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1 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL 2 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, des- tacando-se pela oferta de cursos de gradua- ção, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimen- to: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sem- pre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com cons- ciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institui- ções avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cida- dã para o mercado de trabalho, com ele- vado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci- da nacionalmente como referência em qualidade educacional. GRUPO MULTIVIX 3 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) As imagens e ilustrações utilizadas nesta apostila foram obtidas no site: http://br.freepik.com Rafacho, Sérgio. Análise Financeira e Gerencial / Sérgio Rafacho. – Serra: Multivix, 2019. FACULDADE CAPIXABA DA SERRA • MULTIVIX EDITORIAL Catalogação: Biblioteca Central Anisio Teixeira – Multivix Serra 2019 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. Diretor Executivo Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretora Acadêmica Eliene Maria Gava Ferrão Penina Diretor Administrativo Financeiro Fernando Bom Costalonga Diretor Geral Helber Barcellos da Costa Diretor da Educação a Distância Flávio Janones Coordenadora Acadêmica da EaD Carina Sabadim Veloso Conselho Editorial Eliene Maria Gava Ferrão Penina (presidente do Conselho Editorial) Kessya Penitente Fabiano Costalonga Carina Sabadim Veloso Patrícia de Oliveira Penina Roberta Caldas Simões Revisão de Língua Portuguesa Leandro Siqueira Lima Revisão Técnica Alexandra Oliveira Alessandro Ventorin Graziela Vieira Carneiro Design Editorial e Controle de Produção de Conteúdo Carina Sabadim Veloso Maico Pagani Roncatto Ednilson José Roncatto Aline Ximenes Fragoso Genivaldo Félix Soares Multivix Educação a Distância Gestão Acadêmica - Coord. Didático Pedagógico Gestão Acadêmica - Coord. Didático Semipresencial Gestão de Materiais Pedagógicos e Metodologia Direção EaD Coordenação Acadêmica EaD 4 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Aluno (a) Multivix, Estamos muito felizes por você agora fazer parte do maior grupo educacional de Ensino Superior do Espírito Santo e principalmente por ter escolhido a Multivix para fazer parte da sua trajetória profissional. A Faculdade Multivix possui unidades em Cachoei- ro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999, no mercado capixaba, destaca-se pela oferta de cursos de graduação, pós-graduação e extensão de qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, tanto na mo- dalidade presencial quanto a distância. Além da qualidade de ensino já comprova- da pelo MEC, que coloca todas as unidades do Grupo Multivix como parte do seleto grupo das Instituições de Ensino Superior de excelência no Brasil, contando com sete unidades do Grupo en- tre as 100 melhores do País, a Multivix preocupa- -se bastante com o contexto da realidade local e com o desenvolvimento do país. E para isso, pro- cura fazer a sua parte, investindo em projetos so- ciais, ambientais e na promoção de oportunida- des para os que sonham em fazer uma faculdade de qualidade mas que precisam superar alguns obstáculos. Buscamos a cada dia cumprir nossa missão que é: “Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores.” Entendemos que a educação de qualidade sempre foi a melhor resposta para um país crescer. Para a Multivix, educar é mais que ensinar. É transformar o mundo à sua volta. Seja bem-vindo! APRESENTAÇÃO DA DIREÇÃO EXECUTIVA Prof. Tadeu Antônio de Oliveira Penina Diretor Executivo do Grupo Multivix 5 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS > FIGURA 1 - Impacto das decisões organizacionais no DRE 24 > FIGURA 2 - Fontes de financiamento da estrutura de capital empresarial 25 > FIGURA 3 - Classificação primária dos gastos empresariais 28 > FIGURA 4 - Classificação dos custos 41 > FIGURA 5 - Exemplo de layout de uma empresa do segmento industrial 43 > FIGURA 6 - Exemplo de um produto skate 46 > FIGURA 7 - Classificação dos custos 56 > FIGURA 8 - Perspectiva do método de custeio por absorção. 77 > FIGURA 9 - Perspectiva do método de custeio variável 85 > FIGURA 10 - Sistema de informações gerenciais 114 > FIGURA 11 - Exemplo de codificação de centros de custo nas organizações 115 > FIGURA 12 - Apuração de gastos por centros de custos/ plano de contas 118 6 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO LISTA DE GRÁFICOS > GRÁFICO 1 - Comportamento dos Custos Variáveis Totais em diferentes níveis de produção da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 60 > GRÁFICO 2 - Comportamento dos Custos Fixos Totais em diferentes níveis de produção da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 62 > GRÁFICO 3 - Comportamento dos Custos Totais em diferentes níveis de produção da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 64 > GRÁFICO 4 - Ponto de equilíbrio 120 7 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO LISTA DE QUADROS > QUADRO 1 - Estrutura do Balanço Patrimonial 22 > QUADRO 2 - Demonstrativo do Resultado do Exercício 23 > QUADRO 3 - Exemplo de codificação de plano de contas nas organizações 116 > QUADRO 4 - Apuração do custo unitário em diferentes níveis de produção. 125 8 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO LISTA DE TABELAS > TABELA 1 - Resultados apurados 34 > TABELA 2 - Matéria-prima utilizada na produção da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 47 > TABELA 3 - Mão de obra direta utilizada na produção da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 47 > TABELA 4 - Mão de obra indireta utilizada na produção da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 51 > TABELA 5 - Materiais indiretos utilizados na produção da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 51 > TABELA 6 - Outros custos indiretos utilizados na produção da Indústria de SkatesExemplo Ltda. 52 > TABELA 7 - Comportamento dos Custos Variáveis em diferentes níveis de produção da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 59 > TABELA 8 - Comportamento dos Custos Fixos em diferentes níveis de produção da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 61 > TABELA 9 - Comportamento dos Custos em diferentes níveis de produção da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 63 > TABELA 10 - Gastos gerais da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 66 > TABELA 11 - Gastos gerais da Indústria de Skates Exemplo Ltda. separados por departamento 67 > TABELA 12 - Vendas da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 69 > TABELA 13 - Custos Fixos e Variáveis da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 69 > TABELA 14 - Despesas administrativas da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 70 > TABELA 15 - Despesas comerciais da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 70 > TABELA 16 - Demonstrativo de Resultado do Exercício da Indústria de Skates Exemplo Ltda. 71 9 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO LISTA DE TABELAS > TABELA 17 - Empresa Exemplo: vendas brutas - mês 07 79 > TABELA 18 - Empresa Exemplo: Custos Indiretos de Fabricação (CIFs) - mês 07 79 > TABELA 19 - Empresa Exemplo: horas de produção por produto - mês 07 80 > TABELA 20 - Empresa Exemplo: rateio dos CIFs por horas de produção - mês 07 80 > TABELA 21 - Empresa Exemplo: rateio dos CIFs por unidade produzida - mês 07 80 > TABELA 22 - Empresa Exemplo: custos totais de mão de obra direta - mês 07 81 > TABELA 23 - Empresa Exemplo: custos totais de material direto - mês 07 81 > TABELA 24 - Empresa Exemplo: custos diretos e indiretos por produto - mês 07 81 > TABELA 25 - Empresa Exemplo: custos dos produtos vendidos - mês 07 82 > TABELA 26 - Empresa Exemplo Ltda. - mês 07 83 > TABELA 27 - Empresa Exemplo Ltda. - mês 07 83 > TABELA 28 - Empresa Exemplo: custos totais - mês 07 84 > TABELA 29 - Empresa Exemplo: vendas brutas - mês 07 86 > TABELA 30 - Empresa Exemplo: Custos Indiretos de Fabricação (CIFs) - mês 07 86 > TABELA 31 - Empresa Exemplo: custos variáveis e fixos por produto - mês 07 87 > TABELA 32 - Empresa Exemplo: custos totais - mês 07 87 > TABELA 33 - Empresa Exemplo Ltda. - mês 07 88 > TABELA 34 - Produção mensal da Empresa Exemplo Ltda. 94 10 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO SUMÁRIOLISTA DE TABELAS > TABELA 35 - Custos Indiretos de fabricação da Empresa Exemplo Ltda. 94 > TABELA 36 - Direcionadores de custeio ABC - Empresa Exemplo Ltda. 96 > TABELA 37 - Taxa de rateio: custeio ABC – Empresa Exemplo Ltda. 97 > TABELA 38 - Itens que compõem os custos do setor de manutenção 99 > TABELA 39 - Custos totais estimados: Empresa Exemplo Ltda. 101 > TABELA 40 - Custos totais projetados: Empresa Exemplo Ltda. 102 > TABELA 41 - Custo-padrão vs. custos reais: Empresa Exemplo Ltda. 104 > TABELA 42 - Resumo de gastos de viagem: gerência comercial 117 > TABELA 43 - Resumo de gastos de viagem: