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Embriologia – BBPM II Kellyane Zambom – T6 Placenta é um órgão constituído por dois componentes: - Porção fetal: Córion (córion viloso) - Porção materna: Endométrio (decídua basal) Local de trocas de nutrientes, excretas e gases entre mãe e feto: COMPONENTE MATERNO: Em resposta a invasão do blastocisto durante o período de implantação e conseguinte períodos da gestação e aos altos níveis de progesterona Céls. do estroma endometrial acumulam glicogênio e lipídios no citoplasma e são chamados de céls. deciduais. Reação decidual: acúmulo de glicogênio e lipídeos no citoplasma, diminuição da imunoresposta local p/ impedir o corpo da mãe p/ reconhecer o blastocisto como estranho e um aumento da vascularização do local – útero. Assim, o estroma uterino se espessa e torna-se mais vascularizado, e o endométrio como um todo é chamado de DECÍDUA. Decídua diferentemente do endométrio não gravídico passou pela reação decidual. Decídua é o endométrio gravídico (camada funcional) que é descartado após o nascimento. A decídua pode ser descrita em três regiões, de acordo com o local de implantação: - Decídua basal: Encontrada imediatamente abaixo / subjacente ao concepto (engloba o embrião em desenvolvimento mais os seus anexos embrionários), e consiste no componente materno da placenta - Decídua capsular: Camada bem fina de endométrio que vai recobrir o concepto (zona oposta à decídua basal) - Decídua parietal: Toda a parte restante da decídua. Nesta região não ocorreu a implantação. CÓRION: Formado por mesoderma extraembrionário, citotrofoblasto e sinciciotrofoblasto (desenvolvimento das lacunas trofoblasticas). O córion vai passar por modificações. - Vilosidades coriônicas primárias: Proliferação das céls. do citotrofoblasto produz projeções em direção ao sinciciotrofoblasto. - Vilosidades coriônicas secundárias: Mesoderma extraembrionário penetra vilosidades primárias, formando um eixo central de mesoderma. - Vilosidades coriônicas terciárias: Algumas céls. do mesoderma se diferenciam em céls. e capilares sanguíneos. Embriologia – BBPM II Kellyane Zambom – T6 PRIMÁRIA SECUNDÁRIA TERCIÁRIA Placa coriônica (PC): Região de mesoderma extraembrionário de onde partem/se projetam as vilosidades coriônicas terciárias (vão estar banhadas pelo sangue materno da lacuna trofoblástica – onde acontecem as trocas). O oxigênio/nutrientes presente na no sangue - lacuna/ passam pelo sincício, cito, mesoderma extra. e a parede do vaso até chegar na circulação fetal. Ao mesmo tempo as excretas do embrião chegam por esse vasos, caem na lacuna e são removidos pela circulação materna. NÃO EXISTE CONTATO ENTRE O SANGUE DA MÃE E O FETAL!!! Eles são separados pelas estruturas que formam as vilosidades. Os capilares das vilosidades coriônicas fundem-se, formando as redes arteriocapilares que se conectam ao coração do embrião através do pedículo do embrião. Sangue do embrião começa a fluir pelos capilares das vilosidades coriônicas e assim estabelece uma forma de troca de nutrientes de nutrientes excretas e gases entre mãe e filho. Desse modo, os nutrientes e oxigênio são absorvidos pelas vilosidades, caem nesses vasos sanguíneos e são levados até o embrião ou feto. O embrião ou feto em desenvolvimento produz excretas que caem na sua corrente sanguínea, pelo pedículo são levados até os vasos presentes nas vilosidades e são eliminados nas lacunas trofoblasticas – sangue materno remove essas impurezas. Inicialmente, até o início da 8º semana, ou seja, até basicamente o final do período embrionário as vilosidades coriônicas recobrem todo o saco coriônico. Com o crescimento do saco coriônico, as vilosidades associadas à decídua capsular são comprimidas, reduzindo seu suprimento sanguíneo, e degeneram, formando o CÓRION LISO. As vilosidades associadas à decídua basal aumentam em nº, ramificam-se