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Fisiologia 1 Representação Descritiva I Helba Maria da Silva Mattos Porto de Oliveira 1ª e di çã o Representação Descritiva I 2 DIREÇÃO SUPERIOR Chanceler Joaquim de Oliveira Reitora Marlene Salgado de Oliveira Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva FICHA TÉCNICA Texto: Helba Maria da Silva Mattos Porto de Oliveira Revisão Ortográfica: Rafael Dias de Carvalho Moraes Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni, Fabrício Ramos e Victor Narciso Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos COORDENAÇÃO GERAL: Departamento de Ensino a Distância Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo Campus Niterói O48e Oliveira, Helba Maria da Silva Mattos Porto de. Representação descritiva I / Helba Maria da Silva Mattos de Oliveira ; revisão de Rafael Dias de Carvalho Moraes. – 1. ed. – Niterói, RJ : UNIVERSO : Departamento de Ensino a Distância, 2016. 112 p. : il. 1. Catalogação descritiva. 2. Catalogação bibliográfica. 3. Ciência da informação. 4. Classificação bibliográfica. 5. Sistema de recuperação da informação. 6. Tecnologia da informação. 7. Ensino à distância. I. Moraes, Rafael Dias de Carvalho. II. Título. CDD 025.32 Bibliotecária: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC pelo conteúdo do texto formulado. © Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedor a da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). Representação Descritiva I 3 Palavra da Reitora Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero bem-sucedidas mundialmente. São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável pela própria aprendizagem. O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de nossa plataforma. Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem- sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, graduação ou pós-graduação. Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! Professora Marlene Salgado de Oliveira Reitora. Representação Descritiva I 4 Representação Descritiva I 5 Sumário Apresentação da disciplina ............................................................................................. 07 Plano da disciplina ............................................................................................................ 09 Unidade 1 – Introdução à Catalogação ....................................................................... 11 Unidade 2 – O Controle Bibliográfico Universal (CBU)............................................. 29 Unidade 3 – Representação de Dados Bibliográficos e Catalográficos ............... 47 Unidade 4 – Sistemas de Alimentação de Catálogos e Bases de Dados .............. 69 Unidade 5 – Nova Norma de Descrição Bibliográfica - RDA ................................... 83 Considerações finais ......................................................................................................... 99 Conhecendo o autor ........................................................................................................ 101 Referências .......................................................................................................................... 102 Anexos.................................................................................................................................. 107 Representação Descritiva I 6 Representação Descritiva I 7 Apresentação da disciplina Prezado aluno, Seja bem-vindo à disciplina Representação Descritiva I. Gostaria primeiramente de parabenizá-lo por escolher está profissão que lida com o bem mais precioso desta geração que é a informação. A informação sempre foi importante para tomada de decisões e para desenvolver as competências de diferentes áreas do saber, entretanto, hoje em dia, devido ao aumento significativo dela, torna-se importante à atuação deste profissional para organizar e disseminá- la. O profissional de informação precisa possuir algumas competências, e uma delas é saber descrever o documento, que pode ser fisicamente ou por assunto. Este livro de estudo busca iniciá-lo no campo teórico da descrição bibliográfica, ou seja, no estudo das maneiras de representar fisicamente o documento. Esta disciplina é o primeiro contato com a descrição física do documento e por isso pretende introduzi-lo neste universo, dando um panorama histórico de como surgiram às primeiras regras de catalogação, em que momento é feita a descrição física do documento dentro da biblioteca ou centro de informação, quais são os tipos de catálogos, o que significa um Controle Bibliográfico e levantamentos sobre este assunto para uma melhor compreensão e verificar sua importância na hora da organização e de uma busca da informação. Além disso, há preocupação de mostrar a estrutura do AACR2 e a composição de uma ficha catalográfica para ter uma noção dos campos que irão estudar no segundo momento e como o documento fica representado. Também será abordado rapidamente o formato MARC 21 e as novas tendências para representação do documento com o RDA. Conto com você! Sucesso e bons estudos! Representação Descritiva I 8 Representação Descritiva I 9 Plano da disciplina A disciplina Representação Descritiva I busca introduzir o aluno nos procedimentos de catalogação. Além de demonstrar a importância deste conhecimento para organização da informação e acesso da mesma, para que isso aconteça teve a preocupação de reunir o máximo de conceitos básicos sobre o tema e o que significaa representação neste processo. Ementa: Estudo de teorias, princípios, esquemas, estruturas e formatos de descrição de recursos informacionais e acesso. Análise de sistemas e práticas que atendam às necessidades do usuário, de forma prática e ética. Experiência, em nível inicial para a descrição de bibliográfica de documentos. Objetivos gerais: Proceder à catalogação descritiva padronizada de recursos informacionais e reconhecer os requisitos de um determinado catálogo e a utilização dos itens descritos conhecendo a lógica descritiva. Conteúdo programático: Unidade 1- Introdução à catalogação Panorama histórico da evolução da catalogação Tipos de documentos e suportes Papel da catalogação no processo de geração e uso da informação Catálogo como instrumento de informação, modalidades e tipos Unidade 2 – O Controle Bibliográfico Universal (CBU) Controle bibliográfico no Brasil ISBN, ISSN E DOI ISBN ISSN DOI Representação Descritiva I 10 Unidade 3 – Representação de dados bibliográficos e catalográficos Estrutura do AACR2R segunda edição Áreas da ficha catalográfica Indicação dos pontos de acesso O formato MARC 21 Unidade 4 – Sistemas de alimentação de catálogos e bases de dado Catalogação na publicação Catalogação centralizada Catalogação cooperativa Unidade 5 – Nova norma de descrição bibliográfica - RDA Conceitos teóricos que embasaram o RDA Diferenças entre o AACR2 e o RDA Bons estudos! Representação Descritiva I 11 Introdução à Catalogação 1 Representação Descritiva I 12 Caro Aluno, Começa nossa jornada para compreender a representação descritiva de documentos. Espero que no final deste curso, você se torne um profissional apto para exercer a profissão de bibliotecário e nunca esqueça que um bom profissional permanece sempre se atualizando. Nessa primeira unidade pretende dar uma visão de conceitos básicos sobre o tema estudado, além de contextualizá-lo de como surgiu e como este assunto está sendo abordado nos dias atuais; também conhecer os tipos de documentos e seus suportes, além de saber quais os tipos de catálogos. Objetivos da unidade: Entender como surgiu a catalogação; Conhecer os tipos de documentos e suportes; Compreender o papel da catalogação no processo de geração e uso da informação; Saber os tipos de catálogos e suas utilizações. Plano da unidade: Quando surgiu a catalogação? Quais os tipos de documentos? Qual o papel da catalogação no processo de geração e uso da informação? Quais os tipos de catálogos? Bem-vindo à unidade 1! Representação Descritiva I 13 Neste capítulo através de uma abordagem rápida poderá entender os primórdios da descrição física do documento e como aconteceu a evolução desta técnica de representação, que facilita o acesso de um documento e/ou item documental. Passando por uma viagem rápida da antiguidade até os dias atuais. Também entenderá o papel da catalogação no processo de geração e uso da informação, percebendo a importância da existência de uma padronização para agilizar a recuperação da informação. Além de saber diferenciar catalogação de descrição bibliográfica, dentre outros