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APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória. Desde 1999 atua no mercado capixaba, destacando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 institu- ições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquis- taram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de qualidade, sempre mantendo a credibil- idade, segurança e modernidade, visando à satis- fação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconheci- da nacionalmente como referência em qualidade educacional. R E I TO R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) Andre de Faria Thomaz Apuração e Análise de Custos / THOMAZ, A. de F. Catalogação: Biblioteca Central Multivix 2020 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 4 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE QUADROS UNIDADE 3 Tabela 1: Modelo de ficha de controle de estoques 70 UNIDADE 5 Tabela 1: Controle do fluxo de custos 117 Tabela 2: Fluxo dos custos indiretos 117 5 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS UNIDADE 1 Figura 1: Importância da análise de custos 13 Figura 2: Desenvolvimento das contas 16 Figura 3: Controle dos gastos 20 Figura 4: Apuração de investimentos 22 Figura 5: Controle de despesas 23 Figura 6: Redução versus perdas 25 Figura 7: Aumento de receitas 26 Figura 8: Equilíbrio entre custos e receitas 28 Figura 9: Informações de custos 30 Figura 10: Informações de custos 32 Figura 11 – Informações de custos 34 UNIDADE 2 Figura 1: Foco do custeio ABC 38 Figura 2: Fluxo econômico 39 Figura 3: Controle empresarial 41 Figura 4: Análise de custos para tomadas de decisão 43 Figura 5: Redução de custos primários 44 Figura 6: Variação financeira dos custos 46 Figura 7: Negociação dos custeios 47 Figura 8: Competitividade entre centro dos custos 48 Figura 9: Análise de custos 50 Figura 10: Os custos e a sua aplicabilidade nas rotinas empresariais 51 Figura 11: Resultados financeiros dentro dos custeios 55 Figura 12: Planejamento das estratégias de custos 59 Figura 13: Métodos de custeio 61 6 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 UNIDADE 3 Figura 1: Formas de custeio 66 Figura 2: Controle dos estoques 67 Elaboração e controle de produtos 68 Figura 3: Apuração dos custos 70 Figura 4: Formação de preço 72 Figura 5: Análise dos custos por ordem de classificação 73 Custos sobre mão de obra 74 Figura 6: Planejamento sobre os custos 75 Figura 7: Custos indiretos 76 Resultado da departamentalização de custos 78 Figura 8: Controle dos processos 79 Figura 9: Redução de custos por departamentalização 80 Figura 10: Departamentalização dos custos 82 Estratégia de melhoria de custos 83 Cálculo de custos 84 Figura 11: Informações de custos 85 Cálculo de produção 86 Progressão dos custos 87 Rentabilidade sobre os custos 89 UNIDADE 4 Figura 1: Importância da análise de custos 92 Figura 2: Desenvolvimento das contas 94 Gráfico 1: Receitas, despesas, custos e lucro 95 Figura 3: Controle de receitas 96 Figura 4: Controle das despesas 99 Figura 5: Controle de despesas 100 Ponto de equilíbrio entre os custos 101 Figura 6: Formação de preço 103 Controle do ponto de equilíbrio 104 Figura 7: Equilíbrio entre custos e receitas 106 Planejamento dos lucros 106 7 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Figura 8: Negociação de custos 107 Figura 9: Informações de custos 108 Controle dos custos 109 Foco nos investimentos 110 Figura 10: Retorno sobre os investimentos 111 Figura 11: Resultados versus lucro 111 Figura 12: Registro das mutações 113 UNIDADE 5 Figura 1: Tomada de decisão empresarial 116 Figura 2: Controle dos custeios 118 Figura 3: Estrutura do rateio 119 Figura 4: Margem de contribuição 121 Figura 5: Custo fixo 122 Figura 6: Custo indireto 124 Figura 7: Departamentalização dos custos 130 Figura 8: Estruturas de custo 131 Figura 9: Informações de custos 132 UNIDADE 6 Figura 1: Custeio-meta 137 Figura 2: Ciclo de custos 139 Figura 3: Controle dos custeios 140 Figura 4: Estrutura econômica 142 Figura 5: Fluxo da riqueza 143 Figura 6: Preço versus mercado 144 Figura 7: Aumento de capital 149 Figura 8: Retorno sobre o ativo 150 Figura 9: Comparação da taxa com outros rendimentos 152 Figura 10: Negociação 153 Figura 11: Custo máximo 154 8 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1UNIDADE SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 11 1 LINGUAGEM E PRINCÍPIOS DE CUSTOS 13 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 13 1.1 CONTEXTO HISTÓRICO 14 1.2 CUSTOS VERSUS DESPESAS 18 1.3 PERDAS VERSUS INVESTIMENTOS 21 1.4 REALIZAÇÃO DE RECEITA 26 1.5 CONFRONTAÇÃO ENTRE RECEITAS E DESPESAS 29 1.6 APROPRIAÇÃO DE CUSTOS POR ABSORÇÃO 33 2 CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS 38 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 38 2.1 PRODUÇÃO DE PERÍODO VERSUS PRODUÇÃO ACABADA 39 2.2 CUSTOS PRIMÁRIOS DE TRANSFORMAÇÃO 44 2.3 PRODUTOS VENDIDOS 49 2.4 SUBCLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS 57 2.5 MÉTODOS DE CUSTEIO 61 2.6 CUSTEIO ABC 63 3 CUSTEIO POR ABSORÇÃO 66 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 66 3.1 MATERIAIS DIRETOS 67 3.2 MÃO DE OBRA 72 3.3 CUSTEIO INDIRETO 75 3.4 DEPARTAMENTALIZAÇÃO 79 3.5 DEPARTAMENTOS PRODUTIVOS 84 3.6 DIRECIONADORES DE CUSTOS 88 4 RELAÇÃO CUSTO × VOLUME × LUCRO 92 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 92 4.1 PONTO DE EQUILÍBRIO 93 4.2 SITUAÇÕES DO PONTO DE EQUILÍBRIO 97 4.3 ALAVANCAGEM 99 2UNIDADE 3UNIDADE 4UNIDADE 9 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 4.4 FORMAÇÃO DE PREÇO – COMÉRCIO E SERVIÇOS 102 4.5 MARK-UP 108 4.6 CUSTEIO-META 111 5 CUSTEIO VARIÁVEL 116 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 116 5.1 CUSTEIO VARIÁVEL 117 5.2 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO 120 5.3 LIMITAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO 123 5.4 CÁLCULO DE CUSTOS 127 5.5 ANÁLISE DE CUSTOS RELEVANTES 131 5.6 CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÃO 134 6 CUSTEIO-ALVO – TARGET COSTING 137 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 137 6.1 CUSTO-ALVO 137 6.2 PREÇO E MERCADO 141 6.3 MARGEM DE LUCRO VERSUS ROA 148 6.4 MARGEM DE LUCRO VERSUS ROE 152 6.5 CUSTOS VERSUS LUCROS 154 6.6 CUSTOS SECUNDÁRIOS 155 5UNIDADE 6UNIDADE 10 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 11 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017,Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Bem-vindo à disciplina de Apuração e Análise de Custos. Atualmente, no ambiente organizacional, todos os profissionais envolvidos direta ou indire- tamente com custos sabem como é importante considerá-los em todas as etapas de um processo. A correta alocação dos custos pode trazer inúmeros benefícios para uma organização e contribuir para o alcance de resultados, por vezes, surpreendentes. Sabemos que em um mercado competitivo é primordial aperfeiçoar proces- sos internos e manter custos, gastos e despesas devidamente controlados, pois o número de concorrentes é cada vez maior e os clientes exigem cada vez mais qualidade a preços justos. Dessa forma, as empresas precisam bus- car soluções que atendam tanto aos objetivos delas como aos de seus clien- tes. No decorrer da disciplina, você terá acesso e contato direto com conceitos, exemplos e a aplicabilidade dos custos dentro das rotinas empresariais. Bons estudos! UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 12 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS > identificar e conhecer os elementos dos custos; > compreender as diferenças entre receitas e despesas; > analisar a forma de apropriação. 13 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS 1 LINGUAGEM E PRINCÍPIOS DE CUSTOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE No decorrer desta unidade, iremos abordar a importância da análise de cus- tos. Não tratamos necessariamente de uma nova forma de controle de cus- tos e despesas, mas de uma ramificação do controle das receitas e despesas, tendo como ponto de partida as necessidades empresariais causadas pelas mudanças nos modos de produção. Você irá perceber que essas transformações decorreram do uso de máqui- nas nos processos produtivos, permitindo a redução do trabalho manual, a produção em larga escala e a padronização de produtos. A civilização deixa de lado então os processos de manufatura e, junto com ela o Mercantilismo, passando a vivenciar a Revolução Industrial. FIGURA 1: IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE DE CUSTOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). 14 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Percebemos que foi essa revolução que causou impactos na contabilidade, gerando questionamentos que vieram, primariamente, voltados à definição do valor do estoque de mercadorias. Nosso maior objetivo é mostrar a importância da gestão de custos e desper- tar sua percepção para a amplitude desse tema. Este material traz conceitos fundamentais e apresenta a aplicação realizada nas empresas mediante a utilização de princípios, métodos e sistemas, contemplando aspectos como a relevância da gestão de custos nas organizações, a evolução histórica dos sis- temas e os métodos de custeio: assuntos que irão contribuir para a sua forma- ção pessoal e profissional, tornando-o um agente profissional mais dedicado e comprometido com as rotinas empresariais. 