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PEDAGOGIA-EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

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42
 FACULDADE SANTA FÉ/IDESP
CURSO DE PEDAGOGIA 
MARIA CLARA VELOSO TRACHTENBERG
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: desafios dos programas educacionais em relação ao processo de inclusão escolar
São Luís
2018
MARIA CLARA VELOSO TRACHTENBERG
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: desafios dos programas educacionais em relação ao processo de inclusão escolar
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Faculdade Santa Fé como requisito básico para obtenção do Grau de Licenciatura em Pedagogia.
Orientador (a): Profª. Esp. Kennia Magdala de Sousa Melonio.
São Luís
2018
	Trachtenberg, Maria Clara Veloso
 Educação de jovens e adultos: desafios metodológicos em relação ao processo de inclusão escolar / Maria Clara Veloso Trachtenberg – São Luís, 2018.
 50f.
Monografia (Graduação) – Curso de Pedagogia. Faculdade Santa Fé, 2018.
1. Educação de Jovens e Adultos – inclusão escolar. 2. EJA – Políticas educacionais. 3. Lei de Diretrizes e Bases. I. Melonio, Kennia Magdala de Sousa (Orientadora). II. Título.
 CDU: 374.7
MARIA CLARA VELOSO TRACHTENBERG
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: desafios dos programas educacionais em relação ao processo de inclusão escolar
Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Faculdade Santa Fé como requisito básico para obtenção do Grau de Licenciatura em Pedagogia.
Aprovada em: ____/____/____
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________
Profª. Esp. Kennia Magdala de S. Melonio (Orientadora)
Faculdade Santa Fé
______________________________________________
1º EXAMINADOR
Faculdade Santa Fé
______________________________________________
2º EXAMINADOR
Faculdade Santa Fé
A minha família, pelo apoio, dedicação, incentivo e colaboração constantes.
AGRADECIMENTOS
A Deus, fonte de amor e justiça, por dar-me serenidade para aceitar minhas limitações e força para vencer os obstáculos.
A minha mãe Dircinha Costa Leite pelo amor, pela dedicação, pelos incentivos constantes e principalmente pelos ensinamentos que foram fundamentais para que eu chegasse até aqui.
A meu esposo Vicente Ferrer Campos pelo incentivo, apoio, compreensão e colaboração em todos os momentos. 
A minhas tias Emilia Costa Leite Veloso e Elizabeth Costa Leite Veloso pela colaboração e ajuda sempre que precisei.
Ao Corpo Docente do Curso pelos ensinamentos e apreindizado.
A minha orientadora Profª Especialista Kennia Magdala de S. Melonio pelo acompanhamento, paciência, compreensão, dedicação e principalmente por compartilhar comigo seus conhecimentos.
A todos aqueles que não foram citados, mas que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.
É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade.
 Immanuel Kant
RESUMO
Este trabalho tem o objetivo de identificar os principais fatores que colaboram no processo de inclusão escolar na Educação de Jovens e Adultos. A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino considerada como espaço de construção de conhecimentos, e como um processo educativo de inclusão social, pois possibilita a oportunidade para muitas pessoas que não tiveram acesso aos estudos em idade própria. Resulta de uma pesquisa bibliográfica baseada em textos impressos e eletrônicos. Apresenta ainda como procedimentos metodológicos a pesquisa exploratória, descritiva, sendo que os instrumentos de coleta de dados foi o questionário aplicado junto aos professores e alunos da EJA da U. E. B. Ensino Fundamental Luís Viana. Aborda-se um breve histórico da educação de jovens e adultos, bem como sobre a educação de jovens e adultos a partir da constituição de 1988, e a Lei de Diretrizes e Bases e a EJA. Discorre ainda das políticas para a educação de jovens e adultos. E, a sexta seção são apresentadas as considerações finais da pesquisa destacando que através dos resultados obtidos, conseguiu-se atender aos objetivos propostos.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Inclusão escolar. Lei De Diretrizes e Bases.
ABSTRACT
This work aims to identify the main factors that contribute to the process of school inclusion in youth and adult education. Youth and Adult Education is a teaching modality considered as a space for building knowledge, and as an educational process of social inclusion, as it provides the opportunity for many people who did not have access to studies of their own age. It results from a bibliographical research based on printed and electronic texts. It also presents as exploratory and descriptive methodological procedures, and the data collection instruments were the questionnaire applied to the teachers and students of the EJA of U. E. B. Elementary School Luís Viana. A brief history of youth and adult education, as well as the education of young people and adults as of the 1988 constitution, and the Law of Guidelines and Bases and the EJA are discussed. It also discusses policies for the education of youth and adults. And, the sixth section presents the final considerations of the research highlighting that through the obtained results, it was possible to meet the proposed objectives.
Keywords: Youth and Adult Education. School inclusion. Law of Guidelines and Bases.
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
EJA	Educação de Jovens e Adultos
FUNDEB	Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
FUNDEF	Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério
LDB	Lei de Diretrizes e Bases
MEC	Ministério da Educação 
MOBRAL	Movimento Brasileiro de Alfabetização
MTE	Ministério do Trabalho e Emprego
PBA	Programa Brasil Alfabetizado e educação de Jovens e Adultos
PNE		Plano Nacional de Educação
PNPE		Programa Nacional de Estímulo ao primeiro Emprego
PRONASCI	Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania
SECAD	Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade
SECADI	Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
SNJ	Secretaria Nacional de Juventude
SPPE	Secretaria de Políticas Públicas de Emprego
UEB	Unidade de Educação Básica
	
SUMÁRIO 
1	INTRODUÇÃO	10
2	ABORDAGEM HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS	12
2.1	A Educação de Jovens e Adultos a partir da Constituição de 1988	16
2.2	A Lei De Diretrizes e Bases e a EJA	19
3	AS POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS	24
3.1	O Programa Brasil Alfabetizado e educação de Jovens e Adultos (PBA)		26
3.2	O Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem)	27
3.3	O Programa Nacional de Integração da Educação Profissional (Proeja)		29
4	ASPECTOS METODOLÓGICOS	30
4.1	Caracterização da Escola	31
4.2	Análise e discussão dos dados	32
4.2.1	Análise da professora	32
4.2.2	Análise dos alunos	33
5	CONCLUSÃO	40
	REFERÊNCIAS	44
	APÊNDICE A - QUESTINÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES	47
	APÊNDICE B - QUESTINÁRIO APLICADO AOS ALUNOS DA EJA	48
	ANEXOS	49
1 INTRODUÇÃO 
É possível perceber certa convergência dos pensamentos nos conceitos realizados sobre a inclusão na educação de jovens e adultos. Nesta perspectiva cabe ainda ressaltar que é bastante ampla as áreas de conhecimento que tratam do termo inclusão social e consequentemente da exclusão social, de tal maneira que tem sido um ponto de inúmeras discussões na sociedade contemporânea e o centro de grandes polêmicas. Numa palavra, pode-se dizer que são as políticas de inclusão que, lamentavelmente, não têm sido suficientes diante dos complexos problemas sociais pelos quais passam as sociedades atuais.
Pode-se assim dizer que a inclusão social tem sido amplamente discutida nas ciências humanas e sociais. A intenção é assim buscar estratégias eficazes para efetivamente implementá-las nos contextos sociais, tais preocupais são legítimas e atuais, e ganha maior relevância quando se busca contextualizar característicasde determinadas populações em seus aspectos culturais, sociais, econômicos.
A inclusão educacional de jovens e adultos está diretamente associada às pessoas que não possuem as mesmas chances dentro da coletividade e também àqueles que não têm condições econômicas de acordo com os padrões conferidos pela sociedade. Pode-se exemplificar que as principais características impulsionadoras da inclusão social são: idade; preconceito racial; deficiência; educação; origem geográfica; classe social, assim como a admissão do cidadão na sociedade por meio da escolarização e do trabalho.
Espera-se que essa pesquisa seja relevante para o estudo sobre o tema abordado, corroborando para novas indagações e conclusões, servindo de suporte para as áreas de humanas, filosófica e afins. 
Nesse sentido, o presente trabalho apresenta o seguinte problema de pesquisa: como pode-se perceber a inclusão educacional no ensino de jovens e adultos, mesmo com todos os avanços tecnológicos, aprimoramento de maquinários e melhorias no ambiente de trabalho e nas práticas pedagógicas?
No caso, do presente estudo, abordou-se a inclusão educacional no ensino de jovens e adultos, com base nos principais teóricos da educação, por meio de revisão da literatura disponível, ou seja, fontes primárias de informação como livros, artigos, teses, dissertações, monografias, entre outros referentes ao assunto. 
Os estudos pragmáticos sobre a educação colaboram para o entendimento de toda a base metodológica na educação básica, ou seja, trazem uma melhoria na qualidade de conhecimentos repassados pelo professor aos seus alunos, fazendo com que este aluno pense de forma reflexiva os conteúdos, fugindo da velha educação bancária que insiste nas escolas até hoje. 
