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SISTEMA RESPIRATÓRIO Em qualquer forma que se apresente, a respiração é uma característica básica dos seres vivos. A respiração compreende a absorção de oxigênio pelo organismo, e a eliminação de gás carbônico resultantes das oxidações celulares. Basicamente, o Aparelho Respiratório consiste na retirada do oxigênio do ar e na liberação do CO2 resultante do processo de Hematose. COMPOSIÇÃO Parte Condutora Os órgãos que constituem a Parte Condutora do sistema respiratório são: Nariz, Cavidade nasal, Parte da Faringe (Nasofaringe), Laringe, Traqueia, Pulmão (Brônquios primários, secundários, terciários e Bronquíolos verdadeiros e terminais). Parte Respiratória Os órgãos que constituem a Parte Respiratória do sistema respiratório são: Bronquíolos respiratórios, Ductos alveolares, Sacos alveolares e Alvéolos pulmonares. Mecanismo de Bombeamento São estruturas que auxiliam na expiração e inspiração: Esqueleto do tórax, Músculos intercostais externos, Músculos intercostais internos, Diafragma, Sacos pleurais – câmara de vácuo (Pleura visceral e parietal). FUNÇÃO O Sistema Respiratório desempenha uma série de funções: Nariz: Olfação (Receptores olfativos). Cavidade Nasal e Conchas Nasais: Aquecimento, Umedecimento, Purificação (filtração contra corpos estranhos) do ar. Laringe: Fonação (vocalização), auxiliada por outros órgãos como a língua. Protege a entrada para a traqueia, regula a inspiração e expiração de ar. Regulação da pressão intratorácica, e nas aves Termorregulação. NARIZ Está incorporado ao esqueleto da face e estende-se do nível transverso do olho até a extremidade rostral da cabeça. Em sentido amplo engloba o nariz externo, as cavidades nasais pares e os seios paranasais. O Nariz é formado pelos ossos nasais dorsalmente, pela maxila lateralmente e pelos processos palatinos dos ossos incisivos, pela maxila e pelos ossos palatinos ventralmente. Caudalmente ele é delimitado pela lâmina cribriforme do osso etmoide. Ventralmente, prossegue com a porção nasal da faringe. Ápice do nariz O ápice nasal apresenta designações diferentes conforme o animal, localize o plano nasolabial (Bovino), plano nasal (Pequenos ruminantes, gato e cão), plano rostral (Suíno). O plano nasal pode ser dividido por um sulco mediano ou filtro. O tegumento ao redor das narinas é glabro e altamente diferenciado da pele não modificada em todas as espécies, exceto nos equinos. As narinas são aberturas localizadas no ápice do nariz externo que formam as entradas para a cavidade nasal. Quando não dilatadas tem formato diferente nas espécies. É arredondada nos suínos, tem formato de fenda nos ovinos e caprinos, e formato de vírgula em bovinos, equinos, cães e gatos. A cartilagem alar, nos equinos, é responsável pela curiosa forma de vírgula da narina, dividida nessa espécie em uma parte ventral, a chamada narina verdadeira, que conduz à cavidade nasal, e uma parte dorsal, a falsa narina, que conduz a um divertículo nasal delimitado por pele e que ocupa a incisura nasoincisiva. Cartilagens nasais O ápice do nariz e os vestíbulos nasais são sustentados por numerosas cartilagens. O conjunto de cartilagens é formado pela cartilagem nasal lateral dorsal, pela cartilagem nasal lateral ventral, cartilagem nasal lateral acessória, cartilagem nasal medial acessória e pela cartilagem alar (bem desenvolvida em equinos). As cartilagens alares são divididas em uma lâmina (lâmina da cartilagem alar) dorsalmente e um corno (corno da cartilagem alar), que sustentam as narinas amplas e espaçadas. A extremidade rostral do septo nasal forma a divisão mediana entre os vestíbulos direito e esquerdo, e inclui um pequeno osso (osso rostral) no suíno. Vestíbulo nasal A narina forma a abertura da cavidade nasal e cerca o vestíbulo nasal. O tegumento continua dentro da cavidade nasal e forma uma delimitação precisa com a mucosa nasal onde vários ductos podem se abrir. Portanto, o vestíbulo nasal é porção rostral da cavidade nasal coberta por epitélio pavimentoso estratificado. No equino e asinino, os ductos incluem o ducto nasolacrimal (lágrima), cuja abertura é muito evidente na inspeção do assoalho vestibular do animal vivo. As aberturas muito menores dos longos ductos das glândulas nasais laterais serosas também desembocam nessa área. Tecido menos flexível nos bovinos. Localizado mais profundamente no cão. CAVIDADE NASAL As duas cavidades nasais ocupam a maior parte da face: estendem-se caudalmente do septo ósseo transverso à extremidade rostral da cavidade craniana. As paredes são cobertas por uma mucosa localmente espessada por plexos vasculares. As cavidades direita e esquerda são divididas pelo septo nasal mediano, que é altamente cartilaginoso, mas ossificado em sua parte mais caudal. O septo se encontra com a superfície dorsal do palato duro, que separa as cavidades nasal e oral. Nos equinos, o septo se estende pelo comprimento inteiro do palato duro, de modo que cada cavidade nasal se comunica com a faringe através de uma abertura separada (coana). Em outras espécies (p. ex., bovinos e cães) a parte caudal do septo não se une ao palato e uma única abertura é compartilhada entre os dois lados. Conchas nasais As conchas (ossos turbinados recobertos por mucosa), as quais penetram na cavidade, têm um padrão complicado e variável. As conchas nasais se projetam para o interior da cavidade nasal e servem para aumentar a superfície da área respiratória. As conchas reduzem a cavidade nasal a uma série de fendas ou meatos em um arranjo que pode ser comparado a letra E ao corte transversal. Compreendem um sistema caudal (de conchas etmoidais) constituindo a massa lateral ou labirinto do osso etmoidal e um sistema rostral (nasal) no qual predominam as grandes conchas nasais dorsal e ventral (e uma muito menor média). As numerosas conchas etmoidais são separadas por estreitas fendas (meatos etmoidais). Concha Nasal Dorsal: Parte dorsal da cavidade nasal; Mais longas em todas as espécies; Estende-se até a placa cribriforme do osso etmoide. Concha Nasal Ventral: Ocupa a parte ventral da cavidade nasal; Mais curta e larga; Limitada à metade da cavidade nasal. Concha Nasal Média: Mais caudal que as outras duas conchas e cranial as conchas etmoides. Ausentes nos equinos. Conchas Etmoidais: Parte caudal da cavidade nasal. Meatos Nasais As conchas maiores dividem a cavidade nasal em uma série de sulcos e meatos que se ramificam de um meato comum próximo ao septo nasal e pode ser comparado a letra E ao corte transversal. Há três meatos nasais nos mamíferos domésticos: Meato Nasal Dorsal: Conduz diretamente ao fundo da cavidade nasal e canaliza o ar para a mucosa olfativa. Meato Nasal Médio: Situa-se entre as conchas nasais dorsal e ventral e normalmente dá acesso ao sistema de seios. Meato Nasal Ventral: É o caminho principal para o fluxo de ar que conduz à faringe e situa-se entre a concha nasal ventral e o assoalho da cavidade