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Catolicismo_Romano_uma_Analise_Critica

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Apresentação ao Leitor 
 
Na data de publicação exata deste sermão, 31 de outubro de 2017, 
comemoramos 500 anos de Reforma Protestante. A data claramente é 
um símbolo do movimento, que de fato ganhou volume e corpo após o 
celebre acontecimento. Desde então, milhares de homens, mulheres e 
crianças foram libertas das trevas em que estavam afogadas para a Luz 
da Palavra. Grande parte do negrume por qual estavam envoltos, a 
ignorância bíblica, foi produto e culpa direta do catolicismo romano. 
 
Daqueles tempos para cá, e principalmente em nosso presente século, 
muitos crentes, igrejas e congregações inteiras, deixando para traz 
doutrinas bíblicas e desejosos de mais uma vez abraçar as heresias de 
Roma, negam os próprios baluartes e baixam a guarda da Verdade do 
Evangelho. Os tais diluem as Boas-Novas de Jesus Cristo, como que 
redescobertas à época da Reforma, em troca de aplausos de homens e 
consolos superficiais. 
 
Martin Lloyd-Jones não era assim. O grande pregador galês da segunda 
metade do século XX, em plena era do movimento ecumênico e dos 
apelos sedutores de Roma para uma “abertura” ao mundo, não se 
deixou enganar. Neste sermão, pregado em 1963, ele se declarou clara e 
abertamente contra as doutrinas romanas, já intensamente combatidas 
por seus antepassados reformadores e puritanos. 
 
O Dr. Lloyd-Jones neste texto é claro e direto. Tudo que afirma tem 
base nas Escrituras e nas próprias doutrinas católicas, que permanecem 
as mesmas desde sempre (contrário ao que muitos evangélicos, até hoje, 
parecem acreditar). Roma pode ter mudado exteriormente, mas 
continua doutrinariamente condenando o protestantismo como heresia 
perniciosa, ainda que o atual Papa Francisco aparentemente não “se 
lembre” disso. 
 
As notas de rodapé não existem no texto original, mas decidi elaborá-las 
com duas intenções primordiais: contextualizar o texto à época em que 
foi produzido para o leitor atual e demonstrar onde, como e por que o 
ensino católico romano ensina os argumentos refutados por Lloyd-
Jones. Utilizei como fontes primárias o endereço do próprio Vaticano, 
sempre que possível; não sendo, domínios digitais renomados do 
catolicismo romano. Os principais materiais utilizados como fonte 
foram o Catecismo da Igreja Católica e as resoluções dos Concílio 
de Trento, Concílio Vaticano I e Concilio Vaticano II, com suas 
constituições e cartas dogmáticas. Concentrei-me neles por serem os de 
maior autoridade dentro do magistério universal da igreja romana; além 
do mais, sendo estes mais claros, ganham maior peso. 
 
Algumas notas são longas por conta do conteúdo, pois preferi citar o 
máximo de conteúdo possível, a fim de evitar más interpretações dos 
dogmas católicos romanos por culpa de frases soltas ou fora de 
contexto. 
 
É necessário reforçar que apontei as fontes com cuidado desejoso de 
ser fiel ao que as doutrinas católicas declaram, e para não poder ser 
acusado de falso testemunho ou interpretações errôneas. Alguns 
apontamentos, porém, que não tratam especificamente de uma doutrina 
são textos escritos por reformadores e pastores. Inseri-os objetivando 
estabelecer alguns pontos (principalmente no que diz respeito ao tema 
da idolatria). 
Que nesses tempos frouxos em que vivemos mais pessoas se levantem 
corajosamente como o Dr. D. Martin Lloyd-Jones, para que a Verdade 
do Evangelho de Jesus Cristo seja pregada em ousadia, pureza, 
fidelidade e dependência do Espírito Santo, em todos os lugares da 
terra, para Sua glória. Que Deus dê olhos para enxergar e ouvidos para 
ouvir. Que ninguém se escandalize com as palavras do Dr., mas, lendo-
as, seja levado ao arrependimento e fé somente em Jesus Cristo, por 
Graça. 
 
Armando Marcos 
Criador e editor chefe de Projeto Castelo Forte 
Outubro de 2017, 500° ano da Reforma Protestante 
 
 
 
Catolicismo 
Romano 
 
 Uma Análise Crítica 
 
Sermão proferido em Maio de 1963 por 
Dr. D. Martin Lloyd-Jones 
Na Capela de Westminster, Londres 
(Com notas de rodapé elaboradas por Armando Marcos) 
 
 
 
 
 
 
 
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais 
estar firmes contra as astutas ciladas do diabo. (Efésios 
6:11). 
 
Certas coisas que vêm ocorrendo em nossos dias exigem de 
cada cristão inteligente, imperativamente, determinado 
conhecimento sobre o Catolicismo Romano1. 
 
Movimentos em andamento e encontros sendo organizados 
tentam promover a reaproximação entre o catolicismo romano e o 
protestantismo. Há pessoas se alegrando por isso e dizendo que será 
maravilhoso caso voltemos à união, se nos unirmos novamente, e 
que cooperarmos em certos aspectos será uma bela manifestação do 
espírito cristão. 
 
Ora, afirmativas assim fazem com que seja imperativo 
entendermos o que está acontecendo; além de quê, conforme 
olhamos para o futuro, o quadro torna-se cada vez mais urgente, 
dado que existem determinadas possibilidades a serem encaradas de 
modo realista. Percebo, ao olhar para as estatísticas, que, caso esta 
propensão atual continue, logo teremos uma maioria católica. 
Portanto, se prosseguirmos com o princípio democrático de decidir 
nossa forma de governo pelo número de cabeças presentes, em 
breve, passaremos a ter uma maioria católica romana. Não é difícil 
de antever certas possibilidades que resultarão do que vem 
ocorrendo em nossos dias. A verdade é que tudo isso poderá 
 
1 Devemos nos lembrar de que à época em que esse sermão foi pregado dava-se início ao Concilio 
Vaticano II. 
acontecer até mesmo neste país, dentro de alguns anos. Portanto, 
sob todos os pontos de vista, torna-se imperativo enxergar o curso 
dos acontecimentos e abrir os olhos para os fatos, os grandiosos 
fatos que estão nos confrontando. 
 
Quer gostemos ou não, trata-se de algo que precisamos fazer. 
Pessoalmente falando, eu jamais o havia feito antes. Não pertenço a 
qualquer “sociedade protestante”. Jamais subi nesse tipo de tribuna. 
Minha posição tem sido sempre a de que a única e definitiva 
resposta para o catolicismo romano é a pregação positiva da Verdade 
cristã e das grandes doutrinas da reforma. Nada, além disso, foi 
capaz, e nada senão isso será capaz algum dia de lidar com a igreja 
católica romana. Protestos negativos, a meu ver, resultam em 
praticamente nada; eles persistem desde tempos e até hoje. Mas a 
verdade é que o corpo romano está crescendo praticamente no país 
todo, enquanto todos os nossos protestos negativos vêm sendo de 
valor nenhum. 
 
Minha opinião é que o crescimento do catolicismo romano se 
deve a uma única coisa, a saber, ao protestantismo fraco e flácido 
que desconhece aquilo em que crê. E é por isso que dedico meu 
tempo entregando um ensino positivo. Agora, nosso texto me obriga 
a tratar dos seguintes assuntos: “as astutas ciladas do diabo”, a 
atividade dos principados e potestades, os príncipes das trevas deste 
século, e as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais [cf. 
Efésios 6:12]. 
 
Muito bem, e assim o que encontramos? Deixe-me fazer 
abundantemente claro que eu não estou, aqui, interessado em tratar 
com pessoas, individualmente falando. É óbvio que existem pessoas 
católicas romanas e, ao mesmo tempo, cristãs. Você pode ser um 
cristão e, também, um católico romano. Meu objetivo, em sua 
integralidade, é tentar demonstrar que essas pessoas são cristãs 
apesar do sistema eclesiástico em que estão inseridas, e não em 
razão dele. Sejamos, de toda forma, claros sobre o seguinte: é 
possível que uma pessoa seja cristã, não obstante dentro da igreja 
católica romana. 
 
Não estou considerando as pessoas, individualmente falando, 
nem o assunto pelo ponto de vista político. Claro, nem por um 
momento quero aparentemente dizer que o aspecto político não seja 
importante; afinal, acabo de dar evidências de como ele pode ser de 
enormeimportância. Conhecemos o registro histórico desta 
instituição chamada igreja católica romana e sabemos o que 
acontece politicamente falando; sabemos que ela alega ser um poder 
político e, portanto, até mesmo sob este aspecto o que se trata aqui 
seria importante. Porém, não é com isso que eu me preocupo agora. 
Parece-me que esse seria um trabalho para o cristão comum, leigo, e 
para o estadista cristão. Ao invés disso, o que mais me preocupa é o 
aspecto espiritual, pois foi para este que o apóstolo direcionou 
nossas mentes. 
 
 
A Ortodoxia Romana 
 
Ora, para o que estamos olhando? Estamos olhando para um 
sistema, conhecido como catolicismo romano, e eu não hesitaria em 
afirmá-lo como sendo a maior obra-prima do diabo! Este sistema 
está de tal modo afastado da fé cristã e do ensino do Novo 
Testamento que eu não hesitaria em, a uma só voz com os 
reformadores do século 16, descrevê-lo como [uma] “apostasia”. 
 
Sejamos claros aqui. Nós definimos apostasia como uma 
espécie de afastamento absoluto e completo da fé cristã. “Ora”, 
alguns dirão, “o senhor está falando isso da igreja católica romana?” 
Precisamos ser cuidadosos agora. Quando dizemos que o catolicismo 
romano é apostasia, precisamos esclarecer em qual sentido esta 
afirmação é verdadeira. 
 
Deixe-me dizer, portanto, que não se trata de uma simples 
questão sobre “negação” da Verdade; mas, antes, de um acréscimo, 
atitude tal que, por fim, resulta num afastamento do que é 
verdadeiro. Deixem-me explicar, pois é justamente aqui onde entra 
toda a sutileza e onde os ardis do diabo ganham espaço. Em certo 
sentido, se observada descuidadamente, a igreja católica romana 
poderá parecer a mais ortodoxa do mundo. Quando considerada a 
Pessoa do Senhor Jesus Cristo, não há dúvidas sobre a ortodoxia da 
igreja católica romana. É uma instituição que acredita que Jesus de 
Nazaré foi o Filho Eterno de Deus; acredita no nascimento virginal; 
acredita na Encarnação; acredita em Seus milagres; acredita em Sua 
obra substitutiva na Cruz e em Sua ressurreição física e Ascenção. 
Não há dúvida sobre isso. 
 
