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1 Ciência e Meio Ambiente (I) Progresso e Degradação Texto I Degradação ambiental ameaça progresso em países emergentes, diz ONU "Se não fizermos nada para deter ou inverter as tendências atuais, o cenário de catástrofe ambiental conduz a um ponto de virada antes de 2050 nos países em desenvolvimento – a sua convergência com os países ricos em termos de progresso no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ao longo das últimas décadas começa a se inverter", afirma o documento. Segundo o Pnud, o mundo tem assistido a um enorme progresso em termos de desenvolvimento humano nas últimas décadas. Desde 1970, o IDH cresceu 41% em termos globais e 61% nos países com IDH baixo, refletindo fortes avanços na saúde, na educação e na renda. No entanto, o órgão diz que a melhora dos padrões de renda tem estado associado à deterioração em indicadores ambientais fundamentais, como as emissões de dióxido de carbono, a qualidade do solo e da água e a cobertura florestal. Como resultado, o Pnud prevê que, em 2050, o IDH global será 8% inferior ao que seria esperado caso não houvesse graves problemas ambientais. A redução se deveria principalmente aos efeitos adversos do aquecimento global na produção agrícola, no acesso à água potável e saneamento e na poluição. 2 O sul da Ásia e a África Subsaariana, diz o relatório, seriam os principais afetados pela deterioração ambiental, com queda de 12% em seu IDH médio. O documento afirma ainda que num cenário de "catástrofe ambiental" ainda mais adverso, que incluísse vasta desflorestação e degradação do solo, reduções dramáticas da biodiversidade e uma aceleração dos fenômenos climáticos extremos, o IDH global seria aproximadamente 15% inferior à base de referência prevista. (http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/11/111102_pnud_ambiente_jf.shtml) Texto II Conta-se que o líder indiano Mahatma Gandhi (1869-1948), ao ser perguntado se, depois da independência, a Índia perseguiria o estilo de vida dos colonizadores britânicos, teria respondido: "A Grã-Bretanha precisou de metade dos recursos do planeta para alcançar a prosperidade; quantos planetas não seriam necessários para que um país como a Índia alcançasse o mesmo patamar?" A sabedoria de Gandhi já indicava, há mais de 50 anos, que algo tinha de mudar. O estilo de vida das nações ricas e a economia mundial deveriam ser reestruturados para levar em conta a preservação do meio ambiente, condição básica para uma boa qualidade de vida. Hoje se sabe que, se o atual ritmo de exploração dos recursos do planeta continuar, não haverá no futuro fontes de água ou de energia, reservas de ar puro nem terras para a agricultura em quantidade suficiente para a preservação da vida. Com metade da humanidade vivendo abaixo da linha de pobreza, já se consomem 25% a mais do que a Terra consegue renovar. O perigo não atinge apenas as nações pobres. Se a economia global continuar se apoiando sobre o 3 uso de combustíveis fósseis, o equilíbrio climático do planeta inteiro será afetado, como advertiram os cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Demorou bastante para que a humanidade constatasse que estava caminhando para um abismo. Desde a Revolução Industrial, há mais de dois séculos, entendia-se que desenvolvimento e crescimento econômico eram a mesma coisa e que dependiam do consumo crescente de recursos naturais. Os países desenvolvidos - como os da Europa Ocidental, os Estados Unidos, o Canadá e o Japão - destruíram suas florestas, cresceram e prosperaram. Verificou-se uma realidade óbvia, mas cruel: não há possibilidade de que a fartura, os benefícios e o conforto trazidos por esse modelo de crescimento econômico estejam ao alcance dos países que demoraram para se industrializar. Na prática, isso significa que os países ricos devem buscar fontes de energia menos poluentes e reduzir a produção de lixo e reciclá-lo, além de praticar um consumo consciente, ou seja, repensar quais bens são necessários para uma vida confortável. Nos países pobres, que têm direito a crescer economicamente, isso quer dizer o desafio de não repetir o modelo predatório e buscar formas de produzir riqueza sem destruir as matas nem contaminar a água. Essa idéia foi sintetizada no conceito do "desenvolvimento sustentável": aquele que "atende às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as próprias necessidades". Essa definição está no documento "Our Common Future" ("Nosso Futuro Comum"), conhecido por relatório Brundtland, referência à presidente da Comissão Mundial da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Gro Brundtland, que o apresentou em 1987. Nele, a ONU diz que "a pobreza absoluta é incompatível com a preservação do meio ambiente". O desenvolvimento sustentável é, portanto, 4 uma atividade econômica que preserva os recursos para o futuro. Hoje, é um tema indispensável nas políticas de governo, nas discussões de empresas e organizações e na orientação sobre a conduta dos cidadãos. (Adaptado.http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_253481.sht ml) Texto III A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente. Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende. Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem. (http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/) 5 Texto IV (http://marcuspsfraga.blogspot.com.br/2010_05_01_archive.html) Texto V (http://marcuspsfraga.blogspot.com.br/2010_05_01_archive.html) Texto V Em Altamira, aterro sanitário pode estar poluindo comunidade rural A construção de um aterro sanitário que está em funcionamento há cerca de um ano pode estar poluindo o solo e a água de uma comunidade rural no município de Altamira, no sudoeste do Pará. O caso foi denunciado ao Instituto http://marcuspsfraga.blogspot.com.br/2010_05_01_archive.html 6 Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ao Ministério Público Federal (MPF) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A construção do aterro é uma das condicionantes que fazem parte do processo de licenciamento ambiental da usina hidrelétrica de Belo Monte. Oficialmente, o espaço ainda não foi entregue à prefeitura de Altamira. Mas o fluxo de carros de coleta de lixo e de veículos particulares para despejar resíduos é intenso. De acordo com os moradores, o chorume teria escorrido e contaminado a água do igarapé. Aproximadamente 50 famílias residem na comunidade, a maioria dos moradores usa a água do igarapé diariamente para os afazeres domésticos, mas com medo de contaminaçãoeles resolveram fazer poços. “O problema que a gente está enfrentando é o preconceito do pessoal. Não querem mais fazer parte da comunidade, não usam a água, a terra que tem para vender não vende mais porque as pessoas não querem comprar”, conta Reginaldo de Souza, agricultor. O MPF recomendou que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), juntamente com a empresa Norte Energia e a Prefeitura de Altamira tomem medidas para acabar com a poluição ambiental do solo e da água, causada pelo aterro. Além disso, O MPF recomendou ainda que o local seja monitorado diariamente para evitar a proliferação de urubus que podem colocar em risco os pousos e decolagens do aeroporto de Altamira. O Secretário Municipal de Meio Ambiente, Luiz Araújo, disse que o chorume já está sendo tratado e que não há mais contaminação da área próxima ao local, mas que o aterro ainda terá que passar por adequações. “Quando você começa a operar efetivamente um determinado projeto, ele apresenta falhas. Agora nós estamos fazendo essas correções”, explica. (http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2015/03/em-altamira-aterro-sanitario-pode-estar-poluindo- comunidade-rural.html) 7 Texto I Climatologia na contemporaneidade As mudanças climáticas estão acontecendo em função de um desequilíbrio no Efeito Estufa que é um processo natural que mantém a Terra aquecida. Os Gases do Efeito Estufa (GEE) concentram-se na atmosfera formando uma capa que permite que os raios solares penetrem, mas impede que o calor gerado por eles seja dissipado. Esse fenômeno, quando dentro de um patamar de normalidade, é necessário e benéfico, pois permite que o clima no planeta seja adequado à nossa sobrevivência. Desde a Revolução Industrial a humanidade vem emitindo uma quantidade descontrolada de GEE através das indústrias, do transporte, da agricultura, da pecuária, da produção de energia elétrica e do desmatamento. Esse aumento nas concentrações dos GEE na atmosfera causa o desequilíbrio no fenômeno e nosso planeta vem se aquecendo muito rapidamente. (http://site.noticiaproibida.org/o-efeito- estufa.html) http://site.noticiaproibida.org/o-efeito-estufa.html http://site.noticiaproibida.org/o-efeito-estufa.html 8 Texto II Reciprocidade climática: o desmatamento acumulado cobra sua fatura Com uma redução expressiva nas taxas anuais de desmatamento, o