nasal. Meato Nasal Comum: É o espaço longitudinal de cada lado do septo nasal. Ele se comunica com todos os outros meatos nasais. O espaço relativamente amplo na junção desses meatos é a rota escolhida para passagem de instrumentos (tubos nasogástricos e endoscópicos), como uma sonda gástrica. Seios paranasais Os seios paranasais são divertículos da cavidade nasal que penetram nos ossos do crânio, principalmente após o nascimento. São preenchidas com ar entre as lâminas externa e interna dos ossos do crânio. Os seios paranasais são bastante desenvolvidos no bovino e no equino e respondem pela conformação da cabeça nessas espécies. Osseios paranasais são revestidos pela mucosa respiratória, a qual é extremamente delgada e pouco vascularizada. A função dos seios é obscura: eles oferecem alguma proteção térmica e mecânica para a órbita e para as cavidades nasal e craniana, aumentam as áreas do crânio disponíveis para fixação muscular sem aumentar excessivamente o peso e afetam a ressonância da voz. Os seguintes seios paranasais podem ser encontrados no crânio de animais domésticos: Seio maxilar; Seio frontal; Seio palatino; Seio esfenoidal; Seio lacrimal. FARINGE (NASOFARINGE) A faringe é um órgão de dupla função, onde concentrará esforços no encaminhamento de alimento para o tubo digestório e ar para o respiratório. A faringe possui três porções: Nasofaringe (responsável pela passagem exclusiva de ar); Orofaringe (responsável pela passagem facultativa de ar e alimento) e Laringofaringe (ponto de encontro entre os dois sistemas). Na região da Faringe também é possível observar o Palato mole. LARINGE A laringe forma a conexão entre a faringe e a árvore traqueobronquial. Encontra-se abaixo da faringe e atrás da boca, suspensa na base do crânio pelo aparelho hioideo. Em muitas espécies está parcialmente contida entre os ramos da mandíbula e parcialmente estendida para o pescoço. As formas das cartilagens da laringe, e até mesmo o número de elementos menores, variam de espécie para espécie, mas algumas diferenças são de grande importância na prática. Cartilagens e estruturas que constituem a Laringe: Cartilagem epiglótica; Cartilagem tireóidea; Cartilagem aritenóidea; Cartilagem cricóidea; Glote (espaço entre a epiglote e as aritenóides); Pregas vocais; Rima da glote (espaço entre as pregas vocais); Processo corniculado das aritenóides; Articulação cricotireóide; Articulação cricoaritenóide. TRAQUEIA A traqueia e os brônquios formam um sistema contínuo de tubos cartilaginoso e membranoso de condução de ar entre a laringe e as passagens menores (bronquíolos) nos pulmões. As construções semelhantes dessas estruturas são às vezes chamados de árvore traqueobronquial. A traqueia se inicia a partir da laringe, segue pelo espaço visceral do pescoço, na entrada do tórax entra no mediastino, e continua até a sua bifurcação terminal acima do coração. Os dois brônquios principais (direito e esquerdo) divergem da linha da traqueia para entrar nos pulmões correspondentes em suas raízes. Em ruminantes e suínos, um brônquio traqueal separado surge cranialmente à bifurcação da traqueia e ventila o lobo cranial do pulmão direito. A parede da traqueia é constituída por uma mucosa interna, uma camada média fibrocartilagínea e uma externa adventícia (no pescoço) ou serosa (no tórax). A traqueia termina na carina (crista interna localizada no ponto de bifurcação). O revestimento fibrocartilagíneo é composto de inúmeras faixas de cartilagem que se curvam para formar “anéis” (anéis traqueais) que são incompletos dorsalmente, onde as extremidades podem deixar de se encontrar ou podem se sobrepor. As extremidades são unidas pelo músculo traqueal liso, que preenche a lacuna dentro do “anel” na maioria das espécies, mas é disposto externamente no cão e no gato e internamente nos suínos, ruminantes e equinos. Características dos anéis traqueais Equinos: achatado e incompletos; Ruminantes: Apresenta um afilamento nas extremidades incompleta; Ligamentos anelares (unem os anéis internamente); Músculo traqueal (entre os anéis). A estrutura dos maiores brônquios é idêntica à da traqueia se considerarmos a fusão de suas superfícies exteriores com o tecido conjuntivo peribronquial. Nos brônquios menores, os anéis cartilaginosos são gradualmente substituídos por placas irregulares, e é a perda dessas placas que define a transição broncobronquiolar. PLEURA A pleura é uma membrana serosa que reveste externamente cada pulmão, que também delimita a “metade” da cavidade torácica. O espaço entre os sacos direito e esquerdo forma o mediastino, uma parte mais ou menos mediana do tórax, dentro do qual o coração e outros órgãos torácicos estão situados. A parte da pleura que reveste o pulmão diretamente é conhecida como pleura visceral ou pulmonar. A outra parte da pleura é chamada de pleura parietal. PULMÕES Os pulmões direito e esquerdo estão invaginados no saco pleural correspondente e são livres, exceto nas raízes, onde estão ligados ao mediastino. Não têm tamanho ou forma fixa; São normalmente mantidos expandidos pela pressão do ar dentro da árvore respiratória; Possuem uma textura macia e esponjosa; A cor dos pulmões sadios varia de intensidade com o conteúdo de sangue (a coloração frequentemente manchada é produzida pela desigual distribuição de sangue). Os dois pulmões são macroscopicamente semelhantes e espelho um do outro em forma, embora o direito seja sempre maior. Cada um tem certa semelhança com a metade de um cone, o que torna possível reconhecer as seguintes características: Ápice (cranial) apresentado em direção à entrada da cavidade torácica; Base (superfície diafragmática) ampla e côncava relacionada com a face do músculo diafragma; Face medial (mediastinal) irregular modelada sobre o conteúdo do mediastino; Margem dorsal espessa ocupando a calha entre as vértebras e as costelas; Margem delgada que compreende uma parte ventral margeando o recesso costomediastinal e uma parte basal (caudoventral) margeando o recesso costodiafragmático; A parte ventral é denteada sobre o coração (fissura cardíaca; incisura cardíaca). A impressão cardíaca, que é criada pelo coração e naturalmente é maior no pulmão esquerdo, porque o próprio coração é inclinado para esse lado; Superfície costal convexa acomodada contra a parede torácica lateral; Superfície medial, corresponde a parte vertebral (relacionada com o corpo das vertebras torácicas) e uma mediastinal (relacionada ao mediastino e as estruturas ali contidas). Borda dorsal (espessa e arredondada) ela forma o limite dorsal entre a superfície costal e a parte vertebral da superfície medial; Borda ventral (pontiaguda e irregular) forma o limite ventral entre a superfície costal e a parte mediastinal. Borda basal separa a superfície diafragmática das superfícies costal e medial. O Hilo ou Raiz do pulmão, situada dorsalmente à impressão cardíaca, é formada pelo agrupamento dos brônquios principais e artéria, veias, vasos