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HIDRÁULICA AULA 08: ESCOAMENTO EM CANAIS ABERTOS PROF. RENAN DANTAS DE FREITAS Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica Faculdade de Jaguariaíva 1. ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIE LIVRE Faculdade de Jaguariaíva 2Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • O escoamento em canais abertos é caracterizado pela existência de uma superfície livre (a superfície água). • Em comparação com o escoamento em tubulações, essa superfície constitui uma fronteira na qual a pressão é atmosférica e as forças de cisalhamento são desprezíveis. 1. ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIE LIVRE Faculdade de Jaguariaíva 3Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • O perfil longitudinal da superfície livre define o gradiente hidráulico e determina a área transversal do escoamento. • Assim, ao passo que no escoamento em condutos forçados as condições de contorno são sempre bem definidas, nos escoamento livres estas condições podem ser variáveis, no tempo e no espaço. • Em consequência disso , os problemas referentes aos canais abertos são mais complexos que os do escoamento em tubulações. 1. ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIE LIVRE Faculdade de Jaguariaíva 4Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Um outro aspecto importante que deve se realçado é a maior variabilidade, tanto quanto à forma quanto à rugosidade das paredes do conduto. • Este aspecto também contribui, de forma significativa, a uma maior complexidade nas formulações matemáticas relativas ao escoamento livre. 1. ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIE LIVRE Faculdade de Jaguariaíva 5Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Apesar destas diferenças entre os dois tipos de escoamento, os princípios básicos que regem os escoamentos livres são essencialmente os mesmos daqueles referentes aos escoamentos esforçados: • Equação da conservação da massa (Continuidade) 𝑄 = 𝐴1𝑈1 = 𝐴2𝑈2 • Equação da conservação da quantidade de movimento (Euler) • Equação da quantidade de energia (Bernoulli) 𝑅 = 𝜌𝑄(𝛽2𝑈2 − 𝛽1𝑈1) (𝑍1 + 𝑝1 𝛾 + 𝛼1 𝑈1 2 2𝑔 ) − (𝑍2 + 𝑝2 𝛾 + 𝛼2 𝑈2 2 2𝑔 ) = ∆ℎ 1. ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIE LIVRE Faculdade de Jaguariaíva 6Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Exemplo: um canal retangular com base de 5,0 m transporta uma vazão de 10 m³/s entre os pontos 1 e 2, em uma extensão de 1 km e desnível de 13,0 m. Sabendo-se que a profundidade a montante é 1,0 m e a velocidade a jusante é igual a 3,0 m/s, pede-se calcular a perda total entre o início e o término do canal. 1. ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIE LIVRE Faculdade de Jaguariaíva 7Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Exemplo: um canal retangular com base de 5,0 m transporta uma vazão de 10 m³/s entre os pontos 1 e 2, em uma extensão de 1 km e desnível de 13,0 m. Sabendo-se que a profundidade a montante é 1,0 m e a velocidade a jusante é igual a 3,0 m/s, pede-se calcular a perda total entre o início e o término do canal. • Resolução: aplicando a equação de Bernoulli entre o início e o final do canal, adotando o datum passando pelo ponto 2 e supondo α1 e α2 = 1,0, pode-se escrever: (𝑍1 + 𝑝1 𝛾 + 𝛼1 𝑈1 2 2𝑔 ) − (𝑍2 + 𝑝2 𝛾 + 𝛼2 𝑈2 2 2𝑔 ) = ∆ℎ (13,0 + 1 + 𝑈1 2 2𝑔 ) − (0,00 + 𝑦2 + 3,0² 2𝑔 ) = ∆ℎ 1. ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIE LIVRE Faculdade de Jaguariaíva 8Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Exemplo: um canal retangular com base de 5,0 m transporta uma vazão de 10 m³/s entre os pontos 1 e 2, em uma extensão de 1 km e desnível de 13,0 m. Sabendo-se que a profundidade a montante é 1,0 m e a velocidade a jusante é igual a 3,0 m/s, pede-se calcular a perda total entre o início e o término do canal. • Resolução: para determinar U1 e y2 pode-se aplicar a equação da continuidade: 𝑄 = 𝐴1𝑈1 ∴ 𝑈1 = Τ𝑄 𝐴1 = Τ10,0𝑚 3/𝑠 5,0𝑚 ∙ 1,0𝑚 = 2,0 𝑚/𝑠 𝐴2 = Τ𝑄 𝑈2 ∴ 𝑦2 ∙ 5,0𝑚 = ΤΤ10,0𝑚 3 𝑠 Τ3,0𝑚 𝑠 ∴ 𝑦2 = 0,67𝑚 1. ESCOAMENTO EM SUPERFÍCIE LIVRE Faculdade de Jaguariaíva 9Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Exemplo: um canal retangular com base de 5,0 m transporta uma vazão de 10 m³/s entre os pontos 1 e 2, em uma extensão de 1 km e desnível de 13,0 m. Sabendo-se que a profundidade a montante é 1,0 m e a velocidade a jusante é igual a 3,0 m/s, pede-se calcular a perda total entre o início e o término do canal. • Resolução: pode-se então calcular a perda de carga (13,0 + 1 + 2,0² 2𝑔 ) − (0,00 + 0,67 + 3,0² 2𝑔 ) = ∆ℎ ∆ℎ = 13,07 𝑚 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 10Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Em função da geometria da seção e da profundidade de escoamento, pode-se definir um certo número de parâmetros, que tem grande importância e são largamente utilizados no cálculos hidráulicos. • A (seção ou área molhada) Parte da seção transversal que é ocupada pelo líquido • P (perímetro molhado) Comprimento relativo ao contato do líquido com o conduto • B (largura superficial) Largura da superfície em contato com a atmosfera) 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 11Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Em função da geometria da seção e da profundidade de escoamento, pode-se definir um certo número de parâmetros, que tem grande importância e são largamente utilizados no cálculos hidráulicos. • y (profundidade) Altura do líquido acima do fundo do canal • yh (profundidade hidráulica) Razão entre a área molhada e largura superficial: 𝑦ℎ = 𝐴/𝐵 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 12Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Em função da geometria da seção e da profundidade de escoamento, pode-se definir um certo número de parâmetros, que tem grande importância e são largamente utilizados no cálculos hidráulicos. • Rh (raio hidráulico) Razão entre área molhada e perímetro molhado: 𝑅ℎ = 𝐴/𝑃 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 13Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • O raio hidráulico constitui a dimensão hidráulica característica, utilizada para o cálculo do número de Reynolds. • Rh (raio hidráulico) Razão entre área molhada e perímetro molhado: 𝑅ℎ = 𝐴/𝑃 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 14Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Para algumas seções, de forma geométrica definida, esses elementos pode ser analiticamente expressos em função das profundidades da água, conforme quadro a seguir, onde são apresentadas as características geométricas fundamentais das seções mais comumente usadas na hidráulica de canais abertos. 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 16Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Exemplo 2: calcular o raio hidráulico e a profundidade hidráulica do cana trapezoidal da figura, sabendo que a profundidade do fluxo é de 2,0 m. 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 17Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Exemplo 2: calcular o raio hidráulico e a profundidade hidráulica do cana trapezoidal da figura, sabendo que a profundidade do fluxo é de 2,0 m. • Resolução 𝐴 = 𝑏 + 𝑧𝑦 𝑦 = 4,0 + 4 × 2 2 = 24 𝑚² 𝑃 = 𝑏 + 2𝑦 (1 + 𝑧2) = 4 + 2 × 2 (1 + 42) = 20,49 𝑚 𝐵 = 𝑏 + 2𝑧𝑦 = 4 + 2 × 4 × 2 = 20,0 𝑚 𝑅ℎ = ΤA P = Τ24 20,49 = 1,17 𝑚 𝑦ℎ = ΤA B = Τ24 20 = 1,20 𝑚 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 18Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Canais trapezoidais são bastante empregados em canais de todos os portes, com ou sem revestimento. Da mesma forma, as seções retangulares têm também emprego amplo, sendo, no entanto, construídas em estruturas rígidas, de forma a garantir a estabilidade das seções. 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 19Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Para a condução de vazões mais reduzidas, empregam-se seções circulares, de uso comum em redes de esgoto,redes de águas pluviais e em bueiros. • Da mesma, as seções triangulares são utilizadas em canais de pequenas dimensões, tais como as sarjetas rodoviárias e urbanas. 