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CONTEXTO HISTÓRICO E POLÍTICAS PÚBLICAS
DA EJA
Jaqueline Pereira Chaves¹
Julia de Souza Quint
Mirian Horstmann
Roberta Grah
 Valmir José Effting²
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo compreender o contexto histórico da EJA, numa forma de
compreender e referenciar a representação teórica de uma política pública educacional que busca
promover uma efetiva mudança no cenário educacional do país dando oportunidade a pessoas que
não tiveram acesso à escolarização no momento adequado. Este trabalho não pretende descrever
todo o momento histórico e sim mostrar, a partir do período colonial, alguns fatos que marcaram a
história da EJA no Brasil. Levando em consideração os poucos estudos encontrados na literatura
científica e buscando entender mais sobre o assunto, o presente trabalho tem por objetivo geral
investigar, através de uma revisão da literatura científica, a trajetória histórica da EJA e suas
políticas públicas no Brasil apresentando assim, as perspectivas atuais para essa modalidade de
educação.
Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos. Políticas públicas. História. 
1 INTRODUÇÃO
O conceito de Educação de Jovens e Adultos (EJA), entre os países latino-americanos, é
amplo e apresenta distintas perspectivas teórico-conceituais associadas a algumas temáticas
específicas na área como a educação de adultos, a alfabetização de adultos e os processos de
escolarização formal, não-formal ou informal de pessoas jovens e adultas.
A Educação de Jovens a Adultos – EJA, nesta última década esteve vivenciando uma série
de episódios nacionais e estaduais que trazem a consolidação da modalidade de ensino na educação
formal e desencadeiam inúmeras reflexões pedagógicas. Toda a história das ideias em torno da
educação de adultos no Brasil acompanha a história da educação como um todo, que por sua vez
acompanha a história dos modelos econômicos e políticos e consequentemente a história das
relações de poder, dos grupos que estão no exercício do poder. A mobilização brasileira em favor da
educação do povo, ao longo de nossa história parece realmente ligar-se às tentativas de
sedimentação ou de recomposição do poder político e das estruturas socioeconômicas, fora e dentro
da ordem vigente.
1 Nome dos acadêmicos: Jaqueline Pereira Chaves; Julia de Souza Quint; Mirian Horstmann; Roberta Grah
2 Nome do Professor tutor externo: Valmir José Effting
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Pedagogia (1695) – Prática do Módulo VI – 06/11/2018
2
No cenário atual o discurso e, de certo modo, a prática estão se modificando. Percebe-se que
a questão normativa direcionada à educação de jovens e adultos e, consequentemente, as políticas
públicas referentes a essa modalidade, tiveram um relativo progresso. 
São exigências da sociedade e do mundo do trabalho que a educação e, nesse caso, a
educação de jovens e adultos assegure aos alunos a aquisição e o domínio da linguagem e dos
códigos, as noções de matemática e os fundamentos das ciências sociais e naturais, de modo a
permitir ao aluno o acesso aos bens culturais e tecnologicamente necessários à participação
social e inserção no mundo do trabalho.
Dessa forma, vamos por meio deste artigo científico, apresentar e promover a reflexão sobre
o contexto histórico da EJA, bem como conhecer as perspectivas atuais e políticas públicas para
essa modalidade apresentando a evolução da mesma ao longo dos anos, reconhecendo alguns
problemas existentes na atualidade.
A modalidade de pesquisa será documental, a qual é realizada em arquivos de empresas,
escolas ou entidades públicas, bibliotecas, banco de dados digitais. O principal objetivo, é a análise
e a interpretação de dados sobre o tema escolhido. A partir de leituras diversas, pretende-se refletir
qual a importância da EJA, no cenário atual brasileiro.
2 A HISTÓRIA DA EJA E SUAS POLÍTICAS PÚBLICAS
A história da Educação de Jovens e Adultos no Brasil é permeada pela trajetória de ações e
programas destinados à Educação Básica e, em particular, aos programas de alfabetização para o
combate ao analfabetismo. Em algumas ações, para o público jovem e adulto, embora não se
constitua o objetivo principal, é possível identificar também o incentivo à profissionalização, ainda
que de forma tímida. Por um lado, incentivou-se a aprendizagem da leitura e escrita, para que os
jovens e os adultos pudessem exercer o seu “direito” de voto; por outro lado, o estímulo à
alfabetização veio acompanhado das novas exigências econômicas pela aprendizagem dos
elementos básicos rudimentares da cultura letrada. 
