prendendo com corda atrás das presas da arcada superior, fazendo tração na direção oposta do suíno - identificar o tubo adequadamente - propriedade, data, horário 21 - identificação do agente - isolamento viral: refrigerar amigdalas, gânglios linfáticos (faríngeos e mesentéricos), baço, rins, íleo distal, sangue em EDTA (animais vivos) - prova de imunofluorescência direta - provas sorológicas - ELISA - neutralização viral Prevenção e Controle - não há tratamento possível (sacrifício sanitário) - vacinação preventiva - países livres para essa doença, não vacinam mais Erisipela - Sinonímia: ruiva (deixa a pele super avermelhada) - Etiologia bacteriana: Erysipelothrix rhusiopathiae - única das doenças sistêmicas que pode ser tratada por antibiótico - as outras são virais - sempre fazer o tratamento com base no antibiograma - Doença se tratada no início no curso → bons resultados - Se demoramos a iniciar e as manifestações e lesões se agravam e não respondem mais - Casos mais crônicos → pode causar artrite e insuficiência cardíaca - Se começarmos a ver animais com isso por causa da evolução, não respondem bem ao tratamento - o tratamento com antibiótico é caro, mas o prejuízo é maior se não tratar - se houver fator estressante, faz recidiva - Lesões cutâneas, articulares, cardíacas ou septicemia, além de causar aborto - Gama grande de manifestações distintas: lesões cutâneas patognomônicas nos suínos / problemas articulares como artrite se cronificar a doença, assim como insuficiência cardíaca - Aborto nas reprodutoras e nos machos existem quadros de infertilidade - Presente no BR e tem potencial zoonótico (após contato com suínos contaminados). No entanto, não necessariamente precisa ter contato com os animais para ter. Não tem caráter ocupacional, não é exclusivo do contato com suínos. Há outros agentes bacterianos que causam a doença nos humanos - Pensando na zoonose: usar EPIs, pois a bactéria entra por feridas, bem de leve. Entramos em contato com secreções contaminadas - Importante usar uniformes de granja (macacão) e galochas. Além de luvas de procedimento quando manipulamos os animais - a lesão não é patognomônica, precisa de diagnóstico laboratorial para identificar qual é a bactéria responsável - Considerada relevante, mas sem foco de erradicação, não é considerada dentre as mais impactantes 22 - Doença de fácil diagnóstico - No ser humano = vermelhidão da pele e dor: regiões de pernas, mãos, braços mais acometidas e até tórax. A forma mais grave = necrose Epidemiologia - HS: várias espécies. Suínos são mais susceptíveis entre 3m a 3a em granjas completas (com animais de todas as idades), é mais raro em maternidade e creche - Mais comum em prédios de crescimento, reprodução e terminação = faixas etárias mais suscetíveis - por que não infecta animais mais jovens tanto? Um das possibilidades: bactérias com tropismo por animais mais velhos OU pode ser que os acc passivos que protegem os leitões contra o nascimento contra a erisipela sejam mais duradouros = imunidade passiva mais duradoura - VT: horizontal - somente após o nascimento os animais podem ser contagiados. Nunca foi descrita a possibilidade via vertical. Se a mãe tiver a doença e estiver distante dos leitões, ela não passa - VE: fezes, urina, saliva e secreções nasais (eliminação da bactéria ativa, aumentando a carga de contaminação ambiental e pode contaminar outros animais) - fêmeas podem eliminar no ambiente e os leitões poderiam pegar - PE: oral, ferida na pele - quando precisamos misturar lotes, brigam para nova hierarquia e podemos ter escoriações em flanco, focinho, pescoço, orelhas = facilita a entrada de bactérias no organismo caso haja alta carga bacteriana no ambiente - Fatores estressantes - Toda vez que temos um fato de estresse na criação = reduz imunidade e facilita infecção, pois o