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IMPACTO+DO+BRUXISMO+NA+QUALIDADE+DE+VIDA-+LUCAS+FELIPE+DA+SILVA

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Betim 
2020 
LUCAS FELIPE DA SILVA 
 
 
 
 
 
IMPACTO DO BRUXISMO NA QUALIDADE DE VIDA 
 
Betim 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPACTO DO BRUXISMO NA QUALIDADE DE VIDA 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Faculdade Pitágoras Betim, como requisito 
parcial para a obtenção do título de graduado 
em Odontologia 
 
 
 
LUCAS FELIPE DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
LUCAS FELIPE DA SILVA 
 
 
IMPACTO DO BRUXISMO NA QUALIDADE DE VIDA 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à (Faculdade Pitágoras Betim), como requisito 
parcial para a obtenção do título de graduado 
em Odontologia. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
Lucas Maia 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
Flávia Barbosa 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
Gabriel Ponte 
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Betim, 15 de junho de 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a Simone Oliveira 
Cota, mãe, que sempre me ensinou a 
nunca desistir dos meus sonhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Que os vossos esforços desafiem as 
impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes 
coisas do homem foram conquistadas do que parecia 
impossível. 
(Charles Chaplin) 
SILVA, Lucas Felipe. Impacto do Bruxismo na qualidade de vida. 2020. 50. 
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Faculdade 
Pitagoras Betim, Betim, 2020. 
 
 RESUMO 
 
O bruxismo é uma doença multifatorial, que se apresenta cada vez mais no dia a dia 
dos pacientes, sendo uma doença com alto nível de destruição dentaria, e 
causadora da perda de qualidade de vida das pessoas. O impacto causado por ela 
esta relacionada com diversas áreas da vida das pessoas, a prejudicando desde a 
sua área social a profissional. Esta parafunção segundo a literatura não tem cura, 
apenas tratamento que ameniza a sua ação, o objetivo dessa pesquisa é ajudar os 
profissionais da área da saúde, a definir o melhor tratamento para esta parafunção, 
muito poucos estudos e pesquisas foram feitas ate agora, tornando o bruxismo difícil 
a diagnosticação correta e o tratamento de sucesso. Será realizada uma Revisão da 
literatura, dos assuntos relacionados ao bruxismo, e a sua interferência na qualidade 
de vida das pessoas que possuem essa parafunção, mostrando os pontos negativos 
que o bruxismo trás a saúde bucal. Serão pesquisados em livros, artigos, e revistas 
nacionais e internacionais nos últimos 100 anos, mostrando o impacto e as 
descobertas que possam ser relacionadas, diferença entre o mundo da perspectiva 
dos autores anteriores e os atuais. que mostram o impacto do bruxismo. Buscando 
também a sua causa, e os tratamentos indicados para tratar essa parafunção 
multifatorial. Usando palavras de busca como, bruxismo, impacto, e qualidade de 
vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Bruxismo; Qualidade de vida ; Tratamento do bruxismo ; Etiologia 
do bruxismo; DTM. SILVA, Lucas Felipe. Impacto f bruxismo n quality of life. 
Trabalho de conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Pitágoras, Betim, 
2020. 
ABSTRACT 
Bruxism is a multifactorial disease, which presents itself more and more in the daily 
lives of patients, being a disease with a high level of dental destruction, and causing 
the loss of people's quality of life. The impact caused by it is related to different areas 
of people's lives, harming them from their social to professional areas. This function 
according to the literature has no cure, only treatment that softens its action, the 
objective of this research is to help health professionals, to define the best treatment 
for this parafunction, very few studies and researches have been done so far, making 
bruxism difficult to correct diagnosis and successful treatment . A literature review will 
be carried out, on matters related to bruxism, and their interference in quality of life of 
people who have this parafunction, showing the negative points that bruxism brings 
to oral health. It will be researched in books, articles, and national and international 
magazines in the last 100 years, showing the impact and the discoveries that may be 
related, a difference between the world from the perspective of previous and current 
authors. that show the impact of bruxism. Also searching its cause, and the 
treatments indicated to treat this multifactorial parafunction. Using search words like, 
bruxism, impact, and quality of life. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Keywords: Bruxism; Quality of life; Treatment of bruxism; Etiology of bruxism; TMD. 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – Episódios de AMMR com ranger dos dentes ......................................... 21 
Figura 2 – Fluxograma dos eventos fisiológicos do bruxismo ................................. 21 
Figura 3 – Pontos de gatilho miofaciais para os dentes .......................................... 25 
Figura 4 – Desgaste dentário intenso secundário ao bruxismo ............................... 28 
Figura 5 – Desgaste dentário durante os movimentos de protrusão ....................... 28 
Figura 6 – Mobilidade dentária..................................................................................29 
Figura 7 – Atividade do masseter / Horas de sono....................................................34 
Figura 8 – Relação de longo prazo do estresse, atividade muscular e dor...............34 
Figura 9 – Aparelho oclusal superior de arcada completa, um tipo de terapia oclusal 
reversível....................................................................................................................37 
Figura 10 – Agulhas de acupuntura colocadas na face.............................................41 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
 
Tabela 1 – Distribuição do bruxismo em relação ao gênero. ................................... 17 
Tabela 2 – Prevalência de oclusão normal e má oclusão em relação ao bruxismo. 17 
Tabela 3 – Comparação das atividades funcional e parafuncional usando cinco 
fatores comuns ......................................................................................................... 33 
LISTA DE GRAFICOS 
 
 
Grafico 1 - Distribuição dos hábitos bucais em relação ao gênero......................20 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
AMMR Atividade Muscular Mastigatória Rítmica 
DTM Disfunção Temporomandibular 
EEG Encefalograma 
EGS Estimulação Eletrogalvânica 
EMG Eletromiografia 
PSG Polissonografia 
RDC/TMD research diagnostic criteria for temporomandibular disorders 
(Pesquisar critérios de Diagnostico para Desordens Temporomandibulares) 
REM Rapid Eye Movement (Movimento Rápido dos Olhos) 
SAOS Síndrome Apneia Obstrutiva do Sono 
SNC Sistema Nervoso Central 
TENS Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea 
 
 
 
 
 
13 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14 
2. CAUSA DO BRUXISMO .................................................................................... 16 
3. COMO O BRUXISMO ALTERA E COMPROMETE A VIDA DOS 
PORTADORES ......................................................................................................... 23 
4. TRATAMENTOS INDICADOS ........................................................................... 36 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 43 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44 
 
 
 
 
14 
1. INTRODUÇÃO 
 
O bruxismo é um ato parafuncional que ocorre tanto durante o dia quanto a 
noite, que envolve todo o sistema estomatognático, provocando desgastes dentais, 
periodonpatias, dores articulares e fracassos clínicos. Apresentandoum impacto 
direto na qualidade de vida do paciente, sendo eles na vida social, profissional, 
físicos e emocionais. 
Identificar as possíveis impressões que esta parafunção causa na vida das 
pessoas, e assim podendo definir quais áreas atinge, e em qual grau ela pode ser 
prejudicial na qualidade de vida do individuo, definindo a melhor maneira, para 
melhorar as experiências dos tratamentos definidos. 
O bruxismo sendo uma parafunção que pode se manifestar de diversas 
etiologias, e também ser tratada por diversas intervenções, mas não curada, deixa o 
paciente sujeito ao tratamento continuamente. Assim identificando como melhorar a 
qualidade de vida das pessoas que são submetidas a esses tratamentos. E 
determinando, quais consequências que o bruxismo apresenta para seus 
portadores? 
O presente trabalho tem como objetivo geral Determinar possíveis 
tratamentos que represente melhora na qualidade de vida, através de uma revisão 
de literatura e especificamente definir a causa do bruxismo, determinar como o 
bruxismo altera e compromete a vida dos portadores e conhecer os tratamentos 
indicados. 
O bruxismo trás problemas a curto e longo prazo, diferenciando-se também 
de intensidade e grau, que trazem consequências aos indivíduos portadores desta 
função. Esses apresentam as mesmas características clinicas de pacientes que 
possuem doenças crônicas com grandes dores, distúrbios psicológicos e 
comportamentais, necessitando- se de um tratamento especifico, e eficaz contra a 
parafunção. 
Foi realizado um estudo qualitativo, descritivo, através de revisão bibliográfica 
sistematizada de artigos publicados no Brasil e internacionais no período de 1997 a 
2019. A pesquisa foi realizada através da internet e livros, sendo utilizados os 
seguintes termos para a pesquisa: Bruxismo, Qualidade de Vida, Tratamentos o 
levantamento foi realizado nos meses Março, Abril e Maio, os critérios de inclusão 
 
 
15 
foram pessoas com sinais e sintomas do Bruxismo, desta forma foi utilizado 14 
artigos. 
 