Acerca da questão sobre a Pessoa de nosso Senhor, a igreja 
católica romana é absolutamente ortodoxa (ai! de nós, e, penso por 
vezes, até mais ortodoxa do que a maioria dos protestantes). É isso 
que torna esta instituição tão aterradora. Do mesmo modo, quando 
se trata da Obra de nosso Senhor, não existe qualquer dúvida sobre a 
ortodoxia católica romana. No que diz respeito ao princípio da graça, 
é um de seus dogmas mais centrais. Quanto à inspiração e 
autoridade divinas da Escritura Sagrada, ela as confirma e crê que a 
Bíblia seja a Palavra de Deus. Mas novamente, e ai! de nós por isso, 
muito mais do que a maior parte dos protestantes. 
 
Sendo assim, se a observarmos meramente por um prisma 
mais genérico, concluiremos que o catolicismo romano é o corpo 
mais ortodoxo na face da terra. Mas é exatamente nesse ponto que 
reside a argúcia e surgem as dificuldades. A tudo ela acrescenta um 
“adicional”, um “a mais”de coisas totalmente não escriturísticas e 
completamente passíveis de condenação, as quais, a bem da 
verdade, passam a ser uma negação da Escritura. Por fim, esta igreja 
nos coloca numa situação em que, caso aceitemos seus ensinos, 
estaremos acreditando numa mentira! Em outras palavras, seus 
dogmas são uma falsidade e ela é, conforme as Escrituras declaram, 
“a grande prostituta”! 
 
 
A sutileza de Roma 
 
Ora, este assunto é extremamente sutil, mas estamos 
justamente tratando, aqui, da sutileza, das “astutas ciladas do 
diabo”. Se você realmente deseja saber algo a respeito de sutilezas, 
leia a literatura da igreja católica romana2. Ela consegue aparentar 
todas as coisas a todos os tipos de homens e mulheres, tudo a todos. 
Seu sistema é tão vasto e sua sutileza, tão grande que por pouco 
aparenta ser deveras inexpugnável. Vocês devem ter-se apercebido 
disso. 
 
Tomo um exemplo ao acaso. Vocês já devem tê-lo percebido 
muitas vezes. Ouve-se dizer que a igreja católica romana não admite 
o divórcio, e quando um de seus membros divorcia-se, ele deve ser 
excomungado. Mas, logo em seguida, quando de repente lemos nos 
jornais a respeito do divórcio de um homem ou mulher católicos e 
pertencentes à nobreza, questiona-se: “como isso pôde acontecer?”. 
 
Ah, sim, sim, eles conseguem explicar muito bem o ocorrido. 
Afirmam que aquele casamento nunca foi, na realidade, um 
casamento legítimo. Eles podem explicar qualquer coisa, não há 
dificuldade alguma no caminho. Seu sistema de casuística e seus 
argumentos são desenvolvidos de tal maneira que ela parece estar 
atirando em todas as direções, ao mesmo tempo. 
 
2 Os melhores materiais para se conhecer de fato as doutrinas católicas romanas são seu “Catecismo da 
Igreja Católica” e suas diversas encíclicas, bulas e concílios (material citado em abundância nesta obra). 
As Muitas Faces de Roma 
 
Aplicando de outro modo, quantas faces a igreja católica 
romana tem na verdade? Vejamos. Observem-na aqui na Inglaterra, 
depois na Irlanda do Norte e na Irlanda do Sul. Vejam-na nos 
Estados Unidos e, em seguida, percebam-na nos países da América 
Latina; após isso, provavelmente vocês não acreditarão que se trata 
da mesma instituição. Observem-na em países como a Espanha e a 
Itália e em outros países semelhantes e vejam o contraste em que ela 
aparece com relação à Alemanha e a outro país semelhante; 
comparem-nas e vejam como a diferença é gigantesca. Vocês não 
imaginariam se tratar da mesma instituição. Mas são. Ela pode 
mudar de cor, aparência e forma, sendo, como eu disse, todas as 
coisas para todos os homens em todos os lugares: ela é tudo. 
 
Vocês se lembram de que o apóstolo nos disse que uma das 
características do próprio diabo é que ele pode transformar-se em 
anjo da luz. Do mesmo modo, essa igreja também consegue fazê-lo. 
Não há limites, não há um fim para os vários "disfarces" com os 
quais ela pode aparecer trajada. 
 
No país em que estamos, ela se mostra altamente intelectual, 
encorajando as pessoas à leitura da Bíblia; já em outras nações, ela 
proíbe que os seus membros tornem-se intelectuais e leiam a Bíblia, 
a fim de ali encorajar, deliberadamente, a superstição. Aqui ela 
parece tolerante, pronta a ouvir e a argumentar e a ceder pontos e a 
ser amistosa. Entretanto, nos países não desenvolvidos, ela já é 
absolutamente intolerante, cruel e vil em seu desvelo perseguidor. 
Mesmo assim, continua sendo o mesmo corpo, a mesma instituição e 
o mesmo povo, os mesmos frequentadores, a mesma membresia. 
Com esta evidência é que me baseio para afirmar que ela é, sem 
dúvida, a obra-prima do diabo. 
 
Temos aqui um grande corpo, uma instituição que, de tempos 
em tempos, através dos séculos, continua agindo assim, como dizem 
as Escrituras, manifestando “as ciladas do diabo”, com toda a 
sutileza “e com todo o engano da injustiça” que lhe são costumeiros. 
Tudo isso é profetizado na bíblia de forma clara e direta, profecias 
estas que podem ser encontradas na segunda epístola de Paulo aos 
tessalonicenses. (Esta não é a única explicação para essa passagem, 
mas, ainda assim, uma delas.) Talvez vocês já considerem esse 
sistema como que elevado à nona potência, justamente o que ele já 
vem fazendo há tempos. Vocês podem também vê-lo retratado na 
segunda besta do capítulo 13 do livro de Apocalipse, e eu suponho 
que ele também aparece no capítulo 17, na imagem da "grande 
prostituta" sentada nos sete montes, como sempre fez e 
invariavelmente Roma faz. 
 
Todo esse sistema se mostrou assim ao longo da história, e 
sempre da mesma forma, de tal modo, e tanto, que em determinada 
época monopolizou basicamente toda a igreja cristã. Ele chegou 
vagarosa e sutilmente, a fim de construir um caminho, para, 
finalmente, ter controle terminante.O que a igreja católica tem feito e como ela tem agido? Seriam 
precisos meses para este assunto ser tratado adequadamente. Estou 
preocupado neste único sermão em oferecer apenas algumas linhas 
principais comprovando que minha discórdia se faz verdadeira. 
Portanto, dividirei o sermão em três “partes” principais: 
 
1. Idolatria e Superstição 
 
Este primeiro ponto é para demonstrar a forma como a igreja 
católica romana tem sido culpada de introduzir idolatria e 
superstição. Ora, não existe coisa alguma mais condenada na 
Escritura do que a “idolatria”3. Não devemos fabricar “imagens 
esculpidas”4. Mas a igreja católica romana está repleta de imagens e 
ensina seu povo a adorar os ídolos5. Eles adoram todo tipo de 
 
3 Alguns exemplos de condenação à idolatria: Êxodo 20; Levítico 19:4; Deuteronômio 27:15; Salmos 
115:4-8; Isaías 42:8, 45:2; I Corinitios 10:7; I João 5:21, entre tantos outros. Martin Lloyd-Jones, aqui, 
trata da questão mais “material” dos ídolos na igreja católica romana, mas também pode ser visto de 
forma mais ampla. Ken Sande, citado por C. J. Mahaney, diz “Em termos bíblicos, um ídolo é alguma 
outra coisa, que não Deus, na qual empregamos nosso coração (Lc. 12:29, 1 Co. 10:6), que nos motiva (1 
Co. 4:5), que nos controla ou governa (Sl. 119:133), ou a qual servimos (Mt. 6:24)”. 
FONTE: <http://www.monergismo.com/textos/pecado_tentacao/idolatria_mahaney.htm>. 
4 Êxodo 20:4: Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos 
céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 
5 A igreja católica romana diferencia os termos “Latria” (do grego latreou, “adorar”) como culto 
direcionado devida e unicamente a Deus (i. e. a Trindade como um todo) dos termos “Dulia” (do grego 
douleuo, “venerar” ou “honrar”), prestada aos santos em geral, e “Hiperdulia”, uma especial e 
preeminente veneração, prestada a Maria em particular. Na Constituição Dogmática Lumem Gentium 
do Concilio Vaticano II, diz-se sobre o culto de hiperdulia a Maria: “Este culto, tal como sempre existiu 
na Igreja, embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração, que se presta por 
igual ao Verbo encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo, e favorece-o poderosamente. Na verdade, as várias 
formas de piedade para com a Mãe de Deus, aprovadas pela Igreja, dentro dos limites de sã e recta 
doutrina, segundo os diversos tempos e lugares e de acordo com a índole e modo de ser dos fiéis, têm a 
virtude de fazer com que, honrando a mãe, melhor se conheça, ame e gloria fique o Filho, por quem tudo 
existe (cfr. Col. 1, 15-16) e no qual «aprouve a Deus que residisse toda a plenitude» (Col. 1,19), e também 
melhor se cumpram os seus mandamentos.”. Nota-se claramente que a igreja católica romana, ao inserir 
Maria em tal posição, divide a glória de Cristo indevidamente, sendo assim idolátrica, pois a insere e os 
santos numa posição “irregular”, por assim dizer. 
http://www.monergismo.com/textos/pecado_tentacao/idolatria_mahaney.htm
imagens, estátuas, formas e representações6. Quem já visitou uma de 
suas grandes catedrais deve ter visto pessoas cometendo esse tipo de 
idolatria. 
 
