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Exercício estratégia CPPM

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Livro Eletrônico
Aula 01
Questões Comentadas de Direito Processual Penal Militar p/ DPU - Analista Técnico
Administrativo
Professor: Paulo Guimarães
00000000000 - DEMO
Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 
 
Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 48 
AULA 01: Polícia judiciaria militar. Inquérito 
policial militar. Ação penal militar; exercício. 
Denúncia. Juiz, auxiliares e partes do processo. 
Competência da Justiça Militar da União. 
 
Observação importante: este curso é protegido por direitos 
autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, 
atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá 
outras providências. 
 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e 
prejudicam os professores que elaboram o cursos. Valorize o 
trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente 
através do site Estratégia Concursos ;-) 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Polícia Judiciária Militar 2 
2. Inquérito Policial Militar 6 
3. Ação Penal Militar e seu Exercício 21 
4. Denúncia 27 
5. Juiz, auxiliares e partes do processo 31 
6. Competência da Justiça Militar da União 39 
 
Olá amigo concurseiro! Na nossa aula de hoje vamos resolver 
questões acerca dos primeiros assuntos que estão previstos no nosso 
edital de Direito Processual Penal Militar. 
Este é um curso bastante prático, mas tentarei fazer 
comentários mais completos a respeito das questões, para não deixar no 
escuro quem ainda não estudou, ok? 
Como Direito Processual Penal Militar não é uma matéria 
muito comum em concursos, não temos tantas questões para comentar. 
Estou trazendo absolutamente todas que pude encontrar, além de estar 
criando mais algumas. 
Vamos lá!? Força! Bons estudos! 
0
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Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 
 
Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 48 
1. POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR 
 
1. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. A polícia judiciária 
militar exerce funções idênticas à polícia judiciária, e ambas têm como 
uma de suas finalidades o colhimento de elementos que indiquem a 
autoria e comprovem a materialidade do delito. 
 
COMENTÁRIOS: As atribuições da polícia judiciária militar constam no 
art. 8º do Código de Processo Penal Militar (Decreto-Lei nº 1.002/1969), 
a seguir reproduzido: 
 
 Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar: 
a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial, 
estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria; 
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do 
Ministério Público as informações necessárias à instrução e julgamento 
dos processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem 
requisitadas; 
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar; 
d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão 
preventiva e da insanidade mental do indiciado; 
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos 
sob sua guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições 
deste Código, nesse sentido; 
f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar 
úteis à elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo; 
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as 
pesquisas e exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito 
policial militar; 
h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de 
apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade 
civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido. 
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Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Paulo Guimarães – Aula 01 
 
Prof. Paulo Guimarães www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 48 
 
Essa questão gerou polêmica justamente por dizer que as atribuições da 
polícia judiciária militar são idênticas às da polícia judiciária comum e, ao 
pé da letra, nem todas as atribuições previstas no art. 8° são exercidas 
também pela polícia judiciária comum. Um bom exemplo é a possibilidade 
de requisitar pesquisas e exames às autoridades policiais civis. Por outro 
lado, a maior parte dos doutrinadores não enxerga diferenças na natureza 
da atividade desempenhada. Isso quer dizer, de forma simples, que as 
duas apuram o cometimento de infrações penais, e por isso não há 
diferenças substanciais na sua atuação. Seguindo essa lógica a questão 
foi dada como certa. 
 
GABARITO: C 
 
 
2. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. À polícia judiciária 
militar, que é exercida pelas autoridades militares, cabe auxiliar as 
polícias civil e federal na apuração de infrações penais militares, dado que 
são estas que detêm a exclusividade na apuração de quaisquer infrações 
penais. 
 
COMENTÁRIOS: Mais uma vez aqui devemos relembrar o conteúdo do 
art. 8º do CPPM, que nos diz o que faz a polícia judiciária militar. Como 
você já sabe, não existem diferenças substanciais nas tarefas 
desempenhadas por esta e pela polícia judiciária comum (polícia federal 
ou polícias civis). A polícia judiciária militar investiga o cometimento de 
crimes militares, enquanto a polícia judiciária comum (civil ou federal) 
investiga crimes comuns. Por isso não tem o menor cabimento dizer que a 
função da polícia judiciária militar é auxiliar as polícias civil e federal, pois 
estas sequer têm competência para apurar o cometimento de crimes 
militares. 
 
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GABARITO: E 
 
 
3. MPU – Analista – 2013 – Cespe. O ministro da Defesa, dada a sua 
condição de ministro de Estado civil, não exerce função de polícia 
judiciária militar. 
 
COMENTÁRIOS: Agora precisamos lembrar o conteúdo do art. 7º do 
CPPM. 
 
Art. 7º A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, 
pelas seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições: 
a) pelos ministros da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, 
em todo o território nacional e fora dele, em relação às forças e órgãos 
que constituem seus Ministérios, bem como a militares que, neste 
caráter, desempenhem missão oficial, permanente ou transitória, em país 
estrangeiro; 
b) pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, em relação 
a entidades que, por disposição legal, estejam sob sua jurisdição; 
c) pelos chefes de Estado-Maior e pelo secretário-geral da 
Marinha, nos órgãos, forças e unidades que lhes são subordinados; 
d) pelos comandantes de Exército e pelo comandante-chefe da 
Esquadra, nos órgãos, forças e unidades compreendidos no âmbito da 
respectiva ação de comando; 
e) pelos comandantes de Região Militar, Distrito Naval ou Zona 
Aérea, nos órgãos e unidades dos respectivos territórios; 
f) pelo secretário do Ministério do Exército e pelo chefe de 
Gabinete do Ministério da Aeronáutica, nos órgãos e serviços que lhes 
são subordinados; 
g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, 
estabelecimentos ou serviços previstos nas leis de organização básica da 
Marinha, do Exército e da Aeronáutica; 
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h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios; 
 
Há um grande rol de autoridades, mas precisamos entender 
que há algumas autoridades mencionadas que não mais existem.Hoje, 
por exemplo, não há mais ministérios para cada uma das forças armadas. 
Há apenas um Ministro da Defesa, que congrega as três forças, e os 
comandantes de cada uma delas, que para várias finalidades gozam de 
status ministerial. 
Inicialmente, portanto, a função Polícia Judiciária Militar é 
exercida pelos comandantes de cada uma das forças armadas. O 
Ministro da Defesa atualmente não exerce essa função, até porque 
normalmente se trata de um civil. 
Hoje também não existe mais a figura do chefe do Estado-
Maior das Forças Armadas. Quem exerce essas funções é o chefe do 
Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. O nome é bem parecido, 
mas as funções mudaram...  
Em seguida, o CPPM começa a conceder o poder investigativo 
para autoridades de escalão intermediário: os chefes de Estado-Maior 
de cada uma das forças, seguidos dos comandantes de Região Militar 
(Exército), Distrito Naval (Marinha) ou Zona Aérea (na realidade hoje 
as regiões da Aeronáutica são chamadas de Comandos Aéreos). 
A partir da alínea F são mencionados autoridades de menor 
escalão. Como exemplos posso citar o diretor de um hospital militar, o 
comandante de uma unidade militar ou de um navio. 
Podemos dizer, portanto, que, em geral, militares que exercem 
funções de comando ou chefia detêm poder investigativo próprio de 
Polícia Judiciária Militar. 
 
GABARITO: E 
 
 
 
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2. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR 
 
4. PM-MG – Oficial da Polícia Militar – 2011 – Fumarc. Em se 
tratando do Inquérito Policial Militar, é importante saber que 
 
a) o posto do indiciado induz a competência para instauração do 
procedimento, mas não a delegação de instrução. 
b) em regra, o Poder de Polícia Judiciária Militar é exercido pelos Oficiais e 
eventualmente pode ser delegado às praças. 
c) ainda que a delegação para a instrução não tenha ocorrido, os Oficiais 
responsáveis pelo Comando quando da incidência de crime militar devem 
proceder de ofício as providências preliminares de investigação. 
d) a solução do Inquérito é providência essencial para que a autoridade 
instauradora possa prolatar o Relatório do IPM. 
 