Brasil desponta como exemplo de país que fez parte da lição de casa em relação às mudanças climáticas. Para uma nação que passou 40 anos investindo pesado no descaminho ambiental, descumprindo a própria lei de proteção florestal, a redução do desmatamento não é conquista pequena. Mas a redução de taxas anuais, embora essencial, assemelha-se a fechar com as mãos um buraco no fundo do bote inflável (clima), depois que a água vazada nos últimos 40 anos (desmatamento) já ameaça colocar o bote a pique. A farra do desmatamento sem limites está encontrando no clima um juiz que sabe contar árvores e que não esquece nem perdoa. O foco usual quando se discute o futuro do clima na Amazônia é o desmatamento futuro, ou quanto cortar da mata que sobrou. Injustificadamente ausente, o assombroso desmatamento acumulado do passado precisa voltar ao foco, pois é sobre ele que recai o principal da reciprocidade climática. Sem tratar da devastação passada, o assombro se converterá em assombração. Com uma média diária em torno de 4 mm de água transpirada, o que equivale a 4 litros por m2, a floresta é a parceira generosa do clima amigo. Removida, a transpiração despenca – se ainda chover – para 1 mm, no caso de pastagens, e menos ainda com a aridificação. Adicione ao caldeirão de iniquidades o fogo, a fuma- ça e a fuligem, com seu efeito aniquilador sobre a floresta, as nuvens e as chuvas, e a maldição do clima inóspito terá sido a resposta justa da natureza para tanta destruição. O problema é que o “castigo” atinge a todos indistintamente, não só aqueles que desmataram e incentivaram o desmatamento, mas também a maioria das pessoas que foram e continuam sendo contra o desmatamento. (http://www.ccst.inpe.br/wp-content/uploads/2014/10/Futuro-Climatico-da-Amazonia.pdf) 9 Texto III Mudança climática ajuda a restaurar camada de ozônio O aquecimento global poderá trazer de chuvas e secas extremas à subida do nível do mar, mas ao menos uma coisa positiva ele já produziu: graças à mudança climática, a camada de ozônio (O3) que nos protege dos raios ultravioleta vem se restaurando mais rapidamente. A OMM (Organização Meteorológica Mundial) publicou neste mês seu sétimo grande relatório científico sobre o problema. O documento aponta que, após ficar em níveis estagnados desde 2000, o ozônio estratosférico (que sofrera uma queda acentuada nos anos 1980 e 1990) está finalmente começando a se recuperar. Os dados ainda não são conclusivos para toda a camada de ozônio estratosférica, mas, em altitudes maiores, acima de 40 km, a recuperação já é fato. Ali, o ozônio se recuperou cerca de 3% na última década. Metade dessa boa notícia, afirmam cientistas que trabalharam no documento, se deve à assinatura do Protocolo de Montreal, em 1987, o tratado internacional que obrigou a indústria a reduzir emissões de substâncias destruidoras de ozônio, como os CFCs (clorofluorcarbonetos). A outra metade, no entanto, pode ser atribuída ao CO2 (gás carbônico), o principal causador do aquecimento global. Ao reter calor na troposfera (a camada inferior da atmosfera), a estratosfera, camada superior, se resfria. E, no frio, as reações químicas que quebram a molécula de ozônio ocorrem a uma taxa mais lenta. Apesar de parte da melhora na camada de ozônio ser atribuída a um fenômeno que, por outras razões, é indesejado, o relatório da OMM tem um tom animador. 10 "Eu diria que é uma boa notícia, sim, mas num contexto com certa complexidade", disse à Folha Paul Newman, geocientista da Nasa e um dos autores principais do documento. Só o fato de a produção de CFCs ter sido reduzida, não ampliada, já se traduz em números de vidas salvas –2 milhões de pessoas deixaram de desenvolver câncer de pele, afirma a OMM. (...) O novo relatório da OMM, porém, alerta que esse benefício pode não durar muito. Os HFCs (hidrofluorcarnonetos), os compostos que a indústria começou a usar mais recentemente para substituir os CFCs, também são potentes gases-estufa, apesar de não destruírem ozônio. "A camada de ozônio e a mudança climática estão intricadamente conectadas, e o aquecimento global ficará cada vez mais importante para o futuro da camada de ozônio", afirma o relatório. (http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2014/09/1519698-mudanca-climatica-ajuda-a-restaurar- camada-de-ozonio.shtml) Texto IV A enormidade do aquecimento global pode ser intimidante e desanimadora. O que uma pessoa, ou mesmo uma nação, pode fazer por conta própria para retardar ou reverter a mudança climática? Mas assim como as recomendações elaboradas pelo o ecólogo Stephen Pacala e pelo físico Robert Socolow, ambos da Princeton University – cada uma difícil porém viável e, em certas combinações, capaz de reduzir as emissões de gases de efeito estufa a níveis mais seguros –, há mudanças de estilo de vida pessoal que uma pessoa pode promover e que podem ajudar a reduzir o seu impacto de carbono. É possível que você já esteja colocando algumas em prática, ou que abomine outras. Mas a adoção de algumas delas pode fazer diferença. 