e crescem formando o CÓRION FRONDOSO ou VILOSO. Através do sinciciotrofoblasto, formando a CAPA CITOTROFOBLÁSTICA. Esta capa envolve o saco coriônico e o prende ao endométrio (responsável por prender essa placenta, ou saco coriônico como um todo, no endométrio materno). Faz associação do córion viloso à decídua basal – endométrio materno. Embriologia – BBPM II Kellyane Zambom – T6 Região de onde partem as vilosidades: placa coriônica. As vilosidades ficam banhadas pelo sangue materno (lacunas trofoblásticas – espaço interviloso); a cavidade coriônica é limitada pela placa coriônica consiste em mesoderma extraembrionário recoberto por sinciciotrofoblasto. As vilosidades e superfície externa da placa coriônica são banhadas pelo sangue materno nos espaços intervilosos – PLACENTA HEMOCORIAL (placenta dentre todos os placentários que desenvolve o contato mais íntimo com o sangue materno – essa placenta representa o mais próximo que o sangue materno e fetal podem chegar um do outro sem ter o contato. SANGUE MATERNO E FETAL NÃO SE MISTURAM. 8º semana ao final do período embrionário: Membrana que delimita o âmnio vai se fundir com o córion liso Formação da membrana amniocoriônica (envolve todo o concepto, com exceção do córion viloso. ‘‘bolsa rompida’’ corresponde ao rompimento da membrana amniocoriônica que se rompe, geralmente, quando a mulher entra em trabalho de parto. Com o crescimento fetal, a decídua capsular é pressionada contra a decídua parietal. Posteriormente a decídua capsular se desintegra. Membrana amniocoriônica fica em contato com a decídua parietal. A luz uterina é obliterada. A região da decídua basal + córion viloso = Placenta. Todos os vasos sanguíneos das vilosidades se interconectam e se fundem para formar vasos importantes com o cordão umbilical que se conectam com a circulação do feto. O sangue do feto está presente nos vasos sanguíneos presentes nas vilosidades coriônicas e o sangue da mãe está presente no espaço interviloso ou lacuna trofoblástica. Cordão umbilical: 1 veia e 2 artérias. Veia umbilical leva sangue rico em oxigênio para o feto. Artérias umbilicais levam sangue pobre em oxigênio e nutrientes para as vilosidades. Na decídua basal tem-se veias e artérias endometriais, as artérias levam sangue rico em oxigênio e nutrientes para o espaço interviloso e as veias recolhem o sangue pobre em oxigênio e rico em metabólitos. A região de decídua basal (endométrio uterino que faz contato com as vilosidades coriônicas), em humanos, tem a capacidade de gerar projeções ou septos de tecido conjuntivo – septo placentário - invadem os espaços intervilosos em intervalos regulares emitidos pela decídua Dividindo ou regionalizando a placenta em cotilédones = placenta cotiledonária, devido a apresentação dessas divisões septos placentários oriundos da decídua basal que juntamente com a capa citotrofoblastica auxiliam no aprisionamento ou para segurar essa placenta nesse local/região, garantindo, assim, a associação entre a parte fetal e materna da placenta. Cada cotilédone desse apresenta uma ou Embriologia – BBPM II Kellyane Zambom – T6 duas vilosidades tronco principais que se ramificam em vilosidades periféricas que são mais finas – facilitam as trocas. PLACENTA: A região da decídua basal + córion viloso. CIRCULAÇÃO PLACENTÁRIA: Envolve o espaço interviloso e as vilosidades que em seu interior vão possuir uma rede de capilares. É através das numerosas vilosidades terminais (ramificações mais finas) que ocorrem as principais trocas de material entre mãe e feto (para ocorrer as trocas as vilosidades devem, obrigatoriamente, estar banhadas pelo sangue materno. Quanto mais fina for a vilosidade, mais fina e menos espeça ela será e mais rápida vai acontece r a troca de um componente sanguíneo para o outro. As vilosidades (terciárias) são formadassinciciotrofoblasto por fora, citotrofoblasto, mesoderma