linfáticos e nervos pulmonares; Em ruminantes e suínos, o brônquio que se origina a partir da traqueia antes de sua bifurcação, juntamente com os vasos associados, cria uma segunda e menor raiz do pulmão direito. A diferenciação dos pulmões de cada espécie é mais conveniente com base nos graus de lobação e lobulação. Lobos Pulmonares Lobo cranial esquerdo (carnívoros, suínos, ruminantes, equinos); Parte cranial do lobo cranial esquerdo (carnívoros, suínos, ruminantes); Parte caudal do lobo cranial esquerdo (carnívoros, suínos, ruminantes); Lobo caudal esquerdo (carnívoros, suínos, ruminantes, equinos); Lobo cranial direito (carnívoros, suínos, ruminantes, equinos); Parte cranial do lobo cranial direito (ruminantes); Parte caudal do lobo cranial direito (ruminantes); Lobo caudal direito (carnívoros, suínos, ruminantes, equinos); Lobo médio (exceto equinos); Lobo acessório (Todas as espécies domesticas). SISTEMA DIGESTÓRIO A morfologia do sistema digestório se altera de acordo com a espécie animal, em função da distinção dos hábitos alimentares. O Sistema Digestório engloba os órgãos relacionados com recepção (apreensão), redução mecânica, digestão química (processamento)e absorção de alimentos e líquidos, e com a eliminação de resíduos não absorvidos. CONSTITUIÇÃO Trato alimentar: se estende da boca ao ânus. Boca; Faringe (orofaringe); Esôfago; Estômago; Intestino delgado; Intestino grosso. Glândulas anexas: Glândulas salivares; Fígado; Pâncreas. BOCA Inicia-se nos lábios e estende-se até a faringe, possuindo os seguintes limites: Rostralmente pelos lábios; lateralmente pelas bochechas; dorsalmente pelo palato duro; Ventralmente pela mandíbula e músculos; Caudalmente pela orofaringe. Função A boca tem como principais funções a apreensão, a mastigação e a insalivação do alimento. Pode também desempenhar um papel na agressão e defesa, enquanto nos seres humanos é importante na formulação dos sons da fala. Na maioria das espécies funciona como via aérea quando o fluxo pelo nariz está prejudicado. Cavidade Oral Inicia-se entre os lábios e continua em direção à faringe, por meio de um estreitamento caudal na região dos arcos palatoglossais. A cavidade oral divide-se em Vestíbulo oral e Cavidade oral propriamente dita: Vestíbulo oral: O vestíbulo se estende caudalmente em direção ao ramo da mandíbula e o músculo masseter. O vestíbulo pode ser subdividido ainda mais em vestíbulo labial, o espaço entre os dentes e os lábios, e o vestíbulo bucal entre os dentes e as bochechas. O vestíbulo se comunica com a cavidade própria da boca por meio de espaços interdentais, sendo que o maior deles é a margem interalveolar entre os dentes incisivos e os dentes molares. Cavidade oral propriamente dita: Localiza-se no interior das arcadas dentárias. É recoberta pelo palato, limitada lateralmente pelos dentes, gengivas e margens das maxila e mandíbula, assoalhada pela língua e a pequena área de mucosa não coberta pela língua. O revestimento mucoso é composto de epitélio escamoso estratificado parcialmente cornificado. Lábios A dieta e os hábitos alimentares também determinam a forma dos lábios. Em equinos, os lábios são usados para apreender o alimento e introduzi-lo na boca; para essa finalidade, devem ser sensíveis e móveis. Em carnívoros, os lábios podem ser menos móveis e de menor tamanho. Os lábios dos cães são longos, porém finos, embora possam ser afastados dos dentes, não são capazes de outros movimentos intencionais. Nos ruminantes (bovinos), os lábios espessados e insensíveis. Nos animais recém-nascidos, os lábios formam uma vedação ao redor da papila mamária, necessária para a sucção bem-sucedida. Os lábios compreendem as seguintes estruturas: Lábio superior (pelos táteis e filtro; este último presente em carnívoros); Lábio inferior; Comissuras labiais: pontos originários da junção entre os lábios inferior e superior; Frênulo labial maxilar e mandibular. Bochechas As bochechas, que tendem a ser mais amplas nos herbívoros, têm uma estrutura similar aos lábios. O principal suporte é o músculo bucinador, que tem a importante função de retornar à cavidade central o alimento que tenha escapado para o vestíbulo. Proteção adicional: Nos ruminantes, cujo alimento precisa ser seco e duro, há necessidade de mais proteção que é obtida por grandes papilas pontiagudas, as papilas cônicas. Divertículos do vestíbulo oral: Ocorrem em certos roedores e macacos. Essas bolsas têm função de armazenamento e permitem que o animal colete seu alimento rapidamente, armazenando-o para mastigação mais tarde. Gengivas Consistem em uma mucosa que reveste os alvéolos dentários (orifícios onde os dentes se fixam na mandíbula). Nos ruminantes forma-se o pulvino dentário em substituição aos dentes incisivos superiores. Palato Duro Estende-se dos dentes incisivos superiores até os últimos dentes molares. O Palato duro é a parte rostral do teto, mais ampla, assenta-se sobre uma prateleira óssea formada pelos processos palatinos dos ossos incisivo, maxilar e palatino. Este se continua caudalmente, sem demarcação externa, com o palato mole, no qual uma aponeurose de tecido conjuntivo substitui o osso. O palato duro é geralmente chato e é coberto por espessa mucosa moldada em uma série de cristas mais ou menos transversas (rugas palatinas), as quais podem guiar o alimento para trás. Uma pequena saliência mediana, a papila incisiva, é comumente encontrada atrás dos dentes incisivos, ladeada pelos orifícios dos pequenos ductos incisivos que perfuram o palato. Esses ductos se ramificam e se dirigem à cavidade nasal e ao órgão vomeronasal. Uma peculiaridade evidente nos ruminantes é o pulvino dentário, um toro rígido, porém flexível, na posição geralmente ocupada pelos dentes incisivos superiores (ausentes nesses animais); o pulvino age como um equivalente aos incisivos inferiores durante a pastagem. Assoalho da boca No assoalho está localizado as carúnculas sublinguais (aberturas comuns dos ductos salivares mandibular e sublingual). Língua A língua é composta principalmente por músculo esquelético e ocupa a maior parte da cavidade oral quando a boca está fechada, mas também se estende para a orofaringe. Apresenta uma raiz, corpo fixo e um ápice livre. É um órgão altamente muscular, responsável pela captação de água e alimento, pela manipulação do alimento dentro da boca e pela deglutição, higiene do corpo. O corpo da língua está unido ao assoalho da boca por uma prega mucosa, o frênulo lingual. A face dorsal da língua canina é marcada longitudinalmente por um sulco mediano. Em carnívoros, a parte ventral da língua contém um corpo fibroso em forma de bastão, a lissa, que se situa no plano mediano, sob a mucosa ventral. Nos ruminantes, a parte caudal do dorso da língua é elevada para formar uma grande proeminência, o toro lingual, definida por uma transversa fossa lingual, na qual há tendência de acúmulo de alimentos. A raiz se fixa ao osso hioide, e o corpo à região da