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REDAÇÃO JORNALISTICA 
 
 
1 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
A Estrutura Do Texto Jornalístico 
Título: chamativo a atraente 
Sutiã: Que passa a ideia central do texto 
Por: nome do autor(a) 
Lead: 
Conceitos: 
1- O Tripé Da Estrutura 
A notícia é formada por três partes: título, cabeça e corpo. 
2- Título 
O título é a frase composta em letras grandes que se dispõe acima do texto, com a finalidade básica de dar 
ao leitor uma orientação geral sobre a matéria que encabeça e despertar o interesse pela leitura. 
3- Cabeça 
A cabeça ou lead é a introdução ou abertura de uma notícia ou reportagem. O lead em geral é constituído 
do primeiro parágrafo. A palavra provém do inglês, que significa “comando”, “primeiro lugar”, “liderar”, 
“guiar”, “induzir”, “encabeçar”. 
Objetivo do Lead – O lead torna possível ao leitor, que dispõe de pouco tempo, tomar conhecimento do 
fundamental de uma notícia em rápida e condensada leitura do primeiro parágrafo. Sua leitura pode, 
também, “fisgar” o interesse do leitor e persuadi-lo a ler a matéria, até o final. 
CONTEÚDO – Na construção do lead, o redator deve responder às questões básicas da informação: o quê, 
quem quando, onde. As demais perguntas básicas, dada sua natureza – as circunstâncias (como) e as 
causas (por que) – podem ser respondidas nos parágrafos posteriores, ou mesmo deixarem de ser 
contemplados na primeira notícia acerca de um fato, dependendo da natureza deste. 
O redator deve observar cinco exigências do lead: 
· “apresente um resumo do fato 
· identifique os lugares e as pessoas envolvidas 
· destaque o toque peculiar da história 
· dê as mais recentes notícias do acontecido 
· e, se possível, estimule o leitor a continuar lendo o resto da reportagem.” 
Podemos ainda acrescentar outra função do lead: situar a notícia em um contexto mais amplo, 
esclarecendo o leitor a respeito de fatos passados ou de fatos interligados. Estes últimos tanto podem 
ser passados quanto simultâneos à notícia. 
Tipos De Lead 
Há várias maneiras de introduzir uma matéria jornalística. Portanto, há diversos tipos de lead. Vejamos 
algumas classificações, segundo os autores abaixo: 
Fraser Bond 
Entre os principais tipos, o autor destaca os seguintes: 
(1) Consensado (Integral) 
Sumariza todos os fatos principais de maneira clara e sempre uniforme. É muito comum nos despachos 
REDAÇÃO JORNALISTICA 
 
 
2 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
internacionais. Ex.: 
Subiu a 545 o número de mortos no terremoto que atingiu anteontem a região centro-sul do Irã, deixando 
mais de 600 geridos, alguns inválidos, e destruindo totalmente três aldeias. Segundo as autoridades, serão 
necessários vários meses para que os 4.500 sobreviventes das 12 cidade atingidas possam levar uma vida 
norma. (OESP, 22/12/77) 
(2) De Apelo Direto (Pessoal, Intimista) 
Utiliza o interesse da participação do leitor, a ele se dirigindo diretamente. Ex.: 
Se você pretende viajar no seu carro neste fim de semana, encha o tanque mais cedo. Por determinação do 
Ministério das Minas e Energia, os postos de todos o Brasil funcionarão apenas até as 17:00 horas desta 
sexta-feira. 
(3) Circunstancial 
Dá ênfase às circunstâncias nas quais ocorreu a história a ser narrada. Estilo característico das matérias 
com um toque humano mais acentuado, ou seja, que apelam ao emotivo. Ex.: 
Embora tivesse medo de magoar seu marido, vasco doente. Maria da Silva não conseguiu contar uma 
expressão de alegria quando o radinho de pilha anunciou o primeiro gol de Zico. Sua simpatia pelo 
Flamengo de divórcio na 2ª Vara da Família. 
(4) DE CITAÇÃO DIRETA Ou “ENTRE ASPAS” 
Começa com uma declaração ou citação, que reflete o aspecto principal das idéias da pessoa focalizada. 
Esta prática, muito comum na maioria dos jornais, esteve condenada por algum tempo, pelas normas de 
redação do Jornal do Brasil, “salvo nos casos em que a frase ou a citação estejam destinadas a passar à 
História (o que, aliás, é sempre duvidoso, e implica julgamento temerário).” 
