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classificação contratos

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Direito civil. TARTUCE, Flávio. 2018. 
CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS
Quanto aos direitos e deveres das partes envolvidas/Presença de sinalagma
	O nj pode ser unilateral, bilateral ou plurilateral, dependendo do numéro de partes/vontades presentes. Contudo, o contrato é sempre um nj bilateral ou plurilateral, envolvendo ao menos duas pessoas para ter alteridade.
· Unilateral: é aquele que apenas um dos contratantes assume deveres em face do outro. Apesar de existirem duas vontades, apenas uma delas é devedora, sem contraprestação. 
Ex: doação pura e simples, mútuo – empréstimo de bem fungível para consumo-, comodato- empréstimo de bem infungível para uso-. 
A doação modal ou com encargo- doação que traz um ônus ao donatário- é tida como contrato unilateral imperfeito. 
· Bilateral/Sinalogmático: os contraentes são simultânea e reciprocamente credores e devedores uns dos outros, produzindo o nj direitos e deveres para ambos, proporcionalmente. Contém sinalagma, que é a proporcionalidade das orestações, já que as partes tem direitos e deveres entre si.
Ex: compra e venda, trocaqpermuta, locação, prestação de serviços, seguro, transporte. 
· Plurilateral: envolve várias pessoas, trazendo direitos e deveres para todos os envolvidos, na mesma proporção. 
Ex: seguro de vida e contrato de consórcio. 
Quanto ao sacrifício patrimonial das partes 
· Onerosos: são aqueles que trazem vantagenspara ambos os contratantes, ambos sofrendo o sacrifício patrimonial- proveito alcançado. 
Ex: compra e venda.
Essa onerosidade não pode ser excessiva, pois não pode gerar o enriquecimento sem causa, devendo ser provado que há sinalagma no contrato. 
· Gratuitos:/benéficos: oneram somente uma das partes, proporcionando à uma outra vantagem sem qualquer contraprestação. A norma do art. 114, CC, que prevê a interpretação restritiva dos negócios benegicos deve ser observeda nesse contrato. 
Ex: doação pura ou simples. 
A regra é que os contratos onerosos são bilaterais e os gratuitos são unilaterais. Contudo, há exceções, como o contrato de mútuo de dinheiro sujeito a uros, que além da obrigação de restituir a quantia emprestada- unilateral- devem ser pagos os juros- oneroso-. 
Quanto ao momento de aperfeiçoamento do contrato
· Consensuais: se aperfeiçoam pela simples manifestação de vontade das partes envolvidas. Ex: compra e venda; doação; locação; mandato. 
· Reais: apenas se aperfeiçoam com a entrega da coisa, sendo que antes disso existe apenas a promessa de contrato.
Ex: comodato, mútuo, contrato estimatório e depósito. 
Não se pode confundir o aperfeiçoamento do contrato-validade- com seu cumprimento- eficácia-. A compra e venda gera egeitos a partir da convecção sobre a coisa e preço. Na compra e venda de imóveis, o registro mantém relação coma aaquisição da propriedade do negócio decorrente sendo que vale para a tradição dos bens m[oveis. O registro e tradição estão no plano de eficácia, em regra. Contudo, nos contratos reais, esta está no plano de validade. 
Quanto aos riscos que envolvem a prestação
Nesse caso o contrato é sempre oneroso. 
· Cumulativo: as partes já sabem quais são as prestações, não existindo um fator de risco em relação às prestações, sendo certas e determinadas. Ex: compra e venda regular, contrato de locação. 
· Aleatório: a prestação de uma das partes não é conhecida com exatidão no momento da celebração do nj pelo fato de depender da sorte(álea), um fator desconhecido. 
Alguns nj são aleatórios devido à sua própria natureza, como contratos de seguro e jogos de aposta. Em outros casos, pode ser a existência de um elemento acidental, que torna a coisa/obj incerto quanto à sua exist~enciaq quantidade, como a compra e venda de uma colheita futura.
O art 460, CC informa a malianação de coisa existente sujeita a risco, de modo que o contrato aleatório que verse sobre coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, o alienante tem direito a todo preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo no dia da celebração do contrato. 
Essa alienação pode ser naluda pelo prejudicado se esse provar que o outro contratante nçao ignorava a consumação do risco que no contrato se considerava exposta a coisa (art. 460). 
· Contrato aleatório emptio spei(venda da esperança): um dos contratantes toma para si o risco relativo à própria existência da coisa, sendo ajustado um preço determinado, devido integralmente, mesmo que a coisa não exista no futuro, desde que sem dolo/culpa da outra parte (458, CC). 
· Contrato aleatório emptio rei speatae (venda da esperança com coisa esperada): o risco versa somente em relação a quantidade da coisa comprada, pois foi fixado pelas partes um mínimo como objeto do nj (459, CC). O risco é menor, pois a parte terá direito a todo o preço desde que de sua parte não tenha incorrido culpa/dolo ainda que venha a existir em quantidade inferior à esperada. 
Quanto a negociação do conteúdo entre as partes 
· Paritários: as partes podem discutir livremente discutir as cláusulas do contrato, ou seja, tem igualdade para se manifestar acerca dos termos do acordo. 
· Contrato de adesão: surgiu como parte da standardização, para acelerar negociações. É um negocio jurídico no qual a participação de um dos sujeitos sucede pela aceitação em bloco de uma série de cláusulas formuladas antecipadamente, de modo geral e abstrato, pela outra parte, para constituir o conteúdo normativo e obrigacional de futuras relações concretas. Provém dos fato de uma das partes aceitar tacitamente cláusulas e condições previamente estabelecidas. A vontade da parte está na aceitação das cláusulas. Inexiste debate e transigência entre as partes. 
O código de defesa do consumidor define o contrato de adesão como(art. 54, CDC): aquele cujas clausulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. O artigo também traz mais regras dentro do seus parágrafos e incisos.
O contrato de adesão diferencia-se do contrato de consumo, primeiramente que porque o contrato de consumo é o qual aquele em que um profissional fornece um produto/serviço a um destinatário final, fático e econômico, denominado consumidor, mediante remuneração direta ou vantagens indiretas. 
Ex: energia elétrica, água. 
Quanto à presença de formalidades 
· Informais/não solenes: admitem forma livre. Ex: mandato 
· Formais: são os que necessitam de uma forma especial para exteriorizar a declaração de vontade. 
· Solenes: apesar de muitos autores não fazerem essa distinção, seria a ideia de que existem contratos que devem ter ato público-escritura pública- e não só qualquer formalidade descrita por lei.
Quanto à independência do contrato 
· Principais/independentes: existem por si só, não havendo qualquer relação de dependência em relação a outro pacto. Ex: contrato de locação de imóvel urbano. 
· Acessórios: a validade depende deum outro negócio, o contrato principal. Tudo que ocorre no contrato principal repercute no acessório. Esse tipo de contrato não pode trazer mais obrigações do que o contrato principal, pois haveria violação aos princípios constitucionais da isonomia e proporcionalidade. Contudo, o inverso não verdadeiro. Ex: contrato de fiança. 
· Coligados: contratos nos quais existe certa independência entre os negócios jurídicos cujos efeitos estão interligados. Se encontram ligados por um nexo funcional, podendo ser essa dependência bilateral, unilateral, alternativa. Mantém a individualidade dos contratos, mas as vicissitudes de um podem influir sobre o outro. 
Divide-se em: 
· Sentido estrito: unidos por alguma disposição legal que determine a coligação.
· Cláusula expressamente prevista pelos contraentes. Ex: contratos de contrução omobiliária deconconconstrução imobiliária.

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