 
 
16 
2. CAUSA DO BRUXISMO 
 
Podendo ser uma parafunção que ocorre tanto durante o dia quanto a noite, 
caracterizando situações distintas, como o bruxismo em vigília e bruxismo do sono, 
ambas trazendo consequências à qualidade de vida das pessoas. (SIQUEIRA, et 
al,.2012). “O bruxismo noturno não necessariamente tem relação com o bruxismo 
diurno”. (MOLINA et al.,2002,p.63). Havendo evidencias clinicas e cientificas 
promovendo que se trata de comportamentos diferentes. (MOLINA et al.,2002) 
 
O bruxismo é classificado como primário ou secundário. O bruxismo 
primário, por ser idiopático, não está relacionado a nenhuma causa médica 
evidente, clínica ou psiquiátrica. [....] O secundário esta associado com 
transtornos clínicos: neurológico, como na doença de Parkinson; 
psiquiátrico, nos casos de depressão; outros transtornos do sono, como 
apnéia; e uso de drogas como as anfetaminas. (MACEDO,2008,p.10) 
 
 
Segundo Mikami(1977) O habito pode ser considerado como o mais 
significante de todas as atividades parafuncionais do aparelho mastigador. “No 
passado os fatores morfológicos, como as características oclusais e a anatomia das 
estruturas ósseas da região facial, eram consideradas as principais causas do 
bruxismo.” (CERANTO,MIURA,PRIMO,2009,p.20). 
O bruxismo é dividido em primário e secundário, sem causa parente é 
definido como primário, enquanto que o secundário é associado ao uso de drogas, 
medicamentos psicoativos e desordens medicas. .(GONÇALVES, TOLEDO, 
OTERO,2010). 
 
Apesar de a literatura sugerir que existem vários graus de severidade do 
bruxismo que podem ser medidos em termos de intensidade das forças, 
frequência dos eventos e duração de cada episódio, ou ainda em termos 
dos efeitos sobre os diversos componentes do aparelho mastigador, 
estudos sobre a classificação do bruxismo e seus efeitos sobre o mesmo 
são raros ou inexistentes. (MOLINA et al.,2002) 
 
 
 
“A etiologia é multifatorial e a literatura sugere vários fatores associados: 
dentário, fisiológico, psicológico e neurológico.” (MICHELE BAFFI DINIZ et al, 2009, 
p.113). Assim se tornando uma parafunção muito complexa. “Entre os fatores locais, 
 
 
17 
as interferências oclusais parecem ser a causa mais aceita pela grande maioria dos 
autores.” (KARINA EIRAS DELA COLETA PIZZOLA et al, 2006, p.158). 
 
 
No inicio, a Odontologia estava quase convencida de que o bruxismo era 
diretamente ligado ás interferências oclusais. Consequentemente, os 
tratamentos eram direcionados à correção das condições oclusais. [...] 
Existe certo questionamento de que os contatos oclusais influenciam a 
função do sistema mastigatório (Cap.02), mas eles provavelmente não 
contribuem para o bruxismo. (OKESON; 2000; P.113). 
 
Um estudo transversal foi realizado com 680 alunos de forma aleatória em 
escolas da rede publica, da cidade de Brasília/DF, aprovado pelo comitê de Ética da 
Faculdade de Ciências da Saúde, os alunos apresentavam de 4 a 16 anos. 
Utilizando critérios de exclusão, (1) distúrbios mentais, (2) tratamento 
ortodôntico/ortopédico presente ou passado, e (3) não autorização dos 
responsáveis. Apenas o bruxismo excêntrico foi investigado. (GONÇALVES, 
TOLEDO, OTERO,2010) 
 
Tabela 1 - Distribuição do bruxismo em relação ao gênero. 
 
 
Fonte: Gonçalves, Toledo, Otero (2010,p.99) 
 
Assim pode-se afirmar que o bruxismo não tem relação com gênero, podendo 
atingir de formas iguais ou aproximadas. 
Tabela 2 - Prevalência de oclusão normal e má oclusão em relação ao bruxismo. 
 
Fonte: Gonçalves, Toledo, Otero (2010,p.100) 
 
 
 
18 
“De acordo com a tabela pode se afirmar que não houve associação entre 
quaisquer fatores oclusais estudados e o bruxismo.” (GONÇALVES, TOLEDO, 
OTERO,2010,p.100) 
“Vários são os fatores de risco associados ao bruxismo do sono: idade, 
tabaco, álcool, cafeína, ansiedade, estresse, transtornos psiquiátricos e do sono, 
drogas e disfunções temporomandibulares.”(MACEDO;2008,p.18) Durante o sono, 
contrações musculares rítmicas são realizadas, com forças além do normal, 
acarretando atritos e ruídos fortes ao ranger os dentes que não são produzidos em 
períodos de consciência. (GONÇALVES, TOLEDO, OTERO,2010) 
Com o avanço da idade o bruxismo do sono diminui. (MACEDO,2008). Sendo 
os idosos com menor registro desta parafunção. Pacientes Fumantes apresentam 
risco aumentado em duas vezes de desenvolverem o bruxismo do sono, devido a 
atividade induzida pelo cigarro. (MACEDO,2008) 
 
A parafunção se relaciona claramente com conflitos de ansiedade que 
ocorrem durante o dia. (MOLINA et al.,2002) sendo assim “Não resta duvidas de que 
algumas variáveis do bruxismo estão relacionadas com ansiedade.” (MOLINA et 
al.,2002,p.64)Também incluindo o uso de substancias estimuladores como 
anfetaminas e antidepressivos. (CERANTO,MIURA,PRIMO,2009) 
 
Hoje com avanços em pesquisas constatou-se que se deve por vários fatores, 
como psicológicos e genéticos. (CERANTO,MIURA,PRIMO,2009) 
 
Com relação aos fatores genéticos, não há trabalhos demostrando que o 
bruxismo possa ser uma condição herdada, mas o fato do ambiente familiar ser mais 
ou menos estressante favorecia seu desenvolvimento.(Orlando,2000) Estudos 
demonstram que filhos de pais que possuam bruxismo possuem mais chances de 
desenvolver a parafunção.(ORLANDO,2000) 
Alguns estudos mostraram que o bruxismo tem correlação com algumas 
patologias respiratórias, como desordens respiratórias e a síndrome da apneia 
obstrutiva do sono(SAOS).(GONÇALVES, TOLEDO, OTERO,2010,p.97) 
 
Hoje com avanços em pesquisas constatou-se que se deve por vários fatores, como 
psicológicos e genéticos. (CERANTO,MIURA,PRIMO,2009). “Estudos demonstram 
 
 
19 
que filhos de pais bruxômanos tendem a desencadear o bruxismo com maior 
frequência” (ORLANDO 2000,p.264). 
Um fator que parece influenciar a atividade de bruxismo é o estresse 
emocional.Acredita-se que certas medicações possam aumentar os eventos de 
bruxismo. 
 Estudos sugerem que possa haver uma predisposição genética ao bruxismo, 
outros estudos relatam uma relação entre bruxismo e desordens do sistema nervoso 
central (SNC). Um estudo vincula o bruxismo ao refluxo gastroesofagico. Vários 
relatos de caso vincularam o bruxismo elevado ao uso de certos antidepressivos, 
como os inibidores da recaptura seletiva da serotonina. (OKESON, 2000). São mais 
propensos a expressarem o bruxismo os indivíduos que apresentam dificuldade em 
expressar os sentimentos como, ansiedade, raiva, e medo. (ORLANDO, 2000; 
MANFREDINI; LOBBEZOO, 2009). 
 