Vá à Catedral de São Pedro (em Roma), e perceba como lá está 
erigida uma estátua do apóstolo Pedro e veja como os dedos do pé da 
imagem estão lisos e gastos. Mas por quê? Muitos católicos romanos, 
pobres vítimas deste sistema, têm ali passado beijando seus artelhos. 
As pessoas se ajoelham com reverência e adoram imagens, estátuas e 
relicários. Elas afirmam possuir relíquias de determinados santos, 
como pedacinhos de ossos e coisas por eles usadas, colocando-os em 
lugares especiais e, ajoelhadas, adorando-os. Isto é nada mais do que 
pura idolatria7. Não há nada nas Escrituras, Novo e Velho 
 
6 A igreja católica, tanto no ocidente (sob Roma) quanto no oriente (sob Constantinopla) aceitou o uso 
de imagens, estátuas e ícones aproximadamente entre os séculos V e VI. Especula-se que este costume 
advém das honrarias dadas aos mártires cristãos, ou que foi simplesmente uma adaptação das 
adorações idolátricas dos pagãos recém-convertidos. No século VIII, porém, os imperadores do oriente 
deram apoio a movimentos contrários à veneração de imagens e ícones, fato que levou ao chamado 
movimento iconoclasta (termo que significa “quebrador de ícones, imagens”). Chegar a esse ponto 
dependeu muito do ânimo do imperador bizantino da época, e só teve fim no II Concilio de Niceia, que 
condenou os iconoclastas como hereges, estipulando regras e incentivos ao uso de imagens, ícones, 
estátuas. Nas igrejas ortodoxas do oriente, os ícones são a norma, e não se aceitam estátuas. Não 
obstante, a ideia de veneração é a mesma. 
7 João Calvino, nas Institutas da Religião Cristã, declara “Por isso, quando os homens, na forma de 
imagens, fazem uma representação tanto de Deus quanto da criatura e prostra-se diante dela para 
venera-la, é porque já foi fascinado por certa superstição. Foi por essa razão que o Senhor proibiu não 
somente levantar-se estátuas modeladas para representa-lo, mas proibiu consagrarem-se gravuras de 
qualquer espécie, para serem usadas como objetos de adoração. Pela mesma razão, também, no 
preceito da Lei, junta-se outra parte a respeito da adoração dessas representações, pois tão logo foi 
inventada essa forma visível de Deus, o passo seguinte foi o de atribuir-lhe poder, Os seres humanos são 
néscios a tal ponto, que identificam Deus com tudo o que o representa, e, por isso, não pode acontecer 
outra coisa senão adorarem a essa representação de Deus! É supérfluo discutir se simplesmente se 
adora o ídolo ou se se adora a Deus no ídolo, pois, seja qual for o pretexto, quando se proporcionam 
honras divinas a um ídolo, é sempre idolatria. E pelo fato de Deus não querer ser cultuado de maneira 
supersticiosa, recusa-se a Ele aquilo que se oferece aos ídolos”. 
FONTE: <http://www.monergismo.com/textos/jcalvino/abominavel_calvino.htm>. 
http://www.monergismo.com/textos/jcalvino/abominavel_calvino.htm
Testamentos, tão condenado quanto a idolatria; não obstante, o 
catolicismo romano a encoraja com deliberação8. 
 
2. Roma interpõe-se entre a alma e Jesus 
Cristo 
 
A segunda grande acusação contra a igreja católica romana é 
de que todo o seu sistema e ensinamento interpõe-se entre o homem 
e o Senhor Jesus Cristo. Trata-se da acusação mais terrível, de várias 
formas. Por exemplo, a própria igreja romana interpõe-se entre nós 
e o Senhor Jesus Cristo. Ela se afirma essencial à salvação9. “Fora da 
Igreja (extra ecclesiam) não há salvação”10 (nulla salus). Ela se faz 
absolutamente indispensável. Ela interpõe-se entre a minha alma e o 
Senhor Jesus Cristo. Ela arroga esta posição para si mesma. Você 
não conseguirá encontrar nada parecido no Novo Testamento, mas 
 
8 Martin Lloyd-Jones concorda plenamente com J. C. Ryle, que afirmou: “Sim, a idolatria é um dos mais 
clamorosos pecados dos quais a Igreja de Roma é culpada. Digo isso com pleno reconhecimento de 
nossas falhas como protestantes, inclusive não pouca idolatria em nossas fileiras. Mas quando falamos 
de idolatria formal, reconhecida e sistematizada, francamente devemos falar de catolicismo romano. 
Idolatria é ter imagens e retratos de “santos” nas igrejas e reverenciá-los sem base nem precedente 
algum para isso nas Escrituras. Portanto, afirmo que há idolatria na Igreja de Roma. Idolatria é invocar a 
virgem Maria e aos santos e dirigir-se a eles utilizando uma linguagem que nas Escrituras é reservada 
somente para a Santíssima Trindade. Portanto, afirmo que há idolatria na Igreja de Roma. Idolatria é 
inclinar-se diante de coisas materiais e atribuir a elas um poder e uma santidade muito superiores aos 
que eram atribuídos, por exemplo, à arca da aliança ou ao altar de sacrifíciosdo Antigo Testamento; e 
um poder e uma santidade completamente alheios à Palavra de Deus. Portanto, afirmo que há idolatria 
na Igreja de Roma”. FONTE: <http://www.projetoryle.com.br/idolatria/>. 
9 De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, “776. Como sacramento, a Igreja é instrumento de 
Cristo. «É assumida por Ele como instrumento da redenção universal» (202), «o sacramento universal da 
salvação» (203)”, arrogando para si a posição de único canal para a salvação de todos. 
10 Conforme suas doutrinas oficiais, o IV Concílio de Latrão (1215) afirma: Canon I: “[...] Há apenas uma 
Igreja universal dos fiéis, fora da qual absolutamente ninguém é salvo [...] Canon III: “Nós 
excomungamos e anatematizamos toda heresia erguida contra a santa, ortodoxa e Católica fé sobre a 
qual nós, acima, explanamos”. E no Catecismo da Igreja Católica diz-se “168 – Pode alguém salvar-se 
fora da Igreja Católica, Apostólica, Romana? RESPOSTA: Não. Fora da Igreja Católica, Apostólica, 
Romana, ninguém pode salvar-se, como ninguém pôde salvar-se do dilúvio fora da arca de Noé, que era 
figura desta Igreja.” FONTE: <http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/foradaigreja/>. 
http://www.projetoryle.com.br/idolatria/
http://www.montfort.org.br/bra/veritas/igreja/foradaigreja/
encontra na igreja católica romana. Ela somente sabe o que é a 
Verdade; ela a descreve e ela e somente ela pode e consegue defini-la 
e interpretá-la11. 
 
Já em completa contrapartida, o protestantismo, obviamente, 
ensina o “sacerdócio universal dos crentes” e o direito de cada 
pessoa ler sozinho as Escrituras e interpretá-la sob a iluminação do 
Espírito Santo12. Roma nega tudo isso, completa e terminantemente. 
Ela, e ela somente, é capaz de entender e interpretar a Escritura, e é 
ela quem deve dizer-nos no que devemos acreditar13. 
 
2.1. Acréscimos à Escritura 
 
A Igreja Católica Romana diz o que diz, em parte, porque 
afirma ter recebido uma “revelação contínua”. Ela não acredita, 
 
11 De acordo com a “Dei Verbum”, documento elaborado e sancionado pelo Papa Paulo VI no Concílio 
Vaticano II, considerado atualmente a principal regra sobre a relação da Bíblia, tradição e magistério na 
Igreja Católica Romana, diz-se “Com efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está 
sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a 
palavra de Deus”. 
FONTE: <http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-
ii_const_19651118_dei-verbum_po.html>. 
Adendo: é interessante notar como o atual Papa Francisco reconfirmou esse ensinamento em 2013 ao 
afirmar que “a interpretação das escrituras não pode ser apenas um esforço intelectual individual, mas 
deve ser sempre confrontado, inserido e autenticado pela tradição viva da Igreja”. 
FONTE: <http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/papa-francisco-diz-que-apenas-igreja-e-capaz-
de-interpretar-escrituras.html>. 
12 Na “Exortação ao Conhecimento da Sagrada Escritura”, escrita por Thomas Cranmer no “Livros das 
Homilias”, declara-se: “Uma exortação à leitura e exame diligentes das Sagradas Escrituras. Rejeitem a 
corrupção dos homens carnais, os quais somente se preocupam com o seu exterior. Ouçam e leiam de 
modo reverente as Sagradas Escrituras, as quais são o alimento da alma (Mateus 4.4). Busquem 
diligentemente a fonte da vida no Antigo e no Novo Testamentos, e não se vá para os poços fétidos das 
tradições dos homens em busca de justificação e de salvação.” 
FONTE:<http://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/03/exortacao-ao-conhecimento-das-sagradas-
escrituras-parte-1-reforma-500/>. 
13 Conferir a nota <4> sobre o assunto. 
http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19651118_dei-verbum_po.html
http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19651118_dei-verbum_po.html
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/papa-francisco-diz-que-apenas-igreja-e-capaz-de-interpretar-escrituras.html
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/04/papa-francisco-diz-que-apenas-igreja-e-capaz-de-interpretar-escrituras.html
http://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/03/exortacao-ao-conhecimento-das-sagradas-escrituras-parte-1-reforma-500/
http://voltemosaoevangelho.com/blog/2017/03/exortacao-ao-conhecimento-das-sagradas-escrituras-parte-1-reforma-500/
como os protestantes afirmam, que toda a revelação cessou com o 
que temos no Novo Testamento. Ela reivindica uma revelação 
contínua e continuada e, por isso, não hesita em afirmar que você 
deve acrescentar ensinamentos vários à Verdade das Escrituras. Ao 
dizer que a Bíblia é a Palavra de Deus, a igreja católica romana 
afirma que a tradição por ela criada e acrescentada é coigual em 
autoridade e igualmente peremptória14. E é assim que ela se afasta 
da bíblia, a saber, tomando-a e declarando acréscimos e tradições 
que negam o próprio ensino bíblico. É aqui que a sutileza toma 
lugar.15 
 
No final das contas, a igreja romana exige de nós fidelidade e 
submissão totalitárias, arrogando para si o direito de governar 
nossas crenças e ações. Ela, afinal, afirma ser responsável por nossas 
almas e por nossa salvação. Portanto, faz-se mister submetermo-nos 
completa e absolutamente, sem reservas, ao que ‘A Igreja’ nos diz e 
àquilo que nos concede como ensinamento. Ela possui um sistema 
totalitário. Não há dúvidas de que ela prenda a alma de seu povo por 
completo, tanto quanto o comunismo e Hitler fizeram em seus 
sistemas horrendos. Vê-se, aqui, um sistema totalitário. A igreja é 
suprema e, assim, interpõe-se entre nós e o Senhor Jesus Cristo. 
 
