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Direito Processual Civil III

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Direito Processual Civil III
Profº Tibério Galvão Bueno	
04-02-2020										Tel.: 98887-6544
* Ementa:
· Processos nos Tribunais
· Recursos
· Procedimentos Especiais
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Como o processo chega no tribunal?
- Ação de Competência Originária – Ação onde inicialmente a competência já é do Tribunal. Ex: Ação Rescisória
- Remessa Necessária – Quando o juiz é obrigado a remeter a causa ao Tribunal para ser julgado novamente (duplo grau de jurisdição). Ex: Art. 496, CPC
- Recurso – Meio através do qual a parte pode requerer nova análise de uma decisão proferida em 1ª instância, buscando a reforma, anulação, invalidação ou buscar esclarecimentos.
Tribunal Local
- Tribunal de Justiça – Estado
- Tribunal Regional Federal - União
Tribunal Superior
- STJ / TST / TSE / STM
- STF
Tribunais Locais			Tribunais Superiores
(Justiça Comum)				 STJ
											STF
(Justiça Especial)			 TST / TSE / STM
Desembargadores				Ministros				Ministros
- Tribunal Pleno – é composto por todos os membros do Tribunal. 
- Órgão Especial – (art. 93, XI, CF) Tribunais com muitos membros podem criar um Órgão Especial para realizar as atribuições do Tribunal Pleno.
OBS: Julgamentos realizados pelo Tribunal Pleno ou pelo Órgão Especial, será um julgamento realizado por todo o tribunal.
				
TJRJ
 (180 Membros)
						Tribunal Pleno 	 	Órgão Especial
 (180) (11 a 25)
					
 Câmaras Cíveis			 Grupos de Câmaras Criminais 	 Presidente
(25, cada uma com 5)		 (5, cada um com 10) 			1º vice
										 +	2º vice
											3º vice
											Corr.	
Câmaras Criminais 			
(10, cada uma com 5)
OBS: As Câmaras e os grupos de câmaras são chamados também de Órgãos Fracionários
- Relator – Relator é o Magistrado que recebe o processo no Tribunal, ele é o presidente deste processo.
- Acórdão – É a decisão final do Colegiado, quem o escreve é o relator. As decisões tomadas monocraticamente, somente pelo relator, também serão chamadas de acórdão.
11-02-2020
Processos nos Tribunais
- Relator prevento – é quando houve a interposição de recurso anterior no processo, e este relator será o que receberá e julgará qualquer outro recurso neste processo.
Art. 931, CPC – Depois que o relator elaborar o seu voto, este terá 30 dias para devolver os autos a secretaria para que seja marcado a sessão de julgamento.
Obs.: Prazos Próprios e Impróprios
+ Prazos próprios são aqueles direcionados às partes, onde, se não praticados em tempo, acarretam a preclusão, ou seja, o perecimento do exercício do direito; 
+ Prazos impróprios são aqueles exercidos pelo juiz e auxiliares da justiça e, quando não praticados, não geram a preclusão, mas sim, sanções administrativas. 
 Obs.: Diferença entre Requerer e Pedir
Quem zela pela boa técnica rotula de requerimento o pleito de natureza processual. Assim, o correto é requerer – e não pedir – a juntada de um documento, a produção de certa prova, a realização de determinada diligência, o prosseguimento do processo, a expedição de uma certidão e a designação de data para realização de uma audiência, por exemplo.
Já o pedido está sempre vinculado à obtenção de uma tutela jurisdicional. Por isto, o certo é pedir – e não requerer – que seja imposta uma obrigação ao réu, que sejam antecipados os efeitos da tutela, que a sentença tenha determinado conteúdo e que seja dado provimento a um recurso, dentre outros casos.
18-02-2020
- Atribuições do relator
Art. 932.  Incumbe ao relator:
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal;
III – NÃO CONHECER de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; (O relator ira proferir uma decisão sem mérito)
IV – NEGAR PROVIMENTO a recurso que for contrário a: (O relator irá proferir uma decisão de mérito monocrática)
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal;
VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal.
OBS.: da decisão monocrática do relator, caberá o recurso de agravo interno. 
Art. 933. (Princípio da vedação da decisão surpresa) - Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 1º Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim de que as partes se manifestem especificamente. (qualquer questão nova que vá influenciar na causa o relator tem de dá prazo de 5 dias para que as partes se manifestem, em detrimento do princípio da ampla defesa) 
§2º § 2º Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores. (Nesse caso um julgador que perceberá um fato novo ou uma questão de ordem pública, pedirá vistas eira devolver o processo ao relator para que o mesmo intime as partes para se manifestarem em prazo de 5 dias, em detrimento do princípio da ampla defesa)
Após seu devido trâmite, os autos serão apresentados ao presidente, que designará dia para julgamento (art. 934 do CPC). Em regra, os julgamentos, nos tribunais, ocorrem de forma colegiada. No dia e na hora designados para a sessão de julgamento, cada julgador do órgão colegiado proferirá o seu voto.
Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento (art. 941 do CPC). O somatório dos votos será a decisão do tribunal. A materialização desse julgamento denomina acórdão (art. 204 do CPC)
OBS.: o relator que irá elaborar o Acórdão a menos que se voto tenha sido vencido, nesta hipótese quem irá elaborar o Acórdão será que o julgador que tiver dado o primeiro voto vencedor. 
OBS.: os julgadores e o relator poderão mudar seu voto até que o presidente do órgão fracionário anuncie/publique a decisão do Acórdão.
OBS.: Além de conter relatório, fundamentação e dispositivo, o acórdão deve, igualmente, conter ementa”, conforme determina a redação do art. 943, § 1°, do CPC.
03-03-2020
				Ações Autônomas
Ex.: Habeas Corpus, Ações rescisórias e Mandado de Segurança.	