Quando se sustentam estas prerrogativas na perspectiva da inclusão no ensino de jovens e adultos, esta realidade necessita de vários olhares e metodologias, pois se trata de uma clientela totalmente diferente dos alunos da educação básica que seguem os procedimentos regulares.
A inclusão, por si só, já é um tema muito complexo em sua prática, pois além de toda uma programação paradigmática, necessita também do conhecimento de uma série de pressupostos como aspectos culturais, econômicos, ambientais, psicológicos etc. 
Assim, esta pesquisa tem como objetivo geral: Identificar os principais fatores que colaboram no processo de inclusão escolar na Educação de Jovens e Adultos. E, como objetivos específicos: levantar os principais fatores que contribuem para a inclusão escolar na perspectiva de educação de jovens e adultos; analisar as variáveis que provocam, de forma mais significativa, a inclusão escolar entre jovens e adultos; e demonstrar as principais iniciativas e metodologias acerca da inclusão escolar na educação de jovens e adultos.
O presente trabalho apresenta ainda, a seguinte estrutura: a primeira seção apresenta a introdução, no qual aborda o tema de forma geral, o problema da pesquisa, os objetivos, bem como a estrutura do trabalho. A segunda faz-se um breve histórico da educação de jovens e adultos, descreve a educação de jovens e adultos a partir da constituição de 1988, destacando ainda a Lei De Diretrizes e Bases e a EJA.
A terceira seção apresenta as políticas para a educação de jovens e adultos, ressaltando o Programa Brasil Alfabetizado e educação de Jovens e Adultos (PBA), o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem), e o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional (Proeja). A quinta seção evidencia os aspectos metodológicos em relação ao processo de inclusão escolar na EJA. E, a sexta seção são apresentadas as considerações finais da pesquisa destacando que através dos resultados obtidos, conseguiu-se atender aos objetivos propostos.
2 ABORDAGEM HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Para dar início a análise sobre o contexto histórico da educação faz-se necessário uma retrospectiva da construção deste processo no Brasil, pontuando os principais aspectos que a engendraram enquanto política. 
Segundo Bello (2001) tal processo tem seu marco com a chegada dos padres jesuítas no Brasil por volta de 1549. Neste período os habitantes do Brasil eram os índios sendo eles os próprios autores de seus costumes, cultura e formas educativas. Com a chegada dos jesuítas inicia-se uma disseminação de novos costumes, linguagem, cultura típico europeia, pois tomaram a frente dos trabalhos educativos com objetivo de propagar a fé católica. 
Nesta oportunidade, fundaram muitas escolas onde se aprendia a ler, escrever, contar e até mesmo falar português, por meio do Irmão Vicente Rodrigues até então professor e religioso que se dedicava a ensinar os índios e a convertê-los a fé católica. Os jesuítas perceberam que seus objetivos não seriam alcançados se os índios não soubessem ler e escrever. 
A educação dada pelos jesuítas foi transformada em educação de classe, com as características que tão bem distinguiam a aristocracia rural brasileira, e sua influência atravessou todo o período colonial e imperial atingindo ainda parte do período republicano.
Dessa forma, vale ressaltar que o sistema de educação que primeiramente se instala no Brasil é configurado de segundas intenções, assumindo um caráter não só pedagógico, mas de converter os índios ao catolicismo e satisfazer as necessidades da Igreja Católica de manter sua hegemonia. 
Na passagem do Império para a República, as elites intelectuais entusiasmadas com a possibilidade de construção de um novo país, livre do regime de trabalho escravo e do arcaico arcabouço jurídico-político da monarquia, discutiam os rumos da nação defendendo ideias sobre federalismo, democracia e educação para todos.
No entanto, uma vez consolidado o novo governo, os intelectuais progressistas foram afastados da composição do poder pelas oligarquias agrárias, que defendiam posições mais conservadoras. Os grandes temas nacionais e entre eles o problema da educação foram omitidos por uma política de estilo ruralístico e oligárquico, padronizada pelo “voto de cabresto”, fraudes eleitorais, coronelismo, etc.
Com a chegada da Família Real, em 1808, pontuamos mais um marco na trajetória da educação, com a situação de extremo descaso que a educação se encontrava. D. João VI fugindo de Napoleão se acomodou no Brasil onde possibilitou algumas mudanças. 
A abertura dos portos não trouxe somente a Família Real, mas uma reforma no sistema educacional. Sinalizamos como exemplo reformas no âmbito educacional: o acesso de brasileiros a livros, a abertura de Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina, a Biblioteca Real, o Jardim Botânico, a circulação do primeiro Jornal e também destacamos como marco a Imprensa Régia, que representou uma forma de trazer informação para a população brasileira tornando-se propício para divulgações políticas que viera a ocorrer posteriormente.
Para muitos autores e estudiosos este período representou o verdadeiro descobrimento do Brasil, possibilitando uma reforma no sistema educativo, porém ainda não satisfazendo aos direitos de todos os cidadãos
Decorridos 20 anos de república, constatava-se que 85% (oitenta e cinco por cento) da população era analfabeta e que pouco havia sido feito em matéria de educação para “transformar o súdito em cidadão”.
A década de 30 (trinta) foi palco de modificações políticas, econômicas e sociais que ocorriam no país, em íntima relação com o que acontecia em outros países e que iriam influenciar tanto a política quanto o surgimento de campanhas, movimentos e instituições voltadas para as questões educacionais.
A história da EJA no Brasil está ligada às transformações sociais, econômicas e políticas de cada época e que caracterizaram os diferentes momentos históricos do país. De acordo com Buss (2011), foi a partir de 1930 que a EJA começou a delimitar seu lugar na história da educação brasileira, e na década seguinte, com a ampliação da educação elementar, esta modalidade de ensino tomou forma da campanha nacional de massa, e este modelo ainda persiste no século.
Com a Revolução de 1930houve mudanças profundas no país, nela havia políticos, intelectuais etc. engajados na luta para reafirmar o Brasil como Nação, porém, somente a partir de 1940 se começa a pensar uma política voltada para a Educação de Jovens e Adultos. Durante os anos de 40 a 60 houve inúmeros empreendimentos na intenção de erradicação do analfabetismo no século XX, com isso, lança-se uma campanha no âmbito da Educação de Jovens e Adultos que tinha como finalidade uma ação extensiva de alfabetização de três meses. Na década seguinte, outras campanhas foram realizadas, mas não obtiveram êxito (SCARPARO; FERNANDES, 2017).
Em 1934 com a promulgação da constituição que garantia a educação como direito de todos e dever do Estado, ficou estabelecido um Plano Nacional de Educação, indicando, assim, pela primeira vez, a educação de jovens e adultos como um dever do estado, garantindo, dessa forma, o ensino primário gratuito, integral e de frequência obrigatória estendendo-se a jovens e adultos. 
Porém, em 1937 cria-se uma nova constituição que tirava do Estado a responsabilidade da formação educacional no país, ou seja, o Estado ficava desobrigado de manter o ensino público com o objetivo de beneficiá-lo que se refere a diminuição da responsabilidade quanto à educação pública de jovens e adultos, contudo, com redemocratização do Estado brasileiro essa Constituição perde sua força.
De acordo com Magalhães (2009), no ano de 1958 acontece no Rio de Janeiro o II Congresso Nacional de Erradicação do Analfabetismo, onde vários educadores, dentre eles Paulo Freire, iniciaram uma nova maneira de pensar a Educação de Jovens e Adultos. Neste período os professores debatem propostas inovadoras, as quais trazem a necessidade de romper com o estereótipo de adulto não escolarizado, de imaturo e ignorante, que deveria ser atualizado com os mesmos conteúdos aplicados na escola primária, nesse caso, reforçando a ideia de suprir os estudantes de EJA com os conteúdos que não tiveram acesso quando crianças, desconsiderando assim, toda sua trajetória de vida.
Em 1964 todo o avanço em relação à educação até esse período foi interrompido por conta do golpe militar e os movimentos sociais e seus dirigentes que eram contra o regime militar foram perseguidos e seus ideais censurados e ainda tiveram seus direitos constitucionais anulados. O governo do período militar só permitia a realização de cursos de alfabetização de adultos, de cunho conservador e assistencialista, assumindo totalmente o controle.
Cabe ressaltar que a educação brasileira foi reconhecida pela primeira vez sob a forma de Lei em 1961. O primeiro documento oficial sobre as diretrizes e bases da educação, Lei nº 4024/61 que instituiu o movimento das classes experimentais ou escolas experimentais, possibilitando a flexibilidade curricular e a liberdade de métodos e de procedimentos de avaliação.
