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Keslly K Cuchinski – ATM 24/2 1 Distúrbios do metabolismo Diabetes Mellitus Pâncreas endócrino: Células Beta: secretam insulina que regula a utilização de glicose pelos tecidos e reduz a quantidade livre de glicose no sangue Células alfa: secretam glucagon que estimula glicogenólise no fígado aumentando glicose sanguínea Células Delta: secretam somatostatina que suprime a insulina e glucagon Células PP: polipeptídeo pancreático, induz respostas secretivas do estômago e intestino e inibição da motilidade intestinal. Pâncreas exócrino: Células D1: produzem polipeptídeo intestinal vasoativo (VIP) induz glicogenólise e hiperglicemia, estimula secreções intestinais e causa diarreia secretória. Células enterocromafinas: sintetizam serotonina e causam tumores pancreáticos, síndrome carcinoide. Diabetes Mellitus Defeito na secreção de insulina, na ação dela ou de ambas. Pode causar dano secundário em rins, olhos, vasos sanguíneos, nervos, distúrbio de hiperglicemia crônica. Principal causa de doença renal em estágio terminal (EUA), cegueira no início da vida adulta e amputações decorrentes de aterosclerose. Diagnóstico: Valores normais da glicose sanguínea: 70 a 120 mg/dL Diabetes: glicose jejum: >126 mg/dL Glicose no plasma após 2 hrs de teste oral de tolerância a glicose (TOTG) com carga de 75g> 200 mg/dL Nível de hemoglobina glicosilada (Hba1c)> 6,5% Prestar atenção em casos de estresse agudo, queimaduras, traumas, infecções graves que levam a hiperglicemia transitória, pois há liberação de catecolaminas e cortisol, hormônios que se opõem à insulina. Indivíduos pré-diabéticos (jejum: 100-125mg/dL, Hba1c: 5,7%- 6,4%, TOTG: 140-199 mg/Dl) tendem a desenvolver a diabetes em 5 anos, com fatores como obesidade e história familiar, e tendem a ter maiores problemas cardiovasculares. Diabetes Mellitus tipo 1: doença autoimune que destrói céls beta das ilhotas pancreáticas, deficiência absoluta de insulina. Mais comum em pcts de menos de 20 anos, 10, 20% das diabetes de todos mundo. Diabetes Mellitus tipo 2: resistência periférica à insulina e resposta secretória inadequada das céls Beta pancreáticas. 90-95% dos pacientes diabéticos, maioria obeso. Keslly K Cuchinski – ATM 24/2 2 Homeostase da glicose: Produção de glicose no fígado Captação de glicose e utilização de glicose pelos tecidos periféricos Ações da insulina e glucagon na captação de glicose e metabolismo Estados de jejum: glucagon – gliconeogênese no fígado e glicogenólise, diminui a glicogênese a fim de evitar hipoglicemia. No jejum, os níveis plasmáticos da insulina são determinados pela síntese de glicose hepática. Após refeição: cai glucagon devido a grande carga de glicose ingesta e aumenta insulina, promove glicogênese. A insulina promove a captação de glicose e seu uso nos tecidos. Insulina é produzida pelas células beta, clivada no complexo de golgi e armazenada em grânulos secretórios e liberados após estímulo fisiológico. Junto com o subproduto da insulina, é formado C-peptídeo, substituto para função da célula beta, diminui com a perda de massa e aumenta com a hiperinsulinemia associada a resistência. O estímulo mais importante para liberação de insulina é a glicose (captação pelas cels beta no pâncreas pelo receptor independente de insulina GLUT-2). Nas células beta, há o canal de K+ sensível a ATP e os receptores de sulfonilureia. O metabolismo da glicose gera ATP e inibe o canal K, levando a despolarização da membrana ao influxo de Ca2+ estimulando secreção de insulina- liberação imediata de insulina, e se o estímulo secretório persistir, síntese ativa de insulina. Após ingestão de alimentos, muitos hormônios são responsáveis pela liberação de insulina: Incretina: polipeptídeo insulinotrópico dependente da glicose (GIP) – células enteroendócrinas no delgado proximal Incretina: peptídeo-1-similar ao glucagon (GLP-1) secretado por células do íleo distal e cólon. Essas incretinas são degradadas pelo DPP-4 Diabetes Mellito tipo 1 - início da infância /adolescência -peso normal ou perda - diminuição dos níveis de insulina - autoanticorpos da ilhota: anti- insulina, anti-GAD... - cetoacidose na ausência de terapia - Genética: ligação a MHC II - patogenia: disfunção de seleção céls T que leva ao colapso da autotolerância aos autoantígenos da ilhota - Patologia: insulite (infiltrado de céls T e macrófagos), depleção células beta e atrofia das ilhotas. Diabetes Mellito tipo 2 - início na vida adulta (geralmente) - maioria obesa - aumento da insulina no sangue no início e dps redução - sem autoanticorpos - coma hiperosmolar