Meios de Impugnação			
 da decisão judicial				Recursos
				Sucedâneos Recursais
Meios heterotópicos de de impugnar da decisão judicial 
Teoria Geral dos Recursos
O recurso é um dos meios de impugnação de uma decisão judicial, além das ações autônomas de impugnação e dos sucedâneos recursais. “O recurso é o meio de impugnação da decisão judicial utilizado dentro do mesmo processo em que é proferida. Pelo recurso, prolonga-se ocurso (a litispendência) do processo.” (DIDIER, 2016.). Visa impugnar uma decisão judicial buscando a sua anulação, reforma, o seu esclarecimento ou a sua integralização, em razão de ERROR IN PROCEDENDO (erro no procedimento) ou de um ERROR IN JUDICANDO (erro de julgamento).
 - Classificação dos Recursos
	Os recursos podem ser classificados de algumas formas, são elas:
1) Quanto a sua extensão: Parcial ou Total
Diz-se que o recurso é parcial quando “não compreende a totalidade do conteúdo impugnável da decisão. O recorrente decide impugnar apenas uma parcela ou um capítulo da decisão”. Já se entende por recurso total “aquele que abrange todo o conteúdo impugnável da decisão recorrida. Se o recorrente não especificar a parte em que impugna a decisão, o recurso deve ser interpretado como total”
	
2) Quanto a sua autonomia: Principal ou Adesivo
Recurso principal - O sucumbente poderá interpor o seu recurso, de acordo com o seu interesse, independentemente da conduta de seu adversário, ou seja, o seu recurso será julgado sem qualquer vinculação com o comportamento processual da parte contrária, observando-se para tanto todos os requisitos exigidos em lei.
Recurso adesivo - Havendo sucumbência recíproca, ambas as partes poderão recorrer de forma independente, respeitado o prazo de interposição. Entretanto, aquele sucumbente que não interpôs o seu recurso independente no prazo, quando for intimado para apresentar contrarrazões recursais do recurso interposto pelo adversário, poderá, simultaneamente, apresentar recurso adesivo; Todavia, neste caso o recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal da outra parte e qualquer causa que leve a extinção do recurso principal, levará a extinção também do recurso adesivo.
Obs.: O recurso adesivo só será cabível na apelação, no recurso especial ao STJ e no recurso extraordinário ao STF.
3) Quanto a Sua Natureza: Comum ou Excepcional
Apelação
					Agravo
Comum / Ordinário		Embargos
					Ordinário
Quanto a
	Natureza
									Especial - STJ
				Excepcionais / Especial
 Extraordinário
									 Extraordinário - STF
- Princípios Recursais
1) Princípio da Taxatividade: Os recursos estão previstos taxativamente em lei, ou seja, só é recurso o que está previsto no art. 994, CPC.
OBS.: É vedada pela lei processual a criação de outros recursos diferentes desses, seja por leis estaduais, seja por Regimentos Internos de Tribunais que comumente legislam em matéria processual.
2) Princípio do duplo grau de jurisdição: Uma parte da doutrina, minoritária, entende ser um princípio constitucional implícito, em decorrência da distribuição de competências entre os órgãos do poder judiciário feito pela CF (definindo quais são competentes para primeiro grau e para segundo grau). No entanto, grande parte da doutrina entende que não é princípio constitucional, pois se assim o fosse, não poderiam existir decisões irrecorríveis, o que definirá quando será cabível recurso será a norma infraconstitucional.
3) Princípio da voluntariedade ou disponibilidade ou facultatividade: O exercício do recurso é facultativo e totalmente disponível a parte que interpôs, podendo ela desistir a qualquer momento, sem a necessidade da concordância da outra parte.
4) Princípio da Unirrecorribilidade: Os recursos só podem ser interpostos um de cada vez, mesmo que previsto mais de uma espécie de recurso possível; com exceção dos recursos Especial, ao STJ, e Extraordinário, ao STF, que deverão ser interpostos simultaneamente.
5) Princípio da vedação Reformatio in Pejus: O recorrente não poderá ter sua situação jurídica piorada em razão do seu recurso. “Na pior das hipóteses para o recorrente, a decisão recorrida é mantida, não podendo ser alterada para piorar sua situação” (NEVES, 2015).
6) Princípio da Fungibilidade: Consiste na possibilidade de um órgão julgador substituir, ou transformar, ou converter, o recurso interposto por outro, quando entender que o recurso foi interposto “com nome errado”, transformando no recurso adequado. É exigida a demonstração da dúvida objetiva sobre qual seria o recurso adequado. A dúvida objetiva decorre de divergência na doutrina e na jurisprudência sobre a natureza da decisão, e consequentemente, sobre o recurso cabível. Ex.: Erro do juiz em nomear a decisão que será recorrida. 
Obs.: Pode também a fungibilidade decorrer da lei, como por exemplo, como estabelecido no art. 1033, CC
Obs.: Em relação aos requisitos para o recurso, também existem divergências no seguinte ponto: os requisitos a serem preenchidos serão os do recurso recebido ou do recurso para o qual foi convertido? Grande parte da doutrina e da jurisprudência entende que deva ser preenchido os requisitos do recurso convertido. No entanto, outra parte entende não ser justo, devendo ser aberto prazo para sanar possível falta de requisitos que surgiram após a mudança.
10-03-2020
- Juízo de Admissibilidade e Juízo de Mérito
	
						Negativo Recurso não Conhecido
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
 						Positivo Recurso Conhecido
				 Negativo Recurso Improvido
JUÍZO DE MÉRITO
				 Positivo Recurso Provido
	
- Requisitos de Admissibilidade Recursais
	Objetivos
	1) Cabimento – É necessário que haja expressa previsão em lei da possibilidade de se interpor recurso contra a decisão judicial que se pretende impugnar;
	2) Tempestividade – O recurso deve ser interposto dentro do prazo previsto em lei;
Obs.: Atentar-se as causas de suspensão, interrupção, prazo em dobro, etc.