Para Nuno Crato (1982), esse tipo de lead só deve ser empregado quando a notícia se revela de 
natureza delicada ou controversa. O exemplo seguinte é de Lago Burnett (1985, p.25) 
“Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o Reino dos Céus”, afirmou ontem, a certa altura do 
seu Sermão da Montanha, o Rabi da Galiléia, perante uma multidão de molhares de pessoas, entre as 
quais, seus assessores de imprensa – Lucas, Mateus, Marcos e João – que documentam a precatória para 
posterior publicação em livro. 
Outra maneira, muito usada, de inserir uma declaração no lead é deixá-la para o início do segundo 
parágrafo, precedida de travessão. 
(5) Descritivo 
Apresenta uma visão do lugar onde a notícia ocorreu (descrição do cenário) e descreve as pessoas nela 
envolvidas. A descrição das pessoas pode ser de ordem física, mas também de ordem psicológico-
comportamentais. Ex.: 
De bermudas, tênis Adidas e uma camisa de malha, o ex-Chefe do Gabinete Militar da Presidência da 
República deu ontem sua primeira entrevista política 
(1) INFORMATIVO: Quando resume o essencial da matéria. 
(2) INICIATIVO: Não resume o essencial; antes, chama a atenção do leitor para um ou vários aspectos 
particulares que, contudo, dão idéia do tema que vai ser 
desenvolvido. As regras acerca desse tipo de lead são vagas. No entanto, Nuno Crato encontrou, através 
de pesquisas, as seguintes características desse tipo de abertura: entrada curta (relativamente ao texto); 
pormenores característicos, como declarações que dêem idéia da matéria; descrições históricas ou de 
natureza social, que introduzam o tema. 
(3) CITAÇÃO: já descrito acima. 
REDAÇÃO JORNALISTICA 
 
 
3 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
OUTROS TIPOS 
Vários outros tipos de lead podem ser ainda lembrados, como os seguintes: 
a) Ativador de interesse, sensacionalista ou de impacto: começa com um item de peso emocional, 
capaz de captar a atenção para o texto; 
b) Numeração: relaciona os principais assuntos da matéria, numerados em linhas separadas; 
c) Por contraste: contrapõe elementos contraditórios – opiniões, informações circunstâncias, etc. – para 
obter um efeito expressível; 
d) Originais (segundo Fraser Bond): fogem a qualquer classificação, por serem “variações excêntricas da 
norma primitiva.” 
O Lead E O Estilo Jornalístico 
Defensores/Contestadores 
A validade do lead no moderno jornalismo é contestada por alguns, que o consideram “quadrado”, 
elementos aprisionadores da criatividade do jornalista. Seus defensores, por outro lado, consideram-no, 
ainda hoje, a melhor técnica jornalística de abertura do texto informativo, um recurso de validade sempre 
renovada, desde que usado inteligentemente. Em defesa do lead, costuma-se alegar a versatilidade dos 
seus elementos, não sendo considerado, portanto, um modelo “quadrado”. 
Tradição/Criatividade 
Realmente, nada impede que seja criativamente alterada a ordem dos elementos da fórmula ultradireta 
do lead tradicional (representada pela fórmula “3Q – CO – PR, ou seja, quem faz o quê e quando, 
seguindo-se as explicações de como, onde e por quê). Além de se trazerem para o lead somente as 
informações mais fundamentais da notícia, é possível obter um impacto maior, dispondo-se essas 
informações também em ordem de importância, na própria construção do lead. Assim, a relação poderá ser 
iniciada com opor quê, o como, ou com qualquer dos elementos da informação, de acordo com o assunto e 
as circunstâncias em que os um dos elementos em relação aos demais. Na própria seleção dos 
elementos a serem incluídos no lead, o redator põe em jogo a sua criatividade. 
O estilo jornalístico implica geralmente regras expressas sobre a confecção do lead: suas dimensões 
(número mínimo e máximo de linhas), a divisão em dois parágrafos (lead esublead), a disposição dos seus 
elementos, etc. 
Sublead 
Conceito/Origem 
Segundo parágrafo do texto jornalístico, resultante do desdobramento do lead. O sublead é criação do 
jornalismo brasileiro,e inexistia na imprensa norte-americana e também na inglesa, de onde importamos a 
técnica do lead, na década de 50. 