conceitos. Serão comentados os tipos de documentos e suportes baseando no AACR2 segunda edição, instrumento de padronização que se utiliza hoje em dia. Depois com uma breve abordagem será falado dos catálogos e os tipos, mencionando os catálogos que ainda se baseiam em fichas impressas até os catálogos on-line. Com esta pequena introdução pode-se começar a estudar os subcapítulos desta unidade 1. Panorama histórico da evolução da catalogação Ao longo da história e por causa do aumento considerável de informações existentes, houve a preocupação e a necessidade de transmitir tais informações contidas em determinados acervos de forma mais precisa. Por isso, os profissionais da informação ao longo do tempo foram desenvolvendo técnicas para facilitar a localização de um documento dentro de um acervo. Na Antiguidade até a Renascença, incluindo a Idade Média, a preocupação era com o controle bibliográfico, que era feito através de livro de tombo e as informações eram organizadas em códices, ou seja, em forma de livro. No convento de St. Martin, em Dover, na Inglaterra, em 1389, pode considerar que surgiu o primeiro catálogo, pois continha o conteúdo de cada volume e a análise das partes (entradas analíticas). O primeiro uso das remissivas, que significa encaminhar para outros registros, foi no catálogo de Amplonius Ratnick, de Berka, Alemanha em 1410. Este avanço pode ser considerado por causa da bibliografia, que começou como bibliografias universais para depois bibliografias comerciais. No final do século XV, com o bibliógrafo e bibliotecário alemão Johann Tritheim, que CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 14 organizou a bibliografia em ordem cronológica, contendo índice alfabético de autor. Na metade do século XVI, com o naturalista e bibliógrafo suíço Konrad Gesner confeccionou uma bibliografia em ordem de autor, com índice de assunto. No século XVII, buscou-se conhecer e compreender o mundo e além de controlar e classificar o conhecimento através de enciclopédias e catálogos de biblioteca, neste momento surge a Encyclopedie de Diderot e Encyclopedia Britannica. No século XVIII, o catálogo passa a ter como objetivo servir como um instrumento de busca para pesquisa. Além de ter um crescimento de bibliotecas na Europa. Em 1791 cria-se o primeiro código de catalogação que era simples, curto e prático, uso do catálogo em ficha. As bibliotecas, depois de Revolução francesa, passam a ter um uso público. No final do século XIX se tem início da biblioteconomia como se conhece hoje, em termos de fundamentos. Os primeiros teóricos da catalogação são: Anthony Panizzi, 91 regras, British Museum da Inglaterra; Charles Jewett com o código da Smithsonian Institute nos Estados Unidos; Carl Dziatzko com as instruções prussianas; Charles Ami Cutter com Rules for a dictionary catalogue. De acordo com Barbosa (1978, p. 29) o código de Charles Ami Cutter, que ficou conhecido como tabela para notação de autores [...] consagrou a existência da escola americana de catalogação, ao publicar, em 1886, suas Rules for a dictionary catalog, cuja quarta e última edição em 1904, coincidiu com a preparação do primeiro código da ALA. [...] No entanto, trata-se de um verdadeiro código, consistindo em 369 regras que incluem normas não só para entradas por autor e por título, mas também para a parte descritiva, cabeçalhos de assuntos, e ainda alfabetação e arquivamento de fichas. Em 1908, ALA (American Library Association) publicou seu primeiro código utilizando as regras estabelecidas por Panizzi, Jewett, Cutter e pela LC (Library of Congress). Entretanto devido ao excesso de detalhes os bibliotecários solicitaram mudanças, ocasionando revisões. Segundo Corrêa (2008, p. 23) A segunda edição definitiva foi publicada em 1949 em dois volumes. O volume ALA Cataloguing rules for author and title entries, editado por Clara Beetle e publicado pela ALA, popularmente conhecido como Red Book, contém regras para a escolha e formas dos cabeçalhos. O outro volume foi elaborado pela CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 15 Library of Congress (LC) para contemplar a descrição bibliográfica, uma vez que, o Código da ALA não mencionava regras para esta parte da catalogação. Entretanto, as regras propostas neste código continuaram não satisfazendo os bibliotecários, fazendo com que a ALA solicitasse uma avaliação a Seymour Lubetzky, que produziu um relatório e publicou em 1953, sendo considerado para área da catalogação uma das mais importantes contribuições para o séculoXX. Depois da publicação do relatório acabou assumindo a função de editor do código revisado e, em 1967, foi publicado o Anglo-American Cataloging Rules (AACR) em duas versões: uma norte-americana e outra britânica. No Brasil, em 1969, foi traduzido e adaptado como o seguinte título: Código de Catalogação Anglo-Americano por Abner Lellis Corrêa Vicentini e Astério Campos. Precisa ressaltar que este código era baseado em princípios, não tendo regras taxativas e por isso permitia a cada catalogador gerar um registro, isso fazia com que uma mesma obra pudesse ter registros semelhantes, porém não iguais, dificultando uma padronização das informações descritivas. Devido a necessidade de padrões mais claros e rígidos a IFLA formou um Grupo de Estudos para viabilizar uma proposta de padronização internacional, que elaborou um relatório apresentado no International Meeting of Cataloguing Experts, em 1969 em Copenhague. O documento, gerado e aprovado por este evento foi o International Standard Bibliographical Description (ISBD) que passou a identificar os componentes da descrição bibliográfica, sua ordem de apresentação preferencial e a pontuação necessária, tendo como base o tipo de documento e suporte. Em 1978, foi publicado o AACR2 (Anglo-American Cataloguing Rules, second edition) que unificou os dois textos anteriores: norte-americano e britânico. Também manteve os pontos de acesso em conformidade com os Princípios de Paris e incorporou o padrão ISBD. Nos dias de hoje, por causa da realidade digital presente como, por exemplo, a Web e os novos suportes existentes, a catalogação está passando por uma nova reflexão. Por isso estão pensando no RDA (Resource Description and Access) para substituir o AACR2, entretanto ainda está em estudo e sendo avaliado. Na unidade 5, este tema será abordado com mais profundidade. CIELE Realce CIELE Realce CIELE Nota AACR CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 16 Tipos de documentos e suportes O profissional da informação precisa saber diferenciar os tipos documentos e seus suportes para executar uma boa descrição física do documento, por isso este tópico pretende, de forma bem sucinta, demonstrar as particularidades de cada documento. De acordo com Ribeiro (2006, p.15) “recurso bibliográfico é uma expressão ou manifestação de uma obra ou de um item formado a base para a descrição”. O item dentro da catalogação é usado em todas as regras, substituindo os termos específicos que identificam cada tipo de material ou suporte de informação. Segundo Mey (p. 98), o item documental é “entidade intelectual autônoma e completa contida em um suporte físico, passível de inclusão no acervo de uma biblioteca e base para o estabelecimento de uma entrada primária”. No AACR2, o item documentário é entendido como o documento ou grupo de documento, portanto, é definido à medida que um suporte de informação sob qualquer forma física, editado, distribuído, ou tratado como uma entidade autônoma, tendo como base de única descrição, tendo como exemplo: livros, periódicos, mapa, disco dentre outros. Suporte de informação é o objeto material ou dispositivo sobre ou no qual se encontram representados os dados ou informações. Seguindo como base o AACR2 segunda edição, temos os seguintes suportes de informação: livros, folhetos, folhas soltas impressas, materiais cartográficos, manuscritos, música impressas, gravações de som, filmes cinematográficos e gravações de vídeo, materiais gráficos, recursos eletrônicos, artefatos tridimensionais e realia, microformas, recursos contínuos e análise. Os livros e folhetos são recursos bibliográficos completos em uma só parte, ou que se pretendem completar em um número pré-estabelecido de partes separadas por capítulos. A diferença entre eles é o número de páginas, sendo considerado folheto quando tem menos de 50 laudas ou páginas, enquanto que acima deste número de laudas é considerado livro. Folha solta impressa significa uma peça única de papel, diferente de cartaz que também é