Obs.: Com exceção do Embargos de declaração, onde o prazo é de 5 dias, todos os outros recursos possuem prazo de 15 dias.
3) Regularidade Formal – O recurso tem que ser interposto em respeito a forma exigida pela lei, observando a sua solenidade;
4) Preparo – O pagamento das Custas Recursais deve ser comprovado no ato da interposição do recurso; (art. 107, caput, CPC)
Se as custas forem recolhidas a menor, o relator abrirá prazo de 5 dias para que seja feito o complemento do Preparo, sob pena de deserção. (art. 1007, §2º,CPC)
Se o recurso for interposto sem a devida comprovação do preparo, o recorrente terá o prazo de 5 dias para fazê-lo, no entanto as custas serão em dobro. (art. 1007, §4º,CPC)
E se após interpor sem a devida comprovação, o recorrente recolher as custas a menor, não terá a chance de complementar, sendo seu recurso considerado deserto. (Art. 1007, §5º, CPC)
São dispensados de preparo, os recursos interpostos pelo MP, União, DF, Estados, Municipios e Autarquias. (Art. 1007, §1º,CPC)
Obs.:Se o processo for eletrônico, não tem cobrança de porte de remessa de retorno. (art. 1007, §3º, CPC)
Obs.: O beneficiário da gratuidade de justiça não terá a necessidade de recolher Preparo.
	Se comprovado justo motivo para a falta do Preparo, o relator poderá relevar a pena de deserção, fixando prazo de 5 dias para efetuar o preparo (art. 1007, §6º, CPC). Lembrando que o entendimento de justo motivo é critério subjetivo do Relator, e sua decisão é irrecorrível.
	O equívoco no preenchimento da guia não gera deserção, cabendo ao relator solicitar que o erro seja sanado no prazo de 5 dias (art. 1007, §7º, CPC)
	5) Inexistência de fato impeditivo ou extintivo de recorrer – Não pode ter havido no curso do processo a desistência de recurso (fato extintivo) ou a renúncia ao direito de recorrer (fato impeditivo).
Subjetivos
	1) Interesse Recursal – O recurso só será admitido se demonstrado ser a única forma de mudar a situação jurídica do interessado;
Pesquisa: Possibilidade de recurso para alterar a fundamentação, sem alterar o resultado (procedência ou improcedência). 
Com Referência, em folha de caderno, manuscrito. (valor: 0,5) 
	2) Legitimidade – O recurso só pode ser interposto pela parte vencida (sucumbente), pelo M.P. (nas hipóteses de sua atuação no processo, como previsto no art. 178, CPC) e pelo Terceiro prejudicado.
- Efeito dos Recursos
	1) Efeito devolutivo - Efeito natural de todo e qualquer recurso, que consiste no fato de devolver ao judiciário uma matéria já julgada para o seu reexame, em regra a um Órgão Superior.
		Temosuma divisão:
- Efeito Devolutivo Horizontal / Quanto a sua Extensão (Quantum Devolutum Quantum Apelatur) 
Se estende a matéria impugnada. A extensão do Tribunal fica limitada ao que foi objeto do recurso.
Obs.: Efeito Devolutivo Translativo: Se refere a matérias que embora não tenham sido impugnadas, o Tribunal poderá conhecê-las de Ofício. Questões de Ordem Pública, estas serão devolvidas ao Tribunal, independentemente de impugnação. (até a 2ª Instância, pois a CF só da competência ao STJ e STF, via recurso, julgar o que já foi objeto de decisão anterior. Se não foram objeto de decisão anterior, estarão as Questões de Ordem pública preclusas).
- Efeito Devolutivo Vertical / Quanto a sua profundidade Na analise da matéria o Tribunal pode julgar sobre qualquer Tese Jurídica, não ficando limitado Às Teses argumentadas no processo. 
Obs.:Se utilizar uma tese não argumentada no processo, o Tribunal deverá abrir prazo para que as partes possam se manifestar sobre essa Tese, pois a legislação veda a chamada “Decisão surpresa”, resguardando o princípio da Ampla defesa e do Contraditório.
	
Pesquisa: Qual a solução a ser dada quando a uma divergência de votos dentro de um Órgão Colegiado.
Com Referência, em folha de caderno, manuscrito. (valor: 0,5) 
24-03-2020
	2) Efeito Suspensivo – É a possibilidade que o recurso projeta em impedir/suspender os efeitos da decisão. Decorre da lei ou de decisão do relator.
	Obs.: Não é necessário cumprir a decisão enquanto o recurso não for julgado.
	Ex.: Art. 1012, CPC – Há efeito suspensivo, no entanto pode não ser suspenso se determinado/ comprovado que tal efeito cause grave dano ou dano irreparável (art. 1012, §4º, CPC)
		Art. 1012, §1º - Não há efeito suspensivo
	3) Efeito do Julgamento - Tal tema não é abordado por todos os autores. É o resultado final do julgamento que pode ser a reforma, anulação ou a manutenção da decisão impugnada.
Reforma
			Recurso Provido
Anulação
Manutenção		Recurso Improvido
	4) Efeito de Interposição – Evitar a formação de coisa julgada.
Dos Recursos em Espécie
- Da Apelação – Arts. 1009 ao 1014 do CPC
	Apelação é o recurso ordinário cabível contra as sentenças proferidas em primeira instância, isto é, em primeiro grau de jurisdição.
	1) Hipóteses que não comportam apelação: 
		A) Sentenças proferidas no Juizado Especial Cível
			Criou-se uma convenção de que, neste caso, contra a sentença 		proferida cabe Recurso Inominado.
		B) Sentença proferida de Acordo
	Nesse caso, a Sentença é homologatória do acordo. Sendo assim, não cabe recurso, desde que seja respeitado o acordado entre as partes.
C) Sentença que decreta Falência de Empresa 
		Arts. 99 e 100 da lei 11.101/05
	A lei define que cabe Agravo e não Apelação.