supervisão de produção 117 > TABELA 44 - Apuração do resultado no ponto de equilíbrio 122 > TABELA 45 - Gastos totais em diferentes níveis de produção 123 > TABELA 46 - Estimativas de resultado em diferentes níveis de produção 123 > TABELA 47 - Apuração do resultado por custeio variável 126 > TABELA 48 - Apuração do resultado por custeio variável com aumento de preço e manutenção dos custos 127 > TABELA 49 - Apuração do resultado por custeio variável com redução de preço e manutenção dos custos 128 11 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL 19 INTRODUÇÃO 19 1.1 INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL 21 1.1.1 DECISÕES FINANCEIRAS E GESTÃO DE CUSTOS 26 1.1.1.1 TERMINOLOGIA NA GESTÃO DOS CUSTOS ORGANIZACIONAIS 27 1.1.1.2 A GESTÃO DE CUSTOS COMO APOIO À GESTÃO FINANCEIRA 31 BIBLIOGRAFIA COMENTADA 36 CONCLUSÃO 37 2 APURAÇÃO DE CUSTOS QUANTO AOS PRODUTOS 40 INTRODUÇÃO 40 2.1 APURAÇÃO DE CUSTOS QUANTO AOS PRODUTOS 42 2.1.1 CUSTOS DIRETOS E CUSTOS INDIRETOS 44 2.1.1.1 CUSTOS DIRETOS 45 2.1.2 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO 49 CONCLUSÃO 54 UNIDADE 1 UNIDADE 2 12 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO SUMÁRIO 3 APURAÇÃO DE CUSTOS QUANTO AO VOLUME DE PRODUÇÃO 56 INTRODUÇÃO 57 3.1 CUSTOS VARIÁVEIS 58 3.2 CUSTOS FIXOS 60 3.3 TOTALIZAÇÃO DOS CUSTOS E APURAÇÃO DO CUSTO UNITÁRIO DO PRODUTO 63 3.4 DEPARTAMENTALIZAÇÃO 65 3.5 CUSTOS, DESPESAS E A APURAÇÃO DOS RESULTADOS ORGANIZACIONAIS 68 CONCLUSÃO 73 4 SISTEMAS DE CUSTEIO 75 INTRODUÇÃO 75 4.1 SISTEMAS DE CUSTEIO 76 4.1.1 CUSTEIO POR ABSORÇÃO 76 4.2 CUSTEIO VARIÁVEL 84 CONCLUSÃO 89 5 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE CUSTOS 91 INTRODUÇÃO 91 5.1 PLANEJAMENTO E CONTROLE DE CUSTOS 92 5.1.1 CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC) 93 5.2 CUSTOS CONTROLÁVEIS E CUSTOS ESTIMADOS 98 UNIDADE 3 UNIDADE 4 UNIDADE 5 13 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO SUMÁRIO 5.2.1 CUSTOS CONTROLÁVEIS 98 5.2.2 CUSTOS ESTIMADOS 100 5.3 CUSTO-PADRÃO 102 5.4 CUSTO DE REPOSIÇÃO 105 BIBLIOGRAFIA COMENTADA 107 CONCLUSÃO 108 6 GESTÃO DE CUSTOS E ANÁLISE FINANCEIRA 110 INTRODUÇÃO 110 6.1 GESTÃO DE CUSTOS E ANÁLISE FINANCEIRA 111 6.1.1 IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE CUSTOS 111 6.1.2 CENTRO DE CUSTOS E PLANO DE CONTAS 114 6.2 RELAÇÃO CUSTO/VOLUME/LUCRO 119 6.2.1 PONTO DE EQUILÍBRIO 120 6.2.2 VARIAÇÕES NO VOLUME DE PRODUÇÃO 123 6.2.3 VARIAÇÕES NA ESTRUTURA DA EMPRESA 124 6.3 RELATÓRIOS FINANCEIROS E VARIAÇÕES DE PREÇO 126 6.3.1 AUMENTO DE PREÇOS E O IMPACTO NOS RESULTADOS DA EMPRESA 127 6.3.2 REDUÇÃO DE PREÇOS E O IMPACTO NOS RESULTADOS DA EMPRESA 127 6.3.3 PREÇOS DE TRANSFERÊNCIA 128 CONCLUSÃO 129 REFERÊNCIAS 131 UNIDADE 6 14 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO ICONOGRAFIA ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS 15 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO BIODATA DO AUTOR Sérgio Rafacho Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Educação pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG). Especialista em Finanças pelo Instituto de Educação Conti- nuada da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (IEC-PUC-MG), Administra- dor pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Pesquisador do grupo de Pesquisa AMTEC, registrado da na plataforma lattes.cnpq. Professor universitário de graduação e pós-graduação nas áreas de Finanças, Opera- ções, Administração Geral e Jogos Empresariais. Atua como consultor empresarial em empresas do segmento industrial, comercial e de prestação de serviços. Já atuou como analista de sistemas da UFMG, como funcionário de empresas de grande porte e como empresário no ramo de construção, indústria e prestação de serviços. Expe- riência e reengenharia de empresas, produção, processos, adequação orçamentá- ria, estruturação de controle de gastos, adequação e parametrização do processo de compras, organização dos processos administrativos organizacionais. JUSTIFICATIVA Diariamente, as pessoas tomam decisões que impactam a vida. Sejamdecisões simples, sejam complexas, de forma proporcional à sua importância, elas sempre impactarão de alguma forma o cotidiano. Como o capital é necessário na maioria das situações em que se vive, as decisões financeiras sempre terão impacto decisivo na maneira de se viver. Analisar, planejar e decidir sobre finanças são ações fundamen- tais para o sucesso tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. 16 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO ENGAJAMENTO Compreender os conceitos e fundamentos que permeiam a análise financeira e gerencial das organizações é fator fundamental para que o gestor desenvolva habi- lidades e competências determinantes para o sucesso em sua carreira. Diante dessa realidade, serão apresentadas algumas questões para que você possa refletir sobre a importância de se aprofundar no conhecimento sobre a análise financeira das empresas: • Como a compreensão sobre finanças corporativas pode contribuir para que o gestor organizacional tenha sucesso em suas decisões? • Em mercados de concorrência tão acirrados como o atual, qual a importân- cia do planejamento, da análise, do controle e acompanhamento dos gastos empresariais? • A implantação adequada de sistemas de custos deve ser realizada de forma predeterminada ou deve ser adequada às especificidades de cada segmento mercadológico? • Qual o impacto de variações significativas nas atividades operacionais e nos resultados organizacionais? APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Se uma pessoa toma decisões erradas, como gastar acima de seus limites ou investir sem analisar a relação entre custo e benefício, haverá reflexos danosos em suas finan- ças que implicarão em problemas em vários aspectos de sua vida. Da mesma forma, decisões erradas nas organizações podem resultar em impactos significativamente negativos e até mesmo levá-las à falência. Não são poucas as empresas que fecham devido à falta de planejamento e coerência em suas decisões financeiras. 17 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO Nesta disciplina, serão estudados conceitos fundamentais e importantes sobre a Administração Financeira e Gerencial das empresas, abordando temas importan- tes para o sucesso da carreira do gestor relacionados à análise e gestão dos custos empresariais. Serão abordados conceitos relacionados à composição e métodos de custeio, implantação e análise das variações de custos e preços nas organizações. “Uma mente que se abre para uma nova ideia, jamais volta ao seu tamanho original.” Frase atribuída a Einsten, que pode se tornar uma realidade quando há dedicação aos estudos! OBJETIVOS DA DISCIPLINA Ao final desta disciplina, esperamos que você seja capaz de: • Aplicar conceitos relacionados à análise financeira e gerencial na gestão das organizações empresariais. • Avaliar os impactos da gestão adequada dos gastos organizacionais nos resul- tados financeiros das empresas. • Compreender a importância de se utilizar métodos de custeio adequados às necessidades e especificidades de cada organização. • Analisar o impacto das variações dos níveis de atividades operacionais nos resultados corporativos. • Avaliar os resultados de uma gestão inadequada dos gastos organizacionais em seus resultados. 18 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Compreender a importância da gestão financeira para o sucesso das organizações. > Compreender como os demonstrativos contábeis contribuem para o processo de tomada de decisões organizacionais. > Conhecer a terminologia utilizada na área de custos e sua importância na interpretação dos dados financeiros das organizações. > Aplicar os conceitos basilares da área de custos. UNIDADE 1 19 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL A gestão financeira das organizações deve ser conduzida com o objetivo de maximi- zar os resultados e, consequentemente, o valor de mercado das empresas, aumen- tando a riqueza de seus proprietários, que investem em negócios, abrindo mão de outras oportunidades de investimento (muitos deles especulativos), tendo a expecta- tiva de obter maiores retornos econômicos e financeiros. A manutenção e o desenvolvimento de uma empresa resultam em diversos bene- fícios não somente para os seus proprietários, mas também para todos os grupos interessados (stakeholders) em suas atividades, uma vez que suas próprias ativida- des influenciam ou recebem influência dos negócios que envolvem tal organiza- ção. O sucesso das organizações tem reflexo direto na vida de seus funcionários, que mantêm sua fonte de renda e criam novas expectativas futuras; para a população, que consegue adquirir novos produtos (em muitos casos com preços mais competi- tivos devido à concorrência), e para o país, que recebe mais impostos gerados pelas empresas e é aliviado em relação aos gastos sociais com a redução do desemprego. Porém, a manutenção de uma empresa, em um mercado cada vez mais globalizado e concorrente, exige de seus administradores conhecimento