sistema imune fica enfraquecido. Alguns conseguimos prevenir e outros não. Frio e calor tentamos com climatização, ventilador, nebulizador... temos escamoteador para leitões... alguns não conseguimos retirar = processo de vacinação (injetável). Protocolos rápidos para estressar o mínimo. Quando animais brigam, também é fator de estresse - PROVA: descreva um quadro clássico desta doença: Granja com 5000 animais com ciclo completo, identificamos animais nos setores de crescimento/engorda, reprodução e terminação com lesões tal e achados necroscópicos tal. Predisposição por faixa etária? Manifestações Clínicas - Lesões cutâneas em forma de eritema, lembrando contornos em losango, salientes, de coloração púrpuro-escuras (patognomônicas) - Nos suínos: lesão patognomônica cutânea → fechar diagnóstico assertivo à campo. Vamos mandar para o lab para fazer o antibiograma, mas não necessariamente para fechar diagnóstico - Essa é a lesão que nos dá a chance de fechar o diagnóstico preciso à campo: lesões cutâneas de eritema em forma de losango, salientes e com cor púrpura-escura → lembra um vinho-arroxeado e são salientes em relação à pele 23 - Como a doença tem prevenção por vacinas, não é comum que vejamos em granjas quadros muito graves. Quando não temos nada de prevenção, a pele toda do animal pode ter tais lesões e elas podem perder as características - Com falha vacinal um animal que ficou parcialmente protegido → lesões aparecem, mas não tanto quanto aqueles que não foram imunizados - Lesões em pele e necrópsia em órgãos têm caráter hemorrágico, mas não é patognomônico - IMAGEM → pior caso, lesões patognomônicas, tem tanta lesão que perdem a forma. Este é um animal destinado à reprodução. Animal tem manifestações clínicas gerais de doença também - Precisamos fazer cultura e antibiograma para fazer tratamento, pois as lesões cutâneas ainda regridem - Artrite e insuficiência cardíaca - Esses quadros são mais crônicos.. não tratou na fase aguda e evolui. Não respondem bem aos atbs - Porcas em gestação abortam e os machos apresentam infertilidade temporária - Atentos a problemas reprodutivos nos animais de reprodução - Além da lesão patognomônica = manifestações clínicas gerais de doença: - febre alta, acima de de 40ºC (41-42ºC), o que leva a outras - inapetência - prostração - redução dos índices zootécnicos - letargia - Para fechar diagnóstico → lesões patognomônicas - IMAGENS 2/3 —> lesões patognomônicas em algumas partes. Animal que provavelmente tinha uma imunidade parcial. É adulto. Vamos retirar as cerdas para olhar melhor: lesão eritematosa saliente, escura e em forma de losango - IMAGEM 4 —> incomum ter necrose na área de lesão - IMAGEM 5 —> lesões patognomônicas e algumas amontoadas perderam a forma - IMAGEM 6 —> lesões mais salientes - IMAGEM 7 —> quadro bem marcado em todo o corpo do suíno de reprodução Achados Necroscópicos - Esplenomegalia, petéquias hemorrágicas no epicárdio e no córtex renal, linfonodos aumentados e hemorrágicos - Alterações hemorrágicas em órgãos → petéquias hemorrágicas. Não dá para diagnosticar só com isso As lesões são todas com caráter hemorrágico - IMAGEM → rim hemorrágico (assim como em PSC e PSA), com petéquias hemorrágicas Diagnóstico Laboratorial - Isolamento - Para comprovar que a bactéria estava presente nas amostra-teste apenas se formos fazer uma iniciação, um mestrado... no dia a dia não precisa diagnosticar por isso - Cultivo de a partir de sangue, órgãos, pele ou fezes - Sorologia 24 - Mostra os acc contra a erisipela - ELISA - Reação de fixação de complemento - PCR - Para pesquisa, não fazemos na rotina clínica Prevenção e controle - Medidas gerais de biosseguridade - Trabalhamos com medidas gerais de biosseguridade para impedir a entrada. Se já entrou, manter sob controle - Vacinas inativadas (erisipela, leptospirose e