extraembrionária e os vasos sanguíneos fetais, então quem faz contato direto com o sangue materno presente no espaço interviloso é o sinciciotrofoblasto – apresenta microvilosidades que aumentam a superfície de contato com o sangue materno (estima-se que sejam mais de 1 milhão de microvilosidades por cm²). Separando o sangue materno e fetal está a membrana placentária. Ela é composta por tecidos extrafetais, que separam o sangue materno e fetal (durante as 20 primeiras semanas de desenvolvimento, a membrana fetakl é formada por 4 componentes: sinciciotrofoblasto, citotrofoblasto, tec. conjuntivo – diferenciação do mesoderma extraembrionária e parede do vaso sanguíneo – endotélio capilar fetal). É equivocado chamar essa membrana de ‘‘barreira placentária’’. Após a 20º semana o citotrofoblasto vai se degenerar – ocorre o seu adelgamento, e em alguns locais as céls. deste tecido desaparecem. Desse modo, após a 20º semana a membrana placentária é composta por três componentes: Sinciciotrofoblasto, mesoderma extraembrionário e endotélio capilar fetal Troca entre mãe e feto . Com o desaparecimento do citotrofoblasto, em algumas regiões, os vasos sanguíneos se aproximam muito do sincício, tem-se então nesses pontos a remoção do mesoderma extraembrionária que forma o tecido conjuntivo. Assim, nesses pontos, a membrana placentária é composta apenas de sincício e a parede do vaso sanguíneo Membrana placentária vasculossincicial (parede do capilar em contato com o sinciciotrofoblasto). Regiões de membrana vasculossincicial representam as regiões em que as trocas são mais eficientes entre mãe e feto, pois a área de difusão – espessura da membrana placentária é a mínima possível; vaso sanguíneo do feto faz contato direto com o sincício. Embriologia – BBPM II Kellyane Zambom – T6 Funções da placenta: Trocas entre mãe e feto (metabolitos, gases, nutrientes...), metabolismo, transporte e secreção endócrina (produz e secreta hormônios) – Essas 3 funções são essenciais para a manutenção da gravidez e para a promoção do desenvolvimento fetal. - Metabolismo: Síntese de glicogênio, colesterol e ác. graxos Fonte de nutrientes para o embrião feto. Essenciais para a realização das demais funções placentárias. Alguns dos transportes requerem o uso de energia – fornecida por essa função metabólica; alguns hormônios usam o colesterol também. - Transferência/transporte placentária: Transporte de substância em ambas as direções. Os gases atravessam a membrana placentária (oxigênio, gás carbônico e monóxido de carbono); substâncias nutritivas passam da mãe pro feto, principalmente, como água, glicose e aa.; hormônios: hormônios esteroides, t3 e t4; eletrólitos; anticorpos Embriologia – BBPM II Kellyane Zambom – T6 (somente anticorpos da classe IgGs atravessam a membrana placentária); produtos de excreção (ureia, ác. úrico e bilirrubina); drogas e metabólitos (fármacos, drogas de abuso, anestésicos);agentes infecciosos (citomegalovírus, vírus da rubéola, varíola, sarampo, poliomielite, Treponema pallidum. - Secreção endócrina: Uso de precursores materno e / ou fetais p/ sintetizar hormônios (feito pelo sinciciotrofoblasto, tanto proteicos, quanto esteroides); hCG (segunda semana de gestação), somatomamotrofina coriônica humana/lactogênio placentário, tireotrofina coriônica humana, corticotrofina coriônica humana. Esteroides: Progesterona e estrógenos (a placenta depois de bem formada vai passar a produzir a progesterona, daí o corpo lúteo pode involuir. A placenta consegue desempenhar funções durante o desenvolvimento fetal – intrauterino que são realizadas por vários órgãos após o nascimento. ANORMALIDADES DA PLACENTA: A interação entre as vilosidades e a decídua basal pode ocorrer de forma errada – placenta acreta Vilosidades invadem as porções mais profundas do endométrio. A camada mais basal do endométrio é lesada nessa