uma folha solta. CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 17 Materiais cartográficos são qualquer material que representa a terra ou o corpo celeste, no todo ou em parte, em qualquer escala. Podem ser: mapas, plantas, carta, globo ou Atlas. Os mapas são representações, geralmente em escala e em superfície plana, de determinadas características materiais ou abstratas da superfície da terra ou do corpo celeste, que podem estar em duas e três dimensões. As plantas são mapas ou cartas detalhadas, em escala ampla, com um mínimo de generalizações. Carta é um mapa preparado para servir aos navegantes, sempre tendo um termo usado de um adjetivo que identifique o tipo, como, por exemplo: carta aeronáutica, carta náutica e carta espacial. Globo é o modelo da terra ou outro corpo celeste representado em uma superfície de uma esfera. Atlas representa um volume que contém mapas, lâminas, gravuras, tabelas podendo ter ou não um texto impresso. Pode ser uma publicação independente ou acompanhando vários volumes de textos. Manuscritos são textos escritos à mão, de valor histórico ou literário, também podem ser um conjunto de documentos pessoais que representam uma unidade orgânica. Às vezes textos originais datilografados podem ser considerados manuscritos. Eles podem ser inscritos em tábuas de argila, pedra, papel, etc. Música está definida como um suporte de informação de descrição impressa da música, ou seja, da descrição feita desta arte através da sua representação impressa. Gravação de som é o registro de vibrações sonoras por meios eletrônicos ou mecânicos, de forma a permitir a reprodução de som, que podem ser armazenado em fita cassete ou Compact Disc (CD). Filmes cinematográficos é uma fita, que geralmente se chama filme, que identificam uma extensão de filme acompanhado ou não de som, contendo uma sequência de imagens que cria uma ilusão de movimento quando projetadas em sucessão rápida. Gravações de vídeo é o registro de imagens visuais, quase sempre em movimento e acompanhado de som, apresentado através de um equipamento de televisão. Material gráfico aqui entendido como todos os tipos de materiais em duas dimensões, opacos como, por exemplo: quadros de pintura, gravuras, fotografias dentre outros; ou transparentes que precisam ser vistos por meio de um CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 18 instrumento óptico como diafilmes, tiras de filme, diapositivos, radiografias para serem vistos ou projetados sem movimento. Recursos eletrônicos são dados, ou seja, informações que representam números, texto, gráficos, imagens, imagens em movimento, mapas dentre outros ou programas, quer dizer, instruções que processam os dados para uso, ou a combinação de ambos. Artefatos tridimensionais são objetos tridimensionais, fabricados ou modificados por uma ou mais pessoas, à mão ou industrialmente. Realia são coisas reais, objetos autênticos ou que se encontram na natureza. Microforma é um termo genérico para qualquer meio, transparente ou opaco contendo microimagens. Agora que você tem uma visão sobre a diversidade de documentos existentes percebe-se a importância de representá-los da melhor maneira possível para não ficar esquecido dentro de uma biblioteca e que se possa ser localizado com facilidade. Papel da catalogação no processo de geração e uso da informação Antes de começar propriamente a falar da catalogação de documentos, se faz necessário entender o fluxo documental ou a cadeia documental do centro de informação ou biblioteca. O fluxo documental é o conjunto de operações necessárias para reunir,tratar ou processar, produzir, difundir visando à utilização do documento. Ou seja, as etapas que um documento ou item passa até chegar à consulta de um usuário. Entendendo a dinâmica fica mais fácil saber a importância de uma boa descrição, neste caso, física do documento. Por isso, houve a preocupação de demonstrar as etapas que o documento percorre até ser disponibilizado para o usuário. Entretanto deve-se ressaltar que esta abordagem é rápida, não tendo a preocupação de ser exaustiva, visto que ao longo do curso irão conhecer cada etapa do processo. CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 19 Na imagem abaixo, perceberá que a catalogação encontra-se na parte do processamento técnico, sendo uma das maneiras de representar um item ou documento para ser armazenado visando aperfeiçoar a informação ao usuário através dos serviços prestados. Fonte: Elaborado pela autora. As etapas que o documento percorre até chegar ao usuário, como dito: seleção e aquisição, tratamento técnico, difusão. E como todo sistema de informação será sempre importante fazer um feedback de todo processo para verificar se tem algum problema ou se está no caminho certo, com isso fica mais fácil tomar uma decisão e começar tudo novamente. Representação Descritiva I 20 A catalogação como pode perceber faz parte do processamento técnico, encontra-se no meio do caminho da cadeia documentar. Sendo uma forma de representação do documento. O processamento técnico o conjunto de atividades que o documento é submentido até estar pronto para ser incluído no acervo para utilização do usuário. As etapas que envolvem este processamento entre outras, são: aposição de carimbo identificador da biblioteca, número de registro, catalogação, classificação, etiqueta com o número de chamada e outros preparativos necessários para o empréstimo. Ao longo do curso você irá estudar cada etapa, neste momento só foi abordado para visualizar o momento que ocorre a catalogação. A finalidade da catalogação é padronizar a apresentação dos detalhes físicos visando facilitar o usuário na hora da busca por uma informação. Visto que com a padronização, qualquer usuário sabe identificar cada parte que compõe os itens contidos dentro de um documento. A catalogação é um processo técnico do qual resulta o catálogo, seja manual ou eletrônico, que é uma linguagem de descrição bibliográfica, que tem como finalidade ser um instrumento de comunicação para o usuário localizar um documento. Por isso, a importância de existir uma padronização, pois caso contrário o usuário ficaria perdido sempre que fosse fazer uma busca, pois não saberia como começar sua pesquisa e como está descrita a informação tendo que fazer várias modalidades de buscas para tentar localizá-la, perdendo com isso muito tempo. Como visto anteriormente, ao longo do tempo, muitos pensadores buscaram padronizar de alguma forma a informação do documento para facilitar a organização. Surgindo os códigos de catalogação, que através das experiências e trocas de ideias de bibliotecários ou por associações de bibliotecários que perceberam a necessidade de criar padrões ou regras. Os códigos contemplam a descrição, a escolha das entradas e forma de cabeçalhos, a descrição da localização física dos itens e em alguns casos, a estrutura dos catálogos. Devido à ampliação dos formatos de apresentação de informações, há necessidade de atualizações e modificações dos códigos para acompanhar a dinâmica dos meios de comunicação e de tecnologia. CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 21 Mesmo com toda a tecnologia, a descrição bibliográfica continua sendo importante para poder tornar um item documental único entre os outros existentes dentro de um centro de informação ou biblioteca, pois é a representação e codificação das características de um item. Neste momento serão abordados os tipos de catálogos que são gerados a partir do processo de descrição física dos documentos, ou seja, os instrumentos de buscas que são gerados depois deste detalhamento físico. Catálogo como instrumento de informação, modalidades e tipos No início, os catálogos serviam para armazenar e registrar as informações sobre os documentos que havia no acervo, entretanto com o aumento da produção de livros passou a ser uma ferramenta arrojada para recuperação da informação. O catálogo é um instrumento que permite que o usuário localize um documento tanto pela descrição física e/ou descrição temática, e na maioria das bibliotecas também direciona a localização física da estante. Por isso de acordo com Ferraz (1991, p.91) “no catálogo, o usuário pode encontrar duas importantes peças de informação: se a biblioteca possui o item desejado e, se tem, onde ele esta localizado na coleção”. Hoje em dia os catálogos on-line ou digitais também possibilitam a busca e o direcionamento ao documento recuperado, ou seja, leva ao usuário a ter o texto em formato completo sem precisar sair de casa. De acordo com Sousa