No ano de 1967 foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) por meio da Lei 5.379, de 15 de dezembro que tinha como objetivo extinguir o índice de analfabetismo entre jovens e adultos. No entanto, dois anos depois o MOBRAL começa a se afastar da proposta inicial, mais voltada para aos aspectos pedagógicos em virtude endurecimento do regime militar (SCARPARO; FERNANDES, 2017).
Em 1971 foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 5.692/71, que reconhece a educação de jovens e adultos como um direito de cidadania, fica estabelecido ainda o Ensino Supletivo, que tinha como objetivo proporcionar estudos de aperfeiçoamento ou atualização para os que tivessem seguindo o ensino elementar no todo ou em parte, aprendizagem correspondia a formação metódica no trabalho e por fim a qualificação que era responsável pela profissionalização que atenderia ao objetivo da formação de recursos humanos para o trabalho. 
Em 1985 o Mobral foi extinto, e criou-se a Fundação Educar, que apoiava a alfabetização de EJA. Entretanto, foi somente com a promulgação da Constituição Federal de 1988, que o Estado aumentou o seu compromisso com a educação de jovens e adultos, e com isso, o direito à educação básica, pública e gratuita seria estendido a esse público.
A década de 1990 possibilitou a organização de vários fóruns no Brasil de EJA, envolvendo várias camadas sociais como, poder público, sindicatos, grupos, universidades, educadores, educandos etc. O objetivo desses fóruns era debater, trocar experiências, dialogar com várias instituições e fazer parcerias, sendo que a EJA foi registrada e intitulada como “Boletim de ação Educativa”. Foi nessa década que foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº 9394/96, que definiu a integração da EJA à Educação Básica. 
A promulgação da referida Lei trouxe um grande avanço para a educação de jovens e adultos, ao considerá-la como uma modalidade da educação básica, nas etapas do ensino fundamental e médio. A LDB reforçou ainda, o ensino supletivo e reduz a idade mínima de certificação, para a conclusão da Educação Básica de 18 e 21 anos, que foi estabelecida pela Portaria 1181/90, para 15 e 18 anos.
De acordo com Carvalho (2015), o processo de definição da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, 9394/96), acabou tendo resultados contraditórios para a EJA: de um lado, acabou integrando e ensino supletivo com o regular, o que é positivo; por outro lado, houve certa indefinição do público a que se destina e a solução das especificidades psico-pedagógicas. A LDB aprovada não deixou de tratar a educação de jovens e adultos, todavia, a considerou de maneira parcial, onde a prioridade seria o ensino fundamental regular.
Atualmente, a EJA é organizada pelo Parecer 11/2000 e pela Resolução CNE/CEB nº 1, de 5 de julho de 2000 que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação e Jovens e Adultos, ressalta que a EJA não possui mais a função de suprir somente a escolaridade perdida, mas sim a função reparadora, qualificadora e equalizadora, e é garantida dessa forma na legislação. 
2.1 A Educação de Jovens e Adultos a partir da Constituição de 1988
A Constituição Federal de 1988 trouxe de uma forma ampla, o direito à educação, configurando um significativo avanço em relação à Constituição anterior, apresentando uma redação mais precisa e consistente, e trouxe ainda instrumentos jurídicos para assegurar sua efetividade.
A primeira aparição do direito à educação surge no conteúdo do Artigo 6° do texto constitucional, ao especificar que, “são direitos sociais a educação, [...] na forma desta Constituição” (BRASIL, 2014, p. 24), sendo esta também a primeira aparição da declaração dos Direitos Sociais, dando o devido destaque à educação.
O artigo 205 do texto da Carta Magna reafirma o dever do Estado em garantir a educação, ao dispor que: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família”. E ainda, o artigo 206, explicita que: “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: [...] IV gratuidade do ensino público nos estabelecimentos oficiais”. Destaca-se o enfoque dado pelo legislador na gratuidade no ensino a ser assegurada em todos os níveis educacionais. 
O direito à educação é detalhado no artigo 208 do texto Constitucional, que dispõe:
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático escolar,transporte, alimentação e assistência à saúde. 
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola (BRASIL, 2014, p. 134).
Assim, constituição incorporou como princípio que todas e qualquer educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Ela apresenta a possibilidade de o Estado ser responsabilizado, através da autoridade revestida da incumbência de ofertar educação e o deixa de fazer, de modo pessoal e direto.
E, tomado pelo art. 2º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que ressalta é “dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Este princípio abriga o conjunto das pessoas e dos educandos como um universo de referência sem limitações. Assim, a Educação de Jovens e Adultos, modalidade de ensino que reforça a igualdade de acesso à educação como bem social, participa deste princípio e sob esta luz deve ser considerada.
O constituinte trouxe para o texto da Carta Magna de 1988 a devida relevância que a educação importa na vida individual e social dos indivíduos, que se manifesta pela forma detalhada que se dá a abordagem da educação enquanto direito social, importante, portanto entender que embora detalhada, esta abordagem não exaure eventuais discussões sobre o tema.
Com efeito, desde o artigo 1º, particularmente com o inciso II - cidadania -, encontraremos uma relação direta com a educação, na medida em que ela visa ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania, além da qualificação para o trabalho. Depois, na leitura do artigo 6º verificamos que a educação é o primeiro dos direitos sociais elencados, juntamente com saúde, trabalho, segurança e outros, constituindo parte integrante dos direitos fundamentais do ser humano no Brasil (MARTINES JUNIOR, 2017, p. 46).
A doutrina constitucional é pacífica no sentido de entender que os direitos sociais devem ser vistos como uma espécie de liberdade positivada, as quais o Estado tem o dever de observar, objetivando o bem comum, como meta a ser atingida pelo Estado, e assegurar a igualdade social. 
Bastos (2002) aponta que por se tratar de um dever do Estado, a educação enquanto direito social deve ser visto como uma imposição de uma obrigação a ser cumprida pelo Poder Público, tendo como objetivo, o desenvolvimento do ser humano.
Já Martines Junior (2017) cita que: “a segunda geração de direitos fundamentais. O Estado deixa de exercer apenas suas funções básicas de administração, para praticar políticas de atuação positiva, visando a diminuir a distância entre as classes sociais”.
O direito à educação deve ser entendido como direito individual, e como tal, por se tratar de norma constitucional de eficácia plena e imediata, deve ser aplicado de forma imediata. E ainda, deve ser o direito à educação ser entendido como cláusula pétrea, por ser incluído no artigo 60, § 4°, inciso IV da Carta Magna, e ainda que deva ser visto como direito social, segundo a doutrina tradicional que o reconhece, como membro das duas categorias (PIOVESAN, 2001).
No tocante ao reconhecimento do direito à educação como direito individual, discorre Martines Júnior (2017, p. 27) o seguinte:
Todavia, o reconhecimento do direito à educação como direito individual tem repercussão jurídica quanto à eficácia e aplicabilidade da norma constitucional por incorporação, inclusive em relação à titularidade subjetiva. Assim é que sendo um direito incorporado ao nosso ordenamento, com os mesmos atributos daqueles estampados no artigo 5º da Constituição Federal, possível até mesmo ao indivíduo buscar a satisfação desse seu interesse, de imediato, nos termos em que figura na própria Declaração Universal dos Direitos Humanos, sem precisar esperar que o Estado implemente o programa estabelecido nos artigos 6º ou 205 e seguintes da Carta Política, é dizer, sem ao menos a existência de lei ordinária sobre o assunto. Nesse sentido, o direito à educação está em igualdade de condições com o direito à vida, ao direito de liberdade, legalidade e todos os demais que figuram no rol aberto do artigo 5º.
Nesse ponto de vista, é necessário ressaltar a importância da inclusão social como forma de garantir o direito á educação, na qual deve tornar a sociedade um lugar viável para a convivência de pessoas de todos os tipos, para que haja a realização das suas necessidades, potencialidades e a efetivação dos seus direitos.
Sassaki (2009) afirma que, a inclusão é o processo pelo qual os sistemas sociais comuns são tornados adequados para toda a diversidade humana, composta por etnia, raça, língua, nacionalidade, gênero, orientação sexual, deficiência e outros atributos, com a participação das próprias pessoas na formulação e execução dessas adequações. 
Segundo Pierro (2010, p. 10):
Um desafio relacionado a essa questão reside na dificuldade de mobilizar a demanda social por EJA, aproximando as cifras milionárias da população que potencialmente demandaria oportunidades de formação e aquela reduzida parcela dos jovens, adultos e idosos que efetivamente têm participado dos cursos disponíveis. Em uma primeira instância, a expressão da demanda social reflete a disponibilidade, acessibilidade e publicidade dos serviços educativos existentes, bem como sua qualidade e adequação às múltiplas necessidades formativas da população. Entretanto, é preciso considerar que a motivação e a mobilização para os estudos na idade adulta relacionam-se não só às exigências de formação da vida cotidiana e à quantidade e qualidade das oportunidades de atendê-las, mas também aos horizontes de mudança socioeconômica e nas estruturas de poder, o que depende de políticas participativas e redistributivas que transcendem a esfera educacional. É tempo de reavaliar, também, as visões que reduzem a EJA à alfabetização e que, ao fazê-lo, encaram os fenômenos do analfabetismo e da alfabetização em uma perspectiva dicotômica (quando, na verdade, trata-se de um continuum), descurando da qualidade e continuidade de estudos e da ampliação do acesso à cultura escrita, necessários à consolidação das aprendizagens iniciadas. A corrida atrás das metas quantitativas apoiada nessas visões acaba por justificar estratégias de campanha em que persiste.
