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Apostila (13)

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Livro Eletrônico
Aula 13
Português p/ PC-RJ (Inspetor) Com videoaulas - 2019
Décio Terror Filho
 
 
 
 
 
1 
 
Interpretação: pressuposições e inferências, 
implícitos e subentendidos. Estruturação do 
texto e dos parágrafos. Leitura e análise de 
textos. 
Sumário 
1 ʹ Estruturação do texto e dos parágrafos. ....................................................................... 2 
1. Relação causa/consequência entre partes e elementos do texto .............................................. 12 
2 ʹ Interpretação: pressuposições e inferências, implícitos e subentendidos. .................. 27 
1. Inferência. .................................................................................................................................... 29 
2. Argumentação ............................................................................................................................. 32 
3 ʹ Reconhecimento de tipos textuais ............................................................................. 52 
1. Descritivo ..................................................................................................................................... 52 
2. Narrativo ..................................................................................................................................... 52 
3. Dissertativo .................................................................................................................................. 54 
4 ʹ Leitura e análise de textos. ......................................................................................... 56 
5 ʹ Lista de questões ........................................................................................................ 88 
6 ʹ Gabarito ................................................................................................................... 115 
 
 
 
A AULA ESTÁ GRANDE, MAS É MUITO IMPORTANTE QUE VOCÊ LEIA TODO O CONTEÚDO E 
PRATIQUE!!! 
 Para esta aula, preparei questões de várias bancas a fim de que você pratique mais. 
 
 
Décio Terror Filho
Aula 13
Português p/ PC-RJ (Inspetor) Com videoaulas - 2019
www.estrategiaconcursos.com.br
 
 
 
 
 
2 
 
1 ʹ ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS. 
 Para entendermos este tópico longo, devemos perceber o parágrafo e sua construção. 
 As relações de causa e consequência aparecem em tópico próprio, visto a sua peculiaridade. 
O parágrafo como unidade de composição; tópico frasal. 
 Para falarmos da composição do parágrafo, leia o texto abaixo: 
à áà Cラミゲデキデ┌キN?ラà FWSWヴ;ノà SWà ヱΓΒΒà SWaキミWà ケ┌Wà デラSラゲà ゲ?ラà キェ┌;キゲà ヮWヴ;ミデWà ;à ノWキà Wà ケ┌Wがà Iラマラà
IラミゲWケ┌ZミIキ;à Sラà ヮヴキミIケヮキラà S;à キェ┌;ノS;SWがà ラゲà SWゲキェ┌;キゲà SW┗Wマà ゲWヴà SWゲキェ┌;ノマWミデWà デヴ;デ;Sラゲがà SWゲゲ;à
aラヴマ;がàゲ?ラàノWェケデキマラゲà;ノェ┌ミゲàヮヴキ┗キノYェキラゲà;àSWデWヴマキミ;Sラàェヴ┌ヮラàSWàヮWゲゲラ;ゲがà;ゲàヮWゲゲラ;ゲàIラマàSWaキIキZミIキ;がà
ヮラヴàW┝WマヮノラがàデZマàSキヴWキデラà;àキゲWミNロWゲàaキゲI;キゲがà;à┌マ;àヮWヴIWミデ;ェWマàSWà┗;ェ;ゲàミラàゲWヴ┗キNラàヮ┎HノキIラがà;à┗;ェ;ゲà
ヮヴキラヴキデ=ヴキ;ゲàWマàWゲデ;Iキラミ;マWミデラゲàWデIがàデ┌SラàキゲゲラàIラミaキェ┌ヴ;àェヴ;ミSWゲà;┗;ミNラゲàヮ;ヴ;à;àゲラIキWS;SWく 
 VラIZàIWヴデ;マWミデWàミラデラ┌àケ┌Wà;àaヴ;ゲWàYàノラミェ;àWàデラヴミ;àラàデW┝デラàI;ミゲ;デキ┗ラがàWミa;Sラミエラくà 
P;ヴ;àa;┣Wヴマラゲà;テ┌ゲデWゲàミWゲデWàヮ;ヴ=ェヴ;aラがàYàキマヮラヴデ;ミデWàラHゲWヴ┗;ヴマラゲà;ノェ┌ミゲàヮヴキミIケヮキラゲぎ 
 Frase é um enunciado de sentido completo. Uma forma linguística de marcarmos o sentido 
completo ocorre com a inserção do ponto final, de exclamação ou interrogação. Assim, são frases: 
Socorro! 
Ajude-me! 
Fogo! 
A organização leva ao sucesso. 
Quem quer dinheiro? 
 Período é um enunciado de sentido completo e precisa ser constituído de verbo. Assim, 
notamos que todo período é uma frase, mas nem toda frase é um período. Veja exemplos de 
período: 
Ajude-me! 
A organização leva ao sucesso. 
Quem quer dinheiro? 
Cada núcleo verbal constitui uma oração. Assim, um período constituído de apenas um núcleo 
verbal é chamado de período simples, já o período constituído de dois ou mais núcleos verbais é o 
período composto. 
A organização leva ao sucesso. (período simples) 
A motivação é importante para o estudo, o qual é uma alavanca social. (período composto) 
 Com esses princípios, minha intenção é que você note que só podemos finalizar um segmento 
com ponto final quando ele tiver sentido completo, isto é, se ele for uma frase ou um período 
sintático. 
Décio Terror Filho
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Português p/ PC-RJ (Inspetor) Com videoaulas - 2019
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3 
 
 Assim, devemos notar que um período ou uma frase transmitem uma declaração, uma 
afirmação, uma indagação, uma emoção sobre algo. 
 Observando o parágrafo abaixo, será que só cabe mesmo uma frase? 
 áà Cラミゲデキデ┌キN?ラà FWSWヴ;ノà SWà ヱΓΒΒà SWaキミWà ケ┌Wà デラSラゲà ゲ?ラà キェ┌;キゲà ヮWヴ;ミデWà ;à ノWキà Wà ケ┌Wがà Iラマラà
IラミゲWケ┌ZミIキ;à Sラà ヮヴキミIケヮキラà S;à キェ┌;ノS;SWがà ラゲà SWゲキェ┌;キゲà SW┗Wマà ゲWヴà SWゲキェ┌;ノマWミデWà デヴ;デ;Sラゲがà SWゲゲ;à
aラヴマ;がàゲ?ラàノWェケデキマラゲà;ノェ┌ミゲàヮヴキ┗キノYェキラゲà;àSWデWヴマキミ;Sラàェヴ┌ヮラàSWàヮWゲゲラ;ゲがà;ゲàヮWゲゲラ;ゲàIラマàSWaキIキZミIキ;がà
ヮラヴàW┝WマヮノラがàデZマàSキヴWキデラà;àキゲWミNロWゲàaキゲI;キゲがà;à┌マ;àヮWヴIWミデ;ェWマàSWà┗;ェ;ゲàミラàゲWヴ┗キNラàヮ┎HノキIラがà;à┗;ェ;ゲà
ヮヴキラヴキデ=ヴキ;ゲàWマàWゲデ;Iキラミ;マWミデラゲàWデIがàデ┌SラàキゲゲラàIラミaキェ┌ヴ;àェヴ;ミSWゲà;┗;ミNラゲàヮ;ヴ;à;àゲラIキWS;SWく 
 Como o parágrafo é constituído de apenas uma frase bem longa, para evitar que ele fique 
cansativo e pouco claro, podemos separá-lo em quatro segmentos distintos: 
 áà Cラミゲデキデ┌キN?ラà FWSWヴ;ノà SWà ヱΓΒΒà SWaキミWà ケ┌Wà デラSラゲà ゲ?ラà キェ┌;キゲà ヮWヴ;ミデWà ;à ノWキà Wà ケ┌Wがà Iラマラà
IラミゲWケ┌ZミIキ;à Sラà ヮヴキミIケヮキラà S;à キェ┌;ノS;SWがà ラゲà SWゲキェ┌;キゲà SW┗Wマà ゲWヴà SWゲキェ┌;ノマWミデWà デヴ;デ;Sラゲ͘à DWゲゲ;à
aラヴマ;がàゲ?ラàノWェケデキマラゲà;ノェ┌ミゲàヮヴキ┗キノYェキラゲà;àSWデWヴマキミ;Sラàェヴ┌ヮラàSWàヮWゲゲラ;ゲ͘àáゲàヮWゲゲラ;ゲàIラマàSWaキIキZミIキ;がà
ヮラヴàW┝WマヮノラがàデZマàSキヴWキデラà;àキゲWミNロWゲàaキゲI;キゲがà;à┌マ;àヮWヴIWミデ;ェWマàSWà┗;ェ;ゲàミラàゲWヴ┗キNラàヮ┎HノキIラがà;à┗;ェ;ゲà
ヮヴキラヴキデ=ヴキ;ゲàWマàWゲデ;Iキラミ;マWミデラゲàWデI͘àT┌SラàキゲゲラàIラミaキェ┌ヴ;àェヴ;ミSWゲà;┗;ミNラゲàヮ;ヴ;à;àゲラIキWS;SWく 
 A primeira frase é chamada de ideia-núcleo, ou tópico-frasal, haja vista que ela transmite a 
essência argumentativa do parágrafo: 
A Constituição Federal de 1988 define que todos são iguais perante a lei e que, como consequência 
do princípio da igualdade, os desiguais devem ser desigualmente tratados. 
 Em seguida, há uma segunda frase que amplia e discute a ideia anterior: 
Dessa forma, são legítimos alguns privilégios a determinado grupo de pessoas. 
 A terceira frase insere um exemplo que confirma a ideia veiculada na segunda oração: 
As pessoas com deficiência, por exemplo, têm direito a isenções fiscais, a uma percentagem de vagas 
no serviço público, a vagas prioritárias em estacionamentos etc. 
 A última frase é um arremate do parágrafo, uma consideração final, uma conclusão a que se 
chega. 
Tudo isso configura grandes avanços para a sociedade. 
 Assim, podemos perceber que o parágrafo defende uma ideia-força no texto e está 
constituído de quatro períodos sintáticos, os quais se encontram coordenados entre si, acumulando 
informações, dando-lhes um encadeamento. 
 As orações coordenadas são justamente aquelas entendidas como independentes, 
autônomas, por isso elas podem ser separadas em períodos diferentes, mantendo a coesão, a 
clareza do texto. 
 Como devemos evitar frases extremamente longas, um caminho fácil e prático é procurar 
orações coordenadas para segmentá-las em períodos distintos. 
 
 
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4 
 
 Veja mais um parágrafo com frase longa. Divida-o em três frases distintas: 
Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas "Memórias Póstumas" que não 
teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa miséria, talvez hoje ele percebesse 
acertada sua decisão: a postura de muitos brasileiros frente a intolerância religiosa é uma das faces 
mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento, com isso, surge a problemática do 
preconceito religioso que persiste intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pela insuficiência 
de leis, seja pela lenta mudança de mentalidade social. 
 
Brás Cubas, odefunto-autor de Machado de Assis, diz em suas "Memórias 
Póstumas" que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma criatura o legado da nossa 
miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão: a postura de muitos brasileiros 
frente a intolerância religiosa é uma das faces mais perversas de uma sociedade em 
desenvolvimento. Com isso, surge a problemática do preconceito religioso que persiste 
intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta 
mudança de mentalidade social. 
 