Para tentar compreender melhor, é preciso ir à história da relação entre Estado e educação
para as classes populares. Na década de 1930, a burguesia industrial se torna o ator fundamental do
crescimento econômico e da colocação do país, mesmo que tardiamente, no cenário do capitalismo
mundial. A urbanização e a necessidade de mão de obra minimamente qualificada nas indústrias
provocou no Brasil uma espécie de reprodução de um movimento que os países mais ricos tinham
vivido mais de um século antes. A necessidade de ampliar a rede escolar fez o governo buscar novas
3
diretrizes educacionais para o país (Constituição de 1934) e envidar esforços para diminuir o
analfabetismo adulto.
A industrialização não trouxe um projeto democrático. Ao contrário, foi imposta
autoritariamente pelo Estado Novo, e a educação proposta estava harmonizada com este projeto. O
investimento do Estado em configurar um campo industrial é também investimento na formação
profissional da classe trabalhadora e, pela primeira vez, há um ordenamento nacional da educação
orientado pelo governo central. Os primeiros documentos oficiais de atenção à EJA eram uma
resposta às necessidades do capital: mão de obra minimamente qualificada para atuar na indústria,
maior controle social, além de diminuir os vergonhosos índices de analfabetismo (CURY, 2000). 
Com o fim do Estado Novo e a intensificação do capitalismo industrial no Brasil, as
exigências educacionais eram outras, ou seja, principalmente, aumentar o contingente eleitoral e
preparar mão de obra para o mercado industrial em expansão. Sendo assim, o estado brasileiro, viu-
se obrigado a implantar políticas de âmbito nacional para atender a educação de adultos. Restava,
portanto, para os excluídos do sistema regular de ensino e do sistema educacional paralelo de ensino
profissionalizante, as campanhas de alfabetização em massa, que ocorreram entre o final dos anos
1940 e o início dos anos 1960. 
Nessa complexa trama entre economia, política e sociedade, o Estado sempre esteve por trás
das ações de EJA, principalmente com o lançamento de campanhas e financiamento de projetos
desenvolvidos por instituições diversas da sociedade. Essa tem sido a política oficial de educação
para os adultos das classes populares, em que podem ser destacados dois momentos. Num primeiro
momento, cujo cenário era composto no Brasil pelo fim da ditadura Vargas, o Estado, investido do
caráter desenvolvimentista que vinha assumindo o governo federal no campo da educação e da
preparação de recursos humanos, toma a frente com iniciativa e verbas e propõe, por exemplo, a
Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos, criada em 1947, com apoio da sociedade civil
organizada. 
Essa Campanha percebia a educação como processo destinado a proporcionar a cada
indivíduo, segundo suas capacidades, os instrumentos indispensáveis ao domínio da cultura
de seu tempo, as técnicas que facilitassem o acesso a essa cultura e com os quais cada
homem pudesse desenvolver-se e procurar melhor ajustamento social. (BEISEGEL, 1974,
p.26). 
O aparecimento da UNESCO é um acontecimento representativo daquele contexto histórico,
quando se tentava investir em educação, cultura e melhoria da qualidade de vida, em contraposiçãoà imagem hedionda da humanidade mostrada na guerra. A Campanha tinha objetivos amplos, para
4
além da alfabetização: levar a educação de base a todos os brasileiros nas cidades e nas áreas rurais,
além de atuar na capacitação profissional e no desenvolvimento comunitário. 
Nesse contexto foram criadas também as leis regulamentando a ampliação do ensino
primário, inclusive o primário supletivo para adolescentes e adultos, como forma de estender a
educação elementar para as populações que não tiveram acesso a ela, mas que não resolveu a
universalização do atendimento às classes populares. No final do primeiro governo Vargas, antes da
criação dos sistemas de educação, foi criado o Fundo Nacional de Ensino para repasse de verbas aos
estados visando o ensino básico primário de crianças e adultos. Fávero (2004, p. 22-23) explica que
as práticas da EJA nesta época “tinham uma dimensão política, mas de acomodação, de adequação a
um projeto social que se estabelecia na linha da manutenção das estruturas, modernizadas pela
industrialização e pela urbanização dela decorrente.” 
