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PLANTAS MEDICINAIS PARA O SISTEMA RESPIRATÓRIO APARELHO RESPIRATÓRIO Vias aéreas superiores- nariz,faringe,seios paranasais Vias aéreas inferiores- traquéia,brônquios, bronquíolos, pulmão e pleura. Sistema respiratório (Fitoterapia) 1-Síndrome do resfriado: Flor de sabugueiro, casca de salgueiro, óleos essenciais (*), medidas fitoterápicas gerais (gotas nasais, pomadas, inalação, pastilhas e gargarejos) 2-Fitoterápicos para tosse: Plantas medicinais mucilaginosas, óleos essenciais(*) 3-Fitoterápicos expectorantes: Plantas medicinais com saponinas, óleos essenciais(*), eucalipto e raiz de alcaçuz. 4-Fitoterápicos com ação broncodilatadora: Guaco DOENÇAS DA VIAS RESPIRATÓRIAS Resfriado comum, infecção respiratória superior: Inflamação benigna com catarro do trato respiratório superior e médio, causada por infecção viral. o mecanismo de Medidas fitoterápicas: Os medicamentos não devem comprometer limpeza mucociliar do trato respiratório superior; Se aparecerem complicações bacterianas, os medicamentos fitoterápicos podem ser administrados como adjunto da terapia de antibiótico. Estágios inicias de resfriado (“garganta raspando”, indisposição): Chás quentes; Banhos; Repouso. Flores de Sabugueiro (Sambucus nigra); Flores de Tília (Tilia platyphyllos, Tilia cordata) Casca do Salgueiro (Salix alba) Tilia cordata Salix alba Sambucus nigra SABUGUEIRO Sambucus nigra Fitogeografia: Europa e Ásia central Parte utilizada: flores Princípio ativo: Os constituintes químicos principais são os flavonóides glicosídeo cianogênico (sambunigrina), óleos essenciais, mucilagens, taninos, e ácidos orgânicos. Ação: atividade antiviral in vitro contra um sorotipo viral respiratório. (Fetrow, 2000). Propriedades diurética, antipirética, antiséptica. (Lorenzi e Matos, 2002). Utilizada para gripes e resfriados (ANVISA , 2010). Não está na in 2 6 SABUGUEIRO Sambucus nigra Indicações: O infuso de flores de sabugueiro para o alívio dos sintomas iniciais da gripe está indicado na farmacopéia alemã, está comprovada sua ação diaforética, antiinflamatória e diurética. Reações colaterais: diarréia (bagas), vômito (ingestão excessiva das bagas), envenenamento por cianeto a partir das cascas, raízes, folhas e bagas verdes do sabugueiro. Altas doses podem causar hipocalemia. Contra-indicação: gestantes, lactantes e crianças. Em superdosagem causa hipocalemia. Modo de usar: Infusão: água fervente (150 ml) para 1 colher de sopa (3g) de flores secas de sabugueiro, deixar em infusão por 5 min, coar e tomar 1 xícara 2 a 3 vezes ao dia. (ANVISA , 2010). Não fazer uso das folhas. Salgueiro Salix Alba Fitogeografia: Europa (S. alba) e América do Norte (S. nigra) Parte utilizada: casca do caule Princípio ativo: glicosídeos fenólicos (salicina, salicortina,..) ésteres do ácido salicilico, taninos e flavonóides. Ação: exercem efeitos antiinflamatórios, analgésicos, antipiréticos. (Fetrow, 2000) Indicado para doenças febris, problemas reumáticos e dor de cabeça. (Schulz, 2002). Inflamação, dor, febre, gripe e resfriados (ANVISA, 2010). Reações colaterais: aumento do tempo de sangramento, dermatite de contato, disfunção hepática, lesão renal, sangramento GI, intoxicação por salicilato diarréia, acidose (náusea, vômito, tontura, zumbido, confusão, letargia, metabólica) Posologia: a dose diária de salicina é de 60 a 120 mg VO. Casca seca: 1 a 3 g na forma de decocção VO, 3 X ao dia Contra-indicação: gestantes, lactantes e crianças. Pacientes com hipersensibilidade aos salicilatos. Utilizar com cautela por pacientes com asma, história pregressa de alergia a plantas, bem como propensos a desenvolver tromboembolismo sistêmico, IAM prévio, AVC, insuficiência renal, úlcera péptica, sangramento GI pregresso. Interações: Agentes anticoagulantes. Agentes anti-hipertensivos Diuréticos. (Fetrow, 2000). Passiflora sp. Corticóides e antiinflamatórios. (ANVISA, 2010). Importante: recomenda-se apenas o uso de produtos padronizados de salicilato. FITOTERÁPICOS PARA TOSSE Três