D) Sentença proferida na Arbitragem
		Lei 9307/96
	Pode ser objeto de anulação, mas não cabe recurso.
E) Sentença que julgar Embargos à Execução fiscal com valor inferior a 50 OTN
		Art. 34 da lei 6830/80
	A lei determina que só cabe Embargos infringentes ou declaratórios.
	2) Prazo: 15 dias, para interpor e para responder
	Obs.: ATENÇÃO às hipóteses de prazo em dobro e interrupção / suspensão do prazo.
	3) Procedimento
		É interposta em 1ª instância, perante o próprio juiz sentenciante que poderá, se for possível, se retratar. Se não for hipótese de retratação, o juiz intimará o apelado para apresentar contrarrazões em 15 dias.
		Após o prazo para apresentação das contrarrazões, ela tendo sido oferecida ou não, o juiz remeterá o processo ao Tribunal, independentemente de Juízo de Admissibilidade (pois este é feito pelo Relator) (art, 1010, §3º, CPC).
31-03-2020
	4) Preliminares
		Na apelação, caso tenha alguma decisão interlocutória no curso do processo que não comportava recurso (agravo de instrumento), poderá o apelante atacar tal decisão por meio de preliminar de apelação, ou seja, o apelante poderá suscitar alguma questão sobre uma decisão interlocutória proferida pelo juiz no curso do processo, a qual não comportava agravo de instrumento, para que o tribunal dela conheça antes de julgar a apelação propriamente dita, por meio de preliminar. As questões interlocutórias que não forem suscitadas em preliminar de apelação ficaram preclusas no processo, não podendo mais serem discutidas. 
	5) Julgamento
		No julgamento da apelação participarão 3 julgadores, devendo o relator apresentar a sua relatoria e em sequência o seu voto. Os demais julgadores poderão solicitar vista dos autos, hipótese em que o julgamento será suspenso, remetendo-se os autos a aquele que solicitou vista; ou poderão imediatamente cada um proferir o seu voto. Durante o julgamento qualquer julgador poderá voltar atrás em seu voto, ou seja, se retratar. Encerrado o julgamento, será lavrado o acórdão pelo relator, a não ser que o seu voto tenha sido vencido, e neste caso, o acórdão será elaborado pelo julgador que proferiu o primeiro voto vencedor.
		Se o resultado for não unanime (resultado 2x1), de acordo com o art. 942 do CPC, serão convocados novos julgadores, em número suficiente possível para se reverter a decisão (pelo menos mais 2 votos), para prosseguir com o julgamento do recurso. Os outros julgadores, em regra, são convocados dentro da própria câmara, mas o CPC diz que quem definirá isso será o regimento interno;
		Obs.: Essa técnica de julgamento da apelação, prevista no art. 942 do CPC, também se aplica ao julgamento da ação rescisória quando a decisão for de procedência e, também, no julgamento de agravo de instrumento que reformar decisão que julgar parcialmente o mérito, conforme previsto no art. 942, § 3º do CPC.
	6) Teoria da causa madura – art. 1013, § 3º, CPC. – boa questão de prova
	 	Causa madura é aquela que está pronta para julgamento; logo, é aquela que encontra-se em tempo para ser julgada. Nesse aspecto, Lemos (2016, p. 318), de modo claro, indica que isso representa que “o processo está maduro para ser julgado, pronto para a decisão da questão meritória”.
		Se fundamenta nos Princípios da Economia e da Celeridade, Razoável duração do processo e da Efetividade da jurisdição.
		Ex.: O juiz após todo o curso do processo profere sentença sem resolução de mérito, e você interpõe apelação pois entende que o mérito poderia ser julgado. O Tribunal ao julgar a apelação, entende que o mérito deveria sim ser julgado, pois o processo comporta análise do mérito. Entendendo que a causa está pronta para ser julgada, pode o Tribunal julgar o mérito de pronto, sem a necessidade de remeter novamente os autos a 1ª instância para julgamento.
		Obs.: Como o Tribunal anulou a decisão em 1ª Instância, fazendo com que esta não exista mais, o que deveria ser feito seria os autos serem devolvidos a 1ª Instância para que o juiz proferisse novamente a sentença. Como o art. 1003, §3º autoriza ao Tribunal julgar diretamente ao invés de devolver, surge uma questão: E contra esse acórdão, proferido pelo Tribunal no lugar da decisão de 1ª Instância, é possível recurso? Sim. Se a decisão for uma decisão monocrática caberá recurso para o próprio colegiado (Agravo Interno), e em caso de ter sido julgado pelo colegiado, caberá recurso especial ao STJ ou extraordinário ao STF.
		Obs.: Não há o que se falar em violação do Princípio do Juiz natural, na hipótese da teoria da causa madura, uma vez que está disposto em lei tal competência.
Aula 1
Caso concreto: Conforme art. 935 do CPC, deve-se respeitar um período de 5 dias entre a publicação da pauta de julgamentos e a data do julgamento. Ainda segundo o mesmo artigo, os processos que não forem julgados deverão ser inclusos em nova pauta, salvo aqueles que tenham sido expressamente adiados para a primeira sessão seguinte (próximo dia). No caso em tela, não assiste razão ao patrono de Manoel, visto que da primeira sessão este foi devidamente intimado, e o julgamento foi ... ...adiado para a próxima sessão, no dia seguinte, o que não faz necessário aguardar o prazo de 5 dias, uma vez que esse só é devido quando o julgamento não é expressamente adiado.
Além disso, o momento para alegar a nulidade é no iniciodo julgamento, precluindo caso não o faça, uma vez que o advogado aguardou o julgamento para alegar a nulidade, poderia ainda ser alegado má-fe do mesmo. 