Desta forma a escola inclusiva deve atender à diversidade de alunos, sendo capaz de dar respostas educativas de qualidade e é um importante instrumento de fortalecimento da cidadania ao potencializar a aprendizagem de todos os alunos.
2.2 A Lei de Diretrizes e Bases e a EJA
Com o advento da Constituição da República em 1988, tornou-se necessária uma adequação da norma regulatória da educação ao que foi estabelecido pelo constituinte. Surge então em uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, nº 9.394/96, sendo promulgada em 20 de dezembro de 1996, surgindo com o objetivo regular os caminhos a serem traçados pelas políticas públicas de Educação do Brasil.
A reconstrução da Educação Brasileira ganhou contornos mais nítidos mesmo a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nº 9.394/96. Essa Lei fundamentou-se nos princípios e compromissos expressos pela Constituição Brasileira de 1988 e foi elaborada após intenso debate entre diferentes e conflitantes setores da sociedade e da educação.
Tal norma tem status de Lei Federal, e tem por objetivo definir as novas diretrizes para a educação brasileira, e influenciada pela Constituição cidadã, que galgou um novo patamar ao direito à educação, importou em mudanças consideráveis para o sistema educacionalbrasileiro. 
Seguindo a mesma linha do disposto no artigo 206 da Constituição Federal, onde são estabelecidos os princípios básicos da educação, a Lei de Diretrizes e Bases traz em seu artigo 3° os princípios norteadores de todo o ensino brasileiro:
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; 
IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância; 
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
VII - valorização do profissional da educação escolar; 
VIII- gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; 
IX - garantia de padrão de qualidade; 
X - valorização da experiência extraescolar; 
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais
XII – consideração com a diversidade étnico-racial (BRASIL, 2010, p.8).
A LDB 9.394/96 resultou, assim, no desenvolvimento de políticas educacionais articuladas com ideias de cidadania e democracia que, ao longo dos anos, tem espelhado importantes conquistas sociais, tais como: a universalização do direito à educação, o reconhecimento da diversidade cultural, a democratização da gestão no ensino público, a valorização dos profissionais da educação, o financiamento da educação, entre outros.
No entanto, as políticas educacionais que vieram depois da LDB 9.394/96 aconteceram em um momento marcado pela contradição, uma vez que a promessa da lei (a garantia do direito à educação) esbarrava nas proposições de um modelo socioeconômico (o neoliberalismo) em um mundo que se tornava cada vez mais globalizado.
A promulgação da Lei de Diretrizes e Bases veio regular a educação no Brasil, além de definir sua organização, e no que se refere a educação de jovens e adultos, trouxe grandes avanços, pois passou a considerá-la como uma modalidade da educação básica, nas etapas do ensino fundamental e médio. Essa Lei ratifica o ensino supletivo e reduz a idade mínima de certificação, para a conclusão da Educação Básica de 18 e 21 anos para 15 e 18 anos. 
A referida estabelece ainda no seu Art. 4º, inciso VII que o dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:
[...]VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo -se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola (BRASIL, 2010, p.8)
Com isso, pode-se compreender que a educação de jovens e adultos estabelecida como uma modalidade de ensino lhe confere uma identidade própria, em que toda a sua ação deve ser elaborada e posta em prática pensando nas necessidades dos sujeitos a que essa educação se destina.
A LDB / 9.394/96traz ainda em seu artigo 37, o seguinte:
Art. 37º - A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
§ 3o  A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento.(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008) (BRASIL, 2017, p.7).
Nesse sentido, por meio do art. 37 da LDB, pode-se perceber de forma clara o potencial de educação inclusiva e compensatória que essa modalidade de ensino possui. No entanto, vale ressaltar que cabe ao Poder Público estimular o acesso da população à essa modalidade de ensino e oferecer condições de funcionamento satisfatórias para que sejam de fato cumprido os seus objetivos que são os de inclusão social e melhoria da qualidade de vida pessoal e profissional dos educandos. 
Além da oferta do ensino fundamental e médio, também é possível a integração da EJA à cursos da Educação Profissional possibilitando assim ao aluno além de alcançar o nível de ensino que ele deseja (fundamental ou médio) uma qualificação profissional para atuar no mercado de trabalho.
Já o artigo 38 da LDB destaca que:
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
Sendo assim, da análise do disposto na Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Brasileira no que se refere a Educação de jovens e adultos, pode se observar que o legislador buscou valorizar a educação, conferindo-lhe grande relevância, haja vista que veio regulamentar todo o ensino no Brasil, e ainda, destaca o objetivo principal da educação que é fornecer a melhor formação técnico-científica e humanitária para o cidadão.
O conhecimento do tratamento jurisdicional da educação é interessante e deve se desenvolver de forma ampla, tendo em vista a educação surge aí como o melhor instrumento de transformação da realidade social brasileira.
Para Paulo Freire a alfabetização deve ser crítica no sentido de ser muito mais que leitura de palavras, ou seja, é ir muito mais além do que se lê, é conseguir relacionar aquilo que está se lendo com a realidade em que se vive. O educador deve fazer com que o aluno que está lendo determinado texto ou livro consiga fazer essa relação, para assim se ter uma alfabetização crítica. É a superação da visão ingênua da alfabetização para a compreensão crítica. 
O autor ressalta ainda que, “Do ponto de vista crítico, é tão impossível negar a natureza política do processo educativo quanto negar o caráter educativo do ato político” (FREIRE, 2011, p.34).
A qualidade da educação pública está prevista no mesmo conjunto de leis que assegura o direito à educação a todos os brasileiros: a Constituição Federal de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e o Plano Nacional de Educação (PNE). Por um lado tem sido importante a atuação da iniciativa privada e de organizações do terceiro setor no sentindo de contribuir para que esse direito sair do papel. 
Por outro, políticas públicas, programas e projetos são desenvolvidos pelo Estado, destacando-se as políticas de financiamento da educação, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), a Conferência Nacional de Educação (CONAE) – no âmbito das iniciativas de mobilização e participação da sociedade-, além da articulação entre diferentes áreas públicas envolvidas no atendimento às crianças e aos adolescentes brasileiros
3 AS POLÍTICAS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Em 1998 foi implantado o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), que tinha como proposta a criação de um fundo de distribuição de recursos oriundos dos impostos dos Estados e municípios que atendesse ao ensino fundamental e valorização do profissional do magistério.
No de 2001, as atribuições definidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos, foi reforçada pelo Plano Nacional de Educação - PNE, Lei nº 10.172 que incluiu em suas metas a erradicação do analfabetismo, oferta equivalente as 8 (oito) séries do Ensino Fundamental, materiais didáticos e pedagógicos apropriados, integração da EJA com a Educação Profissional e especialização do seu corpo docente. Dentreas metas estabelecidas no PNE de 2001, destaca-se: 
Criação de programas com a finalidade de alfabetizar dez milhões de jovens e adultos, em cinco anos e, até o final da década, a superação dos índices de analfabetismo; 
Garantia da oferta, em cinco anos, de EJA equivalente às quatro séries iniciais do Ensino Fundamental para 50% da população de 15 anos e mais, que não tenha atingido esse nível de escolaridade; 
Inclusão, a partir da aprovação do PNE, da EJA nas formas de financiamento da Educação Básica (BRASIL, 2001, p.102-104). 
No entanto, cabe ressaltar ainda que muitas das metas estabelecidas no Plano Nacional de Educação não foram atendidas ou mesmo efetivadas. E, mesmo com a inclusão da EJA no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), implementado em janeiro de 2007 em substituição ao FUNDEF, que disponibilizou recursos para ampliação da oferta de matrículas na EJA, não foi suficiente para diminuir a taxa de evasão ou mesmo repetência escolar. 
O FUNDEB entrou em vigor em 2007, pela Emenda Constitucional nº 53/06 e se estenderá até 2020, ele englobou a Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos. Assim a inclusão educacional da EJA no FUNDEB representou a luta dos movimentos sociais, setores organizados da sociedade civil e ações coletivas dos defensores desta modalidade na garantia de um direito público da educação para todos, presente na Constituição.