1.1 CONTEXTO HISTÓRICO Podemos dizer que em um mercado competitivo é relevante buscar melho- rias nos processos internos e manter custos, gastos e despesas devidamente controlados. Ao introduzir novos produtos no mercado, o número de concor- rentes é cada vez maior, as mudanças tecnológicas são rápidas e os clientes exigem cada vez mais qualidade, causando impacto na elevação de custos e na redução das margens de lucro, com destaque para a importância de se pagar um preço justo. É necessário, portanto, que as empresas busquem so- luções que atendam aos seus objetivos, bem como aos de seus consumidores e suas atitudes, no que tange o controle e a forma de redução de custeios e busca por maiores resultados dentro da lucratividade empresarial. Para que possamos nos situar no contexto histórico do surgimento da análise de custos, é preciso pensar no Mercantilismo. 15 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS O Mercantilismo compreendeu um período em que os modos de produção tinham predominantemente o uso da mão de obra, o que acabava por caracterizar as atividades econômicas de compra e venda de produtos primários e mercadorias manufaturadas. Também foi um momento em que a contabilidade geral e a contabilidade financeira, cumprindo seu papel de avaliar, mensurar e controlar as variações patrimoniais, registravam o valor dos estoques com base em formulações simples. Fonte: Plataforma Deduca (2020). Os sistemas de contabilidade nos transportam a tempos remotos da civilização, em que a contagem de patrimônio para o estabelecimento de riquezas era fundamental na consolidação de poder, seja por meio das armas ou do poderio financeiro. Fonte: Plataforma Deduca (2020). Perceba como o processo era simplificado e tinha um objetivo puramente fi- nanceiro, com a finalidade de apurar o valor dos estoques e definir o resultado de um período para a apuração de tributos. 16 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 2: DESENVOLVIMENTO DAS CONTAS Fonte: Plataforma Deduca (2020). Nas primeiras décadas do século XXI, a sociedade vivenciou a intervenção tec- nológica dos meios de produção. O benefício da internet (em que os objetos, ainda que comuns, estão interconectados com a internet, como lâmpadas e equipamentos eletrodomésticos) chegou às indústrias, fazendo com que muitos estudiosos já considerem essa interação entre os modos de produção e a tecnologia como a Quarta Revolução Industrial ou, ainda, a chamada In- dústria 4.0. 17 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS No fluxo industrial houve transformações no processo produtivo. A produção passou a ser mais especializada, voltada principalmente a matérias-primas, e coube à indústria o papel de transformá-las em bens e serviços que, vendidos aos grandes comerciantes, chegavam ao consumidor final. Essa transformação, com a consequente especialização industrial, ocorrida principalmente no século XX, trouxe grande necessidade de controle e gestão de custos por parte das grandes indústrias. Fonte: Plataforma Deduca (2020). Entretanto, nenhum fato marcou mais o desenvolvimento dos sistemas e das técnicas de custeio do que a Segunda Grande Guerra, pois com a escassez geral de matéria-prima, as empresas e os governos precisavam das melhores técnicas para a produção de bens e serviços de uso militar, ao mesmo tempo em que não podiam deixar desabastecida a população civil. Fonte: Plataforma Deduca (2020). Antes de chegar à Indústria 4.0, houve uma Primeira Revolução Industrial (sé- culo XVIII) com a introdução de máquinas no processo produtivo. Na época em que ocorreu, mal se imaginava uma segunda, terceira e quarta revoluções. Mas o que isso implicou para o período exatamente? Imagine um bem de consumo que pode ser facilmente encontrado em larga escala no mercado, como uma mesa. Até a Primeira Revolução Industrial, esse era um bem, assim como muitos outros, produzido de forma limitada, quase artesanal, com uso predominante de mão de obra. 18 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A análise de custos, como visto, surgiu da necessidade de definir o valor do esto- que das empresas industriais. Mas como a contabilidade de custos surgiu? Alves (2018) cita que apesar de originar-se das necessidades das empresas industriais, uma novidade na época, a contabilida- de de custos não é algo totalmente novo, pois não havia ainda essa preocupação com o controle de estoques e seus refle-xos dentro das rotinas organizacionais. 1.2 CUSTOS VERSUS DESPESAS Um dos grandes dilemas da análise de custos reside justamente em classificar os gastos de modo adequado, pois o reconhecimento equivocado gera a pro- dução de informações não fidedignas. Alves (2018, p. 26) define custo e despesa: [é um] gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços e a despesa é o bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Podemos então destacar que a gerência de recursos é algo que acontece há muitos anos, ou seja, a redução de valores para obtenção de melhores lucros, o que se destaca é que o controle é algo que, na atual conjuntura econômica em que vivemos, vem se intensificando, principalmente quando se diz respei- to a redução de dispêndios ou eventos desnecessários, em outras palavras, re- dução de gastos. Essa ação pode, em muitos casos, reverter situações que po- dem causar prejuízos. Porém, com a intensificação das disputas comerciais, o controle de gastos se tornou peça chave para obter sucesso com maior fa- cilidade, muita das vezes até algo agressivo para aumentar os lucros mensais. Bornia (2010) cita que a diferença entre custos e despesas é muito simples: CUSTO É o gasto relacionado à produção de bens ou serviços. Está associado a forma de origem financeira pela qual a organização empresarial realiza suas ativi- Conteúdo complementar Vamos conversar um pouco mais sobre custos. Assista ao vídeo Qual a diferença entre custos e despesas?. 19 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS dades comerciais, para aquisição de produtos, mão de obra direta ou indire- ta para aumentar recursos em suas demonstrações financeiras, porém com finalidade e objetivo maiores: o crescimento da atividade da empresa. Por exemplo, se for necessário gastamos com os salários do pessoal de vendas, obviamente eles estão vendendo e proporcionando faturamento para a em- presa, nesse caso todo empenho financeiro tem um objetivo e um meio que contribui para o crescimento monetário da organização DESPESA É o gasto consumido para a obtenção de receitas. Enquanto o custo de pro- dução é o valor monetário incorrido na fabricação dos produtos, as despesas constituem o uso ou o consumo de bens e serviços no processo de geração de receitas e da administração da empresa. A ideia por trás desse conceito é que, para que uma empresa consiga efetuar a venda de seus produtos, diver- sos bens e serviços da empresa devem ser consumidos no processo. Quando uma empresa faz uma venda, precisa para isso do produto, de vende- dores, de propaganda, além de aspectos administrativos, tais como cobrança, contabilidade e recursos humanos para que consiga sustentar sua continui- dade e seus clientes. É muito comum, antes de definir se um gasto é custo ou despesa, escutar a resposta: depende. Por exemplo, o gasto com o aluguel pode ser um custo ou uma despesa, pois necessita da finalidade do espaço alugado: se utilizado para fabricar produtos, é um custo; se o espaço é usado pela loja onde são vendidos os produtos, trata-se de uma despesa. 20 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 3: CONTROLE DOS GASTOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). A matéria-prima, por exemplo, ao ser adquirida, é um investimento. Ao ser utilizada na produção, é um custo. Já ao ser transformada em um produto e retornar para o estoque, torna-se investimento, e ao ser vendida como pro- duto passa a ser uma despesa. Consegue perceber o quão tênue é a diferen- ça entre custos e despesas? Essa é uma classificação de gastos fundamental para definir o custo de um produto. Dando continuidade aos estudos, vere- mos o conceito de perdas; afinal, nem to- dos os gastos de uma empresa podem ser classificados como custos ou despesas. A definição de comporta, ou seja, a redu- ção de gastos, custos, despesas, perdas e investimentos fazem parte da rotina em- presarial. Por exemplo, a depreciação de equipamentos é considerada um gasto, mas não gera nenhum tipo de desem- bolso financeiro. O mesmo pode aconte- cer com as despesas que serão pagas no Para saber Para aprofundar seus conhecimentos a respeito de custos e despesas, leia o artigo: Custo ou despesa?. 