COMENTÁRIOS: Esta questão é bem interessante porque trata de 
diversos aspectos relacionados ao Inquérito Policial Militar (IPM). 
A alternativa A diz que o posto do indiciado influencia apenas a 
instauração do procedimento, mas não a delegação da instrução. Isso não 
é verdade, pois o delegado (chamado pelo CPPM de encarregado), que 
será o responsável pela instrução, também precisa ocupar posto superior 
ao do indiciado, nos termos do art. 7°, §§1° e 2°. 
 
§ 1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição, hierarquia 
e comando, as atribuições enumeradas neste artigo poderão ser 
delegadas a oficiais da ativa, para fins especificados e por tempo limitado. 
§ 2º Em se tratando de delegação para instauração de inquérito 
policial militar, deverá aquela recair em oficial de pôsto superior ao do 
indiciado, seja este oficial da ativa, da reserva, remunerada ou não, ou 
reformado. 
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Além disso, é importante também que você saiba que o art. 15 determina 
que o encarregado deve ocupar, sempre que possível, posto não inferior 
ao de capitão. 
 
A alternativa B diz que a instrução do IPM pode ser delegada a praças. A 
resposta aqui também nos é dada pelo §1º do art. 7°, que é bem claro no 
sentido de que a delegação só pode ser feita em favor de oficiais da ativa. 
Lembro mais uma vez que, adicionalmente, o art. 15 determina que o 
encarregado deve ocupar, preferencialmente, posto não inferior ao de 
capitão. 
 
Quanto à alternativa C, as providências preliminares da instrução são 
aquelas previstas no art. 12, a seguir reproduzido: 
 
Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal 
militar, verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 
10 deverá, se possível: 
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o 
estado e a situação das coisas, enquanto necessário; 
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação 
com o fato; 
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244; 
d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e 
suas circunstâncias. 
 
Esses procedimentos devem ser adotados pelo oficial responsável por 
comando, direção ou chefia, mesmo que a delegação ainda não tenha 
sido formalizada. 
 
A alternativa D menciona a solução do inquérito, que é de 
responsabilidade da autoridade que delegou as atribuições investigativas. 
O relatório, por outro lado, é preparado pelo encarregado. Vou repetir: o 
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encarregado, que é o oficial que “operacionaliza” o inquérito, prepara um 
relatório, que é enviado à autoridade que delegou essas funções, 
conforme regra do art. 22. Perceba ainda que a autoridade que fez a 
delegação pode também avocar o inquérito, se discordar da solução que 
consta no relatório. 
 
Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que 
o seu encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e 
os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o 
fato delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou 
indício de crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, 
sôbre a conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos têrmos legais. 
§ 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do 
inquérito, o seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a 
delegação, para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade, 
no caso de ter sido apurada infração disciplinar, ou determine novas 
diligências, se as julgar necessárias. 
§ 2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o 
delegou poderá avocá-lo e dar solução diferente. 
 
GABARITO: C 
 
 
5. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe. O magistrado da justiça 
militar da União, com lastro no CPPM, poderá requerer diretamente à 
autoridade policial judiciária militar a instauração de inquérito policial 
militar, em analogia à requisição prevista no CPP. 
 
COMENTÁRIOS: A alínea D do art. 10 menciona a possibilidade de 
instauração de IPM em virtude de decisão do Superior Tribunal Militar. Dê 
uma olhada no dispositivo...! 
 
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Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria: 
a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou 
comando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierarquia do infrator; 
b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, 
que, em caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica ou 
radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício; 
c) em virtude de requisição do Ministério Público; 
d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos têrmos do art. 25; 
e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a 
represente, ou em virtude de representação devidamente autorizada de 
quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão caiba àJustiça Militar; 
f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, 
resulte indício da existência de infração penal militar. 
 
Ocorre que essa hipótese não é mais aplicável, pois a Constituição de 
1988 conferiu independência ao Ministério Público, e hoje não há mais 
como o Poder Judiciário determinar, por si só, investigações, ou dar início 
à persecução penal sem a atuação do MP. Essa não é uma regra aplicável 
apenas à persecução penal dos crimes militares, mas a qualquer processo 
criminal. Por essas razões a assertiva está errada. 
 
GABARITO: E 
 
 
6. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). No 
sistema processual castrense, não há previsão para o juiz requisitar a 
instauração de IPM, entendendo a doutrina e a jurisprudência ser vedado 
ao juiz requisitar ou ordenar a instauração de procedimento investigativo. 
 
COMENTÁRIOS: Ainda que não seja mais aplicável, o CPPM prevê a 
possibilidade de instauração do IPM por força de decisão do STM. 
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GABARITO: C 
 
 
7. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. O inquérito policial 
militar (IPM) caracteriza-se por exigir sigilo absoluto, previsto de forma 
expressa no CPPM, de modo que, veda-se ao advogado e ao investigado o 
acesso aos autos do procedimento investigatório. 
 
COMENTÁRIOS: O IPM, em regra, é sigiloso, conforme art. 16 do CPPM. 
 
Art. 16. O inquérito é sigiloso, mas seu encarregado pode permitir 
que dele tome conhecimento o advogado do indiciado. 
 
Este dispositivo também deve ser interpretado à luz da Constituição 
Federal. O inquérito continua sendo sigiloso, mas hoje o encarregado do 
IPM é obrigado a dar vista do inquérito tanto ao advogado do indiciado 
quanto aos membros do Ministério Público Militar. 
Na realidade, o mais correto hoje seria dizer que as investigações são 
sigilosas, e não propriamente o inquérito. Uma vez realizada a ação de 
investigativa, não há problema em franquear acesso aos autos do 
inquérito ao advogado do indiciado ou ao membro do Ministério Público. 
Lembre, porém, que o advogado somente poderá ter acesso às 
informações acerca das ações investigativas já realizadas. Não faria 
sentido, por exemplo, o advogado ser informado de que o encarregado do 
IPM solicitou ao Poder Judiciário a concessão de mandado de busca e 
apreensão. Lembre-se também de que o assunto é tratado pela Súmula 
Vinculante n° 14, do STF. 
 
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SÚMULA VINCULANTE Nº 14 
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos 
elementos de prova que, já documentados em procedimento 
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, 
digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
 
GABARITO: E 
 
 
8. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. Um oficial-general da 
ativa, do último posto e mais antigo da corporação, praticou crime 
definido como militar, gerando dúvidas sobre quem presidirá o inquérito 
policial militar para a completa apuração dos fatos, em face da 
inexistência de outro oficial da ativa de maior antiguidade. Nessa 
situação, deve ser convocado oficial-general da reserva do último posto, 
pois prevalece a relação de antiguidade entre militares no serviço ativo e 
na inatividade. 
 
COMENTÁRIOS: A assertiva nos cobra conhecimento do §5º do art. 7º 
do CPPM. 
 
§ 5º Se o posto e a antiguidade de oficial da ativa excluírem, de 
modo absoluto, a existência de outro oficial da ativa nas condições do § 
3º, caberá ao ministro competente a designação de oficial da reserva de 
posto mais elevado para a instauração do inquérito policial militar; e, se 
este estiver iniciado, avocá-lo, para tomar essa providência. 
 
Perceba que a regra do art. 7°, §5° determina exatamente o que traz a 
assertiva. Este dispositivo, porém, não é mais aplicável, pois o Estatuto 
dos Militares determina que não há hierarquia entre militares da ativa e 
da reserva de mesmo posto. Por outro lado, o art. 10, §4° determina que, 
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Teoria e exercícios comentados 
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caso o infrator seja oficial general, o fato deve ser comunicado ao 
ministro e ao chefe de estado-maior competentes. Hoje seria o caso de 
comunicar o Ministro da Defesa e o comandante da respectiva força. 
 
GABARITO: E 
 
 
9. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. O inquérito policial 
militar é a apuração sumária de fato, em tese, criminoso e de sua autoria, 
não tendo, no entanto, valor jurídico os exames e as perícias realizados 
que não forem repetidos em juízo, durante o processo. 
 
COMENTÁRIOS: O art. 9° determina que o IPM é a apuração sumária de 
fato que configure crime militar e de sua autoria. 
 
 Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária de fato, 
que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua autoria. Tem o 
caráter de instrução provisória, cuja finalidade precípua é a de ministrar 
elementos necessários à propositura da ação penal. 
Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios da ação 
penal os exames, perícias e avaliações realizados regularmente no curso 
do inquérito, por peritos idôneos e com obediência às formalidades 
previstas neste Código. 
 
Em regra, os atos praticados no IPM são repetidos na fase penal, a 
exemplo da oitiva de testemunhas. Todavia, o parágrafo único determina 
que alguns atos devem ser considerados como efetivamente instrutórios 
da ação penal: os exames, perícias e avaliações realizadas por peritos 
idôneos e com obediência às formalidades do CPPM. Por essa razão a 
assertiva está incorreta. 
 
Vamos aproveitar para relembrar as principais características do IPM? 
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Questões de Direito Processual Penal Militar para DPU 
Teoria e exercícios comentados 
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Vejamos agora as principais características do IPM. 
 
1. Procedimento escrito  O IPM não poderia fornecer 
subsídios à propositura da ação penal se fosse apenas oral. Deve inclusive 
ser designado escrivão, conforme art. 11 do CPPM. 
2. Provisório  As diligências feitas durante o curso do IPM 
devem ser confirmadas posteriormente durante a persecução penal. Se 
uma testemunha, por exemplo, foi ouvida no IPM, em regra será 
necessário ouvi-la novamente na fase processual. Alguns atos, contudo, 
já podem ser considerados instrutórios para fins de ação penal: são 
os exames, as perícias e as avaliações, que, quando realizados em sede 
de IPM, não precisam ser repetidos, nos termos do parágrafo único do 
art. 9°. 
3. Informativo e instrumental  O IPM se destina a trazer 
elementos para a eventual propositura da ação penal. 
4. Não contraditório, ou inquisitivo  Atenção! Aqui não 
há nenhuma ofensa à Constituição, pois não é possível que do IPM resulte 
sanção ao indiciado. As penas são aplicadas em sede processual, e o 
Poder Judiciário está obrigado a conceder o contraditório ao longo de todo 
o processo penal. 
5. Sigiloso  Se há trabalho investigativo, é necessário 
manter o sigilo para assegurar a eficácia dos procedimentos. Não faz 
sentido a concessão de um mandado de busca e apreensão, por exemplo, 
se o indiciado já tem conhecimento de que a autoridade policial pretende 
apreenderseu computador. Este sigilo, todavia, não pode ser oposto ao 
advogado do indiciado com relação às ações investigativas que já foram 
realizadas. Também não faria o menor sentido opor este sigilo aos 
membros do MPM, pois o inquérito se dirige a eles. Neste sentido a 
Súmula Vinculante n 14 do STF: “é direito do defensor, no interesse 
do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já 
documentados em procedimento investigatório realizado por 
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órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao 
exercício do direito de defesa”. 
6. Discricionariedade das investigações  O IPM não tem 
goza de rito próprio, como o Processo Penal Militar. Não há passos 
determinados tão claramente, e por isso a autoridade policial militar goza 
de certo grau de discricionariedade para adotar os procedimentos que 
considerar adequados. 
 
GABARITO: E 
 
 
10. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). As 
medidas preliminares previstas para o IPM são taxativas e devem ser 
todas cumpridas, em qualquer caso e circunstância, na sua integralidade, 
sob pena de ofensa ao princípio constitucional do devido processo legal. 
 
COMENTÁRIOS: Você precisa sempre desconfiar de assertivas que 
sejam muito “radicais”, ok? Expressões como “sem exceções”, “sob 
qualquer circunstância” ou “sempre” devem deixar você de orelha em pé! 
Vejamos o que determina o art. 12 do CPPM. 
 
Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal 
militar, verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 
10 deverá, se possível: 
a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o 
estado e a situação das coisas, enquanto necessário; 
b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação 
com o fato; 
c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244; 
d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e 
suas circunstâncias. 
 
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Você percebeu o uso da expressão “se possível” no fim do caput? Essa 
simples expressão torna a assertiva errada. 
Aproveito a oportunidade para lembra-lo de que o encarregado pode 
adotar essas medidas mesmo antes de ser publicada a portaria de 
delegação. 
 
GABARITO: E 
 
 
11. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). Na 
tramitação de IPM, assegura a norma de regência, de forma peculiar e 
garantidora, o direito do investigado de ser ouvido apenas na presença do 
advogado por ele próprio indicado ou de ser assistido por defensor 
público. 
 
COMENTÁRIOS: A jurisprudência é clara no sentido de que a assistência 
de advogado durante a oitiva é um direito do indiciado, assegurado pela 
Constituição de 1988, mas no CPPM não há nenhum dispositivo que 
assegure esse direito. 
 
GABARITO: E 
 
 
12. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). O 
CPPM e o procedimento investigativo pré-processual comum tratam do 
arquivamento de IPM de forma distinta, uma vez que o CPPM prescreve 
hipóteses taxativas de arquivamento e disciplina expressamente as 
possibilidades de arquivamento implícito e de ofício de autoridade 
judiciária militar. 
 
COMENTÁRIOS: A redação dessa questão ficou bem confusa. Ela dá a 
entender que há uma norma além do CPPM que trata do inquérito policial 
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militar, e isso não é verdade. Há normas que tratam de procedimentos 
investigativos comuns, mas obviamente nenhuma dessas normas vai 
trazer regras a respeito do arquivamento do IPM, não é mesmo? 
 
GABARITO: E 
 
 
13. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). No 
âmbito do IPM, em face da especialidade do sistema investigativo 
castrense, é assegurada a possibilidade de se manter incomunicável o 
investigado, por ato devidamente fundamentado do encarregado do IPM, 
pelo prazo máximo de três dias. Essa possibilidade vem sendo 
corroborada pela jurisprudência pátria. 
 
COMENTÁRIOS: Vamos dar uma olhado no art. 17 do CPPM. 
 
Art. 17. O encarregado do inquérito poderá manter incomunicável o 
indiciado, que estiver legalmente preso, por três dias no máximo. 
 
Quando você lê sobre essa possibilidade, imagino que você fique 
desconfortável, não é mesmo? Se você está achando essa possibilidade 
meio estranha, você tem razão, pois a Constituição de 1988 proibiu 
expressamente a incomunicabilidade do preso, nos termos do art. 136, 
§3°, IV. O art. 17 do CPPM, portanto, não foi recepcionado, e por isso a 
assertiva está errada. 
 
GABARITO: E 
 
 
14. PM-PE – Oficial da Polícia Militar – 2014 – UPENET. Sobre o 
inquérito policial militar previsto no Código de Processo Penal Militar, 
analise as afirmativas a seguir: 
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I. O inquérito deverá terminar no prazo de quinze dias, se o indiciado 
estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se executar a 
ordem de prisão. 
II. O inquérito deverá terminar no prazo de trinta dias, quando o 
indiciado estiver solto, contado a partir da data em que se instaurar o 
inquérito. 
III. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de 
inquérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou de 
inimputabilidade do indiciado. 
IV. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se 
novas provas aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou à terceira 
pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da 
punibilidade. 
 
Está CORRETO o que se afirma em 
 
a) III e IV, apenas. 
b) I, II e IV, apenas. 
c) II e III, apenas. 
d) I, III e IV, apenas. 
e) I, II, III e IV. 
 
COMENTÁRIOS: Sobre as assertivas I e II, vamos relembrar o art. 20 do 
CPPM. 
 
Art. 20. O inquérito deverá terminar dentro em vinte dias, se o 
indiciado estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se 
executar a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando o 
indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se instaurar o 
inquérito. 
 
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O prazo para conclusão do inquérito quando o indiciado estiver preso é de 
20 dias e, quando estiver preso, de 40 dias. As assertivas, portanto, estão 
incorretas. 
 
A assertiva III reproduz fielmente o conteúdo do art. 24 do CPPM e, por 
isso, a assertiva está correta. 
 
Art. 24. A autoridade militar não poderá mandar arquivar autos de 
inquérito, embora conclusivo da inexistência de crime ou de 
inimputabilidade do indiciado. 
 
A assertiva IV reproduz o art. 25. 
 
Art 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de 
outro, se novas provas aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a 
terceira pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da 
punibilidade. 
 