 
14 De acordo com a “Dei Verbum”: “9. A sagrada Tradição, portanto, e a Sagrada Escritura estão 
ìntimamente unidas e compenetradas entre si. Com efeito, derivando ambas da mesma fonte divina, 
fazem como que uma coisa só e tendem ao mesmo fim.” 
15 Nas palavras de “Dei Verbum”, “Esta tradição apostólica progride na Igreja sob a assistência do 
Espírito Santo”. E por conta de ser pela tradição que a Igreja, com seu magistério, interpreta as 
Escrituras, ela alega poder “avançar” através das eras nas coisas que o Espírito Santo viria a revelar (em 
uma interpretação errônea de João 14). Quanto à tradição ser tão vinculativa quanto a Escritura, a “Dei 
Verbum” afirma “que ambas – Escrituras sagradas e tradição – devem ser recebidas e veneradas com 
igual espírito de piedade e reverência”. 
2.2. O Papado 
A segunda manifestação e consequência lógica desse tipo de 
totalitarismo é o Papa, com todo o ensinamento sobre sua figura. A 
igreja católica romana o afirma como “Vigário de Cristo”16, o 
descendente espiritual direto do Apóstolo Pedro17 (“Sucessão 
Apostólica”), aquele que retém toda a sua autoridade. Ora, não me 
permito distrair-me com indagações sobre a posição que esta 
instituição atribui ao próprio Pedro; ao invés disso, afirmo que é este 
o seu credo, a saber, esta pessoa, a quem eles chamam de Santo 
Padre (a despeito de as Escrituras ensinarem precisamente que não 
devemos chamar a ninguém neste mundo de “Pai”, pois o único Pai é 
o Pai que está nos céus)18, é seu Santo Pai, o Vigário de Cristo. A 
igreja católica romana diz ainda que quando o papa declara algo de 
modo “excatedra”, durante os concílios entre cardeais, ele 
permanece “infalível”. Esta doutrina foi definida em 1870, embora 
nela acreditassem bem antes.19 
 
16Vigário de Cristo (em latim, Vicarius Christi). Um vigário é um servo que representa um superior, 
administrando a posição no lugar do verdadeiro soberano; aos sinônimos inclui-se “representante” ou 
“enviado”. 
17 O Catecismo da Igreja Católica declara: “869. A Igreja é apostólica: está edificada sobre alicerces 
duradouros, que são «os Doze apóstolos do Cordeiro»; é indestrutível;é infalivelmente mantida na 
verdade: Cristo é quem a governa por meio de Pedro e dos outros apóstolos, presentes nos seus 
sucessores, o Papa e o colégio dos bispos” e também “882. O Papa, bispo de Roma e sucessor de S. 
Pedro, «é princípio perpétuo e visível, e fundamento da unidade que liga, entre si, tanto os bispos como a 
multidão dos fiéis». Com efeito, em virtude do seu cargo de vigário de Cristo e pastor de toda a Igreja, o 
pontífice romano tem sobre a mesma Igreja um poder pleno, supremo e universal, que pode sempre 
livremente exercer»”. 
18 O título de “Santo Padre” é comumente utilizado conjuntamente ao termo “Sua Santidade”. Não há 
registros sobre qualquer motivo especial para se utilizar esse tratamento senão uma atitude “carinhosa” 
(ou, talvez, uma “submissão além da conta”) para com o bispo de Roma. 
19 A infalibilidade do Papa foi promulgada pelo Concílio Vaticano I, “1839. Por isso Nós, apegando-nos à 
Tradição recebida desde o início da fé cristã, para a glória de Deus, nosso Salvador, para exaltação da 
religião católica, e para a salvação dos povos cristãos, com a aprovação do Sagrado Concílio, ensinamos 
e definimos como dogma divinamente revelado que o Romano Pontífice, quando fala ex cathedra, isto é, 
quando, no desempenho do ministério de pastor e doutor de todos os cristãos, define com sua suprema 
autoridade apostólica alguma doutrina referente à fé e à moral para toda a Igreja, em virtude da 
assistência divina prometida a ele na pessoa de São Pedro, goza daquela infalibilidade com a qual Cristo 
quis munir a sua Igreja quando define alguma doutrina sobre a fé e a moral; e que, portanto, tais 
declarações do Romano Pontífice são por si mesmas, e não apenas em virtude do consenso da Igreja, 
A partir de então, conforme definido, os seus pronunciamentos 
passaram ao patamar da infalibilidade, considerados tão infalíveis 
quanto a própria Palavra de Deus e o próprio Senhor Jesus, pois, 
afinal, ele é o Vigário, o representante de Cristo na terra. Percebam, 
o poder da igreja está encabeçado por este único homem, que, de 
acordo com 2 Tessalonicenses 2, fala “como sendo Deus”. O papa é 
adorado pelas pessoas; elas se ajoelham diante dele, expressando um 
sentimento de adoração que somente deve ser dirigida senão ao 
Deus Todo-Poderoso20. 
 
2.3. O Sacerdócio 
 
A terceira cilada encontrada no catolicismo romano é a do 
sacerdócio católico. Os sacerdotes da igreja católica romana são 
pessoas muito especiais, uma vez que o “sacerdócio universal dos 
crentes” não faz parte de seu credo. As únicas pessoas consideradas 
sacerdotes são os homens que ela mesma treinou e ordenou, os 
quais recebem uma parte de sua autoridade proveniente da 
“Sucessão Apostólica”21. De encontro, no entanto, 1 Pedro 2:9 nos diz 
 
irreformáveis. 1840. [Cânon]: Se, porém, alguém ousar contrariar esta nossa definição, o que Deus não 
permita, - seja excomungado.”. 
FONTE: <http://www.montfort.org.br/bra/documentos/concilios/vaticano1/>. Tecnicamente, essa 
prerrogativa foi usada oficialmente apenas em 1950 quando ocorreu a proclamação do Dogma da 
Assunção de Maria. Não obstante, mesmo antes já era motivo de polêmica e os protestantes a 
condenavam veementemente como sendo herética. Mesmo depois de 1870, alguns cardeais católicos 
romanos não concordaram com a doutrina. Uma curiosidade é que a expressão “ex cathedra” significa 
“da cadeira”, isto é, o trono episcopal de Pedro, que se encontra na Basílica de São Pedro e é 
conservado num relicário. 
20 Note o contraste de tal atitude com o que foi registrado em Atos 10:25-26: “E aconteceu que, 
entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés o adorou. Mas Pedro o levantou, 
dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem”. 
21 No Catecismo da Igreja Católica, o Sacerdócio é um dos 7 (sete) sacramentos, o Sacramento das 
Ordens, algo que os protestantes ou rejeitaram por completo, mantendo somente o Batismo e a Ceia 
(com a variedade de interpretações), ou remanejaram para uma categoria de “sinal sacramental”, 
http://www.montfort.org.br/bra/documentos/concilios/vaticano1/
que somos todos sacerdotes: “Mas vós sois a geração eleita, o 
sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que 
anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a 
sua maravilhosa luz”. Não, Roma diz, vocês são os leigos, e não 
sacerdócio; somente os nossos padres é que são sacerdotes22. 
 
Em seguida, ela lhes atribui certos poderes únicos, como o de 
operar milagres. Aqui temos um assunto muito central e de crucial 
importância. A igreja católica romana afirma que o sacerdote pode 
transformar a água usada no batismo, de modo que a graça nela 
penetre23. Ela diz que o sacerdote é capaz de operar um milagre em 
relação ao pão e vinho na Ceia do Senhor, que ele foi dotado de 
capacitação para operar o milagre chamado de 
“Transubstanciação”24. É-nos dito que o pão não é mais pão, mas, 
agora, transformou-se no corpo de Cristo; é-nos informado que os 
acidentes da cor, do sabor, do odor e assim por diante permanecem 
 
inferior a um sacramento pleno (a título de exemplo, Igreja Anglicana). No Catecismo da Igreja Católica, 
há a diferença:“1592. O sacerdócio ministerial difere essencialmente do sacerdócio comum dos fiéis, 
porque confere um poder sagrado para o serviço dos mesmos fiéis. Os ministros ordenados exercem o 
seu serviço junto do povo de Deus pelo ensino (munusdocendi), pelo culto divino (munusliturgicum) e 
pelo governo pastoral (munusregendi)”. 
22 O Catecismo da Igreja Católica declara: “897. «Por leigos entendem-se aqui todos os cristãos com 
excepção dos membros da ordem sacra ou do estado religioso reconhecido pela Igreja, isto é, os fiéis 
que, incorporados em Cristo pelo Baptismo, constituídos em povo de Deus e feitos participantes, a seu 
modo, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, exercem, pela parte que lhes toca, na Igreja e no 
mundo, a missão de todo o povo cristão» (437)”. Ao ler o Catecismo, percebe-se que tentam incluir o 
povo leigo numa espécie de função sacerdotal inferior, contrário ao ensino protestante. 
23 O Catecismo da Igreja Católica declara: “1238. A água baptismal é então consagrada por uma oração 
de epiclese (ou no próprio momento, ou na Vigília Pascal). A Igreja pede a Deus que, pelo seu Filho, o 
poder do Espírito Santo desça a esta água, para que os que nela forem baptizados «nasçam da água e 
do Espírito» (Jo 3, 5)”. 
24 O Catecismo da Igreja Católica declara: “1411. Só os sacerdotes validamente ordenados podem 
presidir à Eucaristia e consagrar o pão e o vinho, para que se tornem o corpo e o sangue do Senhor: 
1412. Os sinais essenciais do sacramento eucarístico são o pão de trigo e o vinho da videira, sobre os 
quais é invocada a bênção do Espírito Santo, e o sacerdote pronuncia as palavras da consagração ditas 
por Jesus durante a última ceia: «Isto é o meu corpo, que será entregue por vós... Este é o cálice do meu 
sangue...». 1413. Pela consagração, opera-se a transubstanciação do pão e do vinho no corpo e no 
sangue de Cristo. Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, o próprio Cristo, vivo e glorioso, está 
presente de modo verdadeiro, real e substancial, com o seu corpo e o seu sangue, com a sua alma e a 
sua divindade (254)”. 
os mesmos, mas a substância fora alterada para o corpo de Cristo25. 
Tudo isso é o resultado do milagre operado pelo sacerdote, ele que 
tem o poder para operar tamanha maravilha. 
 