sínfise da mandíbula. No cão, especialmente, a língua é usada para perda de calor por meio de ofegos, processo que é facilitado pelo suprimento bastante generoso de sangue e pelas numerosas anastomoses arteriovenosas. A maior parte de sua superfície da língua é coberta por uma diversidade de papilas linguais, as quais consistem em modificações locais da mucosa da língua. Sua distribuição, seu tamanho, sua quantidade e sua forma são características de cada espécie. Com base em suas funções, elas se dividem em: Papilas mecânicas: Papilas filiformes: São mais delicadas, amplamente dispersas e voltadas caudalmente. Nos ruminantes e felinos são queratinizadas e ásperas. Papilas cônicas: São encontradas na raiz da língua de bovinos (Papilas da Raiz) e nas bochechas. São ásperas e tornam as línguas dos felinos tão eficientes para raspar. Papilas lentiformes: São arredondadas e estão presentes nos ruminantes sobre o toro lingual. Papilas gustativas: Papilas fungiformes: Possuem formato arredondado. Localizada no corpo e ápice da língua. Presente em todas as espécies. Papilas valadas ou circunvaladas: Apresenta forma arredondada, circundada por um sulco no dorso da raiz da língua. São encontradas em quantidades de 2 a 3 nos suínos e quinos, 4 a 6 no cão, 8 a 17 no bovino e 18 a 24 nos ovinos. Papilas folhadas: Localizadas cranialmente ao arco do palatoglosso e lateralmente a raiz da língua formando pequenas pragas transversais. Ausentes nos bovinos. GLÂNDULAS SALIVARES As numerosas glândulas salivares são órgãos pareados que secretam saliva através de seus ductos para o interior da cavidade oral. Essa secreção, mantém úmido o interior da boca e, quando misturada ao alimento, facilita a mastigação. Quando o alimento é finalmente transformado em um bolo paraa deglutição, a saliva lubrifica sua passagem. As glândulas salivares menores estão presentes na mucosa dos lábios, das bochechas, da língua, do palato, no assoalho oral sublingual, da faringe e esôfago e produzem uma secreção mucosa. As glândulas salivares maiores produzem a maior parte da saliva e estão situadas a uma distância maior da cavidade bucal, para a qual drenam através de ductos mais longos. As glândulas maiores se diferenciam, pois produzem secreção mais fluida (serosa) contendo a enzima ptialina, que desempenha um papel menor na digestão de carboidratos. Glândula Parótida A glândula parótida, que é puramente serosa na maioria das espécies (embora no cão seja seromucosa). No cão, é pequena e está confinada à vizinhança da cartilagem auricular, apresentando um formato de “V”. Nos herbívoros, a glândula parótida estende-se rostralmente sobre o músculo masseter, ventralmente para o ângulo da mandíbula e caudalmente para a fossa atlantal. A glândula salivar parótida está envolvida por uma cobertura facial que projeta trabéculas para dentro e a divide em vários lóbulos evidentes. Os ductos coletores maiores atravessam as trabéculas até se unirem novamente e formarem um único ducto que se inicia na face rostral da glândula. Em carnívoros e em pequenos ruminantes, esse ducto passa sobre a face lateral do músculo masseter. No equino, no bovino e no suíno, ele passa medial ao ângulo da mandíbula rostralmente e circunda a margem ventral da mandíbula até emergir na margem rostral do músculo masseter. Glândula Mandibular A glândula mandibular produz secreção mista mucosa e serosa. Geralmente é menor que a parótida e se localiza próximo ao ângulo da mandíbula. Nos carnívoros, seu formato é oval, moderadamente grande no cão. Ela secreta através de um único ducto grande, o qual passa ventral à mucosa do assoalho da cavidade oral, próximo ao frênulo da língua, até desembocar com o ducto sublingual maior na carúncula sublingual. Glândula Zigomática A glândula zigomática é formada por um conjunto de glândulas salivares menores da bochecha ventral e dorsalmente. Esse de tipo de glândula salivar é chamada de zigomática devido a sua posição. Estão presentes nos carnívoros. Glândula Sublingual A glândula sublingual é também comumente mista e, algumas vezes, constituída de partes: uma é compacta (monostomática) drenada por um ducto único, e a outra é difusa (polistomática) e abre-se por vários ductos pequenos. No cão, a parte compacta se instala sobre a extremidade rostral da glândula mandibular, com a qual parece se continuar. A glândula sublingual polistomática, é a única parte presente nos equinos, é uma faixa estreita, situada abaixo da mucosa do assoalho oral; seus muitos ductos abrem-se ao lado do frênulo. A glândula sublingual monostomática situa-se mais caudalmente e é uma glândula compacta com um único ducto de drenagem. A extensa glândula sublingual polistomática se situa mais rostralmente e se abre por meio de diversos ductos menores. Essas aberturas se localizam em uma prega longitudinal nos recessos sublinguais laterais e, no bovino, acima das papilas cônicas situadas na prega. Além das funções de limpeza, lubrificação e digestão, a saliva serve como um caminho para a excreção de certas substâncias, algumas das quais podem se acumular como depósito (tártaro) sobre os dentes. DENTES O aparelho mastigatório compreende os dentes e as gengivas, as articulações temporomandibular e sínfise mandibular, e os músculos mastigatórios. A principal função dos dentes é apreender, mastigar e rasgar. Classificação quanto à forma Homodontes: todos os dentes da boca são iguais. Heterodontes: dentes que se desenvolvem diferentemente nas diversas regiões da boca, para melhor desempenho em funções especiais. Permite o reconhecimento dos grupos incisivos, caninos, pré-molares e molares. Classificação quanto ao Nº de dentição Monofiodontes: amimais que só tem uma dentição durante toda vida. Difiodonte: substituição dos dentes da primeira erupção por um segundo conjunto (dentes permanentes), mais forte, mais bem adaptado a maxila e mandíbula, maiores, mastigação mais vigorosa do adulto. Polifiodontes: ocorre múltiplas substituições da dentição, sendo características de alguns peixes e répteis. Estrutura Dental Embora todos os dentes sejam estruturas altamente especializadas, modificadas de acordo com a necessidade específica de cada espécie, eles compartilham uma arquitetura básica comum. Cada dente divide-se em três partes: Coroa do dente; Colo do dente; Raiz do dente; Esmalte; Cavidade do dente; Dentina; Polpa; Cemento. Dentição (Fisiologia da Erupção) A erupção dentária é um processo complicado e controverso que envolve vários fatores: crescimento da raiz, crescimento ósseo, proliferação da polpa, pressão tecidual tração periodontal. Os dentes temporários sobem na maxila e na mandíbula depois de completada a coroa, mas antes que a raiz esteja formada; esse processo conduz o dente mais próximo à superfície e fornece o espaço necessário para a formação da raiz. A erupção dos dentes permanentes é mais complicada. Eles se desenvolvem em criptas ósseas profundamente nas raízes dos dentes temporários