A partir de 2003, houve a criação de programas como o objetivo de que a EJA pudesse ser valorizada, sendo tratada de forma adequada e com urgência necessária. Dentre as principais iniciativas e programas nessa área destaca-se: a criação da SECAD ligada ao MEC; o Programa Brasil Alfabetizado e educação de Jovens e Adultos (PBA); Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem); o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional (Proeja); e a criação do FUNDEB que passa a englobara EJA, em substituição ao FUNDEF.
No ano de 2004 foi criada a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) ligada ao MEC, que trouxe a perspectiva de extravasar os limites da escolarização formal, destacando a necessidade de a educação acontecer por toda a vida, principalmente no caso da população jovem e adulta, que ainda não se beneficiou do acesso e da permanência na escola. Outro aspecto a ser reconhecido é o fato de essa secretaria representar, valorizar, dar voz à enorme diversidade de sujeitos e experiências que marcam a luta pela EJA no Brasil.
Segundo Machado (2009), a criação da SECAD fez com que as demandas específicas dos povos quilombolas, indígenas, privados de liberdade, pescadores e pessoas com deficiência, entre outras, fossem levadas em consideração com maior destaque. 
A SECAD tem como foco central a diversidade, o que prejudica de certa forma, o destaque para a EJA. Assim, esse órgão poderia olhar estritamente para a educação da população jovem e adulta, coordenando, inclusive, todas as ações voltadas para esse público desenvolvidas por outras secretarias ou ministérios.
No ano de 2011 esta Secretaria passou a comtemplar a temática da inclusão e, por isso, passou a ser denominada de Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) que em articulação com os sistemas de ensino implementa políticas educacionais nas áreas de alfabetização e educação de jovens e adultos, educação ambiental, educação em direitos humanos, educação especial, do campo, escolar indígena, quilombola e educação para as relações étnico-raciais. Tem ainda como objetivo contribuir para o desenvolvimento inclusivo dos sistemas de ensino, voltado à valorização das diferenças e da diversidade, à promoção da educação inclusiva, dos direitos humanos e da sustentabilidade socioambiental, visando à efetivação de políticas públicas transversais e intersetoriais.
3.1 O Programa Brasil Alfabetizado e educação de Jovens e Adultos (PBA)
O PBA foi implantado em 2003pelo MEC ficando sob a responsabilidade da SECAD. Esse programa foi desenvolvido em todo o território nacional, com o atendimento prioritário a municípios que apresentam alta taxa de analfabetismo. Esses municípios recebem apoio técnico na implementação das ações do programa, visando garantir a continuidade dos estudos aos alfabetizandos. 
O PBA consiste em uma ação descentralizada na qual a União suplementa financeiramente os demais entes federados, entidades privadas sem fins lucrativos e instituições de ensino superior na abertura ou manutenção de cursos de alfabetização de jovens e adultos (CARVALHO, 2015).
No ano de 2013 foi instituído a Resolução nº 52 que estabelece orientações, critérios e procedimentos para a transferência automática de recursos financeiros do Programa Brasil Alfabetizado aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios, e para o pagamento de bolsas aos voluntários que atuem no ciclo 2013 do Programa.
A referida resolução destaca em seu art. 1º que: 
Art. 1º Estabelecer orientações, critérios e procedimentos para: 
I - a transferência direta de recursos financeiros suplementares destinados pelo Programa Brasil Alfabetizado (PBA) aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios que aderirem ao Programa no ciclo de 2013, visando apoiar ações de alfabetização de jovens, adultos e idosos; 
II - a execução dos recursos transferidos e sua prestação de contas; 
III - o pagamento de bolsas aos voluntários que atuarem no processo de aprendizagem como alfabetizadores, tradutores-intérpretes da Língua Brasileira de Sinais e alfabetizadores-coordenadores de turma, conforme § 5º do art. 5º do Decreto nº 6.093 de 24 de abril de 2007 (BRASIL, 2013, p. 1).
Já no 2º artigo a resolução traz os objetivos do programa que visa promover a superação do analfabetismo entre jovens com 15 anos ou mais, adultos e idosos e contribuir para a universalização do ensino fundamental no Brasil.
Art. 2º O Programa Brasil Alfabetizado tem por objetivos: 
I - a universalização da alfabetização de jovens de 15 (quinze) anos ou mais, adultos e idosos; 
II - contribuir para a progressiva continuidade dos estudos em níveis mais elevados, promovendo o acesso à educação como direito de todos, em qualquer momento da vida, por meio da responsabilidade solidária entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios; 
III - atender prioritariamente os estados e municípios com maiores índices de analfabetismo, por meio de assistência técnica e financeira, em forma de apoio suplementar da União aos Estados, Distrito Federal e Municípios, em regime de colaboração (BRASIL, 2013, p. 1).
Diante deste contexto, percebe-se que em sua concepção o programa reconhece a educação como direito de todos e a oferta pública da alfabetização como porta de entrada para a educação e a escolarização das pessoas ao longo de toda a vida. Apoia de maneira técnica e financeira os projetos de alfabetização de jovens, adultos e idosos apresentados pelos estados, municípios e Distrito Federal.
Cabe ressaltar ainda a utilização de voluntários na alfabetização de jovens, adultos e idosos como mostra o artigo 3º da resolução Programa:
Art. 3º São beneficiários do Programa Brasil Alfabetizado: 
I - jovens com 15 (quinze) anos ou mais, adultos e idosos não alfabetizados, doravante denominados alfabetizandos; 
II - voluntários que atuam como alfabetizadores nas turmas do Programa; ou como tradutores-intérpretes da Língua Brasileira de Sinais nas turmas em que haja alfabetizandos com deficiência auditiva que sejam usuários de Libras; ou como alfabetizadores-coordenadores de turmas (BRASIL, 2013, p. 2).
Pode-se notar que o programa utiliza voluntários para alfabetização, sendo que na resolução do programa consta que o alfabetizador deve ter, no mínimo, formação de nível médio completo, recebendo uma bolsa por turma, sendo estas turmas em zonas rurais e urbanas.
Portanto, o Programa Brasil Alfabetizado como uma forma de política pública garante o acesso e a permanência dos jovense adultos nos processos educativos, bem como visa à continuidade dos estudos dos recém-alfabetizados. 
3.2 O Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem)
O Projovem foi implantado em 2005, vinculado à Secretaria Nacional de Juventude (SNJ). Como parte de um rol de ações que objetivavam a conformação de uma Política Nacional de Juventude, no início foi destinado à inclusão de jovens de 18 a 24 anos, com escolaridade superior a 2 série que não concluíram o ensino fundamental e não possuíam vínculos formais de trabalho. A meta era realizar a integração entre o aumento da escolaridade, a formação inicial ligada à qualificação profissional e a ação comunitária. Tinha também, como expectativa propiciar a inclusão digital como instrumento de inserção produtiva e de comunicação.
De acordo com Carvalho (2015), a carga horária era de 5 horas diárias por um período de 12 meses ininterruptos, perfazendo um total de 1600 horas, sendo 1200 horas presenciais e 400 horas não presenciais. O curso previa as disciplinas do ensino fundamental, aulas de informática, o aprendizado de uma profissão, bem como atividades sociais e comunitárias de forma integrada.
Em 2008, o ProJovem foi reorganizado e expandiu seu campo de atuação. A faixa etária foi ampliada, com o atendimento de jovens até 29 anos, e a duração do curso também sofreu um aumento para 18 meses. O ProJovem inicial foi renomeado para ProJovem Urbano. O programa Agente Jovem, destinado a jovens de 15 a 17 anos, foi integrado como ProJovem Adolescente Serviço Socioeducativo, sob a responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. O Programa Sabres da terra, que atendia jovens do campo foi anexado como ProJovem Campo – Saberes da terra e foi alocado no MEC. Outra expansão foi a unificação dos programas Consórcio Social da Juventude, Juventude Cidadã e Escola da Fábrica no ProJovem Trabalhador sob a responsabilidade do MTE.
O curso oferecido pelo ProJovem Campo – Saberes da terra tem duração de dois anos, em uma formação que procura integrar teoria e prática. Seus eixos são: agricultura familiar e sustentabilidade. É desenvolvido em regime de alternância: aulas teóricas na escola e práticas de agricultura na comunidade em que residem, com duração de 2400 horas, das quais 1800 em sala de aula. Os estudantes recebem uma bolsa de R$1200, divindades em 12 parcelas.
Em relação ao ProJovem Trabalhador ele foi configurado sob a incumbência do MTE, por intermédio da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego (SPPE). Cabe ao ministério a coordenação e a execução deste programa em suas quatro submodalidades: Juventude Cidadã, Consórcio Social da Juventude, Empreendedorismo e Escola da Fábrica. O programa ProJovem Trabalhador - Juventude Cidadã, criado em 2008, substituiu o Programa Nacional de Estímulo ao primeiro Emprego (PNPE) – Juventude Cidadã (CARAVALHO, 2015).
