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Unidade IV - Paisagem e lugar como categorias geográficas

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Teoria e Métodos 
em Geografia
Paisagem e lugar como categorias geográficas
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Vivian Fiori
Revisão Textual:
Profa. Esp. Vera Lídia de Sá Cicarone
5
• A abordagem cultural e 
simbólicada paisagem
• Paisagem e tempo e a perspectiva crítica
• Lugar
Nesta unidade, são fundamentais a leitura do texto teórico e o desenvolvimento das atividades propostas 
para o máximo aproveitamento das aulas. Também são importantes a atenção aos exemplos práticos 
trazidos ao longo do material bem como a realização da atividade de aprofundamento. 
Observe que há diferentes conceitos para paisagem e lugar e que tais questões podem ser estudadas por 
meio de diferentes temáticas na Geografia. 
Considere, então, que é fundamental explicar os lugares e as paisagens além da aparência. É preciso 
observá-los, mas também ir além, buscando desvendá-los em sua essência.
Nesta unidade, discutiremos alguns conceitos sobre paisagem e 
lugar, relacionando teoria e prática relacionadas a alguns temas que 
envolvem essas categorias geográficas.
Paisagem e lugar como
categorias geográficas
• Introdução
6
Unidade: Paisagem e lugar como categorias geográficas
Contextualização
Observe as imagens a seguir e procure em um site de busca por Alhambra (Granada), 
Espanha. Trata-se de um patrimônio mundial da humanidade, construído entre os séculos XII 
e XIII, pelos mouros, no período que ocupavam as terras ao Sul da atual Espanha. Alguns 
espaços e paisagens são consumidos, tornam-se mercadorias. Mas o que é paisagem? Ela não 
é só natural?
Foto 1: Alhambra. Foto 2 e 3: Cidade de Granada.
Fonte: Vivian Fiori, 2009. 
A observação da paisagem evidencia formas, naturais ou produzidas pelo homem, que, 
vivendo em sociedade e com suas diferentes culturas, cria paisagens. Mas algumas paisagens 
são cooptadas pelo marketing cultural e urbano ou pelos promotores imobiliários e tornam-se 
cenário e mercadoria. Vende-se a paisagem! 
Outras se tornam patrimônio, formalmente constituído, e, em alguns casos, tornam-se também 
alvo das atividades turísticas, caso de Alhambra. 
Há diferentes formas de conceituar paisagem. Vamos ler o texto teórico da disciplina e buscar 
compreender um pouco mais esse tema.
7
Introdução
Ao longo da história da Geografia Moderna, sobretudo a partir de Alexander Von Humboldt 
(1769-1859), o termo paisagem passou a integrar mais comumente a ciência geográfica e 
tornou-se uma categoria-chave para o entendimento dos fenômenos geográficos. 
Para Humboldt, a paisagem remete, principalmente, a um conjunto natural, no qual os 
elementos naturais conectados produzem diferentes paisagens na superfície terrestre. Por meio 
da descrição e especulação, da contemplação da paisagem, de sua observação empírica e da 
explicação a partir das conexões dos elementos da natureza, chega-se à síntese da paisagem.
Fig. 1: Imagem de Humboldt e Bonpland em campo em Chimborazo, 1802
Fonte: Friedrich Georg Weitsch, 1810. http://www.kunstkopie.de/a/weitsch/avhumboldtuabonpland.html. 
Obs.: Esta imagem, pintada, evidencia uma atividade de campo de Humboldt e Bonpland (botânico) na 
América do Sul, próximo ao Monte Chimborazo, região vulcânica do Equador. 
O autor, em seu livro Cosmos e, principalmente, em Quadros da Natureza, descreve e usa 
figuras pictóricas (desenhos) para demonstrar as diferenças entre as paisagens, principalmente 
do Novo Mundo (continente americano), buscando o que estas têm de constante e em comum, 
para, depois, criar leis universais que explicam uma determinada paisagem. Humboldt diz:
O princípio fundamental de meu livro […] é a tendência constante a 
recompor a partir dos fenômenos o conjunto da natureza, a mostrar nos 
grupos isolados desses fenômenos as condições que lhe são comuns, isto 
é, as grandes leis que regem o mundo; enfim, a fazer ver como a partir do 
conhecimento dessas leis remontamos a ligação de causalidade que os une 
uns aos outros. Para conseguir revelar o plano do mundo e a ordem da 
natureza, é preciso começar por generalizar os fatos particulares, procurar 
as condições nas quais as mudanças físicas se reproduzem de maneira 
uniforme. Assim, somos conduzidos a uma contemplação racional dos 
materiais fornecidos pelo empirismo, e não a visões puramente especulativas, 
a um desenvolvimento abstrato do pensamento, a uma ideia absoluta 
independente da experiência (HUMBOLDT apud PEDRAS, 2000, p. 102). 
http://www.kunstkopie.de/a/weitsch/avhumboldtuabonpland.html
8
Unidade: Paisagem e lugar como categorias geográficas
Desse modo, surgem perguntas tais como: que fatores levam à formação de um vulcão? Por 
que há paisagens com grande variedade de espécies e outras desérticas? Como os diversos 
elementos (luz, solo, forma de relevo, temperatura, altitude etc.) em conexão formam as 
diferentes paisagens? 