equivalentes. A erosão da raiz e o contínuo ajuste das paredes do alvéolo encaixado envolvem os processos usuais de remodelagem óssea. Dentição (Tipos de Dentes) Nos mamíferos, o tipo de dentição está relacionado com o seu regime alimentar e são divididos em: Dentes caninos; Dentes incisivos; Dentes pré-molares; Dentes molares. FARINGE (OROFARINGE) A faringe situa-se atrás da boca e se continua no esôfago. É uma câmara em forma de funil, encerrada dorsalmente entre a base do crânio e o primeiro par de vértebras cervicais, na laringe ventralmente, e nos músculos pterigóideos, mandíbula e parte dorsal do aparelho hioide lateralmente. O palato mole separa a parte rostral da faringe em uma parte dorsal e outra ventral. Nasofaringe A Nasofaringe se prolonga dorsalmente ao palato mole desde as coanas até o óstio intrafaríngeo. Ela é revestida pela mucosa respiratória e não participa do processo de deglutição, mas forma uma via passiva para o fluxo de ar. Além das conexões maiores, a nasofaringe comunica-se com as cavidades das orelhas médias por meio das tubas auditivas (Eustáquio). Orofaringe A Orofaringe limita o tamanho das porções que podem ser deglutidas. Suas paredes laterais são sustentadas por uma fáscia e são a localização das tonsilas palatinas. As tonsilas que se projetam para o interior do lume são encobertas pelas abas de mucosa que parcialmente as escondem da inspeção através da boca aberta. Laringofaringe A laringofaringe é a maior parte da faringe. É larga na frente, mas se estreita antes de se juntar ao esôfago em um limite que é bem definido por uma prega de mucosa nos cães, mas mais difícil de reconhecer na maioria das outras espécies. Reflexo da Deglutição A Deglutição consiste no processo pelo qual um bolo alimentar é transferido da cavidade oral através da faringe para o esôfago e finalmente até o estômago. Ele pode ser dividido em dois estágios: O ato voluntário de mastigação e a passagem do bolo alimentar para a parte oral da faringe. O bolo alimentar toca a mucosa faríngea, dando início aos reflexos de deglutição. Estruturas linfáticas da faringe (tonsilas) As paredes faríngeas contêm uma grande quantidade de tecido linforreticular, o qual se agrega para formar nódulos linfáticos ou tonsilas. Tonsila lingual: posiciona-se nos dois lados da raiz da língua e é particularmente desenvolvida no equino e no bovino. Tonsila palatina: situa-se na parede lateral da parte oral da faringe. Em carnívoros, ela se localiza dentro de uma fossa tonsilar, cuja parede medial é formada por uma prega falciforme a partir do palato mole, a prega tonsilar. Ela inexiste no suíno. Tonsila faríngea: é uma tonsila interna da mucosa na face ventral do palato mole e particularmente desenvolvida no suíno e no equino. Está situada no teto da porção nasal da faringe. Tonsila tubária: posiciona-se próxima à entrada da tuba auditiva em ruminantes e no suíno. ESÔFAGO O esôfago conduz alimento da faringe ao estômago. Esse tubo relativamente estreito tem início dorsalmente à cartilagem cricoide da laringe e segue a traqueia ao longo do pescoço, inicialmente inclinando-se para a esquerda, mas reassumindo uma posição mediana acima da traqueia antes ou logo depois da entrada do tórax. Topografia e Divisão O Esôfago atravessa a maior parte do pescoço, todo o tórax e termina ao entrar no abdome, o esôfago se divide em partes cervical, torácica e abdominal. A parte cervical corre dentro do espaço visceral do pescoço, relacionado com os músculos subvertebrais dorsalmente e ao lado esquerdo da traqueia medioventralmente. Em grande parte de seu comprimento, é acompanhado pela artéria carótida comum esquerda e nervos vagos simpático e laríngeo recorrente. A parte torácica cruza para a direita do arco aórtico, o que pode desviá-lo de seu curso sagital; mais caudalmente seus limites dorsal e ventral são seguidos pelos troncos nos quais as fibras dos nervos vagos direito e esquerdo são reagrupadas. Estrutura A estrutura do esôfago obedece a um padrão que é comum ao restante do canal alimentar. O esôfago apresenta quatro camadas, desde a mais interna até a mais externa: Túnica mucosa: é composta por um epitélio escamoso estratificado, cornificado superficialmente, sendo que o grau de queratinização varia entre as espécies conforme a aspereza de sua dieta. Túnica submucosa: apresenta uma conexão frouxa da mucosa com as lâminas musculares, permitindo, assim, que a mucosa seja jogada para as pregas longitudinais quando o esôfago se contrai. Túnica muscular: compõe-se de duas camadas musculares, uma camada longitudinal externa e uma camada circular interna. Túnica adventícia: é substituída pela serosa no tórax e no abdome. CAVIDADE ABDOMINAL O abdome é a parte do tronco que se situa caudalmente ao diafragma. Contém a maior das cavidades corpóreas, e é contínuo, em um plano que passa pelo promontório sacral e margem púbica, com a cavidade pélvica mais caudal e muito menor. A parte mais cranial (intratorácica) da cavidade abdominal é protegida pelas cartilagens costais e costelas mais caudais; a parte mais caudal é sustentada pelo esqueleto somente em seu aspecto dorsal. As cavidades abdominal e pélvica contêm o saco peritonial; estômago, intestinos delgado e grosso, fígado e pâncreas associados; baço; rins, ureteres, bexiga e uretra (em parte); ovários e a maior parte do sistema reprodutivo na fêmea e pequena parte do trato reprodutivo no macho; glândulas adrenais; e muitos nervos, vasos sanguíneos e linfonodos e vasos linfáticos. Estruturas Peritoniais A cavidade peritonial é completamente fechada no macho, mas na fêmea há uma comunicação potencial com o exterior na abertura abdominal de cada tuba uterina; contém somente uma pequena quantidade de líquido seroso porque os órgãos abdominais estão excluídos do espaço por seu revestimento peritonial. Órgãos intraperitoniais: órgãos suspensos do teto abdominal com reflexões peritoniais. Órgãos retroperitoniais: órgãos que estão diretamente anexados à parede abdominal. Mesentérios: uma série de dobras duplas que conectam as porções parietais às viscerais do peritônio, ou seja, uma prega que suspende o intestino delgado (e mais especificamente somente o jejuno e o íleo). Peritônio: consiste em uma camada única de células mesoteliais achatadas amparadas por um tecido fibroelástico que se fixa, mais ou menos firmemente de acordo com a posição, a estruturas subjacentes. Apresenta um líquido peritonial de importância vital, pois lubrifica as vísceras, permitindo que deslizem livremente umas sobre as outras ou contra a parede abdominal, na realização de suas próprias funções ou quando deslocadas por outras atividades. ESTÔMAGO O estômago, intercalado entre o esôfago e o intestino delgado, é a parte dilatada do trato digestório na qual se inicia o processo de digestão. Considerando sua forma, o estômago pode ser dividido em monocavitário (unicavitário, monogástrico) e pluricavitário (poligástrico). O estômago pode