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Ciência e Meio Ambiente (I) 
Progresso e Degradação 
 
Texto I 
 Degradação ambiental ameaça progresso em países emergentes, diz 
ONU 
"Se não fizermos nada para deter ou inverter as tendências atuais, 
o cenário de catástrofe ambiental conduz a um ponto de virada antes de 2050 
nos países em desenvolvimento – a sua convergência com os países ricos em 
termos de progresso no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ao longo das 
últimas décadas começa a se inverter", afirma o documento. 
Segundo o Pnud, o mundo tem assistido a um enorme progresso em 
termos de desenvolvimento humano nas últimas décadas. Desde 1970, o IDH 
cresceu 41% em termos globais e 61% nos países com IDH baixo, refletindo 
fortes avanços na saúde, na educação e na renda. 
No entanto, o órgão diz que a melhora dos padrões de renda tem estado 
associado à deterioração em indicadores ambientais fundamentais, como as 
emissões de dióxido de carbono, a qualidade do solo e da água e a cobertura 
florestal. 
Como resultado, o Pnud prevê que, em 2050, o IDH global será 8% inferior 
ao que seria esperado caso não houvesse graves problemas ambientais. A 
redução se deveria principalmente aos efeitos adversos do aquecimento global 
na produção agrícola, no acesso à água potável e saneamento e na poluição. 
 
 
 
 
 
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O sul da Ásia e a África Subsaariana, diz o relatório, seriam os principais 
afetados pela deterioração ambiental, com queda de 12% em seu IDH médio. 
O documento afirma ainda que num cenário de "catástrofe ambiental" 
ainda mais adverso, que incluísse vasta desflorestação e degradação do 
solo, reduções dramáticas da biodiversidade e uma aceleração dos fenômenos 
climáticos extremos, o IDH global seria aproximadamente 15% inferior à base de 
referência prevista. 
(http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/11/111102_pnud_ambiente_jf.shtml) 
 
Texto II 
Conta-se que o líder indiano Mahatma Gandhi (1869-1948), ao ser 
perguntado se, depois da independência, a Índia perseguiria o estilo de vida dos 
colonizadores britânicos, teria respondido: "A Grã-Bretanha precisou de metade 
dos recursos do planeta para alcançar a prosperidade; quantos planetas não 
seriam necessários para que um país como a Índia alcançasse o mesmo 
patamar?" 
A sabedoria de Gandhi já indicava, há mais de 50 anos, que algo tinha de 
mudar. O estilo de vida das nações ricas e a economia mundial deveriam ser 
reestruturados para levar em conta a preservação do meio ambiente, condição 
básica para uma boa qualidade de vida. 
Hoje se sabe que, se o atual ritmo de exploração dos recursos do 
planeta continuar, não haverá no futuro fontes de água ou de energia, reservas 
de ar puro nem terras para a agricultura em quantidade suficiente para a 
preservação da vida. 
Com metade da humanidade vivendo abaixo da linha de pobreza, já se 
consomem 25% a mais do que a Terra consegue renovar. O perigo não atinge 
apenas as nações pobres. Se a economia global continuar se apoiando sobre o 
 
 
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uso de combustíveis fósseis, o equilíbrio climático do planeta inteiro será afetado, 
como advertiram os cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças 
Climáticas (IPCC). 
Demorou bastante para que a humanidade constatasse que estava 
caminhando para um abismo. Desde a Revolução Industrial, há mais de dois 
séculos, entendia-se que desenvolvimento e crescimento econômico eram a 
mesma coisa e que dependiam do consumo crescente de recursos naturais. Os 
países desenvolvidos - como os da Europa Ocidental, os Estados Unidos, o 
Canadá e o Japão - destruíram suas florestas, cresceram e prosperaram. 
Verificou-se uma realidade óbvia, mas cruel: não há possibilidade de que 
a fartura, os benefícios e o conforto trazidos por esse modelo de crescimento 
econômico estejam ao alcance dos países que demoraram para se industrializar. 
Na prática, isso significa que os países ricos devem buscar fontes de 
energia menos poluentes e reduzir a produção de lixo e reciclá-lo, além de 
praticar um consumo consciente, ou seja, repensar quais bens são necessários 
para uma vida confortável. 
Nos países pobres, que têm direito a crescer economicamente, isso quer 
dizer o desafio de não repetir o modelo predatório e buscar formas de produzir 
riqueza sem destruir as matas nem contaminar a água. 
Essa idéia foi sintetizada no conceito do "desenvolvimento sustentável": 
aquele que "atende às necessidades do presente sem comprometer a 
capacidade das gerações futuras de satisfazer as próprias necessidades". Essa 
definição está no documento "Our Common Future" ("Nosso Futuro Comum"), 
conhecido por relatório Brundtland, referência à presidente da Comissão Mundial 
da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, Gro Brundtland, que o 
apresentou em 1987. 
Nele, a ONU diz que "a pobreza absoluta é incompatível com a 
preservação do meio ambiente". O desenvolvimento sustentável é, portanto, 
 