parvovirose) - Polivalentes = imunização contra doenças que podem causar problemas reprodutivos - As 3 causam transtornos reprodutivos. No entanto, para brucelose não tem vacina e por isso não entra nessa vacina- Antibióticos - ATBs para tratamento dos animais em fase inicial de infecção - Casos de artrite e endocardite não respondem bem ao tratamento Circovirose Suína - Considerada como a doença que mais traz prejuízos econômicos para a suinocultura industrial - Trabalhos relativamente recentes sobre. Todos os autores especialistas têm a mesma posição: defender que é uma doença que provavelmente está presente nas granjas há muito tempo. Por que mais relatado em 2000? Técnicas de diagnóstico mais eficientes. Antes não tínhamos ferramenta laboratorial adequada para isolar o vírus - Sinonímia: Síndrome Multissistêmica do Definhamento do Leitão Desmamado (SMDLD) ou Síndrome Multissistêmica - Caquetizante Pós-desmame - Infecto-contagiosa - Depleção linfocitária Características Gerais - vírus PCV-2 é causador e é não-envelopado = extremamente resistente às condições ambientes, desinfetantes, radiação UV = uma vez que entra na granja, e impossível a erradicação - Quando começamos a conseguir diagnosticar, detectamos que provavelmente todas as granjas ja têm esse virus, em todo o país. Não conseguimos tirar das criações, temos que tentar - manter sob controle com medidas de biuosseguridade. Foi detectado que mesmo que uma granja industrial infectada com limpeza, lavagem e desinfecção + vazio sanitário: seria necessário - um vazio superior acima de 1 ano, o que é inviável - Imunossupressão = doença importante por imunossuprimir os animais, deprime o funcionamento do sistema imunológico 25 - pesquisadores acham que antes de diagnosticarmos o vírus, fechávamos diagnóstico errado, pois já que é imunossupressor, ele facilita a instalação de outros agentes secundários, então não diagnosticávamos por circovírus, mas sim pela infecção secundária - Depressão linfocitária = destruição massiça dos linfócitos - Leva ao emagrecimento progressivo, chegando até caquexia (IMAGEM) - Leva ao definhamento, principalmente dos desmamados na maternidade - Outros problemas podem ser apresentados (manifestações) - Como é considerada sistêmica, gama enorme de manifestações e lesões Epidemiologia - Circovírus suíno ou circovírus porcino tipo 2 (PCV2) - Vírus não envelopado - Agente imunossupressor - Sem potencial zoonótico, sem importância em saúde pública - HS: suínos, principalmente nas fases de creche e de crescimento (5-12s de idade) - não são problemas exclusivos dessa faixa etária, mas é mais comum nessas idades - VE: secreções dos tratos respiratório, fezes, urina e sêmen - PE: oral, nasal - VT: horizontal e vertical - Mortalidade: variável, depende de cada um dos casos - 2-15% (até 30% em casos mais graves). Quando animal não morre, vemos aumento da refugagem (animais criados juntos e da mesma forma. Quando há refugagem, o animal fica bem menor que os demais, aquém do desenvolvimento dos demais) = prejuízos enormes (refugaem, imunodepressão, caquexia...) - Tentar frear a transmissão - Prevenção: dieta de boa qualidade, mamar colostro, evitar micotoxinas na ração (efeito imunossupressor) Manifestações Clínicas - Emagrecimento progressivo podendo levar a caquexia - Potencial imunodepressor → abre para infecções secundárias - Alguns animais ainda apresentam dermatite, insuficiência renal. Isso dá a característica de sistêmica = vários sistema, órgãos acometidos de uma vez por um mesmo vírus, de uma vez Diagnóstico - não é possível fechar à campo só com manifestação e achados de necrópsia (print do slide), que não são patognomônicos. Chegamos apenas a um diagnóstico presuntivo - Diagnóstico laboratorial Doenças Metabólicas dos Suínos 26 27
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