O referido programa tem como objetivo a criação de oportunidades de trabalho, emprego e renda para esses jovens, por meio da qualificação sócio profissional com vistas á inserção na atividade produtiva. O curso tem carga horária de 350 horas/aula, sendo 100 para qualificação social e 250 para qualificação profissional, distribuídas em um total de 24 semanas, com 15 horas/aula por semana.
Portanto, cabe destacar que apesar de alguns aspectos positivos, este formato de ProJovem, de modo geral, também carece de melhores estruturas, possui altos índices de evasão e tem dificuldade no momento de inserir os jovens no mundo do trabalho.
3.3 O Programa Nacional de Integração da Educação Profissional (Proeja)
O Proeja foi instituído pelo decreto nº 5.478/2005, depois reformulado pelo Decreto nº 5.840/2006. O programa ficou subordinado à Secretaria de Educação Profissional e tecnológica (SETEC-MEC). Este programa integra a EJA com a educação profissional.
Abrange dois tipos de programas e cursos: A formação inicial e continuada, articulada com a elevação de escolaridade no ensino fundamental; e a Educação profissional técnica de nível médio, integrada ou concomitante com a elevação da escolaridade. A carga horária foi estabelecida da seguinte forma:
Art. 3o  Os cursos do PROEJA, destinados à formação inicial e continuada de trabalhadores, deverão contar com carga horária mínima de mil e quatrocentas horas, assegurando-se cumulativamente:
I - a destinação de, no mínimo, mil e duzentas horas para formação geral; e
II - a destinação de, no mínimo, duzentas horas para a formação profissional.
Art. 4o  Os cursos de educação profissional técnica de nível médio do PROEJA deverão contar com carga horária mínima de duas mil e quatrocentas horas, assegurando-se cumulativamente:
I - a destinação de, no mínimo, mil e duzentas horas para a formação geral;
II - a carga horária mínima estabelecida para a respectiva habilitação profissional técnica; e
III - a observância às diretrizes curriculares nacionais e demais atos normativos do Conselho Nacional de Educação para a educação profissional técnica de nível médio, para o ensino fundamental, para o ensino médio e para a educação de jovens e adultos (BRASIL, 2006, p. 2).
Foi instituído inicialmente, nos Centros Federais de Educação Tecnológica, nas Escolas Técnicas e Agrotécnicas Federais e nas Escolas Técnicas vinculadas às Universidades Federais. O primeiro decreto estabelecia que 10% das vagas nessas instituições deveriam ser destinadas ao Proeja. O decreto posterior previa a expansão para as redes municipais e estaduais, bem como para as chamadas Instituições parceiras, a saber: quaisquer organizações da sociedade civil que não visassem lucro na oferta de cursos deste programa, preferencialmente às pertencentes ao chamado “Sistema S”.
4 ASPECTOS METODOLÓGICOS
A concretização desta pesquisa foi fundamentada nas observações no que tange as regras de um trabalho científico.
Na busca de aprofundar o estudo proposto, utilizou-se a pesquisa exploratória que de acordo com Cervo, Bervian e Silva (2007), este tipo de pesquisa realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre seus elementos componentes. Ela requer um planejamento bastante flexível para possibilitar a consideração dos ais diversos aspectos de um problema ou de uma situação.
Do ponto de vista de seus objetivos a pesquisa classifica-se como pesquisa descritiva, ou seja, estar voltada para descrever as particularidades do fenômeno ou populações e ainda no intuito de estabelecer relações entre as variáveis. Para Gil (2008) este tipo de pesquisa descreve as características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário, entrevista e a observação.
Utilizou-se ainda a pesquisa bibliográfica, uma vez, que foram estudados diversos autores com posições diferentes sobre o tema, utilizando-se para isso, fontes bibliográficas como livros, monografias, artigos, teses, dissertações que trate do policiamento comunitário.
De acordo com Gil (2008), a pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado, sendo que esta modalidade de pesquisa inclui material impresso, como livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos científicos. O autor ressalta ainda que devido a disseminação de novos formatos de informação, estas pesquisas passaram a incluir outros tipos de fontes, como discos, fitas magnéticas, CDs bem como material disponibilizado na internet.
Utilizou-se também a pesquisa documental que tem como fonte documentos no sentido amplo, ou seja, não só de documentos impressos, mas sobretudo de outros tipos de documentos, tais como jornais, filmes, gravações, documentos legais. Nesses casos, os conteúdos dos textos ainda não tiveram nenhum tratamento analítico, são ainda matéria-prima, a partir da qual o investigador vai desenvolver sua investigação e análise (SEVERINO, 2007). 
Do ponto de vista da forma de abordagem do problema utilizou-se a pesquisa quantitativa, no qual Gonçalves (2005) ressalta que neste tipo de pesquisa,coletam-se e quantificam-se dados e opiniões mediante o emprego de recursos e técnicas estatísticas.
O universo da pesquisa compreendeu a U. E. B. Ensino Fundamental Luís Viana, sendo os sujeitos da pesquisa 1 (uma) professora e 11 (onze) alunos dos segmentos 1,2,3 e 4.
Adotou-se ainda como instrumento de coleta de dados a aplicação de questionários com questões fechadas e abertas. 
4.1 Caracterização da Escola
A Unidade de Educação Básica Ensino Fundamental Luís Viana é uma escola da Rede Municipal de Ensino localizada na Avenida Dom Jose Delgado, S/n no bairro da Alemanha, São Luís – MA, CEP: 65036-810. A escola oferece o Educação Infantil, Ensino Fundamental - anos iniciais e finais e a modalidade de ensino EJA, e funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno. 
Com mais de 30 anos ela vem contribuindo e colaborando para a educação e para a alfabetização de jovens e adultos dos moradores das comunidades da Alemanha, Caratatiua e adjacências. 
Atualmente a escola possui 645 alunos sendo assim divididos: 23 alunos na Educação Infantil; 579 no Ensino Fundamental do 1º ao 8º ano distribuídos entre os turnos matutino e vespertino e 20 na EJA nos segmentos 1,2,3 e 4.
O colégio municipal Luís Viana criado pela Lei 1713/66 reconhecido pelo C.E.E pela Resolução 52/68 assinado pelo professor Luís de Moraes Rêgo tendo em vista o Parecer69/68. 
A estrutura física da Unidade de Educação Básica Ensino Fundamental Luís Viana está subdividida em: 25 salas de aula; 01 sala de direção, 01 secretaria, 01 sala de professores, 01 sala de reuniões, 01 laboratório de ciências, 01 quadra de esportes, 06 banheiros, 01 auditório, 1 cantina/refeitório, 01 ampla área de lazer, bebedouros e estacionamento.
A instituição dispõe ainda dos seguintes espaços: 01sala de vídeo onde podem ser encontrados aparelhos de TV e DVD, Data Show e 01 uma biblioteca bem equipada com ar condicionado e TV, materiais de apoio e com mesas e cadeiras atraentes para estudo e leitura das crianças. 
A instituição dispõe de um corpo docente composto por profissionais bem capacitados, sendo que todos são graduados e alguns pós-graduados. Os professores são de alta qualidade e consideram os alunos como sujeitos ativos da aprendizagem e demonstram coerência e sabedoria e domínio dos conteúdos ministrados, tendo compromissos com suas funções e com a verdadeira aprendizagem dos alunos.
4.2 Análise e discussão dos dados
Para análise e representação dos dados, foram utilizados gráficos com a finalidade de verificar as observações. No que tange a pesquisa de campo, foram aplicados questionários com a professora (APÊNDICE A) e com e 11 (onze) alunos dos segmentos 1,2,3 e 4 (APÊNDICE B).
Os dados coletados foram avaliados e em seguida tabulados de forma que ao final obteve-se a opinião dos alunos e da professora acerca do assunto pesquisado. 
A fim de proporcionar uma visualização sobre os aspectos quantitativos, optou-se por gráficos, transformando as perguntas do questionário em seus respectivos títulos. Após a apresentação de cada gráfico, faz-se a interpretação.
4.2.1 Análise da professora
No resultado da pesquisa da U.E.B. Ensino Fundamental Luís Viana o questionário aplicado revelou que os desafios metodológicos em relação ao processo de inclusão escolar ainda são muito grandes. A investigação buscou conhecer mais de perto como ocorreu esse processo na Escola.
A entrevistada que é professora da escola modalidade de ensino EJA há 8 (oito) anos, e é graduada em Pedagogia.
Foi perguntado como ela percebe o seu papel no processo ensino-aprendizagem dos seus alunos ao que ela respondeu que seu papel é extrema relevância, pois o professor é o mediador do processo ensino aprendizagem.
Questionada ainda sobre a metodologia utilizada em sala de aula, a mesma respondeu que não há uma metodologia específica, pois de acordo com a necessidade do aluno o conteúdo será trabalhado de maneira diferenciada.