 Bom, vimos que podemos evitar frases longas apenas observando as orações coordenadas e 
as isolando em frases ou períodos distintos. Agora, falaremos da clareza. 
Pode-se definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. 
Contribuirá a indispensável releitura de todo texto redigido. A ocorrência de trechos obscuros 
e de erros gramaticais provém principalmente da falta da releitura que torna possível sua correção. 
Na revisão de um texto, deve-se avaliar, ainda, se ele será de fácil compreensão por seu 
destinatário. O que nos parece óbvio pode ser desconhecido por terceiros. O domínio que 
adquirimos sobre certos assuntos em decorrência de nossa experiência profissional muitas vezes faz 
com que os tomemos como de conhecimento geral, o que nem sempre é verdade. Explicite, 
desenvolva, esclareça, precise os termos técnicos, o significado das siglas e abreviações e os 
conceitos específicos que não possam ser dispensados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Frase 1 
Frase 2 
Frase 3 
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5 
 
Parágrafo-padrão 
 Muito do que veremos nesta parte da aula tem como base o que explorou Othon Moacir 
Garcia em Comunicação em prosa moderna. 
 De maneira sucinta, o esquema a seguir traduz o parágrafo-padrão. 
 
 O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais períodos, em que se 
desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, 
intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. 
 Trata-se, evidentemente, de uma definição, ou conceito, que a prática nem sempre confirma, 
pois, assim como há vários processos de desenvolvimento ou encadeamento de ideias, pode haver 
também diferentes tipos de estruturação de parágrafo, tudo dependendo, é claro, da natureza do 
assunto e sua complexidade, do gênero de composição, do propósito, das idiossincrasias e 
competência do autor, tanto quanto da espécie de leitor a que se destine o texto, de forma que esse 
conceito se aplica a um tipo de parágrafo considerado como padrão, e padrão não apenas no sentido 
de modelo, de protótipo, que se deva ou que convenha imitar, dada a sua eficácia, mas também no 
sentido de ser frequente, ou predominante, na obra de escritores ね sobretudo modernos ね de 
reconhecido mérito. 
Indicado materialmente na página pelo afastamento da margem esquerda, o parágrafo 
facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar convenientemente as ideias principais da sua 
composição, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios. 
É uma unidade de composição suficientemente ampla para conter um processo completo de 
raciocínio e suficientemente curta para nos permitir a análise dos componentes desse processo, na 
medida em que contribuem para a tarefa da comunicação. 
 Tanto quanto sua estrutura, varia também sua extensão: há parágrafos de uma ou duas linhas 
como os há de página inteira. E não é apenas o senso de proporção que deve servir de critério para 
bitolá-lo, mas também, principalmente, o seu núcleo, a sua ideia central. 
Ora, se a composição é um conjunto de ideias associadas, cada parágrafo ね em princípio, 
pelo menos ね deve corresponder a cada uma dessas ideias, tanto quanto elas correspondem às 
diferentes partes em que o Autor julgou conveniente dividir o seu assunto. 
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É, pois, da divisão do assunto que depende, em grande monta, a extensão do parágrafo, 
admitindo-se, por evidente, que as ideias mais complexas se possam desdobrar em mais de um 
parágrafo. 
Tópico frasal 
Em geral, o parágrafo-padrão consta de duas e, ocasionalmente, de três partes: a introdução, 
representada na maioria dos casos por um ou dois períodos curtos iniciais, em que se expressa de 
maneira sumária e sucinta a ideia-núcleo (também chamada de tópico frasal), o desenvolvimento, 
isto é, uma ampliação dessa ideia-núcleo; e a conclusão, mais rara, mormente nos parágrafos pouco 
extensos ou naqueles em que a ideia central não apresenta maior complexidade. 
Constituído habitualmente por um ou dois períodos curtos iniciais, o tópico frasal encerra de 
modo geral e conciso a ideia-núcleo do parágrafo. É uma generalização, em que se expressa opinião 
pessoal, um juízo, se define ou se declara alguma coisa. É certo que nem todo parágrafo apresenta 
essa característica: algumas vezes a ideia-núcleo está como diluída nele ou já expressa num dos 
precedentes, sendo apenas evocada por palavras de referência (certos pronomes) e partículas de 
transição. Mas a maioria deles é assim construída. 
É provável que tal estrutura decorra de um processo de raciocínio dedutivo. 
De fato, que é o tópico frasal, quando inicial, se não uma generalização a que se seguem as 
especificações contidas no desenvolvimento? 
Esse modo de assim expor ou explanar ideias é, em essência, o método dedutivo: do geral 
para o particular. Quando o tópico frasal vem no fim do parágrafo に e nesse caso é, realmente, a sua 
conclusão -, precedido pelas especificações, o método é essencialmente indutivo: do particular para 
o geral. 
Havemos de verificar que o tópico frasal constitui um meio muito eficaz de expor ou explanar 
ideias. Enunciando logo de saída a ideia-núcleo, o tópico frasal garante de antemão a objetividade, 
a coerência e a unidade do parágrafo, definindo-lhe o propósito e evitando digressões 
impertinentes. É isso que se vê no seguinte exemplo de Gilberto Amado: 
O Brasil é a primeira grande experiência que faz na história moderna a espécie 
humana para criar um grande país independente, dirigindo-se por si mesmo, debaixo dos 
trópicos. Somos os iniciadores, os ensaiadores, os experimentadores de uma das mais 
amplas, profundas e graves empresas que ainda se acharam em mãos da humanidade. Os 
navegadores das descobertas que chegaram até nós impelidos pela vibração matinal da 
Renascença cumpriram um feito que terminava com o triunfo da própria glória; belo era o 
país que descobriam, opulenta a terra que pisavam, maravilhoso o mundo que em redor se 
desdobrava; podiam voltar, contentes, que tudo para eles se cumprira. 
(Três livros, p. 332) 
O primeiro período constitui o tópico frasal, que traduz uma declaração sobre o Brasil como 
país independente. O rumo das ideias a serem desenvolvidas já está aí traçado: seria desconcertante 
se o Autor não explanasse, especificando, justificando, fundamentando, nas linhas seguintes, o que 
anunciou nas três primeiras. O seu propósito já está definido. Se o Autor julgasse oportuno fazer 
digressões, o próprio tópico frasal o controlaria, impedindo-o de ultrapassar certos limites, além dos 
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quais elas se tornariam descabidas, e forçando-o a voltar antes do fim ao mesmo rumo de ideias que 
tomaram no princípio. 
Diferentes feições do tópico frasal 
Admitindo-se como recomendável essa técnica de iniciar o parágrafo com o tópico frasal, 
resta-nos mostrar algumas das suas feições mais comuns. Há vários artifícios que a leitura dos bons 
autores ね contemporâneos de preferência ね nos pode ensinar. Conhecê-los talvez contribua para 
abreviar aqueles momentosde indecisão que precedem o ato de redigir as primeiras linhas de um 
parágrafo, pois, com frequência, o estudante não sabe como começar. Ora, o tópico frasal lhe facilita 
a tarefa, porque nele está a síntese do seu pensamento, restando-lhe fundamentá-lo. 
a) Declaração inicial ね Esta é, parece-nos, a feição mais comum: o autor afirma ou nega alguma 
coisa logo de saída para, em seguida, justificar ou fundamentar a asserção, apresentando 
argumentos sob a forma de exemplos, confrontos, analogias, razões, restrições ね fatos ou 
evidência, processos de explanação. 
Vivemos numa época de ímpetos. A Vontade, divinizada, afirma sua 
preponderância, para desencadear ou encadear; o delírio fascista ou o torpor 
marxista são expressões pouco diferentes do mesmo império da vontade. À realidade 
substituiu-se o dinamismo; à inteligência substituiu-se o gesto e o grito; e na mesma 
linha desse dinamismo estão os amadores de imprecações e os amadores de 
mordaças (...) 
O Autor abre o parágrafo com uma declaração sucinta, que, no caso, é uma generalização 
("Vivemos numa época de ímpetos"), fundamentando-a a seguir por meio de exemplos e 
pormenores (delírio fascista, torpor marxista, império da vontade, dinamismo, gesto e grito, 
imprecações são termos que sugerem a ideia de ímpeto). 
Às vezes, a declaração inicial aparece sob a forma negativa, seguindo-se-lhe a contestação ou 
a confirmação, como faz Rui Barbosa no trecho abaixo: 
 
Não há sofrimento mais confrangente que o da privação da 
justiça. As crianças o trazem no coração com os primeiros instintos da 
humanidade, e, se lhes magoam essa fibra melindrosa, muitas vezes nunca 
mais o esquecem, ainda que a mão, cuja aspereza as lastimou, seja a do 
pai extremoso ou a da mãe idolatrada (...). 
 
O primeiro período poderia servir de título ao parágrafo: é uma síntese do seu conteúdo. 
 
 
 
 
Generalização 
(tópico frasal) 
 
Especificação 
(desenvolvimento) 
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8 
 
b) Definição ね Frequentemente o tópico frasal assume a forma de uma definição. É um método 
preferentemente didático. Veja o exemplo: 
Estilo é a expressão literária de ideias ou sentimentos. Resulta de 
um conjunto de dotes externos ou internos, que se fundem num todo 
harmônico e se manifestam por modalidades de expressão a que se dá o 
nome de figuras. 
c) Divisão ね Processo também quase que exclusivamente didático, dadas as suas características de 
objetividade e clareza, é o que consiste em apresentar o tópico frasal sob a forma de divisão ou 
discriminação das ideias a serem desenvolvidas: 
O silogismo divide-se em silogismo simples e silogismo composto. 
Distinguem-se quatro espécies de silogismos compostos... 
Via de regra, a divisão vem precedida por uma definição, ambas no mesmo parágrafo ou em 
parágrafos distintos. 
 
Outros modos de iniciar o parágrafo 
Além do tópico frasal, há outros ね na verdade, inúmeros ね meios de se iniciar o parágrafo, 
pois tudo depende das ideias que inicialmente se imponham ao espírito do escritor, das associações 
implícitas ou explicitas, da ordem natural do pensamento e de outros fatores imprevisíveis. Todavia, 
alguns deles podem ser devidamente caracterizados, como os seguintes, para servirem de exemplo 
aos principiantes, até a posse da autonomia de expressão, até atingirem sua maioridade estilística. 
Alusão histórica 
Recurso que desperta sempre a curiosidade do leitor é o da alusão a fatos históricos, lendas, 
tradições, crendices, anedotas ou a acontecimentos de que o Autor tenha sido participante ou 
testemunha. É artifício empregado por oradores ね principalmente no exórdio ね e por cronistas, 
que, com frequência, aproveitam incidentes do cotidiano como assunto não apenas de um parágrafo 
mas até de toda a crônica. 
No exemplo seguinte, Rui Barbosa tira grande partido da alusão a uma tradição americana ね 
a do Sino da Liberdade ね para tecer considerações sobre a importância da justiça e do poder 
judiciário na vida política de um povo: 
Conta uma tradição cara ao povo americano que o Sino da 
Liberdade, cujos sons anunciaram, em Filadélfia, o nascimento dos Estados 
Unidos, inopinadamente se fendeu, estalando, pelo passamento de 
Marshall. Era uma dessas casualidades eloquentes, em que a alma ignota 
das coisas parece lembrar misteriosamente aos homens as grandes 
verdades esquecidas (...). 
Interrogação 
Às vezes, o parágrafo começa com uma interrogação, seguindo-se o desenvolvimento sob a 
forma de resposta ou de esclarecimento: 
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9 
 
Sabe você o que é manhosando? Bem, eu lhe explico, que você é 
homem de asfalto, e esse estranho verbo só se conjuga pelo sertão 
nordestino. Talvez o amigo nem tenha tempo para manhosar, ou quem sabe 
se dorme tanto, que ignora esse estado de beatitude, situado nos limites do 
sono e da vigília. 
O espírito está recolhido, mas o ouvido anda captando os sons, que não mais 
interferem, todavia, com a quietude, com a paz interior. Nesses momentos 
somos de um universo de sombras, em que o nosso pensamento flutua livre, 
imitando aquele primeiro dia de Criação, quando a vontade de Deus ainda 
era a única antes de separadas as trevas e a luz. (...) 
Como artifício de estilo, a interrogação inicial frequentemente camufla um tópico frasal por 
declaração ou por definição, como no exemplo anterior. Seu principal propósito é despertar a 
atenção e a curiosidade do leitor. Se o autor tivesse começado com a definição inicial de 
"manhosando", grande parte do interesse do parágrafo seguinte estaria prejudicada. Admitamos 
que dissesse: "Manhosar é ficar naquele estado de beatitude, situado nos limites do sono e da 
vigília." Seria uma definição meio didática, inadequada ao clima da crônica e, além de tudo, 
insatisfatória, pois, segundo o autor, "manhosar" é mais do que a sua simples definição nos pode 
sugerir. Então, lança ele mão desse artifício de interrogar primeiro o leitor para ir dando depois as 
respostas "aos pouquinhos" a fim de prender-lhe a atenção, espicaçada desde a primeira linha. 
 