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 20Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Para a caracterização das seções triangulares e trapezoidais, pode-se introduzir um parâmetro geométrico “Z”, conforme pode ser visto na figura, referente à inclinação do talude, correspondente à razão ente as dimensões horizontal e vertical deste. 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 21Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Para seções irregulares, como as dos canais naturais, estas relações analíticas não podem usualmente ser estabelecidas. • Eventualmente pode-se tentar ajustar curvas para representar estas relações, como parábolas, para cursos d’água de pequenas dimensões. 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 22Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Para canais fluviais naturais, também trabalha-se frequentemente com as chamadas seções retangulares largas. • São utilizadas para cursos d’água de grandes larguras e pequenas profundidades. • Assim supõe-se que a profundidade é desprezível em relação à largura do curso d’água, ou seja, o perímetro molhado pode ser assimilado à largura. 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 23Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Quando a seção do conduto é constante ao longo de toda a sua extensão, diz-se que o canal é prismático. • Os canais e condutos prismáticos são os únicos que nos permitem obter um escoamento uniforme, ou seja, com profundidades constantes ao longo do escoamento, para um dada vazão. 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 24Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Tendo em vista que o escoamento livre se processa exclusivamente em função da gravidade, os desníveis desempenham um papel primordial no seu estudo, sendo que a declividade I corresponde ao parâmetro característico. • As declividades são, evidentemente, adimensionais, expressas em “metro por metro”, correspondente à razão entre o desnível e a distância horizontal. 2. PARÂMETROS GEOMÉTRICOS E HIDRÁULICOS CARACTERÍSTICOS Faculdade de Jaguariaíva 25Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • É usual também a notação da declividade em porcentagem. • Assim, uma declividade de 4%, por exemplo, corresponde a uma declividade de 0,04 m/m, está associado a um desnível de 4 cm para cada metro percorrido no sentido horizontal. 3. VARIAÇÃO À PRESSÃO Faculdade de Jaguariaíva 26Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Se o escoamento é paralelo então a distribuição de pressão é hidrostática e obedece à lei de Stevin (𝑃 = 𝛾ℎ). 3. VARIAÇÃO À PRESSÃO Faculdade de Jaguariaíva 27Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Se o escoamento não é paralelo, então a distribuição de pressão não é hidrostática. 𝑃′ = 𝑃 +∆𝑃 ∆𝑃 = 𝛾ℎ𝑉2 𝑔𝑟 3. VARIAÇÃO À PRESSÃO Faculdade de Jaguariaíva 28Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Outro aspecto que deve ser considerado aqui diz respeito ao efeito da declividade na distribuição de pressões. • Para canais com grandes declividades (>10%), a distribuição de pressões afasta-se da hidrostática (pseudo-hidrostática), em condições de escoamento uniforme. PB = gycos 2q 3. VARIAÇÃO À PRESSÃO Faculdade de Jaguariaíva 29Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • A distribuição de pressões no escoamento em um vertedor apresenta três zonas de pressão: subpressão (crista), sobrepressão (pé) e distribuição pseudo-hidrostática. 4. VARIAÇÃO DA VELOCIDADE Faculdade de Jaguariaíva 30Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Em canais a distribuição de velocidade não é uniforme, pode-se observar um aumento da velocidade das margens para o centro e do fundo para a superfície. 4. VARIAÇÃO DA VELOCIDADE Faculdade de Jaguariaíva 31Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Em canais a distribuição de velocidade não é uniforme, pode-se observar um aumento da velocidade das margens para o centro e do fundo para a superfície. 4. VARIAÇÃO DA VELOCIDADE Faculdade de Jaguariaíva 32Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Em canais naturais a distribuição das velocidades é mais complexa. 