ser classificado como simples, quando o revestimento interno é composto por uma mucosa glandular com um epitélio colunar simples, ou composto, quando o revestimento interno apresenta uma área de mucosa glandular, e outra revestida por uma mucosa aglandular coberta por um epitélio escamoso estratificado. Estômago de Monogástricos O estômago unicavitário é uma dilatação em forma de saco do canal alimentar. As principais divisões do estômago são: Parte cárdica; Corpo gástrico; Fundo gástrico; Parte pilórica. A entrada do estômago é denominada cárdia e a saída se chama piloro, ambas controladas por esfíncteres. O corpo é a parte média maior do estômago, a qual se prolonga desde o fundo gástrico à esquerda até o piloro na direita. O fundo gástrico é uma invaginação cega que emerge acima do corpo e da cárdia. O estômago possui uma face visceral (caudal) e outra parietal (cranial), uma curvatura maior e outra menor e duas extremidades: esquerda (extremidade maior) e direita. Face parietal: situa-se contra o diafragma e o fígado Face visceral: está em contato com os órgãos abdominais adjacentes situados na direção caudal. Curvatura maior: é a margem convexa ventral do estômago que se prolonga desde a cárdia até o piloro, o qual propicia fixação para o omento maior. Curvatura menor: é a margem dorsal côncava do estômago e também segue o trajeto da cárdia até o piloro. Está conectada ao fígado pelo omento menor. Não é uniformemente côncava, pois apresenta a incisura angular. Principais características anatômicas do estômago monogástrico de cada espécie: Suíno: Divertículo gástrico, projetado caudalmente (externamente); Piloro evidenciado por uma protuberância carnosa, toro pilórico (internamente); Estômago do tipo composto. Equino: Tamanho pequeno em relação ao animal; Capacidade de 5 a 15 L; Relativamente maior em potros não desmamado; Protegido pela caixa torácica (gradil costal); Inacessível pelos métodos comuns de exames físicos; Esfíncter cárdico bem desenvolvido. (OBS: acredita-se que esse fato, juntamente com a entrada oblíqua do esôfago, seja responsável pela conhecida incapacidade de vomitar do equino. Contudo, vômito e regurgitação, embora raros, são possíveis); Estômago do tipo composto. Cão: Grande em relação ao animal; Podendo chegar até atrás do umbigo; Capacidade de 0,6 a 5 L; Vazio ou parcialmente cheio assume a forma da letra “C”; Estômago tipo do simples. Estômago Poligástrico Estômago pertencente aos ruminantes domésticos e compreende quatro compartimentos (câmaras): rúmen, retículo, omaso e abomaso. O rúmen, o retículo e o omaso costumam ser referidos coletivamente como Pré- estômago (proventrículos), os quais possuem uma mucosa aglandular e são responsáveis pela destruição enzimática dos carboidratos complexos, especialmente a celulose, e a produção de ácidos graxos de cadeia curta com auxílio de micróbios. O abomaso, possui uma mucosa glandular e é comparável ao estômago unicavitáriodos outros mamíferos domésticos. Topografia e Característica Abomaso: Saco alongado localizado no assoalho abdominal; Comunica-se com o omaso por meio do óstio omaso-abomasal; Maior parte do estômago ao nascer; Pré-estômago pouco desenvolvido; Pré-estômago desenvolvido pela alimentação; Digestão química (estômago glandular); Função imediata para a recepção e a digestão de leite nos primeiros dias de vida; A face mucosa se expande com a presença de pregas abomasais (pregas longitudinais); Mucosa da parte pilórica apresenta um toro pilórico; Apresente uma face visceral e ventral. Rúmen: Maior câmara gástrica que ocupa quase todo o antímero esquerdo; Apresenta mucosa áspera com projeções papilares. Câmera de fermentação microbiana; Esquerdo: localiza-se um pouco abaixo do meio do sétimo espaço intercostal ou oitava costela até à entrada pélvica. Principais pilares ruminais circundam o órgão internamente. Os pilares dividem o rúmen em sacos maiores: dorsal e ventral. Os sacos maiores são marcados externamente por sulcos longitudinais: esquerdo e direito. Os pilares coronários menores marcam os sacos cegos caudais. A parte mais cranial do saco dorsal forma o saco cranial (átrio do rúmen). Retículo: Câmara gástrica mais cranial; Apresenta mucosa formada por cristas reticulares (aproximadamente 1 cm de altura) que se assemelham a “favos de mel de uma colmeia de abelha”; O contorno “celular” apresenta cerca de 4 a 5 lados; Localizado próximo ao coração; Está em contato com o diafragma, e o fígado cranialmente. Omaso: Localizado na parte intratorácica do abdome, logo após o retículo; Comunica-se com o retículo através do óstio reticulo-omasal; Apresenta uma mucosa que possui lâminas ou folhas denominadas de lâminas omasais. INTESTINO O intestino é a parte caudal do canal alimentar. Ele se inicia no piloro e prossegue até o ânus. Está alojado principalmente na parte dorsal do abdome e sob a cobertura das costelas. Apresenta capacidade é relativamente pequena, devido sua eficiência da digestão gástrica. Divide-se em intestino delgado do piloro até o ceco e intestino grosso do ceco até o ânus. Função Intestino Delgado: Responsável pela digestão enzimática e absorção. Intestino Grosso: Responsável pela fermentação e absorção. INTESTINO DELGADO O intestino delgado está conectado à parede abdominal dorsal pelo mesentério dorsal em toda a sua extensão. No equino e em ruminantes, o duodeno é fixado em sua posição por um mesoduodeno curto. O intestino delgado é composto por três porções: duodeno, jejuno e íleo. O duodeno é composto das seguintes estruturas: flexura cranial, alça (ou duodeno) descendente, flexura caudal, alça (ou duodeno) ascendente, flexura duodeno-jejunal. Intestino Delgado - CARNÍVOROS: Duodeno: Mede cerca de 25 cm de comprimento; A parte cranial passa dorsalmente e à direita sobre a superfície visceral do fígado; Continua caudalmente como duodeno descendente; A prega duodenocólica prende o duodeno ao mesocólon descendente neste ponto. O duodeno ascendente, iniciando na flexura caudal. Jejuno e Íleo: Formam uma massa que ocupa a parte ventral do abdome entre o estômago e a bexiga urinária; As principais flexuras sagitais da parte proximal estão posicionadas bem cranialmente às flexuras mais transversas da parte distal; O Jejuno se estende até o duodeno descendente à direita e o rim e os músculos sublombares à esquerda; O íleo surge na extremidade caudal da massa e avança à direita abrindo-se no cólon ascendente. Intestino Delgado - SUÍNOS Duodeno: Está arranjado de forma semelhante à do cão; Mede cerca de 15 a 20 m; Ducto biliar se abre cerca de 3 cm abaixo do piloro e o ducto pancreático (acessório), único, cerca de 10 cm adiante. Jejuno e Íleo: O jejuno encontra-se arranjado em várias alças pequenas, suspensas pelo mesentério; A maior parte se encontra na metade direita do abdome, ventralmente e em direção à pelve; Intestino Delgado - EQUINOS O intestino delgado mede aproximadamente 25 m na carcaça, embora seja provavelmente