Um segundo momento na relação entre Estado e sociedade no desenvolvimento da EJA no
Brasil se caracteriza pela atuação organizada de movimentos sociais surgidos nos anos 50/60. O
longo embate político-ideológico (de 1948 a 1961) em torno da LDB n° 4.024/61 foi campo fértil
para o aparecimento de diversos movimentos sociais de cultura e de educação popular que se
concretizam no início dos anos 60, consolidando um novo paradigma pedagógico para a EJA, tendo
Paulo Freire como figura principal de um movimento que começa a perceber esta modalidade
educativa sob o ponto de vista de seu público. 
Para Fávero (2004, p. 23), nesse período a EJA “remava contra a corrente”, pois tinha claro
que era “um direito a ser concretizado, para que a população considerada analfabeta dele se
apropriasse como passo primeiro e fundamental de um processo de libertação, na direção da
construção de uma sociedade efetivamente democrática.”
Com o golpe militar ocorrido no Brasil em 1964, as ações dos movimentos sociais são
substituídas por campanhas de alfabetização de cunho mais conservador nos propósitos e
assistencialistas nos procedimentos, com a distribuição de alimentos para os alunos e alunas.
Novamente o Estado assume o papel de propor iniciativas, pressionado por questões econômicas e
ideológicas relacionadas à ideia de educação como investimento no desenvolvimento do país. 
A criação do MOBRAL, em 1968, foi mais uma tentativa do Estado brasileiro, primeiro em
forma de campanha e depois com estrutura de fundação, de lidar com a tensão social promovida
pela negação histórica da educação para as classes populares e de atender a orientações da
UNESCO, e tornou-se “o maior movimento de alfabetização de jovens e adultos já realizado no
país, com inserção em praticamente todos os municípios brasileiros.” (FÁVERO, 2004, p.25). Os
resultados, no entanto, foram bastante insatisfatórios relacionados especialmente à falta de
continuidade de estudos para os alfabetizandos. Extinto em 1985, o MOBRAL foi substituído pela
Fundação Educar, também extinta em 1990. 
5
Em termos legais, mesmo tendo se tornado um empreendimento do Estado na década de
1940, apenas em 1971 a EJA aparece pela primeira vez em capítulo específico de uma lei federal de
educação (BRASIL, 1996). Também pela primeira vez aparece em lei a preocupação com a
necessidade de qualificação dos profissionais que nela atuam. Em 1988, a pressão popular por
educação e escolas melhores e em maior quantidade levou a Constituição Federal a estender o
direito à educação básica aos jovens e adultos como um dever do estado, afirmando sua
obrigatoriedade e gratuidade.
Nos anos 90 foram realizadas as conferências internacionais de educação, e o Brasil assumiu
compromisso com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos, firmada em Jomtien, em
1990, com o propósito de reduzir as taxas de analfabetismo. Além da Declaração de Jomtien,
destaca-se a V Conferência Internacional de Educação de Adultos, realizada em Hamburgo, em
1997, que reiterou a importância e a necessidade da EJA para todos. Foi também a época de início
do Fórum Social Mundial e do Fórum Mundial de Educação discutindo e defendo essa mesma ideia.
Esses eventos ajudaram a reacender o debate, e o governo da época respondeu, a partir de 1997,
com um Programa que se chamou Alfabetização Solidária e propunha a parceria entre o próprio
Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), empresas, universidades e
prefeituras. Mais uma vez um chamado à sociedade civil para se engajar na concretização de ações
de EJA. 
Ainda na década de 1990 foi promulgada a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Brasileira, a Lei nº 9394/1996, na qual a EJA passa a ser considerada uma modalidade da
Educação Básica nas etapas do Ensino Fundamental e Médio e com especificidade própria. Mesmo
com o capítulo específico dedicado a EJA na nova LDB, a aprovação da Emenda
Constitucional nº 14/1966 suprimiu a obrigatoriedade do poder público oferecer o Ensino
Fundamental para os que a ele não tiveram acesso na idade própria, e ainda, suprimiu o
compromisso de eliminar o analfabetismo no prazo de dez anos, assim como a vinculação dos
percentuais de recursos financeiros em lei para este fim.