 
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uma atividade econômica que preserva os recursos para o futuro. Hoje, é um 
tema indispensável nas políticas de governo, nas discussões de empresas e 
organizações e na orientação sobre a conduta dos cidadãos. 
(Adaptado.http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/conteudo_253481.sht
ml) 
Texto III 
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o 
desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem 
comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É 
o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. 
Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de 
planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse 
conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva 
em conta o meio ambiente. 
Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento 
econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. 
Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao 
esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende. 
Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de 
recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência 
humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico. 
O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de 
quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento 
da reutilização e da reciclagem. 
(http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/) 
 
 
 
 
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Texto IV 
 
 
 
 
 
 
 
(http://marcuspsfraga.blogspot.com.br/2010_05_01_archive.html) 
 
 
 
Texto V 
 
(http://marcuspsfraga.blogspot.com.br/2010_05_01_archive.html) 
 
Texto V 
 
Em Altamira, aterro sanitário pode estar poluindo comunidade rural 
 
A construção de um aterro sanitário que está em funcionamento há cerca 
de um ano pode estar poluindo o solo e a água de uma comunidade rural no 
município de Altamira, no sudoeste do Pará. O caso foi denunciado ao Instituto 
http://marcuspsfraga.blogspot.com.br/2010_05_01_archive.html
 
 
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Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ao 
Ministério Público Federal (MPF) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. 
A construção do aterro é uma das condicionantes que fazem parte do 
processo de licenciamento ambiental da usina hidrelétrica de Belo Monte. 
Oficialmente, o espaço ainda não foi entregue à prefeitura de Altamira. Mas o 
fluxo de carros de coleta de lixo e de veículos particulares para despejar resíduos 
é intenso. 
De acordo com os moradores, o chorume teria escorrido e contaminado a 
água do igarapé. Aproximadamente 50 famílias residem na comunidade, a 
maioria dos moradores usa a água do igarapé diariamente para os afazeres 
domésticos, mas com medo de contaminaçãoeles resolveram fazer poços. 
“O problema que a gente está enfrentando é o preconceito do pessoal. 
Não querem mais fazer parte da comunidade, não usam a água, a terra que tem 
para vender não vende mais porque as pessoas não querem comprar”, conta 
Reginaldo de Souza, agricultor. 
O MPF recomendou que o Programa de Aceleração do Crescimento 
(PAC), juntamente com a empresa Norte Energia e a Prefeitura de Altamira 
tomem medidas para acabar com a poluição ambiental do solo e da água, 
causada pelo aterro. Além disso, O MPF recomendou ainda que o local seja 
monitorado diariamente para evitar a proliferação de urubus que podem colocar 
em risco os pousos e decolagens do aeroporto de Altamira. 
O Secretário Municipal de Meio Ambiente, Luiz Araújo, disse que o 
chorume já está sendo tratado e que não há mais contaminação da área próxima 
ao local, mas que o aterro ainda terá que passar por adequações. “Quando você 
começa a operar efetivamente um determinado projeto, ele apresenta falhas. 
Agora nós estamos fazendo essas correções”, explica. 
(http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2015/03/em-altamira-aterro-sanitario-pode-estar-poluindo-
comunidade-rural.html) 
 