11 Abandonar os combustíveis fósseis - O primeiro desafio é eliminar a queima de carvão, petróleo e, finalmente, de gás natural. Este talvez seja o desafio mais intimidante, já que os cidadãos dos países mais ricos literalmente comem, vestem, trabalham, brincam e até mesmo dormem com produtos dessa fonte fóssil. Atualizara infraestrutura – Os edifícios em todo mundo contribuem com cerca de um terço de todas as emissões de gases de efeito estufa (43% apenas nos EUA), apesar do investimento em maior isolamento e outras medidas com boa relação custo-benefício para o controle da temperatura resultarem em economia a longo prazo. As redes elétricas estão no limite da capacidade ou sobrecarregadas, mas a demanda continua crescendo. E estradas ruins podem reduzir a economia de combustível mesmo para os veículos mais eficientes. O investimento em uma nova infra-estrutura, ou a atualização radical das estradas e linhas de transmissão existentes, ajudaria a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e promover o crescimento econômico nos países em desenvolvimento. Morar mais perto do trabalho – O transporte é a segunda principal fonte de emissões de gases de efeito estufa nos Estados Unidos (a queima de um único litro de gasolina produz mais de 2 kg de CO2). Mas não precisa ser assim. Uma forma de reduzir drasticamente as necessidades de combustível para transporte é se mudar para mais perto do trabalho, usar transporte coletivo ou optar por caminhar, andar de bicicleta ou outro meio de transporte que não exija nada além da energia humana. Parar de derrubar árvores – Todo ano, 13 milhões de hectares de florestas são derrubados. Só a madeira extraída dos trópicos contribui com 1,5 bilhão de toneladas métricas de carbono na atmosfera. Isto representa 20% das emissões de gases de efeito estufa de origem humana, e uma fonte que poderia ser evitada de forma relativamente fácil. (Adaptado.http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/dez_solucoes_para_a_mudanca_climatica.ht ml) 12 Escassez de recursos hídricos Texto I Água: a escassez na abundância A água é o recurso natural mais abundante do planeta. De maneira quase onipresente, ela está no dia a dia dos 7 bilhões de pessoas que habitam o planeta. Além de matar a sede, a água está nos alimentos, nas roupas, nos carros e na revista que está nas suas mãos — se você está lendo a reportagem em seu tablet, saiba também que muita água foi usada na fabricação do aparelho. Mas o recurso mais fundamental para a sobrevivência dos seres humanos enfrenta uma crise de abastecimento. Estima-se que cerca de 40% da população global viva hoje sob a situação de estresse hídrico. Essas pessoas habitam regiões onde a oferta anual é inferior a 1 700 metros cúbicos de água por habitante, limite mínimo considerado seguro pela Organização das Nações Unidas (ONU). Nesse caso, a falta de água é frequente — e, para piorar, a perspectiva para o futuro é de maior escassez. De acordo com estimativas do Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar, com sede em Washington, até 2050 um total de 4,8 bilhões de pessoas estará em situação de estresse hídrico. Além de problemas para o consumo humano, esse cenário, caso se confirme, colocará em xeque safras agrícolas e a produção industrial, uma vez que a água e o crescimento econômico caminham juntos. A seca que atingiu os Estados Unidos no último verão — a mais severa e mais longa dos últimos 25 anos — é uma espécie de prévia disso. A falta de chuvas engoliu 0,2 ponto do crescimento da economia americana no segundo trimestre deste ano. A diminuição da água no mundo é constante e, muitas vezes, silenciosa. Seus ruídos tendem a ser percebidos apenas quando é tarde para agir. Das dez bacias hidrográficas mais densamente povoadas do mundo, grupo que compreende os arredores de rios como o indiano Ganges e o chinês Yang-tsé, cinco já são exploradas