O sistema mastigatório possui atividades que são divididas em funcionais e 
parafuncionais., dentro das atividades funcionais estar o bruxismo tem relação com a 
hiperatividade muscular. Que é a fonte da atividade que causa o ranger e o 
apertamento dos dentes. (CERANTO,MIURA,PRIMO,2009) 
 
Segundo GONÇALVES, TOLEDO, OTERO(2010 apud CHEIFETZ et al, 2005) Após 
avaliação feita em crianças notou-se que as crianças que não tinham hábitos bucais 
como sucção dos dedos, morder objetos apresentavam esta parafunção, 
relacionando como modo alternativo para alivio de estresse. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
Grafico 1- Distribuição dos hábitos bucais em relação ao gênero 
 
Fonte: Gonçalves, Toledo, Otero (2010,p.100) 
 
 
Avaliou se que os tipos específicos de hábitos bucais como, onicofagia, 
sucção de chupeta, sucção de dedo e morder os lábios apenas a sucção de chupeta 
se mostrou relacionada ao bruxismo. (GONÇALVES, TOLEDO, OTERO,2010) 
 
Segundo Cristiane Rufino de Macedo o “bruxismo do sono esta associada 
com despertares curtos com duração de 3 a 15 segundos, conhecidos como 
microdespertares”. (MACEDO, 2008,p.18) 
Que é modulado por vários neurotransmissores no sistema central, principalmente 
pelo sistema dopaminérgico. (MACEDO, 2008) 
Varias atividades motoras acontecem à noite, entre elas são engolir, 
movimentar os lábios e língua, a atividade orofacial mais comum observada à noite é 
a atividade muscular mastigatória rítmica (AMMR) do musculo facial masseter, que 
tem o papel fundamental no bruxismo do sono, a frequência de AMMR é três vezes 
maior em indivíduos com bruxismo. (MACEDO,2008) 
Cada episódio de AMMR possui ate 70% mais contrações e com amplitude das 
concentrações é de 60%%, ou seja, nesses pacientes a atividade é mais forte, Há 
uma variação para cada paciente com bruxismo do sono. (MACEDO, 2008) 
Os episódios de AMMR estão relacionados com alterações do encefalograma (EEG) 
e eletromiografia (EMG) relacionadas aos microdespertares. (MACEDO, 2008) 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
FIGURA 1 – Episódios de AMMR com ranger de dentes. 
 
 
Fonte: Macedo (2008,p.20) 
 
Estes eventos fisiológicos se iniciam 4 a 8 minutos, antes de ocorrer à atividade 
mastigatória rítmica, nesse momento a alteração no balanço do sistema de simpático 
para parassimpático, ocorre um aumento da atividade simpático autonômico 
cardíaco e diminuição do parassimpático, 4 segundos antes de começar o primeiro 
episodio de AMMR, observasse um aumento na atividade alfa e delta do EEG. Logo 
em seguida 1 segundo antes do AMMR ocorre uma taquicardia com a primeira 
batida cardíaca. (MACEDO, 2008) 
 
FIGURA 2 – Fluxograma dos eventos fisiológicos do bruxismo do sono. 
 
 
Fonte: Macedo (2008,p.20) 
 
 
 
22 
Há um aumento do tônus do suprahióde 08 segundos antes do inicio, que 
provavelmente é responsável pela abertura da mandíbula e da via aérea, e 
finalmente, ocorre a AMMR com alteração do EMG nos músculos 
masseteres, com ou sem ranger de dentes. (MACEDO, 2008,p.21) 
 
Há controvérsias quanto ao estágio do sono no qual o bruxismo ocorre. 
Alguns estudos sugerem que ele ocorre, principalmente, durante o estágio REM, 
enquanto outros sugerem que nunca ocorre durante o sono REM. Ainda outros 
estudos relatam que os eventos de bruxismo ocorrem durante o estágio de ambos 
os sonos REM e não-REM, porém a maior parte dos eventos aparentemente está 
associada aos estágios de sono mais leve 1 e 2 do sono não-REM. Os eventos de 
bruxismo parecem estar associados à mudança do sono profundo para o sono leve, 
como pode ser demonstrado dirigindo-se um foco de luz ao rosto da pessoa que 
está dormindo. (OKESON,2008) 
A seguir no próximo capitulo abordaremos como essa parafunção de variadas 
etiologias pode comprometer e prejudicar o individuo portador da mesma. Mostrando 
o quanto pode ser destrutiva e prejudicial na qualidade de vida. 
 
 
23 
3. COMO O BRUXISMO ALTERA E COMPROMETE A VIDA DOS 
PORTADORES 
 
Hábito parafuncional tem impacto direto na qualidade de vida não só do 
individuo como também de seus familiares mais próximos, além de ser considerado 
importante fator de risco para disfunções temporomandibulares. (COSTA, 2013) O 
bruxismo pode causar diversas alterações na cavidade bucal e sintomas sistêmicos, 
sobrecarga dos músculos mastigatórios. (AZATO et al; 2013) “Tal atividade resulta 
na aplicação de forças pesadas em poucos dentes e com a articulação numa 
posição instável; consequentemente, há um aumento na probabilidade de surgirem 
consequências patológicas nos dentes e articulações.” (OKESON, 2000, p.113). 
 
Os principais sinais e sintomas do BS incluem o ruído característico de 
ranger dos dentes, desgaste dentário, dor local, hipertrofia dos músculos 
masseteres e temporais, cefaléias, disfunção da articulação 
temporomandibular, sono de má qualidade e sonolência diurna. (ALÓE 
GONÇALVES,et al,2009,p.5) 
 
Sintomatologia muscular inclui fadiga, aumento do grau de excitação dos 
músculos mastigatórios, principalmente o musculo mastigatório, principalmente o 
musculo pterigoideo lateral e os elevadores mandibulares masseter e temporal, 
responsáveis pela mastigação e os movimentos da boca. (CERANTO, PRIMO, 
MIURA, 2009) 
 
Essas dores podem se tornar destrutivas para o espírito humano, levando a 
uma redução significativa na qualidade de vida. Essas dores são geralmente 
continuas e podem diminuir significamente a capacidade funcional do individuo. 
(OKESON, 2000) “A dor é uma das maiores experiências de emoções negativas 
humanas”. (OKESON, 2000, p.36). Uma pesquisa feita entre pacientes com 
bruxismo que acordavam com dor e outros não, constatou que pacientes que 
praticavam mais contrações musculares à noite não tinham dores, sendo que os 
pacientes que tinham menos contrações acordavam queixando-se de dor, conclui-se 
que os pacientes que praticavam mais o bruxismo eram como fisiculturistas que 
estimulavam o musculo ao nível de se tornarem mais eficientes para tal ato, sendo 
assim construíram fibras musculares mais fortes, e resistentes à dor, em relação aos 
demais indivíduos. Mas em consequência esses indivíduos que apresentavam maior 
apertamento tinham os dentes mais desgastados. (OKESON, 2000) A dor pode 
 
 
24 
tornar-se recorrente e, posteriormente, crônica. Artralgia crônica pode implicar em 
maiores perdas de dias de trabalho e em alguns casos, apresentar envolvimento 
psicossocial relevante afetando a qualidade de vida. (JOSÉ LEOPOLDO FERREIRA 
ANTUNES, MARCO AURÉLIO PERES, 2013). 
 