Tópico frasal implícito ou diluído no parágrafo 
Conforme já vimos, a maioria dos parágrafos tidos como padrão se iniciam com uma 
declaração sumária, declaração de ordem geral, seguindo-se as especificações, os dados 
particulares, do que resulta uma estrutura que, em linhas gerais, reflete o processo de raciocínio 
dedutivo (do geral para o particular. 
Quando ocorre o contrário (tópico frasal no fim), o desenvolvimento das ideias segue, 
também em linhas gerais, o método indutivo. Mas não são raros os casos em que o tópico frasal está 
implícito ou diluído no parágrafo, sendo este, então, constituído apenas pelo desenvolvimento 
(detalhes, exemplos, fatos específicos), e constituído de tal forma que se possa deduzir (ou induzir) 
claramente a ideia nuclear. E o que se observa no seguinte exemplo: 
"O Grande São Paulo ね isto é, a capital paulista e as cidades que a circundam 
ね já anda em torno da décima parte da população brasileira. Apesar da alta 
arrecadação do município e das obras custosas, que se multiplicam a olhos vistos, 
apenas um terço da cidade tem esgotos. Metade da capital paulista serve-se de 
água proveniente de poços domiciliares. A rede de hospitais é notoriamente 
deficiente para a população, ameaçada por uma taxa de poluição que técnicos 
internacionais consideram superior à de Chicago. O trânsito é um tormento, pois o 
acréscimo de novos veículos supera a capacidade de dar solução de urbanismo ao 
problema. Em média, o paulista perde três horas do seu dia para ir e voltar, entre 
a casa e o trabalho." 
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10 
 
(De um editorial do Jornal do Brasil.) 
A ideia-núcleo desse parágrafo(o tópico frasal nele diluído ou implícito) não é "o Grande São 
Paulo... já anda em torno da décima parte da população brasileira", mas a série de fatos que refletem 
os seus graves problemas urbanos. Explicitado no início, o tópico frasal poderia assumir a seguinte 
feição: "Graves problemas urbanos enfrenta o Grande São Paulo." Posta no fim, essa declaração viria 
naturalmente introduzida por uma partícula conclusiva (portanto, assim, por conseguinte) ou frase 
de transição equivalente. ("Esses são alguns dos graves problemas urbanos que enfrenta o Grande 
São Paulo.") 
Organização retórica: generalização, exemplificação, descrição, definição, especificação. 
A retórica é a arte de argumentar bem, com lógica e naturalmente persuasão. Assim, 
pensemos a retórica aqui como a boa organização argumentativa. Há diversos processos, mas, 
qualquer que seja ele, a preocupação maior do autor deve ser sempre a de fundamentar de maneira 
clara e convincente as ideias que defende ou expõe, servindo-se de recursos costumeiros, tais como 
a enumeração de detalhes, comparações, analogias, contrastes, aplicação de um princípio, regra ou 
teoria, definições precisas, exemplos, ilustrações, apelo ao testemunho autorizado, e outros. 
 
Enumeração ou Descrição de Detalhes 
 
Era um dia abafadiço e aborrecido. A pobre cidade de São Luís do Maranhão 
parecia entorpecida pelo calor. Quase que se não podia sair à rua: as pedras 
escaldavam; as vidraças e os lampiões faiscavam ao sol como enormes 
diamantes; as paredes tinham reverberações de prata polida; as folhas das 
árvores nem se mexiam; as carroças d'água passavam ruidosamente a todo o 
instante, abalando os prédios; e os aguadeiros, em mangas de camisa e pernas 
[calças] arregaçadas, invadiam sem cerimônia as casas para encher as banheiras 
e os potes. Em certos pontos não se encontrava viva alma na rua; tudo estava 
concentrado, adormecido; só os pretos faziam as compras para o jantar, ou 
andavam no ganho. 
O desenvolvimento por enumeração ou descrição de detalhes é dos mais comuns. Ocorre de 
preferência quando há uma declaração inicial, uma ideia-núcleo, o chamado tópico frasal, e a ideia 
em seguida é desenvolvida ou especificada através dos pormenores: as pedras, os lampiões, as 
paredes, as folhas, etc. São detalhes que tornam mais viva a generalização "era um dia abafadiço e 
aborrecido". 
Observe-se como o Autor, através de certos detalhes, consegue dar-nos uma ideia 
suficientemente clara do que ele considera como emoção estética, parte da declaração geral contida 
no tópico frasal. 
 
 
 
Declaração 
inicial 
Descrição de 
detalhes 
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Confronto: 
Processo muito comum e muito eficaz de desenvolvimento é o que consiste em estabelecer 
confronto entre ideias, seres, coisas, fatos ou fenômenos. Suas formas habituais são o contraste 
(baseado nas dessemelhanças), e o paralelo (que se assenta nas semelhanças). A antítese é, de 
preferência, uma oposição entre ideias isoladas. A analogia, que também faz parte dessa classe, 
baseia-se na semelhança entre ideias ou coisas, procurando explicar o desconhecido pelo conhecido, 
o estranho pelo familiar. 
 
Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma 
com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuam. A política é a 
arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, 
ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de o explorar a benefício de 
interesses pessoais. Constitui a política função, ou conjunto das funções do 
organismo nacional: é o exercício no das forças de uma nação consciente e 
senhora de si mesma. A politicalha, contrário, é o envenenamento crônico dos 
povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A 
política é a higiene dos países moralmente sadios. A politicalha, a malária dos 
povos de moralidade estragada. 
 
Vê-se logo na declaração inicial um contraste entre política e politicalha. Em seguida, o autor 
insere uma ampliação, detalhes que nos mostram o contraste entre esses dois conceitos. 
 
Analogia e Comparação 
A analogia é uma semelhança parcial que sugere uma semelhança oculta, mais completa. Na 
comparação, as semelhanças são reais, sensíveis expressas numa forma verbal própria, em que 
entram normalmente os chamados conectivos de comparação (como, quanto, do que, tal qual), 
substituídos, às vezes, por expressões equivalentes (certos verbos como "parecer", "lembrar", "dar 
uma ideia", "assemelhar-se": "Esta casa parece um forno, de tão quente que é."). Na analogia, as 
semelhanças são apenas imaginárias. Por meio dela, se tenta explicar o desconhecido pelo 
conhecido, o que nos é estranho pelo que nos é familiar; por isso, tem grande valor didático. Sua 
estrutura gramatical inclui com frequência expressões próprias da comparação (como, tal qual, 
semelhante a, parecido com, etc.). Para dar à criança uma ideia do que é o Sol como fonte de calor, 
observe-se o processo analógico adotado pelo Autor do seguinte trecho: 
O Sol é muitíssimo maior do que a Terra, e está ainda tão quente que é como uma 
enorme bola incandescente, que inunda o espaço em torno com luz e calor. Nós aqui 
na Terra não poderíamos passar muito tempo sem a luz e o calor que nos vêm do Sol, 
apesar de sabermos produzir aqui mesmo tanto luz como calor. Realmente podemos 
acender uma fogueira para obtermos luz e calor. Mas a madeira que usamos veio de 
árvores, e as plantas não podem viver sem luz. Assim, se temos lenha, é porque a luz 
do Sol tornou possível o crescimento das florestas. 
Declaração 
inicial 
Descrição de 
detalhes 
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12 
 
(Oswaldo Frota Pessoa, Iniciação à ciência, p. 35) 
Sol tão quente, que é como uma enorme bola incandescente é, quanto à forma, uma comparação, 
mas, em essência, é uma analogia: tenta-se explicar o desconhecido (Sol) pelo conhecido (bola 
incandescente), sendo a semelhança apenas parcial (há outras, enormes, diferenças entre o Sol e 
uma bola de fogo). 
Exemplificação 
O exemplo é um tipo de argumento bem convincente, pois traz situações reais aos fatos 
defendidos, aumentando a credibilidade da opinião do autor. 
 Vamos supor que o autor quisesse argumentar sobre o seguinte tema: PARA CONVENCER OU 
PERSUADIR É PRECISO TER ÉTICA?. Talvez a sua resposta seja: "não, não é preciso ter ética para 
persuadir alguém". Assim, tal autor deve partir para o convencimento do leitor sobre essa opinião 
e, nesse caso, a técnica por exemplificação é perfeita. 
 Penemos em Hitler, uma figura bem emblemática e marcante de nossa história. Ele nunca 
agiu de modo ético. Afinal, o Holocausto não tem nada de ético ou moral, não é verdade? Porém, 
Hitler, mesmo sendo um genocida que queria conquistar o mundo, conseguiu arrastar multidões e 
colecionar admiradores usando apenas o poder da palavra, o poder do discurso. Ou seja: ele foi 
persuasivo, foi convincente, chegou ao poder, foi adorado como um deus pelos alemães e os 
convenceu de que eles eram, de fato, a "raça ariana", tudo isso atropelando princípios éticos e 
morais. 
 Assim, empregando na argumentação o exemplo de Hitler, pode-se convencer o leitor de que 
realmente se pode persuadir mesmo sem ter ética. 
 
1. RELAÇÃO CAUSA/CONSEQUÊNCIA ENTRE PARTES E ELEMENTOS DO TEXTO 
Vamos agora abordar a relação de causalidade, isto é, causa e consequência. 
Causa に aquilo que faz com que uma coisa exista (origem, ocorre temporalmente antes). 
Consequência に efeito, resultado. 
Um fato pode ser em relação a outro a causa ou a consequência. Observe os fatos seguintes 
e a relação existente entre eles. 
 
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Causa: Não só as conjunções estabelecem a relação de causa, muitas as palavras da língua 
portuguesa também estabelecem essa relação. 
 