e Fujita (2012, p. 70) “a tendência dos catálogos é de atuar como bases de dados, inclusive no que concerne o acesso a textos completos”. Os catálogos podem ser manuais ou digitais, se for digital ou automatizado só existirá uma ficha. Se for manual haverá vários catálogos, cada um com um tipo de entradas diferentes, além da necessidade de fazer várias fichas para representar os itens importantes para recuperação. CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 22 Fonte: Simonato (2014) Disponível em: http://pt.slideshare.net/karusimionato/a-catalogao-em-60-minutos. Fonte: Simionato,(2014) Disponível em: http://pt.slideshare.net/karusimionato/a-catalogao-em-60-minutos. Há dois tipos de catálogo manual: os do público ou externos e os auxiliares ou internos. O primeiro tipo de catálogo, como o nome indica, serve para o uso dos usuários da biblioteca ou centro de informação. Os catálogos auxiliares ou internos servem para o uso dos profissionais da biblioteca. CIELE Realce Representação Descritiva I 23 Hoje, ainda existem várias bibliotecas que têm os três tipos de catálogos externos, que são de nome de autor, de título e de assunto. O catálogo de autor também é chamado de catálogo onomástico. O de título, de catálogo didascálico e o de assunto de catálogo ideográfico. Esses catálogos podem ser organizados alfabeticamente, como um todo, ou seja, com todas as entradas (autor, título e assunto) em único catálogo sendo chamado de catálogo dicionário. Também podem ser organizados com três catálogos diferentes, um para cada tipo de entrada, ou podem ter a organização sistemática, com as entradas feitas pelos números de classificação. Os catálogos internos ou auxiliares podem ser: dicionário, autores ou onomástico, títulos ou didascálico, assuntos ou ideográfico, topográfico, cronológico, editores, número de classificação, de séries e títulos uniformes, catálogo decisório e catálogo de registro. Os catálogos externos são de autor, título e assunto. Catálogo dicionário é um instrumento para facilitar o acesso às obras de um acervo, ele é organizado em ordem alfabética e funciona como um verdadeiro dicionário basta saber o nome do autor, o título ou o assunto de uma das obras para saber se existe ou não na biblioteca. O catálogo de autor ou onomástico é organizado pelos nomes dos autores e entidades, também pode ser conhecido como de identidade. O catálogo de assuntos é organizado pelos assuntos dos livros. O catálogo sistemático ou catálogo de número de classificação é organizado pela classificação que o documento recebe, de acordo com as regras que está sendo adotado. O catálogo de séries e títulos uniformes organizados pelo título dos mesmos. O catálogo decisórioé o que organiza as decisões tomadas pelos profissionais da biblioteca concernentes à catalogação. O catálogo topográfico é utilizado para fins de inventário da biblioteca, pois é organizado pelo número de chamada dos livros. O catálogo oficial é uma réplica dos catálogos externos, mas inclui apenas o ponto de acesso principal. CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 24 O catálogo de registro, para fins de controle do patrimônio da biblioteca. Hoje em dia quase todas as bibliotecas utilizam o livro tombo para fazer este tipo de controle. É HORA DE SE AVALIAR! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois às envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! CIELE Realce Representação Descritiva I 25 Exercícios – Unidade 1 1.(SESC-SE, 2010): [...] o suporte, ou meio que contém um ou mais conteúdos de registro do conhecimento, ou parte de um conteúdo. [...] pode conter uma obra, várias obras, ou partes de obras (MEY, 2003) [...] um conjunto completo de criação intelectual ou artística, ou registro do conhecimento sobre qualquer suporte ou meio. [...] uma entidade abstrata, que pode reproduzir-se em diferentes suportes (MEY, 2003) No contexto da Catalogação, estas definições aplicam-se, respectivamente, a: a) Item e obra. b) Fonte e registro. c) Obra e formato. d) Formato e item. e) Registro e fonte. 2.(PG-DF, 2011): Em um sistema de gerenciamento de bibliotecas, o controle de autoridade, de entrada de dados e de importação de registro de outras bases de dados são funções básicas a) do controle de circulação. b) dos catálogos em linha de acesso público. c) da catalogação. d) da informação comunitária. e) do controle de publicações seriadas. CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 26 3.(IBGE, 2010): O catálogo, cujas entradas são ordenadas de acordo com um plano lógico e incluem, além da descrição bibliográfica, informações críticas, bibliográficas e explicativas, sendo utilizado, comumente, na catalogação de livros raros, denomina-se a) didascálico. b) cronológico. c) anotado. d) biblionímico. e) assindético. 4.(UFAL, 2011): De acordo com Mey e Silveira (2009), os catálogos manuais podem ser divididos em externos ou internos. São catálogos internos ou catálogos auxiliares, exceto: a) catálogo de identidade e catálogo de autoridade de assunto. b) catálogo de número de classificação e catálogo decisório. c) catálogo de títulos: títulos de séries e títulos uniformes. d) catálogo dividido e catálogo de registro. e) catálogo oficial e catálogo topográfico. 5.(SEDAM-RO): Com relação aos tipos de documentos, é correto afirmar que radiografias e transparências são exemplos de documentos: a) Sonoros. b) Catográficos. c) Iconográficos. d) Tridimensionais. e) Gráficos. CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 27 6.(Prefeitura Municipal de Itapema, 2006): Assinale a alternativa correta. O catálogo cuja finalidade é registrar as remissivas de outras formas do nome do autor feitas para o catálogo principal, como remissivas de sobrenomes compostos ou de pseudônimos é denominado: a) Catálogo de autoridade. b) Catálogo dicionário. c) Catálogo topográfico. d) Catálogo de autor. e) Catálogo de assunto. 7.(DEGASE, 2012): Um conjunto de informações que simbolizam um registro do conhecimento recebe o nome de: a) Classificação. b) Referência. c) Informação. d) Indexação. e) Catalogação. 8.(SESI/DF, 2012): Em relação à tipologia documental, assinale a alternativa que apresenta a denominação correta da coletânea de mapas, organizada de acordo com determinados critérios a) Carta náutica. b) Atlas. c) Globo. d) Guia turístico. e) Livro de bordo. CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 28 9.Diferencie o catálogo interno de externo e dê dois exemplos de cada um deles. ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 10.Defina o que é representação descritiva de documento e informe sua importância dentro de uma biblioteca ou centro de informação. ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Representação Descritiva I 29 O Controle Bibliográfico Universal (CBU) 2 Representação Descritiva I 30 Caro Aluno, Nesta segunda unidade se pretende conhecer o Controle Bibliográfico Universal e sua importância na descrição bibliográfica, saber como é feito este controle a nível nacional e internacional, além de diferenciar o ISBN, ISSN e DOI. Objetivos da unidade: Conhecer os padrões internacionais do Controle Bibliográfico Universal; Conhecer o Controle Bibliográfico Nacional; Entender e diferenciar o ISBN, ISSN e DOI; Plano da unidade: O que é CBU? Como é feito o Controle Bibliográfico no Brasil? O que significa ISBN, ISSN e DOI e quando se utiliza? Bem-vindo à unidade 2! Representação Descritiva I 31 Na unidade anterior foi visto que, ao longo do tempo, houve um aumento considerável de informações lançadas diariamente no mundo. Devido a isto, começou a se pensar em uma forma de ter o controle destas informações. O Controle Bibliográfico Universal (CBU) nasceu com objetivo de reunir e disponibilizar de forma mais eficiente os registros de produção bibliográfica dos países, formando uma rede internacional de informação. De acordo com Machado (2003, p. 51), o CBU, foi [...] idealizado pela IFLA e adotado pela UNESCO, deve ser entendido como um programa com objetivosde longo alcance e cujas atividades levam à formação de uma rede universal de controle e intercâmbio de informações bibliográficas, de modo a tornar prontamente disponíveis, com rapidez e de forma universalmente compatível, os dados bibliográficos básicos de todas as publicações editadas em todos os países. A reunião de obras editadas em um único país, a primeira vista parece uma tarefa impossível, ainda mais quando se pensa na reunião das obras editadas em vários países como um todo, construindo assim um controle