específico sobre técni- cas e ferramentas de gestão financeira que contribuam para o alcance de seus obje- tivos estratégicos. Uma das áreas fundamentais das empresas que deve ter atenção de seus gestores é a área de custos. Nesta unidade, serão abordados conceitos funda- mentais sobre a gestão financeira das empresas e sobre a importância do conheci- mento da área de custos para o sucesso financeiro organizacional. INTRODUÇÃO Em sua prática profissional, o administrador financeiro tem de tomar decisões que vão refletir sobre os resultados financeiros e econômicos de sua empresa. Para que esse processo tenha maior eficácia, é fundamental que ele tenha à sua disposição 20 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO relatórios e informações sobre o desempenho organizacional da instituição que está gerindo, que possibilitem a ele tomar decisões com segurança. Deve-se ressaltar que, mesmo não sendo a única fonte de dados, a contabilidade é a principal fonte de informações financeiras para o processo de tomada de decisões empresariais. Outras informações relacionadas à própria empresa e às condições mercadológicas em que atua também devem ser agregadas e consideradas nesse processo, tão importante para o sucesso das empresas. A contabilidade é importante para o gestor financeiro, pois deve revelar a real posição econômico-financeira da empresa: Frequentemente, os responsáveis pela administração estão tomando deci- sões, quase todas importantes, vitais para o sucesso do negócio. Por isso, há necessidade de dados, de informações corretas, de subsídios que contribuam para uma boa tomada de decisão. Decisões tais como comprar ou alugar uma máquina, preço de um produto, contrair uma dívida a longo ou curto prazos, quanto de dívida contrairemos, que quantidade de material para estoque deveremos comprar, reduzir custos, produzir mais... A Contabilidade é o gran- de instrumento que auxilia a administração a tomar decisões. Na verdade, ela coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, regis- trando-os e sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados, que contribuem sobremaneira para a tomada de decisões (MARION, 2018, p. 4). Tendo à sua disposição relatórios que refletem a situação da empresa, o administra- dor terá maiores condiçõesde analisar a real situação da organização em que atua, passando a direcionar os esforços de seus colaboradores no sentido de maximizar os lucros. De forma similar, poderá verificar a rentabilidade de seus ativos, confrontan- do-os com os custos de seus passivos a fim de obter resultados cada vez mais satisfa- tórios para os acionistas da empresa. Porém, a eficácia de todo processo de tomada de decisões está diretamente relacio- nada à qualidade da análise das informações disponibilizadas e também à capacida- de do administrador financeiro de compreender, interpretar e mensurar tais informa- ções, transformando-as em resultados favoráveis. Muitos administradores almejam alcançar altos níveis hierárquicos dentro das organizações, porém é importante que tenham conhecimento da responsabilidade de se tomar decisões de forma coerente e eficaz. Nesta unidade, serão trabalhados diversos aspectos relacionados à análise financeira gerencial, que são fundamentais para o sucesso do administrador. 21 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO 1.1 INTRODUÇÃO À ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL As decisões empresariais devem refletir o direcionamento estratégico estabelecido por seus diretores e, em sua maioria absoluta, refletem em seus resultados, sejam pela geração de receitas, seja de gastos. Quando a empresa mantém um sistema de registro contábil adequado às suas operações, tais reflexos podem ser observados em demonstrativos contábeis, que são relatórios exigidos pelo governo para pres- tação das contas empresariais e que refletem a posição econômica e financeira das empresas. Esses relatórios são importantes para o administrador financeiro avaliar a situação da empresa e contribuir com o processo de tomada de decisões inerente à sua função. Dois dos principais demonstrativos contábeis que são fundamentais para acompa- nhar a evolução da empresa são o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo do Resul- tado do Exercício: Balanço Patrimonial (BP): para Gitman (2009), o balanço patrimonial representa a demonstração resumida da posição financeira e econômica da empresa em determi- nada data. Essa demonstração confronta os ativos (o que a empresa possui) com os passivos (obrigações ou patrimônio líquido). Com esse relatório, o gestor empresarial pode identificar e acompanhar a evolução patrimonial da empresa. 22 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO QUADRO 1 - ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Maior Liquidez Ativo Circulante Disponível Aplicações Contas a Receber Estoques [...] Passivo Circulante Contas a Pagar Impostos Fornecedores [...] Passivo Não circulante Financiamentos de Longo PrazoAtivo Não Circulante Investimentos Veículos Máquinas e Equipamentos Imóveis [...] Patrimônio Líquido Capital Social Lucros ou Prejuízos Acumulados [...] Menor Liquidez Fonte: Elaborado pelo autor. Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE): o DRE é o relatório responsável pela apuração do resultado obtido pela empresa em determinado período. Partindo das Receitas de Vendas obtidas pela empresa, diminui os gastos (impostos, custos, despesas, ganhos, perdas, etc.) para, ao final, apresentar o lucro ou prejuízo obtido pela empresa no período de apuração. Esse relatório permite ao gestor financeiro verificar a eficácia de sua gestão em relação às receitas e gastos empresariais e, conse- quentemente, seus lucros. 23 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO QUADRO 2 - DEMONSTRATIVO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DRE Receita Bruta de Vendas (-) Impostos/Deduções (=) Receita Líquida de Vendas (-) Custo dos Produtos/Mercadorias/Serviços Vendidos (=) Margem Bruta (-) Despesas Administrativas (-) Despesas Comerciais (-) Despesas de Depreciação (-) [...] (=) Resultado Operacional (ou Lucro Antes de Juros e Imposto de Renda) (+) Receitas Não Operacionais (inclusive financeiras) (-) Despesas Não Operacionais (inclusive financeiras) (=) Lucro Antes do Imposto de Renda (-) Imposto de Renda/Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (=) Resultado do Exercício Fonte: Elaborado pelo autor,. As decisões do gestor financeiro têm reflexos diretos no DRE, sendo que, por meio desse relatório, pode-se acompanhar a eficiência do processo de tomada de decisões em relação aos resultados obtidos pela companhia. A figura a seguir apresenta uma ilustração dos reflexos das decisões empresariais em seus resultados: 24 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO FIGURA 1 - IMPACTO DAS DECISÕES ORGANIZACIONAIS NO DRE Fonte: Elaborada pelo autor. As ações organizacionais demandam investimentos em ativos e capital de giro para que suas operações ocorram de forma adequada aos objetivos propostos. Outro aspecto importante relacionado às decisões financeiras está ligado às fontes de finan- ciamento de suas atividades. Essas fontes podem ser oriundas de: a. Capital de terceiros, agrupadas no passivo circulante (curto prazo) ou passivo não circulante (longo prazo); b. Capital próprio, agrupadas no patrimônio líquido. 25 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO FIGURA 2 - FONTES DE FINANCIAMENTO DA ESTRUTURA DE CAPITAL EMPRESARIAL ATIVO PASSIVO ATIVO CIRCULANTE (Curto Prazo) PASSIVO CIRCULANTE (Curto Prazo) PASSIVO NÃO CIRCULANTE (Longo Prazo) PATRIMÔNIO LÍQUIDO ATIVO NÃO CIRCULANTE (Longo Prazo) Captando recursos de terceiros, estes recursos “entram” na empresa através do Passivo Circulante ou Exigível a Longo Prazo. Captando recursos através de novos sócios (mercado de ações, por exemplo), estes recursos “entram” na empresa através do Patrimônio Líquido. Fonte: Elaborada pelo autor. A partir do momento em que as empresas conhecem os resultados de suas opera- ções, obtêm parâmetros para que o gestor avalie aspectos referentes à segurança, à liquidez e à rentabilidade dos investimentos realizados. Tais resultados devem ser comparados com os planejamentos prévios realizados pela gestão das empresas, bem como podem ser utilizados para planejamentos futuros, uma vez que refletem o desenvolvimento da empresa em seu mercado. Segundo MASAKAZU (2019), o crescimento e o desenvolvimento de uma empresa estão intimamente ligados a um bom sistema de planejamento, pois com ele todas as atividades que se pretende desenvolver são planejadas com base em cenários cons- truídos a partir de informações captadas de diversas fontes. Preveem-se o montan- te de recursos necessários para a sua execução e as respectivas fontes, o prazo em que se pretende que as metas sejam atingidas e atribuem-se as responsabilidades. É importante que haja monitoramento dos resultados para que se possa controlar, avaliar cada etapa e realizar reconduções de rota sempre que variáveis internas ou externas indiquem essa necessidade. 