condição. Placenta percreta Vilosidades coriônicas conseguem alcançar o miométrio. Após o parto, as lesões causadas no miométrio podem ser tão grandes ao passo de causar uma hemorragia muito grande ou até culminar na necessidade de retirada do útero. Placenta baixa/prévia Geralmente o embrião se implanta no terço superior do útero; as vezes o embrião se implanta mais baixo e a placenta interage com regiões não usuais do útero (sangramentos são mais comuns) – maior chance de descolamento/deslocamento. Não é possível ter parto normal, pois a placenta está impedindo a passagem do feto pelo canal vaginal. Nó verdadeiro hipóxia (no cordão umbilical pode acontecer, geralmente, quando a mulher entra em trabalho de parto// feto se move para passar pelo canal vaginal). Pode levar a danos permanentes, principalmente no tecido nervoso do feto. Mola hidatiforme Formação incorreta de uma estrutura similar a placenta. Acontece, geralmente, por anormalidades que acontecem no sptz – contribuinte paterno que leva a essa anormalidade. Pode ser completa ou incompleta. Completa: óvulo com núcleo inativo. Incompleta: óvulo normal fecundado por dois sptz/sptz diploide. A mola hidatiforme tem uma agressão ao tecido materno muito elevada. GEMELIDADE: Gêmeos podem ser iguais ou diferentes – mono ou dizigóticos (fraternos). Os gêmeos dizigóticos possuem em comum apenas terem dividido o útero no mesmo período de tempo, pois são oriundos de sptz diferentes que fertilizaram ovócitos diferentes. Eles não compartilham informações genéticas idênticas. Possuem âmnios separados, córions individuais e duas placentas. Entretando, a implantação pode ocorrer em espaços muito próximos, de modo a apresentarem córion e placentas fusionadas. Gêmeos monozigóticos ou idênticos – oriundos de um único zigoto: Podem se formar em três estágios do desenvolvimento embrionário específicos. I. Separação no estágio de blastômeros - cada blastômero forma um blastocisto – se comportam como gêmeos dizigóticos, ou seja, anexos independentes todavia com a mesma carga genética. II. Separação no estágio de embrioblasto – âmnions separados, córion comum e placenta comum, pois possuem o mesmo trofoblasto. III. Separação no estágio de disco bilaminar (estágio de epi e hipoblasto) – Vai ter um mesmo trofoblasto e um mesmo âmnio para os dois. Desse modo, mesmo âmnio, mesmo córion e mesma placenta. Esse tipo de separação é muito rara e perigosa para o desenvolvimento. A probabilidade do cordão umbilical dar nó verdadeiro ou enrolar no outro é muito mais comum. Sendo assim, há baixa chance de sobrevivência, devido, principalmente, aos problemas envolvendo os cordões umbilicais. Pode haver ainda a formação de gêmeos conjugados – não separação COMPLETA do disco Podem compartilhar órgãos vitais e/ou Embriologia – BBPM II Kellyane Zambom – T6 estruturas fundamentais e serem incompatíveis com a vida; pode ocorrer também a formação do gêmeo parasita. Chang e Eng Bunker 1811 Sião (Tailândia). Síndrome de transfusão de gêmeos: 5 a 10% das gestações monocoriônicas. Anastomose de vasos da placenta Fluxo sanguíneo comprometido para um dos fetos. Trigêmeos: Representam cerca de 1/7600 gestações e podem provir de: a. Um zigoto e serem idênticos b. Dois zigotos e consistirem em dois gêmeos idênticos e um isolado c. Três zigotos e serem do mesmo sexo sexos diferentes As técnicas de reprodução assistida não possuem uma taxa de sucesso muito alta. Para garantir uma maior positividade em transferências embrionárias, geralmente três a quadro embriões são implantados no útero materno e podem se aderirem ou implantarem ou não de modo a aumentar a chance de gravidez múltipla. Gestações gemelares apresentam incidência elevada de: Parto pré-termo 12% das crianças prematuras. Baixo peso ao nascimento.Mortalidade 10 a 20% (2% em gestações singulares)
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