Questões objetivas: D e C
Aula 2
Caso concreto: a) Não, pois o mesmo não pertence ao rol de recursos e o mesmo é taxativo, logo, só é recurso o que a lei determina ser recurso. O pedido de reconsideração tem natureza de sucedâneo recursal, ou seja, apesar de possuir as mesmas finalidades não está indicado na lei como um recurso.
b) não, pois não se trata de recurso
Questões objetivas: B e A
Aula 3
Caso concreto: O amicus curiae é uma parte não interessada do processo. Sua atuação depende da decisão judicial que definirá a extensão desta.
Questões objetivas: anulada e D
- Do Agravo de Instrumento – arts. 1015 a 1020, CPC
	É o recurso que tem por objetivo impugnar as decisões interlocutórias, nas hipóteses do art. 1015 do CPC.
	Obs.: Segundo entendimento do STJ, o rol do art. 1015 possui uma taxatividade mitigada, podendo ser admitido excepcionalmente em outras hipóteses desde que o agravante prove que o cumprimento daquela decisão interlocutória poderá trazer um grande prejuízo de difícil ou impossível reparação, ou em caso de discussão de competência. 
	1) Prazo: 15 dias para interpor e para responder.
	2) Procedimento 
		O recurso de agravo de instrumento será interposto diretamente no tribunal competente, respeitando as formalidades dos arts. 1016 e 1017 do CPC.
		O agravante deverá instruir o recurso de agravo com determinadas cópias obrigatórias do processo, conforme o art. 1017, I do CPP, e demais cópias facultativas. Em caso de não existir ainda no processo alguma dos documentos que devem ser juntadas obrigatoriamente, deve-se explicar no agravo as razões dessa não juntada.
		Obs.: A juntada das cópias obrigatórias e facultativas, como previsto no art. 1017, I e III do CPC, só se fará necessária na hipótese de processo físico, dispensando-se nos autos eletrônicos. (art. 1017, § 5º, CPC)
		Obs.: No processo eletrônico também não se cobra taxas de porte de remessa e retorno. (art. 1017, §1º, CPC)
		MUITA ATENÇÃO!! ART. 1018, CPC – Na prática não é facultativo, é melhor comunicar! (art. 1018, §3º, CPC) Só vale para processo físico!
	3) Finalidade
		Princípio da economicidade, para se evitar a prática de atos no processo que possam ser anulados, além de ter por objetivo dar a juiz oportunidade de exercer o juízo de retratação, tendo em vista não ser definitiva a decisão interlocutória. Havendo a retratação, o agravo perde o seu objeto (art. 1018, § 1º, CPC)
	4) Julgamento
		O relator ao receber o agravo indicará o efeito em que o recebe podendo atribuir-lhe efeito suspensivo (Em regra o efeito é somente DEVOLUTIVO, só será suspensivo se o relator assim verificar), poderá deferir tutela antecipada recursal e determinará a intimação pessoal do agravado ou através de seu advogado para responder o agravo em 15 dias. E ainda, determinar a intimação do MP, se for o caso de sua atuação no processo, conforme art. 1019 do CPC
		Após o prazo de resposta do agravado o relator poderá realizar o julgamento monocrático do agravo, nas hipóteses do art. 932 do CPP, caso contrário deverá solicitar a inclusão do recurso em pauta para julgamento perante o órgão colegiado, em prazo não superior a 1 mês da intimação do agravado, conforme ar. 1020 do CPC.
		Após o julgamento do agravo, ele será encaminhado ao processo de origem.
- Do agravo interno – Art. 1021, CPC
	Recurso cabível contra a decisão monocrática do relator, dirigido ao próprio colegiado a que ele pertence.
	1) Procedimento
		O procedimento do agravo interno obedecerá às regras estabelecidas no regimento interno do respectivo tribunal em que estiver atuando. (art. 1021, parte final, CPC)
	2) Prazo: 15 dias
	
	Obs.: é possível Retratação do Magistrado agravado.
	
	ATENÇÃO AOS §§ 4º E 5º DO ART. 1021, CPC Se seu recurso de agravo interno for inadmissível ou improcedente por unanimidade, será aplicada multa de 1 a 5% . e só poderá interpor qualquer outro recurso se pagar tal multa
07-04-2020
- Dos Embargos de Declaração – Arts. 1022 a 1026, CPC
	1) Natureza jurídica
		Há divergência doutrinária.		
	Uma posição minoritária da doutrina defende que os Embargos de Declaração não possuem natureza jurídica de recurso pois os Embargos de declaração não tem por objetivo modificar a decisão impugnada (objetivo dos recursos), não há necessidade de demonstração de prejuízo com a decisão impugnada, além disso, os Embargos de Declaração não serão julgados por um órgão hierarquicamente superior ao que proferiu a decisão impugnada, para essa parte da doutrina se trataria de mero sucedâneo recursal.
		Já a maior parte da doutrina entende que os Embargos de Declaração possuem natureza jurídica de recurso, com base no principio da taxatividade, que determina que os recursos são previstos de forma taxativa na lei e a lei tratou os embargos de declaração como recurso.
	2) Conceito
		Os embargos de declaração têm por objetivo corrigir vício de uma decisão judicial que não seja compreensível, que apresente contradição, que não seja integral (decisão citra petita), ou que contenham meros erros materiais, direcionado ao próprio órgão que prolatou a decisão impugnada, para que emita nova declaração, em regra, com o mesmo conteúdo afastando o vício que a contaminava. 
	3) Vícios
		A) Obscuridade O juiz deve ser claro em sua fundamentação, de 	forma que as partes possam entender as razões de tal decisão.
		B) Contradição Falta de lógica na decisão. Por exemplo, a 	fundamentação dar a entender um resultado e a decisão é totalmente contraria; 	ou o juiz julga totalmente procedente os pedidos do autor, mas condena ele a 	pagar ao réu algo.
		C) Omissão Quando o juiz se omite em relação a alguns dos pedidos. 	Nessa hipótese, o juiz poderá modificar a decisão, em razão do julgamento da 	matéria omissa. (art. 1022, parágrafo único, CPC)
		D) Erro Material Erro de cálculo, de digitação, etc.