Função 
Existem posições discordantes sobre sua importância e sua função no texto do jornal. O sublead é 
considerado, por alguns, apenas um recurso gráfico (“uma ficção tipicamente regionalista”, segundo Lago 
Burnett (op. cit., p.23), destinado a situar melhor a notícia, visualmente, dentro da página. Outros o 
consideram um recurso de grande valor para a articulação do texto: um parágrafo imediato ao lead, “(…) 
onde se agrupam os fatos cuja ordem de importância é inferior aos do lead ou onde se desenvolvem 
aqueles fatos 
mencionados anteriormente.” – Juvenal Portela. Nesta acepção, o sublead tem a função de disciplinar o 
desenvolvimento da narrativa, como um pescoço equilibra a cabeça (o lead) em relação ao corpo da 
notícia. 
SUÍTE (importante recurso para o jornalista compor um bom texto) 
REDAÇÃO JORNALISTICA 
 
 
4 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
Ato ou efeito de desdobrar uma notícia já publicada anteriormente pelo próprio ou por outro. Técnica de dar 
continuidade à apuração de um fato (já noticiado), que continua sendo de interesse jornalístico, mediante o 
acréscimo de novos elementos, para a atualização do fato inicial e seus subsequentes. 
Formas De Estruturar A Notícia 
Pirâmide Invertida 
Climax do fato – Desenvolvimento da História – Conclusão 
Pirâmide Normal 
Cabeça ou abertura – Desenvolvimento cronológico da história – Climax da história 
 Pirâmide Invertida E Cabeça 
Climax da Notícia – Desenvolvimento da história – Conclusão – Cabeça ou abertura 
O Que São E Quais São Os Critérios De Noticiabilidade 
Para se decidir o que deve ser notícia ou não, o jornalista analisa o fato de diversos ângulos e aplica crivos 
e classificações, atribuindo valor aos fatos, ou valores-notícia, determinando a importância de um fato ou 
acontecimento a ser noticiado, também chamados de critérios de noticiabilidade. “Os critérios de 
noticiabilidade não são rígidos nem universais e por vezes são contraditórios e mudam ao longo do tempo, 
alterando também de acordo com o contexto onde estão inseridos e a sua abrangência”. Muitos autores 
descrevem o valor noticia como um instrumento determinante para os profissionais de comunicação. Eles 
também são muito similares na maioria das redações dos veículos. Para determinar quais acontecimentos 
devem ser publicados ou descartados é necessário fazer uma separação dos fatos mais relevantes e 
importantes. Também é importante que não se confunda seleção de notícia com valor-noticia, seleção de 
notícia é a hierarquização das informações e valor-noticia é o fato e suas características. O autor Nelson 
Traquina define noticiabilidade como: 
[…] o conjunto de critérios e operações que fornecem a aptidão de merecer um tratamento jornalístico, isto 
é, possuir valor como notícia. Assim, os critérios de noticiabilidade são o conjunto de valores-notícia que 
determinam se um acontecimento, ou assunto, é susceptível de se tornar notícia, isto é, de ser julgado 
como merecedor de ser transformado em matéria noticiável e, por isso, possuindo ‘valor-notícia’ 
(TRAQUINA, 2008, p. 63). 
Acerca dos critérios de noticiabilidade, o acadêmico italiano Mauro Wolf (2008, p.196) diz que estes 
correspondem às operações e instrumentos com os quais as escolhas do que vai ser noticiado são feitas 
pelas empresas de comunicação. 
[…] os critérios de noticiabilidade correspondem ao conjunto de critérios, operações e instrumentos com os 
quais os aparatos de informação enfrentam a tarefa de escolher cotidianamente, de um número imprevisível 
e indefinido de acontecimentos, uma quantidade finita e tendencialmente estável de notícia. Sendo assim, a 
noticiabilidade está estreitamente ligada aos processos que padronizam e tornam rotineiras as práticas de 
produção: ela equivale a introduzir práticas de produção estáveis numa “matéria-prima” (os acontecimentos 
do mundo), por sua natureza extremamente variável e imprevisível. (WOLF, 2008, p. 196). 