21 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS futuro, pois no momento dos registros são contabilizadas de acordo com a ocorrência, e não conforme o pagamento. A análise de custos pode ser útil tanto a entidades industriais como a enti- dades prestadoras de serviço. A finalidade dela é auxiliar a definição do valor dos estoques. De forma secundária, ao longo do tempo foi percebida uma utilidade ainda maior para a informação de custos: o auxílio ao planejamento e às tomadas de decisão. O termo investimento se refere a todo gasto que irá ser destinado ao controle de atividades seja de curto ou longo prazo para gerar efeitos benéficos dentro do centro de custos empresariais com objetivo de aumentar os lucros. O investimento é um gasto provisório com determina- da função de controle dentro dos centros de custeio, pois todo investimento em função de aumentar e viabilizar valores financeiros dentro das empresas, importante citar que todo investimento destinado para agregar valores mo- netários deverá estar registrado fonte de recursos e verbas. 1.3 PERDAS VERSUS INVESTIMENTOS Faz parte da realidade de qualquer empresa incorrer em gastos que não ge- ram nenhum tipo de benefício econômico. Por exemplo, ao sofrer com uma enchente, uma empresa tem gastos que acontecem de forma involuntária, pois é óbvio que se dependesse unicamente de sua vontade não sofreria os prejuízos causados por um evento como esse. As perdas representam, então, um gasto consumido de forma anormal ou, ainda, involuntária. Vamos conversar um pouco mais sobre despesas. Leia o artigo: Custos, gastos e despesas: entenda a diferença. 22 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 4: APURAÇÃO DE INVESTIMENTOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). Nesse sentido, Bornia (2010, p. 26) cita que as perdas são itens que vão diretamente à conta de resultado, assim como as despesas, mas não representam custos com matéria-prima, sacrifícios normais, por exemplo, ou derivados de forma voluntária das atividades destinadas à obtenção da receita. Conheça mais sobre as perdas: Vamos conversar um pouco mais sobre perdas. Assista ao vídeo: Contabilidade de Custos – custo, despesa, investimento e perda. 23 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS PERDAS NORMAIS Bornia ainda elenca a existência de perdas que podem ser consideradas nor- mais e que decorrem da atividade natural da entidade. Por exemplo, os des- perdícios de papel de uma gráfica fazem parte da atividade normal da empre- sa e são, de certa forma, necessários para obtenção do produto ou prestação do serviço. Sendo assim, essas perdas, consideradas normais, devem fazer parte do custo da produção do bem ou serviço. É preciso estar atento ao falar de perdas, pois elas, decorrentes da atividade habitual da empresa, são consi- deradas parte do custo de produção. PERDAS ANORMAIS Por outro lado, as perdas anormais, decorrentes de eventos involuntários, como fenômenos da natureza, por exemplo, são consideradas perdas reco- nhecidas diretamente no resultado da empresa, sem transitar como custos, despesas ou investimentos. FIGURA 5: CONTROLE DE DESPESAS Fonte: Plataforma Deduca (2020). 24 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Para que possamos reconhecerum gasto como investimento, é preciso reco- nhecer algumas características: • a possibilidade de ativar as contas do grupo investimento; • ter vida útil definida; • ter expectativa de gerar benefícios econômicos. Pode-se dizer que o investimento é o primeiro estágio de muitos gastos, como a compra de matéria-prima, a aquisição de máquinas e equipamentos para uso próprio. Importante ressaltar, nesse momento, que temos gastos em todos os processos. Enquanto empresa, tudo gira em gastos. Exemplos não faltam. Se quiser adquirir combustível para o carro do vendedor, gasto. Se precisar comprar material de embalagem para seus produtos, gasto. Se consumir energia elétrica, também um dispendido financeiro para um bem em comum. Vamos conversar um pouco mais sobre investimentos? Assista ao vídeo: Despesa versus custo versus investimento. 25 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS FIGURA 6: REDUÇÃO VERSUS PERDAS Fonte: Plataforma Deduca (2020). O conceito de perdas é todo bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária. Diferencia-se do custo, da despesa e do investimento justamente por estas duas características: a anormalidade e a involuntariedade. Mas como pode haver algo anormal e involuntário dentro de uma empresa? Podemos explicar melhor com exemplos. Uma enchente ou outro evento natural pode ocasionar perdas imensas para uma empresa. Esse tipo de situação não é algo normal ou voluntário dentro do processo produtivo de uma companhia. Se a enchente destruir os estoques, a empresa deve baixar o produto do estoque, mas em vez de enviá-lo para o processo produtivo (produtos em processo), é destinado direto para a perda, pois será sumariamente descartado. 26 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 De igual modo, em uma empresa comercial, que ao realizar vendas incorre em custo das mercadorias vendidas, em uma empresa industrial, ao realizar vendas e reconhecer as receitas, deve ser feito o cálculo do custo do produto vendido. Essa definição é fundamental para a apurar o custo dos produtos vendidos do resultado e, conforme Bornia (2010), representa a soma dos cus- tos dos produtos produzidos que estavam guardados no estoque, mas que agora foram vendidos. 1.4 REALIZAÇÃO DE RECEITA Os fatores mencionados anteriormente são aqueles envolvidos com o au- mento do lucro por meio do crescimento da receita e da diminuição do custo (redução do custo operacional, eficiência do uso do capital e minimização de impostos). FIGURA 7: AUMENTO DE RECEITAS Fonte: Plataforma Deduca (2020). 27 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS A competitividade na qual as organi- zações estão inseridas atualmente faz existir um significativo crescimento de divulgação sobre a importância de uma adequada gestão de custos, obje- tivando a manutenção de sua susten- tação competitiva no mercado. A gestão de custos deve estar voltada para a transformação de dados em in- formações úteis para as tomadas de decisões gerenciais. Após conhecer seus custos, a empresa, de posse das informações geradas pela contabilida- de de custos, pode tomar decisões no sentido de gerenciá-las, utilizando sis- temas e métodos de custeio que melhor se adaptem à organização. Conteúdo complementar Vamos conversar um pouco mais sobre custos. Leia o artigo.. De maneira geral, os custos diretos são aqueles diretamente ligados à produção, e os custos indiretos são aqueles que não são diretamente ligados a ela. Sendo assim, pode-se dizer que os custos diretos são facilmente identificáveis aos produtos, enquanto os custos indiretos necessitam de certo grau de subjetividade para serem alocados aos produtos. Por exemplo, a manutenção das máquinas de uma fábrica é um custo que tem relação com o uso das máquinas. 28 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 8: EQUILÍBRIO ENTRE CUSTOS E RECEITAS Fonte: Plataforma Deduca (2020). Um sistema de produção por ordem, também chamado de produção por encomenda, é caracterizado pela fabricação descontínua de produtos não padronizados. Entretanto, o que isso significa? Basicamente que, em uma produção por ordem, a empresa não fabrica produtos padronizados, e a fabricação ocorre de maneira não contínua. Podemos tomar como exemplo uma construtora. Ao construir um prédio, essa edificação é levantada por encomenda ou por ordem, e o edifício não é igual a todos os outros que a empresa constrói. Ele apresenta todos os itens de custos diferentes e plenamente identificáveis, sem que, com isso, precise desenvolver um sistema altamente complexo. Por exemplo, os empregados de uma obra dificilmente são alocados em vá- rias construções de maneira simultânea, ficando na mesma obra até que sua atividade seja encerrada. Do mesmo modo, por mais que a construtora compre materiais que podem 29 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS servir a mais de uma obra, estes são fisicamente levados a cada uma das obras, facilitando muito o processo de custeamento. Além desses custos diretos, os indiretos também são facilmente alocáveis, vis- to que os equipamentos são levados para a obra e cada uma tem seu custo com limpeza, vigilância, depreciação, manutenção etc. Por sua vez, a produção por processo, também chamada de produção contí- nua, é caracterizada pela fabricação em série de produtos padronizados, ou seja, os produtos são iguais ao longo do tempo, e o mesmo processo produti- vo atende a diferentes produtos. Nesse caso, podemos tomar como exemplo uma empresa têxtil que fabrica diversos tipos de camisas, camisetas e calças. Muitas vezes, a mesma máquina corta o tecido para todos os tipos de camisa e, às vezes, para todas as camise- tas e calças. A empresa raramente produzirá apenas um produto, fechando a produção de todos os outros. Todos acabam sendo fabricados no mesmo local. Nesse caso, a empresa pode ter matérias-primas iguais em produtos diferen- tes, bem como mão de obra que trabalhe com mais de um produto, muitas vezes de maneira simultânea. O empregado faz o corte e descarta todos os produtos, e não um único produto em especial. 