	4) Contraditório
		Nos embargos de declaração em regra não há contraditório, ou seja, a parte contrária não será intimada para responder ao recurso, a não ser que ele tenha fundamento na omissão hipótese em que poderá haver modificação da decisão, neste caso o embargado deverá ser intimado para apresentar contrarrazões, confome art. 1024, §4º, CPC.
	5) Efeitos – art. 1026, CPC.
		Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo, salvo se concedido pelo juiz ou pelo relator, porém interrompe o prazo para a interposição de demais recursos. Após o julgamento dos Embargos de declaração, voltam a contar integralmente os prazos de todos os outros recursos cabíveis
	6) Objeto
		Os Embargos de declaração podem ser opostos contra qualquer decisão judicial (decisão interlocutória, sentença, acordão, decisão monocrática do relator). 
		Obs.: Existe uma discussão em relação a ser possível Embargos de declaração em face de despacho de mero expediente, a doutrina entende ser possível, mas não necessário, pois os despachos podem ser corrigidos de ofício ou a requerimento das partes.
	7) Prazo: 5 dias
	8) Embargos meramente protelatórios
		Caso os embargos de declaração sejam reconhecidos como meramente protelatórios, o embargante será condenado a pagar ao embargado multa de até 2% sobre o valor da causa (arte. 1026, §2º, CPC), e na hipótese de reiteração dos embargos protelatórios esta multa será elevada para até 10% sobre o valor da causa e o embargante não poderá interpor qualquer outro recurso antes do pagamento da multa, com exceção da fazenda pública e do beneficiário da gratuidade de justiça que só pagarão ao final do processo. (art. 1026, §3º, CPC)
		Não serão admitidos novos embargos de declaração, quando em dois anteriores forem considerados protelatórios. (art. 1026,§4º, CPC)
Obs.: Contra uma sentença cabe embargos de declaração e apelação. Se você quiser reformar ou anular a sentença, cabe apelação, já se você quiser sanar algum vício, cabe embargos de declaração.
Obs.: Se proposto por uma das partes Embargos epela outra Apelação, os Embargos de declaração serão julgados primeiro. Em caso de interposição de embargos e outro recurso, no caso dos embargos alterar a decisão, a outra parte deverá ser intimada para adequar os embargos
- Do recurso ordinário – Arts. 1027 e 1028 do CPC, Art. 102, II e art. 105, II da CF/88.
	1) Conceito
		Tem por objetivo o rejulgamento de acordão proferido, nos casos previstos no art. 1027.
		Tem o mesmo objetivo, nos tribunais superiores que a apelação tem no TJ, para recursos em ação originária da 2ª instância (STJ ou Tribunal local).
Obs.: Art.1027, II, b, CPC c/c art. 109, II, CF/88 Trata-se de hipótese em que não é cabível apelação.
	2) Prazo
	3) Procedimento
	4) Preliminares				Aplica-se ao Recurso Ordinário, 
	5) Julgamento				 as mesmas regras da Apelação, 
6) Teoria da causa madura 		fazendo as devidas adaptações.
Aula 4
Caso concreto: 
A) Carlos não poderá atacar tal decisão interlocutória (desconsideração da personalidade jurídica), estando tal matéria preclusa, tendo em vista que deveria ter sido interposto embargos em momento oportuno. Logo, o recurso de Carlos está parcialmente adequado.
B) O juiz não poderá inadmitir o recurso, tendo em vista que quem faz o juízo de admissibilidade é o tribunal, conforme art. 1010, §3º, CPC.
Objetivas: “B” e “C”
Aula 5
Caso concreto: Agiu de forma inadequada o relator, pois trata-se de hipótese de agravo de instrumento. Contra a decisão do relator cabe Agravo interno
Objetivas: “E” e “B”
Aula 6
Caso Concreto: Os embargos de declaração sempre interrompem o prazo para os demais recursos, inclusive nos Juizados, pois o novo CPC alterou a lei 9099 em seu art.50. (art. 1065, CPC). Logo, o juiz errou sendo o recurso tempestivo.
Objetivas: “C” e “Anulada” (pois não é independentemente, somente se for a decisão denegatória)
14/04/2020
- Dos Recursos Excepcionais: extraordinário (ao STF) e Especial (ao STJ) – Art. 1029, CPC; Arts. 102, III e 105, III, CF/88
	Os recursos especial ao STJ e extraordinário ao STF tem por finalidade impedir que decisões judiciais inferiores contrariem a norma infraconstitucional e a norma constitucional, mantendo em todo o País a uniformidade da interpretação dada pelo STJ as leis federais e pelo STF á Constituição. 
Obs.: Interpretação de fatos e de provas não será objeto de analise de recurso ao STF e STJ, somente será analisado se a sentença respeitou as normas legais, lei ou CF.
	Estes recursos são chamados de recursos de fundamentação vinculada, pois só serão admitidos quando interpostos sobre um dos fundamentos previstos no art. 102, III da Constituição, no caso do recurso extraordinário ao STF e do art. 105, III da Constituição no caso do recurso especial ao STJ.
Obs.: todos os demais recursos possuem fundamentação livre.
	Os recursos Especial e extraordinário podem ser interpostos contra acordão que julga apelação, ação de competência originária, remessa necessária, julgamento de agravo de instrumento e julgamento de agravo interno.
1) Prazo: 15 dias
Obs.: Atenção a prazos em dobro, interrupção e suspensão de prazos.