métodos básicos estão disponíveis para o tratamento puramente sintomático da tosse: Redução da irritação local da garganta; Supressão periférica do reflexo da tosse; Supressão central do reflexo da tosse. Fitoterápicos para tosse A TOSSE como um ato reflexo, é desencadeada por irritação mecânica da mucosa respiratória, a faringe, a laringe e a traquéia possuem receptores altamente sensíveis a estímulos mecânicos (Hahn., 1987). TOSSE PRODUTIVA - Mecanismo compensador para auxiliar a eliminação de agentes infecciosos ou produtos das toxinas desses. Quando persistente deve ser tratada pois causa muito desconforto além de hemorragias capilares. TOSSE SECA - de várias origens em geral da parte exterior das vias respiratórias. CLASSIFICAÇÃO DOS FITOTERÁPICOS CONTRA TOSSE: DE AÇÃO CENTRAL- ATUAM NO CENTRO BULBAR DA TOSSE. ANTITUSSÍGENO OU BÉQUICO- São drogas vegetais que inibem a tosse seca ou não produtiva. CODEINA (alcalóides derivados do ópio Papaver somniferum) ATUA NA SUPRESSÃO DO REFLEXO DA TOSSE NO CENTRO BULBAR. Por ser derivado da morfina pode causar analgesia e náuseas, a longo prazo causar dependência. Altas doses causam depressão respiratória agravada se associada a benzodiazepínico. DE AÇÃO PERIFÉRICA- É o mais numeroso grupo de fitoterápicos. Atuam por diversos mecanismos no aparelho respiratório. De difícil classificação pois podem ter várias propriedades ao mesmo tempo, tais como: ANTITUSSÍGENO / ESPASMOLÍTICO EXPECTORANTE / MUCOLÍTICO-EMOLIENTES ANTIASMÁTICOS Dentre esses destacam-se as plantas ricas em mucilagens. As mucilagens podem inibir a tosse ao formar um revestimento protetor. ERVAS MUCILAGINOSAS Ervas mucilaginosas usadas para acalmar a tosse e dores de garganta: Malva silvestris. As flores e folhas de malva possuem em torno de 10 % de mucilagem em sua estrutura. FORMA DE USO: Infusões para uso interno e gargarejos da infusão preparadas com quatro colheres de chá de flores e folhas secas para 150ml de água fervente Não está na in 2 14 Expectorantes Fitoterápicos que podem transporte influenciar a de secreções Os expectorantes são agentes consistência, a formação e o bronquiais. Mecanismos de ação: Redução da viscosidade do muco; Liquefação de secreções Guaco Mikania glomerata Spreng. Outros Nomes: guaco trepador, guaco-de- cheiro, guaco-liso, erva de cobra, cipó catinga e coração de Jesus. A espécie ofcializada Mikania como glomerata foi fitofármaco na primeira edição do Brasil e, apresenta da Farmacopéia reconhecidamente, propriedades expectorantes e broncodilatadoras, sendo indicada no combate à tosse, asma, bronquite, rouquidão e outros sintomas associados a gripes e resfriados. Guaco Mikania glomerata Spreng. Expectorante Broncodilatadora (Coadjuvante no tratamento da asma) Antiinflamatória Cumarinas GUACO Mikania glomerata Spreng. Fitogeografia: Planta nativa do Sul do Brasil, habita as bordas da Mata Atlântica. Costuma vegetar em condições de sombreamento parcial). Ocorre também na Argentina, Uruguai e Paraguai. Parte Usada: Folhas frescas ou secas Princípio ativo: (sesquiterpenos), taninos, Óleo saponinas, essencial resinas, substância amarga (guacina), cumarinas, guacosídeo. Na sombra, o teor de cumarina do guaco foi de 5%. A pleno sol produziu 1%, em experimentos na Unicamp. A produção de cumarina nas folhas do guaco é cerca de sete vezes maior do que no caule. O guaco sempre foi muito conhecido pelos índios brasileiros, entretanto com o nome de “planta para doença do vento”. Histórico do Guaco Em 1942, cientistas publicam um artigo validando o uso do guaco como broncodilatador e expectorante. Em 1984 estudos brasileiros comprovam a eficácia do chá das folhas do guaco como antitussígeno e broncodilatador. Outros trabalhos foram publicados em 1992 validando o uso do guaco com broncodilatador e antiinflamatório, inibindo a migração leucocitária para a cavidade pleural sendo amplamente utilizado como analgésico, antitussígeno, antiasmático, broncodilatador e expectorante. 