 A dor crônica pode afetar diversos domínios da vida, e é associada a diversos 
distúrbios do sono, perda de apetite, fadiga, perda de libido, da autoestima e das 
interações sociais, também pelo comprometimento da qualidade de vida (alterações 
de sono, humor, depressão, afastamento do trabalho, etc). (ANTUNES, PERES, 
2013). “O bruxismo e outros hábitos bucais tem sido relatados como associados à 
cefaleia.” (ANTUNES, PERES, 2013, p.169). Embora não seja, considerado um fator 
primário para dor facial e cefaleias, ele aumenta o fator de risco, tanto para dores 
crânio faciais como para depressão e sintomas inespecíficos. (ANTUNES, PERES, 
2013). 
 
“O impacto das desordens bucais pode repercutir em outras esferas, alémda 
atividade física e do convívio social”. (ANTUNES, PERES, 2013, p.440). Foram 
avaliadas cinco diferentes formas de determinar as formas que a saúde bucal 
comprometida pode afetar Aparência, dor, conforto e bem-estar, limitação funcional, 
e relação social. (ANTUNES, PERES, 2013). Associados ao bruxismo podem estar 
presentes: sinais e sintomas de disfunção temporomandibular (DTM). Dor dentaria e 
periodontais e, com menor frequência, lesões traumáticas em mucosa. Desgastes 
excessivos dos dentes, bem como o controle da dor quando presente. (SIQUEIRA, 
JOSÉ, et al, 2012). ”Existem indicações de que o bruxismo é relevante para algumas 
alterações estruturais na articulação (ATM) e, pelo menos em parte, por algumas 
dores craniofaciais.” (SIQUEIRA, et al; 2012,p.258). Estudos relacionando o 
diagnostico de dor com disfunção mandibular mostraram que pacientes com 
bruxismo com dor miofascial combinada com deslocamento de disco (87,5%). 
.(SIQUEIRA, et al, 2012). 
 
Mialgia esta relacionada ao uso aumentado dos musculo, o sintomas estão 
associados à fadiga e tensão muscular, alguns atores acreditam que a causa se dá 
pelo acumulo de subproduto metabólicos no tecido muscular (OKESON,2008).se a 
 
 
25 
causa não for tratada pode levar de episódios agudos á episódios crônicos, uma vez 
que ela se torna crônica o SNC contribui mais para tal condição.(OKESON,2008) 
 
Figura 3 – Pontos de gatilho miofaciais para os dentes 
 
Fonte: Okeson (2008,p.97) 
 
“Como o SNC é um fator importante nesta condição, ela é referida como 
mialgia centralmente mediada. Mialgia crônica mediada centralmente costuma ser 
muito difícil de resolver, e as estratégias de tratamento devem ser diferentes 
daquelas usadas para desordens miálgicas agudas”. (OKESON,2008;p.135) 
“Formação de zonas desencadeantes de dor a gravidade da dor muscular 
está diretamente relacionada com a atividade funcional do músculo envolvido. 
Portanto, os pacientes geralmente relatam que a dor afeta suas atividades 
funcionais”. (OKESON,2008;p.133) 
Um estudo feito por MOLINA(2002) na qual pesquisadores poderam 
relacionar que os pacientes com bruxismo severo apresentam sintomas e sinais de 
depressão, distúrbios psicossomáticos, dor em locais múltiplos e Somatização, que 
se origina de Impressão de dores ou síndromes corporais provenientes de distúrbios 
psíquicos; Resposta a uma extrema aflição psicológica como Mágoas, desgosto, 
consternação e chegando ao extremo, que são incapazes de serem notados em 
exame clinico convencional. (CURY et al;2002) 
A mais frequente é a fadiga, que é a incapacidade de resistir durante um 
tempo determinado a um esforço sustentado sem que sinais e sintomas de dor e 
desconforto se tornem aparentes. (MOLINA,1997; OKESON,200;ORLANDO,2000) 
 
 
26 
Aumento da atividade muscular tônica Níveis elevados de estresse emocional 
vivenciado pelo paciente aumentam não somente a tonicidade muscular da cabeça e 
do pescoço, como também os níveis de atividade muscular parafuncional, como o 
bruxismo ou o apertamento dentário. (OKESON,2008) 
O musculo torna-se sensível a palpação, com restrição de amplitude de 
movimento, e dolorido com esforços mínimos. (SIQUEIRA, et al, 2012).“Essa 
sensibilidade ocorre por inflamação não infecciosa direta.”(SIQUEIRA, et al , 
2012,p.258). 
Microtrauma se refere a qualquer pequena força aplicada repetidamente às 
estruturas articulares por um longo período de tempo. Pode resultar de uma carga 
articular associada à hiperatividade muscular, Isto pode ser verdadeiro se a atividade 
do bruxismo for intermitente e os tecidos não conseguirem se adaptar. 
(OKESON,2008) 
“bruxismo ou apertamento dentário podem produzir micro trauma aos tecidos 
que estão sendo sobrecarregados (i.e., dentes, articulações ou 
músculos).”(OKESON,2008;p.197) 
Na verdade, na maioria dos pacientes, a sobrecarga gradual nas superfícies 
articulares torna o tecido articular mais espesso e mais tolerante.(OKESON,2008) 
Desordens da musculatura mastigatória: há vários tipos de desordens, é 
importante determinar suas diferenças para o profissional agir da maneira 
correta.(OKESON,2008) 
Condições co-contração protetora, sensibilidade dolorosa muscular local e dor 
miofascial: são comumente encontradas no consultório odontológico, sendo outras 
enfermidades também envolvidas na sua origem. Super. contração e 
superestiramento prolongados e aumento na atividade elétrica .(OKESON,2008) 
Desgastes dentários: A etiologia do desgaste dentário é proveniente quase 
que inteiramente de atividades parafuncionais. Se o desgaste dentário fosse 
associado a atividades funcionais, seria logicamente encontrado nas superfícies 
dentárias funcionais (i.e., cúspides linguais superiores e cúspides vestibulares 
inferiores). Após o exame de pacientes, torna-se evidente que a maioria das facetas 
de desgaste dentário resulta de contatos dentários excêntricos criados por 
movimento típicos do bruxismo. (OKESON,2008) 
 
 
 
27 
O ranger padronizado dos dentes pode causar sensibilidade muscular pós-
exercício (SMPE) em voluntários saudáveis– [...] contrações excessivas dos 
músculos em geral também provocam (SMPE), entre 8 a 24 horas após a 
atividade; o desconforto dura de 1 a 2 dias. .(SIQUEIRA, et al, 2012, p.258). 
 