2.4. Os Sacramentos 
 
Isto nos conduz a toda a doutrina dos sacramentos. Eles 
afirmam possuir sete sacramentos, mas mencionarei 
particularmente o Batismoe a Ceia do Senhor, os quais a igreja 
católica romana não hesita em chamá-los de milagres, por meio de 
seus ensinos. A teoria é a seguinte, que estes milagres, tendo sido 
operados por um sacerdote na água, no pão e no vinho, carregam 
tais elementos da graça de Deus de um modo especial; estes, 
portanto, funcionam mais ou menos de forma automática. Ela 
expressa que eles operam “ex opere operato”. Em outras palavras, a 
água já não é apenas água, pois foi carregada da graça de Deus; 
portanto, ocorre um milagre na criança quando posta sobre sua 
cabeça. Ou quando se come o pão no momento da Ceia (a propósito, 
não lhe é permitido beber do vinho26), você está literalmente 
comendo do próprio corpo de Cristo27. 
 
25 Essa citação de “acidente” e “substância” foi alegada por São Tomás de Aquino, partindo de 
pressupostos da filosofia aristotélica, com os quais ele tentou explicar que os “acidentes”, as aparências 
exteriores dos elementos da Ceia permanecem os mesmos tanto em aparência, cor e sabor, mas a 
essência propriamente dita dos elementos, por meio da consagração do sacerdote, transformava-se no 
corpo e no sangue de Cristo. Isso foi negado pelos reformadores, primeiro por Lutero de forma mais 
atenuada e, posteriormente, por Zuínglio, de forma radical. Calvino, por sua vez, sintetizou ambas as 
doutrinas num “meio termo” reformado. 
26 A explicação para não se dar vinho ao povo, mas unicamente a hóstia, é que a igreja romana, para 
proteger o sangue eucarístico de Jesus da profanação (de ser derramado), legitimou a participação de 
uma só espécie para a comunhão dos leigos em geral. O prof. Felipe Aquino explica: “É preciso entender 
que no Pão consagrado Jesus está em plenitude: corpo, sangue, alma e divindade; assim, quem 
Comunga o Pão eucarístico comunga plenamente. Da mesma forma, Jesus está em plenitude apenas no 
 
2.5. Confissão 
 
Veja como tudo isso é uma faceta da sutileza e das astutas 
ciladas do diabo. Qualquer um desses ensinamentos trata-se de 
adição, pois não há uma só palavra a respeito no Novo Testamento. 
Antes de passarmos do papel do sacerdote no catolicismo romano, 
devemos nos lembrar de que ele é também aquele a quem devemos 
ir e confessar nossos pecados, porque ele tem o poder para 
pronunciar a absolvição, conceder-nos e assegurar-nos o perdão dos 
pecados28. Ninguém mais pode fazê-lo exceto o sacerdócio romano, 
constituído por pessoas que gozam de poderes especiais. 
 
E seguindo por essa doutrina, as pessoas são ensinadas a irem 
e se confessarem a um padre. Não há sequer uma palavra sobre isso 
nas Escrituras. Confessamos nossas faltas a Deus e ao próximo, na 
Igreja cristã, mas não a um "padre". Vejam mais uma faceta. 
Percebam que estou lhes expondo as formas pelas quais este sistema 
interpõe-se entre nós e o Senhor Jesus Cristo. Você e eu, como 
 
Vinho”. FONTE: <http://cleofas.com.br/por-que-so-comungamos-a-hostia-e-nao-bebemos-o-vinho-
consagrado/>. 
O Concílio de Trento afirma: “Portanto, ainda que Cristo Senhor Nosso na última ceia tenha instituído 
este sacramento sob as espécies de pão e de vinho e o tenha distribuído assim aos Apóstolos (cfr. Mt 26, 
26 ss; Mc 14, 22 ss; Lc 22, 19 s; l Cor 11, 24 s), contudo aquela instituição e tradição não pretendem que 
todos os fiéis de Cristo, por preceito do Senhor, estejam obrigados a receber ambas as espécies”. 
27 Na igreja católica romana, considera-se que o pão da ceia é, em sua mais profunda essência, 
transformado de tal forma no corpo de Cristo que, dado a vida estar no sangue e, por sua vez, o sangue, 
no corpo, neste “acidente” não somente o corpo como também o sangue está presente. 
28 De acordo com o Concilio de Trento: “916. Cân. 6. Se alguém negar que a confissão sacramental foi 
instituída e é necessária para a salvação por direito divino; ou disser que o modo de confessar em 
segredo, só ao sacerdote, que a Igreja desde o princípio sempre observou e ainda observa, é alheio à 
instituição de Cristo e não passa de invenção humana — seja excomungado [cfr. n° 899 s]”. 
http://cleofas.com.br/por-que-so-comungamos-a-hostia-e-nao-bebemos-o-vinho-consagrado/
http://cleofas.com.br/por-que-so-comungamos-a-hostia-e-nao-bebemos-o-vinho-consagrado/
cristãos, vamos a Deus para confessarmos nossos pecados; eles, por 
sua vez, vão ao padre. 
 
2.6. O culto a Virgem Maria 
 
Aqui temos a quarta manifestação das argúcias de Roma: uma 
das mais alarmantes entre todas as demais. O culto a Virgem Maria, 
no catolicismo romano, tem crescido rápida e alarmantemente. E o 
que ela ensina acerca desse culto? Que Maria é a ‘Rainha dos Céus’, 
sendo ela a quem devemos dirigir-nos em oração em primeira 
instância29. Em muitas igrejas católicas, poderemos descobrir que 
Maria tem primazia sobre o Senhor Jesus, que é praticamente 
escondido por detrás dela. E qual a razão de ser? 
 
A igreja católica romana explica que, sendo Maria humana, ela 
é muito mais amorosa e terna do que Jesus; por que Ele é tão 
grande, poderoso e autoritário, Ele é tão austero – é isto que ela 
ensina, é esta a explicação completa do porquê cultua-se a Virgem 
Maria – que não poderíamos ou conseguiríamos ir diretamente a 
Ele. Ah, sim, mas, para a nossa alegria, ela está lá, ela que é tão 
amorosa, doce; e também, convenhamos, ela é a mãe e pode vir a 
influenciá-Lo, não é mesmo? 
 
29 O Catecismo da Igreja Católica chama Maria de Rainha ao dizer “966. «Finalmente, a Virgem 
Imaculada, preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi 
elevada ao céu em corpo e alma e exaltada pelo Senhor como rainha, para assim se conformar mais 
plenamente com o seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte»”. Notemos 
também que a Igreja usa de aparições supostas de Maria para afirmar esse título. Ela teria dito para 
Santa Brigida que “Eu sou – lhe disse – Rainha do Céu e Mãe de Misericórdia; para os justos sou alegria e 
para os pecadores sou a porta por onde entram para Deus”. 
FONTE:<https://blog.cancaonova.com/tododemaria/maria-rainha-do-ceu-e-mae-de-misericordia/>. 
https://blog.cancaonova.com/tododemaria/maria-rainha-do-ceu-e-mae-de-misericordia/
 
Por conseguinte, devemos orar a Virgem Maria e pedir-lhe que 
interceda em nosso lugar. Ela está bem ali, entre nós e o Filho de 
Deus, o Salvador de nossas almas30. Mas não paramos por aí. A 
igreja católica romana vem aumentando cada vez mais o poder de 
Maria. Em 1854, eles deram início ao ensino sobre a “Imaculada 
Conceição”, a saber, que não somente o Senhor Jesus Cristo nasceu 
sem pecado, mas Maria também31. Agora, faz pouco tempo que foi 
anunciada a doutrina da “Assunção de Maria”, afirmando que ela 
nunca morreu nem foi sepultada, comum a todo ser humano, mas, 
ao contrário, que literalmente ascendeu aos céus assim como o Seu 
Filho32. Perceba, é assim que a igreja católica romana desenvolve e 
 
30 O Catecismo da Igreja Católica declara sobre a oração da Ave-Maria: “2677. «Santa Maria, Mãe de 
Deus, rogai por nós...». Com Isabel, também nós ficamos maravilhados: «E de onde me é dado que 
venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 43). Porque nos dá Jesus, seu Filho, Maria é Mãe de 
Deus e nossa Mãe; podemos confiar-lhe todas as nossas preocupações e pedidos: Ela ora por nós como 
orou por si própria: «Faça-se em Mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38). Confiando-nos à sua oração, 
abandonamo-nos com Ela à vontade de Deus: «Seja feita a vossa vontade». «Rogai por nós, pecadores, 
agora e na hora da nossa morte». Pedindo a Maria que rogue por nós, reconhecemo-nos pobres 
pecadores e recorremos à «Mãe de misericórdia»,à «Santíssima». Confiamo-nos a Ela «agora», no hoje 
das nossas vidas. E a nossa confiança alarga-se para lhe confiar, desde agora, «a hora da nossa morte». 
Que Ela esteja então presente como na morte do seu Filho na cruz e que, na hora do nosso passamento, 
Ela nos acolha como nossa Mãe (27), para nos levar ao seu Filho Jesus, no Paraíso”. 
31Em 1854, o papa Pio IX, na Bula Ineffabilis Deus, definiu o dogma da Imaculada Conceição de Maria. 
Diz-se no ponto 41, parte na qual este é definido: “Depois de implorarmos com gemidos o Espírito 
consolador; por sua inspiração, em honra da santa e indivisível Trindade, para decoro e ornamento da 
Virgem Mãe de Deus, para exaltação da fé católica, e para incremento da religião cristã, com a 
autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e com a Nossa, 
declaramos, pronunciamos e definimos: A doutrina que sustenta que a beatíssima Virgem Maria, no 
primeiro instante da sua Conceição, por singular graça e privilégio de Deus onipotente, em vista dos 
méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha de pecado 
original, essa doutrina foi revelada por Deus, e por isto deve ser crida firme e inviolavelmente por todos 
os fiéis”. FONTE: <http://www.montfort.org.br/bra/documentos/decretos/20060220/>. 
“Coincidentemente”, em 1858, em Lourdes (França), uma aparição de Maria para uma jovem 
camponesa teria confirmado a doutrina oficial, pois ela se revelou, dizendo “Eu sou a Imaculada 
Conceição”. Esse dogma já havia sido amplamente discutido na história da Igreja cristã: rejeitado por 
Santo Anselmo, afirmado muito confusamente por São Tomás de Aquino, e rejeitado no protestantismo 
e na Igreja Ortodoxa Oriental. 
32 Em 01 de novembro de 1950, na constituição apostólica Munificentissimus Deus, o papa Pio XII 
declarou a Assunção de Maria como um dogma: “Pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos 
Santos Apóstolos Pedro e Paulo e em nossa própria autoridade, pronunciamos, declaramos e definimos 
como sendo um dogma revelado por Deus: que a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, 
tendo completado o curso de sua vida terrena, foi assumida, corpo e alma, na glória celeste”.Deve-se 
notar que tal dogma foi definido após séculos sem base bíblica sólida e com tradição desconexa, mas Pio 
estabelece a doutrina da Virgem Maria, tornando-a por demais 
importante, de tal modo que a Pessoa do Senhor Jesus Cristo é 
ofuscada. 
 