19 Dosagem/Modo de Usar: Dose: 1 a 4 g da planta seca por dia Ou 5ml (ad.) 2,5 ml(ped.) do xarope 3x ao dia (8 em 8 hs). Xarope caseiro: 40 folhas de guaco frescas picadas para 2 copos d’água e 1 xícara de açúcar. Infusão: 4 a 6 folhas para 1 xícara. Efeitos Colaterais, Contra-indicações e Interações Medicamentosas: Altas doses podem provocar: taquicardia náuseas, vômito e diarréia. Pode provocar hipertensão. A presença da cumarina pode potencializar o efeito de medicamentos anticoagulantes, podendo provocar hemorragia. Interrage com antiinflamatórios. Curiosidades: É planta melífera – procurada pelas abelhas na época de floração. ALCAÇUZ Glycyrrhiza glabra Fitogeografia: originário do mediterrâneo. Porém cultivado nos Estados Unidos, Espanha, Índia, Grécia,... Parte Utilizada: rizomas e raízes Princípio ativo: 5 a 9% glicirrizina (saponina), glicosídeo, ác. Glicirrético, manose, glicose, triterpenóides,... Ação; antiinflamatória, mineralocorticóide suave, antiulcerosa, diurético leve, antitussígena, antialérgico. (Fetrow, 2000). Tosses, gripes e resfriados (ANVISA, 2010). Aplicação e uso: estimula a síntese de suco gástrico. Possui ação semelhante as drogas corticosteróides, impede a inflamação e o processo alérgico, acelera a secreção do muco. Usada no tratamento de bronquite e eliminação de secreção no trato respiratório superior. Posologia: 4,5 g (1 ½ colher de sopa) raiz seca em 150 ml de água, tomar 3 a 4 x ao dia. (ANVISA, 2010). Para úlcera péptica: 200 a 600mg VO ao dia, durante 4 a 6 semanas. (FETROW, 2000). 21 Reações colaterais: efeitos mineralacorticóide (cefaléia, letargia, retenção de sódio e de água, hipopotassemia, hipertensão), fraqueza muscular, Insuficiência cardíaca e parada cardíaca (superdosagem). Contra-Indicações: hipertensão arterial, arritmias e doenças CV, renal, hepática, diabetes e hiperestrogenismo. Evitar uso em gestante, lactantes e crianças. Utilizar com cautela no indivíduo idoso. Posologia: 4,5 g (1 ½ colher de sopa) raiz seca em 150 ml de água, tomar 3 a 4 x ao dia. (ANVISA, 2010). Para úlcera péptica: 200 a 600mg VO ao dia, durante 4 a 6 semanas. (FETROW, 2000). AGRIÃO Nasturtium officinale Fitogeografia: originária da Europa Parte Utilizada: caule e folhas Princípio ativo: gliconasturiína, glicosinolato, vitaminas A, e C, fosfatos e óleos. Ação: diurético, antiinflamatório leve, antimicrobiano, expectorante, cicatrizante. Aplicação e uso: afecções das vias urinárias, bronquite, tosse, erupções cutâneas. Ainda são poucos os estudos com a planta. Modo de usar: xarope: 1 colher de sopa 2 a 3 x ao dia. Cuidados: evitar uso em gestantes e lactantes. Em tratamentos com acetaminofeno (inibição do metabolismo oxidativo). Não está na in 2 23 Fitogeografia: originária da Índia e Malásia. Introduzida no Brasil no século XIV pelos colonizadores. Parte utilizada: rizoma Principais constituintes químicos: óleo volátil (1 – 3%): gingerol, citral, 1-8 cineol, zingibereno, bisaboleno, geraniol. Princípios amargos. Ácidos Orgânicos. Sais Minerais. Resinas. GENGIBRE Zingiber officinalis R. Ações: Ação estimulante digestiva (colagoga) Ação antimicrobiana local Ação antiemética periferica Ação antitussígena Ação antiinflamatória inibição da COX. Usada em hiperemese gravídica Óleo Essencial (bisaboleno,zingibereno,limoneno,...) Contra-indicação: Utilizar apenas sob supervisão pacientes que tomam anticoagulantes, portadores de médica em hipertensão, cálculos biliares e irritação gástrica. (Fetrow, 2000 e ANVISA 2010). Evitar o uso em crianças menores de seis anos. (ANVISA, 2010). Os óleos essenciais de várias plantas são utilizados para aliviar os sintomas de resfriados, principalmente as afecções respiratórias. São muito comuns o uso de Óleo de Eucalipto e de Hortelã. No nordeste do Brasil é muito utilizada as inalações ou vaporização de ambientes com Alfavaca cravo, conhecida na Bahia pelo seu nome africano, Quiôiô. ÓLEOS ESSENCIAIS Quiôiô Ocimum gratissimum L. Utilizado em infusos e xaropes das flores, folhas e frutos secos anti-gripais tem ação antiseptica bucal, usados em bochechos e gargarejos. O óleo