A partir dos anos 2000, ocorre à expansão da educação profissional. Passou-se a mencionar
a alfabetização de jovens e adultos como área de interesse prioritário, incorporaram-se as matrículas
ao financiamento do FUNDEB e desenvolveram-se várias inciativas distribuídas em diferentes
Ministérios no período compreendido entre 2002 a 2006 voltadas os jovens e adultos trabalhadores. 
Um dos programas criados foi o PROEJA que tem como perspectiva a proposta de
integração da educação profissional à educação básica buscando a superação da dualidade trabalho
manual e intelectual, assumindo o trabalho na sua perspectiva criadora e não alienante. Isto impõe a
construção de respostas para diversos desafios, tais como, o da formação do profissional, da
organização curricular integrada, da utilização de metodologias e mecanismos de assistência que
6
favoreçam a permanência e a aprendizagem do estudante, da falta de infraestrutura para oferta dos
cursos dentre outros. 
Nota-se, que o ideário da educação e aprendizagem ao longo da vida envolve um processo
de desenvolvimento social, de direito à cidadania dos sujeitos da EJA, porém visam a construção de
uma sociedade mais justa e sustentável, daí, a preocupação com a formação do jovens, que seria o
sujeito preparado para dar vida a esse projeto, por meio de sua empregabilidade e capacidade
empreendedora.
No Brasil, os programas destinados ao jovem fundamentam-se nesse ideário, mas vem se
concretizando, por meio de parcerias com a sociedade civil organizada, e um processo de
descentralização das ações envolvendo os governos locais(estados e municípios). Cabe a União
idealizar e atribuir as ações entre os demais entes federados, procurando incentivar a participação
local e induzindo as políticas de EJA.
Apesar do crescente número de programas destinados aos jovens e vinculados à EJA, duas
problemáticas se fortalecem a cada dia, sem que sejam solucionadas: a ausência de
regulação dos programas implementados, tende em vista a verificação do êxito ou fracasso das
medidas; a garantia do direito a oferta da modalidade EJA na rede regular de ensino, já que sem
uma articulação entre as ações e os processos de escolarização oferecidos pelo Poder Público, esse
direito corre o risco de não ser cumprido.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
O tema deste artigo foi escolhido em grupo, de acordocom a proposta do tutor, buscando os
aprofundar o conhecimento sobre a EJA (Educação de Jovens e Adultos), bem como a importância
deste programa para aqueles que não tiveram oportunidades de aprendizagem.
A prática de pesquisa utilizada neste artigo foi bibliográfica, realizada em livros de autores
como Fávero que nos anos 1980, foi quem empreendeu uma retomada dos estudos sobre materiais
didáticos destinados a EJA publicando um artigo intitulado “Referências sobre materiais didáticos
para a educação popular” em que realizou um mapeamento da produção didática para a educação
popular dos anos 1950 a 1982. Também utilizamos nesta pesquisa a Lei de Diretrizes e Bases nº
9394/96 a qual define e regulariza a organização da educação brasileira com base nos princípios
presentes na constituição.
Analisamos os textos e buscamos interpretar os dados de cada autor, da nossa maneira,
entendendo assim o tema proposto, aprofundando nosso conhecimento sobre o assunto. Buscamos
7
fontes e autores confiáveis, fornecendo assim pensamentos e críticas sobre este assunto no contexto
escolar.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em seu artigo 37, prevê que aqueles que
não tiveram acesso ou continuidade de estudos na idade própria podem ser atendidos por meio da
oferta da educação de jovens e adultos (EJA). De acordo com o texto, “os sistemas de ensino
assegurarão gratuitamente àqueles que não puderam efetuar os estudos na idade regular
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus
interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames”.
Mesmo a educação sendo direito de todos, há uma tendência da sociedade em culpar os
jovens que não conseguiram concluir seus estudos, atribuindo questões subjetivas para o
abandono escolar. Porém, um dos problemas é a realidade econômica da maioria da população
brasileira, que obriga o jovem a abandonar a escola em busca de emprego que viabilize sua
sobrevivência e muitas vezes, para a sobrevivência da própria família.