2.7. Os Santos 
 
Por fim, à Virgem Maria acrescentam-se os “santos”. O povo 
católico romano é ensinado a orar aos santos33. Mas como isso pode 
acontecer? Eles acreditam no perfeccionismo para esta vida e 
declaram que alguns “santos” viveram vidas tão perfeitas que 
obtiveram “méritos” demais e, assim, têm mais do que precisam, 
uma superabundância de méritos. 
 
O desfecho é que você e eu, que falhamos e necessitamos de 
méritos, podemos ir e rezar aos santos e pedir-lhes que nos deem 
certa medida da superabundância em suas contas. A isso eles dão o 
nome de trabalho da "supererrogação"34, no qual os santos podem 
interceder por nós e até mesmo transfundir um pouco do excesso de 
 
XII usou de opiniões de bispos de sua época e pesquisas entre o clero para afirmá-lo. Desde a declaração 
solene acerca da infalibilidade papal pelo Concílio Vaticano, proferida pela primeira vez em 1870, foi a 
única vez em que um papa fez uso, ex cathedra, da prerrogativa de forma oficial. Martin Lloyd-Jones 
critica tal recurso no texto. 
33 Declara-se no Concilio de Trento: “984. Manda o Santo Concílio a todos os bispos, aos encarregados 
do ensino e aos que mantêm cura, que instruam diligentemente os fiéis, sobretudo no que diz respeito à 
intercessão e invocação dos Santos, à veneração das suas Relíquias e ao uso legítimo das Imagens... 
Ensinem-lhes que os Santos reinam juntamente com Cristo e oferecem a Deus suas orações pelos 
homens, que é bom e útil invocá-los com súplicas e recorrermos às suas orações, ao seu socorro e auxílio, 
para obtermos benefícios que a Deus devem ser pedidos por intermédio de Seu Filho Jesus Cristo Nosso 
Senhor, único Redentor e Salvador nosso”. 
34 Perceba como nos 39 Artigos da Igreja da Inglaterra, artigo 14, nega-se claramente esse conceito: 
“ARTIGO XIV – DAS OBRAS DE SUPERERROGAÇÃO: As obras voluntárias, que excedem os Mandamentos 
de Deus, e que se chamam Obras de Supererrogação, não se pode ensinar sem arrogância e impiedade; 
porque por elas declaram os homens que não só rendem a Deus tudo a que são obrigados, mas também 
a favor dele fazem mais do que, como rigoroso dever, lhes é requerido; ainda que Cristo claramente 
disse: Quando tiveres feito tudo o que vos está ordenado dizei: Somos servos inúteis”. 
méritos a fim de suprir a deficiência e a falta que se encontra em nós. 
Assim, tem-se a adoração aos santos, a oração aos santos e a 
dependência dos santos. Percebe? O mérito de Jesus Cristo não é 
suficiente, mas você precisa ter algo extra, um quê a mais; o mérito 
do Salvador, portanto, necessita de ser complementado35. 
 
Escolhi apenas cinco das principais formas como todo o 
sistema e a instituição da igreja católica romana interpõem-se entre 
o crente e o Senhor Jesus Cristo. Lembrem-se de que todo esse 
ensinamento é promulgado por pessoas que Lhe atribuem divindade 
plena e são bastante específicas quanto à Encarnação de Cristo, ao 
nascimento virginal entre outras doutrinas basilares. É aqui que “as 
astutas ciladas do diabo” tomam espaço. Por um lado, a igreja 
católica romana aparenta afirmar tudo o que é verdadeiro; por 
outro, ela própria acrescenta doutrinas tão falsas que você começa a 
se perguntar se ainda resta algo são neste corpo. 
 
 
 
35 Note que o Catecismo da Igreja Católica diz “2009. A adopção filial, tornando-nos, pela graça, 
participantes da natureza divina, pode conferir-nos, segundo a justiça gratuita de Deus, um verdadeiro 
mérito. Trata-se de um direito derivante da graça, o direito pleno do amor que nos faz «co-herdeiros» de 
Cristo e dignos de obter a «herança prometida da vida eterna» (64). Os méritos das nossas boas obras 
são dons da bondade divina (65). «A graça precedeu; agora restitui-se o que é devido [...] Os méritos 
são dons de Deus» (66)”. O documento transforma a graça de Cristo em um mérito ao homem, 
divergindo assim grandemente do que Paulo diz em Romanos 4 sobre a justificação de Abrão. 
3. Justificação 
 
Permitam-me passar ao terceiro ponto, demonstrando como a 
igreja católica romana não simplesmente rouba a posição de Cristo, 
mas também Lhe detrai a glória, a perfeição, a plenitude e a 
completude da tão grande salvação que Ele oferece e dá a nós. O que 
quero dizer com isso? Tome por primeiro exemplo o seguinte: o 
ensinamento acerca da justificação (a justificação pela fé). Conforme 
disse Lutero, “é a doutrina pela qual a igreja permanece em pé ou 
desmorona”, doutrina esta em que reside toda a glória do 
protestantismo, sua razão de ser36. Observem o ensinamento 
romano no que diz respeito à justificação. Nós conhecemos o nosso 
ensino, certo? Ou não? Às vezes me pergunto se muitos de nós, 
protestantes, o conhecemos. Não é de admirar que o catolicismo 
romano esteja crescendo, visto que a maioria dos protestantes 
desconhece o que significa a Justificação37. Enquanto boa parte de 
nós continuar achando que basta viver uma vida moralmente boa, o 
catolicismo romano está fadado a prosperar. Não é surpresa ver 
como esta instituição vem se alastrando pelos países e nações. 
 
O ensino romano é o de que as boas obras, o angariar méritos 
podem ser praticados pelo homem, mesmo este pecador, 
 
36 Calvino, nas Institutasda Religião Cristã, diz que a justificação pela fé somente é “a principal 
dobradiça sobre a qual a religião se dependura, de modo que devotemos uma maior atenção e 
preocupação para com ela”. 
FONTE: <http://www.monergismo.com/textos/justificacao/justificacao_heber.htm>. 
37 Um grande exemplo desta confusão é o documento “Evangélicos e Católicos Juntos”, assinado por 
vários ministros em 1994, no qual a doutrina da justificação pela fé somente não é evidenciada, mesmo 
que no documento diga-se algo a respeito. 
http://www.monergismo.com/textos/justificacao/justificacao_heber.htm
contribuindo em certa medida para sua justificação38. Eles assim 
creem e isso ensinam. Mas nós, protestantes, uníssonos à bíblia, 
dizemos: “Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer” 
(Romanos 3:10), “Porque todos pecaram e destituídos estão da 
glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, 
pela redenção que há em Cristo Jesus” (Romanos 3:23-24). Em 
Isaías 64:6 lemos: “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as 
nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos 
como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos 
arrebatam”. Ou, como o apóstolo Paulo escreve aos filipenses, 
nossas melhores obras são como “esterco”, refugo, sem valor. Não, 
não, nada disso!, diz Roma. Elas possuem o seu valor, serão 
contabilizadas, ajudarão as nossas almas39. 
 
Ainda mais grave é o fato de que, em última análise, o 
catolicismo romano prega que a justificação resulta do batismo40. É 
aqui que tudo se interconecta. Ensina-se que no ato do batismo não 
somente seus pecados são perdoados, mas também uma justiça e 
retidão perfeitas são infundidas na pessoa; ou seja, você é feito justo 
pelo ato do batismo41. Ainda que se trate de um infante inconsciente, 
 
38 O Concilio de Trento declara: “834. Cân. 24. Se alguém disser que a justiça recebida não se conserva 
nem tão pouco se aumenta diante de Deus pelas boas obras, mas que as boas obras somente são frutos 
e sinais da justificação que se alcançou, e que não é causa do aumento da mesma — seja excomungado 
[cfr. n° 803]”. 
39 Perceba que o Concilio de Trento declara: “836. Cân. 26. Se alguém disser que os justos não devem 
esperar de Deus a retribuição eterna pelas boas obras feitas em Deus, pela misericórdia do mesmo 
Senhor e merecimentos de Jesus Cristo, se perseverarem até ao fim, obrando bem e observando os 
preceitos divinos — seja excomungado [cfr. n° 809]”. 
40 O Catecismo da Igreja Católica declara: “1266. A Santíssima Trindade confere ao baptizado a graça 
santificante, a graça da justificação”. 
41 Nas decisões do Concilio de Trento, é-nos informado: “Cap. 4 – A justificação do pecador .796. Nestas 
palavras se descreve a justificação do pecador, como sendo uma passagem daquele estado em que o 
homem, nascido filho do primeiro Adão, [passa] para o estado de graça e de adoção de filhos (Rom 8, 
15) de Deus por meio do segundo Adão, Jesus Cristo, Senhor Nosso. – Esta transladação, depois da 
não importa, são-lhe dadas justiça e retidão perfeitas, o pecado 
original da pessoa é cancelado e você recebe justiça e retidão 
positivas. Aliás, de acordo com a igreja romana, não se trata da 
justiça de Cristo, mas, sim, da justiça que Deus elaborou para 
aqueles que são batizados. Eles não são “vestidos com a justiça de 
Cristo”, e sim feitos justos e retos aos olhos de Deus42. É daí que 
advém a denúncia de que o ensino protestante acerca da justificação 
pela fé somente é uma heresia perniciosa. 
 