 
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Texto I 
Climatologia na contemporaneidade 
As mudanças climáticas estão acontecendo em função de um 
desequilíbrio no Efeito Estufa que é um processo natural que mantém a Terra 
aquecida. Os Gases do Efeito Estufa (GEE) concentram-se na atmosfera 
formando uma capa que permite que os raios solares penetrem, mas impede 
que o calor gerado por eles seja dissipado. Esse fenômeno, quando dentro de 
um patamar de normalidade, é necessário e benéfico, pois permite que o clima 
no planeta seja adequado à nossa sobrevivência. 
Desde a Revolução Industrial a humanidade vem emitindo uma 
quantidade descontrolada de GEE através das indústrias, do transporte, da 
agricultura, da pecuária, da produção de energia elétrica e do desmatamento. 
Esse aumento nas concentrações dos GEE na atmosfera causa o desequilíbrio 
no fenômeno e nosso planeta vem se aquecendo muito rapidamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(http://site.noticiaproibida.org/o-efeito-
estufa.html) 
http://site.noticiaproibida.org/o-efeito-estufa.html
http://site.noticiaproibida.org/o-efeito-estufa.html
 
 
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Texto II 
Reciprocidade climática: o desmatamento acumulado cobra sua fatura 
Com uma redução expressiva nas taxas anuais de desmatamento, o 
Brasil desponta como exemplo de país que fez parte da lição de casa em relação 
às mudanças climáticas. Para uma nação que passou 40 anos investindo pesado 
no descaminho ambiental, descumprindo a própria lei de proteção florestal, a 
redução do desmatamento não é conquista pequena. 
Mas a redução de taxas anuais, embora essencial, assemelha-se a fechar 
com as mãos um buraco no fundo do bote inflável (clima), depois que a água 
vazada nos últimos 40 anos (desmatamento) já ameaça colocar o bote a pique. 
A farra do desmatamento sem limites está encontrando no clima um juiz 
que sabe contar árvores e que não esquece nem perdoa. 
O foco usual quando se discute o futuro do clima na Amazônia é o 
desmatamento futuro, ou quanto cortar da mata que sobrou. Injustificadamente 
ausente, o assombroso desmatamento acumulado do passado precisa voltar ao 
foco, pois é sobre ele que recai o principal da reciprocidade climática. Sem tratar 
da devastação passada, o assombro se converterá em assombração. 
Com uma média diária em torno de 4 mm de água transpirada, o que 
equivale a 4 litros por m2, a floresta é a parceira generosa do clima amigo. 
Removida, a transpiração despenca – se ainda chover – para 1 mm, no caso de 
pastagens, e menos ainda com a aridificação. 
Adicione ao caldeirão de iniquidades o fogo, a fuma- ça e a fuligem, com 
seu efeito aniquilador sobre a floresta, as nuvens e as chuvas, e a maldição do 
clima inóspito terá sido a resposta justa da natureza para tanta destruição. O 
problema é que o “castigo” atinge a todos indistintamente, não só aqueles que 
desmataram e incentivaram o desmatamento, mas também a maioria das 
pessoas que foram e continuam sendo contra o desmatamento. 
(http://www.ccst.inpe.br/wp-content/uploads/2014/10/Futuro-Climatico-da-Amazonia.pdf) 
 
 
 
 
 
