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Auxiliares da Justiça - DPC II - Prof Luiz Fernando

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Centro Universitário Estácio de Sá 
Direito Processual Civil II 
Professor Luiz Fernando 
Turma – 3001 
Maria Suzana Lopes de Aquino 
 
Atividade para composição da nota da AV1 
 
Sujeitos Processuais – Auxiliares da Justiça 
 
Auxiliares da Justiça são todos aqueles que participam do processo, de 
maneira permanente ou eventual, no sentido de implementar a prestação 
jurisdicional, ou seja, contribuem para a efetivação dos procedimentos judiciais, 
praticando atos que viabilizem o julgamento do processo. Os auxiliares da 
Justiça são tratados no Código de Processo Civil nos artigos 149 a 187. 
Estabelecidos pelo artigo 149 do Código de Processo Civil, dentre outros, 
são auxiliares da Justiça, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o 
perito, o depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o 
conciliador judicial, o partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de 
avarias. Esse mesmo artigo traz a possibilidade de criação de outros auxiliares 
da Justiça, conforme as normas de organização judiciária, ficando a cargo de 
cada Tribunal a criação de novos auxiliares de acordo com sua realidade fática. 
Os artigos 150 a 155 do CPC tratam do escrivão, do chefe de secretaria 
e do oficial de justiça. Apesar de serem tratados como tipos diferentes de 
auxiliares da Justiça, o escrivão e o chefe de secretaria têm as mesmas funções 
estabelecidas no art. 152 do CPC. Este fato ocorre devido às nomenclaturas 
utilizadas nas esferas estadual e federal. Assim, desempenham as mesmas 
funções, mas são chamados de formas diferentes dependendo da esfera de 
atuação. Atuando na esfera estadual é chamado de escrivão, atuando na esfera 
federal é chamado de chefe de secretaria. Ambos exercem cargo de chefia, ou 
seja, cargo de confiança, são designados para tais cargos e possuem a chefia 
do ofício de justiça, local onde ficam os servidores responsáveis por auxiliarem 
o juiz no julgamento de um processo. 
Oficial de justiça é um cargo no sistema judiciário, ou seja, diferentemente 
do escrivão e do chefe de secretaria que não há concurso público e são 
designados para tais cargos. O art. 151 do CPC estabelece como regra que em 
cada comarca, seção ou subseção judiciária deverá haver no mínimo a mesma 
quantidade oficiais de justiça que de ofícios de justiça. Já as funções do oficial 
de justiça estão descritas no art. 154 do CPC. É o oficial de justiça o responsável 
pelo cumprimento dos mandados judiciais. 
Ademais, perito é o profissional que atua no processo judicial, quando 
este, necessita de conhecimentos específicos sobre determinado fato que o 
compõe. Assim, sempre que o juiz necessite de auxílio para o melhor 
entendimento sobre determinado assunto poderá solicitar a assistência de um 
perito. Conforme descrito no art. 156 do CPC “o juiz será assistido perito quando 
a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico”. 
Nem sempre haverá um perito inscrito no cadastro disponibilizado pelo 
tribunal, há localidades onde não existem peritos disponíveis para atuação, 
nestes casos o juiz poderá, livremente, escolher um profissional que não esteja 
cadastrado, mas que detenha conhecimento técnico necessário para atuar na 
perícia. Além do perito, nestes casos, poderá atuar o assistente técnico, que é a 
pessoa de confiança de uma das partes, com conhecimentos técnicos e que 
acompanhará o perito judicial durante a realização da prova. O laudo pericial é 
utilizado como prova no processo judicial, portanto, o art. 158 do CPC determina 
que o perito não pode mentir ou prestar informações inverídicas em seu laudo, 
respondendo pelo dano causado, caso adote esta conduta. 
Assim como o escrivão e o chefe de secretaria, o Código de Processo 
Civil estabelece, em seus artigos 159, 160 e 161, as mesmas atribuições para o 