 Causa 
Substantivos 
causa, motivo, razão, explicação, pretexto, base, fundamento, gênese, 
origem, o porquê etc. 
Verbos causar, gerar, acarretar, originar, provocar, motivar, permitir etc. 
Locuções prepositivas 
por, em virtude de, em razão de, por causa de, em vista de, por motivo 
de, decorrente de, devido a etc. 
Conjunções e locuções 
conjuntivas 
porque, pois, já que, visto que, uma vez que, porquanto, como etc. 
Para facilitar a compreensão, encontram-se abaixo algumas frases que são exemplos de cada 
classe de palavra elencada no quadro acima. 
Substantivos: O desemprego nos centros urbanos constitui uma das causas fundamentais do 
surgimento das favelas. 
Verbos: O desemprego nos centros urbanos gera o surgimento das favelas. 
Locuções prepositivas: O surgimento das favelas é decorrente sobretudo do desemprego nos 
centros urbanos. 
Conjunções: Surgem as favelas porque nos centros urbanos aumenta o desemprego. 
Observe que normalmente o valor de causa expresso pelo verbo (segundo exemplo acima) nos 
induzirá a fazer com que o sujeito seja textualmente a causa e o complemento, a consequência. 
Consequência: Para indicar a consequência, a língua portuguesa oferece várias possibilidades. 
 Consequência 
Substantivos efeito, produto, decorrência, fruto, reflexo, desfecho, desenlace, etc. 
Verbos 
derivar de, vir de, resultar de, ser resultado de, ter origem em, 
decorrer de, provir de, etc. 
Locuções prepositivas 
Conjunções e locuções 
conjuntivas 
por isso, por consequência, portanto, por conseguinte, 
consequentemente, logo, então, por causa disso, em virtude disso, 
devido a isso, em vista disso, visto isso, à conta disso, como resultado, 
em conclusão, em suma, em resumo, enfim, tanto...que, tal...que, 
tamanho...que, de modo que, de jeito que etc. 
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14 
 
Note que as conjunções coordenadas conclusivas (portanto, por conseguinte etc) foram 
inseridas, pois também podem construir a relação de causa e consequência. Esse um ponto 
importante para resolvermos as questões, pois a conjunção coordenada conclusiva também é 
entendida como consequência, tendo em vista ser algo que ocorre após outro, muitas vezes 
dependente da anterior, o que naturalmente é entendido como relação de causa e consequência. 
 
Outra observação importante: <ゲà ┗W┣Wゲà ;à Iラミテ┌ミN?ラà IララヴSWミ;S;à;Sキデキ┗;à さWざà デ;マHYマà デWマà
valor de conclusão e, por extensão, terá valor de consequência. Veja: 
Arnaldo viu o ladrão e saiu em seu encalço. 
 É certa a relação de adição, pois a conjunção é coordenada aditiva; mas, além disso, podemos 
notar que, primeiro, o ladrão foi visto por Arnaldo e na sequência (como resultado, consequência 
disso) foi atrás do ladrão. 
 Veja alguns exemplos da consequência com outras classes de palavras: 
Substantivos: O surgimento das favelas constitui uma das consequências do desemprego nos 
centros urbanos. 
Verbos: O surgimento das favelas resulta sobretudo do desemprego nos centros urbanos. 
Locuções conjuntivas: Cresce o índice de desemprego nos centros urbanos, por conseguinte surgem 
as favelas. 
 
(CS-UFG / UGF Assistente em Administração 2018) 
A ciranda das mulheres sábias 
Talvez você tenha vindo à minha porta por estar interessada em viver de um modo que a 
;HWミNラWàIラマà;àヮWヴゲヮWIデキ┗;àSWがàIラマラàW┌àSキェラがàさゲWヴàテラ┗WマàWミケ┌;ミデラà┗Wノエ;àWà┗Wノエ;àWミケ┌;ミデラàテラ┗Wマざà
に o que significa estar plena de um belo conjunto de paradoxos mantidos em perfeito equilíbrio. Está 
lembrada? A palavra paradoxo significa uma ideia contrária à opinião de aceitação geral. É o que 
acontece com a grand-mère, a maior das mulheres, a grande madre... porque ela é uma sábia em 
preparação, que mantém unidas as grandes e totalmente úteis capacidades aparentemente ilógicas 
da psique profunda. 
Os atributos paradoxais do que é grande são principalmente ser sábia e ao mesmo tempo estar 
sempre à procura de novos conhecimentos; ser cheia de espontaneidade e confiável; ser loucamente 
criativa e obstinada; ser ousada e precavida; abrigar o tradicional e ser verdadeiramente original. 
Espero que você entenda que todos esses atributos se aplicam a você de modo geral e em detalhes, 
como algo em potencial, meio realizado ou já perfeitamente formado. 
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15 
 
Se você sente interesse por essas contradições divinas, sente interesse pelo arquétipo 
misterioso e irresistível da mulher sábia, do qual a avó é uma representação simbólica. O arquétipo 
da mulher sábia pertence a mulheres de todas as idades e se manifesta sob formas e aspectos 
singulares na vida de cada mulher. 
ESTÉS, Clarissa Pinkola. Trad. Waldéa Barcellos. A ciranda das mulheres sábias に ser jovem enquanto velha, velha 
enquanto jovem. Rio de Janeiro: Rocco, 2007. p. 9-10. 
1. 
De acordo com sua organização, estrutura e esquemas retóricos, o texto se constrói em torno 
(A) dos conflitos vividos pelas mulheres durante seu amadurecimento físico e emocional. 
(B) das contradições que envolvem as mulheres na busca e no alcance da sabedoria. 
(C) dos confrontos entre as pessoas pela soberania de seus ideais de vida na Terra. 
(D) das disputas humanas pela garantia de sua sobrevivência material e mental. 
Comentário: O texto se constrói em torno dos paradoxos que envolvem a busca das mulheres pela 
sabedoria. 
Observe nos fragmentos abaixo que a todo momento a autora se refere às contradições 
vividas pelas mulheres na busca e no alcance da sabedoria. 
Talvez você tenha vindo à minha porta por estar interessada em viver de um modo que a abençoe 
Iラマà;àヮWヴゲヮWIデキ┗;àSWがàIラマラàW┌àSキェラがàさser jovem enquanto velha e velha enquanto jovemざ [...] 
Os atributos paradoxais do que é grande são principalmente ser sábia e ao mesmo tempo estar 
sempre à procura de novos conhecimentos; ser cheia de espontaneidade e confiável; [...] 
Se você sente interesse por essas contradições divinas [...] 
 Dessa forma, confirmamos que a alternativa (B) é a correta. 
Gabarito: B 
2. 
Consideradas sua organização e sua estrutura, o texto pressupõe uma sequência 
(A) descritiva, com riqueza de detalhes. 
(B) narrativa, construída em primeiro plano. 
(C) argumentativa, com proposta de intervenção. 
(D) dialógica, desenvolvida entre duas interlocutoras. 
Comentário: Note que a autora refere-ゲWà ;à ┌マ;à ヮWゲゲラ;à ラà デWマヮラà デラSラà ミラà デW┝デラぎà さ┗ラIZざがà
estabelecendo, assim, um diálogo com uma outra mulher. Observe: 
Talvez você tenha vindo à minha porta por estar interessada em viver de um modo que a abençoe 
Iラマà;àヮWヴゲヮWIデキ┗;àSWがàIラマラàW┌àSキェラがàさゲWヴàテラ┗WマàWミケ┌;ミデラà┗Wノエ;àWà┗Wノエ;àWミケ┌;ミデラàテラ┗Wマざ [...] 
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16 
 
Espero que você entenda que todos esses atributos se aplicam a você de modo geral e em detalhes, 
como algo em potencial, meio realizado ou já perfeitamente formado. [...] 
Se você sente interesse por essas contradições divinas [...] 
 Portanto, a alternativa (D) é a correta. 
Gabarito: D 
3. 
No primeiro parágrafo do texto, é explicado o significado da palavra paradoxo. Com base nesse 
ゲキェミキaキI;SラがàYàWゲデ;HWノWIキSラがà;ラàノラミェラàSラàデW┝デラがàラàヮ;ヴ;Sラ┝ラàS;àゲ;HWSラヴキ;àS;àさェヴ;ミSWàマ?Wざàふ;┗ルぶくàOà
recurso formal da língua empregado no estabelecimento desse paradoxo é 
(A) a ocorrência destacada do conectivo aditivo prototípico do português. 
(B) o paralelismo sintático na forma de expressão dos pensamentos expostos. 
(C) a estrutura das orações subordinadas frente à estrutura da oração principal. 
(D) o logicismo semântico na apresentação das ideias divergentes em todo o texto. 
Comentário: A autora apresentaem seu texto ideias paradoxais, opostas. Assim, para apresentá-las, 
;à;┌デラヴ;àゲWà┗;ノW┌àSラàIラミWIデキ┗ラà;Sキデキ┗ラàさWざがàIラマラàaラヴマ;àSWà┌ミキヴàラゲàヮ;ヴ;Sラ┝ラゲくàOHゲWヴ┗Wぎà 
さゲWヴàテラ┗WマàWミケ┌;ミデラà┗Wノエ;àe ┗Wノエ;àWミケ┌;ミデラàテラ┗Wマざ 
Os atributos paradoxais do que é grande são principalmente ser sábia e ao mesmo tempo estar 
sempre à procura de novos conhecimentos; ser cheia de espontaneidade e confiável; ser loucamente 
criativa e obstinada; ser ousada e precavida; abrigar o tradicional e ser verdadeiramente original. 
Espero que você entenda que todos esses atributos se aplicam a você de modo geral e em detalhes, 
como algo em potencial, meio realizado ou já perfeitamente formado. 
 Portanto, a alternativa (A) é a correta. Note que a expresゲ?ラàさconectivo aditivo prototípico 
do portuguêsざà デWマà ヴWノ;N?ラà Iラマà ラà ┌ゲラà H=ゲキIラà Sラà IラミWIデキ┗ラà さWざがà ;ノデ;マWミデWà ┌ゲ;Sラà ミ;à Lケミェ┌;à
Portuguesa. 
 Oà┗ラI=H┌ノラàさヮヴラデルデキヮラざàゲキェミキaキI;àさ┌マàマラSWノラざがàさ┌マàヮ;Sヴ?ラざがàWàテ┌ゲデ;マWミデWàデWマàノキェ;N?ラàIラマà
o alto índice de emprego de inclusão de argumentos por meio deste conectivo. 
Gabarito: A 
4. 
O texto constrói uma percepção sobre a idade da mulher. Dessa percepção, infere-se que a idade da 
mulher 
(A) está correlacionada à sua sabedoria, podendo a mulher ser sábia em qualquer idade. 
(B) depende da medida de sua sabedoria e do amadurecimento quando adulta. 
(C) potencializa sua beleza na juventude e sua sabedoria na velhice. 
(D) indica que a medida de sua sabedoria está restrita à juventude. 
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17 
 