GABARITO: A 
 
 
15. TJM-MG – Técnico Judiciário – 2013 – Fumarc. Ante a notícia 
crime, o art. 12 do CPPM enumera as providênciaspreliminares a 
serem tomadas no local de crime, não obstante, deve-se efetuar a 
prisão em flagrante delito do agente ou mesmo elaborar IPM, conforme 
o caso. Nesse contexto, de acordo com as prescrições legais contidas 
no Código de Processo Penal Militar, são passos a serem trilhados pela 
autoridade: 
 
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a) A praça pode lavrar APF, desde que não haja oficial presente na 
Unidade, uma vez que tal medida é permitida desde que a praça esteja na 
função de oficial. 
b) Existe uma ordem obrigatória na inquirição da vítima e das 
testemunhas em sede de IPM, que, se não for observada, implicará em 
nulidade. 
c) Na hipótese da prisão de militar, em que o subordinado desacata seu 
superior hierárquico, a lavratura do APF, mesmo no caso de crime militar 
próprio, pode ser feita por parte da autoridade civil, delegado de polícia, 
caso o local onde o fato tenha ocorrido não seja sujeito à administração 
militar. 
d) Não admissível relatório parcial das investigações em sede de IPM por 
parte do encarregado, devendo encaminhar o caderno investigatório 
completo e conclusivo para a Justiça Militar, sendo defeso qualquer 
pendência. 
 
COMENTÁRIOS: Esta questão contém algumas alternativas que fogem 
ao conteúdo do nosso edital, mas vamos analisa-la mesmo assim, ok? 
A alternativa A está incorreta porque o CPPM não prevê a possibilidade de 
instauração de IPM por parte de praça. A alternativa B está incorreta 
porque o CPPM não prevê uma ordem própria. As perguntas estão 
previstas no art. 306, mas não há uma ordem rigorosa. 
 
Art. 306. O acusado será perguntado sobre o seu nome, 
naturalidade, estado, idade, filiação, residência, profissão ou meios de 
vida e lugar onde exerce a sua atividade, se sabe ler e escrever e se tem 
defensor. Respondidas essas perguntas, será cientificado da acusação 
pela leitura da denúncia e estritamente interrogado da seguinte forma: 
a) onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve 
notícia desta e de que forma; 
b) se conhece a pessoa ofendida e as testemunhas arroladas na 
denúncia, desde quando e se tem alguma coisa a alegar contra elas; 
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c) se conhece as provas contra ele apuradas e se tem alguma coisa a 
alegar a respeito das mesmas; 
d) se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou 
qualquer dos objetos com ela relacionados e que tenham sido 
apreendidos; 
e) se é verdadeira a imputação que lhe é feita; 
f) se, não sendo verdadeira a imputação, sabe de algum motivo 
particular a que deva atribuí-la ou conhece a pessoa ou pessoas a que 
deva ser imputada a prática do crime e se com elas esteve antes ou 
depois desse fato; 
g) se está sendo ou já foi processado pela prática de outra infração 
e, em caso afirmativo, em que juízo, se foi condenado, qual a pena 
imposta e se a cumpriu; 
h) se tem quaisquer outras declarações a fazer. 
 
A alternativa C, que é a nossa resposta, exige conhecimento da regra que 
consta no art. 250 do CPPM. 
 
Art. 250. Quando a prisão em flagrante for efetuada em lugar não 
sujeito à administração militar, o auto poderá ser lavrado por autoridade 
civil, ou pela autoridade militar do lugar mais próximo daquele em que 
ocorrer a prisão. 
 
A alternativa D é um pouco estranha, pois o CPPM simplesmente não 
menciona a emissão de relatórios parciais por parte do encarregado, mas 
há um erro ainda maior, quando diz que o encarregado deve encaminhar 
o relatório para a Justiça Militar, pois na realidade ele o encaminha à 
autoridade que concedeu a delegação, nos termos do art. 22. 
 
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Art. 22. O inquérito será encerrado com minucioso relatório, em que 
o seu encarregado mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas e 
os resultados obtidos, com indicação do dia, hora e lugar onde ocorreu o 
fato delituoso. Em conclusão, dirá se há infração disciplinar a punir ou 
indício de crime, pronunciando-se, neste último caso, justificadamente, 
sobre a conveniência da prisão preventiva do indiciado, nos termos legais. 
§ 1º No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do 
inquérito, o seu encarregado enviá-lo-á à autoridade de que recebeu a 
delegação, para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade, 
no caso de ter sido apurada infração disciplinar, ou determine novas 
diligências, se as julgar necessárias. 
§ 2º Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o 
delegou poderá avocá-lo e dar solução diferente. 
 
GABARITO: C 
 
 
3. AÇÃO PENAL MILITAR E SEU EXERCÍCIO 
 
16. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. Nos crimes militares, a 
ação penal é, em regra, pública, condicionada ou incondicionada e 
promovida pelo Ministério Público Militar; excepcionalmente, é privada, 
promovida pelo ofendido, quando a lei assim dispuser. 
 
COMENTÁRIOS: Vamos ver o que diz o art. 29 do CPPM. 
 
Art. 29. A ação penal é pública e somente pode ser promovida por 
denúncia do Ministério Público Militar. 
 
A ação penal é aquela por meio da qual ocorre a persecução militar. O 
indiciado, diante de um relatório apontando que haja indícios suficientes 
de autoria e materialidade do crime investigado, pode tornar-se réu a 
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partir do oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público e seu 
recebimento pelo Poder Judiciário, e aí então estará iniciado o processo 
penal militar. 
A regra geral é que na Justiça Militar a ação penal seja pública 
incondicionada. Há, todavia, alguns crimes (arts. 136 a 141 do CPM) 
que exigem requisição do Comando Militar ou do Ministro da Justiça. 
Atenção aqui, pois estamos falando de requisição, e não de representação 
do ofendido, ok? Esta modalidade não é admitida no Processo Penal 
Militar. 
Alguns doutrinadores dizem que esta requisição não enseja 
obrigatoriedade, pois o Ministério Público é o dominus litis, e não pode ser 
obrigado a apresentar denúncia, especialmente por membros de outros 
poderes. 
A Constituição permite também que haja uma ação penal privada 
subsidiária da pública. Este direito pode ser utilizado quando houver 
desídia do Ministério Público. Quando este não se manifestar no prazo 
legal, a vítima do crime pode apresentar essa modalidade de ação penal. 
 
GABARITO: E 
 
 
17. DPU – Defensor Público – 2010 – Cespe. Considere que, diante 
de crime impropriamente militar, cuja ação é pública e incondicionada, o 
Ministério Público, mesmo dispondo de todos os elementos necessários à 
propositura da ação, tenha deixado, por inércia, de oferecer a denúncia 
no prazo legal. Nessa situação, não obstante se tratar de delito previsto 
em legislação especial castrense, o ofendido ou quem o represente 
legalmente encontra-se legitimado para intentar ação penal de iniciativa 
privada subsidiária. 
 
COMENTÁRIOS: A ação penal privada subsidiária da pública é 
assegurada pela própria Constituição, e por isso a falta de previsão no 
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CPPM não pode impedir o ofendido de exercer esse direito. É importante, 
porém, que você preste bastante atenção na maneira como a banca 
formulará questões a respeito desse assunto, pois ela pode tentar 
enganar você dizendo que o CPPM prevê expressamente a possibilidade 
de ação penal privada subsidiária da pública, e isso não é verdade, ok? 
 