1.5 CONFRONTAÇÃO ENTRE RECEITAS E DESPESAS Em termos de custos e receitas, o custo de oportunidade pode ser conceitua- do como o retorno mínimo esperado pelos proprietários para que a empresa se mantenha viável para seus investimentos, pois nenhum empresário estará disposto a investir para todo mês obter um resultado igual a zero. Com o objetivo de maximizar os lucros, as empresas tentam estabelecer o preço que trará aumento ao seu lucro atual. A demanda e os custos a dife- rentes níveis de preços são estimados, e o preço que produz lucro máximo é escolhido. Na maximização de lucros há um ponto no qual uma adição à receita total é equilibrada exatamente por um aumento no custo total. Essa técnica é cha- mada de análise marginal. De maneira geral, ela informa que o preço deve ser aumentado até o ponto em que possa provocar um decréscimo despro- porcional na quantidade de unidades vendidas até o encontro de um ponto 30 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 de equilíbrio. A maximização de lucros deve ser feita com cuidado, visto que o que deve ser maximizado é o lucro em longo prazo, e não uma meta de lucro em curto prazo. Um programa concreto de redução de custos e aumento de receitas pela fi- xação correta de preços – tendo uma visão estratégica sem o corte de custos que venha a prejudicar o nível de serviço do produto – pode trazer uma maxi- mizaçãoconsistente de lucros. FIGURA 9: INFORMAÇÕES DE CUSTOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). Estabelecer um preço de forma a maximizar o faturamento é o objetivo neste caso – semelhante ao anterior. No entanto, apenas a curva de demanda é estimada, visto que muitos administradores acreditam que a maximização do faturamento levará à maximização do lucro em longo prazo e ao crescimento de participação no mercado. Portanto, quando falamos de formação de preço estamos inserindo o conceito de materiais diretos, ou seja, o aumento de valores monetários através de esforços lucrativos empresariais. 31 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS Sobre o crescimento de vendas, o objetivo é maximizar as vendas unitárias, o que levará a uma diminuição dos custos unitários (pela diluição dos custos fixos) e a lucros maiores no longo prazo. É estabelecido um preço mais baixo, assumindo que o mercado é sensível a ele. Uma vez que o produto tenha obtido algum reconhecimento do mercado como resultado de compras de teste feitas pelo consumidor, estimuladas pelo preço mais baixo, os profissionais de marketing podem aumentar o pre- ço ao nível dos produtos concorrentes. Essa estratégia se baseia na premissa de que um preço mais baixo do que o praticado no mercado atrairá compradores e moverá a marca de um produto desconhecido para o status de um produto ou de uma marca mais conhecida. O objetivo do preço que busca a maximização da redução do mercado im- plica na fixação de um preço alto para desnatar o mercado. As empresas que adotam esse objetivo normalmente lançam produtos novos, caros para o seg- mento de um mercado não sensível ao preço e, gradativamente, lançam pro- dutos mais simples e mais baratos para conquistar o segmento de mercado sensível ao preço. A desnatação pode maximizar o lucro no estágio de introdução do mercado para uma inovação, principalmente se há poucos substitutos ou se alguns consumidores não são sensíveis aos preços. Essa desnatação do mercado deve ser adequadamente aplicada para que a empresa possa saber a hora correta de alterar os preços, já que uma inovação é sempre acompanhada pela concorrência, fazendo com que esse diferencial deva ser constantemente revisto. 32 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 10: INFORMAÇÕES DE CUSTOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). Na formação do preço de venda com base no custo, há o pressuposto de que os consumidores estão dispostos a pagar os preços ofertados pelas empresas, os quais, por sua vez, são calculados sobre os custos reais ou orçados. Entretanto, a formação de preço também pode ser feita baseada no mercado, e não nos custos internos. Nesse caso, o papel da gestão de custos é deter- minar se o custo de produção deixa o produto com um preço competitivo, o qual é definido pelo mercado consumidor. Como a gestão de custos é fortemente baseada em informações financeiras, uma das melhores fontes é a contabilidade financeira, que já é responsável pela acumulação dos dados financeiros de uma empresa. Como a análise financeira é voltada principalmente para usuários externos, regras e princípios são utilizados para que a informação seja coletada, acumu- lada, comunicada e interpretada com qualidade. 33 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS 1.6 APROPRIAÇÃO DE CUSTOS POR ABSORÇÃO “A determinação do custo estimado varia de empresa para empresa, visto que cada uma tem um método de custeamento”. (SCARPIN, 2000). Esses méto- dos são os mesmos da contabilidade de custos tradicional. O método de cus- teamento empregado afeta diretamente a margem de lucro desejada. Ainda segundo o autor: Quanto maior for o número de componentes de custos englobados no cálculo do custo máximo permitido, menor deverá ser a margem de lucro desejada para o produto. Entretanto, se for usado o custeio direto ou variável, a margem de contribuição desejada deverá ser bem maior, visto que, neste método, só são computados ao produto os custos e as despesas variáveis, sendo que a margem de lucro deve cobrir todos os custos e despesas fixas da empresa. O custeio por absorção é o sistema mais comum usado no custeio-alvo, pois ainda é o método de custeio mais utilizado pelas companhias na determina- ção do custo estimado. Algumas empresas aplicam também o custeio direto, sendo que neste caso apenas os custos e as despesas variáveis fazem parte do custo estimado. Mais recentemente, o Custeio Baseado em Atividades (Activity Based Costing – ABC) também passou a ser usado como método para atingir de um custo es- timado mais eficiente, já que por meio dele é possível obter os custos de cada atividade relevante da empresa, tornando mais fácil a sua decomposição para uma futura redução de custos. Como esse método não contempla os custos fixos por produto – normalmen- te representados pelos custos indiretos de fabricação –, a margem de lucro desejada deve ser necessariamente maior do que a margem de lucro dese- jada e apurada nos outros métodos de custeio, já que envolve também os custos fixos na determinação do lucro unitário do produto. 34 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 11 – INFORMAÇÕES DE CUSTOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). O custeio por absorção consiste na apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados. Todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos (ALVES, 2018). Por mais que o custeio por absorção seja o método mais utilizado para custeamento e, também, para o uso do custeio-alvo, ele apresenta uma limitação: tratar apenas dos custos produtivos da empresa. Fonte: Plataforma Deduca (2020). 35 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS Entretanto, ao trabalhar com preços e lu- cros, há de se levar em conta as despesas, e não apenas os custos produtivos, fazen- do as despesas ser absorvidas dentro da margem de lucro. Fonte: Plataforma Deduca (2020). Sendo assim o rateio tem a característica de ser utilizada mediante um crité- rio, que trata do caminho para distribuição que pode ser longo para efetuar a alocação do gasto, porém deve-se controlar os departamentos na produção onde o produto vai passar para então alocarmos quem utiliza aquele espaço, para alocação de outras mercadorias. Além do procedimento de cálculo, há algumas diferenças terminológicas entre o custeio variável e o custeio por absorção. A principal delas é o conceito de lucro do produto. Enquanto no custeio variável o lucro é chamado de margem de contribuição e calculado pela fórmula receita menos custo variável, no custeio por absorção o lucro é chamado de lucro bruto, calculado pela fórmula da receita menos custo variável menos custo fixo de produção. 36 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Você viu que a análise de custos surgiu da necessidade de empresas indus- triais que surgiram com a Revolução Industrial no século XVIII. Sua finalidade à época era a de mensurar os gastos de produção para avaliar estoques. Des- de então, para que isso seja possível, é preciso identificar quais são os gastos relacionados à produção. A esses gastos damos o nome de custos, e dividimos os gastos de uma empresa em mais três classificações: despesas, perdas e investimentos. Vimos os conceitos de custos e como fazer o cálculo do custo de produção do período, do custo de produção acabada e do custo dos produtos vendi- dos. Você aprendeu, ainda, a subclassificar um custo, de modo que possamos compreenderadequadamente o seu caminho até um produto. OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 37 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA UNIDADE 2 > identificar as principais terminologias dos custos; > classificar os métodos dos custos; > analisar a subclassificação dos custos. 