acima dos níveis considerados sustentáveis. Se nada 13 mudar nas próximas décadas, cerca de 45% de toda a riqueza global será produzida em regiões sujeitas ao estresse hídrico. "Esse cenário terá impacto nas decisões de investimento e nos custos operacionais das empresas, afetando a competitividade das regiões", afirma um estudo da Veolia, empresa francesa de soluções ambientais. Em muitos países em desenvolvimento e pobres, a situação é mais dramática. Falta acesso a água potável e saneamento para a esmagadora maioria dos cidadãos. Só o tempo perdido por uma pessoa para conseguir água de mínima qualidade pode chegar a 2 horas por dia em várias partes da África. Pela maior suscetibilidade a doenças, como a diarreia, quem vive nessas condições costuma ser menos produtivo. Essas mazelas já são assustadoras do ponto de vista social, mas elas têm implicações igualmente graves para a economia. Um estudo desenvolvido na escola de negócios Cass Business School, ligada à City University, de Londres, indica que um aumento de 10% no número de pessoas com acesso a água potável nos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) conseguiria elevar o crescimento do PIB per capita do bloco cerca de 1,6% ao ano. "O avanço econômico depende da disponibilidade de níveis elevados de água potável", aponta Josephine Fodgen, autora da pesquisa. "Embora não se debata muito o tema, o mundo pode sofrer uma crise de crescimento provocada pela escassez de água nas próximas décadas." (http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/populacao-falta-agua-recursos- hidricos- graves-problemas-economicos-politicos-723513.shtml) 14 Texto II A água corresponde a um imenso recurso natural do qual as sociedades humanas necessitam para sobreviver. Em várias partes do mundo, o acesso à água é diferenciado, mas por motivos diferentes: enquanto em alguns países existe uma abundância desse recurso, em outros a escassez leva milhões de pessoas a sobreviverem em condições sub-humanas. De toda a água existente em nosso planeta, cerca de 97,5% é salgada e apenas 2,5% é de água doce. Desses 2,5%, podemos estimar que a reserva de água doce do nosso planeta encontra-se distribuída da seguinte maneira: - 68,9% encontram-se congeladas nas calotas polares e nos cumes das altas montanhas; - 29,9% localizam-se no subsolo, como em aquíferos; - 0,9% em outros reservatórios, como nuvens, vapor d’água, etc; - 0,3%, apenas, estão disponíveis em rios e lagos. É justamente desse pequeno percentual, encontrado em rios e lagos, que toda a população mundial depende para sobreviver. O fato de a água possuir um ciclo de renovação através do processo de evaporação dos mares, rios e lagos, garante sua renovação, entretanto, este recurso vital à nossa sobrevivência está se esgotando. O principal problema está associado à relação entre o tempo necessário para essa renovação e o ritmo de exploração dos recursos hídricos. Para se ter ideia, de acordo com os dados da WBCSD (World Business Council for Sustainable Development), em 60% das cidades europeias com mais de 100.000 pessoas, a água subterrânea está sendo usada em um ritmo mais rápido do que pode ser reabastecida. Por essa razão, a escassez de água é um problema que já afeta quase todos os continentes, e de acordo com dados da FAO (Organização das Nações 15 Unidas para Alimentação e Agricultura), em 2025, cerca de 1,8 bilhão de pessoas estarão vivendo em países ou regiões com escassez de água absoluta. Além disso, mais da metade da população mundial poderia estar vivendo sob estresse hídrico, o que corresponde a um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de água em determinada região. (http://educacao.globo.com/geografia/assunto/geografia-fisica/agua-uso-e-problemas.html) Texto III O nível dos reservatórios das usinas do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante, voltou a cair, refletindo forte consumo de energia e a estiagem deste verão. O nível atual é o mais baixo para esta época do ano desde 2001, quando o governo federal decretou racionamento de energia elétrica.