GABARITO: C 
 
 
18. DPU – Defensor Público – 2010 – Cespe. A Associação Nacional 
de Sargentos do Exército (ANSAREX), em nome próprio e na defesa 
estatutária de seus associados, ofertou representação ao Ministério 
Público Militar (MPM) em face da conduta de um oficial que era 
comandante de batalhão de infantaria motorizada, superior hierárquico de 
20 sargentos desse batalhão, todos associados à ANSAREX, uma vez que 
ele, diuturnamente, tratava seus subordinados com rigor excessivo; 
punira alguns militares com rigor não permitido por lei; ordenara que dois 
militares em prisão disciplinar ficassem sem alimentação por um dia; e 
ofendia os subordinados, constantemente, com palavras. Decorridos dois 
meses da representação, sem que tivesse havido manifestação do MPM, a 
associação promoveu ação penal privada subsidiária da pública perante a 
Justiça Militar da União, pedindo conhecimento da demanda e, ao final, a 
total procedência dos pedidos, com consequente aplicação da pena 
correspondente pelos delitos, além da anulação das sanções disciplinares 
injustamente aplicadas, com a respectiva baixa nos assentamentos 
funcionais. Considerando essa situação, é correto afirmar que é da Justiça 
Militar da União a competência para julgar ações judiciais contra atos 
disciplinares militares e que, mesmo sem previsão no CPM e CPPM, se 
admite a ação penal privada subsidiária da pública no processo penal 
militar, bem como seu exercício pela pessoa jurídica, no interesse dos 
associados, com legitimação concorrente nos crimes contra a honra de 
servidor militar. 
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COMENTÁRIOS: Questão longa, não é mesmo? Mas a resolução é bem 
simples! 
O STF não reconhece legitimação ativa a entidades civis e sindicais para, 
em sede de substituição processual ou em representação de seus 
associados, ajuizarem ação penal privada subsidiária da pública. Isso 
significa que essas entidades não podem substituir a vítima do crime na 
propositura da ação penal privada subsidiária da pública. 
Além disso, a Justiça Militar da União apenas é competente para julgar os 
crimes militares definidos em lei, nos termos do art. 124 da Constituição. 
É interessante que você lembre, entretanto, que o §4º do art. 125 da 
Constituição autoriza a Justiça Militar dos estados a julgar ações judiciais 
contra atos disciplinares militares. 
 
GABARITO: E 
 
 
19. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). A 
ação penal privada subsidiária poderá ser intentada, ainda que não 
prevista no sistema processual castrense, desde que preenchidas as 
condições de admissibilidade, entre elas a inércia do titular da persecução 
penal em juízo. 
 
COMENTÁRIOS: Perceba que o Cespe gosta muito deste tema, não é 
mesmo? Fique esperto! Apesar de não haver previsão expressa no CPPM, 
o Direito Processual Penal Militar admite a ação penal privada subsidiária 
da pública, pois o direito de ajuizá-la é do ofendido, e é assegurado pela 
Constituição Federal. 
 
GABARITO: C 
 
 
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20. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada). A 
propositura de ações penais, no âmbito do processo penal militar, deve 
lastrear-se em IPM, cuja investigação deve encontrar-se encerrada, por 
força de imperativo legal. 
 
COMENTÁRIOS: O art. 77, que trata dos requisitos formais da denúncia, 
não faz qualquer menção à necessidade de que tenha havido IPM. 
 
Art. 77. A denúncia conterá: 
a) a designação do juiz a que se dirigir; 
b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou 
esclarecimentos pelos quais possa ser qualificado; 
c) o tempo e o lugar do crime; 
d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou 
instituição prejudicada ou atingida, sempre que possível; 
e) a exposição do fato criminoso, com tôdas as suas circunstâncias; 
f) as razões de convicção ou presunção da delinqüência; 
g) a classificação do crime; 
h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a 
indicação da sua profissão e residência; e o das informantes com a 
mesma indicação. 
 
Quem propõe a ação penal é o Ministério Público Militar. A Constituição 
confere independência ao Ministério Público para, inclusive, investigar a 
ocorrência de crimes de forma autônoma, sem intervenção da polícia 
judiciária militar. 
 
GABARITO: E 
 
 
 
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21. (inédita). Qualquer pessoa pode provocar a iniciativa do Ministério 
Público Militar de investigar a ocorrência de crime militar. É indispensável, 
todavia, que seja indicado não só o fato, mas também o seu autor, 
acompanhados dos elementos de convicção. 
 
COMENTÁRIOS: A comunicação de um crime (que popularmente 
chamamos de “denúncia”, mas cujo nome correto é notícia de crime ou 
simplesmente notitia criminis) pode ser apresentada por qualquer pessoa 
diretamente ao Ministério Público, pois este goza de poderes próprios de 
investigação, não dependendo da instauração de IPM. Da notitia criminis, 
entretanto, precisa constar não só a notícia da ocorrência do fato, mas 
também a indicação de sua autoria e dos elementos de convicção, nos 
termos do art. 33 do CPPM. 
 
Art. 33. Qualquer pessoa, no exercício do direito de representação, 
poderá provocar a iniciativa do Ministério Publico, dando-lhe informações 
sobre fato que constitua crime militar e sua autoria, e indicando-lhe os 
elementos de convicção. 
§ 1º As informações, se escritas, deverão estar devidamente 
autenticadas; se verbais, serão tomadas por termo perante o juiz, a 
pedido do órgão do Ministério Público, e na presença deste. 
§ 2º Se o Ministério Público as considerar procedentes, dirigir-se-á à 
autoridade policial militar para que esta proceda às diligências necessárias 
ao esclarecimento do fato, instaurando inquérito, se houver motivo para 
esse fim. 
 
GABARITO: C 
 
 
 
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4. DENÚNCIA 
 
22. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. No processo penal 
militar, a acusação cabe ao Ministério Público Militar, que a exerce por 
intermédio dos procuradores e promotores de justiça militar, sendo-lhe 
vedado desistir da ação penal e pedir absolvição do acusado. 
 
COMENTÁRIOS: É correto dizer que a acusação no Processo Penal Militar 
cabe ao MPM, que a exerce por meio dos promotores e procuradores da 
justiça militar. Isso você já está cansado de saber, não é mesmo? Os 
promotores oficiam perante o Primeiro Grau, e os Procuradores perante o 
STM. É certo também que, uma vez oferecida a denúncia, não cabe ao 
MPM desistir da ação, mas nada impede que, em suasalegações finais, o 
membro do MPM peça a absolvição do réu, pois o Ministério Público é 
independente e o seu membro deve agir de acordo com suas convicções 
com relação ao caso concreto. 
 
GABARITO: E 
 
 
23. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. A denúncia no 
processo penal militar difere da denúncia no processo penal comum, 
primordialmente, por exigir que o Ministério Público explicite as razões de 
convicção ou presunção de delinquência. 
 
COMENTÁRIOS: Um dos requisitos do art. 77 é de que a denúncia 
contenha as razões de convicção ou presunção da delinquência. O Código 
de Processo Penal, por sua vez, trata dos requisitos da denúncia em seu 
art. 41, não mencionando as razoes de convicção ou presunção da 
delinquência especificamente. 
 
Você sabe quais são os requisitos da denúncia previstos no art. 77? 
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Art. 77. A denúncia conterá: 
a) a designação do juiz a que se dirigir; 
b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou 
esclarecimentos pelos quais possa ser qualificado; 
c) o tempo e o lugar do crime; 
d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou 
instituição prejudicada ou atingida, sempre que possível; 
e) a exposição do fato criminoso, com todas as suas 
circunstâncias; 
f) as razões de convicção ou presunção da delinquência; 
g) a classificação do crime; 
h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a 
indicação da sua profissão e residência; e o das informantes com a 
mesma indicação. 
Perceba que no dispositivo não há nenhuma menção à 
necessidade de apresentação do IPM. Isso ocorre porque, como você bem 
já sabe, o MPM goza de poderes investigativos próprios, e pode conduzir 
essa fase pré-processual de forma autônoma. 
O erro na designação do juiz não causa a extinção do feito, 
mas o juízo incompetente não irá receber a denúncia e irá, 
imediatamente, despachar o envio da peça ao juízo competente. 
A exposição ou descrição do fato é a parte fundamental da 
denúncia. O acusado se defende do fato descrito, razão pela qual a 
denúncia tem que ser clara, concisa e completa. 
É necessário incluir na descrição o verbo nuclear do tipo 
penal, uma vez que o fato delituoso é que fixa o objeto da decisão do 
Poder Judiciário, ou seja, o julgador não poderá decidir além dos limites 
definidos na denúncia. 
A classificação do crime é a capitulação legal da conduta 
praticada pelo criminoso. Ela é muito importante, mas uma capitulação 
errônea não é suficiente para afastar o recebimento da denúncia, pois o 
acusado, como já vimos, defende-se dos fatos a ele imputados. 
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Quero chamar sua atenção especialmente para o requisito da alínea F. O 
MPM deve trazer na denúncia as razões de convicção ou presunção da 
delinquência. Este requisito não está previsto no Direito Processual 
Penal comum. O art. 41 do CPP não o menciona, e esta diferença já foi 
cobrada pelo Cespe. 
 