38 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA 2 CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE Um dos princípios que rodeiam a análise de custos é que os custos dos perí- odos devem ser apropriados aos produtos. Conforme apontado no Pronun- ciamento Contábil CPC 16, todos as formas de rateio de produção do período devem ser apropriadas aos itens fabricados para fins de definição de estoque. Sendo assim, o custeio de um item é formado pela soma dos proventos dire- tos e indiretos, mesmo que este último não possa ser diretamente identifica- do aos produtos. FIGURA 1: FOCO DO CUSTEIO ABC Fonte: Plataforma Deduca (2020). É importante destacar que, apesar de caro e impreciso como qualquer outro método de custeio por absorção, o custeio ABC também surge como uma opção para a gestão da empresa. Ele pode tanto atender à legislação brasilei- ra como produzir informações para as tomadas de decisão. 39 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.1 PRODUÇÃO DE PERÍODO VERSUS PRODUÇÃO ACABADA As atividades desenvolvidas de forma integrada na organização possibilitam elevar o nível de competitividade e, ao mesmo tempo, agregar valor ao pro- duto. Entretanto, os aspectos internos (recepção e armazenagem de insumos produtivos) e externos (armazenagem e distribuição do produto acabado) que se relacionam com as atividades logísticas para a formação desses valo- res exigem eficiência na gestão para que, de fato, a cadeia de valor seja forma- da e, posteriormente, consolidada. FIGURA 2: FLUXO ECONÔMICO Fonte: Plataforma Deduca (2020). Para isso, é preciso uma boa gestão no fluxo de materiais e informações des- de os fornecedores (antes), a compra de material, as operações e a distribui- ção (durante) e os clientes (depois). A formação dessa cadeia de produção – desde o fornecedor até o consumidor – precisa ter características que sejam valorizadas pelo mercado, como o custo, o tempo e o fluxo de materiais, além de informações que sejam relevantes ao comprador. 40 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA Como observa Padoveze (2010), a postura das empresas deve cativar os clien- tes, portanto, seus desejos e necessidades devem ser plenamente satisfeitos. Essa satisfação está relacionada à sintonia entre as expectativas do cliente e os serviços oferecidos pela empresa. Se isso acontece, podemos dizer que a empresa ofertante está gerando valor para o cliente. A capacidade de uma empresa pode ser melhorada por meio do aperfeiçoa- mento, da inovação e do investimento para buscar uma contínua vantagem competitiva. Vamos aprofundar um pouco mais nossos estudos assistindo a um vídeo sobre Custo da Produção Acabada (CPA), disponível em: https://www.youtube. com/watch?v=Vp0rmD0gXfk. Acesso em: 11 mar. 2020. Nesta reflexão sobre os elementos que a análise de custos pode oferecer como agregação de valor ao cliente, deve ser considerado que o atendimento dessa demanda mercadológica específica está ligada diretamente à capacidade operacional (como veículos para distribuição, embalagens, espaço físico para armazenagem, entre outros) que a empresa tem condições de realizar. Isso quer dizer que, para que a empresa melhore o fator tempo, por exemplo, é possível que ela tenha que investir em novas frotas de veículos ou instalações devido às limitações em sua capacidade existente. 41 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 3: CONTROLE EMPRESARIAL Fonte: Plataforma Deduca (2020). 42 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA Os fatores mencionados anteriormente são aqueles envolvidos com o aumento do lucro por meio do crescimento da receita e da diminuição do custo (redução do custo operacional, eficiência do uso do capital e minimização de impostos). A empresa não deve apenas se preocupar com a maximização da receita oriunda do atendimento aos anseios do cliente, mas também buscar minimizar o custo de forma a tornar o negócio mais lucrativo e atrativo ao captar investimentos. É fundamental ter o controle das informações operacionais, que resultarão em informações financeiras utilizadas pelos investidores. Esses dados servem como base para a tomada de decisão, seja para a criação ou a manutenção de um negócio (MARTINS; ROCHA, 2015). 43 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 4: ANÁLISE DE CUSTOS PARA TOMADAS DE DECISÃO Fonte: Plataforma Deduca (2020). O ciclo de um pedido começa a partir da confirmação do cliente na aquisição do produto ou serviço. Por isso, há a preocupação da empresa em definir pre- viamente o processo de atendimento, que inclui o tempo de fornecimento, produção e entrega. Esse tempo precisa estar previsto para informar o clien- te no momento da negociação. Além disso, esse ciclo envolve diversas eta- pas e processos, como os procedimentos adotados pelo comercial, compras, produção e, principalmente, detalhes que demandam conhecimentos mais aprofundados. Vamos aprofundar um pouco mais nossos estudos com a leitura do artigo Custeio baseado em atividades (ABC) aplicado aos processos de compra e venda de distribuidora de mercadorias, disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcf/v16n38/v16n38a07. pdf. Acesso em: 11. mar. 2020. 44 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA 2.2 CUSTOS PRIMÁRIOS DE TRANSFORMAÇÃO Estas duas classificações têm como utilidade definir o que é essencial no cus- to de um produto e qual é o custo necessário para transformar a matéria- -prima e a mão de obra em um produto acabado: • custos primários: essencialmente, o custo de um produto é formado pelo custo dos materiais e por mão de obra que esteja diretamente ligada à criação de um produto específico. Na literatura é muito comum encontrar a definição de custos primários como a soma de materiais diretos e mão de obra direta; • custos de transformação: os custos de transformação são aqueles necessários para transformar os custos primários em produtos acabados. Podemos citar como exemplo os custos de transformação, a depreciação de máquinas e equipamentos e a energia elétrica usada no pátio da fábrica. FIGURA 5: REDUÇÃO DE CUSTOS PRIMÁRIOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). 45 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Já vimos qual é a definição de custos primários e de transformação. Mas você sabia que é possível destrinchar ainda mais a classificação de um gasto como custo e dar a ele subclassificações? De acordo com Martins e Rocha (2015), podemos categorizar um custo em basicamente duas classes que, por sua vez, se dividem em mais dois tipos de custos cada, formando quatro subclassificações: • custo fixo: é um custo que não se modifica durante determinado tempo ou volume de produção. Por exemplo, o valor pago pelo aluguel continua igual durante a vigência do contrato, sofrendo apenas variações periódicas, também acordadas em contrato; mesmo assim, continua sendo um custo fixo; • custo variável: nesse caso, o custo muda de acordo com a produção. Quanto maior a produção, maior será ogasto. Agora, conheça a classificação de acordo com a ligação do custo a produtos específicos ou não: • custo direto: pode ser diretamente associado a um produto específico. Os exemplos mais comuns são a matéria-prima e a mão de obra; • custo indireto: não se relaciona a um produto específico. Por exemplo, o custo da energia ou do aluguel de um espaço em que são produzidos diversos produtos não será definido individualmente para cada produto sendo portanto um custo indireto, já que qualquer tentativa de dividir esse custo entre os produtos será apenas uma estimativa. Vamos aprofundar um pouco mais nossos estudos assistindo a um vídeo sobre custos primários e de transformação, disponível em: https://www. youtube.com/watch?v=dDvLy4hs5WU. Acesso em: 11 mar. 2020. 46 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA FIGURA 6: VARIAÇÃO FINANCEIRA DOS CUSTOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). Podemos afirmar que os custos devem estar associados ao controle dos gas- tos e de seus reflexos financeiros. Mas para que serve essa subclassificação? A especificação de custos auxilia na definição do custo de um produto, de forma que é possível identificar melhor qual custo pertence a qual produto. Dentro do centro de custos, é possível alcançar a redução dos custos com essas subclassificações. Com a industrialização de processos, um único gasto, como a depreciação de equipamentos por exemplo, pode estar relacionado à fabricação de diversos produtos ao mesmo tempo, independente da forma de custeio a que este se aplica. Vamos aprofundar nossos estudos com a leitura de um artigo sobre a classificação dos custos, disponível em: https://anaiscbc.emnuvens.com.br/ anais/article/viewFile/2696/2696. Acesso em: 11 mar. 2020. 47 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 7: NEGOCIAÇÃO DOS CUSTEIOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). À medida que o fluxo logístico é melhorado e os pontos conflitantes são dimi- nuídos ou excluídos no atendimento dos pedidos confirmados pelo cliente, pode-se ser mais competitivo e gerar mais satisfação ao consumidor. Tam- bém é fundamental ter em mente que não cumprir o combinado com o cliente gera uma imagem negativa para a organização. A passagem desse material em cada etapa da produção, com movimentação de acordo com o planejado e a necessidade, é o que reflete a importância de analisar os fluxos logísticos, pois o processo todo está atrelado ao tempo, ao custo e à qualidade de cada etapa, com impacto no processo total e no nível de satisfação do cliente. 