 
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Texto III 
Mudança climática ajuda a restaurar camada de ozônio 
O aquecimento global poderá trazer de chuvas e secas extremas à subida 
do nível do mar, mas ao menos uma coisa positiva ele já produziu: graças à 
mudança climática, a camada de ozônio (O3) que nos protege dos raios 
ultravioleta vem se restaurando mais rapidamente. 
A OMM (Organização Meteorológica Mundial) publicou neste mês seu 
sétimo grande relatório científico sobre o problema. O documento aponta que, 
após ficar em níveis estagnados desde 2000, o ozônio estratosférico (que sofrera 
uma queda acentuada nos anos 1980 e 1990) está finalmente começando a se 
recuperar. 
Os dados ainda não são conclusivos para toda a camada de ozônio 
estratosférica, mas, em altitudes maiores, acima de 40 km, a recuperação já é 
fato. Ali, o ozônio se recuperou cerca de 3% na última década. 
Metade dessa boa notícia, afirmam cientistas que trabalharam no 
documento, se deve à assinatura do Protocolo de Montreal, em 1987, o tratado 
internacional que obrigou a indústria a reduzir emissões de substâncias 
destruidoras de ozônio, como os CFCs (clorofluorcarbonetos). 
A outra metade, no entanto, pode ser atribuída ao CO2 (gás 
carbônico), o principal causador do aquecimento global. Ao reter calor na 
troposfera (a camada inferior da atmosfera), a estratosfera, camada superior, se 
resfria. E, no frio, as reações químicas que quebram a molécula de ozônio 
ocorrem a uma taxa mais lenta. 
Apesar de parte da melhora na camada de ozônio ser atribuída a um 
fenômeno que, por outras razões, é indesejado, o relatório da OMM tem um tom 
animador. 
 
 
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"Eu diria que é uma boa notícia, sim, mas num contexto com certa 
complexidade", disse à Folha Paul Newman, geocientista da Nasa e um dos 
autores principais do documento. Só o fato de a produção de CFCs ter sido 
reduzida, não ampliada, já se traduz em números de vidas salvas –2 milhões de 
pessoas deixaram de desenvolver câncer de pele, afirma a OMM. 
(...) 
O novo relatório da OMM, porém, alerta que esse benefício pode não durar 
muito. Os HFCs (hidrofluorcarnonetos), os compostos que a indústria começou 
a usar mais recentemente para substituir os CFCs, também são potentes 
gases-estufa, apesar de não destruírem ozônio. 
"A camada de ozônio e a mudança climática estão intricadamente conectadas, 
e o aquecimento global ficará cada vez mais importante para o futuro da 
camada de ozônio", afirma o relatório. 
(http://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2014/09/1519698-mudanca-climatica-ajuda-a-restaurar- 
camada-de-ozonio.shtml) 
 
Texto IV 
A enormidade do aquecimento global pode ser intimidante e 
desanimadora. O que uma pessoa, ou mesmo uma nação, pode fazer por conta 
própria para retardar ou reverter a mudança climática? Mas assim como as 
recomendações elaboradas pelo o ecólogo Stephen Pacala e pelo físico Robert 
Socolow, ambos da Princeton University – cada uma difícil porém viável e, em 
certas combinações, capaz de reduzir as emissões de gases de efeito estufa a 
níveis mais seguros –, há mudanças de estilo de vida pessoal que uma pessoa 
pode promover e que podem ajudar a reduzir o seu impacto de carbono. É 
possível que você já esteja colocando algumas em prática, ou que abomine 
outras. Mas a adoção de algumas delas pode fazer diferença. 
 
 
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 Abandonar os combustíveis fósseis - O primeiro desafio é eliminar a 
queima de carvão, petróleo e, finalmente, de gás natural. Este talvez seja o 
desafio mais intimidante, já que os cidadãos dos países mais ricos literalmente 
comem, vestem, trabalham, brincam e até mesmo dormem com produtos dessa 
fonte fóssil. 
 Atualizara infraestrutura – Os edifícios em todo mundo contribuem 
com cerca de um terço de todas as emissões de gases de efeito estufa (43% 
apenas nos EUA), apesar do investimento em maior isolamento e outras 
medidas com boa relação custo-benefício para o controle da temperatura 
resultarem em economia a longo prazo. 
As redes elétricas estão no limite da capacidade ou sobrecarregadas, mas 
a demanda continua crescendo. E estradas ruins podem reduzir a economia de 
combustível mesmo para os veículos mais eficientes. O investimento em uma 
nova infra-estrutura, ou a atualização radical das estradas e linhas de 
transmissão existentes, ajudaria a reduzir as emissões de gases de efeito estufa 
e promover o crescimento econômico nos países em desenvolvimento. 
 Morar mais perto do trabalho – O transporte é a segunda principal 
fonte de emissões de gases de efeito estufa nos Estados Unidos (a queima de 
um único litro de gasolina produz mais de 2 kg de CO2). Mas não precisa ser 
assim. Uma forma de reduzir drasticamente as necessidades de combustível 
para transporte é se mudar para mais perto do trabalho, usar transporte 
coletivo ou optar por caminhar, andar de bicicleta ou outro meio de transporte 
que não exija nada além da energia humana. 
 Parar de derrubar árvores – Todo ano, 13 milhões de hectares de 
florestas são derrubados. Só a madeira extraída dos trópicos contribui com 1,5 
bilhão de toneladas métricas de carbono na atmosfera. Isto representa 20% das 
emissões de gases de efeito estufa de origem humana, e uma fonte que poderia 
ser evitada de forma relativamente fácil. 
(Adaptado.http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/dez_solucoes_para_a_mudanca_climatica.ht
ml) 
 