26 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Permeando todo esse contexto, encontra-se a gestão de custos, área importante das finanças corporativas, que merece atenção constante dos gestores, uma vez que deci- sões erradas sobre custos podem acarretar prejuízos irrecuperáveis para as empresas. 1.1.1 DECISÕES FINANCEIRAS E GESTÃO DE CUSTOS As decisões empresariais exercem influência sobre os aspectos internos (preços, custos, despesas, investimentos, financiamentos, etc.) da organização,pois atuam sobre variáveis sobre as quais o gestor tem controle. Porém, tais decisões não influen- ciam aspectos externos à organização, como impostos, taxas de juros do mercado financeiro, entre outros relacionados ao seu campo de atuação. Essa realidade aumenta a responsabilidade do administrador financeiro em relação aos riscos decorrentes de suas decisões, pois os fatores externos influenciam de forma decisiva os resultados das organizações. As empresas que, em períodos de reces- são econômica, não tiverem controle e domínio sobre seus gastos e, principalmen- te, sobre os custos dos produtos ou serviços que comercializa, tendem a ficar mais suscetíveis em relação aos riscos de mercado. Por outro lado, as empresas que planejam e controlam seus custos de forma asser- tiva podem ser beneficiadas em momentos de dificuldade mercadológica, pois têm domínio sobre seus gastos, podendo adaptá-los a novas realidades e atuar de forma segura e lucrativa, aproveitando, inclusive, oportunidades que surgem em meio à crise. Nesse cenário, a gestão de custos organizacionais assume papel importante na atua- ção do gestor financeiro, pois está entre os fatores sobre os quais tem controle e está diretamente relacionada à formação do preço de venda dos produtos ou serviços que a empresa comercializa e que serão ofertados ao mercado, mediante, em muitos casos, forte concorrência. Muitas empresas não se mantêm no mercado por praticarem preços inferiores aos custos dos produtos ou serviços disponibilizados. Assim, a situação financeira da empresa fica ainda mais complicada quando ela não consegue apropriar de forma correta os gastos efetivos que não são diretamente relacionados ao produto, como aluguéis, despesas administrativas e despesas comerciais. Tais gastos devem ser 27 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO incorporados aos preços de forma adequada e, para isso, há necessidade de se iden- tificar critérios coerentes com as atividades que cada produto ou serviço demanda para ser disponibilizado aos clientes. Passa-se, então, a estudar conceitos relacionados à terminologia adotada por grande parte dos profissionais que atuam na área financeira, mais especificamente na área de custos. 1.1.1.1 TERMINOLOGIA NA GESTÃO DOS CUSTOS ORGANIZACIONAIS Ao se dirigir a uma loja para comprar um produto, é comum perguntar: quanto custa este produto? É uma pergunta comum na sociedade, porém, como especialistas, os gestores devem considerar uma terminologia adequada e padronizada que possi- bilite a associação de cada termo utilizado no meio organizacional com o processo produtivo praticado na empresa. No âmbito empresarial, é importante se considerar a padronização dos termos utili- zados para que a comunicação entre os profissionais não seja prejudicada pelo entendimento incorreto sobre o que se pretende transmitir. Não há nesse trabalho a intenção de resolver questões relacionadas a possíveis impasses na interpretação de termos associados à área de custos, e sim de apresentar como terminologia básica, conceitos associados a cada termo utilizado. A figura a seguir apresenta uma perspectiva de vários termos utilizados na apuração de custos em grande parte das empresas. 28 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO FIGURA 3 - CLASSIFICAÇÃO PRIMÁRIA DOS GASTOS EMPRESARIAIS Fonte: Elaborada pelo autor. De acordo com Martins (2010), gastos, custos e despesas são palavras sinônimas ou dizem respeito a conceitos e podem ser confundidas com desembolso ou investi- mento. O autor também se refere à “perda” como um termo que pode se confundir com os demais citados, por isso, deve-se adotar uma padronização em relação aos termos utilizados que reflita exatamente o que se pretende transmitir quando está se comunicando na área empresarial. Nesse sentido, o autor define significados para cada termo empregado na área de custos. Segundo o Martins (2010): a. Gasto: compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifí- cio financeiro (desembolso) para a entidade, sacrifício este representa- do por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Existem gastos com a compra de matérias-primas, com a mão de obra, tanto na produção quanto na distribuição, gastos com honorários da diretoria, na compra de imobilizado, etc. Somente existe gasto na passagem para propriedade da empresa do bem ou serviço, ou seja, no momento em que existe o reconheci- mento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em pagamento. Não estão incluídos todos os sacrifícios que a entidade acaba por arcar, já que não são incluídos o custo de oportunidade ou os juros sobre o capital próprio, uma vez que estes não implicam a entrega de ativos. É importante perceber que gasto implica em desembolso, porém são conceitos distintos. 29 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO b. Desembolso: pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. c. Investimento: gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuí- veis a futuro(s) período(s). d. Custo: gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O custo é reconhecido no momento da utilização dos fatores de produ- ção, para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Exemplos: a matéria-prima foi um gasto em sua aquisição que imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o tempo de sua estocagem; no momento de sua utilização na fabricação de um bem, surge o custo da matéria-prima como parte integrante do bem elaborado. e. Despesa: bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. De forma geral, despesas representam os esforços de administração e vendas da empresa. A comissão do vendedor, por exemplo, é um gasto que se torna imediatamente em despesa. f. Perda: bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. Não se trata de uma despesa ou custo por sua característica involuntária, ou seja, não é um gasto realizado de forma intencional destinado à obtenção de receita. Ainda segundo Martins (2010), todo produto vendido e todo serviço ou utilidade trans- feridos provocam despesa. Costuma-se chamá-lo custo do produto vendido. Dessa forma, é apresentada a Demonstração de Resultado do Exercício. Tecnicamente, o correto seria apresentá-lo como despesa que é “o somatório dos itens que compuse- ram o custo de fabricação do produto ora vendido”. Todos os custos que são ou foram gastos se transformam em despesas quando da entrega dos bens ou serviços a que se referem. Muitos gastos são transformados automaticamente em despesas, outros passam primeiro pela fase de custos, outros ainda percorrem o caminho completo, passando por investimento, custo e despesa. 30 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO De acordo com Padoveze (2006), a contabilidade de custos foi adotada de forma predominante em empresas do segmento industrial, porém, em empre- sas do segmento comercial ou de prestação de serviços, seus princípios e termos foram adotados devido à similaridade em relação à contabilização de suas etapas produtivas até a obtenção das receitas de suas vendas. De forma geral, em empresas que prestam serviços à sociedade, os esforços realizados para produção dos serviços prestados são considerados como custos dos servi- ços prestados. A mesma situação ocorre em relação a empresas do segmento comercial, nas quais os gastos realizados para a aquisição dos produtos comer-cializados são considerados como custos das mercadorias vendidas. A diferença fundamental entre o custo dos produtos das empresas comerciais e o custo dos produtos nas empresas industriais é que as empresas comerciais têm somente um insumo para custo das mercadorias adquiridas para revenda, enquanto as empresas industriais têm de utilizar vários insumos para o processo de obtenção (produção) dos produtos. Todos os conceitos abordados na disciplina farão uso dos termos apresentados neste tópico e suas respectivas apropriações. 