“O bruxismo é um dos distúrbios que mais contribui para o desgaste dos 
dentes, doença periodontal e distúrbios temporomandibulares”. (MAEHTA et 
al,2000;p.62). 
Algumas estruturas são mais sensíveis ao trauma causado pelo bruxismo 
como: as fibras elásticas posteriores da capsula e o disco articular, que podem 
apresentar sintomatologia dolorosa, desvios laterais e desgastes articulares. 
(CURRY et al,2002) 
“As estruturas auriculares, sendo próximas ao ouvido, causam uma falsa 
sensação de obstrução.” (CURRY et al,2002;p.63) No trabalho de Flores et 
al.(2007), crianças com bruxismo apresentavam menor desempenho escolar pela 
sensação de obstrução auditiva. Se não tratado ou controlado, pode levar a danos 
permanentes. (CURRY et al,2002) 
 
O paciente portador desta parafunção pode apresentar também graus 
diferentes de desgastes dentários, que vão de perda do esmalte a da dentina, que 
podem levar a fraturas e perda de restaurações. Sendo assim é necessário avaliar a 
localização do dente e a força exerda por ele na escolha do material 
restaurador.(OKESON,2008) A diferença entre estes dois tipos de desgaste dentário 
é importante, pois a sua etiologia é um tanto diferente. O desgaste dentário 
secundário ao bruxismo noturno é centralmente induzido e necessita ser controlado 
através da tentativa de controlar os mecanismos centrais. (OKESON,2008) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
Figura 4 – Desgaste dentário intenso secundário ao bruxismo 
. 
Fonte: Okeson (2008,p.162) 
 
Por outro lado, o desgaste dentário causado pela estrutura dentária que está 
invadindo o envelope de movimento funcional pode ser tratado através do ajuste dos 
dentes, para produzir mais liberdade durante os movimentos funcionais. Se estas 
diferenças realmente existem e como o dentista pode diferenciá-las para a seleção 
adequada do tratamento correto ainda precisa ser determinado. O desgaste dentário 
secundário ao bruxismo noturno é centralmente induzido e necessita ser controlado 
através da tentativa de controlar os mecanismos centrais (OKESON,2008) 
 
Figura 5 – Desgaste dentário durante os movimentos de protrusão 
 
Fonte: Okeson (2008,p.161) 
 
Por outro lado, o desgaste dentário causado pela estrutura dentária que está 
invadindo o envelope de movimento funcional pode ser tratado através do ajuste dos 
dentes, para produzir mais liberdade durante os movimentos funcionais. 
(OKESON,2008) 
 
 
29 
Problemas posturais: O bruxismo segundo MOLINA( 1997) poda causar 
problemas posturais, podendo afetar tanto a musculatura mastigatória quanto 
postural, músculos localizados na musculatura cervical da coluna, podendolevar a 
dores crônicas permanentes. (CURRY et al,2002) 
Problemas periodontais: Apos o agravamento é visível à ação no periodonto, 
levando a doenças periodontais, por perda de incersão e perdas ósseas em 
consideração dos traumas oclusais. (CURRY et al,2002) 
 
Figura 6 – Mobilidade dentária 
 
Fonte: Okeson (2008 , p. 160) 
 
Se tratando de periodonto podemos ver recessões nas áreas de estresse 
oclusal, reabsorção da crista óssea alveolar horizontal, espessamento de lamina 
dura, assim gerando hipercementose e cementomas que pode ser visualizados 
através da radiografia. (OKESON,2008) 
O segundo fator que pode causar mobilidade dental são forças oclusais pesadas 
anormais. (OKESON,2008) 
Este tipo de mobilidade está intimamente relacionado com a hiperatividade 
muscular e, portando, se torna um sinal de distúrbio funcional do sistema 
mastigatório (OKESON,2008) (especialmente aquelas direcionadas horizontalmente) 
é aplicado aos dentes, o ligamento periodontal não pode distribuí-las 
adequadamente aos ossos. (OKESON,2008) 
Quando forças horizontais pesadas são aplicadas ao osso, o lado da raiz que 
sofre a pressão destas forças mostra sinais de colapso celular, enquanto o lado 
 
 
30 
oposto (lado de tensão) mostra sinais de dilatação vascular e alongamento do 
ligamento periodontal. Isto aumenta a largura do espaço periodontal em ambos os 
lados do dente (OKESON,2008). Forças verticais são bem aceitas pelas estruturas 
de suporte dos dentes. Este movimento produz forças horizontais, que não são bem 
aceitas e aumentam a probabilidade de danos aos dentes e/ou às estruturas de 
suporte. 
A mobilidade dentária pode resultar de dois fatores: perda de osso de suporte 
(doença periodontal) e forças oclusais pesadas não usuais (oclusão traumática). 
(OKESON,2008) 
“Dentes desvitalizados, por serem friáveis são facilmente fraturados devido 
aos traumas oclusais. Se tratando de dentes isolados pode levar a extrusão e 
agravamento da situação.” (OKESON,2008;p.252) 
 Impactos anatômicos: utilizaram sensores colocados sobre a placa de mordida, e 
observaram que as forças de mordida aplicadas durante a noite eram superiores as 
forcas máximas voluntarias que ocorrem durante o dia, e por isto afirmaram que o 
bruxismo noturno é muito danoso para as estruturas anatômicas, principalmente 
músculos, dentes, osso alveolar e articulações.(CURRY et al,2002) 
“Alguns pacientes são mais suscetíveis a sinais e sintomas que outros, 
chamada de teoria do “elo fraco”, que diz que determinadas forcas aplicadas sobre o 
aparelho mastigatório” podem alcançar determinadas intensidades em alguns 
indivíduos”. CURRY et al, 2002;p.64). assim provocando dores e sinais e sintomas 
em indivíduos menos tolerância. 
Geralmente é vista como uma diminuição da amplitude dos movimentos 
mandibulares. Quando os tecidos musculares tiverem sido comprometidos pelo 
excesso de uso, qualquer contração ou estiramento aumenta a dor. Portanto, para 
manter o conforto, o paciente restringe os movimentos dentro de uma amplitude que 
não cause o aumento do nível de dor. Clinicamente isto aparece como dificuldade de 
abrir a boca amplamente. (OKESON,2008) 
Lembre-se que a quantidade e a intensidade da carga influenciam 
grandemente na possibilidade de a instabilidade ortopédica causar ou não uma 
desordem de desarranjo do disco. Pacientes com bruxismo e com instabilidade 
ortopédica consequentemente são mais propensos a estes problemas do que 
pacientes sem bruxismo e com a mesma oclusão. (OKESON,2008) 
 
 
31 
“Pacientes com bruxismo pesado apresentam mais sinais e sintomas de DTM, 
dores de cabeça, dores cervicais, mais somatização, distúrbios internos articulares, 
menor grau de abertura de bucal, e maior frequência de sinais e sintomas de 
(DDMF) e fatores psicológicos.”(CURY et al, 2002;p.64) 
“O bruxismo é considerado um dos principais fatores etiológicos de distúrbios 
na ATM e na musculatura mastigatória, podendo iniciar ou potencializar quadros de 
desordens temporomandibulares.” (DIAS et al,2014;p.114) 
Se as estruturas mais fracas (com menor tolerância de força e resistência) 
forem os músculos, o paciente sentira sensibilidade muscular e dor durante os 
movimentos funcionais, isto é podendo causar limitações em abertura de boca. Se 
as ATMS forem a estrutura de menor resistência o paciente sentira dor e 
sensibilidade articular, podendo produzir sons como estalidos ou crepitação. 
(OKESON,2008) 
”A maioria dos doentes com bruxismo e dor na face apresenta dor bilateral, 
descrita como sensação de peso ou aperto, bem como cefaleia na região 
frontotemporal.” (SIQUEIRA, et al, 2012,p.258). Sendo de enorme desconforto para 
o paciente, limitando a qualidade de vida. “Dor, desconforto e deficiência, 
consequências diretas de incapacidades físicas, psicológicas e sociais podem limitar 
nossa capacidade de realizar atividades diárias.” (ANTUNES,PERES,2013,p169). 
DTM: “O que determina se o paciente irá desenvolver DTM é a quantidade de 
carga”. (OKESSON.2008;p.253) Consequentemente, pacientes com bruxismo e 
instabilidade ortopédica apresentam um risco muito mais alto de desenvolver 
problemas quando comparados aos pacientes com a mesma instabilidade. 
(OKESSON,2008). Atividade parafuncional, Seja ela diurna ou noturna, bruxismo ou 
apertamento, esse tipo de atividade muscular pode ser responsável pelos sintomas 
de DTM.(OKESSON,2008) 
Este tendão é suscetível à inflamação da mesma forma que outros tendões 
(i.e., cotovelo). A atividade constante e prolongada do músculo temporal pode 
resultar em uma tendinite do temporal. (OKESSON,2008) 
 
O bruxismo leva aos sinais e sintomas característicos de alguns subgrupos 
de DTM, enquanto outras sugerem que o bruxismo em si é uma DTM que 
pode coexistir com outras formas ou subgrupos de disfunção. .(SIQUEIRA, 
et al, 2012, p.258). 
 