essencial rico em Eugenol confere à planta aroma característico de cravo (Eugenia) e a ação anti- séptica local contra alguns fungos e bactérias. FORMA DE USO: Infusão de 1 colher de folhas picadas por xícara ou óleo/tintura 10%. Não está na in2 27 EUCALIPTO Eucalyptus globulus Labil. Fitogeografia: Originário da Austrália. Partes Usadas: Folhas e óleo essencial. Principais constituintes químicos: óleo essencial (0,8 – 1%), eucaliptol ou cineol, alfa e beta pineno, alfa terpinol, borneol. Taninos, ácidos fenólicos, flavonóides. Ceras. Indicação científica: Fetrow (2000) relata que os óleos essenciais do eucalipto lhe conferem propriedades anti-sépticas e expectorantes e em uso externo é cicatrizante. Os ácidos fenólicos estão associados a atividade hipoglicemiante em coelhos. A ANVISA (2010), cita que o eucalipto é indicado para gripes, resfriados, para desobstrução das vias respiratórias e como adjuvante no tratamento de bronquite e asma Formas de Uso: Uso externo: sob a forma de inalação do vapor das folhas, 2g (1 colher de sobremesa) para cada 150 ml de água. Inalação do óleo: pingar algumas gotas (2 a 3) em água fervente (1 litro) e inalar por 20 minutos; Escalda-pés durante 20 min/ banhos de imersão; Contra-indicação: Gravidez e lactação. Menores de 12 anos (ANVISA, 2010). Pessoas que estão ingerindo algum tipo de analgésico ou tranqüilizante podem apresentar uma aceleração da atividade destes fármacos, pois o eucalipto acelera o metabolismo hepático destes medicamentos. Pode causar agitação e gastrite em pessoas sensíveis. Doses altas do óleo são tóxicas. Para pacientes que recebem terapia hipoglicemiante. Interações: analgésico ou tranqüilizante Efeitos colaterais: Pode causar náuseas, vômitos e diarréia. Irritação cutânea em pessoas com hipersensibilidade ao óleo. ALHO Allium sativum L. Fitogeografia: Origem: Ásia Central. Partes Utilizadas: Bulbo fresco e óleo Principais Constituintes Químicos: Ca, Silício, Na, Fe, Mg, Mn. Vitamina A, B1, B2, C. Heterosídeos sulfurados: alicina (10-13%). Ácido Fosfórico livre. Óleos essenciais: Aliina (10-13%). Óxido dialildissulfeto (60%), enzimas (aliinase, peroxidase). Ações: O óleo de alho fluidifica as secreções brônquicas ajudando a desobstruir as vias aéreas. A ANVISA (2010), ainda relata o uso do alho com ações expectorante e anti-séptica. Posologia: recomenda-se de 600 a 900 mg ao dia, ou 8 mg (óleo de alho) diariamente. (Fetrow, 2000) Maceração: 0,5 g (1 col. café) em 30 mL (cálice) de água. Tomar 1 cálice 2x/dia. (ANVISA) OBS: O cheiro é combatido comendo salsa crua ou bebendo suco de limão em igual quantidade de água, meia hora antes da ingestão do alho. Contra-Indicação: Casos de hipersensibilidade ao óleo. Pacientes com distúrbios GI, como úlcera, refluxo,... Em casos de hipotensão. Gestantes (efeitos ocitócitos), lactantes e crianças menores de três anos. Efeitos-Colaterais: Em hiperdosagens pode provocar irritação gástrica e náuseas. Pode ocorrer casos de reações alérgicas em pessoas mais sensíveis. O uso crônico ou em doses excessivas podem resultar em diminuição na produção de hemoglobina e lise dos eritrócitos. Interações: Anticoagulantes. Agentes antiplaquetários REFERÊNCIAS: FETROW, Charles W. e ÁVILA, Juan, R. Manual de Medicina Alternativa para profissional. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2000. LORENZI, H. e MATOS, F. J. A.. Plantas Medicinais no Brasil: nativas e exóticas. São Paulo: Instituto Plantarum, 2002. SILVA JUNIOR, Antonio A. Essêntia Herba: plantas bioativas. Florianópolis: EPAGRI, 2006, 633 p., v. 2. SCHULZ, V. et. al. Fitoterapia racional: um guia de fitoterapia para as ciências da sáude. 4º ed. SP: Manole. 2002. TESKE, M. TRENTINI, A.M. Herbarium: Compêndio de fitoterapia. 4º edição. São Paulo: Ed. Herbarium, 2001. BRASIL. Resolução n.º 10 de 9 de março de 2010. Dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e dá outras providências. ANVISA. Disponível em: www.anvisa.org.br. Acesso em 16 de março de 2010.
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