De acordo com a resposta da entrevista pode-se observar que a professora não utiliza uma metodologia específica, nesse sentido, ressalta-se que é de extrema relevância que se trabalhe com uma tenha uma metodologia específica garantir assim, uma aprendizagem de qualidade para os alunos. Um desenvolvimento integral e integrado, ou seja, propor uma educação que, efetivamente, contribua para a sua autonomia e bem-estar, visando não só sua formação integral, mas a garantia de seu direito como cidadão.
Em relação ao material didático utilizado, se é condizente ou não com a realidade do seu aluno, a entrevistada foi enfática ao responder que sim que o material utilizado corresponde a realidade de seu alunado.
Quando perguntada sobre as dificuldades encontradas na prática do profissional da EJA, a entrevistada ressaltou que as principais dificuldades são o tempo restrito, a falta de materiais e a falta de apoio do poder público.
4.2.2 Análise dos alunos
Os itens do questionário destinados aos alunos foram elaborados com a finalidade de levantar dados sobre a visão dos mesmos em relação a sua visão sobre a modalidade da EJA.
Inicialmente, procurou-se identificar a razão pela qual não concluiu os estudos na idade própria. E, dentre as repostas as que mais se destacaram foram as seguintes: A maioria dos entrevistados relataram que não puderam estudar pois, tiveram que trabalhar desde cedo para ajudar no sustento da família. Outros entrevistados relataram que não tiveram tempo para estudar por que casaram cedo ou engravidaram precocemente, ficando assim sem tempo de se dedicarem aos estudos, pois tinham que cuidar dos filhos. 
Dessa forma, a partir das falas dos entrevistados percebeu-se que o principal motivo alegado pelos estudantes para não continuarem seus estudos foi a necessidade de aumento da renda familiar, ou seja, a necessidade de trabalhar muito cedo provocou incompatibilidade de tempo e, por essa razão, eles não conseguiram conciliar o trabalho que no momento era prioridade com os estudos.
Perguntados sobre o que os levaram a estudar na EJA, a maioria respondeu que por vergonha de não saber ler e escrever; outros pelo desejo de aprender; a necessidade de um emprego melhor; incentivo da família e o sonho em terminar os estudos fazer uma faculdade e se formar.
Sendo assim, percebeu com a fala dos entrevistados que diversos foram os motivos da procura pela EJA, mas o que se percebeu também é que a escolha se deu pelo acesso fácil e mais rápido para alcançarem seus objetivos. Em relação a metodologia adotada pelos professores, obteve-se a seguinte resposta:
Gráfico 1 – Satisfação com a escola e a metodologia utilizada
Fonte: Dados da pesquisa
O gráfico 01 revela que apenas 36% dos entrevistados estão satisfeitos com a metodologia utilizada em sala de aula, enquanto 64% não se sentem satisfeitos em relação a metodologia utilizada.
Dessa forma, a partir dos dados contidos no gráfico pode-se perceber que a maioria dos alunos encontram-se insatisfeitos com a metodologia empregada em sala de aula. Dentre as insatisfações cabe destacar as seguintes: a questão do horário ser pequeno iniciando às 19:30 e terminando às 20:30, e com isso, não há tempo de aprender nada; outra questão bastante citada foi em relação das salas estarem juntas, e com isso, a metodologia usada não fica boa para todas as series, e acaba não ensinando direito, além da desmotivação e falta de incentivo. 
Nesse sentido, é necessário que escola adote um modelo pedagógico específico para jovens e adultos com características psicossociais, saberes e conhecimentos próprios, além de separarem as salas de aula para que assim, o aluno aprenda com maior rapidez e facilidade e se desenvolva melhor.
Segundo Delmonico (2012, p.15);
Para promover uma educação que preza pela permanência do alunado em sala de aula é preciso proporcionar aos alunos aprendizagem significativa, levando em consideração o conhecimento que os mesmos já trazem para a escola e desenvolvendo, contudo, habilidades e competências, por meio das interações sociais dentro do espaço escolar que servirão de subsídios para a atuação profissionalno mercado de trabalho.
Observa-se a necessidade de se ter, de fato, um planejamento escolar, com diversas estratégias e atividades diferenciadas, no dia a dia, para com todos os alunos, levando em consideração as características do aluno da Educação de Jovens e adultos, bem como seus interesses e condições de vida e de trabalho, contribuindo com a permanência destes na escola, com aprendizagens significativas e, logo com o pleno desenvolvimento sócio educativo. Sendo assim, pensar em estratégias, atividades, metodologia que contribui para uma aprendizagem significativa é essencial (DELMONICO, 2012, p.5).
Outra questão observada na pesquisa foi a percepção dos alunos em relação ao papel do professor (Gráfico 2):
Gráfico 2 – Papel do professor no processo
Fonte: Dados da pesquisa
Perguntados como eles percebem o papel do professor no processo, o gráfico 02 mostra 46% acham ruim, 36% bom e 9% muito bom ou excelente. 
Dessa maneira, observou-se que a maioria dos alunos encontram-se insatisfeitos com a atuação da professora e como justificativa para essa insatisfação eles destacam a metodologia utilizada por ela que é ruim, além que a mesma não explica direito. E, dentre os que acharam bom destacaram que não é melhor porque tem turmas juntas e isso dificulta o trabalho da professora.
Nessa perspectiva, afirma-se que não é mais possível pensar individualmente, e sim tanto pensar quanto agir coletivamente, exigindo que reformas dentro do contexto de educação de jovens e adultos sejam feitas, como revisões nas formações dos professores, apoio técnico, pedagógico e instrumental às escolas.
Diante deste contexto, Freire (2011), destaca que o educador, como quem sabe, precisa reconhecer, primeiro, nos educandos em processo de saber mais, os sujeitos, com ele, deste processo e não pacientes acomodados; segundo, reconhecer que o conhecimento não é um dado aí, algo imobilizado, concluído, determinado, a ser transferido por quem o adquiriu a quem ainda não possui.
Sendo assim, a elaboração de uma didática voltada em projetos para o atendimento de demandas específicas da EJA, com um trabalho qualitativo, que vá para além da escolarização institucionalizada, se mostra uma alternativa viável para a flexibilização do tempo e espaços pedagógicos, tão essencial à EJA. 
Projetos que sejam pensados em formar os sujeitos para a vida, a independência, a valorização cultural dos grupos marginalizados, “a reconstrução de metas e projetos de vida, a defesa de valores humanos e a valorização das relações interpessoais, e a construção de uma representação de si mesmo e do mundo do qual é parte como agente de sua própria vida” (GUIMARÃES; SILVA; FERRARI, 2013, p.22). 
Nesse viés, afirma-se que o educando é um sujeito competente, ativo e agente de seu desenvolvimento. Há necessidade de se criar, descobrir e reinventar estratégias de atividades pedagógicas condizentes com as necessidades gerais e específicas de todos os alunos e de cada um dos alunos
Posteriormente, sentiu-se a necessidade de investigar como ocorre o convívio entre os alunos na sala de aula (Gráfico 3).
Gráfico 3 - Convívio com os colegas de classe
Fonte: Dados da pesquisa
Quando perguntados sobre a convivência com os colegas, 100% dos entrevistados afirmaram terem boas relações com os colegas de classe como pode ser observado no gráfico 03. Com isso, percebeu-se que há uma boa convivência entre eles e há uma relação mútua de companheirismo. 
Gráfico 4 – Sobre o ensino da professora
Fonte: Dados da pesquisa
De acordo com o gráfico 04, observa-se que 64% dos respondentes afirmaram que não acham bom o ensino da professora, enquanto apenas 36% disseram que sim. E, corroborando com as respostas do gráfico 02, pode-se perceber que os estudantes só reafirmaram que o ensino da professora não é bom e que estão insatisfeitos. Sendo assim, observa-se a importância de se criar uma metodologia específica para que haja uma aprendizagem significativa e que o aluno tenha relação entre o aprendido e o que já sabe.
Nesse sentido, Freire (2011), destaca que cada um de nós é um ser no mundo, com o mundo e com os outros. Viver ou encarnar esta constatação evidente, enquanto educador ou educadora, significa reconhecer nos outros - não importa se alfabetizandos ou participantes de cursos universitários.
Nesse sentindo, constata-se que a educação de jovens e adultos não deve ser realizada de forma improvisada, sendo necessário que haja um planejamento de acordo com a realidade do aluno. “O que não é incomum, no entanto inaceitável, observar professores lecionando sem nenhum planejamento, sem qualquer estratégia de ensino que possa criar significado aos alunos” (DELMONICO, 2012, p.3).