48 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA O gerenciamento de pedidos, produção e estoques é uma ação estratégica da empresa. Na concepção de que os fatores tempo e materiais são escassos, é possível gerar diferenciais competitivos se esses pontos tiverem excelência. Por isso, é importante planejar e acompanhar o ciclo dos pedidos, com a in- tenção de eliminar possíveis atrasos e gastos desnecessários. FIGURA 8: COMPETITIVIDADE ENTRE CENTRO DOS CUSTOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). As percepções conflitantes poderão ocorrer em função de fatores de comunicação, de tecnologia utilizada no processo ou por falta de conhecimento/ atenção. De qualquer modo, durante o ciclo de vida do pedido, deve-se dar máxima atenção ao acompanhamento e ao feedback rotineiro que ocorre entre os atores participantes de todo o processo. 49 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Avaliação dos custos: Antes de a empresa avaliar a própria capacidade operacional, ela deve verificar se há demanda de mercado e, após isso, analisar as flutuações envolvidas, como a sazonalidade e a sensibilidade da demanda a fatores como desempenho da economia e preço dos produtos substitutos. Aplicabilidade: O desenvolvimento de uma estratégia para monitorar o ambiente é muito importante. Todavia, mesmo sabendo que as flutuações na demanda existirão, é essencial ter informações baseadas em modelagens que auxiliem em tomadas de decisão mais assertivas. Exemplo: A flutuação é até natural e tradicional no ambiente mercadológico; por exemplo, há aumentos sazonais na demanda, como em semanas próximas ao Natal e ao Dia das Mães. De qualquer maneira, busca-se um alinhamento entre os objetivos operacio- nais, financeiros e mercadológicos, isto é, as decisões precisam estar funda- mentadas como um todo na organização, e não apenas em um aspecto. 2.3 PRODUTOS VENDIDOS Com as informações do volume de vendas e despesas, além das informações de custos, podemos realizar a apuração do resultado. Para tanto, vamos consi- derar que não havia estoques anteriores. Veja a apuração do resultado opera- cional bruto para cada um dos produtos, e lembre-se: como estamos falando de uma entidade industrial, o custo de produção aparece sob a nomenclatura de Custo dos Produtos Vendidos (CPV). 50 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA FIGURA 9: ANÁLISE DE CUSTOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). Como por unidade, em nosso caso temos os materiais diretos e a mão de obra de custos variáveis direta. Os demais custos são fixos e não variam conforme o volume de produção. Assista ao vídeo Custo do Produto Vendido, disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=PAdRQbkkzT4. Acesso em: 11 mar. 2020. Por fim, precisaríamos das despesas variáveis para uma unidade de cada produto. Entretanto, nesse caso, todas as despesas apresentadas são fixas. Alguns exemplos de despesas variáveis podem ser as comissões sobre as vendas e os fretes para entrega. Podemos então apresentar o cálculo de margem de contribuição para cada produto. 51 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O resultado operacional líquido é apresentado por meio da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e do desempenho da gestão na busca pela maximização dos resultados de uma entidade. O custeio baseado em atividades pode tanto ser usado para fins de apuração de estoques (e ter validade para fins contábeis e fiscais) como para fins ge- renciais, o que o torna inválido, pois as despesas podem ser incorporadas aos custos dos produtos. FIGURA 10: OS CUSTOS E A SUA APLICABILIDADE NAS ROTINAS EMPRESARIAIS Fonte: Plataforma Deduca (2020). O resultado operacional líquido demonstrado não possui validade para fins contábeis ou fiscais, devendo ser utilizado apenas para fins gerenciais. Uma entidade pode, por meio de sua análise de custos, elaborar demonstrativos contábeis (relatórios contábeis financeiros) obrigatórios, atendendo à legislação, e elaborar relatórios alternativos voltados aos usuários internos. 52 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA Os sistemas de custeio, como custeio por absorção e custeio por departa- mentos, via de regra consideram os custos de uma estrutura organizacional. Por exemplo, em departamentalização, consideraríamos o custo do departa- mento de corte, da administração, entre outros. No ABC há o entendimento de que as funções de cada setor/departamento não se iniciam ou se encer- ram dentro deles mesmos. Martins e Rocha (2015) chamam essa interação de tarefas intradepartamentais. Apuração: A apuração do resultado da Têxtil União Franco-Brasileira, por exemplo – empresa do ramo da indústria têxtil – é feita com base no custeio de atividades. Lembre-se de que consideramos uma etapa anterior de identificação de atividades produtivas e não produtivas e os direcionadores desses gastos. Fonte: Plataforma Deduca (2020). 53 CONTABILIDADESOCIETÁRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Resultado: O resultado é apresentado por meio da redução de custos. O essencial é conseguir perceber que o resultado da entidade pode ser representado pelos métodos de concentração operacional líquida de cada produto. Não conseguimos isso em outros métodos, pois o resultado operacional líquido implica na subtração de despesas por produto. Fonte: Plataforma Deduca (2020). 54 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA Informações: A informação apurada por esse método pode não ser válida para fins contábeis e fiscais. Entretanto, pode ser muito útil para fins gerenciais, possibilitando que os gestores conheçam as formas de custeio além da contribuição de cada produto (obtida no custeio variável). Fonte: Plataforma Deduca (2020). Passamos a compreender, portanto, que o resultado pode ser calculado sob duas vertentes: a primeira para o cumprimento das obrigações legais quanto à apresentação de relatórios contábeis financeiros a usuários externos, e a segun- da com a produção de informações contábeis gerenciais para usuários internos. 55 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 11: RESULTADOS FINANCEIROS DENTRO DOS CUSTEIOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). A mudança de cultura e visão sobre os processos organizacionais relaciona- dos à logística melhora o nível de competitividade das empresas, e a gestão de custos em logística tem sido o foco das organizações, tanto na determina- ção de estratégias e vantagens competitivas como no desenvolvimento de produtos e serviços que tenham custos racionalizados para que resultem em um preço atrativo para o mercado. Custos em departamentos: Primeiramente, é preciso entender cada uma dessas nomenclaturas. A despesa é um termo utilizado para designar todo o dispêndio com a manutenção de uma estrutura mínima necessária para que a empresa opere. A análise de custos permite ao analista visualizar os aspectos relativos à evolução de uma conta, de um grupo de contas ou, ainda, de um grupo patrimonial de forma isolada em relação a determinado ano, considerado como base. 56 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA Fonte: Plataforma Deduca (2020). Despesas: A despesa não está diretamente relacionada à produção. Já os custos são os dispêndios com tudo o que é necessário para produzir os produtos ofertados pela empresa. Entre os custos, podem ser citados os salários e a matéria-prima, por exemplo. Considerando a necessidade de informações, seja interna ou externa à companhia, as demonstrações financeiras podem suprir essas despesas, fornecendo em poucos relatórios um retrato de como está a situação da empresa e o comportamento dela, usualmente analisado nos últimos três ou cinco anos. Outro fator que fornece razões para a elaboração das demonstrações financeiras é sua obrigatoriedade legal no ordenamento jurídico brasileiro. Todo aquele que desenvolver suas atividades sob a forma de pessoa jurídica – ou seja, empresa formal – deverá obrigatoriamente ter escrituração mercantil regular, isto é, escrituração contábil. 57 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Fonte: Plataforma Deduca (2020). Observe que o aluguel pode ser considerado despesa, mas não é um custo, por não representar um fator produtivo. Do controle de despesas deriva outro termo, chamado custo de venda, definido como o valor necessário apenas para cobrir os custos com a mercadoria produzida. Por fim estão os gastos, que representam todo o dispêndio financeiro da empresa, compostos por despesas, custos e investimentos. No entanto, nem todo gasto é uma despe- sa, investimento ou custo, como as perdas. 