 
32 
 
Alargamento do Espaço Periodontal. O aumento da mobilidade está 
diretamente relacionado com a reabsorção do osso de suporte nos aspectos laterais 
dos dentes. (OKESSON,2008) 
Osteoesclerose. No geral, quando um tecido é submetido a forças pesadas, é 
provável que ocorra um dos dois processos. (OKESSON,2008) 
Hipercementose. A atividade hipertrófica pode também ocorrer no cemento, 
com uma aparente proliferação do cemento. (OKESSON,2008) 
Abfração O desenvolvimento de abfrações geralmente aumenta com a idade. 
A etiologia das abfrações é muito debatida. (OKESSON,2008) 
Alguns sugeriram que as abfrações são os resultados da flexão da raiz na 
região cervical, quando o dente é submetido a cargas oclusais pesadas. Se isto for 
correto, então, o bruxismo é uma causa provável. (OKESSON,2008) 
Qualidade do sono: Parece haver uma relação entre algumas condições de 
dor e a qualidade do sono do paciente. É importante, portanto, que a qualidade do 
sono do paciente seja avaliada. Atenção especial deve ser dada quando o paciente 
relata acordar durante a noite com dor ou quando a dor na realidade acorda o 
paciente. (OKESSON,2008) 
Bruxismo pode levar ao insucesso os implantes dentários devido às fraturas 
implantares, dependendo da força, frequência e duração. (PRIMO,2009). Para tanto 
que para realização de reabilitação oral o bruxismo seja descartado. (PONTES et 
al;2003) 
Entretanto os indivíduos que apresentam mais sinais e sintomas são 
indivíduos com menos resistência adquirida, quando se trata em sintomas 
musculares, isso porque o paciente com bruxismo severo apresenta um musculo 
masseter mais evoluído e com hipertrofia, assim tolerando com mais resistência os 
episódios. Estudo pouco aprofundado sobre substancias neuroquímicas chamada 
de catecolaminas, são substancias que agem no sistema nervoso central; a 
dopamina contribui pra mais da metade composta no SNC, acreditam se que ela é 
responsável pela inibição do movimentos espontâneos e tem ligação com 
manifestações de estresse. Assim podemos relacionar com o bruxismo.(DIAS et 
al,2014) 
 
 
33 
”Esse envolvimento do sistema nervoso autônomo com os movimentos 
mandibulares sugere que o bruxismo seja mediado centralmente por vários 
neurotransmissores principalmente pelo sistema dopaminérgico “(DIAS et 
al,2014;p.114). Nesses indivíduos um evento de bruxismo durante o sono 
claramente seria mais provável de causar problemas do que um apartamento 
máximo durante um período que estivesse acordado. Mais recentemente, 
demonstrou que 66% dos eventos de bruxismo noturno eram maiores que a força da 
mastigação, mas apenas 1% dos eventos excedeu a força máxima do apertamento 
voluntário. (OKESON,2013) 
 
Tabela 3 – Comparação das atividades funcional e parafuncional usando cinco 
fatores comuns 
 
Fonte: Okeson (2008,p.123) 
 
Contatos dentários durante as atividades parafuncionais são mais difíceis de 
avaliar, pois pouco se sabe a respeito da quantidade de força aplicada aos dentes. 
Estabeleceram que uma significante quantidade de atividade muscular consiste 
contrações que são maiores do que aquelas usadas meramente para deglutir e que 
são mantidas. (OKESSON, 2008) 
Se 36 kg de força são aplicados por segundo, produzem-se 17.507 kg por 
segundo por noite, o que representa três vezes a quantidade da atividade funcional 
por dia. Pode-se facilmente perceber que a força e a duração dos contatos dentários 
durante as atividades parafuncionais trazem consequências muito mais sérias para 
as estruturas do sistema mastigatório do que nas atividades funcionais. 
Tal atividade resulta na aplicação de forças pesadas em poucos dentes e com 
a articulação numa posição instável e, consequentemente, há um aumento na 
probabilidade de surgirem consequências patológicas nos dentes e articulações. 
 
 
34 
Isto permite um aumento da atividade parafuncional, que eventualmente 
alcança altos níveis, sufi cientes para causar um colapso das estruturas envolvida. 
 
 
 
Figura 7 – Atividade do masseter / Horas de sono 
 
Fonte: Okeson (2008,p.124) 
A maioria dos indivíduos possui algum tipo de atividade parafuncional que 
nunca resulta em alguma consequência maior. Contudo, algumas vezes, a atividade 
parafuncional precipita problemas e a terapia necessita ser direcionada para o seu 
controle. Em outras circunstâncias, ela pode não ser a causa principal dos sintomas 
de DTM, mas um fator perpetua-te que mantém ou acentua os sintomas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
Figura 8 – Relação de longo prazo do estresse, atividade muscular e dor 
 
Fonte: Okeson (2008,p.125) 
Quando um único indivíduo é monitorado por um longo período de tempo. À 
medida que o indivíduo, se depara com um evento estressante, a atividade noturna 
do masseter aumenta. Vale ressaltar que estudos mais recentes consideraram esta 
relação como verdadeira em apenas uma pequena porcentagem dos pacientes 
estudados, a maioria dos indivíduos possui algum tipo de atividade parafuncional 
que nunca resulta em alguma consequência maior. (OKESSON,2008) 
Atividades parafuncionais devem ser também avaliadas. O paciente deve ser 
questionado com relação a bruxismo, apertamento dentário ou qualquer outro hábito 
oral. Deve-se lembrar de que estas atividades geralmente ocorrem em um nível 
subconsciente e o paciente pode não ser preciso no seu relato (como apertamento e 
bruxismo). (OKESSON,2008) 
Níveis aumentados de estresse emocional podem afetar a função muscular por 
aumentar a atividade em repouso (co-contração protetora), aumentar o bruxismo, ou 
ambos. Níveis elevados de estresse emocional também ativam o sistema nervoso 
simpático, o que pode, por si só, ser uma fonte de dor muscular. (OKESSON,2008) 
 
 
 
36 
4. TRATAMENTOS INDICADOS 
 
Considerando-se que a etiologia do bruxismo é multifatorial, as diferentes 
formas de tratamento devem ser aplicadas para o paciente. (KARINA EIRAS DELA 
COLETA PIZZOLA et al, 2006). O tratamento desta parafunção deve ser 
cuidadosamente estudada, se tratando que cada paciente tem seu grau e etiologia 
diferente, por se tratar de uma doença com vários fatores. 
 A literatura fornece inúmeras opções terapêuticas para o tratamento do 
bruxismo, entretanto nenhuma delas tem estudos controlados e de longo prazo que 
confirmem sua eficácia. (SIQUEIRA, et al, 2012). “A terapêutica atual visa controlar 
seus efeitos secundários, como os desgastes dentários e a dor muscular 
mastigatória. São citados: medicação, higiene do sono, relaxamento e aparelhos 
intra orais.” (SIQUEIRA, et al, 2012, p.259). 
Placa de mordida é indicada como meio paliativo, para proteção dos 
elementos dentais, permitindo maior relaxamento dos músculos hipertrofiados e 
relaxamento para a ATM. (PRIMO,MIURA,CERANTO,2009) 
Relata se uma diminuição significativa de episódios de bruxismo e 
microdespertares nos primeiros 15 dias, também facilitaram a abertura das vias 
aéreas superiores durante o sono, enquanto a espessura da placa favoreceu a 
abertura da bucal, e consequentemente diminuído os episódios. (SIQUEIRA, et al, 
2012. 
A terapia oclusal reversível altera a condição oclusal do paciente apenas 
temporariamente, e é mais bem executada com uma placa oclusal. Essa placa é um 
aparelho em acrílico usado sobre os dentes de uma arcada, que apresenta uma 
superfície oclusal que cria e altera a posição mandibular e o padrão de contato dos 
dentes A posição mandibular e oclusão exatas dependerão da etiologia da 
desordem. Quando se trata uma atividade parafuncional, a placa fornece uma 
posição mandibular e uma oclusão que se encaixam nos critérios de relações 
oclusais ideais.(OKESON,2008) Assim, quando a placa está sendo utilizada, é 
estabelecido um padrão de contato oclusal que se encontra em harmonia com a 
relação côndilo-disco-fossa ideal para o paciente. Portanto, a placa fornece 
estabilidade ortopédica. Esse tipo de placa tem sido usado para diminuir os sintomas 
 
