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O texto trata-se de uma resenha critica acerca do caso d’O Pequeno Hans, escrito por Sigmund Freud (1853-1939). A narrativa apresenta-se em aproximadamente 90 páginas, repletas de diálogos envolvendo Hans e seus familiares, assim como deduções de Freud acerca da problemática em questão. O caso constitui-se o tratamento e a suposta cura de uma criança de cinco anos que se encontrava em um até então, imutável caso de fobia a cavalos. Hans, foi submetido a análises feitas por seu pai que relatou tudo sobre o que o filho dizia ou fazia ao Freud através de cartas. Freud teve contato com o paciente apenas por alguns instantes durante sua infância e após alguns anos viu resultado na vida do rapaz que lhe disse não ter qualquer dano em sua vida devido àquela fobia. Com detalhes ricos sobra a teoria da sexualidade infantil, Freud nos apresenta o caso de fobia de Hans, um menino de apenas cinco anos de idade, que desde os três anos demonstrava um interesse peculiar por seu órgão genital. Hans apresentava questionamentos sobre vários assuntos: órgãos sexuais, diferenças anatômicas entre o homem e a mulher, entre outros. A vivência da sexualidade infantil despertou em Hans o temor de castração e intensa ansiedade que foi deslocada para um objeto fobígeno no mundo externo e desencadeou o desenvolvimento de uma fobia. Nesta história, Freud salienta que é de extrema importância que se tenha conhecimento sobre a sexualidade infantil, pois desta maneira se compreende as crianças, e as doenças psíquicas. Quando tais doenças são mal orquestradas, se forma então o núcleo de uma neurose. Neurose fóbica, onde desvia o sintoma principal para a fobia, a fobia faz você esconder e não encarar seus medos. Freud (1996) ressalta que todas as fases do desenvolvimento psicossexual produzem conflitos internos, sendo considerada também como uma defesa. Na fase fálica o conflito se dá com o desejo pela mãe, que antecede o Complexo de Édipo. A fase fálica envolve somente a parte genital masculina, na qual o menino acredita que todos tenham pênis. Freud analisou o caso e entendeu que o menino via que ele tinha um pênis e não tinha contato com meninas. O nascimento de Hanna foi um marco na vida deste menino, o que lhe gerou indagações, desconfianças e ciúmes, ele desenvolveu esse fobia quando todas vez que ele tinha medo a mãe dele o acolhia e quando o pai viajava a mãe colocava Hans para dormir com ela. Complexo de Édipo é o desejo que o menino tem de afastar o pai da relação, ele achava que a mãe era só dele e ele não quer o pai na relação. Este fato facilitou a intensificação do amor edipiano por sua mãe e aumentou a hostilidade para com seu pai. Por conta desta intensificação do amor por sua mãe, Hans passa então a desejar que seu pai sofra algum acidente, e até mesmo chegue a morrer. O que aconteceu com Hans foi que a afeição erótica reprimida pela mãe se transformou em ansiedade, que foi deslocada para medo de cavalo. Já a hostilidade para com o pai posteriormente se transformou em medo de um cavalo mordê-lo. Freud disse que a analogia que Hans fazia do cavalo tinha haver com o rosto e o bigode do pai, ele transferia esse desejo que ele tinha e o medo de ser mordido era o desejo inconsciente que ele tinha de afastar o pai da relação e essa fobia fazia com que a mãe cuidasse mais dele. Diante disso, percebeu-se que Hans começou a dar sinais de uma transferência em relação a Freud, considerando-o como uma figura importante que ajudava o seu pai. A ausência do pai acontece de 5 a 7 anos, onde o menino tem a angustia da castração, ele tem o medo de ser castrado, pois ele viu meninas e viu que elas já haviam sido castradas. Como citado anteriormente, Hans demonstrava um interesse por seu órgão genital, e pelo de outras pessoas também, incluindo sua mãe, suas amigas e de animais grandes. Gostava de exibir e fantasiava brincadeiras eróticas onde era ajudado a urinar. Ao ser visto por sua mãe se tocando, foi ameaçado de ser levado ao médico e cortar fora seu “pipi”. Com a cirurgia de amídalas encontrou reforço desta ameaça, o que aumentou sua fantasia de castração e seu medo. Hans reprime a fantasia de castração por não suportar o medo, mas esta emoção foi confirmação quando observou sua irmã no banho e viu que a diferença genital se dava pela ausência do “pipi”. Tentava disfarçar seu medo para si próprio, de ter o seu “pipi” cortado fora com afirmações de que o “pipi” dela era engraçado ou que ia crescer. O que mais se destaca neste caso clinico é a comprovação da teoria de Freud sobre a gênese e a evolução da sexualidade infantil. O caso Hans nos mostra o que acontece com todas as crianças, cedo ou tarde, e o que diferencia dos neuróticos é que para superar seus complexos fazem uso de substituições excessivas. Em um dado momento, Freud diz para Hans, numa única visita em que o menino foi com o pai, que seu medo é uma bobagem porque gosta da mãe e tem medo do pai. Diz também para o menino parar de se masturbar e para não ter medo algum de seu pai. O menino aceita o tratamento e esforça-se para não se masturbar. É um período de diálogos entre Hans e seu pai, e cartas com Freud. Além da confiança entre Hans e Freud, importante para a investigação da origem fóbica do menino, deve-se considerar que de fato houve transferência do pai de Hans com Freud, foi a própria transferência do pai de Hans com o “professor” que inaugurou esse campo analítico”, em outras palavras, o tratamento de Hans só foi possível devido a confiança que Freud despertou nos pais em relação ao seu lugar de saber. No caso do Hans houve a transferência positiva, a resolução aconteceu através de correspondência. Em 1909 Freud teve sucesso na sua análise e Hans se libertou da fobia, porque Freud fez o pai de Hans entender que ele estava transferindo pra ele(pai) o medo da resolução do mito do complexo de édipo, e o complexo de édipo é resolvido quando a criança introduz o superego, a criança tem o superego dos pais e ele acontece com a resolução complexo de édipo
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