31 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO 1.1.1.2 A GESTÃO DE CUSTOS COMO APOIO À GESTÃO FINANCEIRA A gestão dos custos tem sido objeto de análise de diversos gestores no sentido de otimizar os recursos investidos nas organizações e com objetivo na maximização de seus resultados. A relação entre custo e benefício sempre deve ser considerada pelos gestores financeiros quando da análise dos desembolsos empresariais, uma vez que recursos investidos de forma não assertiva dificilmente são recuperados em sua tota- lidade. Compreendendo a necessidade de se obter a maior assertividade possível em termos de retorno financeiro, o amplo domínio dos conceitos básicos sobre os custos no contexto que envolve a análise financeira e gerencial é fundamental para que as organizações obtenham sucesso em seus empreendimentos. Considerando que existem fatores internos e externos que influenciam nos resultados empresariais, que somente os fatores internos podem ser controlados pelos gestores e, por isso, a importância de se conhecer bem os conceitos relacionados a custos, nesta unidade serão abordados esses conceitos, de forma que você possa compreen- der a importância da gestão dos custos empresariais. Considerando que toda empresa tem como objetivo a maximização de seus resulta- dos financeiros, é importante ressaltar que as duas principais maneiras que a empre- sa tem para ampliar seus resultados são por meio do aumento de suas receitas ou da redução de seus gastos. Em relação ao aumento das receitas, os gestores se veem limitados pelas condições mercadológicas relacionadas ao contexto de atuação da empresa. Com os merca- dos cada vez mais competitivos, nem sempre os chamados “preços ideais” podem ser praticados livremente pelas organizações, sem a perda ou redução do volume de vendas, impactando significativamente em seus resultados. Conforme já abordado, os fatores externos não são afetados pelas decisões dos gestores e, por isso, a empre- sa deve se adaptar às condições do mercado procurando ajustar suas operações, de forma a superar a concorrência com o máximo de eficiência possível. Essa necessidade de ajustes de suas operações faz com que o gestor se volte para a redução de seus gastos, implicando em medidas severas de corte de despesas, custos e demais fatores, ao mesmo tempo em que deve procurar otimizar os investimentos realizados, no intuito de se maximizar seus resultados. 32 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Suponha que uma determinada empresa apure, em seu DRE, um resultado lucrativo de 10% sobre sua Receita Líquida no ano de 20X8 e, em seu planeja- mento para o próximo ano, pretende multiplicar por dois esse percentual. Para alcançar esse objetivo, ela poderia atuar de duas formas distintas: dobran- do o valor de suas receitas ou reduzindo 10% de seus gastos, sem que haja perda de qualidade em seus produtos. Considerando estas possibilidades: a) para dobrar suas receitas, a empresa teria de multiplicar seus esforços de marketing, ampliar seus canais de distribuição, ampliar todas as suas operações e estrutura, de forma que ela suporte o aumento de suas atividades. Isso sem considerar as reações da concorrência em relação às suas ações, as condições econômicas do país, a capacidade de compra de seu mercado-alvo e outros fatores externos à empresa sobre as quais ela não tem domínio; b) para reduzir seus gastos em 10% sem que haja perda de qualidade em seus produtos, a empresa poderia fazer uma avaliação geral de seus gastos buscando identificar possibilidades de cortes ou reduções, adquirir tecnologia que possi- bilitasse maior produtividade com menores custos, capacitar suas equipes para obterem maior produtividade, enfim, são diversas possibilidades internas, todas controladas pelo gestor, desde que ele tenha controle sobre seus custos. Qual dos dois objetivos seria mais plausível de ser alcançado: dobrar o lucro dobrando suas receitas, o que implicaria um enorme esforço organizacional, ou reduzir seus gastos de forma consciente e de acordo com os valores da organização? 33 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO Obviamente, a melhor solução seria utilizar as duas alternativas, porém, o que se pretende ilustrar com esse exemplo é a importância da empresa manter sua gestão financeira equilibrada e alinhada com os objetivos estratégicos da orga- nização, pois, como já demonstrado, todas as decisões dos gestores das organi- zações refletem direta ou indiretamente nos resultados financeiros e econômi- cos da organização. De acordo com Santos (2017), a análise de custos, no sentido amplo, tem por finali- dade mostrar os caminhos a serem percorridos na prática da gestão profissional de um negócio. É notório que a ausência de informações e de análise de custos e resul- tados, em qualquer entidade, nos dias atuais, poderá resultar em fracasso do negócio. É primordial a administração das empresas se municiar de informações de planeja- mento e controle de custos e lucros para enfrentar os concorrentes que comerciali- zam produtos semelhantes no mercado. Ainda segundo o autor, para gerenciar com sucesso um negócio, as seguintes infor- mações são necessárias: • controle das vendas diárias e acumuladas no mês por produto e consolidado; • custo e ganho marginal por produto e acumulado; • vendas planejadas mês a mês e do ano; • ponto de equilíbrio, isto é, o nível mínimo de vendas desejado; • custo estrutural fixo mês a mês e do ano; • formação de preços de vendas; • análise de mix, visando à maximização de lucro; • lucro operacional planejado e real; • análise da eficiência de uso de mão de obra e materiais, etc. A disponibilidade de todas estas informações somente é possível caso a empresa mantenha rigoroso controle sobre todos os seus gastos. Para utilizá-las, os gestores das organizações devem conhecer amplamente os conceitos relacionados à gestão de custos, estando capacitados a aplicá-los nas empresas, com objetivo de maximi- zar os resultados. 34 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Para Padoveze (2006), os diversos tipos de gastos da empresa apresentam-se com diversas naturezas e atendem a uma variedade de objetivos no processo de transfor- mação de seus recursos em produtos e serviços finais. A necessidade de informações para uma adequada gestão dos custos, recursos, processos, produtos e serviços exige um estudo pormenorizado de todos os gastos que ocorrem na empresa, classifican- do-os segundo suas principais naturezas e objetivos. Ainda segundo o autor, não se pode fazer uma gestão de custos tratando todos os gastos de uma única forma, assim como é muito difícil uma administração com boa relação entre custo e benefício tratando cada custo de forma individualizada. Portan- to, é fundamental que a classificação dos gastos organizacionais seja realizada de forma a agrupar os custos com natureza e objetivos semelhantes em determina- das classes,facilitando a administração, apurações, análises e modelos de tomada de decisão a serem utilizados posteriormente. Considere que uma loja que comercializa roupas tenha os seguintes resultados apurados em dois anos subsequentes: TABELA 1 - RESULTADOS APURADOS ANO 1 ANO 2 VARIAÇÃO VARIAÇÃO % Receitas de Vendas 72.000,00 83.520,00 11.520,00 16,00% (-) Custos das Mercadorias Vendidas -43.200,00 ____________ -58.464,00 ____________ -15.264,00 ____________ 35,33% ____________ (=) Margem Bruta 28.800,00 25.056,00 -3.744,00 -13,00% (-) Despesas Administrativas -20.000,00 -15.000,00 5.000,00 -25,00% (-) Despesas Comerciais -6.000,00 ____________ -7.200,00 ____________ -1.200,00 ____________ 20,00% ____________ (=) Resultado Operacional 2.800,00 2.856,00 56,00 2,00% Fonte: Elaborada pelo autor. Observando o quadro apresentado, pode-se fazer várias considerações ressaltando a importância de se manter uma gestão de custos adequada às necessidades da empresa e também padronizada: 35 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO • a organização das informações de acordo com a natureza dos gastos e de acordo com a terminologia de custos apresentada contribui para a interpreta- ção dos dados em relação à gestão da empresa; • a manutenção dessa classificação em períodos seguidos possibilita a realiza- ção de uma análise da gestão da empresa de um período para o outro; • a separação entre custos e despesas permite a análise diferenciada da gestão dos custos (que envolve gestão de fornecedores, contratação de fretes, segu- ros, preços de aquisição, etc.) e da gestão das despesas (que engloba salários dos funcionários administrativos e comerciais, comissões, gastos com telefone, limpeza, manutenção predial, etc.). Em relação à análise da gestão da empresa, considerando os conceitos e terminolo- gias relacionadas à gestão de custos apresentadas nesta unidade, com base nos valo- res apresentados, pode-se destacar os seguintes aspectos: • mesmo obtendo um aumento de 16,00% em suas vendas, o resultado opera- cional da empresa aumentou apenas 2,00%; • houve aumento considerável (35,33%) nos custos da empresa de um ano para o outro; • houve redução significativa (25,00%) nas despesas administrativas; • houve aumento das despesas comerciais em 20%, que influenciaram no aumento de vendas, porém não na mesma proporção (pois as vendas aumen- taram 16,00%); • em primeira análise, pode-se concluir que os esforços da empresa em reduzir suas despesas administrativas e ampliar suas ações comerciais para aumentar as vendas tiveram impacto minimizado pelo aumento desproporcional dos custos das mercadorias vendidas; • o aumento dos custos pode ter ocorrido devido ao aumento do preço de compra dos produtos e/ou redução no preço de venda; • outra hipótese seria o aumento do preço de compra seguido da impossibili- dade de repassar esse aumento para os consumidores da empresa, uma vez que o mercado se apresentava recessivo e/ou a concorrência praticou preços menores, influenciando a precificação dos produtos da empresa. 