 
37 
associados a várias DTMs assim como também diminui a atividade 
parafuncional.(OKESON,2008) 
FIGURA 9 – Aparelho oclusal superior de arcada completa, um tipo de terapia 
oclusal reversivel 
 
Fonte: Okeson (2008,p.274) 
 
Logicamente, a estabilidade ortopédica é mantida somente enquanto a placa 
está sendo usada, sendo assim considerado um tratamento reversível. Uma placa 
oclusal que utiliza a posição condilar músculo-esqueleticamente estável (relação 
cêntrica) é referida como placa estabilizadora. Terapia oclusal irreversível é qualquer 
tratamento que altere permanentemente a condição oclusal e/ou a posição 
mandibular.(OKESON,2008) 
Modelos Montados, durante o exame, o dentista identificar uma instabilidade 
ortopédica significativa, os modelos de estudos montados em articulador podem ser 
extremamente úteis para uma avaliação da condição oclusal.(OKESON,2008) 
Os modelos de estudo montados podem ser de grande valor, não só como 
um registro básico das relações dos dentes e maxilares, mas também como uma 
avaliação dos efeitos do bruxismo ao longo do tempo. Os dentistas devem manter 
em mente que uma dor muscular e articular aguda e um edema articular podem 
diminuir a precisão da montagem. Portanto, uma análise oclusal é mais confiável 
após ter-se solucionado o processo de doença aguda. .(OKESON,2008) 
Níveis aumentados de estresse emocional podem afetar a função muscular 
por aumentar a atividade em repouso (co-contração protetora), aumentar o 
bruxismo, ou ambos. Níveis elevados de estresse emocional também ativam o 
sistema nervoso simpático, o que pode, por si só, ser uma fonte de dor muscular. A 
ativação do sistema nervoso autônomo pode também estar associada a outras 
desordens psicofisiológicas comumente associadas à DTM, tais como a síndrome do 
cólon irritado, síndrome pré-menstrual e cistite intersticial. É extremamente 
 
 
38 
importante que o clínico reconheça essa relação e altere os tratamentos 
apropriadamente (OKESON,2008). 
 
Essa atividade muscular aumentadapode não apenas estar somente 
associada a apertamento e/ou bruxismo como pode meramente representar um 
aumento generalizado da tonicidade muscular. Assim, pode ser feita uma correlação 
entre níveis elevados de ansiedade, medo, frustração, raiva e hiperatividade 
muscular. (OKESON,2008) 
Infelizmente, contudo, nenhum teste psicológico pode ser feito para 
determinar se esses estados emocionais estão contribuindo para a hiperatividade 
muscular. O paciente deve ser instruído a desocluir rapidamente os dentes toda vez 
que eles entrarem em contato que não seja durante a mastigação, deglutição e fala. 
Essa posição de repouso não somente diminui a atividade, e conseqüentemente a 
dor muscular, como também minimiza a pressão interarticular, promovendo o reparo 
da articulação. Esse exercício simples deve ser repetido todos os dias até que se 
adquira o hábito de manter a mandíbula nessa posição de repouso durante todo o 
dia. (OKESON,2008) 
Toxina botulínica: Visa interromper, ao menos de modo temporário, á 
atividade no musculo mastigatório, indicados a injeção da substância nos músculos 
masseteres e temporais. Na dor miofascial mastigatória persistente o uso de toxina 
tipo A não se mostrou relevante. (SIQUEIRA, et al, 2012) 
Fármacos: Algumas tentativas do tratamento com o bruxismo não mostraram 
resultados favoráveis. Não existe evidencias que o bruxismo idiopático seja 
controlado por medicamentos. Os efeitos colaterais ultrapassam os benefícios. 
(SIQUEIRA, et al, 2012). Certas drogas dopaminérgicas, serotoninérgicas, e 
adrenérgicas diminuem ou exacerbam o bruxismo. (SIQUEIRA, et al, 2012). 
Na esfera farmacológica podemos citar medicamentos paliativos no tratamento do 
bruxismo, dentre eles estão, analgésicos, antiiflamatorios, miorelaxantes,ansiolíticos 
e antidepressivos. (ZUANON et al.,1999). 
Antidepressivos: O efeito terapêutico dessa drogas parece estar relacionado à 
sua capacidade de aumentar a disponibilidade das aminas biogênicas serotonina e 
norepinefrina na junção sináptica no sistema nervoso central (OKESON,2008). 
 
 
39 
Os antidepressivos tricíclicos são benéficos em doses tão baixas quanto 10 
mg no tratamento da dor de cabeça do tipo tensional e dor músculo-esquelética. 
Eles diminuem o número de vezes em que se desperta durante a noite, aumentam o 
estágio IV (delta) do sono, e diminuem acentuadamente o tempo gasto com o sono 
REM (rapid eye movement). Por essas razões, eles podem ter potencial no 
tratamento de certos tipos de bruxismo noturno, assim como para melhorar a 
qualidade do sono. (OKESON,2008). 
As drogas mais comumente utilizadas em abuso pelos pacientes são os 
analgésicos narcóticos e os tranquilizantes. Elas fornecem um breve período de 
euforia ou sensação de bem-estar e podem às vezes se tornar uma recompensa 
inconsciente pela dor sofrida. O uso continuado de drogas tende a levar a ciclos de 
dor mais freqüentes e menos eficácia das drogas (OKESON,2008). 
A sugestão geral é que, quando se indicam drogas para DTMs, elas devem 
ser prescritas em intervalos regulares por um período específico (p.ex., três vezes ao 
dia durante 10 dias) (OKESON,2008). 
Exercícios físicos: existem evidencias que os exercícios alteram a arquitetura 
do sono, reduzem distúrbios de movimento e estimulam a secreção de endorfinas. 
Produzem alterações no musculo estriado, consequentemente devido à liberação de 
dopamina. (SIQUEIRA, et al, 2012).“Ate o presente momento não existem estudos 
controlados e consenso sobre o tratamento do bruxismo propriamente dito.” 
(SIQUEIRA, et al, 2012, p.260). 
Modalidades de Fisioterapia. As modalidades de fisioterapia representam os 
tratamentos físicos que podem ser aplicados ao paciente. Elas podem ser divididas 
nos seguintes tipos: termoterapia, terapia de resfriamento, ultra-som, fonoforese, 
iontoforese, estimulação eletrogalvânica (EGS), estimulação nervosa elétrica 
transcutânea (TENS), acupuntura e laser. Termoterapia. A termoterapia usa o calor 
como um mecanismo primário e é baseada na premissa de que o calor aumenta a 
circulação na área aplicada. Embora a origem da dor muscular seja incerta e 
complexa, a maioria das teorias discute que a condição inicial de diminuição de fluxo 
sangüíneo para os tecidos é responsável pela mialgia associada à sensibilidade 
dolorosa muscular local.(OKESON,2008) 
A termoterapia neutraliza isso criando uma vasodilatação nos tecidos 
comprometidos, levando à redução dos sintomas. Essa combinação deve 
 