 
 
 
 
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Escassez de recursos hídricos 
Texto I 
Água: a escassez na abundância 
A água é o recurso natural mais abundante do planeta. De maneira 
quase onipresente, ela está no dia a dia dos 7 bilhões de pessoas que habitam 
o planeta. Além de matar a sede, a água está nos alimentos, nas roupas, nos 
carros e na revista que está nas suas mãos — se você está lendo a reportagem 
em seu tablet, saiba também que muita água foi usada na fabricação do 
aparelho. Mas o recurso mais fundamental para a sobrevivência dos seres 
humanos enfrenta uma crise de abastecimento. Estima-se que cerca de 40% da 
população global viva hoje sob a situação de estresse hídrico. Essas pessoas 
habitam regiões onde a oferta anual é inferior a 1 700 metros cúbicos de água 
por habitante, limite mínimo considerado seguro pela Organização das Nações 
Unidas (ONU). Nesse caso, a falta de água é frequente — e, para piorar, a 
perspectiva para o futuro é de maior escassez. De acordo com estimativas do 
Instituto Internacional de Pesquisa de Política Alimentar, com sede em 
Washington, até 2050 um total de 4,8 bilhões de pessoas estará em situação de 
estresse hídrico. Além de problemas para o consumo humano, esse cenário, 
caso se confirme, colocará em xeque safras agrícolas e a produção industrial, 
uma vez que a água e o crescimento econômico caminham juntos. A seca que 
atingiu os Estados Unidos no último verão — a mais severa e mais longa dos 
últimos 25 anos — é uma espécie de prévia disso. A falta de chuvas engoliu 0,2 
ponto do crescimento da economia americana no segundo trimestre deste ano. 
A diminuição da água no mundo é constante e, muitas vezes, silenciosa. 
Seus ruídos tendem a ser percebidos apenas quando é tarde para agir. Das dez 
bacias hidrográficas mais densamente povoadas do mundo, grupo que 
compreende os arredores de rios como o indiano Ganges e o chinês Yang-tsé, 
cinco já são exploradas acima dos níveis considerados sustentáveis. Se nada 
 
 
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mudar nas próximas décadas, cerca de 45% de toda a riqueza global será 
produzida em regiões sujeitas ao estresse hídrico. "Esse cenário terá impacto 
nas decisões de investimento e nos custos operacionais das empresas, 
afetando a competitividade das regiões", afirma um estudo da Veolia, 
empresa francesa de soluções ambientais. 
Em muitos países em desenvolvimento e pobres, a situação é mais 
dramática. Falta acesso a água potável e saneamento para a esmagadora 
maioria dos cidadãos. Só o tempo perdido por uma pessoa para conseguir água 
de mínima qualidade pode chegar a 2 horas por dia em várias partes da África. 
Pela maior suscetibilidade a doenças, como a diarreia, quem vive nessas 
condições costuma ser menos produtivo. Essas mazelas já são assustadoras 
do ponto de vista social, mas elas têm implicações igualmente graves para a 
economia. Um estudo desenvolvido na escola de negócios Cass Business 
School, ligada à City University, de Londres, indica que um aumento de 10% no 
número de pessoas com acesso a água potável nos países do Bric (Brasil, 
Rússia, Índia e China) conseguiria elevar o crescimento do PIB per capita do 
bloco cerca de 1,6% ao ano. "O avanço econômico depende da disponibilidade 
de níveis elevados de água potável", aponta Josephine Fodgen, autora da 
pesquisa. "Embora não se debata muito o tema, o mundo pode sofrer uma crise 
de crescimento provocada pela escassez de água nas próximas décadas." 
(http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/populacao-falta-agua-recursos- hidricos-
graves-problemas-economicos-politicos-723513.shtml) 
 
