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TRABALHO PRÁTICA PENAL 24 11 20


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FACULDADE: ESTÁCIO ATUAL DA AMAZÔNIA 
ALUNA: MÁRCIA DE SOUZA COSTA ALVES
DISCIPLINA: PRÁTICA PENAL 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JURI
Processo n ...
    Jerusa, já qualificada nos autos em epígrafe, através de seu advogado infra-assinado, com procuração anexa, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por não se conformar com a decisão de fls., interpor o presente RECURSO, nos termos do art. 581, IV, do Código de Processo Penal. 
    Neste ensejo, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do art. 589, do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja o recurso encaminhado ao Tribunal de Justiça, com as razões já inclusas, para o seu devido processamento. 
        Nestes termos, 
      
        Pede deferimento,
        Local, 09.08.2013
        Advogado, OAB, n. ...
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
RECORRENTE: Jerusa
RECORRIDO: Ministério Público
Processo n. ...
RAZÕES DE RECURSO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO
I- DOS FATOS
Jerusa trafegava com seu veículo em uma via de mão dupla. Atrasada para um compromisso, mas ainda assim dirigindo nos limites da velocidade permitida, ela decidiu ultrapassar o carro à sua frente, o qual estava abaixo da velocidade. No entanto, ao realizar a manobra, a ré não ligou a seta de sinalização e veio atingir o motociclista Diogo, que estava em alta velocidade com sua moto no sentido oposto da via. 
A própria Jerusa chamou socorro a fim de ajudar a vítima, mas Diogo faleceu em virtude dos ferimentos causados pela colisão. 
O Ministério Público ofereceu denúncia contra Jerusa, imputando-lhe a prática de homicídio doloso simples, na modalidade dolo eventual (Art. 121 c/c Art. 18, I parte final, ambos do Código Penal).
O órgão ministerial argumentou a imprevisão de Jerusa acerca do resultado que poderia causar ao não ligar a seta para realizar a ultrapassagem, além de não atentar para o trânsito em sentido contrário. 
A denúncia foi recebida pelo juiz de 1º grau, e finda a instrução probatória, o juiz decidiu pronunciar a ré pelo delito de homicídio simples, na modalidade dolo eventual. 
II- DO DIREITO
a) Do mérito
Jerusa não agiu com dolo, e sim com culpa. O dolo eventual exige, além da previsão do resultado, que o agente assume o risco pela ocorrência do mesmo, nos termos do art. 18, I (parte final) do CP, que adotou, em relação ao dolo eventual, a teoria do consentimento.
Nesse sentido, a conduta de Jerusa amolda-se àquela descrita no art. 302 do CTB, razão pela qual ela deve responder pela prática, apenas, de homicídio culposo na direção de veículo automotor. Em consequência, não havendo crime doloso contra a vida, o Tribunal do Júri não é competente para apreciar a questão, razão pela qual deve ocorrer a desclassificação, nos termos do art. 419, do CPP De acordo com os autos em momento nenhum está evidenciado que a ré assumiu o risco de provocar a morte da vítima, sendo que conduzia seu veículo dentro dos limites da velocidade imposta à via. Ela estava preocupada pelo atraso diante de um importante compromisso profissional, e por um lapso, mas ainda dentro dos limites de velocidade, esqueceu de ligar a seta sinalizadora, o que poderia ter evitado o acidente. Some-se o fato também que a vítima conduzia a sua motocicleta em alta velocidade. 
O dolo eventual se configura quando o agente prevê o resultado, mas ainda assim assume o risco de provocá-lo. Tal hipótese não se adéqua a conduta da recorrente. Ela agiu com imprudência, sem o devido cuidado na ação, o que caracteriza culpa em sua conduta comissiva. 
III- DOS PEDIDOS
a. Requer que Vossa Excelência se retrate da sua decisão nos termos das razões anexadas, com fundamento no art. 589, do CPP.
b. Que o recurso seja conhecido e provido, e que a decisão do juízo a quo seja REFORMADA a fim de que o delito seja desclassificado, nos termos do art. 419, do Código de Processo Penal, de forma que a recorrida responda pelo delito de homicídio culposo na direção de veículo automotor, previsto no art. 302, do Código de Trânsito Brasileiro.
c. Os autos sejam remetidos para o juízo competente. 
Nestes termos, pede deferimento.
Local ...
09.08.2013
Advogado...
 OAB n ...

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