Você consegue ver como tudo isso funciona? Todo ensino o 
torna dependente da igreja. Quer dizer que você pode se arrepender, 
ir a Cristo, crer nEle e ser salvo? Não, não, você precisa ter uma obra 
operada em você pelo sacerdote através do batismo. Do começo ao 
fim, as doutrinas romanas tornam o sacerdote e a igreja 
absolutamente essenciais. Sem ambos, você estará desamparado; a 
igreja o ata a eles. Não há acesso direto a Cristo, você 
invariavelmente deve ir a Ele mediante intermediários. A bíblia 
declara que há um só Mediador entre Deus e os homens, o homem 
Jesus Cristo. Mas não é bem assim em Roma: Maria, o Papa, os 
sacerdotes, os santos e toda a estrutura hierárquica e doutrinária são 
essenciais e fundamentais. Sendo assim, sobre esta doutrina tão 
vital, a justificação, eles ensinam uma mentira. 
 
promulgação do Evangelho, não é possível sem a lavagem da regeneração [isso é o Batismo] ou sem o 
desejo do mesmo”. 
42 O Catecismo da Igreja Católica declara: “1992. A justificação foi-nos merecida pela paixão de Cristo, 
que na cruz Se ofereceu como hóstia viva, santa e agradável a Deus, e cujo sangue se tornou 
instrumento de propiciação pelos pecados de todos os homens. A justificação é concedida pelo 
Baptismo, sacramento da fé. Conforma-nos com a justiça de Deus que nos torna interiormente justos 
pelo poder da sua misericórdia.”Tal ensino é contrário à Fé somente como o meio instrumental de 
justificação, e também vai contra a doutrina de que a Fé nos torna justos [justificados] no sentido 
externo, diante de Deus, mas não interiormente justos e retos. A Confissão de Augsburgo afirma: “Ser 
justificado aqui não significa que o ímpio é tornado justo, mas que ele é pronunciado justo num sentido 
forense”. 
A Vida Cristã 
 
Chegamos, agora, à vida cristã, outro ponto de grande 
importância. Roma não enfatiza tanto o viver uma vida piedosa 
quanto a observância de cerimônias e ritos religiosos. Ela ensina aos 
membros que mais importante do que batalhar por santidade e 
compreender o ensino neotestamentário a respeito da santificação é 
comparecer à missa e confessar-se a um sacerdote. Não é ensinada a 
responsabilidade pessoal e direta de se praticar a vida cristã, nem 
exortações para tanto. Ao contrário, é-lhes ensinado que o dever de 
cada membro é o de conformar-se às ordenanças da igreja. 
 
Pois bem, você assiste às cerimônias e faz o que eles lhe 
disserem; toma a ceia de vez em quando, faz isso, não faz aquilo, e 
achega-se ao seu padre para fazer confissão. Você comparece à missa 
e depois vai embora e faz o que quiser. Bom, então você é 
acobertado, trazido de volta ao caminho certo e vida que segue. No 
lugar de uma simples vida santa, conforme vemos nas Escrituras, 
tem-se cerimônias, ritos e observâncias disso e daquilo. 
 
 
Negação da Garantia da Salvação 
 
Outro erro grave é a completa negação da doutrina sobre a 
garantia e certeza da salvação. Não há nada mais glorioso do que 
essa doutrina. Vemos no capítulo 8, versículo 16 de Romanos esta 
declaração majestosa: “O mesmo Espírito testifica com o nosso 
espírito que somos filhos de Deus”. Você sabe o que essa passagem 
significa? Não existe nada mais maravilhoso do que compreendê-la, 
mas a igreja de Roma nega a doutrina em questão por completo. Não 
é possível qualquer tipo de certeza nesta vida. Mas por quê?43 
 
Argumento postulado, de forma bastante lógica – daí é que o 
sistema católico romano se mostra tão diabólico; ninguém senão o 
próprio diabo poderia tê-lo concebido com tamanha engenhosidade 
Funciona da seguinte maneira: no ato do batismo, o seu pecado 
original é cancelado, você é tornado justo aos olhos de Deus e agora 
está tudo certo entre ambos. Ah, sim, mas e quanto aos pecados 
cometidos após o batismo, e quanto aos pecados que você cometeu 
depois de ser batizado? Seu batismo não tem nada a ver com isso. E 
o que pode ser feito, então? Está aí o problema. 
 
O ensino protestante ensina que “O sangue de Jesus Cristo nos 
purifica de todo pecado”, que Sua Obra na Cruz cobre meus pecados 
presentes, passados e futuros. Esse único ato foi suficiente. Nada43 O Concilio de Trento declara: “826. Cân. 16. Se alguém disser que com absoluta e infalível certeza há 
de ter aquele grande dom da perseverança final, sem o ter sabido por especial revelação — seja 
excomungado [cfr. n° 805 s]”. 
disso, diz Roma, não é o suficiente! O problema dos pecados 
cometidos após o batismo é de outra alçada. Mas, então, o que devo 
fazer a respeito deles? É claro, devo ir ao sacerdote e fazer confissão, 
pois ele somente poderá lidar com eles44. 
 
Mesmo assim, talvez nem mesmo o sacerdote possa purgar-
nos de todas as nossas faltas. E é assim que eu chego ao fim da vida, 
cá estou eu me encontrando com meus pecados cometidos depois do 
batismo, eles estão me ameaçando com o inferno e a condenação. É 
isso? Não, diz ela, o sacerdote, e tão somente ele poderá livrar-nos, 
obviamente. Você tem à disposição o sacramento da penitência, faz 
uma confissão, não habitual diga-se e, assim, é-lhe dada absolvição. 
 
Bom, isso me garantirá uma boa posição perante Deus? Não, 
nem mesmo isso! O que se passou quase o colocou nos trilhos, mas 
alguns pecados ainda não lhe foram perdoados. O que fazer com 
eles, então? Ora, felizmente existe um lugar, conta-nos a igreja de 
Roma, chamado purgatório. É-me permitido ir para lá a fim de 
 
44 O Concilio de Trento declara sobre o perdão dos pecados após o batismo: “807. Aqueles que pelo 
pecado perderam a graça da justificação, que haviam recebido, poderão novamente ser justificados 
[cân. 29] se, excitados por Deus, procurarem recuperar a graça perdida por meio do sacramento da 
Penitência, em virtude do merecimento de Cristo. Este modo de justificação é a reparação do que caiu, 
sendo com muito acerto denominada pelos Santos Padres de "segunda tábua depois do naufrágio da 
graça perdida"8. Pois, para os que depois do Batismo caem em pecados, instituiu Jesus Cristo o 
sacramento da Penitência com as palavras Recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os 
pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos (Jo 20, 22-23). Por 
onde se deve ensinar que a Penitência do cristão depois da queda muito se distingue do Batismo, e que 
nela está contida não só a renúncia e a detestação dos pecados, ou o coração contrito e humilhado (Sl 
50, 19), mas também a confissão sacramental dos mesmos, ao menos em desejo [in voto], que se há de 
cumprir a seu tempo, a absolvição sacerdotal e anda a satisfação por jejuns, orações, esmolas e outros 
piedosos exercícios da vida espiritual, não em lugar do castigo eterno, que é com a culpa perdoado pela 
recepção do sacramento ou pelo desejo de recebê-lo, mas em lugar do castigo temporal [cân. 30], que, 
como ensinam as Sagradas Letras, nem sempre é perdoado todo – como sucede no Batismo – àqueles 
que, ingratos à graça de Deus, contristaram o Espírito Santo (Ef 4, 30) e não recearam violar o templo de 
Deus (1 Cor 3, 17)”. 
libertar-me deste meu pecado que permanece sem perdão, ou seja, 
os pecados que cometi após ser batizado45. 
 
O que acontece comigo lá? Bom, meus parentes ainda vivos 
estão orando e pagando quantias de dinheiro por mim. Você poderá 
perceber todo tipo de “indulgências”, “orações pelos mortos”, velas 
acesas e taxas coletadas. Quanto mais meu parente pagar por mim, o 
quanto antes me será permitido sair. Você vê algo acerca disso em 
algum lugar da bíblia? Não vê, correto? É claro que não! Essas 
doutrinas não passam de “revelações” adicionais, conforme eles 
alegam ter. Não passa de adição. 
 
A obra de Cristo, diz a igreja romana, não é suficiente, precisa 
ser complementada do modo como ela prescreve. Então, estou indo 
longe demais ao chamá-la de apostasia? 
 
 
 
45 Sobre o Purgatório, o Catecismo da Igreja Católica declara: “III. A purificação final ou Purgatório 1030. 
Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua 
salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para 
entrar na alegria do céu. 1031. A Igreja chama Purgatório a esta purificação final dos eleitos, que é 
absolutamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativamente ao 
Purgatório sobretudo nos concílios de Florença (622) e de Trento (623). A Tradição da Igreja, referindo-se 
a certos textos da Escritura fala dum fogo purificador:e no Concilio de Trento afirma: 840. Cân. 30. Se 
alguém disser que a todo pecador penitente, que recebeu a graça da justificação, é de tal modo 
perdoada a ofensa e desfeita e abolida a obrigação à pena eterna, que não lhe fica obrigação alguma de 
pena temporal a pagar, seja neste mundo ou no outro, no purgatório, antes que lhe possam ser abertas 
as portas para o reino dos céus — seja excomungado [cfr. n° 807]”. 
Consequências Horríveis 
 
E quais as consequências do que foi falado anteriormente? Os 
membros da igreja católica romana são mantidos em ignorância e 
atados à superstição. Mas não para por aí. Consequentemente, 
também vemos um estilo de vida que, neste país, ficou conhecido 
como “Domingo relaxado”46, ou seja, tendo comparecido à missa aos 
domingos pela manhã, você poderá fazer o que quiser no restante do 
dia. Você pode tratar o domingo como qualquer outro dia, 
praticando esportes, desfrutando de prazeres [terrenos] etc. Essa é 
uma das consequências lógicas do sistema romano, e não me 
surpreende que assim se dê, afinal as pessoas, enquanto indivíduos, 
não importam nem é feito algo para que o contrário aconteça. 
 
Basta a pessoa obedecer aos comandos do sistema, entregar-se 
à instituição que a igreja cuidará de sua alma. É a consequência 
lógica. Além de quê, destas atitudes segue-se a perseguição do 
verdadeiro caminho, já declarado por essa mesma instituição. Ela, 
antes, disse crer em algo, e por necessidade lógica agora o persegue. 
 