GABARITO: C 
 
 
23. (inédita). A relação processual penal militar é iniciada e torna-se 
efetiva com o recebimento da denúncia por parte do órgão julgador. Sua 
extinção ocorre apenas com o trânsito em julgado da sentença. 
 
COMENTÁRIOS: O art. 35 do CPPM traz como marco inicial da relação 
processual o recebimento da denúncia, e como marco final a 
irrecorribilidade da sentença definitiva. Perceba, porém, que a relação 
processual somente se efetiva com a citação do acusado, que é o ato por 
meio do qual ele é oficialmente comunicado de que há uma ação penal 
contra ele e que ele deve apresentar sua defesa. 
 
Art. 35. O processo inicia-se com o recebimento da denúncia pelo 
juiz, efetiva-se com a citação do acusado e extingue-se no momento em 
que a sentença definitiva se torna irrecorrível, quer resolva o mérito, quer 
não. 
 
GABARITO: E 
 
 
24. (inédita). O rol de testemunhas é um dos requisitos da denúncia. Se 
não estiver presente, portanto, a denúncia deve ser rejeitada, ainda que 
não haja necessidade da produção de prova testemunhal. 
 
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COMENTÁRIOS: O rol de testemunhas é um dos requisitos da denúncia, 
mas o parágrafo único do art. 77 autoriza sua dispensa quando o 
Ministério Público Militar dispuser de prova documental suficiente. Preste 
bastante atenção ao art. 77, pois ele é muito importante para a sua 
prova. 
 
REQUISITOS DA DENÚNCIA 
Art. 77. A denúncia conterá: 
a) a designação do juiz a que se dirigir; 
b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou 
esclarecimentos pelos quais possa ser qualificado; 
c) o tempo e o lugar do crime; 
d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou 
instituição prejudicada ou atingida, sempre que possível; 
e) a exposição do fato criminoso, com todas as suas 
circunstâncias; 
f) as razões de convicção ou presunção da delinquência; 
g) a classificação do crime; 
h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a 
indicação da sua profissão e residência; e o das informantes com a 
mesma indicação. 
 
GABARITO: E 
 
 
25. (inédita). Caso falte algum dos requisitos da denúncia, deve o 
magistrado, antes de rejeitá-la, remeter o processo ao órgão do Ministério 
Público para que sane as impropriedades no prazo de 3 dias. 
 
COMENTÁRIOS: A resposta para essa questão está no art. 78. 
 
 
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Art. 78. A denúncia não será recebida pelo juiz: 
a) se não contiver os requisitos expressos no artigo anterior; 
b) se o fato narrado não constituir evidentemente crime da 
competência da Justiça Militar; 
c) se já estiver extinta a punibilidade; 
d) se for manifesta a incompetência do juiz ou a ilegitimidade do 
acusador. 
 
Na hipótese da falta de algum dos requisitos do art. 77, 
não deve o magistrado deixar de receber a denúncia imediatamente, pois 
o §1º determina que antes seja dada vista dos autos ao MPM, a fim de 
que preencha os requisitos faltantes. Se assim não for, segundo Paulo 
Rangel, caberá apenas despacho liminar negativo, e não rejeição, e o 
MPM poderá perfeitamente apresentar nova denúncia. 
 
§1º No caso da alínea a, o juiz antes de rejeitar a denúncia, 
mandará, em despacho fundamentado, remeter o processo ao órgão do 
Ministério Público para que, dentro do prazo de três dias, contados da 
data do recebimento dos autos, sejam preenchidos os requisitos que 
não o tenham sido. 
 
GABARITO: C 
 
 
5. JUIZ, AUXILIARES E PARTES DO PROCESSO 
 
26. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. As partes, os 
funcionários e os serventuários da justiça militar são auxiliares do juiz. 
 
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COMENTÁRIOS: O art. 42 do CPPM determina que os funcionários e 
serventuários (hoje chamados de servidores) da Justiça Militar são, nos 
processos em que atuam, auxiliares do juiz. 
 
Art. 42. Os funcionários ou serventuáriosda justiça Militar são, nos 
processos em que funcionam, auxiliares do juiz, a cujas determinações 
devem obedecer. 
 
Os servidores são, nos processos em que funcionam, auxiliares do 
juiz, a cujas determinações devem obedecer. Cabe ao escrivão certificar-
se de que as peças e termos do processo estão em dia. Ao oficial de 
justiça cabe a realização das diligências determinadas pelo juiz e 
atribuídas pela Lei de Organização Judiciária Militar da União, certificando 
o ocorrido (fé pública) no respectivo instrumento, com designação de 
lugar, dia e hora. 
As diligências devem ser realizadas durante o dia, entre as 6h e as 18h 
e, sempre que possível, na presença de duas testemunhas. 
A doutrina adiciona ao rol de auxiliares também os peritos e 
intérpretes, e em relação a eles o CPPM traz mais regras. Estes 
auxiliares são de livre nomeação do juiz, sem intervenção das partes, e 
serão nomeados preferencialmente entre oficiais da ativa, atendida 
a especialidade. 
Os peritos e intérpretes prestarão compromisso de desempenhar a 
função com obediência à disciplina judiciária e de responder fielmente aos 
quesitos propostos pelo juiz e pelas partes. Esse compromisso não 
pode ser prestado de forma genérica, devendo ser repetido a cada 
perícia. 
O encargo não pode ser recusado, salvo por motivo relevante, que será 
analisado pelo juiz. Caso o perito ou intérprete desobedeça alguma 
dessas normas, poderá, em tese, responder pelo crime de falsa perícia, 
previsto no art. 346 do CPM. 
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Uma regra interessante acerca desses auxiliares é a possibilidade da 
aplicação de penalidade de multa no caso de recusa do encargo por 
razão irrelevante. O valor da multa deve ser de até três dias de 
remuneração, ou de um décimo à metade do maior salário mínimo 
vigente no país, caso o perito ou intérprete não tenha vencimentos fixos. 
A penalidade de multa também é aplicável àqueles que deixam de acudir 
ao chamado da autoridade, não comparecem no dia e local designado 
para o exame, não apresentam o laudo, ou concorrem para que a perícia 
não seja feita nos prazos estabelecidos. 
Os peritos e intérpretes têm regras próprias de impedimento, 
consubstanciadas no art. 52. As regras de suspeição, entretanto, são as 
mesmas aplicáveis aos juízes. 
Perceba que há vários auxiliares, mas entre eles não se encontra as 
partes do processo, e por isso a assertiva está errada. 
 
GABARITO: E 
 
 
27. STM – Analista judiciário – 2004 – Cespe. No processo penal 
militar, o termo juiz denomina somente o juiz togado e não, os militares, 
os quais são chamados membros do conselho de justiça, como os jurados 
nos processos do tribunal do júri. 
 
COMENTÁRIOS: A resposta para nossa questão está no art. 36, §1° do 
CPPM. 
 
Art. 36. O juiz proverá a regularidade do processo e a execução da 
lei, e manterá a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal 
fim, requisitar a força militar. 
§1º Sempre que este Código se refere a juiz abrange, nesta 
denominação, quaisquer autoridades judiciárias, singulares ou colegiadas, 
no exercício das respectivas competências atributivas ou processuais. 
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O termo “juiz”, portanto, abrange quaisquer autoridades judiciárias, 
sejam órgãos singulares ou colegiados, no exercício das respectivas 
competências atributivas ou processuais. O termo, portanto, pode ser 
aplicado tanto ao juiz togado (Juiz-Auditor) quando aos juízes militares, 
componentes do Conselho de Justiça. 
 