Comentário: Quando a autora cita a frase さゲWヴàテovem enquanto velha e ┗Wノエ;àWミケ┌;ミデラàテラ┗Wマざ, ela 
quer dizer que não há idade para ser sábia. A mulher pode ser jovem enquanto velha, isto é, não ser 
sábia, mas já ser mais velha, como também pode ser velha enquanto jovem, ou seja, ter muita 
sabedoria e pouca idade. 
 Além disso, no último parágrafo a autora afirma: O arquétipo da mulher sábia pertence a 
mulheres de todas as idades. 
 Com isso, a idade da mulher está correlacionada à sua sabedoria, podendo a mulher ser sábia 
em qualquer idade. 
 Assim, a alternativa (A) é a correta. 
Gabarito: A 
5. 
Do último parágrafo do texto, pressupõe-se que o paradoxo que envolve a sabedoria da mulher é 
de 
(A) caráter anormal. 
(B) ordem sobrenatural. 
(C) aspecto paranormal. 
(D) natureza sobre-humana. 
Comentário: A questão デWマà ヴWノ;N?ラà ノキデWヴ;ノà Iラマà ;à W┝ヮヴWゲゲ?ラà さ“Wà ┗ラIZà ゲWミデWà キミデWヴWゲゲWà ヮラヴà Wゲゲ;ゲà
contradições divinas, sente interesse pelo arquétipo misterioso e irresistível da mulher sábia, do qual 
;à;┗ルàYà┌マ;àヴWヮヴWゲWミデ;N?ラàゲキマHルノキI;くざ 
 Assim, as contradições divinas apresentam naturalmente uma natureza sobre-humana e tem 
relação com sentir interesse pelo arquétipo misterioso e irresistível da mulher sábia, do qual a avó 
é uma representação simbólica. 
 Essa foi a forma de a autora valorizar ainda mais a mulher. 
 Portanto, a alternativa (D) é a correta. 
Gabarito: D 
6. 
O paradoxo atribuído à mulher sábia, da forma como é explicado à interlocutora, aplica-se a 
(A) mulheres que fazem escolhas inteligentes na vida, no momento e na idade certos. 
(B) todas as mulheres de todas as idades e a cada mulher em sua idade singular. 
(C) mulheres predestinadas a compreenderem o paradoxo da sabedoria. 
(D) todas as mulheres com a missão de retransmitirem o paradoxo. 
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Comentário: De acordo com o último período do texto, o paradoxo atribuído à mulher sábia aplica-
se a mulheres de qualquer idade de maneira singular, isto é, única, em qualquer fase da vida. 
Comprove: 
O arquétipo da mulher sábia pertence a mulheres de todas as idades e se manifesta sob formas e 
aspectos singulares na vida de cada mulher. 
 Assim, a alternativa (B) é a correta. 
Gabarito: B 
(CS-UFG / UGF Assistente Social 2018) 
ESTRANGEIRO: に Pois bem: nas ciências teóricas nós começamos por distinguir uma parte diretiva, 
e nesta, uma divisão a que chamamos, por analogia, autodirigente. A criação dos animais foi, por 
sua vez, considerada como uma das divisões da ciência autodiretiva, da qual é um gênero e 
certamente não o menor; a criação de animais nos deu a espécie da criação em rebanho, e a criação 
em rebanho, por sua vez, deu-nos a arte de criar os animais pedestres; e a seguir, esta arte de criar 
os animais pedestres nos deu, como seção principal, a arte que cria raça de animais sem chifres; e, 
ainda, esta raça de animais sem chifres inclui uma parte que só poderá ser compreendida por um 
┎ミキIラàデWヴマラàヮWノ;à;SキN?ラàミWIWゲゲ=ヴキ;àSWàデヴZゲàミラマWゲきàWノ;àゲWàIエ;マ;ヴ=ぎàさ;à;ヴデWàSWàIヴキ;ヴàヴ;N;ゲàケ┌Wàミ?ラàゲWà
Iヴ┌┣;マざくà Pラヴà aキマがà ;à ┎ノデキマ;à ゲ┌HSキ┗キゲ?ラà ヴWゲデ;ミデWがà ミラゲà ヴWH;ミエラゲà HケヮWSWゲがà ゲWヴ=à ;à ;ヴデWà SWà Sキヴキェキヴà ラゲà
homens. É precisamente o que procuramos; a arte que se honra por dois nomes: política e real. 
PLATÃO. Diálogos に Fédon, Sofista, Político. Trad. Jorge Paleikat; João Cruz Costa. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d. p. 177. 
7. 
OàW┝IWヴデラàIキデ;SラàSラàDキ=ノラェラàさPラノケデキIラざがàSWàPノ;デ?ラがàデWマàIラマラàデWマ;àIWミデヴ;ノぎà 
(A) a arte de criar e de cuidar dos animais de diferentes espécies e gêneros. 
(B) o direito de nomear os animais e suas respectivas artes de criação e cuidados. 
(C) a divisão e a classificação da ciência para dar lugar à arte de fazer política na ciência. 
(D) o agrupamento dos animais em rebanhos e o domínio dos rebanhos pela separação. 
Comentário: Note que, no texto, o estrangeiro procura estabelecer uma relação entre a ciência e a 
política, de forma que a criação de animais é considerada parte da ciência autodiretiva. 
A partir da explicação da criação de animais, o personagem teceu argumentos até chegar a 
relacionar a criação de rebanhos com a arte de dirigir os homens, isto é, governar, estabelecendo, 
assim, uma ligação entre ciência e política, em que a primeira cede lugar à segunda. 
 Observe isso nas seguintes passagens do texto: 
さA criação dos animais foi, por sua vez, considerada como uma das divisões da ciência autodiretiva, 
da qual é um gênero e certamente não o menor; a criação de animais nos deu a espécie da criação 
em rebanho, e a criação em rebanho, por sua vez, deu-nos a arte de criar os animais pedestres [...] 
Por fim, a última subdivisão restante, nos rebanhos bípedes, será a arte de dirigir os homens. É 
precisamente o que procuramos; a arte que se honra por dois nomes: política e realくざ 
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19 
 
 Dessa forma, a alternativa (C) é a correta. 
Gabarito: C 
8. 
Dado seu tema central, o recurso linguístico utilizado para promover a progressão temática do texto 
é a 
(A) exposição linear das ideias, com o auxílio de articuladores argumentativos. 
(B) disposição aleatória dos marcadores discursivos nas sentenças. 
(C) retomada textual explicitada pelo uso de pronomes pessoais. 
(D) articulação oracional por conjunções subordinativas. 
Comentário: O texto promove a progressão temática de ideias encadeando as estruturas 
argumentativas, com o auxílio de articuladores, mostrando que um argumento leva a outro, e assim 
sucessivamente até a conclusão. 
 Observe, em destaque no trecho abaixo, os conectivos (articuladores) usados para ligar os 
argumentos: 
A criação dos animais foi, por sua vez, considerada como uma das divisões da ciência autodiretiva, 
da qual é um gênero e certamente não o menor; a criação de animais nos deu a espécie da criação 
em rebanho, e a criação em rebanho, por sua vez, deu-nos a arte de criar os animais pedestres; e a 
seguir, esta arte de criar os animais pedestres nos deu, como seção principal, a arte que cria raça de 
animais sem chifres; e, ainda, esta raça de animais sem chifres inclui uma parte que só poderá ser 
coマヮヴWWミSキS;àヮラヴà┌マà┎ミキIラàデWヴマラàヮWノ;à;SキN?ラàミWIWゲゲ=ヴキ;àSWàデヴZゲàミラマWゲきàWノ;àゲWàIエ;マ;ヴ=ぎàさ;à;ヴデWàSWàIヴキ;ヴàヴ;N;ゲàケ┌Wàミ?ラàゲWàIヴ┌┣;マざくàPor fim, a última subdivisão restante, nos rebanhos bípedes, será a 
arte de dirigir os homens. 
 Dessa forma, a alternativa (A) é a correta. 
Gabarito: A 
9. 
Visto que o excerto citado faz parte de um diálogo, nas duas últimas linhas do texto infere-se que 
(A) por ser a arte de dirigir os homens, esta é a subdivisão prioritária da ciência. 
(B) o animal homem é uma subclasse menor do rebanho dos bípedes. 
(C) por ser um animal, o homem deve ser dirigido com firmeza. 
(D) o homem é um ser político, organizado em sociedade. 
Comentário: Ao estabelecer uma relação de domínio do homem sobre os animais, o personagem 
concluiu que o homem exerce poder sobre o próprio homem de modo que este está organizado em 
rebanho. Esse rebanho é a sociedade e o ato de dirigir a sociedade recebe o nome de política. 
 Assim, o homem é um ser político, organizado em sociedade e a alternativa (D) é a correta. 
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Gabarito: D 
10. 
Por sua estrutura discursiva e progressão temática, o excerto apresentado se caracteriza por uma 
sequência textual 
(A) descritiva, com abundância de detalhes da ciência animal. 
(B) argumentativa, em defesa da função da ciência política. 
(C) narrativa, relatando o evento de classificação das artes. 
(D) injuntiva, determinando a forma de direção dos animais. 
Comentário: Ao apresentar uma relação lógica, partindo da divisão da ciência e chegando à política, 
o personagem defende que a política vem da ciência e que, portanto, também é uma ciência. 
 Assim, o personagem apresenta uma sequência argumentativa, em defesa da função da 
ciência política. 
 Logo, a alternativa (B) é a correta. 
Gabarito: B 
11. 
A vinculação do texto ao gênero diálogo é evidenciada por recursos linguísticos e discursivos, tais 
como: 
ふáぶà;àヴWヮWデキN?ラàSWàさヮラヴàゲ┌;à┗W┣ざがà;ラàノラミェラàSラàデW┝デラがàWàW┝ヮヴWゲゲロWゲàヮヴル┝キマ;ゲàS;àラヴ;ノキS;SWがàIラマラàさ;à
;ヴデWàSWàIヴキ;ヴàヴ;N;ゲàケ┌Wàミ?ラàゲWàIヴ┌┣;マざàふノキミエ;àΓぶくà 
(B) o emprego da analogia como forma de garantir credibilidade à argumentação do discurso para 
convencer o interlocutor ausente. 
(C) a utilização recorrente da função fática da linguagem, presente em todo o texto, para prender a 
atenção do interlocutor. 
ふDぶàラà┌ゲラàSWàさPラキゲàHWマざàふノキミエ;àヱぶがàさPラヴàaキマざàふノキミエa 9), e o emprego da primeira pessoa do plural dos 
verbos. 
Comentário: áà ;ノデWヴミ;デキ┗;à ふáぶà Wゲデ=à Wヴヴ;S;がà ヮラキゲà ;à ヴWヮWデキN?ラà SWà さヮラヴà ゲ┌;à ┗W┣ざà ミ?ラà Iラミaキェ┌ヴ;à
I;ヴ;IデWヴケゲデキI;àSWà┌マàデW┝デラàSキ;ノルェキIラàWà;àW┝ヮヴWゲゲ?ラàさ;à;ヴデWàSWàIヴキ;ヴàヴ;N;ゲàケ┌Wàミ?ラàゲWàIヴ┌┣;マざàミ?ラàYà
característica da oralidade. 
 A alternativa (B) está errada, pois o interlocutor não está ausente. Na verdade, os diálogos de 
Platão são reproduções das conversas que ele tinha com seus discípulos. 
 A alternativa (C) está errada, pois foi utilizada a função conativa da linguagem, a qual é 
caracterizada por utilizar argumentos para convencer o leitor. Tal função é utilizada sempre com 
┗WヴHラゲàミラà キマヮWヴ;デキ┗ラàラ┌àIラマàヮヴラミラマWゲàさ┗ラIZざàラ┌àさデ┌ざがàラàケ┌Wàミ?ラàaラキàW┗キSWミIキ;SラàミラàデW┝デラくàN;à
realidade, observe, no texto, que há o emprego de verbos flexionados na primeira pessoa do plural 
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IラマラàさIラマWN;マラゲざàWàさIエ;マ;マラゲざがàキミSキI;ミSラàケ┌WàラàヮWヴゲラミ;ェWマàa;ノ;àSWノWàWàSラゲàラ┌デヴラゲàIラマàケ┌Wマà
conversa. 
 OàIラミWIデキ┗ラàさPラキゲàHWマざがàマ;ヴI;àラàキミケIキラàSWà┌マ;à;ヴェ┌マWミデ;N?ラàWがàIラミゲWケ┌WミデWマWミデWがàラàキミケIキラà
da fala. O conectivo さPラヴàaキマざàマ;ヴI;à;àIラミIノ┌ゲ?ラàS;à;ヴェ┌マWミデ;N?ラàWがàIラミゲWケ┌WミデWマWミデWがàラàaキミ;ノàS;à
fala. 
 Diante disso, a alternativa correta é a (D). 
Gabarito: D 
12. (FCC / TRE-SP Analista Judiciário ʹ 2017) 
Eles são grandes porque o artista moderno quer nos envolver com o seu trabalho... (3º parágrafo) 
Com as devidas alterações, caso se invertam as relações de subordinação da frase acima, mantém-
se o sentido original fazendo-se uso da conjunção: 
(A) uma vez que 
(B) a despeito de 
(C) conquanto 
(D) em conformidade com 
(E) de maneira que 
Comentário: Devemos nos lembrar de que, sempre que houver um segmento de valor causal, o 
ラ┌デヴラà;àケ┌WàWノWàゲWàヴWaWヴWàデWマà┗;ノラヴàSWàIラミゲWケ┌ZミIキ;くàáゲゲキマがà;àラヴ;N?ラàさporque o artista moderno 
ケ┌WヴàミラゲàWミ┗ラノ┗WヴàIラマàラàゲW┌àデヴ;H;ノエラざ é subordinada ;S┗WヴHキ;ノàI;┌ゲ;ノàWà;àラヴ;N?ラàヮヴキミIキヮ;ノàさEles são 
ェヴ;ミSWゲざ, textualmente, tem valor de consequência. 
 Ao invertermos as relações de subordinação, a oração principal vira oração subordinada 
adverbial consecutiva. Veja: 
 