bibliográfico universal. O registro de todas as obras de todos os lugares do mundo apresenta-se como uma utopia, mas espera-se a definição de uma política em que haja a adesão de: bibliotecários, editores e autores. Esta política consiste, principalmente, em adotar normas para a representação documentária aceita internacionalmente, tendo em mente a cooperação bibliográfica permitindo assim a troca de informações e o intercâmbio de dados. Estabelecida uma forma de representação das informações contidas em documentos convencionais ou não, benefícios seriam percebidos por autores, pesquisadores e profissionais envolvidos no trabalho de tratamento e recuperação da informação sendo grande vantagem à oportunidade de poder ter acesso a qualquer documento em pouco espaço de tempo, como já é possível com os documentos inseridos nas bases de dados, disponíveis ao acesso público. O Controle Bibliográfico Universal se utilizada de três instrumentos para conseguir alcançar seus objetivos, que são: o depósito legal, as bibliografias e os formatos de intercambio de dados. CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 32 O depósito legal tem como finalidade reunir em um único local todas as publicações de um determinado país, por isso há uma determinação de envio de um exemplar de cada obra publicada à instituição depositária. Vários países adotam essa regra como, por exemplo: Portugal, Espanha, Polônia, Estados Unidos e França, que é considerada a pioneira neste tipo de disposição desde 1537, quando a Biblioteca do Rei era guarnecida pelo depósito legal das publicações nacionais. As bibliografias são instrumentos de busca com a finalidade de identificar, descrever e classificar textos impressos ou multigrafados a fim de facilitar o trabalho intelectual. Para que este instrumento seja feito precisa passar por quatro operações, que são: pesquisa, indicação, descrição e classificação. Os formatos de intercambio de dados no caso da catalogação significa dizer que todas as informações importantes para descrever um documento ou item documental serão transmitidas de uma base de dados para outra sem perda de informação. De acordo com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT (1987, p. 11) O formato de intercâmbio é gerado por programa de computador, a partir do formato interno. Deve ter padronização tal que tome eficiente e econômico o intercâmbio de informações entre sistemas computadorizados de registros bibliográficos e catalográficos, provendo estrutura de registro capaz de contemplar as necessidades de grande variedade de sistemas de registro bibliográfico em computador. São três os componentes básicos de um formato de intercâmbio: a) Regras para a organização dos dados em meio legível por computador, incluindo a estruturação do meio físico de armazenamento; b) Códigos e regras para a identificação dos diferentes elementos de dados no registro, ou seja, para a identificação de informações, tais como título, autor, assunto, data, etc, c) Regras para a formulação dos diferentes elementos de dados em termos de conteúdo e da forma de registrá-los. A norma internacionalmente aceita para maioria dos formatos de intercâmbio no Brasil e no mundo é o padrão ISO 2709, que foi estabelecido pela Organização Internacional de Normalização. Esta norma especifica uma estrutura do meio físico, capaz de servir a qualquer tipo de registro bibliográfico. CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 33 Controle bibliográfico no Brasil Anteriormente se mencionou que o controle bibliográfico foi uma iniciativa de bibliotecários nos anos 70, com a parceria da Unesco/IFLA, que propuseram o programa de Controle Bibliográfico Universal (CBU). Vários representantes de bibliotecas de diversos países compreenderam a ideia de economia e recursos com a colaboração mútua e integraram a iniciativa. O Controle Bibliográfico Universal utilizou-se de ferramentas, que já existiam no campo biblioteconômico, comentadas anteriormente que são: depósito legal, as bibliografias e os formatos de intercambio de dados. Para uma melhor compreensão será falada cada uma dessas ferramentas dentro do nosso contexto nacional. O depósito legal no Brasil existe desde 1805, quando obrigava as oficinas tipográficas portuguesas a enviar exemplar de publicações produzidas nelas para a Real Biblioteca. Depois com a independência do Brasil a obrigatoriedade foi transmitida para Imprensa Régia, que instalada no Rio de Janeiro deveria enviar suas publicações à Biblioteca Imperial e Pública da Corte que permaneceu até o decreto 1825 em 1907. O decreto 1825, de 20 de dezembro de 1907, finalmente regulou o Depósito Legal no país. Na redação deste decreto ficou obrigado aos administradores de oficinas de tipografias, litografia, fotografia ou gravura situada no Distrito Federal e nos Estados de remeter a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro um exemplar de cada obra que executassem. Isso significa que livros, revistas, jornais, obras de músicas, mapas, plantas, estampas, os selos, medalhas e outras espécies numismáticas, quando cunhada por conta do governo. No parágrafo terceiro do art. 1º deste decreto ainda fala que as obras de novas edições, ensaios, reimpressões e variantes de qualquer ordem também precisavam ser enviadas para a Biblioteca Nacional por serem consideradas obras novas. O decreto foi revogado e substituído pela Lei 10994, de 14 de dezembro de 2004. O art. 1º da Lei 10994 diz que “regulamentar o depósito legal de publicações, objetivando assegurar o registro e a guarda da produção intelectual nacional, além de possibilitar o controle, a elaboração e a divulgação da bibliografia brasileira corrente, bem como a defesa e a preservação da língua e cultura nacionais”. CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 34 A Biblioteca Nacional continua sendo a instituição responsável pelo depósito legal. O conceito de depósito legal foi ampliado nesta lei, visto que hoje em dia existem outros meios e formatos de representação de documentos, por isso consta no inciso I do art. 2º que todas as publicações produzidas, por qualquer meio ou processo, devem ser enviados um ou mais exemplares, não importando se a distribuição será gratuita ou através de venda. Apesar da existência da lei, ainda hoje várias editoras e tipografias não enviam os exemplares para o depósito legal. Em janeiro de 2010, outro instrumento de depósito legal veio somar-se ao esforço da preservação da memória cultural nacional, que é a Lei nº 12.192, de 14 de janeiro de 2010, que dispõe sobre o depósito legal das obras musicais na Biblioteca Nacional. Há ainda leis que dispõe no âmbito estadual no Brasil referente a deposito legal, entretanto não desobriga o cumprimento da lei nacional, como por exemplo, em Santa Catarina e Piauí. A bibliografia brasileira tem como marco inicial em 1886, com a publicação do Boletim das Aquisições mais importantes feitas pela Biblioteca Nacional, por João Saldanha da Gama. Com o decreto de 1825 houve a necessidade de publicação de um boletim bibliográfico que prestasse conta dos materiais recebidos. O Boletim bibliográfico da Biblioteca Nacional, criadoem 1918, continuou com este mesmo título até 1982. Depois passou a ser chamado de Bibliografia brasileira permanecendo com este título até 1995, entretanto por problemas operacionais a publicação impressa foi suspensa, o último número publicado foi o v. 12, n. 4 arrolando as obras recebidas no ano de 1994. Nos anos de 1996 e 1997 devido a duas exportações de base de dados, originaram duas publicações da Bibliografia Brasileira em CD-Rom também não existindo continuidade. Atualmente pode-se acompanhar a bibliografia brasileira através dos catálogos da Biblioteca Nacional, disponível para consulta através do endereço: http://catalogos.br.br. O Instituto Nacional do Livro, no período de 1938 a 1972; o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, no período de 1963 e 1977; as editoras: Estante e Vozes, entre 1952 e 1981 também buscaram publicar bibliografias sendo que não tiveram um intervalo regular. Editora Nobel publicou, entre 1980 a 1990, seu catálogo brasileiro de publicações, primeiramente com o propósito comercial e depois com o fim restrito para o público livreiro. Representação Descritiva I 35 Os formatos de intercâmbio de dados têm sido objeto de estudo e a cada dia está tendo uma preocupação de desenvolvê-los devido à facilidade de transferência de informações e a diminuição de custo. Pode-se destacar o formato MARC (Machine Readable Cataloging). O