Fazendo a análise da escola de hoje, parece que ela não percebeu ainda a mudança de rumos que se exige da educação, isto é, a necessidade de se deslocar o foco da simples aquisição de conteúdos para então focalizar o desenvolvimento de competências e correspondentes habilidades
Gráfico 5 –Sobre terminar os estudos
 Fonte: Dados da pesquisa
No gráfico 05 nota-se que em relação ao término dos estudos os entrevistados forma unânimes em afirmarem que pretendem sim continuar seus estudos. Nesse sentido, como pôde ser observado os alunos tem vontade de terminar seus estudos para assim terem uma qualidade de vida melhor e a EJA foi o caminho mais fácil e rápido encontrado por eles para alcançarem esse objetivo. 
Para isso, é preciso que as escolas busquem ofertar uma educação que orientem seus docentes para levarem em consideração a realidade do aluno e que estejam atentam em suas características e condições de vida e de trabalho durante o processo de ensino e aprendizagem, “além de manter um planejamento didático pautado na rotina das atividades sociais para garantir, ou ao menos contribuir para a permanência dos mesmos na continuidade dos estudos, reduzindo, por sua vez, a evasão escolar”. (DELMONICO, 2012, p.2).
Ademais, é necessário que nesse processo educadores e alunos da EJA possam desvelar criticamente o sentido e o significado de sua presença diante do dos jovens e adultos, como também do mundo, dos outros homens e de si mesmo, ampliando as possibilidades de convivência, socialização e organização social. Abrindo horizontes de vida, considerando as múltiplas determinações de suas circunstâncias de vida, refletindo sobre suas condições de sujeitos de sua própria história.
Diante disso, cabe dizer que a educação tem a capacidade de promover valores, não sendo somente um meio de transmitir informações, trata-se de um processo que envolve transformações no sujeito que aprende e incide sobre sua identidade e posturas diante do mundo. Desenvolvendo habilidades e menos competitividade, assim se pode ter grandes expectativas sobre a recuperação da educação de jovens e adultos.
5 CONCLUSÃO
O presente trabalho apresentou uma breve concepção acerca da Educação de Jovens e Adultos, ressaltando alguns programas que fizeram parte desta trajetória destacando como essa modalidade de ensino se desenvolve na Escola Luís Viana. 
Diante do que foi observado e relatado pelos alunos e professora, percebeu-se que a EJA ainda continua esquecida pelo governo e fora das políticas públicas, uma vez que, há muitas questões a serem revistas pelos órgãos competentes. 
Com o passar do tempo e o desenvolvimento das sociedades, se torna importante que a escola comece a se preocupar-se em desempenhar um papel político-social, a fim de promover uma educação voltada para a formação do indivíduo consciente, participativo e transformador do seu meio. A escola deve buscar, em parceria com sua comunidade, articular ações e projetos de maneira a adequar suas demandas com as da sociedade.
É válido destacar, que a escola tem a função social de promover a melhoria da educação de jovens e adultos, e que, ao fazê-lo, recebe influência dessa comunidade, adaptando em seus objetivos, programas, métodos, técnicas e ações concomitantes às necessidades da mesma, pois quanto maior e melhor for o entendimento das funções e condiçõesde funcionamento das partes do sistema e de como interage, maior serão as probabilidades de se tirar vantagens de seus esforços e resultados.
Nessa perspectiva, nota-se que o EJA deve surgir como veículo de educação criadora, politizadora, devendo possibilitar ao indivíduo o seu crescimento como ser humano e sua integração consciente e atuante na comunidade em que vive.
No entanto, acreditar na disponibilidade e atividade criativa dos elementos da comunidade, quando integrados politicamente no processo educativo não e tão fácil, uma vez que as pessoas caracterizam-se por sua heterogeneidade e diversidade cultural e social.
Tendo em vista o objetivo geral que consistiu em identificar os principais fatores que colaboram no processo de inclusão escolar na Educação de Jovens e Adultos, pôde-se perceber que o ensino da EJA na escola Luís Viana precisa melhorar, principalmente no que se refere a metodologia de ensino alvo de reclamação da maioria dos alunos. 
Cabe destacar que o educador dessa modalidade de ensino deve refletir e aprimorar sempre sua prática pedagógica, além de possuir a compreensão de que essa modalidade de ensino é um processo de grande responsabilidade social e educacional, onde o docente é o mediador do conhecimento. 
Os dados obtidos através dos questionários ofereceram as respostas para as questões norteadoras na introdução deste trabalho, possibilitando um maior entendimento em relação ao processo de inclusão escolar da Educação de jovens e adultos na escola Luís Viana destacando como ocorre esse trabalho, a maneira como é desenvolvido e quais os impactos para os educandos.
Verificou-se também pontos positivos e negativos na atuação dessa modalidade de ensino na escola que as salas visitadas possuem uma boa estrutura, é arejada, espaçosa e com boa iluminação, o que favorece a leitura e o acompanhamento das aulas no quadro. E notou-se ainda que há uma boa convivência entre os alunos.
Em relação aos pontos negativos, o primeiro fato observado através da pesquisa foi o fato dos alunos afirmarem que os conteúdos trabalhados e a metodologia aplicada não contribuem de forma eficaz para uma boa aprendizagem, e com isso não é capaz de formar um sujeito reflexivo, crítico, participativo e autônomo.
Outro ponto negativo bastante ressaltado pelos alunos foi a questão do horário, os mesmos acham o horário muito pouco e insuficiente para se ter um aprendizado significativo. 
Dentre as contribuições que este trabalho pode ocasionar, pode-se destacar a relevância de se pensar a EJA como uma forma de inclusão social e promoção da cidadania de jovens e adultos que foram excluídos por algum motivo do sistema de ensino, assim faz-se necessário buscar alternativas de melhoramento e aperfeiçoamento para essa modalidade de ensino.
Para se fazer um atendimento efetivo na Educação de Jovens e Adultos se requer não somente um bom trabalho pedagógico, mas políticas públicas e movimentos da sociedade civil que atrelem ações para enfrentar os desafios postos para a educação de grupos em situação de vulnerabilidade social. 
Estas ações se iniciam no planejamento de uma EJA sensível à diferença e que se mostre flexível para tornar realidade que todos encontrem, de fato, acesso aos saberes sociohistoricamente constituídos. E se efetivam já na “captação” dos sujeitos que estão afastados do acesso ao saber, com estratégias que mostrem a preocupação para com o outro. 
Também a compreensão para as especificidades da formação continuada desse educador, no sentido de reformulação e reorganização dos saberes necessários a cada clientela específica, numa perspectiva de multiculturalismo e democracia cognitiva. A EJA precisa ter em vista a emancipação, a autonomia e a melhoria na qualidade de vida dos sujeitos, e não somente voltar-se para uma vertente funcionalista do ensino, voltada para a (re)inserção no mercado de trabalho.
Como sugestão recomenda-se a formação continuada dos professores e que deveria voltar-se para a resolução das dúvidas e questionamentos dos alfabetizandos. Além disso, a prática pedagógica deveria favorecer o compartilhamento de saberes limitado a livros didáticos com apenas o objetivo de ensinar a ler, escrever e contar. A proposta busca contribuir com a ampliação de conhecimentos, habilidade e atitudes que favoreçam permanência dos educandos na escola. 
Cabe ao professor gerar uma necessidade de produção de conhecimento que necessariamente deve contemplar as inter-relações do meio natural com o social, inserindo a análise dos determinantes do processo, o papel dos envolvidos e as formas de organização social que aumentam o poder das ações alternativas de um novo desenvolvimento.
Como demonstrado no decorrer do estudo, constatou-se, acima de tudo que a continuidade dos estudos na vida dessas pessoas é de grande importância, pois se torna uma alternativa para a redução da exclusão escolar.
Sendo assim, o presente estudo buscou compreender a importância da EJA, capaz de introduzir, de mudar e de melhorar as condutas do indivíduo em sua prática para que este se integre com os demais indivíduos da sua sociedade, bem como servindo de elemento de inclusão escolar e resgate da cidadania.
Diante disso, espera-se que a partir deste trabalho, possam surgir outras iniciativas em relação à temática, ou aprimorar as práticas apresentadas.
É preciso que as escolas estejam voltadas para a formação de cidadãos atualizados, capazes de participar politicamente, usufruindo daquilo que o homem historicamente produziu, mas ao mesmo tempo dando sua contribuição criadora e transformadora da sociedade.
Torna-se, portanto, imprescindível a participação de jovens e adultos no processo de realização de objetivos que constituem a escola, uma vez que quanto maior for a parceria na definição de objetivos e estratégias, maior será a possibilidade de oferecer aos alunos um ambiente onde desenvolvam suas potencialidades.
A partir dessa realidade, é essencial que a escola se organize e estruture seu processo de participação implantando no seu interior mecanismos que envolvam todos os segmentos escolares objetivando uma interação com os jovens e adultos.
REFERÊNCIAS
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BUSS, Lizie Pereira. Marcos Legais e Trajetória Histórica da Educação no Brasil. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Educação Profissional Integrada à Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos - EJA), 2011. 
CARVALHO, Marcelo Pagliosa.

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