 Eles são grandes porque o artista moderno quer nos envolver com o seu trabalho... 
 Oração principal + oração subordinada adverbial causal 
 
O artista moderno quer nos envolver com o seu trabalho de maneira que eles são grandes 
 Oração principal + or. Sub adverbial consecutiva 
 Assim, a alternativa correta é a (E). 
Gabarito: E 
13. (FCC / TRF 3ªR Analista Judiciário ʹ 2016) 
Fragmento do texto: Depois que se tinha fartado de ouro, o mundo teve fome de açúcar, mas o 
açúcar consumia escravos. O Wゲェラデ;マWミデラàS;ゲàマキミ;ゲàЪàケ┌WàSWàヴWゲデラàaラキàヮヴWIWSキSラàヮWノラàS;ゲàaノラヴWゲデ;ゲà
ケ┌WàaラヴミWIキ;マàラàIラマH┌ゲデケ┗Wノàヮ;ヴ;àラゲàaラヴミラゲàЪがà;à;HラノキN?ラàS;àWゲIヴ;┗;デ┌ヴ;àWがàaキミ;ノマWミデWがà┌マ;àヮヴラI┌ヴ;à
mundial crescente, orientam São Paulo e o seu porto de Santos para o café. De amarelo, passando 
pelo branco, o ouro tornou-se negro. 
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Em relação à primeira parte da frase, o segmento ... orientam São Paulo e o seu porto de Santos para 
o café expressa: 
(A) finalidade. 
(B) causa. 
(C) decorrência. 
(D) conformidade. 
(E) proporcionalidade. 
ComentárioぎàN;àaヴ;ゲWàさO esgotamento das minas Ъ que de resto foi precedido pelo das florestas que 
forneciam o combustível para os fornos Ъ, a abolição da escravatura e, finalmente, uma procura 
mundial crescente, orientam São Paulo e o seu porto de Santos para o caféくざがà;àW┝ヮヴWゲゲ?ラàゲ┌Hノキミエ;S;à
sintaticamente é apenas o predicado verbal. 
 PラヴYマがà デW┝デ┌;ノマWミデWがà WミデWミSWマラゲà ケ┌Wà ラà ゲ┌テWキデラà Iラマヮラゲデラà さO esgotamento das minas a 
abolição da escravatura e, finalmente, uma procura mundial crescenteざàYà;àI;┌ゲ;àWàラàヮヴWSキI;Sラà
さorientam São Paulo e o seu porto de Santos para o caféざàYàラàWaWキデラがàラàヴWゲ┌ノデ;Sラく 
 Esse é o caso de verbo que ajuda na relação de causa e efeito. 
 Assim, a alternativa (C) é a que se aproxima desse sentido e é a correta. 
Gabarito: C 
14. (VUNESP / CRBio ʹ 1ª Região Técnico ʹ 2017) 
Considere a charge de Ronaldo para responder à questão. 
 
N;àaヴ;ゲWàSキデ;àヮWノ;àヮWヴゲラミ;ェWマがà;àゲWェ┌ミS;àラヴ;N?ラàさWàWノ;àIラマWNラ┌à;àヴキヴくくくざà;ヮヴWゲWミデ;がàWマàヴWノ;N?ラà<à
primeira oração, ideia de 
(A) condição, sinalizando que o cliente vai ser obrigado a recorrer ao cheque especial para pagar 
suas contas. 
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(B) conformidade, sinalizando que o cliente não obteve o empréstimo bancário que havia 
solicitado ao gerente. 
(C) finalidade, sinalizando que o cliente está com o saldo bancário negativo há vários dias. 
(D) consequência, sinalizando que o cliente tem pouco dinheiro ou está sem dinheiro na conta 
bancária. 
(E) causa, sinalizando que o cliente está endividado em decorrência da cobrança dos altos juros 
bancários. 
Comentário: áàIラミテ┌ミN?ラàさWざàSWマラミゲデヴ;àケ┌W um fato ocorreu após o outro: o segundo sendo o 
resultado do primeiro. Note que o usuário pediu o saldo, e o resultado (a consequência) foi o riso. 
 Certamente, isso sinaliza que o cliente tem pouco dinheiro ou está sem dinheiro na conta 
bancária. Assim, cabe apenas a alternativa (D). 
Gabarito: D 
15. (VUNESP / TJ SP Psicólogo ʹ 2017) 
NラàWミ┌ミIキ;SラàさEミデヴWデ;ミデラがàラゲàI┌キS;SラゲàS;àIキZミIキ;àWà;àIキZミIキ;àSラゲàI┌キS;Sラゲàデヴキ┌ミa;ヴ;マàSラàマ;ノがà e 
Fadinha ficouboa, completamente boaくくくざがà ;à Iラミテ┌ミN?ラà さWざがà ケ┌Wà キミデヴラS┌┣à ラà デヴWIエラà SWstacado, 
imprime a este o sentido de 
(A) consequência. 
(B) condição. 
(C) oposição. 
(D) causa. 
(E) tempo. 
Comentário: áà Iラミテ┌ミN?ラà さWざà ミラヴマ;ノマWミデWà デWマà ラà ┗;ノラヴà SWà ;SキN?ラくà PラヴYマがà ラHゲWヴ┗;ミSラà ;ゲà
alternativas, percebemos que a banca quer o seu valor secundário, contextual. 
 Note pelo contexto que, primeiro, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram 
do mal. Com base nisso, a Fadinha ficou boa, completamente boa. 
 áゲゲキマがàヮラSWマラゲàデヴラI;ヴà;àIラミテ┌ミN?ラàIララヴSWミ;デキ┗;àさWざàヮWノラàIラミWIデキ┗ラàIララヴSWミ;デキ┗ラàIラミIノ┌sivo 
さヮラヴàIラミゲWェ┌キミデWざくàVWテ;ぎ 
さEミデヴWデ;ミデラがàラゲàI┌キS;SラゲàS;àIキZミIキ;àWà;àIキZミIキ;àSラゲàI┌キS;Sラゲàデヴキ┌ミa;ヴ;マàSラàマ;ノがàpor conseguinte 
Fadinha ficou boa, completamente boaくくくざ 
 Como a conclusão traduz o resultado, o efeito, a consequência de uma ação anterior, a 
alternativa (A) é a correta. 
Gabarito: A 
 