GABARITO: E 
 
 
28. TJM-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011 – Vunesp. 
Assinale a alternativa correta. 
 
a) O Código de Processo Penal Militar utiliza a denominação "juiz" apenas 
para autoridades judiciárias colegiadas, dentro e fora do exercício das 
respectivas competências atributivas ou processuais. 
b) A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a 
parte injuriar o juiz ou, de propósito, der motivo para criá-la. 
c) O oficial de justiça providenciará para que estejam em ordem e em dia 
as peças e termos dos processos. 
d) As diligências serão feitas durante o dia ou à noite, em período que 
medeie entre as seis e as vinte e duas horas e sempre na presença de 
duas testemunhas. 
e) O escrivão realizará as diligências que lhe atribuir a lei de organização 
judiciária militar e as que lhe forem ordenadas por despacho do juiz. 
 
COMENTÁRIOS: 
A alternativa A erra ao relacionar o termo “juiz” apenas aos órgãos 
julgadores colegiados. Para fins de interpretação do CPPM, juiz é qualquer 
autoridade judiciária, seja singular ou colegiada, no exercício das 
respectivas competências atributivas ou processuais (art. 36, §1º). 
A alternativa B é a nossa resposta correta. Ela faz menção à suspeição 
provocada, que não pode ser arguida, nos termos do art. 41 do CPPM. 
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Art. 41. A suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, 
quando a parte injuriar o juiz, ou de propósito der motivo para criá-la. 
Imagine o seguinte caso: uma pessoa, tendo praticado conduta tipificada 
como crime militar, foi investigado em sede de Inquérito Policial Militar e 
posteriormente denunciado pelo Ministério Público Militar. Tendo tido 
notícia do despacho do Juiz-Auditor determinando sua citação na condição 
de acusado, o sujeito se dirigiu à sede da Auditoria Militar e proferiu duros 
xingamentos direcionados ao magistrado. 
Não é razoável que esse mesmo acusado possa agora alegar que o juiz é 
suspeito porque se tornou seu inimigo, não é mesmo? É esse tipo de 
conduta que o art. 41 veda, chamando-a de suspeição provocada, porque 
ela é “fabricada” pela parte interessada em ver afastado aquele 
magistrado. 
 
As alternativas C e E estão incorretas porque invertem as funções do 
escrivão e do oficial de justiça. A alternativa D tenta enganar você 
trocando o horário para a realização das diligências, que é das 6h às 18h, 
e não das 6h às 22h. 
 
GABARITO: B 
 
 
29. (inédita). Se o juiz tiver atuado como testemunha no processo, 
estará impedido de exercer a jurisdição. Entretanto, se a esposa do 
magistrado foi ouvida na mesma condição, não haverá impedimento. 
 
COMENTÁRIOS: Os casos de suspeição de magistrado se encontram 
previstos no art. 38 do CPPM. 
 
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Art. 38. O juiz dar-se-á por suspeito e, se o não fizer, poderá ser 
recusado por qualquer das partes: 
a) se for amigo íntimo ou inimigo de qualquer delas; 
b) se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, de um ou de 
outro, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo 
caráter criminoso haja controvérsia; 
c) se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim até o 
segundo grau inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que 
tenha de ser julgado por qualquer das partes; 
d) se ele, seu cônjuge, ou parente, a que alude a alínea anterior, 
sustentar demanda contra qualquer das partes ou tiver sido 
procurador de qualquer delas; 
e) se tiver dado parte oficial do crime; 
f) se tiver aconselhado qualquer das partes; 
g) se eleou seu cônjuge for herdeiro presuntivo, donatário ou 
usufrutuário de bens ou empregador de qualquer das partes; 
h) se for presidente, diretor ou administrador de sociedade 
interessada no processo; 
i) se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das 
partes. 
 
A função de testemunha no processo, portanto, somente é causa de 
impedimento se a atribuição tiver sido exercida pelo próprio juiz. Nada 
obsta que o magistrado atue em processo no qual serviu como 
testemunha seu cônjuge ou parente. 
 
GABARITO: C 
 
 
30. (inédita). Luiz é Juiz-Auditor da Justiça Militar da União, e tem um 
neto chamado Abranavílson. Este, por sua vez, está movendo ação cível 
de indenização por perdas e danos contra Ibraim, militar da ativa. Caso 
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Ibraim seja formalmente acusado de crime militar, é correto dizer que 
Luiz deve declarar-se suspeito e afastar-se do processo. 
 
COMENTÁRIOS: Neste caso, como o parentesco entre avô e neto é de 
segundo grau, Luiz incorrerá na causa de impedimento prevista na alínea 
D do art. 38 do CPPM. 
 
GABARITO: C 
 
 
31. (inédita). Os peritos e intérpretes serão nomeados livremente pelo 
juiz, sem intervenção das partes, preferencialmente entre oficiais da 
ativa, independentemente da especialidade. 
 
COMENTÁRIOS: Esta é uma questão bem possível de aparecer na sua 
prova, hein!? Os peritos são nomeados livremente pelo juiz, sem 
intervenção das partes, e o encargo deve recair preferencialmente sobre 
oficiais da ativa. O erro da assertiva está em dizer que os oficiais podem 
ser nomeados independentemente de especialidade. Isso não faz o menor 
sentido, não é mesmo? Imagine que seja necessário fazer uma tradução e 
o juiz nomeie um oficial da ativa que não conheça a língua estrangeira, ou 
que seja necessário fazer uma perícia relacionada a registros contábeis e 
o juiz nomeie um engenheiro... não tem cabimento, não é mesmo? 
 
GABARITO: E 
 
 
32. (inédita). É possível que o juiz aplique penalidade de multa ao perito 
ou intérprete, caso um destes auxiliares se recuse a atuar no processo 
sem apresentar justificativa relevante. 
 
COMENTÁRIOS: Esta possibilidade está descrita no art. 50 do CPPM. 
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Art. 50. No caso de recusa irrelevante, o juiz poderá aplicar multa 
correspondente até três dias de vencimentos, se o nomeado os tiver fixos 
por exercício de função; ou, se isto não acontecer, arbitrá-lo em quantia 
que irá de um décimo à metade do maior salário mínimo do país. 
Parágrafo único. Incorrerá na mesma pena o perito ou o intérprete 
que, sem justa causa: 
a) deixar de acudir ao chamado da autoridade; 
b) não comparecer no dia e local designados para o exame; 
c) não apresentar o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja 
feita, nos prazos estabelecidos. 
 
GABARITO: C 
 
 
33. (inédita). O ato praticado por juiz em condição de impedimento é 
anulável. 
 
COMENTÁRIOS: Os atos praticados por juiz impedido serão considerados 
inexistentes, nos temos do parágrafo único do art. 37 do CPPM. 
 
Art. 37. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: 
a) como advogado ou defensor, órgão do Ministério Público, 
autoridade policial, auxiliar de justiça ou perito, tiver funcionado seu 
cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim até o terceiro grau inclusive; 
b) ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou 
servido como testemunha; 
c) tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de 
fato ou de direito, sobre a questão; 
d) ele próprio ou seu cônjuge, ou parente consanguíneo ou afim, até 
o terceiro grau inclusive, for parte ou diretamente interessado. 
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Parágrafo único. Serão considerados inexistentes os atos 
praticados por juiz impedido, nos termos deste artigo. 
 
GABARITO: E 
 
 
6. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO 
 
34. TJM-SP – Escrevente Técnico Judiciário – 2011 – VUNESP. 
Quanto ao foro militar em tempo de paz, assinale a alternativa correta. 
 
a) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a justiça 
militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum. 
b) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a justiça 
comum encaminhará os autos do inquérito policial à justiça militar. 
c) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Autoridade 
de Polícia Judiciária Militar encaminhará os autos do inquérito policial 
militar à justiça comum. 
d) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra militar, a justiça 
militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum. 
e) Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra militar, a 
Autoridade de Polícia Judiciária Militar encaminhará os autos do inquérito 
policial militar à justiça comum. 
 
COMENTÁRIOS: Para responder corretamente a essa questão 
precisamos compreender as regras do art. 82 do CPPM. 
 