muito menor no animal vivo. Duodeno: É relativamente curto e tem posição relativamente constante; Começa ventralmente ao fígado; A parte inicial (cranial) forma uma flexura sigmoide cuja primeira curva é convexa dorsalmente e a segunda é convexa ventralmente. A parte descendente segue caudalmente até atingir a margem lateral do rim direito e segue até a extremidade caudal; A parte descendente também é relacionado ao lobo direito do pâncreas; A terceira parte (ascendente) segue para a frente rente e aderida à face esquerda do mesentério; O calibre do duodeno é uniforme, com exceção de seu início, onde a primeira alça da flexura sigmoide é de certa forma alargada. O ducto biliar e os principais ductos pancreáticos descarregam através de uma única papila na flexura sigmoide. Jejuno e Íleo: O restante do intestino delgado se encontra dentro da margem livre do grande mesentério; É suficientemente longo para permitir às suas alças grandes amplitudes de mudança de posição; O íleo é muito curto, e na maioria das circunstâncias pode ser distinto dos remanescentes do intestino delgado por sua parede muito mais espessa e sua consistência mais firme; Aproxima-se do lado esquerdo da base do ceco por baixo e acaba se projetando par a dentro do interior do ceco. Intestino Delgado - RUMINANTES Duodeno: O duodeno se origina abaixo das costelas; Sua primeira parte ascende quase verticalmente em direção à superfície visceral do fígado; A parte ascendente então retorna em direção ao fígado e é continuado pelo jejuno; Jejuno e Íleo: O jejuno forma muitas espirais curtas na margem livre do mesentério; Seu curso normal o leva ventralmente e depois caudalmente e, então, dorsalmente em direção ao intestino grosso. A posição dessas espirais depende do preenchimento do rúmen e do tamanho do útero; A extensão do curto íleo é definida pela prega ileocecal. INTESTINO GROSSO O intestino grosso dos mamíferos é um tubo curto, pouco mais largo que o intestino delgado, do qual se estende da parte final do íleo até o ânus. O intestino grosso pode ser dividido nas seguintes partes em todos os mamíferos domésticos: ceco, cólon (subdividido em: cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente) e reto. O tamanho do intestino grosso varia de acordo com os hábitos alimentares do animal. Intestino Grosso - CARNÍVOROS A junção ileocecocólica é peculiar, pois o íleo e o cólon estão alinhados e formam um tubo contínuo que é unilateralmente unido pelo ceco. (Em outras espécies, é o ceco e o cólon que se encontram de ponta a ponta.) Ceco: O ceco é curto e enrolado; Mede cerca de 12 a 15 cm; É unido ao íleo por uma prega (ileocecal) curta e é orientado craniocaudalmente; Localiza-se do lado direito. Cólon: Apresenta 65 cm de comprimento em média; Pouco mais largo do que o intestino delgado; A parte ascendente curta está posicionada à direita; O cólon transverso estende-se da direita para esquerda, cranial à raiz do mesentério e ventral ao lobo esquerdo do pâncreas; O cólon descendente é o segmento mais longo; O cólon descendente passa caudalmente, à esquerda da raiz mesentérica e continua como reto. Intestino Grosso - SUÍNOS Ceco: É cilíndrico e mede cerca de 20 a 30 cm de comprimento; Está localizado no assoalho do abdome, próximo ao plano mediano; Capacidadepor volta de dois litros. Cólon: O cólon ascendente está arranjado ao redor do mesentério; É alongado, espiralado e forma um “cone”; A parte externa do cone é provida de uma parte saculada e ampla; Formam três anéis espirais; Giros centrípetos externos: quando visto de cima, forma espirais ventralmente, em sentido horário e de forma centrípeta; Giros centrífugos internos: giram no sentido anti-horário. Intestino Grosso - EQUINOS O intestino grosso do equino é caracterizado por seu formato saculiforme. As saculações ou haustros resultam do encurtamento da tênia, faixas formadas pela contração do músculo longitudinal externo e fibras elásticas em certas posições (de uma a quatro) na circunferência. Ceco: O ceco incorpora uma porção inicial do cólon ascendente; Consiste em uma base dorsal expandida, um corpo curvo levemente afunilado e um ápice ventral cego; Órgão é geralmente semelhante a uma vírgula; Sua capacidade passa dos 30 L e mede um metro ou mais entre as extremidades. A base se situa na parte dorsal direita do abdome; O ceco funciona como uma câmara de fermentação microbiana; O corpo segue ventralmente antes de virar cranialmente; O corpo se situa entre as partes ventrais do cólon ascendente. Cólon: O cólon consiste nas partes usuais ascendente, transversa e descendente; O cólon ascendente e transverso constitui o “cólon maior”, enquanto o cólon descendente constitui o “cólon menor”; O cólon ascendente está disposto em quatro partes paralelas separadas por três flexuras: cólon ventral direito, flexura diafragmática ventral e cólon dorsal esquerdo, flexura pélvica, cólon dorsal esquerdo, flexura diafragmática dorsal e cólon dorsal direito O cólon ventral direito é estreito e continua primeiro ventralmente, depois cranialmente no assoalho abdominal (cerca de 20 cm); O cólon ventral esquerdo segue em direção à pelve, ainda no assoalho abdominal; A flexura pélvica também pode ser distinta por uma diminuição do calibre e pelo desaparecimento de três das quatro bandas encontradas nas partes ventrais; O cólon dorsal esquerdo é estreito e possui paredes lisas no ponto em que emerge da flexura pélvica, mas ele se alarga gradualmente; O cólon dorsal direito é tanto a parte mais curta do cólon ascendente quanto, no seu término, a mais larga (cerca de 30 cm); O cólon transverso é muito curto e se situa de acordo com o padrão comum nos mamíferos, passando da direita para a esquerda em frente à raiz do mesentério; O cólon descendente, muito mais estreito que as demais partes, tem diversos metros de comprimento e se encontra isolado em um mesentério convencional. Intestino Grosso - RUMINANTES Ceco: O ceco se continua para dentro do cólon sem mudanças evidentes em diâmetro; A junção é marcada apenas pela entrada do íleo; Sua extremidade cega e arredondada se projeta caudalmente; Em bovinos mede cerca de 75 cm de comprimento; Em ovinos e caprinos mede cerca de 30 cm de comprimento. Cólon: O cólon é dividido nas partes ascendente, transversa e descendente; Ao deixar o ceco, o cólon ascendente forma uma flexura sigmoide achatada; O cólon ascendente forma duas voltas centrípetas são sucedidas por duas voltas centrífugas, as quais restauram o cólon em direção à periferia do mesentério, onde ele continua em uma volta distal, que o carreia primeiro em direção à pelve e depois para longe dela; O cólon ascendente de pequenos ruminantes realiza três ou quatro voltas em cada direção; Uma diferença mais significativa está na aparência de “colar de pérolas” das voltas centrífugas. Reto O reto é a mais dorsal das vísceras pélvicas e se situa sobre os órgãos reprodutivos, bexiga urinária e uretra. Sua parte cranial tem a mesma