 
 
 
 
 
 
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Texto II 
A água corresponde a um imenso recurso natural do qual as sociedades 
humanas necessitam para sobreviver. Em várias partes do mundo, o 
acesso à água é diferenciado, mas por motivos diferentes: enquanto em alguns 
países existe uma abundância desse recurso, em outros a escassez leva milhões 
de pessoas a sobreviverem em condições sub-humanas. 
De toda a água existente em nosso planeta, cerca de 97,5% é salgada e 
apenas 2,5% é de água doce. Desses 2,5%, podemos estimar que a reserva de 
água doce do nosso planeta encontra-se distribuída da seguinte maneira: 
- 68,9% encontram-se congeladas nas calotas polares e nos cumes das altas 
montanhas; 
- 29,9% localizam-se no subsolo, como em aquíferos; 
- 0,9% em outros reservatórios, como nuvens, vapor d’água, etc; 
- 0,3%, apenas, estão disponíveis em rios e lagos. 
É justamente desse pequeno percentual, encontrado em rios e lagos, que 
toda a população mundial depende para sobreviver. 
O fato de a água possuir um ciclo de renovação através do processo de 
evaporação dos mares, rios e lagos, garante sua renovação, entretanto, este 
recurso vital à nossa sobrevivência está se esgotando. O principal problema está 
associado à relação entre o tempo necessário para essa renovação e o ritmo de 
exploração dos recursos hídricos. Para se ter ideia, de acordo com os dados da 
WBCSD (World Business Council for Sustainable Development), em 60% das 
cidades europeias com mais de 100.000 pessoas, a água subterrânea está 
sendo usada em um ritmo mais rápido do que pode ser reabastecida. 
Por essa razão, a escassez de água é um problema que já afeta quase 
todos os continentes, e de acordo com dados da FAO (Organização das Nações 
 
 
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Unidas para Alimentação e Agricultura), em 2025, cerca de 1,8 bilhão de pessoas 
estarão vivendo em países ou regiões com escassez de água absoluta. Além 
disso, mais da metade da população mundial poderia estar vivendo sob estresse 
hídrico, o que corresponde a um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de 
água em determinada região. 
(http://educacao.globo.com/geografia/assunto/geografia-fisica/agua-uso-e-problemas.html) 
 
Texto III 
 O nível dos reservatórios das usinas do subsistema 
Sudeste/Centro-Oeste, o mais importante, voltou a cair, refletindo forte consumo 
de energia e a estiagem deste verão. O nível atual é o mais baixo para esta 
época do ano desde 2001, quando o governo federal decretou racionamento de 
energia elétrica.(http://www.jornaldebrasilia.com.br/noticias/cidades/529989/baixa-nos-reservatorios-de-agua-e-
tema-da-charge-deste-sabado/) 
 
 Texto IV 
Contra crise hídrica, empresas captam chuva e até reciclam esgoto 
A crise hídrica que atinge principalmente a região Sudeste do país tem 
feito as indústrias, que consomem água em larga escala, buscarem soluções 
criativas em todo o processo produtivo para driblar o problema: seja reciclando 
esgoto ou investindo no uso de chuva. 
A prática de captar água da chuva, comum em casas, vem sendo adotada 
pela Volkswagen do Brasil, nas unidades de São Carlos, no interior de São 
Paulo, e de Santo Antônio do Pinhal, na região metropolitana de Curitiba. Por 
meio de calhas, a água é captada, filtrada, armazenada e depois segue para ser 
 