cetótico mais comum. - genética: sem ligação ao HLA - patogenia: resistência a insulina nos tecidos periféricos, falha de compensação pelas células beta, múltiplos fatores associados a obesidade: ácidos graxos circulantes não esterificados, mediadores inflamatórios -patologia: nenhuma insulite, deposição amiloide céls beta, depleção leve de células beta. Keslly K Cuchinski – ATM 24/2 3 Elevação de incretinas (GLP-1 E GIP) após refeições: secreção de insulina, inibição do glucagon, retarda o esvaziamento gástrico- saciedade. Esse efeito está atenuado em pacientes com diabetes 2. Fármacos que atuam: agonistas receptor GLP-1 e inibidores da DPP-4. Efeitos anabolizantes da insulina: Aumenta fontes de energias: captação de glicose pelos tecidos, biossíntese de lipídeos, nucleotídeos e aminoácidos No cérebro, a captação de glicose independe de insulina Nas células musculares a glicose é armazenada como glicogênio e oxidada para gerar ATP. Promove a síntese de lipídeo e inibe a degradação lipídica nos adipócitos, mesma coisa com proteínas. Inicio da síntese de DNA, estimulação do crescimento e diferenciação de células. Patogênese DM tipo 1 Destruição de células beta por células efetoras imunológicas que reagem contra antígenos endógenos das células beta. Sem tratamento com insulina, os pacientes desenvolvem cetoacidose e coma. Interação de fatores genéticos e ambientais (vírus que compartilham o mesmo epítopo – mimetismo molecular). Perda progressiva de reservas de insulina Hiperglicemia, cetoacidose Falha da autotolerância em células T específicas para antígenos das ilhotas. Deleções clonais defeituosas nas funções de células t regulatórias ou resistência das células t efetoras a supressão pelas células regulatórias. Ativação inicial ocorre nos linfonodos peripancreaticos, até migrarem para as ilhotas pancreáticas. Presença de autoanticorpos contra antígenos das ilhotas são encontrados na maioria dos pctes com DM1. Patogênese DM tipo 2 Interação entre fatores genéticos, ambientais e estado pró-inflamatório (sem evidências autoimune) Fatores genéticos Fatores ambientais (obesidade) Diminuição da resposta dos tecidos periféricos à insulina Secreção inadequada de insulina pela resistência e hiperglicemia. Há compensação precoce das céls beta e hiperinsulinemia, mas após a hiperglicemia permanece crônica sem resposta compensatória. Resistência à insulina: Incapacidade de inibir a produção de glicose hepática Incapacidade de absorver a glicose e síntese de glicogênio (pós-refeição) Incapacidade para inibir a lipoproteína lipase no tecido adiposo – aumento de ácidos graxos circulantes amplificam o estado de resistência a insulina. Reduz fosforilação da tirosina do receptor de insulina, comprometendo a sinalização da insulina e reduzindo nível de transportador de glicose GLUT-4 na superfície da célula. A prática de exercício físico aumenta sensibilidade e translocação de GLUT-4 para superfície de células do músculo esquelético. Keslly K Cuchinski – ATM 24/2 4 A gordura localizadaabdominal tem maior prevalência de incidência de diabetes do que a depósito de gordura periférica como na região glútea, subcutânea. Relação entre gordura e diabetes: Excesso de ácidos graxos livres sobrecarrega as vias de oxidação de ácidos graxos levando ao acúmulo de intermediários citoplasmáticos que podem ser tóxicos para os receptores de insulina. Ademais, na via normal, a insulina inibe a gliconeogênese pelo bloqueio de carboxicinase fosfoenolpiruvato. Com a sinalização atenuada da insulina, há continuação da gliconeogênese pelo desequilíbrio da glicose. Tecido adiposo como órgão endócrino – secreção de adipocinas que promovem hiperglicemia, enquanto outras como a leptina diminuem a glicose no sangue. Os níveis de adipocinas são reduzidos na obesidade, contribuindo para a resistência a insulina. Resistência da insulina e disfunção de células beta devido ao ambiente inflamatório processo autoimune (DM1) e citocinas pró-inflamatórias secretadas em resposta ao aumento de substratos no sangue – ácidos graxos. Disfunção das células beta: Primeiro há um aumento da atividade das células compensatório a fim de tentar amenizar o hiper estado metabólico que o corpo se encontra, com o tempo o estado hiperinsulinêmico dá lugar a um estado de deficiência relativa de insulina. Isso acontece devido: Lipotoxicidade: aumento de ácidos graxos circulantes Glicotoxicidade: hiperglicemia crônica Efeito incretina: redução da secreção de GIP e GLP-1, hormônios que levam a secreção da insulina Deposição amiloide nas ilhotas (DM2 prolongado) Genético: polimorfismos da células