4. VARIAÇÃO DA VELOCIDADE Faculdade de Jaguariaíva 33Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • De forma geral, no sentido horizontal as velocidades em uma seção vão de valores nulos, juntos às margens, a valores máximos nas proximidades do centro do escoamento. • Já em uma vertical, o perfil de distribuição das velocidades é aproximadamente logarítmico, indo de um valor nulo junto ao fundo, até um valor máximo logo abaixo da superfície, entre 5% e 25% da profundidade. 4. VARIAÇÃO DA VELOCIDADE Faculdade de Jaguariaíva 34Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Assim, para levar em conta as irregularidades da distribuição das velocidades nas seções, pode-se trabalhar com as velocidades médias nas equações de Bernoulli e do Teorema de Euler, utilizando coeficientes de Coriolis (α) e de Boussinesq (β) 4. VARIAÇÃO DA VELOCIDADE Faculdade de Jaguariaíva 35Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • A determinação das velocidades em uma seção só é possível através de medições diretas, sendo efetuada usualmente com o uso de aparelhos denominados molinetes, que associam a velocidade de escoamento à rotação de um hélice. • Atualmente estão disponíveis equipamentos mais modernos para medição de velocidade, baseados na reflexão de ultrassons e raios laser. 4. VARIAÇÃO DA VELOCIDADE Faculdade de Jaguariaíva 36Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Essencialmente determina-se a velocidade em diversos pontos em uma vertical, associando a cada ponto medido uma área de influência. • A velocidade média e a vazão podem então ser calculados de acordo com as seguintes expressões. 5. ESCOAMENTO UNIFORME Faculdade de Jaguariaíva 37Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Para que ocorra o escoamento uniforme nos condutos livres, a profundidade da água, a área da seção molhada da seção transversal e a velocidade são constantes ao longo do conduto. • Nestas condições a linha energética total, a superfície do líquido e o fundo do canal possuem a mesma declividade, ou seja, J = L. 𝐹1 − 𝐹2 +𝑊𝑠𝑒𝑛𝜃 − 𝐹𝑓 = 0 5. ESCOAMENTO UNIFORME Faculdade de Jaguariaíva 38Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Supondo a profundidade constante, dentro da hipótese de escoamento uniforme e considerando a validade da distribuição hidrostática das pressões, pode-se escrever que F1 = F2. • Admitindo-se tratar-se de canais com declividades reduzidas, pode-se também escrever que 𝑠𝑒𝑛𝜃 ≅ 𝑡𝑎𝑛𝜃 ≅ 𝐼. 5. ESCOAMENTO UNIFORME Faculdade de Jaguariaíva 39Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Supondo a profundidade constante, dentro da hipótese de escoamento uniforme e considerando a validade da distribuição hidrostática das pressões, pode-se escrever que F1 = F2. • Admitindo-se tratar-se de canais com declividades reduzidas, pode-se também escrever que 𝑠𝑒𝑛𝜃 ≅ 𝑡𝑎𝑛𝜃 ≅ 𝐼, assim: 𝑊𝐼 − 𝐹𝑓 = 0 • Substituindo o peso W por 𝛾𝐴𝐿: 𝛾𝐴𝐿𝐼 − 𝐹𝑓 = 0 5. ESCOAMENTO UNIFORME Faculdade de Jaguariaíva 40Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Em 1769, Antoine Chézy demonstrou que a força de resistência ao escoamento Ff é proporcional ao quadrado da velocidade, sendo também proporcional à superfície de contato “líquido – parade do conduto”, ou seja, perímetro molhado. Deste forma, chega-se a seguinte expressão: 𝐹𝑓 = 𝐾𝑈 2𝑃𝐿 𝛾𝐴𝐿𝐼 = 𝐾𝑈2𝑃𝐿 𝑈 = 𝛾𝐴 𝐾𝑃 𝐼 5. ESCOAMENTO UNIFORME Faculdade de Jaguariaíva 41Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Pode-se introduzir um fator de resistência C: 𝐶 = ( ൗ 𝛾 𝐾) 𝐶𝑜𝑚𝑜 𝐴 𝑃 = 𝑅ℎ 𝑈= 𝐶 𝑅ℎ𝐼 Esta expressão constitui a Fórmula de Chézy 5. ESCOAMENTO UNIFORME Faculdade de Jaguariaíva 42Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • A grande dificuldade na utilização desta expressão reside na definição do fator de resistência C. Nos dois últimos séculos foram pesquisadas diversas formulações para este coeficiente, de caráter fundamentalmente empírico, destacando-se as expressões de Ganguillet e Kutter e Bazin. • A expressão mais difundidade atualmente corresponde à formulação de Gauckler, datada de 1867, erroneamente atribuída a Manning e Strickler: • Nesta expressão, o coeficiente de rugosidade de Manning, “n” traduz a resistência ao escoamento associada à parede do conduto. Este coeficiente é correspondente ao inverso de um coeficiente “K”, adotado na formulação de Strickler, que é bastante utilizada na Europa. 