Em certo momento, em suas trajetórias de vida, os alunos precisam optar entre estudo e
trabalho. Muitas vezes, conseguem vagas em empregos com baixos salários e direitos restritos, o
que, em seguida, os fazem ingressar na EJA movidos pelo sonho de concluírem os estudos
almejando melhores condições de vida.
Os jovens e adultos que se destinam a EJA, provém das parcelas mais desfavorecidas da
sociedade, que tiveram o direito de educarem-se na idade certa negado, mas trazem consigo
saberes e experiências que precisam ser valorizados, e utilizados como instrumentos de
transformação. A partir do momento que o indivíduo compreende sua realidade, constrói
possibilidades de mudança.
O Ensino de Jovens e Adultos no Brasil (EJA) está inserido na meta do Estado brasileiro
de erradicar o analfabetismo e de proporcionar à população cuja faixa etária não se adéqua mais
ao ensino fundamental e Ensino Médio, a complementação de sua formação escolar. Embora as
cartilhas do governo enfatizem a necessidade de promover entre os sujeitos do EJA o aprendizado
para a formação escolar, também está enfatizada a formação de sujeitos sociais críticos e aptos a
lidar com as exigências de um mundo em transformação. Mas o que se observa, na prática, são
pessoas voltando aos bancos das salas de aula em busca de uma certificação básica, a fim de, em
sua maioria, estarem mais aptos ao mundo do trabalho.
Atualmente, no entanto, é notório que o público adulto está inserido ou tentando se inserir
no processo profissional. Noutras palavras, tentando garantir o emprego ou buscando alguma
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forma de trabalho que possibilite antes de tudo, a própria sobrevivência.
Oferecer a modalidade EJA nos dias de hoje requer um novo pensar acerca das políticas
educacionais e das propostas de inclusão desses educandos nas redes de educação pública do
nosso país. O que se tem pensado até o momento é que o trabalho pedagógico desenvolvido neste
seguimento de ensino deva ser de cunho eminentemente alfabetizatório. No entanto, alfabetizar é
somente a primeira parte do processo. O que não se pode é pensar que só alfabetização poderá
garantir desenvolvimento social deste educando.
Para uma pessoa adulta que retoma seus estudos, o desejo maior é o de se preparar para o
trabalho, de ter autonomia e de se dar bem profissionalmente. A abordagem metodológica neste
sentido não deve ser desenvolvida com os mesmos parâmetros utilizados para se trabalhar com
crianças. Um aluno com idade de 30 anos, por exemplo, retomando os anos escolares
correspondente ao 4º ano do ensino fundamental não se interessará por uma atividade
caracterizadamente infantil. Daí a necessidade de abordar conteúdos equivalentes, mas com uma
linguagem adulta e que vá ao encontro daquilo que esse público deseja.
A educação é o maior e melhor instrumento gestor de mudança. Através dela o homem
consegue compreender melhor a si mesmo e ao mundo em que vive. Desta forma, a própria
educação deve ser a primeira a aceitar e a acompanhar o desenvolvimento e suas especificidades,
ou seja, renovar e promover a interação com o novo.
O Brasil já deu um grande passo nas questões que se referem a alfabetização de jovens e
adultos. Hoje o número de pessoas estudando no EJA é de 4,2 milhões de alunos em todo o país. E
esse número tende a crescer cada dia mais, embora continuemos dentro da escala dos países com
maior taxa de analfabetos. E o problema, como já mencionado, é que o adulto que procura a
escola não quer apenas aprender a ler e a escrever, ele quer e necessita é de atualização com o
contexto social em que vive e faz parte. O jovem quer trabalhar, mas falta qualificação e
oportunidades, principalmente a de concluir a educação básica e ter parcial domínio das novas
tecnológicas.
Em suma, o importante é que seja repensado nosso conceito de educação para jovens e
adultos; fome de ler e vontade de aprender eles têm, só que de uma maneira mais ampla,
característica de quem já tem experiência de vida, que necessita bem mais que a própria escrita e
leitura convencional. Necessita acima de tudo ler as entrelinhas impostas pela problemática de ser
e estar plenamente exercendo a cidadania.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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No estudo sobre a Educação de Jovens e Adultos no Brasil, percebemos que sua trajetória
foi marcada por muitas transformações, demonstrando estar totalmente relacionada às mudanças
sociais, políticas e econômicas que caracterizam cada período histórico.