 
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16. (VUNESP / MP SP Analista ʹ 2016) 
Fragmento do texto: O país vivia de expedientes, isto é, de cinquenta em cinquenta anos descobria-
se nele um produto que ficava sendo a sua riqueza. Os governos taxavam-no a mais não poder, de 
modo que os países rivais, mais parcimoniosos na decretação de impostos sobre produtos 
semelhantes, acabavam, na concorrência, por derrotar a Bruzundanga; e, assim, ela fazia morrer a 
sua riqueza, mas não sem os estertores de uma valorização duvidosa. 
Observe a relação de sentido entre os trechos (I) e (II), na passagem に (I) Os governos taxavam-no a 
mais não poder, (II) de modo que os países rivais, mais parcimoniosos na decretação de impostos 
sobre produtos semelhantes, acabavam, na concorrência, por derrotar a Bruzundanga. 
É correto afirmar que 
(A) o trecho (I) expressa o tempo em que ocorre o que se afirma no trecho (II). 
(B) o trecho (II) expressa a maneira como ocorre o fato afirmado no trecho (I). 
(C) o trecho (II) expressa o efeito do que se afirma no trecho (I). 
(D) o trecho (I) expressa o modo como ocorre o fato afirmado no trecho (II). 
(E) o trecho (II) expressa a causa determinante do que se afirma no trecho (I). 
Comentário: O segundo enunciado é precedido da locução conjuntiva consecutキ┗;àさde modo queざくà
Assim, a relação do trecho (II) com o trecho (I) é de efeito, resultado, consequência. 
 Dessa forma, a alternativa (C) é a correta. 
Gabarito: C 
17. (FCC / AL MS Assistente Social ʹ 2016) 
Instituições e riscos 
 Sem convívio não há vida, sem convívio não há civilização. Mas para conviver neste pequeno 
planeta, para se afastar da barbárie, os homens necessitam de princípios e de regras, em suas 
múltiplas formas de agrupamento. Orientados por tantos e tão diferentes interesses, premidos pelas 
mais diversas necessidades, organizamo-nos em associações, escolas, igrejas, sindicatos, 
corporações, clubes, empresas, assembleias, missões etc., confiando em que a força de um objetivo 
comum viabiliza a unificação de todos no corpo de uma instituição. É o sentido mesmo de uma 
coletividade organizada que legitima a existência e o funcionamento das instituições. 
 Mas é preciso sempre alertar para o fato de que, criadas para permitir o convívio civilizado, as 
instituições também podem abrigar aqueles que se valem de seu significado coletivo para mascarar 
interesses particulares. A corrupção e a fraude podem tirar proveito do prestígio de uma instituição, 
alimentando-se de sua força como um parasita oportunista se aproveita do hospedeiro saudável. 
Não faltam exemplos de deturpações e desvios do bom caminho institucional, provocados 
exatamente por aqueles que deveriam promover a garantia do melhor roteiro. Por isso, não há como 
deixar de sermos vigilantes no acompanhamento das organizações todas que regem nossa vida: 
observemos sempre se são de fato os princípios do bem coletivo que estão orientando a ação 
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institucional. Sem isso, deixaremos que a necessidade original de convívio, em vez de propiciar a 
saúde do empreendimento social, dê lugar ao atendimento do egoísmo mais primitivo. 
(Teobaldo de Carvalho, inédito) 
Estabelecem entre si uma relação de causa e consequência, nesta ordem, os seguintes segmentos: 
a) para se afastar da barbárie / os homens necessitam de princípios (1º parágrafo) 
b) premidos pelas mais diversas necessidades / organizamo-nos em associações (1º parágrafo) 
c) a unificação de todos no corpo de uma instituição / a força de um objetivo comum (1º 
parágrafo) 
d) alertar para o fato / abrigar aqueles que se valem de seu significado coletivo para mascarar 
interesses (2º parágrafo) 
e) tirar proveito do prestígio de uma instituição / alimentando-se de sua força como um parasita 
(2º parágrafo) 
ComentárioぎàN;à;ノデWヴミ;デキ┗;àふáぶがà;àヮヴWヮラゲキN?ラàさヮ;ヴ;ざàデヴ;ミゲマキデWà┗;ノラヴà;S┗WヴHキ;ノàSWàaキミ;ノキS;SWがàWàミ?ラà
de causa. 
 áà;ノデWヴミ;デキ┗;à ふBぶàYà;àIラヴヴWデ;がàヮラキゲà;àラヴ;N?ラàさpremidos pelas mais diversas necessidadesざàYà
ゲ┌HラヴSキミ;S;à ;S┗WヴHキ;ノà I;┌ゲ;ノà ヴWS┌┣キS;à SWà ヮ;ヴデキIケヮキラà Wà ;à ラヴ;N?ラà ヮヴキミIキヮ;ノà さorganizamo-nos em 
associaçõesざàミ;デ┌ヴ;ノマWミデWàデWマà┗;ノラヴàデW┝デ┌;ノàSWàIラミゲWケ┌ZミIキ;くàáゲゲキマがàWミtendemos que, devido a 
ficarmos premidos pelas mais diversas necessidades, nós nos organizamos em associações. 
 áà;ノデWヴミ;デキ┗;àふCぶàWゲデ=àWヴヴ;S;がàヮラキゲàラà┗WヴHラàさ┗キ;Hキノキ┣;ヴざàミ?ラàミWIWゲゲ;ヴキ;マWミデWàデヴ;ミゲマキデWà;àミラN?ラà
de resultado (causa e consequência), mas de que algo possa ser exequível, realizável. Isso é diferente 
SWà┗WヴHラゲàケ┌Wàデヴ;ミゲマキデWマà;àミラN?ラàSWàI;┌ゲ;ノキS;SWがàIラマラàさェWヴ;ヴざがàさキミIラヴヴWヴざがàさヴWゲ┌ノデ;ヴざàWデIく 
 A alternativa (D) está errada, porque os dois segmentos não apresentam relação direta entre 
si. 
 A alternativa (E) está errada, pois podemos entender que o meio ou a forma de se tirar 
proveito do prestígio de uma instituição é alimentando-se de sua força como um parasita. Assim, 
não cabe valor de causalidade entre esses segmentos. 
Gabarito: B 
18. (FCC / TRF 3ªR Analista Judiciário ʹ 2016) 
Fragmento do texto: O museu é considerado um instrumento de neutralização に e talvez o seja de 
fato. Os objetos que nele se encontram reunidos trazem o testemunho de disputas sociais, de 
conflitos políticos e religiosos. Muitas obras antigas celebram vitórias militares e conquistas: a maior 
parte presta homenagem às potências dominantes, suas financiadoras. As obras modernas são, mais 
genericamente, animadas pelo espírito crítico: elas protestam contra os fatos da realidade, os 
poderes, o estado das coisas. O museu reúne todas essas manifestações de sentido oposto. Expõe 
tudo junto em nome de um valor que se presume partilhado por elas: a qualidade artística. Suas 
diferenças funcionais, suas divergências políticas são apagadas. A violência de que participavam, ou 
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que combatiam, é esquecida. O museu parece assim desempenhar um papel de pacificação social. 
A guerra das imagens extingue-se na pacificação dos museus. 
A violência de que participavam, ou que combatiam, é esquecida. O museu parece assim 
desempenhar um papel de pacificação social. (1° parágrafo) 
Mantendo-se, em linhas gerais, o sentido original, caso a segunda frase seja subordinada à primeira, 
o período resultante será: 
a) Como a violência de que participavam, ou que combatiam, é esquecida, o museu parece 
desempenhar um papel de pacificação social. 
b) A violência de que participavam, ou que combatiam, é esquecida, de maneira que o museu 
parece desempenhar um papel de pacificação social. 
c) A violência de que participavam, ou que combatiam, é esquecida; portanto, o museu parece 
desempenhar um papel de pacificação social. 
d) O museu parece desempenhar um papel de pacificação social, uma vez que a violência de que 
participavam,ou que combatiam, é esquecida. 
e) Conquanto o museu pareça desempenhar um papel de pacificação social, a violência de que 
participavam, ou que combatiam, é esquecida. 
Comentário: Entre os dois segmentos, note que o segundo apresenta o conectivo coordenativo 
IラミIノ┌ゲキ┗ラà さ;ゲゲキマざがà ラà ケ┌Wà ゲ┌ェWヴWà ケ┌Wà ;à ヴWノ;N?ラà Wミtre esses dois trechos é de causa e efeito, 
respectivamente. 
 A questão, então, pede a alternativa que apresente esta relação de causa e efeito (mesmo 
sentido), em que a segunda oração seja subordinada à anterior. Dessa forma, ela nos força a 
apresentar essa relação de causa e efeito com a segunda oração sendo subordinada adverbial 
consecutiva, o que ocorre na alternativa (B), tendo em vista o emprego da locução conjuntiva 
ゲ┌HラヴSキミ;デキ┗;à;S┗WヴHキ;ノàIラミゲWI┌デキ┗;àさSWàマ;ミWキヴ;àケ┌WざくàVWテ;ぎ 
A violência de que participavam, ou que combatiam, é esquecida, de maneira que o museu parece 
desempenhar um papel de pacificação social. 
 A alternativa (A) está errada, pois, apesar de haver a relação de causa e efeito, 
respectivamente, a oração subordinada (adverbial causal) está antecipada. 
Como a violência de que participavam, ou que combatiam, é esquecida, o museu parece 
desempenhar um papel de pacificação social. 
 A alternativa (C) está errada, pois, apesar de haver a relação de causa e efeito, 
respectivamente, não há oração subordinada, pois a segunda oração é iniciada pela conjunção 
さヮラヴデ;ミデラざàWààYàIララヴSWミ;S;àゲキミSYデキI;àIラミIノ┌ゲキ┗;く 
A violência de que participavam, ou que combatiam, é esquecida; portanto, o museu parece 
desempenhar um papel de pacificação social. 
 A alternativa (D) está errada, pois há a relação de efeito e causa, respectivamente, pois a 
segunda oração é subordinada adverbial causal. 
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O museu parece desempenhar um papel de pacificação social, uma vez que a violência de que 
participavam, ou que combatiam, é esquecida. 
 áà;ノデWヴミ;デキ┗;àふEぶàWゲデ=àWヴヴ;S;がàヮラキゲàさCラミケ┌;ミデラざàYàIラミテ┌ミN?ラàSWà┗;ノラヴà;S┗WヴHキ;ノàIラミIWゲゲキ┗ラく 
Gabarito: B 
2 ʹ INTERPRETAÇÃO: PRESSUPOSIÇÕES E INFERÊNCIAS, IMPLÍCITOS E 
SUBENTENDIDOS. 
Pressupostos e subentendidos são interpretações feitas a partir das informações dos vestígios 
vistos no texto. Eles têm relação direta com a interpretação de dados implícitos, das entrelinhas. 
Os pressupostos são de mais fácil identificação, pois estão sugeridos no texto, por meio dos 
vestígios. Já os subentendidos são apenas deduzidos pelo leitor com base nesses vestígios. Essa 
dedução é de responsabilidade do leitor. 
Exemplos: 
- Júlio não quer mais ser taxista. 
Pressuposto: Júlio é taxista. 
Subentendido: Possivelmente o salário é baixo ou há muita insegurança. 
O pressuヮラゲデラà Yà H;ゲキI;マWミデWà ;à キミデWヴヮヴWデ;N?ラà Sラà ┗Wゲデケェキラà さミ?ラà ケ┌Wヴà マ;キゲà ゲWヴざがà ヮラヴà キゲゲラà
afirmamos que Júlio é taxista, isto é, ainda não deixou de ser. Já o subentendido tem base na 
possibilidade de leitura a partir daquela informação, mas não tem compromisso com a verdade, há 
apenas uma sugestão, uma dedução, sem precisão. 
- Infelizmente, vou outra vez conversar com o setor de RH da empresa. 
Pressuposto: O empregado já esteve no setor de RH e esse novo contato com o setor não o 
deixa tranquilo. 
Subentendido: Possivelmente será demitido. 
OàWノWマWミデラàノキミェ┌ケゲデキIラàさラ┌デヴ;à┗W┣ざàYàラà┗Wゲデケェキラàケ┌WàIラミaキヴマ;àケ┌WàラàWマヮヴWェ;Sラàテ=àエ;┗キ;àキSラà;ラà
setor de RH num primeiro momento e agora ele segue para lá novamente. Assim, essa informação 
é um pressuposto, pois conseguimos comprovar. Já o subentendido é uma possibilidade de 
interpretação, mas não se pode afirmar com toda a certeza que ele será demitido. Há apenas uma 
dedução, uma possibilidade. 
Com base no que vimos, fica fácil entendermos que os pressupostos são informações 
implícitas permitidas por meio da leitura dos vestígios, os quais levam a uma certeza da informação. 
Assim, dizemos que o pressuposto é verdadeiro e irrefutável: 
- Parei de fumar. 
Pressuposto: A pessoa fumava antes. 
Oà┗WヴHラàさヮ;ヴWキざàマラゲデヴ;àケ┌Wà;àヮWゲゲラ;àa┌マ;┗;à;ミデWゲàWà;gora parou. 
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- Até que enfim o Itatiaia FC ganhou uma partida. 
Pressuposto: O time vinha perdendo várias perdidas. 
áàW┝ヮヴWゲゲ?ラàさáデYàケ┌WàWミaキマざ confirma que o time perdia várias partidas e agora ganhou uma. 
- Juvenal mantém sua corridinha pela manhã, para seu dia ficar mais gostoso. 
Pressuposto: Ele gosta de correr pela manhã. 
Oà┗WヴHラàさマ;ミデYマざàゲキェミキaキI;à┌マ;à;N?ラàIラミデキミ┌;S;àWàミ;デ┌ヴ;ノマWミデWàWミデWミSWマラゲàケ┌WàWノ;à テ=à
ocorria anteriormente. 
Assim, notamos que os elementos linguísticos (vestígios) nos conduzem ao pressuposto a 
respeito da informação tratada, de certa forma confirmada. São vários os vestígios (elementos 
linguísticos) que facilitam a identificação de pressupostos: 
;ぶà┗WヴHラゲàケ┌WàキミSキI;マàデWマヮラà;I┌ヴ;SラがàIラマラàさIラマWIWキà;àWゲデ┌S;ヴざがàさデWヴマキミWキàSWàヴW;ノキ┣;ヴざがàさIラミデinuo 
Wゲデ┌S;ミSラざがàさヮ;ヴWキàSWàWゲデ┌S;ヴざがàケ┌WàキミSキI;マàヮラゲゲキHキノキS;SWがàSWゲWテラがàキマヮラゲキN?ラがàIラマラàさヮラSWàラIラヴヴWヴざがà
さケ┌Wヴラàゲ;キヴざがàさェラゲデ;ヴキ;àSWàゲ;HWヴざがàさWゲデ┌SWマざがàさラヴェ;ミキ┣Wマ-ゲWざがàケ┌Wàデヴ;ミゲマキデWマàキマヮノキI;NロWゲがàIラマラà
さI;┌ゲ;ヴざがàさマラデキ┗;ヴざがàさキマヮノキI;ヴざがàさェWヴ;ヴざがàさSWヴキ┗;ヴàSWざがàSentre outros; 
Hぶà ;S┗YヴHキラゲà デ;マHYマà ;┌┝キノキ;マà H;ゲデ;ミデWà ミ;à ヮラゲゲキHキノキS;SWà SWà ノWキデ┌ヴ;がà Iラマラà さaWノキ┣マWミデWざがà
ざaキミ;ノマWミデWざがàさ;キミS;ざがàさテ=ざがàさSWヮラキゲざがàさ;ミデWゲざàWデIき 
IぶàLラI┌NロWゲàIラミテ┌ミデキ┗;ゲがàIラマラàさSWヮラキゲàケ┌Wざがàさ;ミデWゲàケ┌WざがàさSWゲSWàケ┌Wざがàさ┗キゲデラàケ┌WざàWデIく 
Como vimos, os subentendidos são insinuações, informações escondidas, dependentes da 
interpretação do leitor. Não possuem marca linguística, sendo deduzidos através do contexto 
comunicacional e do conhecimento que os destinatários têm do mundo. Podem ser ou não 
verdadeiros e podem ser facilmente negados, visto serem unicamente da responsabilidade de quem 
interpreta a frase. 
Exemplos de subentendidos: 
- Mário, quando sair de casa, não se esqueça de levar o agasalho. 
Subentendido: Está frio lá fora. 
Note que pode estar frio ou não. A pessoa foi apenas orientada a levar o agasalho para a 
eventualidade de fazer frio, ou simplesmente já está frio. Pelos elementos linguísticos não há certeza 
de estar frio lá fora naquele momento. 
- Trabalhar em pé cansa muito as pernas, não é mesmo? 
Subentendidos: Quer sentar-se um pouco ou parar a atividade. 
É provável que a pessoa queira se sentar um pouco ou até queira parar a atividade, porém 
Wノ;àヮラSWàゲキマヮノWゲマWミデWàWゲデ;ヴàデWミデ;ミSラà┗;ノラヴキ┣;ヴàゲ┌;àさヮWヴaラマ;ミIWざがàゲ┌ヮラゲデ;マWミデWàマラゲデヴ;ミSラàケ┌Wà
ela é forte e que muitas pessoas ficam cansadas, mas ela não fica. 
- Até iria ao bar hoje, mas não posso. 
Subentendidos: Sem dinheiro ou cansado. 
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 A pessoa pode não ir ao bar por qualquer outro motivo, como, por exemplo, com esse tempo 
de descanso, ela poderia realizar algumas tarefas do trabalho que não conseguiu no horário normal. 
1. INFERÊNCIA. 
 Muitos alunos têm afirmado que interpretação de texto é questão muito subjetiva, pois 
depende da opinião ou do pensamento de quem monta a prova. Isso não é verdade. 
 Toda banca examinadora exige do professor, durante a montagem da prova, um documento 
em que ele defende os argumentos das respostas das questões. Assim, numa interpretação de texto, 
ele deve se pautar exclusivamente nos dados do texto, para corroborar se a afirmativa está correta 
ou não, inclusive para se defender de possíveis recursos. 
 Por isso, não podemos resolver questões de interpretação de texto somente no achismo. 
Temos que provar que o julgamento da alternativa de cada questão está correto ou não, com 
fundamento no texto. 
 É importante notarmos que, dentro de um texto, há informações implícitas e explícitas. É 
mais fácil o concursando encontrar as informações explícitas, mas vemos que muitas vezes a prova 
cobra as informaçõesimplícitas. 
 Toda informaçãラàキマヮノケIキデ;àSラàデW┝デラàYàさI;ヴヴWェ;S;ざàSWàvestígios. Como em uma investigação, 
o criminoso não está explícito, mas ele existe. Um bom investigador é um excelente leitor de 
vestígios. Os vestígios podem ser: uma palavra irônica, as características do ambiente e do 
personagem, a época em que o texto foi escrito ou a que o texto se refere, o vocabulário do autor, 
o rodapé do texto, as figuras de linguagem, o uso da primeira ou terceira pessoa verbal etc. Tudo 
isso pode indicar a intenção do autor ao escrever o texto, daí se tira o vestígio que nos leva à boa 
interpretação. 
Outro ponto que devemos entender é que, quando se interpreta um texto para realizar um 
concurso, temos, na realidade, duas interpretações a serem feitas. A primeira é a compreensão do 
texto em si, entender as expressões ali colocadas, tirar conclusões, compreender as entrelinhas, o 
contexto; a outra é a compreensão do pedido da questão. 
Às vezes até compreendemos bem o texto, mas não entendemos o pedido da questão. 
 