Ainda segundo Wolf (1995, p.175), a “noticiabilidade é um conjunto de elementos através dos quais o órgão 
informativo controla e gere a quantidade e o tipo de acontecimentos, dentre os quais há que selecionar a 
notícia”. Ele também afirma que os critérios de noticiabilidade estão ligados “à cultura profissional dos 
jornalistas” e à “organização do trabalho e dos processos de produção” (WOLF, 2008, p.202). Para Belochio 
(2010, p.9), “os critérios de noticiabilidade envolvem aspectos profissionais e mercadológicos que acabam 
influenciando as opções editoriais dos veículos”. A autora então descreve que: 
A primeira característica relacionada às escolhas feitas pelo jornalista, é a escolha de pautas que mais 
agradam o seu público. A segunda característica, que trata sobre os processos de produção e a 
organização do trabalho, é relacionada à linha editorial do veículo, ou seja, os procedimentos que também 
estão relacionadas com interesses mercadológicos da empresa. 
Essa afirmação esbarra em outro ponto fundamental, muito discutido e sensível, o da ética jornalística, que 
REDAÇÃO JORNALISTICA 
 
 
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de alguma forma pode ser comprometida. Segundo Goulart (2006, p.124), “as notícias não espelham a 
realidade de forma neutra e objetiva, mas constituem representação acerca da realidade que dependem de 
crenças, valores e objetivos daqueles que a produzem”. Goulart faz referência a outro autor, Fairclough que 
cita outras escolhas que devem ser levadas em consideração na análise dos processos de representação 
de um texto. 
Escolhas são feitas – o que está incluído e o que está excluído, o que é tornado explicito ou deixado 
implícito, o que é colocado em destaque e o que é minimizado, o que é tematizado e o que não é 
tematizado, que tipos de processos e categorias são empregados para representar acontecimentos, e assim 
por diante. Questões sobre as motivações sociais para determinadas escolhas, e sobre ideologias e 
relações de dominação são uma preocupação constante na análise de tais escolhas (FAIRCLOUGH, 1995, 
p104). 
Vizeu Jr credita o valor noticia como parte do conjunto de elementos dos critérios de noticiabilidade 
controlado pela empresa jornalística. 
A medida em que entendemos noticiabilidade como um conjunto de elementos pelos quais a empresa 
jornalística controla e administra a quantidade e o tipo de acontecimento, entre os quais vai selecionar a 
noticia podemos creditar o valor/noticia como um componente da noticiabilidade (VIZEU JR, 2014, p. 71). 
Segundo Neto (2001, p.276), “os critérios de noticiabilidade são recursos redutores de classificação da 
realidade. Eles ainda reforçam um processo de fragmentação do real, ao acentuarem aspectos isolados de 
um fato”. O autor considera que o recorte da notícia é determinado pelo critério de noticiabilidade: “a noticia 
é um recorte no espaço e no tempo em relação a processos sociais mais amplos, e os limites deste recorte 
são, em parte, estabelecidos por critérios de noticiabilidade” (NETO, 2001, p. 276). Quando uma notícia é 
publicada dissociada do fato em si, pode causar rejeição do público. 
Erros, como grande dose de “sensacionalismo” ou veiculação de notícia desinteressante, ou, até mesmo 
distante da realidade, podem provocar rejeição do público, e a consequente perda de credibilidade do jornal 
(MOURA, 2006, p.36). 
Valores-Notícia E Rotinas Produtivas 
Para Mauro Wolf, os valores/notícia não estão presentes apenas na seleção das notícias, participam 
também nas operações seguintes, embora com relevo diferente. "Os valores/notícia se tornam regras 
práticas que abrangem um corpus de conhecimentos profissionais que, implicitamente e, muitas vezes, 
explicitamente, explicam e guiam os processos operativos nas redações."[1]. Para Wolf, os valores/notícia 
devem constituir referências claras e disponíveis aos conhecimentos partilhados sobre a natureza e os 
objetos das notícias. Estas referênciaspodem ser utilizadas para facilitar a complexa e rápida elaboração 
dos noticiários. A principal exigência é rotinizar tal tarefa, de forma a torná-la exequível. Os valores/notícia 
servem, exatamente, para esse fim. 
Quanto ao caráter dinâmico dos valores/notícia, o autor italiano aponta que: 
"(...) mudam no tempo e, embora revelem uma forte homogeneidade no interior da cultura profissional - para 
lá de divisões ideológicas, de geração, de meio de expressão, etc. -, não permanecem sempre os mesmos 
(...)". 