Controle Bibliográfico Universal foi acoplado ao programa de desenvolvimento do formato MARC da IFLA, gerando o UBCIM (Universal Bibliographic Control and International Marc Core Programme), que se manteve como um programa até 2003. ISBN, ISSN E DOI O ISBN, ISSN E DOI são códigos que foram criados para individualizar cada publicação produzida nacionalmente ou internacionalmente. Uma vez atribuído um número para uma publicação não poderá ser utilizado para outra. O ISBN é utilizado para livros impressos, catálogos de exposição dentre outros documentos. No caso do ISSN é utilizado para publicações seriadas, como por exemplo: revistas. O DOI é utilizado para identificar documentos em meio digital, tais como artigos eletrônicos e outros documentos. ISBN O controle desta numeração e feita pela Agência Internacional do ISBN, que delega os poderes às agencias nacionais. No Brasil, a Fundação Biblioteca Nacional representa desde 1978 a Agência Brasileira, tendo a atribuição de gerar o número de identificação dos livros editados no país. Quando se fixa uma identificação, só se aplica aquela obra e edição não podendo ser jamais utilizada por outra publicação. Este sistema facilita a interconexão de arquivos e a recuperação e transmissão de dados em sistemas automatizados, por isso é adotado internacionalmente. As publicações que recebem o ISBN, segundo as recomendações da Biblioteca Nacional, são: agendas predominância de texto e/ou texto e fotografias, ou seja, tendo mais informação do que espaço em branco para fazer anotações; os anais, seminários, encontros recebem para cada volume,é importante destacar que no caso destas obras também recebem ISSN para o título da série que será o mesmo para cada volume só mudando o ISBN, precisam estar bem destacados os números de ambos; quando os artigos forem individualizados e separados por um editor ficarão qualificados como publicação; videoaulas e cursos quando forem CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 36 educacionais e comercializados; cada capítulo individual separado e disponibilizado pelo editor; catálogos de exposição, com texto explicativo; diário de bordo com vinculo a projetos educacionais; discursos; guias; livros em fita cassete, CD, DVD (audiolivros); livros impressos; mapas com suas escalas especificadas; jogos e passatempos infanto-juvenis com intuito de atividades educacionais; publicações em Braille; publicações eletrônicas, software educacional ou instrutivo; relatórios públicos; cópias digitalizadas de publicação impressa. No caso das publicações eletrônicas, seja livro eletrônico, CD Rom ou disponível na internet receberá o ISBN caso contenha texto, esteja disponibilizado para o público e não tenha intenção de que esta publicação seja um recurso continuado. Toda obra que tiver uma nova edição; edição em idioma diferente da publicação anterior; para cada um dos volumes que integram uma obra em mais de um volume e ao conjunto completo da coleção; toda reedição com mudança no conteúdo; cada tipo de suporte, tipo de formato, tipo de acabamento e tipo de capa; as reimpressões fac-similares; as separatas, caso tenham títulos e paginação própria, esses deverão receber um novo número de ISBN. Devido à necessidade de aumentar a capacidade do sistema, por causa do aumento significativo das publicações, em 2007 o ISBN passou a ter 13 dígitos em vez de 10 tendo adotado o prefixo 978. A seguir será demonstrado como é a estrutura do ISBN. Fonte: Biblioteca Nacional (2014) Disponível em: http://www.isbn.bn.br/website/como-e-onde-utilizar-o-isbn. CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 37 A localização do número do ISBN é no verso da folha de rosto ou no pé da quarta capa, do lado direito junto à lombada. Deve-se ressaltar que atribuição do número de identificação do editor é de competência exclusiva da Agência Nacional, no caso do Brasil, esta competência é da Fundação Biblioteca Nacional. No caso de publicações eletrônicas o ISBN deverá estar disposto de acordo com o documento da seguinte forma: na tela de exibição do título; na primeira tela de CDs ou publicações on-line; na tela de exibições equivalentes e no caso de filmes educativos e/ou instrutivos, dentre outros vídeos nos créditos. ISSN O ISSN (International Standard Serial Number) e um código numérico que individualiza cada título de publicação em série, cujos componentes não tem um significado especial em si. Ele e definido pela norma ISO (International Standards Organization) 3297. As publicações em series compreendem: as revistas, os jornais, as publicações anuais tais como relatórios, anuários dentre outros, as atas de sociedades, memórias e qualquer que seja o suporte desde que tenha uma periodicidade. A rede ISSN (ISSN Network) é uma organização intergovernamental que contém 88 centros nacionais e regionais em todo mundo. Esta rede foi criada em 1971, tendo apoio das Organizações das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e passados três anos foi implantada para apoiar o controle bibliográfico mundial das publicações seriadas por meio de um código único, ou seja pelo ISSN (International Standard Serial Number). Esta rede é coordenada pelo Centro Internacional do ISSN, sua sede fica em Paris, tendo mais de um milhão de títulos de publicações seriadas identificadas com esse código. Pode-se dizer que é a fonte de informação mais completa de publicações seriadas. No Brasil, o IBICT se estabeleceu como o Centro Brasileiro do ISSN (CBISSN), através de um acordo firmado entre o Centro Internacional do ISSN e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ao qual era vinculado à época. CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 38 A distribuição de ISSN é um serviço totalmente gratuito, entretanto para fazer o pedido há a necessidade de ter as seguintes informações no formulário que é título, editor, data da edição do primeiro número, a periodicidade e o diretor ou coordenador da publicação. Por ser um código único, o ISSN identifica o título de uma publicação seriada durante seu ciclo de existência, ou seja, a fase de lançamento, circulação e encerramento da publicação; não importando o idioma ou suporte físico utilizado. Ele é composto por oito dígitos distribuídos em dois grupos de quatro dígitos cada,separados por hífen e precedido pela sigla ISSN, exemplo: ISSN 1018-4783. O ISSN não é obrigatório, entretanto este código é aceito internacionalmente para individualizar o título de uma publicação seriada. O número atribuído se torna único e exclusivo do título da publicação e seu uso é totalmente padronizado. Isso possibilita vantagens ao editor, pois confere rapidez, produtividade, qualidade e precisão na identificação e controle da publicação seriada no setor editorial. No caso das livrarias, distribuidoras, bancas de jornal, ele agiliza a administração dos serviços de vendas e controle dos estoques. No caso de serviços institucionais, como Depósito Legal, base de dados e bibliotecas, a sua aplicação auxília no controle da produção do país, promove a identificação dos títulos, a recuperação e transmissão de dados além de facilitar o empréstimo entre bibliotecas, os serviços de indexação e resumos, os serviços de aquisição bibliográfica e comutação e a organização de acervos, também facilita a transferência de dados e fusão de acervos. DOI O DOI (Digital object identifier) é um padrão para identificação de documentos em redes de computadores, como a Internet. Atualmente, cresce a preocupação com a segurança de objetos digitais na Internet. Por isso, foi criado o DOI (Digital Object Identifier), um sistema para localizar e acessar materiais na web – especialmente, publicações em periódicos e obras protegidas por copyright, muitas das quais localizadas em bibliotecas virtuais. O DOI representa um sistema de identificação numérico para conteúdo digital, como livros, artigos eletrônicos e documentos em geral. Foi desenvolvido CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 39 recentemente pela Associação de Publicadores Americanos (AAP) com a finalidade de autenticar a base administrativa de conteúdo digital. É concebido como um número, mas não tem um sistema de codificação pré-definido e também não traduz ou analisa esta numeração. O DOI atribui um número único e exclusivo a todo e qualquer material publicado (textos, imagens, etc.). Este número de identificação da obra é composto por duas sequências: (1) um prefixo (ou raiz) que identifica o publicador do documento; (2) um sufixo determinado pelo responsável pela