beta. Forma monogênica do diabetes: defeito primário na função de cels beta: mutação de glucocinase, está acoplada a liberação de insulina dentro das cels, mutações de genes que codificam as subunidades do canal K sensível a ATP, defeitos no DNA mitocondrial que impede a síntese de ATP e mutações do gene da insulina em si. defeito na sinalização do receptor de insulina: mutações nos receptor, síntese do receptor, ligação da insulina que causam a resistência. Esses pacientes tem o fenômeno na pele de acantose nigricans, hiperpigmentação aveludada na pele. Mulheres com resistência a insulina tipo A tem ovários poliscísticos e níveis elevados de andrógenos. Gravidez e diabetes: a gravidez é um processo que normalmente provoca resistência a insulina devido a grande quantidade de hormônios existente. Mulheres pré-diabéticas tem maiores riscos de desenvolver natimortos ou malformações congênitas no feto. A criança no ambiente hiperglicêmico tem alta tendência de nascer com excesso de peso (macrossomia) e desenvolver diabetes e obesidade ao longo da vida. Já a mãe, sofrerá com diabetes patente nos anos seguintes. Keslly K Cuchinski – ATM 24/2 5 Aspectos clínicos da diabetes Tipo 1: nos dois primeiros anos após início de diabetes 1 patente deve ser feita reposição mínima de insulina pois ainda há continuada secreção. Após queda abrupta, a diabetes se mostra por meio de alguma infecção- associada a necessidade aumentada de insulina. Tipo 2: fadiga, tontura, visão turva, ou é constatada por exames clínicos de rotina em pessoas assintomáticas. Tríade diabética: poliúria, polidipsia, polifagia Quando grave, acompanha cetoacidose diabética Hiperglicemia excede limiar renal: glicosúria, que induz diurese osmótica: poliúria, perda de água e eletrólitos. Perda de água renal+hiperosmolaridade: osmorreceptores no centro de sede do cérebro – polidipsia (sede intensa). Catabolismo de proteínas faz um balanço de energia negativo: polifagia (fome intensa). Há perda de peso e fraqueza muscular. Complicações metabólicas agudas: Cetoacidose diabética (mais prevalente no 1, pode ocorrer no 2): falta de tomar inculina, estresse, consumo de álcool. Há liberação de catecolamina epinefrina que bloqueia resíduo de insulina e promove liberação de glucagon. Estimula a lipoproteína lipase que promove aumento de ácidos graxos, no fígado são esterificados a corpos cetônicos. Se a excreção urinária das cetonas estiver comprometida pela desidratação, há cetoacidose metabólica sistêmica. Sintomas vistos são fadiga, náuseas, vômito, dor abdominal grave respiração de kussmaul (profunda e trabalhosa), depressão do SNC e coma. No diabetes tipo 2 a cetoacidose é menos prevalente devido a maior quantidade de insulina na veia porta, reduzindo a oxidação de ácidos graxos hepáticos mantendo sob controle. A DM2 pode promover a síndrome hiperosmótica hiperosmolar – desidratação grave e não reposição adequada de liquido, pela falta de sintomas, chega no ápice pelo nível de desidratação que gera confusão mental Hipoglicemia pela perda de uma refeição, esforço físico excessivo, insulina em excesso- tonturas, confusão, sudorese, palpitação, taquicardia. Complicações crônicas: Hiperglicemia crônica: danos nas artérias (macrovasculares, microvasculares) aterosclerose acelerada: risco aumentado infarto do miocárdio, AVC, isquemia. Danos microvasculares incluem retinopatia, nefropatia e neuropatia. MORFOLOGIA DIABETES No pâncreas: Redução no numero e tamanho das ilhotas (DM2) Infiltrados leucocitários: insulite – linfócitos T (DM1) Redução de massa células das ilhotas (DM2) Deposição amiloide nas ilhotas (DM2) Gangrena e IAM (maior mortalidade nesses pacientes) Arterioesclerose hialina: lesão vascular associada a hipertensão, associado a duração da doença e a pressão. Keslly K Cuchinski – ATM 24/2 6 Microangiopatia: espessamento da membrana basal e maior permeabilidade de proteínas em pacientes diabéticos do que outros. Microangiopatia diabética: Nefropatia diabética: lesões glomerulares, lesões vasculares renais (arterioesclerose), pielonefrite (papilite necrotizante) Espessamento da membrana basal capilar, esclerose mesangial difusa, glomerulosclerose nodular Retinopatia: Opacificação da lente (catarata), aumento da pressão intraocular (glaucoma) Neuropatia: tempo da doença no indivíduo. Causas mais comuns de mortalidade pela diabetes: IAM, insuficiência vascular renal, AVE Base acentuada para maior ocorrência de infecções: funções neutrofilicas diminuídas: quimiotaxia, aderência ao epitélio, fagocitose e atv microbiana.
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