2) Requisitos de admissibilidade comuns aos recursos especial e extraordinário
	
A) Tempestividade
	Se violar ao mesmo tempo lei infraconstitucional e a Constituição, deverá ser interposto os dois recursos, simultaneamente, no mesmo prazo de 15 dias, sob pena de preclusão;
B) Esgotamento das vias ordinárias 
	Enquanto houver a possibilidade de um recurso comum, não é possível a interposição de um recurso especial ou extraordinário;
C) Que o recurso seja interposto contra decisão de única ou última instância 
	Obs.: Para o recurso ao STJ, a CF exige que a decisão de origem seja de um tribunal, além de ser de única ou última instância, já o recurso extraordinário ao STF a CF só exige que tenha sido proveniente de única ou última instância. 
	Obs.: Turma recursal dos juizados não é tribunal, logo da decisão da turma recursal dos juizados não cabe recurso especial ao STJ, somente o recurso extraordinário ao STF. Logo, se houver sentença que viole lei, não terá como recorrer.
D) Que não tenha o objetivo de se rediscutir matéria de fato
	Fundamentação vinculada às hipóteses descritas na Constituição, ou seja, violação da lei ou da Constituição. Não haverá reexame de fatos e provas, já está superado.
	Ex.: Se presente no processo uma gravação, não é possível questionar via recurso extraordinário ou recurso especial o conteúdo da prova. O que se pode questionar é, por exemplo, a ilicitude da prova.
E) Que o recurso seja contra matéria efetivamente decidida (DO PRÉQUESTIONAMENTO)
 	O STJ e STF só analisarão, via recurso especial e extraordinário, as causas que tenham sido objeto de efetiva decisão de instâncias anteriores. É necessário que a questão federal ou constitucional a ser discutida no recurso excepcional tenha sido suscitada e decidida nas instâncias ordinárias.
	Desta forma, exige-se que a matéria Federal ou Constitucional tenha sido pré-questionada nas instâncias ordinárias, não sendo possível o seu questionamento pela primeira vez nos autos do julgamento do recurso especial pelo STJ, ou do recurso extraordinário pelo STF.
28-04-2020
3) Requisito de admissibilidade específico ao recurso extraordinário
A) Da repercussão geral – art. 102, §3º, CF/88 e art. 1035, CPC
	Só será admitido se entender que a matéria ultrapassa o interesse subjetivo do indivíduo, tendo que ser de interesse geral.
	O relator pode entender sozinho pela Repercussão Geral, no entanto para o entendimento negativo é necessário o entendimento de 2/3 (8 votos).
	- Hipóteses objetivas de repercussão geral – art. 1035, §3º, CPC
	Reconhecida a repercussão geral, o relator no STF determinará o sobrestamento, suspensão, de todos os processos em curso no país que versarem sobre a mesma questão de direito constitucional. 
	Julgado o recurso no supremo, a decisão será comunicada a todos os tribunais e juízes do Brasil para que adotem a mesma decisão nos processos que estavam suspensos.
Obs.: A decisão que não admite repercussão geral é irrecorrível.
- Dos recursos especial e extraordinário repetitivos – art. 1036, CPC
	Quando houver múltiplos recursos extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica questão de direito, não serão enviados diretamente ao STJ ou STF todos os recursos, o tribunal local irá escolher dois ou mais, que irão representar os demais, para enviar ao STF ou STJ, para que sejam amostra. (art. 1036, §2º, CPC)
	O tribunal superior não fica vinculado aos dois ou mais processos escolhidos pelo tribunal, podendo pedir que envie outros, ou escolher quais quiser para servir de paradigma (art. 1036, §§ 4º e 5º, CPC). Os Processos que serão escolhidos deverão conter abrangente argumentação e discussão sobre o tema, conforme art. 1036, §5 ], CPC.
	Durante esse período, todos os demais processos que versarem sobre a mesma questão ficarão suspensos aguardando a decisão. (art. 1036, §2º, parte final, CPC)
	Ao final, será publicado o acórdão paradigma (art. 1.040, caput e incisos I, II e III, do CPC), e todos os demais processos que estavam suspensos nos Tribunais de Justiça dos Estados ou nos Tribunais Regionais Federais terão segmento negado caso o acórdão recorrido coincida com a orientação do Tribunal, ou serão novamente apreciados pelo Tribunal de origem quando o acórdão recorrido divergir da orientação do Tribunal Superior.
	Obs.: Poderá a parte autora desistir de ação que corre em primeiro grau de jurisdição quando versar sobre tema decidido em recursos repetitivos pelo STJ ou STF, sem a necessidade de anuência do réu, mesmo após a contestação, conforme art. 1040, §§ 1º ao 3º, CPC, diferenciando da regra geral
	O entendimento firmado pelo STF ou pelo STJ sobre a controvérsia jurídica passará a ser, necessariamente, observado por todos os tribunais nacionais, na forma do art. 1.040, IV, do CPC.
- Dos embargos de divergência – art. 1043, CPC
	O recurso de Embargos de Divergência tem a finalidade de dissipar, ou acabar com, a divergência jurisprudencial entre órgãos fracionáriosdo STJ e do STF.
	Obs.: O procedimento dos embargos de divergência está disciplinado no regimento interno dos tribunais superiores
- Do agravo em Recurso Especial e Em recurso Extraordinário – art. 1042, CPC
	Quando se pretende recorrer ao STF ou STJ quem faz o juízo de admissibilidade é o próprio tribunal que proferiu a sentença que se pretende recorrer. 	Se tal tribunal negar provimento ao recurso pretendido poderá ser interposto Agravo para que seja revista a decisão de não provimento. Tal revisão será feita pelo tribunal a qual se pretendia recorrer, que decidindo pelo provimento irá julgar o recurso originário. 
	Obs.: Também chamado de recurso para destrancar o recurso.
	Serve para que o STF ou STJ faça novo juízo de admissibilidade.
Aula 7
Caso Concreto: Não, o ministro deveria aplicar o princípio da fungibilidade e da primazia do julgamento de mérito, convertendo o recurso extraordinário em recurso especial e remeter ao STJ para que possa julgar, conforme art. 1033, CPC.
