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Livro Eletrônico Aula 01 Questões Comentadas de Direito Processual Penal Militar p/ DPU - Analista Técnico Administrativo Professor: Paulo Guimarães 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 48 AULA 01: Polícia judiciaria militar. Inquérito policial militar. Ação penal militar; exercício. Denúncia. Juiz, auxiliares e partes do processo. Competência da Justiça Militar da União. Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram o cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) SUMÁRIO PÁGINA 1. Polícia Judiciária Militar 2 2. Inquérito Policial Militar 6 3. Ação Penal Militar e seu Exercício 21 4. Denúncia 27 5. Juiz, auxiliares e partes do processo 31 6. Competência da Justiça Militar da União 39 Olá amigo concurseiro! Na nossa aula de hoje vamos resolver questões acerca dos primeiros assuntos que estão previstos no nosso edital de Direito Processual Penal Militar. Este é um curso bastante prático, mas tentarei fazer comentários mais completos a respeito das questões, para não deixar no escuro quem ainda não estudou, ok? Como Direito Processual Penal Militar não é uma matéria muito comum em concursos, não temos tantas questões para comentar. Estou trazendo absolutamente todas que pude encontrar, além de estar criando mais algumas. Vamos lá!? Força! Bons estudos! 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 48 1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR 1. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. A polícia judiciária militar exerce funções idênticas à polícia judiciária, e ambas têm como uma de suas finalidades o colhimento de elementos que indiquem a autoria e comprovem a materialidade do delito. COMENTÁRIOS: As atribuições da polícia judiciária militar constam no art. 8º do Código de Processo Penal Militar (Decreto-Lei nº 1.002/1969), a seguir reproduzido: Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar: a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria; b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do Ministério Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem requisitadas; c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar; d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão preventiva e da insanidade mental do indiciado; e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições deste Código, nesse sentido; f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo; g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar; h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 48 Essa questão gerou polêmica justamente por dizer que as atribuições da polícia judiciária militar são idênticas às da polícia judiciária comum e, ao pé da letra, nem todas as atribuições previstas no art. 8° são exercidas também pela polícia judiciária comum. Um bom exemplo é a possibilidade de requisitar pesquisas e exames às autoridades policiais civis. Por outro lado, a maior parte dos doutrinadores não enxerga diferenças na natureza da atividade desempenhada. Isso quer dizer, de forma simples, que as duas apuram o cometimento de infrações penais, e por isso não há diferenças substanciais na sua atuação. Seguindo essa lógica a questão foi dada como certa. GABARITO: C 2. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. À polícia judiciária militar, que é exercida pelas autoridades militares, cabe auxiliar as polícias civil e federal na apuração de infrações penais militares, dado que são estas que detêm a exclusividade na apuração de quaisquer infrações penais. COMENTÁRIOS: Mais uma vez aqui devemos relembrar o conteúdo do art. 8º do CPPM, que nos diz o que faz a polícia judiciária militar. Como você já sabe, não existem diferenças substanciais nas tarefas desempenhadas por esta e pela polícia judiciária comum (polícia federal ou polícias civis). A polícia judiciária militar investiga o cometimento de crimes militares, enquanto a polícia judiciária comum (civil ou federal) investiga crimes comuns. Por isso não tem o menor cabimento dizer que a função da polícia judiciária militar é auxiliar as polícias civil e federal, pois estas sequer têm competência para apurar o cometimento de crimes militares. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 48 GABARITO: E 3. MPU – Analista – 2013 – Cespe. O ministro da Defesa, dada a sua condição de ministro de Estado civil, não exerce função de polícia judiciária militar. COMENTÁRIOS: Agora precisamos lembrar o conteúdo do art. 7º do CPPM. Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições: a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em todo o território nacional e fora dele, em relação às forças e órgãos que constituem seus Ministérios, bem como a militares que, neste caráter, desempenhem missão oficial, permanente ou transitória, em país estrangeiro; b) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em relação a entidades que, por disposição legal, estejam sob sua jurisdição; c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da Marinha, nos órgãos, forças e unidades que lhes são subordinados; d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da Esquadra, nos órgãos, forças e unidades compreendidos no âmbito da respectiva ação de comando; e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona Aérea, nos órgãos e unidades dos respectivos territórios; f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de Gabinete do Ministério da Aeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes são subordinados; g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou serviços previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 48 h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios; Há um grande rol de autoridades, mas precisamos entender que há algumas autoridades mencionadas que não mais existem.Hoje, por exemplo, não há mais ministérios para cada uma das forças armadas. Há apenas um Ministro da Defesa, que congrega as três forças, e os comandantes de cada uma delas, que para várias finalidades gozam de status ministerial. Inicialmente, portanto, a função Polícia Judiciária Militar é exercida pelos comandantes de cada uma das forças armadas. O Ministro da Defesa atualmente não exerce essa função, até porque normalmente se trata de um civil. Hoje também não existe mais a figura do chefe do Estado- Maior das Forças Armadas. Quem exerce essas funções é o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. O nome é bem parecido, mas as funções mudaram... Em seguida, o CPPM começa a conceder o poder investigativo para autoridades de escalão intermediário: os chefes de Estado-Maior de cada uma das forças, seguidos dos comandantes de Região Militar (Exército), Distrito Naval (Marinha) ou Zona Aérea (na realidade hoje as regiões da Aeronáutica são chamadas de Comandos Aéreos). A partir da alínea F são mencionados autoridades de menor escalão. Como exemplos posso citar o diretor de um hospital militar, o comandante de uma unidade militar ou de um navio. Podemos dizer, portanto, que, em geral, militares que exercem funções de comando ou chefia detêm poder investigativo próprio de Polícia Judiciária Militar. GABARITO: E 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 48 2. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR 4. PM-MG – Oficial da Polícia Militar – 2011 – Fumarc. Em se tratando do Inquérito Policial Militar, é importante saber que a) o posto do indiciado induz a competência para instauração do procedimento, mas não a delegação de instrução. b) em regra, o Poder de Polícia Judiciária Militar é exercido pelos Oficiais e eventualmente pode ser delegado às praças. c) ainda que a delegação para a instrução não tenha ocorrido, os Oficiais responsáveis pelo Comando quando da incidência de crime militar devem proceder de ofício as providências preliminares de investigação. d) a solução do Inquérito é providência essencial para que a autoridade instauradora possa prolatar o Relatório do IPM. COMENTÁRIOS: Esta questão é bem interessante porque trata de diversos aspectos relacionados ao Inquérito Policial Militar (IPM). A alternativa A diz que o posto do indiciado influencia apenas a instauração do procedimento, mas não a delegação da instrução. Isso não é verdade, pois o delegado (chamado pelo CPPM de encarregado), que será o responsável pela instrução, também precisa ocupar posto superior ao do indiciado, nos termos do art. 7°, §§1° e 2°. § 1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia e comando, as atribuições enumeradas neste artigo poderão ser delegadas a oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado. § 2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito policial militar, deverá aquela recair em oficial de pôsto superior ao do indiciado, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou reformado. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 48 Além disso, é importante também que você saiba que o art. 15 determina que o encarregado deve ocupar, sempre que possível, posto não inferior ao de capitão. A alternativa B diz que a instrução do IPM pode ser delegada a praças. A resposta aqui também nos é dada pelo §1º do art. 7°, que é bem claro no sentido de que a delegação só pode ser feita em favor de oficiais da ativa. Lembro mais uma vez que, adicionalmente, o art. 15 determina que o encarregado deve ocupar, preferencialmente, posto não inferior ao de capitão. Quanto à alternativa C, as providências preliminares da instrução são aquelas previstas no art. 12, a seguir reproduzido: Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá, se possível: a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das coisas, enquanto necessário; b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato; c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244; d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias. Esses procedimentos devem ser adotados pelo oficial responsável por comando, direção ou chefia, mesmo que a delegação ainda não tenha sido formalizada. A alternativa D menciona a solução do inquérito, que é de responsabilidade da autoridade que delegou as atribuições investigativas. O relatório, por outro lado, é preparado pelo encarregado. Vou repetir: o 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 48 encarregado, que é o oficial que “operacionaliza” o inquérito, prepara um relatório, que é enviado à autoridade que delegou essas funções, conforme regra do art. 22. Perceba ainda que a autoridade que fez a delegação pode também avocar o inquérito, se discordar da solução que consta no relatório. Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sôbre a conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos têrmos legais. § 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do inquérito, o seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a delegação, para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade, no caso de ter sido apurada infração disciplinar, ou determine novas diligências, se as julgar necessárias. § 2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou poderá avocá-lo e dar solução diferente. GABARITO: C 5. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe. O magistrado da justiça militar da União, com lastro no CPPM, poderá requerer diretamente à autoridade policial judiciária militar a instauração de inquérito policial militar, em analogia à requisição prevista no CPP. COMENTÁRIOS: A alínea D do art. 10 menciona a possibilidade de instauração de IPM em virtude de decisão do Superior Tribunal Militar. Dê uma olhada no dispositivo...! 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 48 Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria: a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierarquia do infrator; b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício; c) em virtude de requisição do Ministério Público; d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos têrmos do art. 25; e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em virtude de representação devidamente autorizada de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão caiba àJustiça Militar; f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indício da existência de infração penal militar. Ocorre que essa hipótese não é mais aplicável, pois a Constituição de 1988 conferiu independência ao Ministério Público, e hoje não há mais como o Poder Judiciário determinar, por si só, investigações, ou dar início à persecução penal sem a atuação do MP. Essa não é uma regra aplicável apenas à persecução penal dos crimes militares, mas a qualquer processo criminal. Por essas razões a assertiva está errada. GABARITO: E 6. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). No sistema processual castrense, não há previsão para o juiz requisitar a instauração de IPM, entendendo a doutrina e a jurisprudência ser vedado ao juiz requisitar ou ordenar a instauração de procedimento investigativo. COMENTÁRIOS: Ainda que não seja mais aplicável, o CPPM prevê a possibilidade de instauração do IPM por força de decisão do STM. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 48 GABARITO: C 7. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. O inquérito policial militar (IPM) caracteriza-se por exigir sigilo absoluto, previsto de forma expressa no CPPM, de modo que, veda-se ao advogado e ao investigado o acesso aos autos do procedimento investigatório. COMENTÁRIOS: O IPM, em regra, é sigiloso, conforme art. 16 do CPPM. Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir que dele tome conhecimento o advogado do indiciado. Este dispositivo também deve ser interpretado à luz da Constituição Federal. O inquérito continua sendo sigiloso, mas hoje o encarregado do IPM é obrigado a dar vista do inquérito tanto ao advogado do indiciado quanto aos membros do Ministério Público Militar. Na realidade, o mais correto hoje seria dizer que as investigações são sigilosas, e não propriamente o inquérito. Uma vez realizada a ação de investigativa, não há problema em franquear acesso aos autos do inquérito ao advogado do indiciado ou ao membro do Ministério Público. Lembre, porém, que o advogado somente poderá ter acesso às informações acerca das ações investigativas já realizadas. Não faria sentido, por exemplo, o advogado ser informado de que o encarregado do IPM solicitou ao Poder Judiciário a concessão de mandado de busca e apreensão. Lembre-se também de que o assunto é tratado pela Súmula Vinculante n° 14, do STF. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 48 SÚMULA VINCULANTE Nº 14 É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. GABARITO: E 8. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. Um oficial-general da ativa, do último posto e mais antigo da corporação, praticou crime definido como militar, gerando dúvidas sobre quem presidirá o inquérito policial militar para a completa apuração dos fatos, em face da inexistência de outro oficial da ativa de maior antiguidade. Nessa situação, deve ser convocado oficial-general da reserva do último posto, pois prevalece a relação de antiguidade entre militares no serviço ativo e na inatividade. COMENTÁRIOS: A assertiva nos cobra conhecimento do §5º do art. 7º do CPPM. § 5º Se o posto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de modo absoluto, a existência de outro oficial da ativa nas condições do § 3º, caberá ao ministro competente a designação de oficial da reserva de posto mais elevado para a instauração do inquérito policial militar; e, se este estiver iniciado, avocá-lo, para tomar essa providência. Perceba que a regra do art. 7°, §5° determina exatamente o que traz a assertiva. Este dispositivo, porém, não é mais aplicável, pois o Estatuto dos Militares determina que não há hierarquia entre militares da ativa e da reserva de mesmo posto. Por outro lado, o art. 10, §4° determina que, 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 48 caso o infrator seja oficial general, o fato deve ser comunicado ao ministro e ao chefe de estado-maior competentes. Hoje seria o caso de comunicar o Ministro da Defesa e o comandante da respectiva força. GABARITO: E 9. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, em tese, criminoso e de sua autoria, não tendo, no entanto, valor jurídico os exames e as perícias realizados que não forem repetidos em juízo, durante o processo. COMENTÁRIOS: O art. 9° determina que o IPM é a apuração sumária de fato que configure crime militar e de sua autoria. Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura da ação penal. Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação penal os exames, perícias e avaliações realizados regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades previstas neste Código. Em regra, os atos praticados no IPM são repetidos na fase penal, a exemplo da oitiva de testemunhas. Todavia, o parágrafo único determina que alguns atos devem ser considerados como efetivamente instrutórios da ação penal: os exames, perícias e avaliações realizadas por peritos idôneos e com obediência às formalidades do CPPM. Por essa razão a assertiva está incorreta. Vamos aproveitar para relembrar as principais características do IPM? 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 48 Vejamos agora as principais características do IPM. 1. Procedimento escrito O IPM não poderia fornecer subsídios à propositura da ação penal se fosse apenas oral. Deve inclusive ser designado escrivão, conforme art. 11 do CPPM. 2. Provisório As diligências feitas durante o curso do IPM devem ser confirmadas posteriormente durante a persecução penal. Se uma testemunha, por exemplo, foi ouvida no IPM, em regra será necessário ouvi-la novamente na fase processual. Alguns atos, contudo, já podem ser considerados instrutórios para fins de ação penal: são os exames, as perícias e as avaliações, que, quando realizados em sede de IPM, não precisam ser repetidos, nos termos do parágrafo único do art. 9°. 3. Informativo e instrumental O IPM se destina a trazer elementos para a eventual propositura da ação penal. 4. Não contraditório, ou inquisitivo Atenção! Aqui não há nenhuma ofensa à Constituição, pois não é possível que do IPM resulte sanção ao indiciado. As penas são aplicadas em sede processual, e o Poder Judiciário está obrigado a conceder o contraditório ao longo de todo o processo penal. 5. Sigiloso Se há trabalho investigativo, é necessário manter o sigilo para assegurar a eficácia dos procedimentos. Não faz sentido a concessão de um mandado de busca e apreensão, por exemplo, se o indiciado já tem conhecimento de que a autoridade policial pretende apreenderseu computador. Este sigilo, todavia, não pode ser oposto ao advogado do indiciado com relação às ações investigativas que já foram realizadas. Também não faria o menor sentido opor este sigilo aos membros do MPM, pois o inquérito se dirige a eles. Neste sentido a Súmula Vinculante n 14 do STF: “é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 48 órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”. 6. Discricionariedade das investigações O IPM não tem goza de rito próprio, como o Processo Penal Militar. Não há passos determinados tão claramente, e por isso a autoridade policial militar goza de certo grau de discricionariedade para adotar os procedimentos que considerar adequados. GABARITO: E 10. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). As medidas preliminares previstas para o IPM são taxativas e devem ser todas cumpridas, em qualquer caso e circunstância, na sua integralidade, sob pena de ofensa ao princípio constitucional do devido processo legal. COMENTÁRIOS: Você precisa sempre desconfiar de assertivas que sejam muito “radicais”, ok? Expressões como “sem exceções”, “sob qualquer circunstância” ou “sempre” devem deixar você de orelha em pé! Vejamos o que determina o art. 12 do CPPM. Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá, se possível: a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das coisas, enquanto necessário; b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato; c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244; d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 48 Você percebeu o uso da expressão “se possível” no fim do caput? Essa simples expressão torna a assertiva errada. Aproveito a oportunidade para lembra-lo de que o encarregado pode adotar essas medidas mesmo antes de ser publicada a portaria de delegação. GABARITO: E 11. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). Na tramitação de IPM, assegura a norma de regência, de forma peculiar e garantidora, o direito do investigado de ser ouvido apenas na presença do advogado por ele próprio indicado ou de ser assistido por defensor público. COMENTÁRIOS: A jurisprudência é clara no sentido de que a assistência de advogado durante a oitiva é um direito do indiciado, assegurado pela Constituição de 1988, mas no CPPM não há nenhum dispositivo que assegure esse direito. GABARITO: E 12. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). O CPPM e o procedimento investigativo pré-processual comum tratam do arquivamento de IPM de forma distinta, uma vez que o CPPM prescreve hipóteses taxativas de arquivamento e disciplina expressamente as possibilidades de arquivamento implícito e de ofício de autoridade judiciária militar. COMENTÁRIOS: A redação dessa questão ficou bem confusa. Ela dá a entender que há uma norma além do CPPM que trata do inquérito policial 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 48 militar, e isso não é verdade. Há normas que tratam de procedimentos investigativos comuns, mas obviamente nenhuma dessas normas vai trazer regras a respeito do arquivamento do IPM, não é mesmo? GABARITO: E 13. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). No âmbito do IPM, em face da especialidade do sistema investigativo castrense, é assegurada a possibilidade de se manter incomunicável o investigado, por ato devidamente fundamentado do encarregado do IPM, pelo prazo máximo de três dias. Essa possibilidade vem sendo corroborada pela jurisprudência pátria. COMENTÁRIOS: Vamos dar uma olhado no art. 17 do CPPM. Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o indiciado, que estiver legalmente preso, por três dias no máximo. Quando você lê sobre essa possibilidade, imagino que você fique desconfortável, não é mesmo? Se você está achando essa possibilidade meio estranha, você tem razão, pois a Constituição de 1988 proibiu expressamente a incomunicabilidade do preso, nos termos do art. 136, §3°, IV. O art. 17 do CPPM, portanto, não foi recepcionado, e por isso a assertiva está errada. GABARITO: E 14. PM-PE – Oficial da Polícia Militar – 2014 – UPENET. Sobre o inquérito policial militar previsto no Código de Processo Penal Militar, analise as afirmativas a seguir: 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 48 I. O inquérito deverá terminar no prazo de quinze dias, se o indiciado estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão. II. O inquérito deverá terminar no prazo de trinta dias, quando o indiciado estiver solto, contado a partir da data em que se instaurar o inquérito. III. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de inquérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado. IV. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se novas provas aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou à terceira pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da punibilidade. Está CORRETO o que se afirma em a) III e IV, apenas. b) I, II e IV, apenas. c) II e III, apenas. d) I, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. COMENTÁRIOS: Sobre as assertivas I e II, vamos relembrar o art. 20 do CPPM. Art. 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o indiciado estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se instaurar o inquérito. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 48 O prazo para conclusão do inquérito quando o indiciado estiver preso é de 20 dias e, quando estiver preso, de 40 dias. As assertivas, portanto, estão incorretas. A assertiva III reproduz fielmente o conteúdo do art. 24 do CPPM e, por isso, a assertiva está correta. Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de inquérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou de inimputabilidade do indiciado. A assertiva IV reproduz o art. 25. Art 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se novas provas aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da punibilidade. GABARITO: A 15. TJM-MG – Técnico Judiciário – 2013 – Fumarc. Ante a notícia crime, o art. 12 do CPPM enumera as providênciaspreliminares a serem tomadas no local de crime, não obstante, deve-se efetuar a prisão em flagrante delito do agente ou mesmo elaborar IPM, conforme o caso. Nesse contexto, de acordo com as prescrições legais contidas no Código de Processo Penal Militar, são passos a serem trilhados pela autoridade: 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 48 a) A praça pode lavrar APF, desde que não haja oficial presente na Unidade, uma vez que tal medida é permitida desde que a praça esteja na função de oficial. b) Existe uma ordem obrigatória na inquirição da vítima e das testemunhas em sede de IPM, que, se não for observada, implicará em nulidade. c) Na hipótese da prisão de militar, em que o subordinado desacata seu superior hierárquico, a lavratura do APF, mesmo no caso de crime militar próprio, pode ser feita por parte da autoridade civil, delegado de polícia, caso o local onde o fato tenha ocorrido não seja sujeito à administração militar. d) Não admissível relatório parcial das investigações em sede de IPM por parte do encarregado, devendo encaminhar o caderno investigatório completo e conclusivo para a Justiça Militar, sendo defeso qualquer pendência. COMENTÁRIOS: Esta questão contém algumas alternativas que fogem ao conteúdo do nosso edital, mas vamos analisa-la mesmo assim, ok? A alternativa A está incorreta porque o CPPM não prevê a possibilidade de instauração de IPM por parte de praça. A alternativa B está incorreta porque o CPPM não prevê uma ordem própria. As perguntas estão previstas no art. 306, mas não há uma ordem rigorosa. Art. 306. O acusado será perguntado sobre o seu nome, naturalidade, estado, idade, filiação, residência, profissão ou meios de vida e lugar onde exerce a sua atividade, se sabe ler e escrever e se tem defensor. Respondidas essas perguntas, será cientificado da acusação pela leitura da denúncia e estritamente interrogado da seguinte forma: a) onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta e de que forma; b) se conhece a pessoa ofendida e as testemunhas arroladas na denúncia, desde quando e se tem alguma coisa a alegar contra elas; 0 00000000000 - DEMO 0 Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 48 c) se conhece as provas contra ele apuradas e se tem alguma coisa a alegar a respeito das mesmas; d) se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer dos objetos com ela relacionados e que tenham sido apreendidos; e) se é verdadeira a imputação que lhe é feita; f) se, não sendo verdadeira a imputação, sabe de algum motivo particular a que deva atribuí-la ou conhece a pessoa ou pessoas a que deva ser imputada a prática do crime e se com elas esteve antes ou depois desse fato; g) se está sendo ou já foi processado pela prática de outra infração e, em caso afirmativo, em que juízo, se foi condenado, qual a pena imposta e se a cumpriu; h) se tem quaisquer outras declarações a fazer. A alternativa C, que é a nossa resposta, exige conhecimento da regra que consta no art. 250 do CPPM. Art. 250. Quando a prisão em flagrante for efetuada em lugar não sujeito à administração militar, o auto poderá ser lavrado por autoridade civil, ou pela autoridade militar do lugar mais próximo daquele em que ocorrer a prisão. A alternativa D é um pouco estranha, pois o CPPM simplesmente não menciona a emissão de relatórios parciais por parte do encarregado, mas há um erro ainda maior, quando diz que o encarregado deve encaminhar o relatório para a Justiça Militar, pois na realidade ele o encaminha à autoridade que concedeu a delegação, nos termos do art. 22. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 48 Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que o seu encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o fato delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou indício de crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, sobre a conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos legais. § 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do inquérito, o seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a delegação, para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade, no caso de ter sido apurada infração disciplinar, ou determine novas diligências, se as julgar necessárias. § 2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou poderá avocá-lo e dar solução diferente. GABARITO: C 3. AÇÃO PENAL MILITAR E SEU EXERCÍCIO 16. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. Nos crimes militares, a ação penal é, em regra, pública, condicionada ou incondicionada e promovida pelo Ministério Público Militar; excepcionalmente, é privada, promovida pelo ofendido, quando a lei assim dispuser. COMENTÁRIOS: Vamos ver o que diz o art. 29 do CPPM. Art. 29. A ação penal é pública e somente pode ser promovida por denúncia do Ministério Público Militar. A ação penal é aquela por meio da qual ocorre a persecução militar. O indiciado, diante de um relatório apontando que haja indícios suficientes de autoria e materialidade do crime investigado, pode tornar-se réu a 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 48 partir do oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público e seu recebimento pelo Poder Judiciário, e aí então estará iniciado o processo penal militar. A regra geral é que na Justiça Militar a ação penal seja pública incondicionada. Há, todavia, alguns crimes (arts. 136 a 141 do CPM) que exigem requisição do Comando Militar ou do Ministro da Justiça. Atenção aqui, pois estamos falando de requisição, e não de representação do ofendido, ok? Esta modalidade não é admitida no Processo Penal Militar. Alguns doutrinadores dizem que esta requisição não enseja obrigatoriedade, pois o Ministério Público é o dominus litis, e não pode ser obrigado a apresentar denúncia, especialmente por membros de outros poderes. A Constituição permite também que haja uma ação penal privada subsidiária da pública. Este direito pode ser utilizado quando houver desídia do Ministério Público. Quando este não se manifestar no prazo legal, a vítima do crime pode apresentar essa modalidade de ação penal. GABARITO: E 17. DPU – Defensor Público – 2010 – Cespe. Considere que, diante de crime impropriamente militar, cuja ação é pública e incondicionada, o Ministério Público, mesmo dispondo de todos os elementos necessários à propositura da ação, tenha deixado, por inércia, de oferecer a denúncia no prazo legal. Nessa situação, não obstante se tratar de delito previsto em legislação especial castrense, o ofendido ou quem o represente legalmente encontra-se legitimado para intentar ação penal de iniciativa privada subsidiária. COMENTÁRIOS: A ação penal privada subsidiária da pública é assegurada pela própria Constituição, e por isso a falta de previsão no 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentadosProf. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 48 CPPM não pode impedir o ofendido de exercer esse direito. É importante, porém, que você preste bastante atenção na maneira como a banca formulará questões a respeito desse assunto, pois ela pode tentar enganar você dizendo que o CPPM prevê expressamente a possibilidade de ação penal privada subsidiária da pública, e isso não é verdade, ok? GABARITO: C 18. DPU – Defensor Público – 2010 – Cespe. A Associação Nacional de Sargentos do Exército (ANSAREX), em nome próprio e na defesa estatutária de seus associados, ofertou representação ao Ministério Público Militar (MPM) em face da conduta de um oficial que era comandante de batalhão de infantaria motorizada, superior hierárquico de 20 sargentos desse batalhão, todos associados à ANSAREX, uma vez que ele, diuturnamente, tratava seus subordinados com rigor excessivo; punira alguns militares com rigor não permitido por lei; ordenara que dois militares em prisão disciplinar ficassem sem alimentação por um dia; e ofendia os subordinados, constantemente, com palavras. Decorridos dois meses da representação, sem que tivesse havido manifestação do MPM, a associação promoveu ação penal privada subsidiária da pública perante a Justiça Militar da União, pedindo conhecimento da demanda e, ao final, a total procedência dos pedidos, com consequente aplicação da pena correspondente pelos delitos, além da anulação das sanções disciplinares injustamente aplicadas, com a respectiva baixa nos assentamentos funcionais. Considerando essa situação, é correto afirmar que é da Justiça Militar da União a competência para julgar ações judiciais contra atos disciplinares militares e que, mesmo sem previsão no CPM e CPPM, se admite a ação penal privada subsidiária da pública no processo penal militar, bem como seu exercício pela pessoa jurídica, no interesse dos associados, com legitimação concorrente nos crimes contra a honra de servidor militar. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 48 COMENTÁRIOS: Questão longa, não é mesmo? Mas a resolução é bem simples! O STF não reconhece legitimação ativa a entidades civis e sindicais para, em sede de substituição processual ou em representação de seus associados, ajuizarem ação penal privada subsidiária da pública. Isso significa que essas entidades não podem substituir a vítima do crime na propositura da ação penal privada subsidiária da pública. Além disso, a Justiça Militar da União apenas é competente para julgar os crimes militares definidos em lei, nos termos do art. 124 da Constituição. É interessante que você lembre, entretanto, que o §4º do art. 125 da Constituição autoriza a Justiça Militar dos estados a julgar ações judiciais contra atos disciplinares militares. GABARITO: E 19. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). A ação penal privada subsidiária poderá ser intentada, ainda que não prevista no sistema processual castrense, desde que preenchidas as condições de admissibilidade, entre elas a inércia do titular da persecução penal em juízo. COMENTÁRIOS: Perceba que o Cespe gosta muito deste tema, não é mesmo? Fique esperto! Apesar de não haver previsão expressa no CPPM, o Direito Processual Penal Militar admite a ação penal privada subsidiária da pública, pois o direito de ajuizá-la é do ofendido, e é assegurado pela Constituição Federal. GABARITO: C 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 48 20. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). A propositura de ações penais, no âmbito do processo penal militar, deve lastrear-se em IPM, cuja investigação deve encontrar-se encerrada, por força de imperativo legal. COMENTÁRIOS: O art. 77, que trata dos requisitos formais da denúncia, não faz qualquer menção à necessidade de que tenha havido IPM. Art. 77. A denúncia conterá: a) a designação do juiz a que se dirigir; b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou esclarecimentos pelos quais possa ser qualificado; c) o tempo e o lugar do crime; d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou instituição prejudicada ou atingida, sempre que possível; e) a exposição do fato criminoso, com tôdas as suas circunstâncias; f) as razões de convicção ou presunção da delinqüência; g) a classificação do crime; h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a indicação da sua profissão e residência; e o das informantes com a mesma indicação. Quem propõe a ação penal é o Ministério Público Militar. A Constituição confere independência ao Ministério Público para, inclusive, investigar a ocorrência de crimes de forma autônoma, sem intervenção da polícia judiciária militar. GABARITO: E 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 48 21. (inédita). Qualquer pessoa pode provocar a iniciativa do Ministério Público Militar de investigar a ocorrência de crime militar. É indispensável, todavia, que seja indicado não só o fato, mas também o seu autor, acompanhados dos elementos de convicção. COMENTÁRIOS: A comunicação de um crime (que popularmente chamamos de “denúncia”, mas cujo nome correto é notícia de crime ou simplesmente notitia criminis) pode ser apresentada por qualquer pessoa diretamente ao Ministério Público, pois este goza de poderes próprios de investigação, não dependendo da instauração de IPM. Da notitia criminis, entretanto, precisa constar não só a notícia da ocorrência do fato, mas também a indicação de sua autoria e dos elementos de convicção, nos termos do art. 33 do CPPM. Art. 33. Qualquer pessoa, no exercício do direito de representação, poderá provocar a iniciativa do Ministério Publico, dando-lhe informações sobre fato que constitua crime militar e sua autoria, e indicando-lhe os elementos de convicção. § 1º As informações, se escritas, deverão estar devidamente autenticadas; se verbais, serão tomadas por termo perante o juiz, a pedido do órgão do Ministério Público, e na presença deste. § 2º Se o Ministério Público as considerar procedentes, dirigir-se-á à autoridade policial militar para que esta proceda às diligências necessárias ao esclarecimento do fato, instaurando inquérito, se houver motivo para esse fim. GABARITO: C 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 48 4. DENÚNCIA 22. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. No processo penal militar, a acusação cabe ao Ministério Público Militar, que a exerce por intermédio dos procuradores e promotores de justiça militar, sendo-lhe vedado desistir da ação penal e pedir absolvição do acusado. COMENTÁRIOS: É correto dizer que a acusação no Processo Penal Militar cabe ao MPM, que a exerce por meio dos promotores e procuradores da justiça militar. Isso você já está cansado de saber, não é mesmo? Os promotores oficiam perante o Primeiro Grau, e os Procuradores perante o STM. É certo também que, uma vez oferecida a denúncia, não cabe ao MPM desistir da ação, mas nada impede que, em suasalegações finais, o membro do MPM peça a absolvição do réu, pois o Ministério Público é independente e o seu membro deve agir de acordo com suas convicções com relação ao caso concreto. GABARITO: E 23. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. A denúncia no processo penal militar difere da denúncia no processo penal comum, primordialmente, por exigir que o Ministério Público explicite as razões de convicção ou presunção de delinquência. COMENTÁRIOS: Um dos requisitos do art. 77 é de que a denúncia contenha as razões de convicção ou presunção da delinquência. O Código de Processo Penal, por sua vez, trata dos requisitos da denúncia em seu art. 41, não mencionando as razoes de convicção ou presunção da delinquência especificamente. Você sabe quais são os requisitos da denúncia previstos no art. 77? 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 48 Art. 77. A denúncia conterá: a) a designação do juiz a que se dirigir; b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou esclarecimentos pelos quais possa ser qualificado; c) o tempo e o lugar do crime; d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou instituição prejudicada ou atingida, sempre que possível; e) a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias; f) as razões de convicção ou presunção da delinquência; g) a classificação do crime; h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a indicação da sua profissão e residência; e o das informantes com a mesma indicação. Perceba que no dispositivo não há nenhuma menção à necessidade de apresentação do IPM. Isso ocorre porque, como você bem já sabe, o MPM goza de poderes investigativos próprios, e pode conduzir essa fase pré-processual de forma autônoma. O erro na designação do juiz não causa a extinção do feito, mas o juízo incompetente não irá receber a denúncia e irá, imediatamente, despachar o envio da peça ao juízo competente. A exposição ou descrição do fato é a parte fundamental da denúncia. O acusado se defende do fato descrito, razão pela qual a denúncia tem que ser clara, concisa e completa. É necessário incluir na descrição o verbo nuclear do tipo penal, uma vez que o fato delituoso é que fixa o objeto da decisão do Poder Judiciário, ou seja, o julgador não poderá decidir além dos limites definidos na denúncia. A classificação do crime é a capitulação legal da conduta praticada pelo criminoso. Ela é muito importante, mas uma capitulação errônea não é suficiente para afastar o recebimento da denúncia, pois o acusado, como já vimos, defende-se dos fatos a ele imputados. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 48 Quero chamar sua atenção especialmente para o requisito da alínea F. O MPM deve trazer na denúncia as razões de convicção ou presunção da delinquência. Este requisito não está previsto no Direito Processual Penal comum. O art. 41 do CPP não o menciona, e esta diferença já foi cobrada pelo Cespe. GABARITO: C 23. (inédita). A relação processual penal militar é iniciada e torna-se efetiva com o recebimento da denúncia por parte do órgão julgador. Sua extinção ocorre apenas com o trânsito em julgado da sentença. COMENTÁRIOS: O art. 35 do CPPM traz como marco inicial da relação processual o recebimento da denúncia, e como marco final a irrecorribilidade da sentença definitiva. Perceba, porém, que a relação processual somente se efetiva com a citação do acusado, que é o ato por meio do qual ele é oficialmente comunicado de que há uma ação penal contra ele e que ele deve apresentar sua defesa. Art. 35. O processo inicia-se com o recebimento da denúncia pelo juiz, efetiva-se com a citação do acusado e extingue-se no momento em que a sentença definitiva se torna irrecorrível, quer resolva o mérito, quer não. GABARITO: E 24. (inédita). O rol de testemunhas é um dos requisitos da denúncia. Se não estiver presente, portanto, a denúncia deve ser rejeitada, ainda que não haja necessidade da produção de prova testemunhal. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 48 COMENTÁRIOS: O rol de testemunhas é um dos requisitos da denúncia, mas o parágrafo único do art. 77 autoriza sua dispensa quando o Ministério Público Militar dispuser de prova documental suficiente. Preste bastante atenção ao art. 77, pois ele é muito importante para a sua prova. REQUISITOS DA DENÚNCIA Art. 77. A denúncia conterá: a) a designação do juiz a que se dirigir; b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou esclarecimentos pelos quais possa ser qualificado; c) o tempo e o lugar do crime; d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou instituição prejudicada ou atingida, sempre que possível; e) a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias; f) as razões de convicção ou presunção da delinquência; g) a classificação do crime; h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a indicação da sua profissão e residência; e o das informantes com a mesma indicação. GABARITO: E 25. (inédita). Caso falte algum dos requisitos da denúncia, deve o magistrado, antes de rejeitá-la, remeter o processo ao órgão do Ministério Público para que sane as impropriedades no prazo de 3 dias. COMENTÁRIOS: A resposta para essa questão está no art. 78. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 48 Art. 78. A denúncia não será recebida pelo juiz: a) se não contiver os requisitos expressos no artigo anterior; b) se o fato narrado não constituir evidentemente crime da competência da Justiça Militar; c) se já estiver extinta a punibilidade; d) se for manifesta a incompetência do juiz ou a ilegitimidade do acusador. Na hipótese da falta de algum dos requisitos do art. 77, não deve o magistrado deixar de receber a denúncia imediatamente, pois o §1º determina que antes seja dada vista dos autos ao MPM, a fim de que preencha os requisitos faltantes. Se assim não for, segundo Paulo Rangel, caberá apenas despacho liminar negativo, e não rejeição, e o MPM poderá perfeitamente apresentar nova denúncia. §1º No caso da alínea a, o juiz antes de rejeitar a denúncia, mandará, em despacho fundamentado, remeter o processo ao órgão do Ministério Público para que, dentro do prazo de três dias, contados da data do recebimento dos autos, sejam preenchidos os requisitos que não o tenham sido. GABARITO: C 5. JUIZ, AUXILIARES E PARTES DO PROCESSO 26. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. As partes, os funcionários e os serventuários da justiça militar são auxiliares do juiz. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 48 COMENTÁRIOS: O art. 42 do CPPM determina que os funcionários e serventuários (hoje chamados de servidores) da Justiça Militar são, nos processos em que atuam, auxiliares do juiz. Art. 42. Os funcionários ou serventuáriosda justiça Militar são, nos processos em que funcionam, auxiliares do juiz, a cujas determinações devem obedecer. Os servidores são, nos processos em que funcionam, auxiliares do juiz, a cujas determinações devem obedecer. Cabe ao escrivão certificar- se de que as peças e termos do processo estão em dia. Ao oficial de justiça cabe a realização das diligências determinadas pelo juiz e atribuídas pela Lei de Organização Judiciária Militar da União, certificando o ocorrido (fé pública) no respectivo instrumento, com designação de lugar, dia e hora. As diligências devem ser realizadas durante o dia, entre as 6h e as 18h e, sempre que possível, na presença de duas testemunhas. A doutrina adiciona ao rol de auxiliares também os peritos e intérpretes, e em relação a eles o CPPM traz mais regras. Estes auxiliares são de livre nomeação do juiz, sem intervenção das partes, e serão nomeados preferencialmente entre oficiais da ativa, atendida a especialidade. Os peritos e intérpretes prestarão compromisso de desempenhar a função com obediência à disciplina judiciária e de responder fielmente aos quesitos propostos pelo juiz e pelas partes. Esse compromisso não pode ser prestado de forma genérica, devendo ser repetido a cada perícia. O encargo não pode ser recusado, salvo por motivo relevante, que será analisado pelo juiz. Caso o perito ou intérprete desobedeça alguma dessas normas, poderá, em tese, responder pelo crime de falsa perícia, previsto no art. 346 do CPM. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 48 Uma regra interessante acerca desses auxiliares é a possibilidade da aplicação de penalidade de multa no caso de recusa do encargo por razão irrelevante. O valor da multa deve ser de até três dias de remuneração, ou de um décimo à metade do maior salário mínimo vigente no país, caso o perito ou intérprete não tenha vencimentos fixos. A penalidade de multa também é aplicável àqueles que deixam de acudir ao chamado da autoridade, não comparecem no dia e local designado para o exame, não apresentam o laudo, ou concorrem para que a perícia não seja feita nos prazos estabelecidos. Os peritos e intérpretes têm regras próprias de impedimento, consubstanciadas no art. 52. As regras de suspeição, entretanto, são as mesmas aplicáveis aos juízes. Perceba que há vários auxiliares, mas entre eles não se encontra as partes do processo, e por isso a assertiva está errada. GABARITO: E 27. STM – Analista judiciário – 2004 – Cespe. No processo penal militar, o termo juiz denomina somente o juiz togado e não, os militares, os quais são chamados membros do conselho de justiça, como os jurados nos processos do tribunal do júri. COMENTÁRIOS: A resposta para nossa questão está no art. 36, §1° do CPPM. Art. 36. O juiz proverá a regularidade do processo e a execução da lei, e manterá a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força militar. §1º Sempre que este Código se refere a juiz abrange, nesta denominação, quaisquer autoridades judiciárias, singulares ou colegiadas, no exercício das respectivas competências atributivas ou processuais. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 48 O termo “juiz”, portanto, abrange quaisquer autoridades judiciárias, sejam órgãos singulares ou colegiados, no exercício das respectivas competências atributivas ou processuais. O termo, portanto, pode ser aplicado tanto ao juiz togado (Juiz-Auditor) quando aos juízes militares, componentes do Conselho de Justiça. GABARITO: E 28. TJM-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011 – Vunesp. Assinale a alternativa correta. a) O Código de Processo Penal Militar utiliza a denominação "juiz" apenas para autoridades judiciárias colegiadas, dentro e fora do exercício das respectivas competências atributivas ou processuais. b) A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou, de propósito, der motivo para criá-la. c) O oficial de justiça providenciará para que estejam em ordem e em dia as peças e termos dos processos. d) As diligências serão feitas durante o dia ou à noite, em período que medeie entre as seis e as vinte e duas horas e sempre na presença de duas testemunhas. e) O escrivão realizará as diligências que lhe atribuir a lei de organização judiciária militar e as que lhe forem ordenadas por despacho do juiz. COMENTÁRIOS: A alternativa A erra ao relacionar o termo “juiz” apenas aos órgãos julgadores colegiados. Para fins de interpretação do CPPM, juiz é qualquer autoridade judiciária, seja singular ou colegiada, no exercício das respectivas competências atributivas ou processuais (art. 36, §1º). A alternativa B é a nossa resposta correta. Ela faz menção à suspeição provocada, que não pode ser arguida, nos termos do art. 41 do CPPM. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 48 Art. 41. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz, ou de propósito der motivo para criá-la. Imagine o seguinte caso: uma pessoa, tendo praticado conduta tipificada como crime militar, foi investigado em sede de Inquérito Policial Militar e posteriormente denunciado pelo Ministério Público Militar. Tendo tido notícia do despacho do Juiz-Auditor determinando sua citação na condição de acusado, o sujeito se dirigiu à sede da Auditoria Militar e proferiu duros xingamentos direcionados ao magistrado. Não é razoável que esse mesmo acusado possa agora alegar que o juiz é suspeito porque se tornou seu inimigo, não é mesmo? É esse tipo de conduta que o art. 41 veda, chamando-a de suspeição provocada, porque ela é “fabricada” pela parte interessada em ver afastado aquele magistrado. As alternativas C e E estão incorretas porque invertem as funções do escrivão e do oficial de justiça. A alternativa D tenta enganar você trocando o horário para a realização das diligências, que é das 6h às 18h, e não das 6h às 22h. GABARITO: B 29. (inédita). Se o juiz tiver atuado como testemunha no processo, estará impedido de exercer a jurisdição. Entretanto, se a esposa do magistrado foi ouvida na mesma condição, não haverá impedimento. COMENTÁRIOS: Os casos de suspeição de magistrado se encontram previstos no art. 38 do CPPM. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 48 Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o não fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes: a) se for amigo íntimo ou inimigo de qualquer delas; b) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, de um ou de outro, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; c) se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim até o segundo grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; d) se ele, seu cônjuge, ou parente, a que alude a alínea anterior, sustentar demanda contra qualquer das partes ou tiver sido procurador de qualquer delas; e) se tiver dado parte oficial do crime; f) se tiver aconselhado qualquer das partes; g) se eleou seu cônjuge for herdeiro presuntivo, donatário ou usufrutuário de bens ou empregador de qualquer das partes; h) se for presidente, diretor ou administrador de sociedade interessada no processo; i) se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes. A função de testemunha no processo, portanto, somente é causa de impedimento se a atribuição tiver sido exercida pelo próprio juiz. Nada obsta que o magistrado atue em processo no qual serviu como testemunha seu cônjuge ou parente. GABARITO: C 30. (inédita). Luiz é Juiz-Auditor da Justiça Militar da União, e tem um neto chamado Abranavílson. Este, por sua vez, está movendo ação cível de indenização por perdas e danos contra Ibraim, militar da ativa. Caso 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 48 Ibraim seja formalmente acusado de crime militar, é correto dizer que Luiz deve declarar-se suspeito e afastar-se do processo. COMENTÁRIOS: Neste caso, como o parentesco entre avô e neto é de segundo grau, Luiz incorrerá na causa de impedimento prevista na alínea D do art. 38 do CPPM. GABARITO: C 31. (inédita). Os peritos e intérpretes serão nomeados livremente pelo juiz, sem intervenção das partes, preferencialmente entre oficiais da ativa, independentemente da especialidade. COMENTÁRIOS: Esta é uma questão bem possível de aparecer na sua prova, hein!? Os peritos são nomeados livremente pelo juiz, sem intervenção das partes, e o encargo deve recair preferencialmente sobre oficiais da ativa. O erro da assertiva está em dizer que os oficiais podem ser nomeados independentemente de especialidade. Isso não faz o menor sentido, não é mesmo? Imagine que seja necessário fazer uma tradução e o juiz nomeie um oficial da ativa que não conheça a língua estrangeira, ou que seja necessário fazer uma perícia relacionada a registros contábeis e o juiz nomeie um engenheiro... não tem cabimento, não é mesmo? GABARITO: E 32. (inédita). É possível que o juiz aplique penalidade de multa ao perito ou intérprete, caso um destes auxiliares se recuse a atuar no processo sem apresentar justificativa relevante. COMENTÁRIOS: Esta possibilidade está descrita no art. 50 do CPPM. 0 00000000000 - DEMO ==0== Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 48 Art. 50. No caso de recusa irrelevante, o juiz poderá aplicar multa correspondente até três dias de vencimentos, se o nomeado os tiver fixos por exercício de função; ou, se isto não acontecer, arbitrá-lo em quantia que irá de um décimo à metade do maior salário mínimo do país. Parágrafo único. Incorrerá na mesma pena o perito ou o intérprete que, sem justa causa: a) deixar de acudir ao chamado da autoridade; b) não comparecer no dia e local designados para o exame; c) não apresentar o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos. GABARITO: C 33. (inédita). O ato praticado por juiz em condição de impedimento é anulável. COMENTÁRIOS: Os atos praticados por juiz impedido serão considerados inexistentes, nos temos do parágrafo único do art. 37 do CPPM. Art. 37. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: a) como advogado ou defensor, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar de justiça ou perito, tiver funcionado seu cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim até o terceiro grau inclusive; b) ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; c) tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão; d) ele próprio ou seu cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive, for parte ou diretamente interessado. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 48 Parágrafo único. Serão considerados inexistentes os atos praticados por juiz impedido, nos termos deste artigo. GABARITO: E 6. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO 34. TJM-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011 – VUNESP. Quanto ao foro militar em tempo de paz, assinale a alternativa correta. a) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a justiça militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum. b) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a justiça comum encaminhará os autos do inquérito policial à justiça militar. c) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Autoridade de Polícia Judiciária Militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum. d) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra militar, a justiça militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum. e) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra militar, a Autoridade de Polícia Judiciária Militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum. COMENTÁRIOS: Para responder corretamente a essa questão precisamos compreender as regras do art. 82 do CPPM. Art. 82. O foro militar é especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida praticados contra civil, a ele estão sujeitos, em tempo de paz: I - nos crimes definidos em lei contra as instituições militares ou a segurança nacional: 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 48 a) os militares em situação de atividade e os assemelhados na mesma situação; b) os militares da reserva, quando convocados para o serviço ativo; c) os reservistas, quando convocados e mobilizados, em manobras, ou no desempenho de funções militares; d) os oficiais e praças das Polícias e Corpos de Bombeiros, Militares, quando incorporados às Forças