36 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Pode-se observar nesse exemplo que há uma separação das despesas entre adminis- trativas e comerciais. Todas essas análises não seriam possíveis se não houvesse uma padronização tanto na apuração quanto na classificação dos gastos empresariais. Pelo fato de a contabi- lidade adotar essa padronização e terminologia, todos os interessados na análise e interpretação dos dados da empresa assumem que os custos estão associados aos produtos da empresa e que as despesas remetem aos esforços de administração e vendas que a empresa pratica em suas atividades. BIBLIOGRAFIA COMENTADA No decorrer desta unidade, você compreendeu a importância da contabilidade para a gestão financeira das organizações pelo fato de ser a principal fonte de informações econômicas e financeiras do gestor financeiro. ROSS, Stephen A.; WESTERFIELD, Randolph W.; JAFFE, Jeffrey; LAMB, Robert. Admi- nistração financeira. Tradução de Evelyn Tesche et al. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. O livro “Administração financeira”, dos autores Ross, Westerfield, Jaffe e Lamb apre- senta uma perspectiva diferenciada da gestão financeira abordando temas impor- tantes, como estrutura de capital, risco, financiamentos de curto e longo prazos, orça- mento e valor agregado. Vale a pena conferir! ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014. De autoria de Alexandre Assaf Neto, renomado autor da área de finanças empresa- riais, o livro “Finanças corporativas e valor” apresenta importantes aspectos das finan- ças das corporações considerando a realidade de mercado. Aborda inicialmente sobre fundamentos da administração financeira, para, em seguida, desenvolver conhecimentos sobre demonstrações contábeis, valor agrega- do, decisões de curto e longo prazos e avaliações de empresas. É uma obra impres- cindível para o gestor financeiro! 37 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO CONCLUSÃO O gestor financeiro sempre deve buscar a maximização dos resultados da empresa tendo como campo de análise para o processo de tomada de decisões os aspectos externos e internos à organização. Em relação aos aspectos externos, deve estar aten- to a fatores relacionados à concorrência, ao contexto econômico, às condições de financiamento, entre outros. De maneira análoga, deve se ater aos aspectos internos, porém considerando que estes podem e devem ser afetados por suas decisões. Nesse sentido, suas análises devem ser baseadas nas informações registradas em seu sistema contábil, de forma a refletir as consequências (resultados) das ações geren- ciais. Para tanto, há a necessidade de que estas informações sejam contabilizadas de forma adequada e padronizada, para que, por meio de análises comparativas, a evolução econômica e financeira possa ser acompanhada período a período. A análise financeira gerencial deve visar fundamentalmente à evolução econômico- -financeira da empresa, utilizando, para isso, informações de períodos passados para planejar ações futuras que visem ao crescimento da empresa. Nesse contexto, obser- vam-se várias empresas serem encerradas com pouco tempo de existência devido à falta de conhecimento de seus gestores sobre as informações financeiras da organi- zação que estão administrando. Conhecendo tais informações, o gestor pode direcionar as ações empresariais visan- do maximizar seus resultados, minimizando, na medida do possível, os riscos de seu negócio. No campo empresarial, a compreensão dos riscos associados a cada novo investimento é fator decisivo para a minimização dos insucessos organizacionais. Como o risco está presente em todo contexto que permeia as atividades empre- sariais, a utilização dos demonstrativos contábeis de forma adequada por parte do gestor financeiro contribui para a assertividade do processo de tomada de decisões sobre o direcionamento que se dará à empresa. Seja por meio da busca pelo aumen- to das receitas de vendas, seja pela redução dos gastos, o gestor encontrará nesses relatórios as informações que darão sustentação às suas decisões. Considerando essa perspectiva, o conhecimento adequado sobre o significado dos termos contábeis é fundamental para a eficácia de suas decisões. 38 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO A organização e o controle adequado das informações financeiras, principalmente aquelas relacionadas aos gastos, contribuipara a minimização de riscos e, consequen- temente, para o sucesso organizacional. Continuamente, deve-se planejar, controlar, avaliar e reavaliar as questões financeiras, tomando as medidas de ajuste, quando necessário. O sucesso financeiro é extremamente dependente de um processo de tomada de decisões eficaz. Conclua esta primeira unidade consciente de que deu um importante passo para compreender a importância do efetivo controle financeiro para o sucesso empresarial. 39 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: > Compreender o processo de apuração de custos empresariais. > Identificar custos diretos e custos indiretos no âmbito empresarial. > Aplicar conceitos relacionados à classificação de custos diretos e indiretos. > Analisar informações sobre custos organizacionais em ambientes produtivos. > Avaliar a estrutura de custos organizacionais no contexto empresarial. UNIDADE 2 40 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2 APURAÇÃO DE CUSTOS QUANTO AOS PRODUTOS A correta classificação dos gastos empresariais, de acordo com suas respectivas natu- rezas e objetivos, permite ao gestor financeiro realizar análises das informações dispo- nibilizadas nos relatórios gerenciais de forma assertiva, direcionando ações para corri- gir possíveis distorções que tenham ocorrido em relação aos objetivos planejados e propostos para a empresa. De acordo com Padoveze (2006), os diversos tipos de gastos da empresa apresen- tam-se com diversas naturezas e atendem a uma variedade de objetivos no processo de transformação de seus recursos em produtos e serviços finais. A necessidade de informações para uma adequada gestão dos custos, recursos, processos, produtos e serviços exige um estudo pormenorizado de todos os gastos que ocorrem na empre- sa, classificando-os segundo suas principais naturezas e objetivos. Tendo como base a importância de se conhecer os custos empresarias de forma organizada e classificada de acordo com os objetivos organizacionais, nesta unidade estudaremos sobre a apuração dos custos nas empresas, os critérios de classificação dos custos diretos e indiretos, utilizando, para tanto, abordagens teóricas e exemplos práticos de aplicação. INTRODUÇÃO Os custos empresariais podem ser classificados em relação aos produtos e também em relação ao volume de produção. Quanto aos produtos, são classificados em dire- tos e indiretos, e, quanto ao volume de produção, em fixos e variáveis. Os itens que compõem os custos em uma indústria são a matéria-prima, a mão de obra e os insu- mos de produção. Essa classificação dos custos contribui para a análise financeira e gerencial identificando os fatores que compõem os custos dos produtos ou serviços de forma que o gestor avalie possíveis distorções que estejam gerando gastos desne- cessários à empresa, ao mesmo tempo em que reflete as decisões empresariais dire- cionadas à otimização dos custos. 41 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO De acordo com Padoveze (2006), a necessidade de informações para uma adequada gestão dos custos, recursos, processos, produtos e serviços exige um estudo porme- norizado de todos os gastos que ocorrem na empresa, classificando-os segundo suas principais naturezas e objetivos. O esquema apresentado a seguir mostra um panorama geral da classificação dos custos. FIGURA 4 - CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS Custos Quanto aos produtos Quanto ao volume de produção Diretos: matéria-prima, mão de obra direta. Fixos: seguro, depreciação, mão de obra indireta, taxas e impostos, aluguel... Variáveis: matéria-prima, mão de obra direta, energia elétrica, materiais auxiliares, combustíveis... Indiretos: energia elétrica, seguros, depreciação, mão de obra indireta, taxas e impostos, materiais auxiliares, aluguel, combustível... Fonte: Elaborada pelo autor. Nesta unidade, abordaremos a classificação dos custos quanto aos produtos (diretos ou indiretos). E, na próxima unidade, trataremos dos custos quanto ao volume de produção (variáveis e fixos). Ao compreender o processo de classificação dos custos quanto aos produtos, o gestor conseguirá analisar os fatores relacionados aos custos dos produtos que contribuem para a formação de preços dos produtos das empre- sas, atuando de forma assertiva no planejamento da organização e corretiva quando necessário, seja negociando com fornecedores ou ajustando os processos produtivos. 