Objetivas: “C” e “A”
Aula 8
Caso Concreto: 
A) Diferente da regra geral do art. 185, §§4º e 5º, do CPC, onde depois de apresentada a contestação o autor só poderá desistir da ação com a anuência do réu. Nos casos de julgamento repetitivo é possível que o autor desista da ação sem a anuência do réu, mesmo depois de apresentada a contestação, conforme art. 1040, §§ 1º ao 3º, CPC.
B) Caso verificado distinção entre as demandas, poderá a parte requerer o prosseguimento ao juiz (processo suspenso em 1º grau de jurisdição) ou ao relator (processos nos tribunais), que deverá ouvir a outra parte, e reconhecerá ou não a distinção, dando prosseguimento ao procedimento caso seja reconhecido. Vale destacar, que da decisão de não reconhecimento da distinção caberá ainda agravo de instrumento (em caso de decisão do juiz em 1º grau) ou agravo interno (nos casos de decisão de relator, nos tribunais), conforme Art. 1037, §§ 9º ao 13, CPC.
Objetivas: “A” e “D”
05-05-2020
- Do incidente de assunção de competência – art. 947, CPC
1. Conceito
	Trata-se de um incidente no qual o órgão colegiado fracionário indicado pelo regimento interno do tribunal assume a competência anteriormente atribuída a outro órgão do mesmo tribunal, para o julgamento de um recurso, de uma remessa necessária ou de uma ação de competência originaria.
	Logo, há um redirecionamento de competência, a competência que era de um órgão passa para outro órgão de um mesmo tribunal. Assunção porque “assume-se a competência”.
2. Finalidade
	Prevenir ou acabar com divergências entre órgãos fracionários do tribunal.
3. Legitimidade para suscitar o incidente – art. 947, §1º
	O relator de ofício ou a requerimento as partes, a Defensoria Pública ou o Ministério Público.
4. Prazo
	O CPC não determina prazo par tal. O entendimento é de que poderá ser provocado até o momento em que for proferido acórdão.
 
5. Legitimidade de julgamento
	O órgão de cúpula definido pelo regimento interno de cada tribunal.
	Obs.: Geralmente é o Pleno ou o Órgão Especial 
6. Juízo de admissibilidade
	É feito um julgamento inicial pelo Órgão que está com o processo e entendendo ter uma questão de relevância social irá remeter o processo ao órgão indicado pelo Regimento interno. Esse órgão fará um novo julgamento de admissibilidade e entendendo que existem os requisitos julgará, se entender não existir devolverá ao órgão de origem.
	Obs.: Não existe recurso quanto a decisão de admissibilidade ou não do órgão indicado pelo regimento, porém o regimento interno poderá estabelecer a possiblidade de recurso.
7. Requisitos – art. 947, parte final
a) Existência de recurso, remessa necessária ou processo de competência originária em tribunal. Não é ENTRE tribunais, mas sim entre ORGÃO do mesmo tribunal.
b) É preciso que exista uma relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição da divergência entre órgãos do tribunal.
c) É necessária grande repercussão social.
d) É preciso haver a ausência de repetição em processos múltiplos, pois não é microssistema de casos repetitivos.
8. Procedimento – art. 947, §§1º a 3º
a) Preenchidos os requisitos, o relator propõe o redirecionamento da competência, de ofício ou a requerimento.
b) O órgão colegiado competente para conhecer do processo, envia os autos ao órgão que o regimento indicar.
c) O órgão indicado pelo regimento, reconhecendo o interesse na assunção da competência, julga o processo em concreto.
9. Aplicação da tese jurídica – art. 947, §3º
	A tese fixada no julgamento da assunção de competência vinculará todos os juízes subordinados ao tribunal e o próprio tribunal, salvo revisão de tese (salvo distinção ou superação). Logo, o incidente de assunção de competência firma um precedente obrigatório.
- Do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas – arts. 976 a 987, CPC
1. Objetivo
	Prevenir ou acabar com divergências entre órgãos fracionários do tribunal. Buscando resguardar os princípios da Isonomia e segurança jurídica, assim como no incidente de assunção de competência.
2. Requisitos – art. 976, I e II
	a) Repetição de processos que versem sobre a mesma questão de direito.
	b) Risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica
	Obs.: Diferentemente do incidente de assunção de competência, aqui é necessário a multiplicidade de ações, isso determinará qual incidente deverá ser usado
	Obs.: A inadmissão do IRDR por falta de requisitos não impede que, sanado a falta, seja o IRDR novamente suscitado, não haverá preclusão. (art. 976, §3º)
3. Legitimidade
	Juiz (em primeiro grau de jurisdição) e o relator, de ofício ou a requerimento as partes, o MP o a Defensoria Pública.
	Obs.: O IRDR pode ser deflagrado em primeiro grau de jurisdição, diferente do incidente de assunção de competência
4. Desistência da ação – art. 976, §1º
	É possível que as partes desistam ou abandonem o processo, mas isso não afetará o julgamento do IRDR, tendo em vista que o interesse público prevalecerá sobre o direito privado. E ainda o que é julgado é a matéria de direito, e não o caso concreto em si.
5. Participação do MP – art. 976, §2º
	Não sendo o requerente o MP participará obrigatoriamente como fiscal da lei e assumirá em caso de desistência ou abandono do processo pela parte.
6. Procedimento
	O IRDR é suscitado perante o Presidente do Tribunal que o remeterá ao órgão que o regimento interno indicar como o competente para o seu julgamento. 
	Instaurado o IRDR esta informação será divulgada de forma ampla e registrada no CNJ.
	Todos os processos, individuais ou coletivos, que versarem sobre a mesma questão de direito ficarão suspensos aguardando a decisão do IRDR.
	Julgado o incidente a tese jurídica proferida será aplicada a todos os processos que estavam suspensos e aos casos futuros, vinculando todos os juízes e órgãos fracionários vinculados ao tribunal.
- Do Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade – arts. 948 a 950, CPC.
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