"Em geral, pode dizer-se que cada novo setor, tema, argumento ou assunto que represente uma ampliação 
da esfera informativa, se torna regularmente noticiado, na medida em que se verifica um reajustamento e 
uma redefinição dos valores/notícia."[1] 
Ainda segundo o autor, os valores/notícia derivam de pressuposto implícitos ou de considerações relativas: 
a) às características substantivas das notícias: ao seu conteúdo; 
b) à disponibilidade do material e aos critérios relativos ao produto informativo; 
c) ao público; 
d) à concorrência. 
REDAÇÃO JORNALISTICA 
 
 
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A primeira categoria de consideração diz respeito ao acontecimento a ser transformado em notícia; a 
segunda, diz respeito ao conjunto dos processos de produção e realização; a terceira, diz respeito à 
imagem que os jornalistas têm acerca dos destinatários e a última diz respeito às relações entre os mass 
media existentes no mercado informativo. 
Tipologia Dos Valores-Notícia Na Perspectiva De Mauro Wolf 
De Acordo Com Os Critérios Substantivos 
Esses critérios articulam-se, essencialmente, nos fatores importância e interesse da notícia. O fator 
importância é determinado por quatro variáveis: 
• Grau e nível hierárquico dos indivíduos envolvidos no acontecimento noticiável: Quanto mais famoso, 
influente ou poderoso o indivíduo envolvido na notícia, mais chances de ser noticiado. Essa variável é 
analisada em graus de hierarquia que podem ser medidos pelo poder econômico, pela riqueza ou pelo 
prestígio, por exemplo. 
• Impacto sobre a nação e sobre o interesse nacional: Esse segundo fator é determinado pela capacidade 
que o acontecimento tem de influenciar ou afetar os interesses do país. Esse fator é compreendido pelo 
denominação de significatividade, denominada por Galtung e Ruge. Associado a esse fator está o valor-
notícia proximidade, onde a vizinhança geográfica e afinidade cultural possuem maior peso na seleção da 
notícia. 
• Quantidade de pessoas que o acontecimento (de fato ou potencialmente) envolve: A importância aqui é 
medida pela quantidade de pessoas que estarão envolvidas no determinado acontecimento ou quanto mais 
pessoas famosas ou reconhecidas estiverem presentes. Um grande exemplo disso é o Oscar. 
• Relevância e significatividade do acontecimento quanto à evolução futura de uma determinada situação. 
Quanto ao fator interesse da notícia, Wolf esclarece que ele está estreitamente relacionado à imagem que 
os jornalistas têm do público e também ao valor/notícia que Golding e Eliott chamam de " capacidade de 
entretenimento". Conforme o autor italiano são consideradas interessantes as notícias que procuram 
interpretar os fatos baseando-se no aspecto do "interesse humano, do ponto de vista insólito, das pequenas 
curiosidades que atraem a atenção" 
De Acordo Com Os Critérios Relativos Ao Produto 
Diz respeito à disponibilidade de materiais e às características do produto informativo. 
• Disponibilidade: aborda o quanto acessível o fato é para os jornalistas, o quanto é tratável na forma 
técnica (se demanda ou não o gasto de muitos meios para a cobertura). Esse fator ainda abarca o critério 
de brevidade que se atem ao essencial de uma notícia mesmo tentando abarcar o máximo possível do fato, 
entretanto sem prolongamentos para poder se adequar às limitações do meio (que possui espaço limitado). 
• Atualidade: a notícia tem que acontecer o mais em cima possível do momento que for veiculada. 
• Qualidade: refere-se ao quão bem o fato é ilustrado e retratado, o cuidado em mostrar a notícia de forma 
dinâmica (por mais maçante que seja), o esforço em apresentar os mais variados pontos de vista possíveis 
e a clareza na linguagem afim do receptor assimilar facilmente a mensagem. 
• Equilíbrio: tem por objetivo buscar conteúdo dos mais variados possíveis, que abarquem a maior 
quantidade de temas. 
De Acordo Aos Critérios Relativos Ao Meio De Comunicação 
A notícia nesse critério não está apenas ligada ao conteúdo, mas também ao material de boa qualidade que 
será veiculado. As imagens precisam comunicar de forma efetiva para ganhar espaço na mídia. Além disso, 
esse critério está associado a todos os valores-notícia de relevância ligados aos públicos (de modo a 
entreter sem ultrapassar os limites do bom gosto, decência etc). A frequência que um acontecimento é 
noticiado na mídia também determina a probabilidade que ele poderá voltar a ser noticiado. 