(http://www.jornaldebrasilia.com.br/noticias/cidades/529989/baixa-nos-reservatorios-de-agua-e- tema-da-charge-deste-sabado/) Texto IV Contra crise hídrica, empresas captam chuva e até reciclam esgoto A crise hídrica que atinge principalmente a região Sudeste do país tem feito as indústrias, que consomem água em larga escala, buscarem soluções criativas em todo o processo produtivo para driblar o problema: seja reciclando esgoto ou investindo no uso de chuva. A prática de captar água da chuva, comum em casas, vem sendo adotada pela Volkswagen do Brasil, nas unidades de São Carlos, no interior de São Paulo, e de Santo Antônio do Pinhal, na região metropolitana de Curitiba. Por meio de calhas, a água é captada, filtrada, armazenada e depois segue para ser 16 resfriada. Nesse caso, ela é utilizada para reduzir a temperatura das máquinas. Se as chuvas forem muito intensas, é possível gerar a quantidade equivalente ao consumo médio diário da fábrica. É o caso da unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo. De acordo com a montadora, a água também é utilizada nas descargas dos sanitários. Até o esgoto pode ser aproveitado. Uma das fábricas da montadora consegue enviar até 840 mil metros cúbicos de esgoto da empresa por ano para ser reciclado. De modo geral, com a ajuda da Sabesp, o material é tratado para depois ser utilizado em processos industriais de outras empresas da região de São Paulo. Outra medida que tem garantido a economia de cerca de 10 milhões de litros ao ano é a reutilização da água utilizada para testes de funcionamento da rede de incêndio. Segundo a Volkswagen, essa água também serve para esfriar equipamentos, como alicates de solda e compressores. Na comparação de 2014 com os números de 2010, a Volkswagen disse ter reduzido cerca de 11% no consumo de água por veículo produzido em suas quatro fábricas no país. (http://g1.globo.com/economia/crise-da-agua/noticia/2015/04/contra-crise-hidrica-empresas- captam-chuva-e-ate-reciclam-esgoto.html) Texto V O Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) foi aprovado pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH em 30 de janeiro de 2006, após amplo processo de planejamento participativo. É constituído pelos seguintes documentos principais: Síntese Executiva; Panorama e Estado dos Recursos Hídricos no Brasil (volume 1); 17 Águas para o Futuro - Uma Visão para 2020 (volume 2); Diretrizes (volume 3); Programas Nacionais e Metas (volume 4). Após a elaboração e aprovação do PNRH, iniciou-se a etapa de implementação, prioridade na Agenda do Ministério do Meio Ambiente, sendo que a atividade essencial é o desenvolvimento do documento denominado Estratégias de Implementação do Plano Nacional de Recursos Hídricos, cujo objetivo é definir como materializar o que foi proposto. A estrutura do PNRH apresenta-se organizada em quatro componentes principais, subdivididos em treze programas, dos quais sete são subdivididos em trinta subprogramas. Essa organização levou em conta a afinidade de temas e sua relação orgânico-institucional, visando não somente a integração temática, mas a de esforços e recursos. O primeiro componente encerra ações programáticas voltadas para o ordenamento institucional da gestão integrada dos recursos hídricos no Brasil (GIRH), bem como para os instrumentos da política de recursos hídricos, além de ações de capacitação e comunicação social. O segundo componente aborda as articulações intersetoriais, interinstitucionais e intra-institucionais, centrais para efetividade da gestão integrada dos recursos hídricos, tratando de temas relacionados aos setores usuários e aos usos múltiplos dos recursos hídricos. O terceiro componente expressa ações em espaços territoriais cujas peculiaridades ambientais, regionais ou tipologias de problemas relacionados a água conduzem a um outro recorte, onde os limites não necessariamente coincidem com o de uma bacia hidrográfica, e que necessitam de programas concernentes à especificidade de seus problemas (Situações Especiais de Planejamento). O quarto componente resulta da necessidade de promover avaliações sistemáticas do processo de implementação do PNRH e do alcance de seus 18 resultados, visando apoiar as atualizações e mudanças de orientações que se fizerem necessárias. ANA e SRH se empenharam em estabelecer um Grupo de Trabalho de Coordenação e Execução do Plano (GTCE) para cumprir os compromissos assumidos com a aprovação do mesmo. Para tanto, ao longo de 2006, a ANA e a SRH elaboraram o documento Estratégia de Implementação do PNRH, o qual foi aprovado pelo CNRH na última reunião de 2006. Desenvolveram também o Sistema de Gerenciamento Orientado para os Resultados do PNRH - SIGEOR. (http://www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/planejamento/planoderecursos/pnrh.aspx)
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