Armadas; II - nos crimes funcionais contra a administração militar ou contra a administração da Justiça Militar, os auditores, os membros do Ministério Público, os advogados de ofício e os funcionários da Justiça Militar. § 1° O foro militar se estenderá aos militares da reserva, aos reformados e aos civis, nos crimes contra a segurança nacional ou contra as instituições militares, como tais definidas em lei. § 2° Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum. Aqui chamo sua atenção especialmente para a regra do §2º, que já foi cobrada em concursos anteriormente. A regra acerca do crime doloso contra a vida praticado contra civil é de que a Justiça Militar encaminhe os autos do inquérito policial militar para a Justiça comum, pois esta é competente para julgar este tipo de crime, mesmo quando praticado por militar. Essa mudança legislativa ocorreu para manter na órbita da Justiça Comum o julgamento dos crimes praticados pelos chamados grupos de extermínio. Essas são as regras do foro militar em tempo de paz. O foro militar em tempo de guerra poderá, por lei especial, abranger outros casos além desses, desde que tenham previsão legal anterior, respeitando o princípio da legalidade e da vedação do julgamento por tribunal de exceção, ou seja, a previsão tem que ser anterior ao fato. GABARITO: A 0 00000000000 - DEMO Questões de DireitoProcessual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 48 35. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe. Compete à justiça militar da União processar e julgar crime doloso contra a vida, praticado por militar do Exército Brasileiro contra civil, estando aquele em atividade inerente às funções institucionais das Forças Armadas. COMENTÁRIOS: O gabarito oficial desta questão é CERTO. Parece um absurdo, não é mesmo? Mas é interessante que você saiba que até 2011 havia controvérsia sobre a constitucionalidade das alterações introduzidas no CPPM pela Lei n° 9.299/1996. Em 2011 o STM se julgou incompetente para conhecer de um crime praticado por militar contra a vida de civil, e a controvérsia foi solucionada. Por esta razão, estou dando o gabarito da questão como ERRADA, ok? GABARITO: E 36. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe. Celso, soldado da polícia militar do estado do Espírito Santo, foi preso em flagrante delito pelos crimes de peculato e falsidade de documento público, praticados contra a administração militar. Oferecida denúncia perante a auditoria militar do estado, Celso será processado e julgado. Caso os crimes descritos fossem praticados contra civil, estando o agente no exercício da função policial, a competência para processar e julgar seria do Conselho Permanente de Justiça. COMENTÁRIOS: Mais uma questão sobre a regra específica acerca dos crimes dolosos praticados por militares contra civis. Só que aqui tem um detalhe: os crimes mencionados na assertiva não são dolosos contra a vida! E por isso a competência permanece com a Justiça Militar. GABARITO: C 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 48 37. PM-MG – Oficial da Polícia Militar – 2011 – Fumarc. Sobre a competência no âmbito do Direito Penal Militar, analise os conceitos infrarrelacionados: I - A competência, de modo geral, é determinada pelo local da infração. Contudo, em crimes em que haja mais de um local de consumação, a competência é exercida pela sede do lugar de exercício funcional do policial militar. II - a prerrogativa de posto ou função inibe a utilização de outro critério para a determinação da competência. III - Na ocorrência de continência ou conexão, o princípio da unidade do processo é regra, exceto quando há cumulação de competências da Justiça Comum e Justiça Militar. Assinale a alternativa CORRETA. a) As afirmativas I, II e III estão corretas. b) As afirmativas I, II e III estão incorretas. c) Apenas a afirmativa III está correta. d) Apenas a afirmativa I está incorreta. COMENTÁRIOS: A assertiva I está correta quando diz que a competência é determinada, em regra, pelo local da infração. A atribuição de competência em razão do local de serviço do militar, entretanto, não ocorre quando o crime se consuma em mais de um local, mas sim quando o lugar da infração não pode ser determinado, nos termos do art. 96 do CPPM. 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 48 Art. 96. Para o militar em situação de atividade ou assemelhado na mesma situação, ou para o funcionário lotado em repartição militar, o lugar da infração, quando este não puder ser determinado, será o da unidade, navio, força ou órgão onde estiver servindo, não lhe sendo aplicável o critério da prevenção, salvo entre Auditorias da mesma sede e atendida a respectiva especialização. Quanto à assertiva II, os critérios de competência não prevalecem diante das circunstâncias previstas no art. 87. Art. 87. Não prevalecem os critérios de competência indicados nos artigos anteriores, em caso de: a) conexão ou continência; b) prerrogativa de posto ou função; c) desaforamento. A assertiva III diz respeito à competência por conexão ou continência, cujos casos estão previstos nos arts. 99 e 100. Art. 99. Haverá conexão: a) se, ocorridas duas ou mais infrações, tiverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras; b) se, no mesmo caso, umas infrações tiverem sido praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; c) quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. Art. 100. Haverá continência: a) quando duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma infração; 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 48 b) na hipótese de uma única pessoa praticar várias infrações em concurso. Nesse tipo de competência, a regra é que os processos sejam reunidos em um só, mas o concurso entre a jurisdição militar e a comum constitui uma exceção. Art. 102. A conexão e a continência determinarão a unidade do processo, salvo: a) no concurso entre a jurisdição militar e a comum; b) no concurso entre a jurisdição militar e a do Juízo de Menores. GABARITO: D 38. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. Com relação à competência, a conexão e a continência impõem a unidade de processo, salvo no concurso entre a jurisdição militar e a comum. COMENTÁRIOS: Lembre-se que para o Cespe uma assertiva incompleta não está necessariamente errada. O art. 102 do CPPM traz duas hipóteses de separação obrigatória dos processos em que há conexão ou continência: concurso entre a jurisdição militar e a comum; e concurso entre a jurisdição militar e o Juízo de Menores. Apesar de a assertiva não mencionar a hipótese do Juízo de Menores, deve ser marcada como correta. GABARITO: C 0 00000000000 - DEMO Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU Teoria e exercícios comentados Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 45 de 48 39. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe. Falece competência à justiça militar da união para processar e julgar civis. COMENTÁRIOS: É importante desde já deixar muito claro para você que a Justiça Militar da União julga tanto civis quanto militares que praticarem crimes militares, definidos em lei. Já a Justiça Militar dos estados não tem competência para julgar civis. GABARITO: E 40. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. Um processo foi instaurado perante a Circunscrição Judiciária Militar de Curitiba, contra várias pessoas, entre elas um coronel da Aeronáutica da ativa. Diante da impossibilidade de compor o conselho especial, devido à inexistência de oficiais em número suficiente, foi concedido pelo STM o desaforamento do processo para circunscrição judiciária militar de outro estado. Todavia, no decorrer da instrução, o coronel foi excluído do processo por força de habeas corpus e outro corréu excepcionou a competência da circunscrição judiciária, sob o argumento de haver cessado o motivo do desaforamento. Nessa situação, continua competente o juízo que recebeu o processo desaforado, mesmo que a exclusão de um dos acusados possibilite a composição do conselho de justiça no juízo militar de origem. COMENTÁRIOS: Vamos agora estudar o desaforamento, previsto no art.
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