publicação do documento. Por exemplo: 11.1111.1 / ISBN (ou ISSN) O prefixo/raiz DOI é nomeado pela IDF (International DOI Foundation), que garante que cada raiz é única. Os livros ou artigos publicados em periódicos, por exemplo, provavelmente utilizarão como sufixo o número que já consta do ISBN ou ISSN. Além de ser um mecanismo utilizado para garantir o pagamento de direitos autorais através de um sistema de distribuição de textos digitais, o DOI também é útil para auxiliar a localização e o acesso de materiais na web, facilitando a autenticação de documentos. Recentemente, os livros começaram a entrar nesse sistema, mas já existem cerca de três milhões de DOI's em uso, dando referências cruzadas e ativas sobre publicações acadêmicas e profissionais on-line. No Brasil, a plataforma lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por exemplo, utiliza o DOI como uma forma de certificação digital das produções bibliográficas registradas pelos pesquisadores em seus currículos lattes. Quando um programa navegador encontra um número DOI, utiliza o prefixo para encontrar o banco de dados da editora e ali acessa as informações relativas ao livro ou ao periódico, que podem incluir dados do catálogo, resenhas e links. Este sistema começou a ser utilizado há pouco tempo no Brasil, sendo implantado em algumas soluções DRM, como a usada na venda do e- livro de João Ubaldo Ribeiro. CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 40 É HORA DE SE AVALIAR! Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois às envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! Representação Descritiva I 41 Exercícios – Unidade 2 1. (Município de Acarape, CE, 2012)"Pressupõe um domínio completo sobre os materiais que registram o conhecimento, objetivando sua identificação, localização e obtenção" (Campello e Magalhães, 1997) A definição acima se refere à (ao): a) Controle bibliográfico. b) Controle redacional. c) Index. d) Classificação decimal universal. e) Ciência técnica. 2.(Município de Acarape, CE, 2012): A respeito do controle bibliográfico especializado brasileiro, assinale a alternativa correta: a) Faz parte de um processo exclusivo, sem a participação de instituições reguladoras no processo. b) É de total responsabilidade do bibliotecário que atua arbitrariamente, uma vez que não existem regras para o processo. c) É regulamentado por instituições como o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação e Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. d) É de responsabilidade da nação e não do bibliotecário CIELE Realce Representação Descritiva I 42 3.(Prefeitura Municipal de Botucatu, 2013): Assinale a alternativa que completa corretamente os respectivos claros das afirmações: I- O código numérico que padroniza a obra internacionalmente e que no Brasil tem o registro controlado pela Fundação Biblioteca Nacional é o ________. II- O _____ é um código de identificação atribuído a publicações seriadas. a) ISBN – ISSN b) ISSN – ISBN c) RDA – FRBR d) FRBR – RDA e) ISBN – RDA 4.(Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste – UEZO, 2013): Na estrutura geral de um ISBN, NBR ISO 2108, o quinto e último elemento é chamado de: a) elemento de sufixo. b) grupo de registro. c) dígito de verificação. d) agência registrante. e) elemento de publicação. CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 43 5.(Secretaria Municipal de Educação de Belém/PA, 2012): Marque a alternativa que indica os tipos de publicações que recebem o ISBN: a) Publicações em Braille. b) Jornais. c) Anuários. d) Boletim. e) Relatórios. 6.(USP, 2012): No site www.isbn.bn.br, há um link que apresenta as seguintes regras para solicitar o ISBN de uma publicação eletrônica, a saber: a)ser uma publicação que seja continuada, permitir acesso restrito e conter texto. b) conter texto, estar disponível ao público e não haver intenção de que a publicação seja um recurso continuado. c) permitir acesso restrito, não haver intenção de que a publicação seja um recurso continuado e conter imagens. d) estar disponível ao público, não conter texto e conter imagens. 7.(Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, 2013): Qual o sistema internacional padronizado que identifica numericamente os livros segundo o título, o autor, o país, a editora, individualizando-os, inclusive por edição? a) ISSN. b) CCN. c) BN. d) PNBU. e) ISBN. CIELE Realce CIELE Realce Representação Descritiva I 44 8.(Guarda Municipal do RJ, 2013): Um novo ISSN será atribuído a um periódico, caso ocorra a seguinte situação: a) atualização de endereço. b) alteração na periodicidade. c) mudança de título. d) mudança de editora . 9.Explique o Controle Bibliográfico Universal. ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ CIELE Realce Representação Descritiva I 45 10.Explique o que é DOI (Digital Object Identifier) ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ Representação Descritiva I 46 Representação Descritiva I 47 Representação de Dados Bibliográficos e Catalográficos 3 Representação Descritiva I 48 Caro Aluno, Nessa terceira unidade, pretende-se entender as formas de representação de dados bibliográficos e catalográficos, além de visualizar as áreas que compõe uma ficha catalográfica e entender o formato MARC 21. Objetivos da unidade: Entender o que é catalogação Entender a estrutura do AACR2 segunda edição Conhecer as áreas da descrição bibliográfica Compreender o formato MARC 21 Plano da unidade: O que é catalogação? O que é AACR2? Quais são as áreas de uma ficha catalográfica? O que é formato MARC 21? Bem-vindo à unidade 3! Representação Descritiva I 49 A representação descritiva realizada em biblioteca ou centro de informação e usualmente denominada de catalogação. Inicialmente para fazer a catalogação existe a necessidade de identificar o tipo de documento para fazer uma leitura técnica do mesmo. Este documento pode estar em diversos tipos de suportes, como foi visto anteriormente na unidade 1 deste livro. A catalogação é um instrumento de comunicação entre o usuário e o documento. Por isso Mey (1995, p. 7) destaque que para esta comunicação aconteça precisa ter as seguintes características “integridade, clareza, precisão, lógica e consistência”. Segundo Mey (1995, p. 5) “catalogação é o estudo, preparação e organização de mensagens codificadas, com base em itens existentes ou passíveis de inclusão em um ou vários acervos, de forma a permitir interseção entre as mensagens contidas nos itens e as mensagens internas dos usuários”. De acordo com Siqueira (2003, p. 37) A catalogação é uma forma de representação sucinta e padronizada de um item documentário, que tem como objetivo ampliar as formas de acesso a um documento facilitando tarefas e os processos de localização de documentos e informações. Por isso, destacamos a importância do desenvolvimento de métodos e processos que garantam a qualidade das formas de representação para a catalogação e a sua aceitação. Os dados bibliográficos (catalográficos) são um conjunto de elementos (autor, título, local da edição e outros dados empregados na descrição bibliográfica) que representam um documento específico. A catalogação é composta por descrição bibliográfica, pontos de acesso e dados de localização. Isso fica evidenciado quando Mey (1995, p. 38) afirma “a catalogação compreende três partes: descrição bibliográfica, pontos de acesso e dados de localização”. A descrição bibliográfica é uma das etapas da catalogação, entretanto algumas vezes poderá aparecer como sinônimos. Mey (1995, p.43) define descrição bibliográfica com sendo “representação sintética e codificada das características de um item, de forma a torná-lo único entre os demais”. Representação Descritiva I 50 Segundo Correa (2008, p.20) A catalogação, como mecanismo essencial para a padronização e descrição das informações, é construída a partir de regras que ofereçam o máximo de padronização e minimizem as interpretações individuais, procurando garantir a unicidade do item informacional representado e, ao mesmo tempo, sua universalidade. Tanto pode se falar da descrição bibliográfica como produto quanto um processo ou operação. Ela enquanto processo realiza as seguintes etapas: descreve fisicamente o documento ou material que está sendo analisado, ou seja, o tipo de documento como visto anteriormente; identifica os elementos do documento seja o documento como um todo e as partes ou itens bibliográficos distintos que o compõem; e também faz a indicação das relações bibliográficas com elementos descritivos de