2.4 SUBCLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS Para gerenciar este cenário, é necessário construir uma visão conceitual sobre os gastos da empresa nos processos produtivos, classificando-os. Isso possibi- lita que as organizações analisem a aplicação dos recursos e os resultados ob- tidos (MARTINS; ROCHA, 2015). Os gastos são classificados em fixos ou variá- veis, diretos ou indiretos, dependendo da sua característica comportamental no momento da execução da ação. De acordo com Padoveze (2010), são eles: 58 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA • gastos fixos: são aqueles cujo valor permanece o mesmo, independentemente do quanto a empresa produziu ou vendeu em bens ou serviços, como o aluguel. Os gastos fixos não são orientados pela quantidade vendida em determinada unidade de tempo; • gastos variáveis: são gastos que variam conforme a quantidade produzida ou vendida, como a matéria-prima; • gastos semivariáveis: são gastos que podem ser alterados em função das vendas ou da produção, e nem sempre na mesma proporção. Podem ter uma parte fixa e outra variável. Por exemplo, a mão de obra pode ter custo fixo mensal, porém pode variar se houver horas extras; • gastos diretos: são aqueles diretamente relacionados à produção de determinada mercadoria, como a embalagem. Podem ser citadas como gasto direto as máquinas utilizadas; • gastos indiretos: são aqueles indiretamente relacionados à produção realizada. Para saber qual é o gasto indireto em termos de unidade produzida, é necessário dividi-lo de acordo com a quantidade e qualidade produzidas. Uma das estratégias utilizadas pelas empresas é reduzir os gastos fixos, porque eles não refletem o desempenho das vendas da empresa. Dessa forma, corre-se o risco de ser prejudicial em momentos de queda de demandas por não variar conforme a receita, o que pode gerar desequilíbrio entre os dois. Introduzir mudanças no processo de produção, por exemplo, é uma das ações voltadas à redução dessa conta fixa. São iniciativas que incluem a incorporação de novas tecnologias. 59 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Como o centro de custos apresenta contas com naturezas muito diversas, é preciso ter cuidado com a análise da evolução, pois muitas vezes o aumento muito elevado ou uma grande redução não representam algo que cause im- pacto nos números gerais da empresa. Em algumas situações, o mesmo comportamento pode ser constatado com elevadas reduções de determinados ativos, mas que não representam itens re- levantes para análise, devendo ser examinados também os valores absolutos. FIGURA 12: PLANEJAMENTO DAS ESTRATÉGIAS DE CUSTOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). É importante observar que estamos nos referindo a melhorias contínuas, e não a mudanças radicais. Estas já se mostraram ineficientes na gestão de empresas, devendo ser utilizadas apenas em momentos de emergência ou na falta de opções em função de tempo ou de resultados insuficientes. Há fatores que devem ser observados quando comparamos vendas com ativos. Seguem possíveis dúvidas que apresentam a possibilidade de afetar o referido índice, mas que podem não representar fatores negativos de forma isolada: 60 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA a. O índice de relação vendas versus ativos piorou, mas as vendas caíram? Se observar- mos a empresa Exemplo S/A, podemos verificar que ela apresentou um aumento consistente nas vendas líquidas. Se as vendas cresceram, por que o índice piorou? Nesse caso, podemos atestar que, embora as vendas tenham aumen- tado, o ativo cresceu em proporção maior, o que provocou a redução do referido índice. b. Há algum fator sazonal que possa afetar as vendas desse ramo de atividade? Um exemploseriam os grandes eventos esportivos (Copa do Mundo, Olimpíadas etc.) que, dependendo do ramo de atividade desenvolvido pela empresa, podem provocar aumento ou redução nas vendas de ma- neira temporária. c. Ocorreram fatores climáticos que podem afetar a produção e/ou as vendas da empre- sa no período analisado? Empresas que dependem do clima, como agropecuárias e companhias do ramo da alimentação, podem sofrer os efeitos de uma grande seca ou, ainda, de inundações e geadas. É importante classificar e gerenciar os gastos, a fim de demonstrar quão indispensável é fazer um estudo prévio antes da aplicação dos recursos da empresa para a produção de bens e serviços. A perspectiva da melhoria de desempenho está atrelada a esses investimentos necessários. Como resultado, pode-se esperar que haja aumento de produtividade e/ou diminuição dos recursos para o mesmo processo produtivo. Para o fortalecimento da análise como segmento estratégico para a competi- tividade das empresas, é necessário realizar as atividades com qualidade e, ao mesmo tempo, com menos recursos, o que resulta em maior produtividade. Essa busca tem sido essencial para o sucesso das organizações. 61 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.5 MÉTODOS DE CUSTEIO É preciso salientar que a contabilidade de custos surgiu para atender às de- mandas das empresas industriais que precisavam definir o valor dos esto- ques a partir dos gastos de produção. Sendo assim, inicialmente a contabili- dade de custos tem como objetivo fundamental apurar os custos para definir o valor dos estoques. Para atender a esse objetivo, a contabilidade financeira foi fundamental, pois seus princípios nortearam como os custos devem ser apropriados aos produtos. Desse resultado operacional são deduzidos o Imposto de Renda (IR), a contri- buição social e, no caso das sociedades por ações, as participações de tercei- ros, dos não acionistas e os lucros. O saldo final apurado como resultado líqui- do do período pode ser denominado lucro líquido do período – se as receitas forem maiores do que as despesas – ou prejuízo líquido do exercício – se as despesas forem maiores do que as receitas. As receitas e despesas são apropriadas pelo regime de competência, existin- do um dos principais indicadores de eficiência empresarial, pois demonstra claramente como a gestão da empresa administrou os recursos mediante a obtenção de receitas de vendas e a contratação de despesas e custos. FIGURA 13: MÉTODOS DE CUSTEIO Fonte: Plataforma Deduca (2020). 62 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA Com o passar do tempo, a informação de custos tomou forma e teve sua importância reconhecida por gestores de empresas. Padoveze (2010) afirma que as informações sobre custos de produtos em um mercado altamente competitivo tornaram-se essenciais para o desenvolvimento de uma gestão eficiente. Logo, o uso das informações de custos para fins de tomadas de decisão acabou por requisitar a adaptação dos tradicionais, pois, para fins gerenciais, a informação contábil não precisa métodos de custeio ao limitar-se ao atendimento de normas, princípios e pronunciamentos. O lucro líquido é conhecido pela clareza e facilidade de entendimento, o que permite aos usuários, especialmente leigos em contabilidade e finanças, uma visão a respeito do desempenho empresarial como um todo. 63 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.6 CUSTEIO ABC O procedimento padrão deste método é fazer cada produção de bem ou ser- viço absorver uma parcela dos custos diretos e indiretos relacionados à fa- bricação (MARTINS; ROCHA, 2015). Já o custeio variável é um método mais flexível. O custo de produção para qualquer produto são apenas os custos variáveis, sendo adicionadas as despesas variáveis posteriormente para fins de tomadas de decisão. Este critério é coerente com as análises gerenciais, tais como a relação cus- to versus volume versus lucro, ao determinar os diversos pontos de equilíbrio e tornar o processo de decisão sobre a composição do mix de produção mais ágil e rápido. Entretanto, os dois métodos começaram a ser fortemente criti- cados nos anos 1980 e 1990 justamente por sua simplicidade e, com isso, sua deficiência informacional. Na mesma época, o custeio baseado em atividades surgiu. Também chamado de ABC, é definido por autores como Martins e Rocha (2015), entre outros, como um método para rastrear os custos de um negócio, processo gerencial ou departamento para as atividades realizadas e verificar como estão relacionados à geração de receitas e ao consumo dos recursos, pois primeiro são acumulados os custos indiretos para cada atividade da or- ganização, e depois são alocados os custos das atividades aos produtos, servi- ços ou outros objetos de custos que possam relatar aquela atividade. O custeio ABC é um aperfeiçoamento do custeio por absorção. É uma ferra- menta que permite melhor visualização dos custos por meio da análise das atividades executadas dentro da empresa e suas relações com os produtos. Para utilizar o ABC, é preciso definir as atividades relevantes dentro dos de- partamentos e os direcionadores de recursos, que irão alocar os diversos cus- tos incorridos às atividades (MARTINS; ROCHA, 2010, p. 112). 