depositário e o administrador, sendo eles os responsáveis, dentro do processo 
judicial, pela guarda e conservação de bens penhorados, arrestados, 
sequestrados ou arrecadados, instituídos legalmente para tais funções. A 
remuneração, de ambos, será fixada pelo juiz, que levará em conta a situação 
dos bens, ao tempo do serviço e às dificuldades de sua execução. Quanto à 
responsabilização por seus atos, o CPC determina que o depositário ou 
administrador responderá pelos prejuízos que, por dolo ou culpa, causar à parte, 
perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas tem o direito a haver o que 
legitimamente despendeu no exercício do encargo e que o depositário infiel 
responde civilmente pelos prejuízos causados, sem prejuízo de sua 
responsabilidade penal e da imposição de sanção por ato atentatório à dignidade 
da justiça. 
O Código de Processo Civil coloca o intérprete o tradutor no mesmo nível, 
em seus artigos 162, 163 e 164. Quando houver a necessidade de tradução de 
documento que esteja em língua estrangeira, atuará o tradutor, na tradução do 
documento para o nosso idioma. Todo documento que conste no processo em 
língua estrangeira deverá ser traduzido, ainda que o juiz conheça a língua na 
qual esteja escrito. O tradutor também atuará no processo judicial quando as 
partes ou testemunhas prestarem suas declarações em outra língua que não o 
português, devido serem de outra nacionalidade. O intérprete é solicitado no 
processo quando uma das partes ou uma das testemunhas for pessoa com 
deficiência auditiva que se comunique por meio da Língua Brasileira de Sinais, 
ou equivalente, traduzindo, simultaneamente, os depoimentos. 
Estabelecidos pelos artigos 165 a 175 do CPC, conciliadores e 
mediadores judiciais atuarão no processo judicial com o intuito de propiciar a 
resolutividade dos conflitos de maneira consensual, por meio de audiência de 
conciliação ou a sessão de mediação, que por força do art. 334 do CPC, devem 
ocorrer quase que obrigatoriamente, excetuando-se os casos em que a causa 
não admitir ou em casos que ambas as partes demonstrarem desinteresse na 
composição. Tais procedimentos ocorrem após o recebimento da petição inicial. 
A atuação como conciliadores e mediadores não se restringe a bacharéis em 
Direito, com formação jurídica, sendo permitida a atuação de profissionais de 
outras áreas, desde que capacitados e a interesse do Poder Judiciário, sendo 
relevante que o objeto do litígio e a formação profissional do conciliador ou do 
mediador coincidam. 
A atuação dos mediadores e conciliadores se difere em relação ao tipo de 
vínculo entre as partes, no casos em que as partes possuam vínculos anteriores 
atuará o conciliador e nos casos em que as partes não possuírem vínculos 
anteriores atuará o mediador. Podem atuar de forma voluntária ou serem 
remunerados pelo desenvolvimento de suas funções. Conciliadores e 
mediadores trazem celeridade ao processo, de forma que este, possa ter 
resolutividade ainda em sua fase inicial. 
 O partidor, o distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias são 
tratados, respectivamente, pelos artigos 651, 284 a 290, 524 e 707 a 711 do 
CPC. O partidor atua após a conclusão do processo de inventário, já na fase da 
partilha, a organizando de acordo com a decisão judicial que a estabeleceu. O 
distribuidor atua na distribuição das petições iniciais, apresentadas pelos autores 
dos processos judiciais, para uma das varas que compõem o sistema judiciário, 
ou seja, são os primeiros a atuarem no processo. Por fim, conforme o art. 708 
do CPC, o regulador de avarias “é auxiliar do juízo, praticando atividade técnica, 
semelhante às praticadas pelos peritos de modo geral, sendo equiparado a 
estes, do ponto de vista processual”. 
Diante do exposto, conclui-se que os auxiliares da Justiça são de extrema 
importância para a necessária a formação, o desenvolvimento, o andamento e 
a resolutividade processual.

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