O formato (limites espaço-temporais que caracterizam o produto informativo) conferem certa rapidez nas 
REDAÇÃO JORNALISTICA 
 
 
7 WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 
escolhas dos jornalistas, já que delimitam uma espécie de pré-seleção mesmo ainda tendo que aplicar 
outros valores-notícia. 
De acordo com os critérios relativos ao público 
Esse critério se refere ao desempenho do papel exercido pela imagem que os jornalistas têm do seu 
público, embora conheçam pouco esse público. 
De acordo com os critérios relativos à concorrência 
Esse critério diz respeito a três tendências postuladas por Mauro Wolf, com base nos estudos de Herbert 
Gans: 
Primeiramente, os mass media tendem a selecionar acontecimentos noticiosos que possuam um caráter de 
exclusividade. Wolf, referenciando Gans, coloca que "(...) os mass media competem na obtenção de 
exclusivos, na invenção de novas rubricas e na feitura de pequenas "caixas" sobre os pormenores (...)". 
Desse modo, os meios de comunicação buscam se sobressair aos concorrentes, trazendo notícias 
"bombásticas" para chamar a atenção do público. 
Em seguida, o autor aponta que a segunda tendência está relacionada ao fato de que a concorrência pode 
gerar "expectativas" semelhantes entre os meios de comunicação, "(...) no sentido em que pode acontecer 
que uma notícia seja selecionada porque se espera que os mass media concorrentes façam o mesmo". 
Por fim, o italiano exprime que a concorrência entre os meios leva a contribuição de para a formação dos 
parâmetros profissionais e, consequentemente, a criação dos modelos de referência. Desse modo, os mass 
media tendem a selecionar os fatos noticiosos utilizando o mesmo padrão que o concorrente, visto que este 
modelo possui grande credibilidade. 
Tipologia Dos Valores-Notícia De Galtung E Ruge (1965) 
De acordo com o impacto 
• Amplitude: quanto maior o número de pessoas envolvidas maior a probabilidade de o acontecimento ser 
noticiado. Mas há que contar com o fator da proximidade ou o princípio do morto-quilômetro. O critério de 
proximidade é utilizado para escolha de produção e publicação de notícias, a partir da premissa que 
assuntos próximos ao leitor geram maior interesse do que fatos acontecidos à quilômetros de distância: 
para a realidade de Portugal, 300 mortos em Mogadíscio valem menos do que 10 mortos nos arredores de 
Lisboa. 
• Frequência: quanto menor for a duração da ocorrência maior a probabilidade terá de ser relatada 
em notícia. Por exemplo um terremoto terá mais relevância noticiosa do que as medidas tomadas após o 
mesmo. Acontecimentos de longa duração, como por exemplo a viagem de satélites pelo espaço, têm fraca 
cobertura. Os acontecimentos rotineiros podem ser noticiados se tiverem interesse para muita gente como 
os jogos de futebol do fim-de-semana e as reuniões parlamentares, por exemplo. Já o fato rotineiro de os 
combôios chegarem sempre a horas não tem valor-notícia. 
• Negatividade: as más notícias vendem mais do que boas notícias. Além disso, são mais fáceis de noticiardo que boas notícias. Entre as más notícias há uma certa hierarquia na preferência do leitor, telespectador, 
ouvinte ou internauta. O noticiário envolvendo morte tem grande impacto junto à audiência. As mortes por 
assassinato são as que mais comovem e, consequentemente, atraem o público. Depois vêm as notícias de 
mortes por atentados, guerras e conflitos diversos, acidentes aéreos, automobilísticos ou por qualquer meio 
de transporte e as tragédias naturais. A morte de celebridades, trágica ou não, também têm grande poder 
de atração da audiência por parte dos meios de comunicação. 
• Caráter inesperado: Um evento totalmente inesperado terá mais impacto do que um evento agendado e 
previsto. Como o jornalista Charles Anderson Dana escreveu: "Se um cão mordeu um homem, isso não é 
notícia. Mas se um homem morder um cão, isso é notícia!!!" 
• Clareza: eventos cujas implicações sejam claras vendem mais jornais do que aquelas que estão abertas a 
mais do que uma interpretação, ou cujo entendimento exija conhecimentos acerca dos antecedentes ou 
contexto desse mesmo evento. 
REDAÇÃO JORNALISTICA 
 
 
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De Acordo Com A Empatia Com A Audiência 
• Personalização: as ocorrências que possam ser retratadas como ações de indivíduos atraem um maior 
interesse humano pela história relatada pelo jornalista. 