 
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Portanto, devemos comparar dois textos: o propriamente dito e o enunciado da questão. 
Após isso, devemos confrontá-los e julgar se possuem ideias semelhantes ou não. Isso é a 
interpretação. 
a) Como vimos, em um texto podemos encontrar os dados explícitos, isto é, aquilo que o 
pedido da questão informou é encontrado literalmente no texto. Didaticamente, representamos os 
S;SラゲàW┝ヮノケIキデラゲàIラマàラàゲキミ;ノàさxxxざぎ 
 
 
 
Este é o tipo de questão mais simples e o que normalmente é cobrado em prova. 
b) Outro tipo de interpretação é a dos dados implícitos: 
 
Neste tipo de interpretação, a questão não possui literalmente o mesmo trecho do texto. 
Nela há um entendimento, uma conclusão (xxx), a qual podemos chamar de inferência, com base 
nos vestígios (...), que são os vocábulos no texto. Para saber se a questão está correta, basta 
confrontar esses dois textos e observar se há semelhança de sentido. 
Muitas vezes, nesse tipo de questão, vemos expressões categóricas que eliminam a 
possibilidade de semelhança no sentido. Por exemplo, podemos dizer que o Brasil vem crescendo 
economicamente e que o brasileiro está melhorando sua qualidade de vida e aumentando seu poder 
de compra. Mas isso não quer dizer que todo brasileiro aumentou seu poder de compra. Por isso, 
chamamos de palavra categórica aquela que especifica demais ou amplia demais o universo a que 
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ゲWàヴWaWヴWàラàデWヴマラくàPWヴIWH;àケ┌Wà;àヮ;ノ;┗ヴ;àさtodoざà;マヮノキラ┌àマ┌キデラà┌マàヴWaWヴWミデWàデラマ;SラàSWàマ;ミWキヴ;à
geral. 
Assim, palavras como só, somente, apenas, nunca, sempre, ninguém, tudo, nada etc têm 
papel importante nas afirmativas das questões. Essas palavras categóricas não admitem outra 
interpretação e normalmente estão nas questões para que o candidato as visualize como erradas. 
Vale lembrar que essas palavras categóricas são encontradas nos diversos tipos de interpretação 
(literal ou implícita). 
 Vamos exercitar tomando como exemplo a seguinte frase: 
É preciso construir mísseis nucleares para defender o Ocidente de ataques de extremistas. 
Marque (C) para informação de possível inferência do texto e (E) como informação 
equivocada do texto. 
1. O Ocidente necessita construir mísseis. 
2. Há uma finalidade de defesa contra ataques de extremistas. 
3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. 
4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os extremistas. 
5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de dissuadi-los de um ataque ao 
Ocidente. 
6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. 
7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. 
8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. 
9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. 
10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. 
 
Vamos às respostas com base nos vestígios! 
1. O Ocidente necessita construir mísseis. (C) 
ふIミaWヴZミIキ;àIWヴデ;がàヮラキゲàラà┗WゲデケェキラàYàさÉàヮヴWIキゲラざぶ 
2. Há uma finalidade de defesa contra o ataque de extremistas. (C) 
ふIミaWヴZミIキ;àIWヴデ;がàヮラキゲàラà┗WゲデケェキラàYà;àラヴ;N?ラàゲ┌HラヴSキミ;S;à;S┗WヴHキ;ノàSWàaキミ;ノキS;SWàさpara defender o 
Ocidente de ataques de extremistasざくぶ 
3. Os mísseis atuais não são suficientes para conter os ataques de extremistas. (E) (Inferência errada, 
pois não há evidência no texto de que já havia mísseis) 
4. Uma guerra de mísseis vai destruir o mundo inteiro e não apenas os extremistas. (E) 
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ふIミaWヴZミIキ;à Wヴヴ;S;がà ヮラキゲà ;à W┝ヮヴWゲゲ?ラà さSWゲデヴ┌キヴà ラàマ┌ミSラà キミデWキヴラざà Yà ┌マ;à ゲ┌ヮラゲキN?ラà Iラマà H;ゲWà Wマà
expressão categórica. Não há certeza de que os mísseis destruirão por completo o mundo, mas é 
certo que vão abalar o mundo inteiro.) 
5. A ação dos diplomatas com os extremistas é o único meio real de dissuadi-los de um ataque ao 
Ocidente. (E) 
(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica, pois pode haver outros meios, outras 
negociações, não só pelos diplomatas.) 
6. Todo o Oriente está contra o Ocidente. (E) 
(Inferência errada, pois novamente há expressão categórica. Não se sabe se todo o Oriente está 
contra o Ocidente. Pelo texto, apenas os extremistas) 
7. O Ocidente está sempre sofrendo invasões do Oriente. (E) 
(Inferência errada, pois novamente h=à W┝ヮヴWゲゲ?ラà I;デWェルヴキI;ぎà さゲWマヮヴWざくà áノYマà Sキゲゲラがà エラ┌┗Wà ┌マ;à
ヮ;ノ;┗ヴ;àケ┌WàW┝デヴ;ヮラノラ┌àラàデW┝デラぎàさキミ┗;ゲロWゲざくàN;S;àaラキà;aキヴマ;SラàゲラHヴWàキミ┗;ゲ?ラàミラàデW┝デラくぶ 
8. Mísseis nucleares são a melhor saída para qualquer situação bélica. (E) 
(Consideração sem fundamento no texto. Veja as palavras categóricas.) 
9. Os extremistas não têm bom relacionamento com o Ocidente. (C) 
(Inferência possível, pois é vista a preocupação de um ataque.) 
10. O Ocidente aguarda estático um ataque do Oriente. (E) 
(Consideração sem fundamento no texto.) 
Quando realizamos as questões de interpretação, vemos muitas dessas expressões 
categóricas ou palavras que extrapolam o conteúdo do texto. Normalmente, já consideramos as 
questões erradas logo na primeira leitura, por estarem bem fora do contexto. Mas, logicamente, 
ゲWマヮヴWàSW┗Wマラゲà┗ラノデ;ヴà;ラàデW┝デラàヮ;ヴ;àIラミaキヴマ;ヴくàáケà┗WマàラàさH┌ヴキノ;マWミデラざくàDW┗W-se ter paciência para 
encontrar os vestígios que comprovem a resposta como a correta. 
 
2. ARGUMENTAÇÃO 
 Uma argumentação se sustenta por duas ou mais premissas (afirmações a respeito de algo) 
que levam a uma conclusão. Existem regras para estabelecer de forma correta as operações do 
pensamento e identificar as argumentações não válidas. Desse modo, a lógica nos ajuda a evitar 
contradições. 
Exemplo 1: 
O mercúrio não é sólido. (premissa maior) 
O mercúrio é um metal. (premissa menor) 
Logo, algum metal não é sólido. (conclusão) 
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 Estamos diante de uma argumentação composta de três proposições em que a última, 
a conclusão, deriva logicamente das duas anteriores, chamadas premissas. 
 Também é importante entender que inferir é concluir a partir de proposições. 
 
 
Termo e proposição 
 A proposição é um enunciado no qual afirmamos ou negamos um termo (um conceito) de 
outro. 
 NラàW┝WマヮノラàさTラSラàI?ラàYàマ;マケaWヴラろろàふTラSラàCàYàMぶがàデWマラゲà┌ma proposição em que o termo 
mamífero'' afirma-ゲWàSラàデWヴマラàさI?ラろろくà 
a) Qualidade e quantidade 
 As proposições podem ser distinguidas pela qualidade e pela quantidade: Quanto à qualidade 
são afirmativas ou negativas: 
Todo C é M 
ou 
Nenhum C é M 
 Quanto à quantidade são gerais (universais ou totais) ou particulares. Estas últimas podem 
ser singulares

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