Art. 82. O foro militar é especial, e, exceto nos crimes dolosos 
contra a vida praticados contra civil, a ele estão sujeitos, em tempo de 
paz: 
I - nos crimes definidos em lei contra as instituições militares ou a 
segurança nacional: 
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a) os militares em situação de atividade e os assemelhados na 
mesma situação; 
b) os militares da reserva, quando convocados para o serviço ativo; 
c) os reservistas, quando convocados e mobilizados, em manobras, 
ou no desempenho de funções militares; 
d) os oficiais e praças das Polícias e Corpos de Bombeiros, Militares, 
quando incorporados às Forças Armadas; 
II - nos crimes funcionais contra a administração militar ou contra a 
administração da Justiça Militar, os auditores, os membros do Ministério 
Público, os advogados de ofício e os funcionários da Justiça Militar. 
§ 1° O foro militar se estenderá aos militares da reserva, aos 
reformados e aos civis, nos crimes contra a segurança nacional ou contra 
as instituições militares, como tais definidas em lei. 
§ 2° Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a 
Justiça Militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça 
comum. 
 
Aqui chamo sua atenção especialmente para a regra do §2º, que já foi 
cobrada em concursos anteriormente. A regra acerca do crime doloso 
contra a vida praticado contra civil é de que a Justiça Militar encaminhe os 
autos do inquérito policial militar para a Justiça comum, pois esta é 
competente para julgar este tipo de crime, mesmo quando praticado por 
militar. Essa mudança legislativa ocorreu para manter na órbita da Justiça 
Comum o julgamento dos crimes praticados pelos chamados grupos de 
extermínio. 
Essas são as regras do foro militar em tempo de paz. O foro militar em 
tempo de guerra poderá, por lei especial, abranger outros casos além 
desses, desde que tenham previsão legal anterior, respeitando o princípio 
da legalidade e da vedação do julgamento por tribunal de exceção, ou 
seja, a previsão tem que ser anterior ao fato. 
GABARITO: A 
 
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35. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe. Compete à justiça 
militar da União processar e julgar crime doloso contra a vida, praticado 
por militar do Exército Brasileiro contra civil, estando aquele em atividade 
inerente às funções institucionais das Forças Armadas. 
 
COMENTÁRIOS: O gabarito oficial desta questão é CERTO. Parece um 
absurdo, não é mesmo? Mas é interessante que você saiba que até 2011 
havia controvérsia sobre a constitucionalidade das alterações introduzidas 
no CPPM pela Lei n° 9.299/1996. Em 2011 o STM se julgou incompetente 
para conhecer de um crime praticado por militar contra a vida de civil, e a 
controvérsia foi solucionada. Por esta razão, estou dando o gabarito da 
questão como ERRADA, ok? 
 
GABARITO: E 
 
 
36. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe. Celso, soldado da 
polícia militar do estado do Espírito Santo, foi preso em flagrante delito 
pelos crimes de peculato e falsidade de documento público, praticados 
contra a administração militar. Oferecida denúncia perante a auditoria 
militar do estado, Celso será processado e julgado. Caso os crimes 
descritos fossem praticados contra civil, estando o agente no exercício da 
função policial, a competência para processar e julgar seria do Conselho 
Permanente de Justiça. 
 
COMENTÁRIOS: Mais uma questão sobre a regra específica acerca dos 
crimes dolosos praticados por militares contra civis. Só que aqui tem um 
detalhe: os crimes mencionados na assertiva não são dolosos contra a 
vida! E por isso a competência permanece com a Justiça Militar. 
 
GABARITO: C 
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37. PM-MG – Oficial da Polícia Militar – 2011 – Fumarc. Sobre a 
competência no âmbito do Direito Penal Militar, analise os conceitos 
infrarrelacionados: 
 
I - A competência, de modo geral, é determinada pelo local da infração. 
Contudo, em crimes em que haja mais de um local de consumação, a 
competência é exercida pela sede do lugar de exercício funcional do 
policial militar. 
II - a prerrogativa de posto ou função inibe a utilização de outro critério 
para a determinação da competência. 
III - Na ocorrência de continência ou conexão, o princípio da unidade do 
processo é regra, exceto quando há cumulação de competências da 
Justiça Comum e Justiça Militar. 
 
Assinale a alternativa CORRETA. 
a) As afirmativas I, II e III estão corretas. 
b) As afirmativas I, II e III estão incorretas. 
c) Apenas a afirmativa III está correta. 
d) Apenas a afirmativa I está incorreta. 
 
COMENTÁRIOS: A assertiva I está correta quando diz que a competência 
é determinada, em regra, pelo local da infração. A atribuição de 
competência em razão do local de serviço do militar, entretanto, não 
ocorre quando o crime se consuma em mais de um local, mas sim quando 
o lugar da infração não pode ser determinado, nos termos do art. 96 do 
CPPM. 
 
 
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Art. 96. Para o militar em situação de atividade ou assemelhado na 
mesma situação, ou para o funcionário lotado em repartição militar, o 
lugar da infração, quando este não puder ser determinado, será o da 
unidade, navio, força ou órgão onde estiver servindo, não lhe sendo 
aplicável o critério da prevenção, salvo entre Auditorias da mesma sede e 
atendida a respectiva especialização. 
 
Quanto à assertiva II, os critérios de competência não prevalecem diante 
das circunstâncias previstas no art. 87. 
 
Art. 87. Não prevalecem os critérios de competência indicados nos 
artigos anteriores, em caso de: 
a) conexão ou continência; 
b) prerrogativa de posto ou função; 
c) desaforamento. 
 
A assertiva III diz respeito à competência por conexão ou continência, 
cujos casos estão previstos nos arts. 99 e 100. 
 
Art. 99. Haverá conexão: 
a) se, ocorridas duas ou mais infrações, tiverem sido praticadas, ao 
mesmo tempo, por várias pessoas reunidas ou por várias pessoas em 
concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas 
contra as outras; 
b) se, no mesmo caso, umas infrações tiverem sido praticadas para 
facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem 
em relação a qualquer delas; 
c) quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas 
circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. 
Art. 100. Haverá continência: 
a) quando duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma infração; 
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b) na hipótese de uma única pessoa praticar várias infrações em 
concurso. 
 
Nesse tipo de competência, a regra é que os processos sejam reunidos 
em um só, mas o concurso entre a jurisdição militar e a comum constitui 
uma exceção. 
 
Art. 102. A conexão e a continência determinarão a unidade do 
processo, salvo: 
a) no concurso entre a jurisdição militar e a comum; 
b) no concurso entre a jurisdição militar e a do Juízo de Menores. 
 
GABARITO: D 
 
 
38. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. Com relação à 
competência, a conexão e a continência impõem a unidade de processo, 
salvo no concurso entre a jurisdição militar e a comum. 
 
COMENTÁRIOS: Lembre-se que para o Cespe uma assertiva incompleta 
não está necessariamente errada. O art. 102 do CPPM traz duas hipóteses 
de separação obrigatória dos processos em que há conexão ou 
continência: concurso entre a jurisdição militar e a comum; e concurso 
entre a jurisdição militar e o Juízo de Menores. Apesar de a assertiva não 
mencionar a hipótese do Juízo de Menores, deve ser marcada como 
correta. 
 
GABARITO: C 
 
 
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39. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe. Falece competência à 
justiça militar da união para processar e julgar civis. 
 
COMENTÁRIOS: É importante desde já deixar muito claro para você que 
a Justiça Militar da União julga tanto civis quanto militares que 
praticarem crimes militares, definidos em lei. Já a Justiça Militar dos 
estados não tem competência para julgar civis. 
 
GABARITO: E 
 
 
40. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe. Um processo foi 
instaurado perante a Circunscrição Judiciária Militar de Curitiba, contra 
várias pessoas, entre elas um coronel da Aeronáutica da ativa. Diante da 
impossibilidade de compor o conselho especial, devido à inexistência de 
oficiais em número suficiente, foi concedido pelo STM o desaforamento do 
processo para circunscrição judiciária militar de outro estado. Todavia, no 
decorrer da instrução, o coronel foi excluído do processo por força de 
habeas corpus e outro corréu excepcionou a competência da circunscrição 
judiciária, sob o argumento de haver cessado o motivo do desaforamento. 
Nessa situação, continua competente o juízo que recebeu o processo 
desaforado, mesmo que a exclusão de um dos acusados possibilite a 
composição do conselho de justiça no juízo militar de origem. 
 
COMENTÁRIOS: Vamos agora estudar o desaforamento, previsto no art.

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