42 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO 2.1 APURAÇÃO DE CUSTOS QUANTO AOS PRODUTOS A apuração dos custos em uma organização requer a adoção de critérios específicos a cada ramo de atividade, porém a busca por uma apropriação adequada dos gastos é comum quando se busca identificar o valor real que é gasto para se produzir e comercializar um determinado produto ou serviço. Esses critérios são estabelecidos pela área da contabilidade direcionada para a gestão dos custos: a Contabilidade de Custos. Segundo Marion (2018), a Contabilidade de Custos está voltada para o cálculo e a interpretação dos custos dos bens fabricados ou comercializados, ou dos serviços prestados pela empresa. Um dos principais desafios da área de custos é a identificação de um critério de rateio que seja coerente com o que determinado produto ou serviço demanda para sua produção. Veja um exemplo: Suponha que a Indústria de Skates Exemplo Ltda. produza três produtos que utilizam linhas de produção diferentes. O layout da empresa está represen- tado a seguir: 43 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO FIGURA 5 - EXEMPLO DE LAYOUT DE UMA EMPRESA DO SEGMENTO INDUSTRIAL Equipamentos da Linha de produção 3 – Produto C Equipamentos da Linha de produção 3 – Produto C Equipamentos da Linha de produção 3 – Produto C Escritório da Gerência de Produção Departamento de Manutenção Controle de Qualidade Almoxarifado Administração Comercial Fonte: Elaborada pelo autor. Considere também os seguintes aspectos relacionados à Indústria de Skates Exemplo Ltda.: - A produção do Produto A corresponde a 50% da produção total da empresa. - A produção dos Produtos B e C corresponde a 25% da produção total da empresa cada. - Os equipamentos da Linha de Produção 03, responsável pela produção do produto C, estão mais desgastados e demandam 80% dos gastos do setor de manutenção, que tem 2 funcionários; e as demais linhas, 10% cada. Sabendo que todos os gastos da empresa devem ser cobertos pelo preço de venda dos produtos A, B e C, seria adequado (ou justo) dividir os gastos da manutenção por 3? Obviamente que não! 44 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Essa apropriação linear faria com que os produtos B e C ficassem mais caros do que realmente demandam do departamento de manutenção. Reforçando essa análise, podemos considerar que, caso o produto C não fosse produzido na empresa, uma parte significativa do departamento de manutenção não seria necessária na empresa. Para Hoji (2019), a eficiente gestão dos recursos empresariais depende da interpre- tação das informações que envolvem a empresa, as quais devem ser interpretadas e utilizadas como diretrizes para as decisões de curto, médio e longo prazos. Essa é apenas uma perspectiva dentre as várias quepodem ser aplicadas quando tratamos sobre critérios de rateio, um dos maiores desafios da área de custos. Nesta unidade, abordaremos bastante esses critérios, que são fundamentais para a correta apropriação e valoração dos produtos nas organizações. 2.1.1 CUSTOS DIRETOS E CUSTOS INDIRETOS Conforme já estudamos, os gastos empresariais podem ser classificados em custos, despesas, investimentos e perda. Também vimos que o custo é reconhecido no momento da utilização dos fatores de produção, para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. No âmbito de uma empresa comercial, os custos se refe- rem aos gastos para aquisição dos produtos e figuram no relatório de resultado como custo das mercadorias vendidas. Em relação aos produtos, os custos podem ser clas- sificados como diretos ou indiretos. De acordo com Martins (2010), a classificação de direto e indireto deve ser feita em relação ao produto feito ou serviço prestado, e não à produção no sentido geral. Alguns custos têm características especiais, como parte dos materiais de consumo que pode- ria ser apurada diretamente como lubrificantes de máquinas, por exemplo, mas, dada a sua irrelevância e a dificuldade de se apurar a quantidade exata por produto, são classificados como indiretos, utilizando-se rateio para apuração do valor unitário. Essa classificação contribui para que se possam identificar as incidências de gastos que compõem os custos unitários dos produtos produzidos pelas empresas. Inicial- mente, a apuração dos custos identifica os materiais e mão de obra que incidem diretamente no custo da empresa. Em sequência, devem ser apurados os gastos que incidem indiretamente na produção e que dependem da definição da base de rateio mais adequada para apuração do custo unitário do produto. 45 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO 2.1.1.1 CUSTOS DIRETOS Os custos são classificados em relação aos produtos, sendo que custos diretos são aqueles que podem ser diretamente apropriados aos produtos, pois apresentam uma medida de consumo, como peso, horas de mão de obra, unidade de embala- gem, materiais consumidos, dentre outros, que permitem a apuração direta (sem rateios) por unidade do produto. De acordo com Padoveze (2013), custos diretos são aqueles que podem ser fisica- mente identificados para um segmento particular em consideração. Assim, se o que está em consideração é uma linha de produtos, então, os materiais e a mão de obra envolvidos na sua manufatura seriam custos diretos. Dessa forma, relacionando-os com os produtos finais, os custos diretos são os gastos industriais que podem ser alocados direta e objetivamente aos produtos. Um custo será direto, se for: a. Possível verificar ou estabelecer uma ligação direta com o produto final. b. Possível visualizá-lo no produto final. c. Clara e objetivamente específico do produto final e não se confundir com outros produtos. d. Possível medir sua participação no produto final, etc. Ainda segundo o autor, os atributos que definem um custo direto em relação ao produto final são: possibilidade de verificação, possibilidade de medição, identifica- ção clara, possibilidade de visualização da relação do insumo com o produto final, especificidade do produto etc. Os principais custos diretos são mão de obra e materiais, comumente chamados de mão de obra direta e materiais diretos. Em relação à mão de obra direta, o valor a ser apropriado no custo do produto corresponde aos salários, encargos e os demais valores pagos aos funcionários envolvidos diretamente na produção. Já para os mate- riais diretos, o valor a ser apropriado é correspondente aos materiais que compõem o produto, ou seu consumo é identificado de forma clara e assertiva. Considere que a Indústria de Skates Exemplo Ltda. produz skates para venda por atacado. Cada produto disponibilizado ao cliente tem materiais quantificáveis de itens. Vejamos um exemplo de uma lista de componentes deste produto: 46 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO FIGURA 6 - EXEMPLO DE UM PRODUTO SKATE Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019 Utilizando o critério de apuração de custos diretos, ou seja, aqueles que podem ser quantificados diretamente por meio de uma unidade de medida que permita a quantificação sem rateios, conseguimos apurar o custo direto da matéria-prima do produto. Tomemos a seguinte tabela de materiais da Indústria de Skates Exemplo Ltda.: 47 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO TABELA 2 - MATÉRIA-PRIMA UTILIZADA NA PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA DE SKATES EXEMPLO LTDA. PRODUÇÃO MENSAL: 1.440 OPERAÇÃO UNID. OPERA-ÇÃO QUANT. POR PRODUTO SUBTO- TAL QUANT. TOTAL TOTAL Roda de silicone Unid. 6,00 x 4 = 24,00 5.760 34.560 Rolamento para roda de silicone Unid. 4,00 x 4 = 16,00 5.760 23.040 Truck Par 60,00 x 1 = 60,00 1.440 86.400 Shape Unid. 30,00 x 1 = 30,00 1.440 43.200 Lixa para shape com cola Unid. 8,00 x 1 = 8,00 1.440 11.520 Parafuso para fixar truck no shape Unid. 2,00 x 8 = 16,00 11.520 23.040 Total 154,00 221.760 Fonte: Elaborada pelo autor. Os valores apresentados na tabela se referem aos custos dos materiais diretos, no qual estão inclusos os custos de reposição como frete, seguros e custo da própria matéria-prima. Analisando a tabela, observamos que todos os itens podem ser quantificados atra- vés de uma unidade de medida e sem a utilização de rateios. Dessa forma, podemos calcular o custo unitário de matéria-prima do produto, dividindo o custo total pela quantidade produzida: • Custo unitário de matéria-prima = $ 221.760 / $ 1.440 = $ 154,00 O passo seguinte é identificar o custo da mão de obra utilizada diretamente no produto. Vejamos os apontamentos realizados na produção da empresa: TABELA 3 - MÃO DE OBRA DIRETA UTILIZADA NA PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA DE SKATES EXEMPLO LTDA. PRODUÇÃO MENSAL: 1.440 CENTRO DE TRABALHO OPERAÇÃO Nº DE FUNC. CARGO SALÁRIO TOTAL DE SALÁRIOS ENCARGOS SOCIAIS (70%) VALE- -TRANSP. (4%) BENEFÍCIOS (10%) TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO A - shape A1 Cortar shape 1 Operário 1.600 1.600 1.120 64 112 2.896 