Chegando ao final deste sermão, pergunto-lhes: será que não 
temos perdido nosso tempo? Devemos realmente nos preocupar 
com tudo isso? Não deveríamos estar orgulhosos de que existam 
 
46 No original, “Continental Sunday”. A expressão refere-se à prática comumente encontrada na Europa 
continental, e é contrária à visão do Domingo dos puritanos, dos reformadores entre outros cristãos 
ortodoxos. De acordo com o dicionário digital Merriam-Webster, em tradução livre, é a “Expressão que 
remete ao dia de Domingo como observado na Europa continental, geralmente sem restrições especiais 
impostas sobre ações públicas e cíveis. Prática esta que contrasta com o costume britânico e 
americano”. 
novas abordagens para com o catolicismo romano? Não temos de 
nos alegrar com o fato de que seja possível para todos nós, apesar 
dos pesares, nos unirmos como cristãos contra o comunismo? 
 
São essas as perguntas que você precisa encarar. Quanto a 
mim, não hesito em dar-lhes resposta. O sistema católico romano é 
terminantemente mais perigoso do que o próprio comunismo, por 
ser uma falsificação, uma imitação, um simulacro “em nome” de 
Jesus. Ela, a igreja de Roma, é a “mulher escarlate”, o mais terrível e 
confuso entre todos os enganos e mentiras, justamente por usar o 
nome de Cristo. Por sua vez, o comunismo não passa de um sistema 
aberrante e obviamente ateísta, ímpio. 
 
 
Os Reformadores Protestantes 
 
Não, os reformadores protestantes não eram meros fanáticos 
religiosos, nem tolos. Eles tiveram os olhos abertos pelo Espírito 
Santo. Foi exatamente isso o que aconteceu com Lutero, o que 
aconteceu com Calvino, o que aconteceu com Knox, o que aconteceu 
com todos eles. Tais homens tiveram seus olhos abertos, eles viram, 
eles enxergaram como a bíblia retratava o catolicismo romano como 
uma monstruosidade horrenda, advertindo-nos contra ele. Tendo os 
olhos abertos, eles preferiramarriscar a vida e protestar. 
 
Eles declararam que o romanismo era falso. Depois, passaram 
a afirmar a justificação do pecador pela fé, a autoridade 
peremptória, suprema, final, toda suficiente das Escrituras Sagradas, 
o sacerdócio universal dos crentes, e assim por diante. Estes homens 
estavam prontos a morrer por estas verdades, e muitos deles 
realmente morreram por elas! 
 
Deixe-me, em solene advertência, alertá-lo de algo. Caso você 
esteja feliz por essas novas tendências concernentes ao catolicismo 
romano, sua reação nada mais faz do que negar o sangue desses 
mártires! Jamais se aproximem de Smithfield47, caso vocês creiam 
no que eu acabei de lhes dizer. Esses homens do passado foram lá 
 
47Smithfield é um bairro localizado ao noroeste de Londres. Trata-se de um local aberto usado na Idade 
Média para execução de muitos mártires religiosos. John Foxe relata vários casos da época de Maria I, a 
Sangunária, em seu livro “O Livro dos Mártires”. 
queimados na fogueira; John Bradford48 entre outros foram 
martirizados ao denunciarem a igreja católica romana justamente 
naquele lugar. Vocês estarão renegando seus próprios antepassados, 
dando-lhes as costas e dizendo: ‘vocês estavam errados, vocês foram 
enganados!’. Cuidado, vejam bem o que vocês estão fazendo. Não 
sejam engodados pelos argumentos capciosos de Roma. 
 
 
 
48John Bradford (1510-1555) foi um reformador inglês, e chegou a ser capelão do Rei Eduardo VI. Ele foi 
preso na Torre de Londres pela acusação de “agitação”, no reinado da rainha católica Maria Tudor. Seu 
martírio na fogueira se deu no dia 01 de julho de 1555. 
Roma Nunca Muda 
 
O problema tem sido cada vez mais agudo devido à tecnologia 
de rádio e tevê. Veja como os católicos romanos aparecem: quão 
educados, gentis, legais, como são tolerantes e compreensivos. Eles 
aparentam ser muito mais cordiais do que a nossa membresia! 
Protestantes tolos e ignorantes têm dito coisas do tipo, prontos para 
cair na armadilha romana. “Ah, mas veja bem”, talvez alguém diga, 
“a igreja católica romana não mudou? Você tem se mantido no 
passado, como se estivéssemos no século 16. Não percebe? Estamos 
vivendo no século 20”. Bom, minha resposta é bastante simples. O 
maior motivo de orgulho para a igreja católica romana é exatamente 
o fato de ela nunca mudar. “Sempereadem”49. Como ela então teria 
mudado ou viria a mudar? 
 
Se mudasse, Roma estaria admitindo que estava errada no 
passado; ela, que tem invariavelmente afirmado ser infalível, que o 
papa é o Vigário de Cristo e que, portanto, é-lhe impossível falhar. Se 
disser que é capaz de mudanças, ela estará negando seu dogma mais 
central! 
 
Ela não afirma estar mudando nem algum dia virá a mudar. A 
igreja de Roma permanece e persiste a mesma. E se algum dia ela 
passar por alguma mudança, será para pior. A igreja católica romana 
 
49Sempereadem é uma expressão do latim que, traduzida, significa “sempre o mesmo”. Foi usada no 
reinado de Elizabeth I como lema. FONTE: <http://www.avenirinstitute.info/avenirology/semper-
eadem-semper-in-motu>. 
http://www.avenirinstitute.info/avenirology/semper-eadem-semper-in-motu
http://www.avenirinstitute.info/avenirology/semper-eadem-semper-in-motu
acrescentou ensinamentos aos que ela já havia promulgado no 
século 16, entre os quais está a infalibilidade papal. Não, não existem 
mudanças na igreja de Roma. E se uma denominação mundial vier à 
existência neste mundo, será porque a igreja católica romana já terá 
engolido todas as demais e as tragado à ignorância! 
 
Quanto a isso, não existe qualquer dificuldade. Roma é uma 
falsificação, uma farsa, uma fraude, uma impostora. É prostituição 
do tipo mais horrendo, mais diabólico. É, afinal, uma forma de 
anticristo. Ela deve ser rejeitada, denunciada e, acima de tudo, 
combatida. 
 
Mas só há um modo de se combatê-la, conforme eu disse no 
início deste sermão, e este é a doutrina cristã bíblica. Um 
cristianismo que prega nada além de “venha a Cristo” ou “venha a 
Jesus” não resistirá ao catolicismo romano nem por um segundo. É 
bem provável que agir assim dará, em última instância, mais cabeças 
a Roma. Aqueles que sustentam campanhas evangelísticas e dizem 
“ah, sim, católicos romanos . . . voltem para a igreja de vocês, podem 
ir pra lá que não tem problema” negam o ensino do Novo 
Testamento50. Nós precisamos advertir os que permanecem no 
sistema católico romano. 
 
 
50 O famoso Evangelista Billy Graham era muito conhecido por suas imensas campanhas evangelistas; 
em 1963 ele já havia feito algumas em Londres. Lloyd-Jones não aceitou o convite do próprio Graham 
para juntar-se a ele em seus empreendimentos na Inglaterra. O Dr. criticava o evangelismo superficial e 
principalmente a associação de Graham com católicos romanos nas campanhas, tanto na estrutura 
quanto na liderança dos eventos. Sua crítica se baseia literalmente em algo que Billy Graham pregava, a 
saber, que ao se converter, os novos crentes deveriam buscar uma igreja imediatamente, ainda que 
fosse uma católica romana. 
Existe somente um ensino, um poder que consegue resistir a 
este engano horrendo: o que a bíblia chama de “toda a armadura de 
Deus”, uma demonstração bíblica, doutrinária e teológica da 
Verdade neotestamentária. Foi dessa forma que combateram no 
século 16. Lutero não era um mero evangelista superficial, mas, sim, 
um teólogo de poder. E assim também o foi Calvino, e todos os 
demais. Foi este maravilhoso conjunto da Verdade, estruturado em 
detalhes e apresentado ao povo, que enfraqueceu e até mesmo 
abalou a igreja de Roma. Nada menos do que isso é suficiente ao 
cenário atual. 
 
Povo cristão, a incumbência que paira sobre suas cabeças é 
terrível. Vocês precisam e devem conhecer a verdade, entendê-la, 
compreendê-la e serem capazes de contra-argumentar falsos 
ensinamentos. Há pessoas inocentes sendo enganadas pelos engodos 
de Roma. É o nosso dever abrir-lhes os olhos e ensinar-lhes o 
verdadeiro caminho. 
 
Mas não é só. Devemos, ao passo que nos posicionamos como 
bastiões da Verdade de Deus, comprometer-nos a orar com fervor, 
confiantes de que o Espírito Santo nos abençoará. Ao nos 
posicionarmos pelas Escrituras e por suas Verdades, o Espírito de 
Deus trará sobre nós um poderoso avivamento. É dessa forma que 
creio. Nada senão as Verdades da Palavra de Deus poderão nos dar 
um avivamento que abale a instituição que se autointitula como 
sendo “A Igreja de Roma”, esta “grande prostituta”. 
 
Que Deus nos ilumine e dê entendimento sobre os tempos em 
que estamos vivendo. Que Ele nos desperte antes que seja tarde 
demais. Amém. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia básica 
 
Catecismo da Igreja Católica 
<http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/prima-pagina-
cic_po.html>. 
Concilio de Trento 
<http://www.montfort.org.br/bra/documentos/concilios/trento/>. 
Concilio Vaticano I 
<http://www.montfort.org.br/bra/documentos/concilios/vaticano1/>. 
Concilio Vaticano II 
<http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/index_po.ht
m>. 
 Constituição Dogmática Lumen Gentium 
<http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/
vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_po.html>. 
Constituição Dogmática Dei Verbum 
<http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/
vat-ii_const_19651118_dei-verbum_po.html> 
Bula "Ineffabilis Deus" – Dogma da Imaculada Conceição 
http://www.montfort.org.br/bra/documentos/decretos/20060220/ 
 
Constituição apostólica Munificentissimus Deus - Dogma da Assunção de 
Maria http://w2.vatican.va/content/pius-
xii/pt/apost_constitutions/documents/hf_p-

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