Compreendendo a EJA como uma Educação, prevista por lei, que propõe dar oportunidades
para concluir os estudos àqueles que por algum motivo não completaram na idade própria,
percebemos que na prática ainda há muito que se fazer, pois as políticas públicas tem garantido
apenas o acesso desse público à escola, mas não a sua permanência. O motivo principal da não
continuidade dos estudos corresponde, muitas vezes, ao fato da escola não atender as expectativas
desses sujeitos, mas outro fator que também contribui refere-se à forma como as aulas são
ministradas após um dia de trabalho árduo. Diante desse contexto, entendemos a necessidade em
se oferecer aulas significativas e contextualizadas a realidade dessas pessoas para que as mesmas
se tornem leitores e leitoras do mundo.
Destacamos as seguintes questões que carecerem de uma melhor compreensão e ampliação
do debate: Na prática observamos que a EJA tem o mesmo conteúdo do ensino fundamental, mas
a forma de ensinar é diferente; o aprendizado é individual, pois a idade e as etapas são diversas e o
nível de conhecimento não é o mesmo; os alunos têm objetivo e determinação; os números de
matrículas aumentaram; a escola para eles tem que ser atrativa, motivadora e empática, exercer as
necessidades do aluno, seracolhedora; os professores precisam ser dinâmicos e preparar um
material que abrange a todos; a avaliação é bem específica e depende do desenvolvimento de cada
aluno. 
Essa pesquisa demonstrou que ainda não conseguimos garantir a educação para todas as
pessoas, como prescrito em leis. Desde o princípio os sujeitos jovens e adultos em atraso sem
escolarização sofreram preconceitos e acusações. A modalidade EJA é como uma reposição de
uma escolaridade não realizada, no qual perdura a ideia de que o aluno é um sujeito diminuído.
Infelizmente, existe ainda um sentido de negação para essa modalidade.
Ressalvamos que para manter um jovem ou adulto em escolarização depende muito do
professor e que não é uma tarefa fácil, requer dedicação especial, pois os alunos não apresentam
um desenvolvimento qualitativo, no tempo adequado. Não basta apenas ensinar a ler e a escrever,
faz-se necessário métodos pedagógicos adequados, pois o ensino na EJA não é igual quando se
escolariza as crianças. O aluno jovem e adulto requer atenção especial, precisam ser reconhecidos
no ambiente escolar e na vida social, precisam ter a autoestima de serem capazes não só de
aprender, mas de abster outras coisas pela sobrevivência individual e familiar e participar da
comunidade onde está.
10
6 REFERÊNCIAS
BEISIEGEL, Celso de Rui. Estado e educação popular: um estudo sobre educação de adultos. 
São Paulo: Pioneira, 1974. (Biblioteca Pioneira de Ciências Sociais). 
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9394/96. Brasília, 20 dez. 1996. 
CURY, Carlos Roberto Jamil. Parecer CEB 11/2000. In: SOARES, Leôncio. Educação de Jovens e 
Adultos. Rio de Janeiro, 2002. 
FÁVERO, Osmar. Lições da história: avanços de sessenta anos e a relação com as políticas de 
negação de direitos que alimentam as condições de analfabetismo no Brasil. In: OLIVEIRA, 
I.B.; PAIVA J. (orgs.) Educação de Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. 
	Jaqueline Pereira Chaves¹
	Julia de Souza Quint
	RESUMO
	1 INTRODUÇÃO
	2 A HISTÓRIA DA EJA E SUAS POLÍTICAS PÚBLICAS
	3 MATERIAIS E MÉTODOS
	Mesmo a educação sendo direito de todos, há uma tendência da sociedade em culpar os jovens que não conseguiram concluir seus estudos, atribuindo questões subjetivas para o abandono escolar. Porém, um dos problemas é a realidade econômica da maioria da população brasileira, que obriga o jovem a abandonar a escola em busca de emprego que viabilize sua sobrevivência e muitas vezes, para a sobrevivência da própria família.

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