 
40 
permanecer no lugar por 10 a 15 minutos, não excedendo 30 minutos. Assim como a 
termoterapia, a terapia de resfriamento provou ser um método simples e 
freqüentemente eficaz de redução de dor. A sugestão que tem sido feita é que o frio 
estimula o relaxamento dos músculos que se encontram em espasmo, aliviando, 
assim, a dor associada. O gelo deve ser aplicado diretamente sobre a área afetada e 
em movimentos circulares sem pressão nos tecidos moles. A continuação com o 
gelo vai resultar em uma dor leve e depois em dormência. Quando iniciar a 
dormência, o gelo deve ser removido. Acredita-se que durante o aquecimento haja 
um aumento no fluxo sangüíneo para os tecidos que auxilia na reparação tecidual 
(OKESON,2008). 
Outra técnica de modulação da dor, a acupuntura usa o próprio sistema 
antinociceptor do organismo para reduzir os níveis de dor. A estimulação de certas 
áreas (ou pontos de acupuntura) parece causar a liberação de endorfinas, o que 
reduz as sensações dolorosas através da estimulação de interneurônios aferentes 
com estímulos abaixo do limiar de gatilho (OKESON,2008). 
 
Figura 10 – Agulhas de acupuntura colocadas na face 
 
Fonte: Okeson (2008,p.287) 
A acupuntura esta se mostrando muito eficaz na redução das atividades 
musculares do masseter e temporal anterior,(DALLANORA et al.,2004) assim 
auxiliando na diminuição das contrações e sua intensidade. 
 
 
41 
Posição de dormir: Poucos estudos foram realizados sobre a relação da 
posição de dormir e o bruxismo. Mas os pesquisadores especularam que os 
pacientes rangiam mais os dentes quando estavam deitados de lado, em 
comparação ao dormir de costas. Foram tambem relatado que pacientes com 
bruxismo mudam mais de posição durante o sono do que individuos não 
bruxomanos. (OKESON,2008) 
 
Eletromiografia Nos anos recentes, tem-se dado muita atenção para o uso de 
registros de eletromiografia (EMG) nos diagnósticos e tratamentos das DTMs. 
Originalmente, os especialistas acreditavam que se um músculo dolorido estivesse 
em espasmo, uma atividade EMG aumentada seria registrada no músculo envolvido. 
Embora isto provavelmente seja verdade para mioespasmos, os estudos agora 
demonstram que dor muscular geralmente não está associada a qualquer aumento 
signifi cativo na atividade EMG. A maioria das dores musculares parece ser o 
resultado de uma sensibilidade dolorosa muscular local, dor miofascial ou mialgia 
centralmente mediada. (OKESON,2008) 
Como podemos considerar a doença é multifatorial, sendo assim pode se 
exigir também um tratamento multiprofissional, como fisioterapeutas e psicólogos. 
Os fisioterapeutas podem ser eficaz realizando o uso de correntes elétricas 
continuas (T.E.N.S.), com objetivo de alcançar o relaxamento muscular. 
(PRIMO,MIURA,CERANTO,2009) 
Outras teraprias complementares inovadoras que podemos encontrar é a 
hipnose, florais e fitoterápicos, que são usados para controlar os níveis de 
ansiedade.(PRIMO,MIURA,CERANTO,2009,). O dentista deve-se ficar sempre 
atento para o tratamento adequado para assim ter um prognostico favorável e 
duradouro. 
Dois tipos de terapia de relaxamento podem ser instituídos para reduzir os 
níveis de estresse emocional: substitutiva e ativa. A terapia de relaxamento 
substitutiva pode ser tanto uma substituição de fatores estressantes quanto uma 
interposição entre eles numa tentativa de diminuir seu impacto sobre o paciente. Ela 
é mais precisamentedescrita como modificação comportamental, e pode ser 
qualquer atividade apreciada pelo paciente que o remova da situação de estresse. 
Os pacientes são encorajados a se afastar, quando possível, dos fatores 
 
 
42 
estressantes e substituí-los por outras atividades que o agradem, como ter mais 
tempo para esportes, hobbies ou atividades recreativas. Tais atividades são 
consideradas mecanismos externos de liberação de estresse e levam a uma 
redução geral do estresse emocional apresentado pelo paciente. O limiar para o 
feedback é ajustado de tal forma que as atividades funcionais de fala e deglutição 
podem ocorrer sem desencadear resposta alguma. Durante o dia, o paciente deve 
considerar que qualquer som emitido pelo instrumento indica apertamento ou 
bruxismo.(OKESON,2008) 
A terapia teria como objetivo o estabelecimento de uma relação côndilo/disco 
mais favorável que irá aliviar a carga dos tecidos retrodiscais e transferi-la para o 
disco. Paciente deve ser estimulado a movimentar a mandíbula dentro de limites 
indolores para que os proprioceptores e os mecanoceptores no sistema músculo-
esquelético sejam estimulados. Essa atividade parece estimular o retorno à função 
muscular normal. Dessa forma, o uso cuidadoso e ponderado do músculo pode 
favorecer o desaparecimento da sensibilidade dolorosa muscular local. Em seguida 
depois desenvolva técnicas para eliminar esses contatos (consciência cognitiva). O 
paciente é instruído a manter os lábios juntos e os dentes separados 
(OKESON,2008). 
 Quando o estresse emocional parece ser um contribuinte significativo para a 
sensibilidade dolorosa muscular local, as técnicas que reduzem o estresse e 
promovem o relaxamento devem ser encorajadas para que assim possa haver 
ganho na qualidade de vida do paciente. 
As placas macias também têm sido recomendadas para pacientes que 
exibem altos níveis de apertamento e bruxismo. Parece razoável que elas auxiliem a 
dissipar algumas forças de cargas pesadas encontradas durante a atividade 
parafuncional. (OKESON,2008) Além disso, quando um indivíduo utiliza uma placa 
todas as noites, ainda pode haver um retorno do bruxismo conforme o paciente se 
acomoda ao estímulo sensitivo alterado 
Segundo CULANI et al (2012) a polissonografia(PSG) e o índice Reseach 
Diagnostic Criteria (RDC/TMD) é melhor meio para diagnostico do bruxismo noturno, 
no qual o exame pode diferenciar os movimentos funcionais dos parafuncionais 
durante o sono. 
 
 
 
43 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
No trabalho atual trabalhou-se sobre o impacto do bruxismo na qualidade de 
vida das pessoas, buscando melhorar a vida e o cotidiano dos pacientes que sofrem 
desta parafunção. Com essa pesquisa descobrimos que o bruxismo não tem uma 
cura definitiva, mas meios que podem fazer a vida dos portadores menos 
comprometedoras. 
Sabendo que a causa do bruxismo se da por meios psicológicos e por usos 
externos de estimulantes podemos alertar as pessoas futuras um meio de se 
preparar ou evitar tal parafunção. Alertando o quão importante é manter o equilíbrio 
para que mais tarde não traga consequências a saúde. 
Demostrando todos os impactos que podem causar a saúde do individuo, 
podemos conscientizar os pacientes a procurarem a ajuda especializada desde já, 
para assim evitar um maior compromentimento da saúde e melhorar a qualidade de 
vida, não deixando o caso crônico e de difícil recuperação. 
Os tratamentos do bruxismo podem ajudar os pacientes a procurarem meios 
mais eficientes, e de fácil ação para combater a parafunção, encontrando meios 
inovadores.O assunto não é muito estudado e existem pouca pesquisa sobre ele, 
dificultando assim encontrar respostas de qualidade 
 
 
 
 
 
 
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