64 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONTABILIDADE SOCIETÁRIA CONCLUSÃO A gestão de custos nas organizações é estudada sob vários aspectos e em diversas áreas do conhecimento, com enfoque em gestão, controle, formação de preços, informações de rentabilidade e lucratividade, entre outros pontos. O custos são acumulados no custeio ABC de forma diferente do custeio por absorção tradicional. O ABC trabalha visando os recursos e traz as atividades como efetivos geradores de custo, sendo o custo do produto final sua conse- quência, enquanto os métodos tradicionais afirmam que os produtos são os efetivos geradores de custos, sem levar em consideração o processo produti- vo da empresa. OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 65 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS > organizar e comparar os custos diretos e indiretos; > classificar os custos empresariais; > analisar os custos para o controle de rotinas. UNIDADE 3 66 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS 3 CUSTEIO POR ABSORÇÃO INTRODUÇÃO DA UNIDADE Nesta unidade, veremos como definir o custo de um produto aplicando o princípio do custeio por absorção. Porém, para compreender essa definição, precisamos entender que existem métodos de custeio que respeitam esse prin- cípio. Isso porque, em uma indústria, por exemplo, os custos indiretos podem ser predominantes, o que exige métodos de alocação de custos aos produtos. FIGURA 1: FORMAS DE CUSTEIO Fonte: Plataforma Deduca (2020). Um dos princípios dos custos é que os custos dos períodos devem ser apro- priados aos produtos, pois conforme mencionado no Pronunciamento Con- tábil CPC 16, todos os custos de produção do período devem ser apropriados aos produtos para fins de definição de estoque. Sendo assim, o custo de um produto é formado pela soma dos custos diretos e indiretos, mesmo que este não possa ser diretamente identificado aos produtos. 67 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Essa definição de custeio por absorção nos leva ao seguinte questionamento: se os custos indiretos não podem ser identificados aos produtos diretamente, como dividir esses custos entre os produtos? 3.1 MATERIAIS DIRETOSAo olhar atentamente para os fundamentos da gestão, devemos lembrar que uma empresa é um sistema fechado, caracterizado por entradas, processa- mentos e saídas. Se pensarmos em uma indústria específica, entram ainda os materiais (a matéria-prima), o processamento por meio da mão de obra e os custos indiretos para, no final, gerar a saída dos produtos industrializados. FIGURA 2: CONTROLE DOS ESTOQUES Fonte: Plataforma Deduca (2020). Perceba que nessa equação precisamos de elementos que são considerados chave: um deles é a matéria-prima. Normalmente, as indústrias não se ocu- pam com a produção de matéria-prima própria. Uma indústria de doces, por exemplo, não produz o próprio açúcar. Ela compra de outras que focam nesse tipo de produção. É aqui que reside o problema para a contabilidade. 68 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS Ao falarmos sobre o custeio de produtos acabados, é importante compreender que isso não se refere a critérios de avaliação de estoques e a data de vencimento dos produtos. É importante destacar essa informação, pois dessa forma você conseguirá compreender o controle de estoques por meio do uso dos métodos apresentados a seguir: 1. primeiro que entra, primeiro que sai (PEPS) ou first in first out (FIFO); 2. custo médio ponderado móvel; 3. custo médio ponderado fixo; 4. último que entra, primeiro que sai (UEPS) ou last in first out (LIFO): proibido para fins fiscais. A apuração de estoques segue o que é determinado pela IAS 2, produzida pelo International Accounting Standards Board (IASB), que no Brasil está relacionado ao CPC 16 (R1) – Estoques (2009). ELABORAÇÃO E CONTROLE DE PRODUTOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). 69 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Agora, para que você possa entender como o método PEPS funciona na prá- tica, veja um exemplo que contém informações de entradas e saídas de esto- que do mês de março do ano de 20x9. Para tanto, considere o saldo inicial de 20 kg de uma matéria-prima qualquer, registrada no valor de R$ 75,00 o quilo. Acompanhe abaixo: DIA 1º Compra de 1.200 kg de uma matéria-prima qualquer com o valor unitário de R$ 110,00: desta forma são calculados os impostos pertinentes à operação, em que 18% devem ser direcionados para o ICMS e 10% para produtos industriali- zados para a emissão de dados da matéria-prima. (1200 * 110,00) - (18% * 1200 * 110) = 108.240 DIA 13 O setor de produção solicita 670 kg de matéria-prima por meio da requisição nr. 001/x9. DIA 26 Compra de 2.650 kg da matéria-prima em que, após a análise, o controle dos custos fica mais viável, até mesmo o aumento do valor de compra. Nessa compra o valor de cada quilo teve como preço de aquisição R$ 85,00. Nesse valor estão embutidos 18% de ICMS. Adicionalmente, há 10% de Imposto so- bre Produtos Industrializados (IPI), ambos recuperáveis. A compra foi feita a prazo, com adicional financeiro de 5% sobre o valor total da nota fiscal. DIA 30 O setor de produção solicita 2.200 kg de matéria-prima por meio da requisi- ção nr. 002/x9. Para melhor visualização, vamos analisar a ficha de estoques: 70 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS TABELA 1: MODELO DE FICHA DE CONTROLE DE ESTOQUES ENTRADAS SAÍDAS SALDO DE ESTOQUE Data HISTÓRICO QNT. UNIT. TOTAL QNT. UNIT. TOTAL QNT. UNIT. TOTAL 01 Saldo inicial de estoques 20 75,00 1.500,00 01 Compra de 1.200 kg 1.200 90,20 108.240 1220 89,95 109.740 13 Requisição de materiais 670 90,20 60.267 550 89,95 49.473 26 Compra de 2.650 kg 2.650 69,70 184.705 3.200 85,16 272.513 30 Requisição de materiais 2.200 85,16 187.353 1.000 85,16 85.160 Fonte: Padoveze (2010, p. 45). FIGURA 3: APURAÇÃO DOS CUSTOS Fonte: Plataforma Deduca (2020). 71 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 <INÍCIO DO O.A CÍRCULO O formato simplificado da tabela acima permite determinar o custo com materiais empregados na produção de um período. Entretanto, quando feito considerando intervalos de tempo distintos (semanal e mensal, por exemplo), pode distorcer a estimativa dos custos do período. Para garantir a uniformidade e a comparabilidade entre as informações, portanto, faz-se necessária a utilização de critérios uniformes ao longo dos períodos. Qualquer mudança de estimativa deve ser informada por meio de notas explicativas. Agora você já é capaz de entender como calcular o custo de um material di- reto e como realizar o controle de estoque por meio dos métodos de custo médio e PEPS. A definição de valor e a forma de avaliação dos estoques são os dois princi- pais problemas que rodeiam o tema. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, por meio do CPC 16 de 2009, preconiza que o custo de aquisição pode ser subs- tituído pelo custo variável, desde que este seja menor do que o custo de valor recu- perável líquido da aquisição. Para a deter- minação desse valor, deve ser realizado o teste de impairment. Padoveze (2010, p. 121) define que, para realizar o teste, duas etapas devem ser seguidas: a. Primeiramente deve ser verificado se os estoques possuem preço de venda no mercado como estão, tendo comparado esse preço líquido de despesas de venda com o seu valor contábil. No caso de passarem por esse teste, ou seja, quando o valor líquido de venda for superior ao valor contábil do estoque, nada é feito contabilmente. a. Se o preço líquido da venda for inferior ao valor contábil desses estoques ou se não existir esse preço no mercado no estado em que se encon- tram, passa-se para o segundo teste de impairment: o preço líquido de venda do produto deve ser verificado quando acabado e, desse montan- te, devem ser retirados todos os custos estimados necessários ao término do produto. Se o saldo for superior ao valor contábil do estoque de mate- rial ou do produto em elaboração, o teste foi aprovado e nada é feito. Conteúdo complementar Vamos conversar um pouco mais sobre materiais diretos. Assista ao vídeo para aprofundar seus conhecimentos: https:// www.youtube.com/ watch?v=jyPcP8dtWM8. 72 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS 3.2 MÃO DE OBRA A composição do custo de um produto inclui custos diretos e indiretos. Den- tro do primeiro grupo podemos ter materiais diretos e mão de obra direta. E qual é a problemática que envolve os custos com a mão de obra direta? FIGURA 4: FORMAÇÃO DE PREÇO Fonte: Plataforma Deduca (2020). Pensando na materialidade dos gastos, um custo com mão de obra no Bra- sil é formado não apenas por salários pagos aos colaboradores da produção, mas por um conjunto de gastos que envolvem contribuição previdenciária, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), entre outros. Neste tópico, veremos como mensurar esses gastos no custo com mão de obra direta. A mão de obra é o gasto relacionado ao pagamento de colaboradores que atuam diretamente na fabricação de produtos ou na prestação de serviços. Entretanto, é preciso diferenciar o gasto com a folha de pagamento do custo com a mão de obra. O gasto com a folha de pagamento normalmente é um gasto fixo mensal, sen- do classificado pelos contadores como custo fixo. Porém, tudo relacionado à mão de obra deve estar em outro centro de custos para não criar vínculos com a folha de pagamento. Isso acontece porque, na legislação brasileira, o colabo- rador recebe pelo tempo em que esteve à disposição da entidade, e não neces- sariamente pelo tempo em que efetivamente trabalhou (PADOVEZE, 2010). É importante ressaltar que o custeio de mão de obra é considerado variável. 73 APURAÇÃO E ANÁLISE DE CUSTOS MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767,
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