A2 Cortar lixa 2 Operário 1.600 3.200 2.240 128 224 5.792 A3 Colar shape na lixa 1 Operário 1.600 1.600 1.120 64 112 2.896 A4 Furar shape/lixa 1 Operário 1.600 1.600 1.120 64 112 2.896 48 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO PRODUÇÃO MENSAL: 1.440 CENTRO DE TRABALHO OPERAÇÃO Nº DE FUNC. CARGO SALÁRIO TOTAL DE SALÁRIOS ENCARGOS SOCIAIS (70%) VALE- -TRANSP. (4%) BENEFÍCIOS (10%) TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO B - truck B1 Montar rolam. na roda 2 Operário 1.600 3.200 2.240 128 224 5.792 B2 Montar roda no truck 1 Operário 1.600 1.600 1.120 64 112 2.896 C - skate C1 Montar truck no shape 1 Operário 1.600 1.600 1.120 64 112 2.896 C2 Embalar 1 Operário 1.600 1.600 1.120 64 112 2.896 TOTAL 10 16.000 11.200 640 1.120 28.960 Fonte: Elaborada pelo autor. No caso da mão de obra, devemos apurar o número de horas trabalhadas na produ- ção mensal. É normal que os funcionários não trabalhem ininterruptamente o dia todo, e a empresa deve prover meios internos para apurar essas horas. No nosso exem- plo, vamos considerar as seguintes premissas da empresa na produção de um skate: • O setor A gaste 30 minutos; o setor B, 20 minutos; e o setor C, 10 minutos, tota- lizando 60 minutos (ou 1 hora) por produto acabado. • O mês de produção indicado na tabela teve 20 dias úteis, e os operários traba- lham 8 horas por dia útil, totalizando 160 horas mensais de trabalho (8 horas x 20dias = 160). • A empresa registrou 90% de eficiência média no tempo produtivo dos funcio- nários, ou seja, 10% do tempo dos funcionários foram dedicados a outras ativi- dades não produtivas. Dessa forma, temos 144 horas de efetiva produtividade para cada funcionário. • Como a empresa tem 10 funcionários, o tempo total efetivo utilizado na produ- ção mensal foi o de 1.440 horas de trabalho. • Podemos calcular o custo unitário da mão de obra direta dividindo o custo total da mão de obra pela quantidade produzida. • Custo unitário da mão de obra direta = $ 28.960 / $ 1.440 = $ 20,11. Somando os custos de matéria-prima e custos de mão de obra direta, conseguimos apurar o custo direto unitário do produto: • Custo Unitário Direto = MPunit + MODunit = $ 154,00 + $ 20,11 = $ 174,11 49 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO Para apuração do total dos custos diretos, podemos somar os custos totais de maté- ria-prima e de mão de obra direta: • Total dos Custos Diretos = MPTotal + MODTotal Total dos Custos Diretos = $ 221.760 + $ 28.960 = $ 250.720 2.1.2 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO Os custos indiretos são aqueles que, por suas características, não oferecem condição de mensuração objetiva, sendo sua apropriação realizada de forma estimada e arbi- trária, geralmente por meio de rateio que tem como base algum indicador relaciona- do ao custo envolvido. De acordo com Martins (2010), o rol dos custos indiretos inclui custos indiretos propria- mente ditos e alguns custos que poderiam ser tratados como diretos, mas que são tratados como indiretos em função de sua irrelevância ou da dificuldade de medição, ou até do interesse da empresa em ser mais ou menos rigorosa em suas informações. Já segundo Padoveze (2013), todos os gastos que não são considerados diretos clas- sificam-se como indiretos. São aqueles que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos ou a outro segmento ou atividade operacional, e, caso sejam atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos, esses gastos o serão por meio de critérios de distribuição (rateio, alocação, apropriação são outros termos utilizados). São também denominados custos comuns. O autor também considera que os custos indiretos caracterizam-se, basicamente, por serem de caráter genérico e não específicos de produtos finais. Sua relação com os produtos finais existe, porém de forma indireta. Exemplo de custo indireto são os gastos com as gerências ou diretorias da fábrica, pois essas pessoas trabalham gene- ricamente para todos os produtos da empresa, e não especificamente para deter- minado produto. Para alocar esses gastos a cada um dos produtos da empresa, há a necessidade de se elaborar um critério de distribuição, com alguma base numérica ou percentual, normalmente denominado rateio. 50 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Custos Indiretos de Fabricação (CIF) O Custo Indireto de Fabricação é apurado através da seguinte composição: CIF = MOI + MI + OCI, sendo que: - MOI faz referência à mão de obra indireta, que corresponde aos funcioná- rios que não trabalham diretamente na produção, mas que dá suporte ao processo produtivo. - MI se refere a materiais indiretos, que são materiais que não integram o produto, mas são utilizados em sua produção, como lixas, materiais de limpeza do próprio produto, etc. - OCI se refere a outros custos indiretos, que são os demais gastos associados à fábrica, mas que não têm relação direta com o produto, como telefone, materiais de limpeza da fábrica, material de higiene dos funcionários, etc. No intuito de contribuir com nosso aprendizado, vamos dar continuidade ao exem- plo da Indústria de Skates Exemplo Ltda., agora apurando os custos indiretos de fabricação. A tabela apresentada a seguir apresenta os funcionários da empresa que não trabalham diretamente na produção, mas são imprescindíveis para o correto funcionamento da empresa: 51 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO TABELA 4 - MÃO DE OBRA INDIRETA UTILIZADA NA PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA DE SKATES EXEMPLO LTDA. PRODUÇÃO MENSAL: 1.440 CENTRO DE TRABALHO OPERAÇÃO Nº DE FUNC. CARGO SALÁRIO TOTAL DE SALÁRIOS ENCARGOS SOCIAIS (70%) VALE- -TRANSP. (4%) BENEFÍCIOS (10%) TOTAL DA FOLHA DE PAGAMENTO Gerência de Fábrica G1 Gerência de Fábrica 1 Gerente 6.000 6.000 3.500 200 350 10.050 Supervisão B1 Supervisão da Fábrica 1 Supervisor 2.000 2.000 1.400 80 140 3.620 Controle de Qualidade CQ1 Controle de Qualidade 1 Encarregado 1.800 1.800 1.260 72 126 3.258 CQ1 Controle de Qualidade 1 Auxiliar CQ 1.200 1.200 840 48 84 2.172 Manutenção M1 Manutenção da Fábrica 1 Encarregado 1.800 1.800 1.260 72 126 3.258 M1 Manutenção da Fábrica 1 Auxiliar de manut. 1.200 1.200 840 48 84 2.172 TOTAL 6 14.000 9.100 520 910 24.530 Fonte: Elaborada pelo autor. Utiliza-se o critério de apuração de custos indiretos, ou seja, aqueles que não ofere- cem condição de mensuração objetiva, sendo sua apropriação realizada por meio de rateio. Em relação à mão de obra indireta de fabricação, temos: • Custo Unitário da Mão de Obra Indireta = $ 23.530 / $ 1.440 = 16,34. Os custos de materiais indiretos de fabricação no período são os seguintes: TABELA 5 - MATERIAIS INDIRETOS UTILIZADOS NA PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA DE SKATES EXEMPLO LTDA. MATERIAIS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO Materiais de limpeza dos produtos 188,00 Materiais diversos 100,00 Total 288,00 Fonte: Elaborada pelo autor. O cálculo do custo unitário de materiais indiretos de fabricação é apurado por meio do seguinte cálculo: • Custo Unitário de Materiais Indiretos = $ 288,00 / $ 1.440 = 0,20. 52 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017SUMÁRIO Considerando os demais custos indiretos de fabricação da empresa utilizados no mesmo período, temos: TABELA 6 - OUTROS CUSTOS INDIRETOS UTILIZADOS NA PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA DE SKATES EXEMPLO LTDA. OUTROS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO Aluguel da fábrica 5.000,00 Água 400,00 Energia elétrica 800,00 Materiais utilizados na manutenção 600,00 Material de limpeza 250,00 Material de expediente 150,00 Total 7.200,00 Fonte: Elaborada pelo autor. O cálculo do custo unitário de outros custos indiretos de fabricação é apurado através do seguinte cálculo: • Custo Unitário – Outros Custos de Fabricação = $ 7.200 / $ 1.440 = $ 5,00 Somando os custos de mão de obra indireta, os materiais indiretos e os outros custos indiretos de fabricação, apuramos o custo indireto unitário do produto: • CIF unitário = MOI + MI + OCI = $ 16,34 + $ 5,00 + $ 0,20 = $ 21,54 Outra forma de calcular o CIF unitário seria dividindo o valor total dos CIFs pela produ- ção mensal: • Valor Total dos CIFs = $ 23.530 + $ 288,00 + $ 7.200 = $ 31.018 • Valor Unitário dos CIFs = $ 31.018 / $ 1.440 = $ 21,54 53 FACULDADE CAPIXABA DA SERRA/EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ANÁLISE FINANCEIRA E GERENCIAL SUMÁRIO Para apuração do custo unitário total de cada produto, devemos somar os custos diretos e custos indiretos de fabricação: • Custo Unitário Total = Custos Diretos + Custos Indiretos de Fabricação Custo Unitário Total = $ 174,11+ $ 21,54 = $ 195,65 Outra forma de calcular o custo unitário total do produto seria dividindo o valor total dos custos (diretos + indiretos) pela produção mensal: • Total dos Custos de Produção = Custos Diretos + Custos Indiretos • Total dos Custos de Produção = $ 250.720 + $ 31.018 = $ 281.738 • Total dos Custos de Produção =
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