• Significado: este critério está relacionado com a proximidade geográfica e cultural que a ocorrência possa 
ou não ter para o leitor. Notícias sobre acontecimentos, pessoas e interesses mais próximos do leitor terão 
um maior significado para ele. 
• Referência a países de elite: notícias relacionadas com países mais poderosos têm maior destaque do 
que notícias relativas a países de menor expressão política e económica. 
• Referência a pessoas que integram a elite: histórias acerca de pessoas ricas, poderosas, influentes e 
famosas recebem uma maior cobertura noticiosa. 
De acordo com o pragmatismo da cobertura mediática 
• Consonância: segundo este critério os jornalistas têm esquemas mentais em que prevêem que 
determinado acontecimento pode vir a ocorrer. Esta previsão tem a ver com a experiência e rotina 
do jornalista que escolhe o que é noticiável em consonância com aquilo que tinha antevisto. Assim se uma 
ocorrência corresponder às expectativas do jornalista terá maiores probabilidades de ser publicada. 
• Continuidade: uma vez publicada, a notícia ganha uma certa inércia. Como a história já foi tornada 
pública existe uma maior clareza acerca da mesma. Isto cria um acompanhamento da notícia até que outras 
notícias mais importantes em agenda obriguem a deixar cair o assunto. 
• Composição: o arranjo das notícias por rubricas, seções ou cadernos deve ser equilibrado. Se um 
acontecimento internacional for importante terá de competir com o valor de outros acontecimentos 
internacionais para ocupar um determinado espaço na seção dedicada a este tipo de notícias. Assim a 
importância de uma história não depende apenas do seu valor-notícia mas também do seu valor face a 
outras histórias. 
Seleção Noticiosa 
Em Jornalismo, a seleção noticiosa é a escolha de acontecimentos que serão ou não noticiados. Sua 
primeira etapa é chamada seleção primária, onde os valores-notícia são os principais critérios para que 
ocorra uma filtragem dos fatos. 
Os estudos de seleção de notícias partem geralmente de um outro conceito teórico do Jornalismo, 
o Gatekeeping, um estudo clássico dos anos 50. Antes disso, em 1690, Tobias Peucer desenvolveu a 
primeira pesquisa acadêmica sobre Jornalismo, onde o autor disserta sobre seleção de fatos que merece 
ser recordados, ou conhecidos, fazendo alusão ao posteriores Critérios de Noticiabilidade. 
Entretanto, não é suficiente apenas escolher quais acontecimentos serão publicados como notícia e quais 
serão descartados. Entre os selecionados, é necessário fazer uma distinção dos fatos mais importantes - de 
acordo com os valores-notícia - e que merecem tomar mais espaço nas manchetes e páginas de jornais 
impressos, além de chamadas de telejornais. Em linhas gerais, a seleção tem vida na redação de um 
veículo e ultrapassa seus muros, quando não é preciso somente escolher, mas hierarquizar os fatos.[2] 
Não se deve confundir seleção noticiosa com valor-notícia. Valores-notícia dizem respeito às características 
do fato propriamente dito, enquanto a seleção é um processo não só de seleção, mas de hierarquização 
das informações - processo que ocorre no interior das redações. 
A seleção se utiliza dos valores-notícia, porém esta é apenas uma parte do processo, pois entrarão nesse 
rol, outros critérios de noticiabilidade como o formato do produto, a qualidade da imagem, a linha editorial, o 
custo e o público-alvo. 
Em um estudo sobre a abordagem de jornais estrangeiros em relação às crises do Congo, de Cuba e 
do Chipre, os pesquisadores noruegueses Johan Galtung e Mari Holmboe Ruge realizaram uma 
investigação mais aprofundada acerca do papel dos valores-notícia no processo de seleção noticiosa, que 
levou à criação de duas hipóteses. A primeira é a hipótese da aditividade, cujo argumento principal é de 
que um acontecimento que se encaixa em vários valores-notícia diferentes tem mais chance de virar 
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manchete, pois esses valores se "somariam", conferindo maior relevância àquele acontecimento. A segunda 
é a hipótese da complementaridade, em que os autores afirmam que um acontecimento que tiver um 
valor-notícia baixo em alguma dimensão pode compensar isso sendo alto em outra. Um terremoto que 
vitima várias pessoas, por exemplo, tem baixa personalização, mas tem uma carga de negatividade alta que 
pode fazê-lo virar notícia. 
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