relação com o peritônio que o cólon. A parte terminal é toda retroperitonial e se relaciona diretamente com a vagina na fêmea, com a uretra no macho e ao diafragma pélvico em ambos os sexos. Ânus O ânus (ou canal anal) é curto e constitui a parte terminal do canal alimentar unindo o intestino ao exterior. O lume é estreito na junção retoanal, onde a mucosa consiste em pregas longitudinais, normalmente comprimidas juntas para ocluir o orifício. A continência anal, entretanto, depende primariamente da presença de dois esfíncteres; o esfíncter anal interno é meramente um espessamento do músculo liso circular do intestino, mas o esfíncter externo é estriado, de origem somática e sob controle voluntário. GLÂNDULAS ANEXAS DO SISTEMA DIGESTÓRIO O fígado e o pâncreas são as duas glândulas intimamente associadas ao canal alimentar. Entre várias outras funções importantes, os dois órgãos produzem substâncias que desempenham um papel essencial na digestão gastrintestinal. FÍGADO O fígado é a maior glândula do corpo e tem função tanto exócrina quanto endócrina. Seu produto exócrino, a bile, é armazenado e concentrado na vesícula biliar antes de ser eliminado no duodeno. Desempenha papéis importantes nos metabolismos de proteínas, carboidratos e gorduras e dependem da situação do fígado em relação à corrente sanguínea que drena o trato gastrointestinal. Localiza-se na parte mais cranial do abdome, imediatamente atrás do diafragma. O fígado adulto interpõe-se entre o diafragma cranialmente e o estômago e a massa intestinal caudalmente. Embora ultrapasse o plano mediano, a maior parte fica à direita em todas as espécies. Todas as espécies possuem vesícula biliar exceto o equino. Na maioria das espécies, o fígado é dividido em lobos por uma série de fissuras que se estendem interiormente a partir da borda ventral. Características: Proporcionalmente mais pesado no animal jovem do que no adulto; Frequentemente apresenta considerável atrofia na idade avançada; Geralmente vermelho-acastanhado, o fígado fresco é mole e tem consistência friável característica. Faces e Bordas do Fígado O Fígado apresenta uma face cranial convexa relacionada com o diafragma, a face diafragmática (parietal) e outra irregularmente côncava relacionada com as vísceras abdominais, a face visceral. Apresenta as seguintes bordas: dorsal, ventral, direita e esquerda. Equinos: A face diafragmática é unida ao diafragma por um complexo sistema de ligamentos; A face visceral se localiza contra o estômago, o duodeno, a flexura diafragmática dorsal do cólon e a base do ceco, e apresenta suas marcas impressas. Bovinos: A face visceral está relacionada com o retículo, átrio do rúmen, omaso, duodeno, vesícula biliar e pâncreas, e a maior parte faz impressão de suas formas no órgão. Impressões e Depressões do Fígado Impressão Gástrica: a face visceral é marcada pelas impressões causadas pelo estômago, pelo duodeno, pelo pâncreas, pelo rim direito (exceto no suíno) e por diversos segmentos do intestino, dependendo da espécie. Impressão Esofágica: A parte esquerda da margem dorsal apresenta a impressão do esôfago. Impressão Renal: a parte direita é escavada para receber o polo cranial do rim direito. Impressão Duodenal: duodeno. Impressão Pancreática: pâncreas. Impressão Cólica: cólon. Ligamentos do Fígado O fígado está intimamente relacionado com o mesentério ventral presente durante o desenvolvimento embrionário. Ele não possui funções de sustentação, mas transporta vasos sanguíneos, nervos e linfáticos. Há três partes distintas: Ligamento falciforme; Ligamento hepatoduodenal; Ligamento hepatogástrico. Há três ligamentos que proporcionam sustentação mecânica para o fígado: Ligamento triangular esquerdo; Ligamento triangular direito; Ligamento coronário. Lobos Hepáticos Na maioria das espécies, o fígado é dividido basicamente em lobos principais por fissuras que se projetam para dentro do órgão desde a margem ventral: Lobo hepático lateral esquerdo (equinos, suínos, carnívoros); Lobo hepático esquerdo (ruminantes); Lobo hepático medial esquerdo (carnívoros, suínos, equinos); Lobo hepático direito (ruminantes, equinos); Lobo hepático medial direito (carnívoros, suínos); Lobo hepático quadrado (todos); Processo caudado (todos); Processo papilar (carnívoros, ruminantes). Sistema de Ductos e Vasos do Fígado Os ductos interlobares se unem para formar os ductos lobares. Os ductos biliares extra-hepáticos consistem nos ductos hepáticos originários do fígado, do ducto cístico até a vesícula biliar e o ducto colédoco até o duodeno No equino e nos ruminantes, os ductos lobares se unem para formar um ducto hepático esquerdo e outro direito, os quais se unem novamente para formar o ducto hepático comum. O início do ducto biliar é marcado pela união do ducto hepático comum, ou do último ducto lobar com o ducto cístico. O ducto biliar se abre na parte proximal do duodeno na papila duodenal maior. O fígado é amplamente irrigado por meio da artéria hepática e da veia porta. A artéria hepática, um ramo da artéria celíaca, proporciona o suprimento nutricional do fígado. A veia porta é formada pela confluência de três ramos: a veia esplênica e as veias mesentéricas cranial e caudal, as quais coletam o sangue de todos os órgãos ímpares do abdome. As veias centrais adjacentes se fundem para formar as veias sublobulares, as quais se unem umas com as outras para compor as veias hepáticas. Essas veias deixam o órgão por sua face diafragmática até finalmente desembocarem na veia cava caudal. PÂNCREAS Localiza-se na alça formada pelo duodeno, sobre o estômago, na parte dorsal da cavidade abdominal. É amarelado e exibe certa semelhança com uma glândula salivar. Possui como estruturas anatômicas: Corpo do pâncreas; Lobo pancreático esquerdo; Lobo pancreático direito. O pâncreas tem funcionamento exócrino e endócrino. Seu produto exócrino, o suco pancreático, é transportado até o duodeno por um ou mais ductos, dependendo da espécie. Ele contém três enzimas: uma para a redução de proteínas, uma para carboidratos e uma para gorduras. A parte endócrina do pâncreas produz insulina, glucagon e somatostatina. Em carnívoros, o pâncreas é delgado com o formato clássico de “V” composto por dois lobos: lobo esquerdo, mais curto e o lobo direito, mais extenso. No suíno, o pâncreas possui formato irregular e consiste em um corpo volumoso com um lobo esquerdo e um pequeno lobo direito, os quais circundam a veia porta. No equino, o pâncreas apresenta um contorno triangular com um corpo compacto e volumoso ao qual se fixam o lobo direito curto e um lobo esquerdo mais extenso. O pâncreas dos ruminantes apresenta formato irregular com um corpo curto, um lobo direito e um lobo esquerdo. Sistema excretor do fígado e pâncreas F- Fígado; P- Pâncreas; C- Ducto colédoco; DA- Ducto pancreático acessório do; DP- Ducto pancreático principal; M- Papila maior; m- Papila menor.
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