outros documentos. Enquanto produto é definido como um conjunto organizado de informações acerca de determinado documento, destinado a fornecer uma descrição única deste documento, não ambígua, permitindo sua identificação em catálogos e bases de dados. E muito importante o uso de código normalizado para ter uma padronização dos procedimentos em um sistema de informações, visto que possibilita dar consistência e qualidade ao sistema, pois fornece registros coerentes entre si e índices de acesso com mesmo padrão; além de viabilizar a cooperação entre unidades de informação, facilita os processos de informatização e diminui a necessidade de tomar decisões individuais para cada documento a ser catalogado. Estrutura do AACR2R segunda edição O Código de Catalogação Anglo-Americanosegunda edição (AACR2R) está dividido em parte 1 e parte 2. Neste momento não existe a preocupação em comentar as principais regras de cada capítulo que o compõe, visto que isto será objeto de estudo de Representação descritiva II. A ideia é apresentar a estrutura para facilitar os futuros estudos, ou seja, criar um alicerce. Representação Descritiva I 51 Na parte 1, que é organizado de acordo as áreas do ISBD, a descrição dos documentos está dividida em 13 capítulos. A tabela abaixo mostra os capítulos e do que se trata. Partes do AACR2, Volume 1 Conteúdo abordado Capítulo 1 Regras gerais para descrição Capítulo 2 Livros, folhetos e folhas soltas Capítulo 3 Materiais cartográficos Capítulo 4 Manuscritos (incluindo coleções manuscritas) Capítulo 5 Música Capítulo 6 Gravações de som Capítulo 7 Filmes cinematográficos e gravações de vídeo Capítulo 8 Materiais gráficos Capítulo 9 Recursos eletrônicos Capítulo 10 Artefatos tridimensionais e realia Capítulo 11 Microformas Capítulo 12 Recursos contínuos Capítulo 13 Análise, que prepara um registro bibliográfico que foi descrito uma parte ou partes de um item para o qual foi dada a entrada mais ampla Fonte: Tabela elaborada pela autora. A parte 2 está dividida em 6 capítulos, 6 apêndices e um índice. Devo informar que começa com o capítulo 21, portanto não segue a ordem lógica de seguir contagem da numeração da parte 1, para melhor visualização também se mostrará a estrutura através de uma tabela a seguir. Partes do AACR2, volume 2 Conteúdo abordado Capítulo 21 Escolha dos pontos de acesso Capítulo 22 Cabeçalhos para pessoas Capítulo 23 Nomes geográficos Capítulo 24 Cabeçalhos para entidades Capítulo 25 Títulos uniformes Capítulo 26 Remissivas Apêndice A Regras da utilização das letras maiúsculas e minúsculas Apêndice B Regras das abreviaturas Apêndice C Regras de como utilizar os numerais Apêndice D Glossário Representação Descritiva I 52 Partes do AACR2, volume 2 Conteúdo abordado Apêndice E Artigos iniciais Apêndice F Escreve sobre apêndice à tradução brasileira Índice Fonte: Tabela elaborada pela autora. Devido o aparecimento da Internet e a utilização e intercâmbio crescentes de recursos eletrônicos houve uma necessidade de repensar as regras existentes no AACR de 1978. Por isso três capítulos tiveram alterações substanciais, a saber: capítulo 3 que trata de materiais cartográficos; capítulo 9 que trata de recursos eletrônicos e capítulo 12 que fala de recursos contínuos. Analisando o AACR2R pode perceber que está aplicado a todo tipo de material, entretanto não está adaptado aos recursos digitais e às tecnologias de informação. Mesmo não tendo a preocupação em estudar cada regra existente no AACR2R, serão abordadas a seguir as áreas que compõe uma ficha catalográfica e os pontos de acesso, pois facilita ter uma noção ampla do assunto. Áreas da ficha catalográfica A ficha catalográfica é uma ficha que contém as informações necessárias para identificar um tipo de documento, ela mede 7,5 cm de altura por 12,5 cm de largura, essas dimensões são padronizadas internacionalmente. Ele é uma representação documentária que resultou do uso das tecnologias disponíveis na época de seu desenvolvimento, hoje com o uso do computador surgiram novas estratégias de desenvolvimento catalográfico. De acordo com Siqueira (2003, p. 36). A funcionalidade prática de uma ficha catalográfica se destaca no processo de identificação e recuperação do documento, visto que a mesma apresenta uma forma de representação descritiva do documento. Na prática, o usuário pode chegar até o documento após fazer uma pesquisa nas fichas catalográficas disponíveis no catalogo da unidade de informação. Em uma unidade de informação automatizada, a disponibilidade ocorre em catálogos online. Representação Descritiva I 53 As fichas catalográficas continuaram existindo entre um processo de transição entre o processo manual para o processo automatizado. Visto que como todo processo há um período em que as tecnologias andam lado a lado até que sejam consolidadas por completo as novas realidades. Também se deve ter em mente que ainda há lugares que têm dificuldade de ter acesso às novas tecnologias e por isso continuam utilizando as mesmas tecnologias. Neste momento o que se pretende é que saiba e consiga identificar quais são as áreas que compõe uma ficha catalográfica para quando for estudar já ter uma visão geral. A ficha catalográfica, na qual se apresenta logo a seguir, foi baseada nos elementos que compõe cada área e com a pontuação correspondente; também se buscou mostrar a posição do número de classificação de Cutter e o local que aparece o ponto de acesso e onde se colocam os assuntos, outros autores, títulos e série, que são a base para fazer os desdobramentos da ficha quando houver necessidade, visto que hoje em dia na base de dados não precisa ser feita mais de uma ficha. Para uma melhor compreensão será demonstrado através de uma ficha catalográfica a seguir cada área que a compõe, entretanto devo informar que na matéria Representação Descritiva II estudará em profundidade cada regra dessas áreas. Número de Cutter Ponto de acesso principal (autor pessoa ou entidade) Título principal [designação geral do material] = primeiro título equivalente : outras informações sobre o título / primeira indicação de responsabilidade ; cada uma das indicações subsequentes de responsabilidade. – Edição / primeira indicação de responsabilidade relativa à edição. – Detalhes específicos do material (ou tipo de publicação). – Primeiro lugar de publicação etc. : Primeiro editor etc., data da publicação etc. Extensão : Ilustrações ; Dimensões + Material adicional. – (Título principal da série / Responsabilidade relativa à série, ISSN da série ; numeração dentro da série. Título da subsérie, ISSN da subsérie ; numeração dentro da subsérie) Notas. (Cada nota deve ser indicada em um novo parágrafo) ISBN: Modalidades de aquisição 1. Assuntos. I. Outros autores, colaboradores, tradutores, ilustradores etc. , Títulos e Série. Fonte: Elaborado pela autora. Representação Descritiva I 54 Segundo Cunha (2008, p. 21) áreas quando se refere à descrição bibliográfica é Campo ou zona onde são incluídos os dados de uma categoria ou de um conjunto de categorias, necessários à identificação de um documento, isto é, à descrição ou registro bibliográfico. As áreas são de título e responsabilidade; de edição de material e tipo de publicação; publicação, distribuição, data e outros elementos pertinentes; descrição física; de série; de notas; de número normalizado de aquisição; campo (ISBD), zona (ISBD). Visando facilitar a visualização das áreas da ficha catalográfica, a seguir será mostrado o quadro elaborado por Ribeiro, que descreve cada área e os elementos que a compõe. Áreas Cada seção da descrição, compreendendo dados de uma categoria particular ou de um conjunto. Elementos Palavras, frase ou grupo de caracteres representado uma unidade distinta de informação, fazendo parte de uma área. 1.1 Título e indicação de responsabilidade 1. Título principal 2. Título equivalente 3. Outras informações sobre o título 4. Indicação de responsabilidade 1.2 Edição 1. Indicação de edição 2. Indicação de responsabilidade da edição 3. Edições subsequentes 1.3 Detalhes específicos do material (ou do tipo de publicação) Materiais cartográficos, Música, Recursos eletrônicos, Microformas (em alguns casos), Recursos contínuos. 1.4 Publicação, distribuição etc. 1. Lugar da publicação, distribuição etc. 2. Nome do editor, distribuidor etc. 3. Data da publicação, distribuição etc. 4. Lugar de fabricação, fabricante, data. 1.5 Descrição física 1. Extensão 2. Outros detalhes físicos 3. Dimensões 4. Material adicional
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