 
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resfriada. Nesse caso, ela é utilizada para reduzir a temperatura das 
máquinas. 
Se as chuvas forem muito intensas, é possível gerar a quantidade 
equivalente ao consumo médio diário da fábrica. É o caso da unidade Anchieta, 
em São Bernardo do Campo. De acordo com a montadora, a água também é 
utilizada nas descargas dos sanitários. 
Até o esgoto pode ser aproveitado. Uma das fábricas da montadora 
consegue enviar até 840 mil metros cúbicos de esgoto da empresa por ano para 
ser reciclado. De modo geral, com a ajuda da Sabesp, o material é tratado para 
depois ser utilizado em processos industriais de outras empresas da região de 
São Paulo. 
Outra medida que tem garantido a economia de cerca de 10 milhões de 
litros ao ano é a reutilização da água utilizada para testes de funcionamento da 
rede de incêndio. Segundo a Volkswagen, essa água também serve para esfriar 
equipamentos, como alicates de solda e compressores. 
Na comparação de 2014 com os números de 2010, a Volkswagen disse 
ter reduzido cerca de 11% no consumo de água por veículo produzido em suas 
quatro fábricas no país. 
(http://g1.globo.com/economia/crise-da-agua/noticia/2015/04/contra-crise-hidrica-empresas-
captam-chuva-e-ate-reciclam-esgoto.html) 
 
Texto V 
O Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) foi aprovado pelo 
Conselho Nacional de Recursos Hídricos - CNRH em 30 de janeiro de 2006, 
após amplo processo de planejamento participativo. É constituído pelos 
seguintes documentos principais: Síntese Executiva; Panorama e Estado dos 
Recursos Hídricos no Brasil (volume 1); 
 
 
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Águas para o Futuro - Uma Visão para 2020 (volume 2); Diretrizes 
(volume 3); Programas Nacionais e Metas (volume 4). 
Após a elaboração e aprovação do PNRH, iniciou-se a etapa de 
implementação, prioridade na Agenda do Ministério do Meio Ambiente, sendo 
que a atividade essencial é o desenvolvimento do documento denominado 
Estratégias de Implementação do Plano Nacional de Recursos Hídricos, cujo 
objetivo é definir como materializar o que foi proposto. 
A estrutura do PNRH apresenta-se organizada em quatro 
componentes principais, subdivididos em treze programas, dos quais sete são 
subdivididos em trinta subprogramas. Essa organização levou em conta a 
afinidade de temas e sua relação orgânico-institucional, visando não somente a 
integração temática, mas a de esforços e recursos. 
O primeiro componente encerra ações programáticas voltadas para o 
ordenamento institucional da gestão integrada dos recursos hídricos no Brasil 
(GIRH), bem como para os instrumentos da política de recursos hídricos, além 
de ações de capacitação e comunicação social. O segundo componente aborda 
as articulações intersetoriais, interinstitucionais e intra-institucionais, centrais 
para efetividade da gestão integrada dos recursos hídricos, tratando de temas 
relacionados aos setores usuários e aos usos múltiplos dos recursos hídricos. 
O terceiro componente expressa ações em espaços territoriais cujas 
peculiaridades ambientais, regionais ou tipologias de problemas 
relacionados a água conduzem a um outro recorte, onde os limites não 
necessariamente coincidem com o de uma bacia hidrográfica, e que 
necessitam de programas concernentes à especificidade de seus problemas 
(Situações Especiais de Planejamento). 
O quarto componente resulta da necessidade de promover avaliações 
sistemáticas do processo de implementação do PNRH e do alcance de seus 
 
 
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resultados, visando apoiar as atualizações e mudanças de orientações que se 
fizerem necessárias. 
ANA e SRH se empenharam em estabelecer um Grupo de Trabalho de 
Coordenação e Execução do Plano (GTCE) para cumprir os compromissos 
assumidos com a aprovação do mesmo. Para tanto, ao longo de 2006, a ANA e 
a SRH elaboraram o documento Estratégia de Implementação do PNRH, o qual 
foi aprovado pelo CNRH na última reunião de 2006. Desenvolveram também o 
Sistema de Gerenciamento Orientado para os Resultados do PNRH - SIGEOR. 
(http://www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/planejamento/planoderecursos/pnrh.aspx)

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