𝐶 = 1 𝑛 𝑅ℎ 1/6 5. ESCOAMENTO UNIFORME Faculdade de Jaguariaíva 43Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • No Brasil e nos países de língua inglesa, a expressão mais adotada no meio técnico é a seguinte: • Esta expressão define a velocidade de escoamento correspondente ao escoamento uniforme, ou seja, à condição de equilíbrio entre a força motriz (gravidade) e força de resistência ao escoamento (atrito). Combinando esta expressão com a equação da continuidade, chega-se a Fórmula de Manning, de uso difundido no meio técnico brasileiro: 𝑈 = 1 𝑛 𝑅ℎ 2/3 𝐼1/2 𝑄 = 1 𝑛 𝐴𝑅ℎ 2/3 𝐼1/2 5. ESCOAMENTO UNIFORME Faculdade de Jaguariaíva 44Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Exemplo: Um canal trapezoidal revestido com grama, com inclinação dos taludes de 1:2 (V:H), base de 7,00 m e declividade de 0,06%, apresenta um coeficiente de rugosidade de Manning de 0,025. Determinar a vazão transportada, em regime uniforme, sabendo-se que nesta situação a profundidade normal é 5,00 m. 5. ESCOAMENTO UNIFORME Faculdade de Jaguariaíva 45Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Exemplo: Um canal trapezoidal revestido com grama, com inclinação dos taludes de 1:2 (V:H), base de 7,00 m e declividade de 0,06%, apresenta um coeficiente de rugosidade de Manning de 0,025. Determinar a vazão transportada, em regime uniforme, sabendo-se que nesta situação a profundidade normal é 5,00 m. • Resolução 𝑄 = 1 𝑛 𝐴𝑅ℎ 2/3 𝐼1/2 5. ESCOAMENTO UNIFORME Faculdade de Jaguariaíva 46Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Exemplo: Um canal trapezoidal revestido com grama, com inclinação dos taludes de 1:2 (V:H), base de 7,00 m e declividade de 0,06%, apresenta um coeficiente de rugosidade de Manning de 0,025. Determinar a vazão transportada, em regime uniforme, sabendo-se que nesta situação a profundidade normal é 5,00 m. • Resolução 𝑛 = 0,025 𝐼 = 0,06 100 = 0,0006 𝑚/𝑚 𝑦 = 5,00 𝑚 𝑏 = 7,00 𝑚 𝑧 = 2 Área Perímetro molhado Raio hidráulico Largura superficial Prof. hidráulica 𝐴 = 5 7 + 2 × 5 = 85,0 𝑚² 5. ESCOAMENTO UNIFORME Faculdade de Jaguariaíva 47Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Exemplo: Um canal trapezoidal revestido com grama, com inclinação dos taludes de 1:2 (V:H), base de 7,00 m e declividade de 0,06%, apresenta um coeficiente de rugosidade de Manning de 0,025. Determinar a vazão transportada, em regime uniforme, sabendo-se que nesta situação a profundidade normal é 5,00 m. • Resolução 𝑛 = 0,025 𝐼 = 0,06 100 = 0,0006 𝑚/𝑚 𝑦 = 5,00 𝑚 𝑏 = 7,00 𝑚 𝑧 = 2 Área Perímetro molhado Raio hidráulico Largura superficial Prof. hidráulica 𝐴 = 5 7 + 2 × 5 = 85,0 𝑚² 𝑃 = 7 + 2 5 1 + 22 1 2 = 29,36 5. ESCOAMENTO UNIFORME Faculdade de Jaguariaíva 48Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Exemplo: Um canal trapezoidal revestido com grama, com inclinação dos taludes de 1:2 (V:H), base de 7,00 m e declividade de 0,06%, apresenta um coeficiente de rugosidade de Manning de 0,025. Determinar a vazão transportada, em regime uniforme, sabendo-se que nesta situação a profundidade normal é 5,00 m. • Resolução 𝑛 = 0,025 𝐼 = 0,06 100 = 0,0006 𝑚/𝑚 𝑦 = 5,00 𝑚 𝑏 = 7,00 𝑚 𝑧 = 2 Área Perímetro molhado Raio hidráulico Largura superficial Prof. hidráulica 𝐴 = 5 7 + 2 × 5 = 85,0 𝑚² 𝑃 = 7 + 2 5 1 + 22 1 2 = 29,36 𝑅ℎ = 85,0 29,36 = 2,90 𝑚 5. ESCOAMENTO UNIFORME Faculdade de Jaguariaíva 49Engenharia Civil – 7° Período - Hidráulica • Exemplo: Um canal trapezoidal revestido com grama, com inclinação dos taludes de 1:2 (V:H), base de 7,00 m e declividade de 0,06%, apresenta um coeficiente de rugosidade de Manning de 0,025. Determinar a vazão transportada, em regime uniforme, sabendo-se que nesta situação a profundidade normal é 5,00 m. • Resolução 𝑛 = 0,025 𝐼 = 0,06 100 = 0,0006 𝑚/𝑚 𝑦 = 5,00 𝑚 𝑏 = 7,00 𝑚 𝑧 = 2 Área Perímetro molhado Raio hidráulico Largura superficial Prof. hidráulica 𝑄 = 1 𝑛 𝐴𝑅ℎ 2/3 𝐼1/2𝐴 = 85,0 𝑚² 𝑃 = 29,36 𝑅ℎ = 2,90 𝑚 𝑄 = 1 0,025 (85)(2,9)2/3(0,0006)1/2 𝑄 = 170𝑚3/𝑠
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