Atualmente existem explicações científicas para muitas dessas questões, mas imagine como 
foi, para os primeiros cientistas naturalistas, desvendar esses fenômenos naturais. Foi o caso da 
expedição científica pelo continente americano, entre 1799-1804, de que Humboldt participou 
com outros cientistas, como o botânico Aimé Bonpland, a partir da qual organizou a obra A 
viagem às regiões equinociais do Novo Mundo - 1799-1804. 
Já, para o geógrafo francês Vidal de La Blache (1845-1918), a paisagem pode ser também 
uma construção humana e deve ser explicada a partir da relação do homem com o meio. Os 
grupos humanos, mediante suas técnicas, vão criando paisagens. Como exemplo, destacamos 
este trecho do autor ao descrever as formas de ocupação dos Alpes no final do século XIX:
Os Alpes nos mostram este esforço pessoal para resolver o problema 
da existência em altitudes elevadas. O montanhês capta as orientações 
favoráveis, acomoda suas culturas às vertentes sobre as quais perduram 
os raios do sol, ajusta a irrigação das encostas, agrupa suas habitações 
sobre os taludes protegidos contra as torrentes. Sobre as encostas do 
Pamir, o montanhês tadjique do Darvaz e do Chignan mostra igual 
engenhosidade e emprega os mesmos métodos de aproveitamento de 
suas montanhas (LA BLACHE, 1898, p.3). 
Assim, para a Geografia Tradicional, essa categoria geográfica foi a mais utilizada e influenciou 
a Geografia ensinada no Brasil no começo do século XX. O geógrafo Aroldo de Azevedo, em 
1946, evidenciou isso ao expor suas ideias sobre a Geografia no Brasil daquela época: 
Neste, como em tantos outros aspectos, a Geografia moderna é uma 
Geografia muito mais real e exata. Depois de localizar, descreve e 
interpreta a paisagem, com tudo quanto a caracteriza, por mais simples 
que seja. Interessa-se por detalhes do relevo ou da vegetação, mesmo que 
não se trate de Montanhas Rochosas ou da “taiga” siberiana. Focaliza o 
homem na sua vida rotineira e naquilo que a luta pela existência o levou 
a construir, mesmo que não habite um “chalé” alpino ou não trabalhe na 
mina mais profunda do globo. Em duas palavras: realiza um estudo real 
da paisagem terrestre (AZEVEDO, 1946, p. 232.).
Mas a questão é que, na Geografia Tradicional, o estudo das paisagens geralmente trazia uma 
descrição destas sem relacioná-las às questões políticas e socioeconômicas em suas definições. 
O homem era visto como um grupo humano que produz paisagens, mas não se discutiam as 
diferenças socioeconômicas que permeiam as paisagens, ou seja, comumente descreviam a 
aparência das paisagens sem definir o que estava por trás dessa aparência. 
No caso dos livros de Geografia Escolar com abordagem tradicional, a situação era ainda 
mais dicotômica, pois os elementos da paisagem geralmente não eram relacionados entre 
si, separando-se fatores humanos e físicos, em capítulos tais como: a localização, o relevo, a 
hidrografia, o clima, a vegetação, a população, a urbanização, a economia e os transportes. E, 
geralmente, com uma sucessão de descrições de nomes, localizações e tipos de paisagens. 
9
Outro autor que trata dessa categoria é Aziz Ab’Saber,geógrafo brasileiro para o qual a 
paisagem tem relação com a herança que herdamos do passado, pois as paisagens vão sendo 
modificadas ao longo do tempo, não apenas histórico mas também ao longo do tempo da 
natureza. Assim define o autor:
[...] a ideia de que paisagem é sempre uma herança. Na verdade, ela é uma 
herança em todo o sentido da palavra: herança de processos fisiográficos 
e biológicos, e patrimônio coletivo dos povos que historicamente as 
herdaram como território de atuação de suas comunidades. [...] as 
paisagens têm sempre o caráter de heranças de processos de atuação 
antiga, remodelados e modificados por processos de atuação recente 
(AB’SABER, 2003, p. 9).
Aziz Nacib Ab’Saber (1924-2012) é considerado um importante geógrafo brasileiro. 
Estudou Geografia na Universidade de São Paulo (USP) e tornou-se conhecido 
especialista em Geografia Física e por pesquisas sobre geomorfologia, geologia, 
fitogeografia, questões ambientais relacionadas à ocupação humana e à política 
ambiental. Fez pesquisas por quase todo o território brasileiro e elaborou teoria sobre 
os domínios morfoclimáticos brasileiro. Escreveu inúmeras obras, entre as quais: 
Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas, Litoral do Brasil; 
Amazônia: do discurso a práxis; Geomorfologia do sítio urbano de São Paulo. Recebeu 
prêmio da UNESCO (ONU) para Ciência e Meio Ambiente em 2001. Para saber mais 
sobre o autor, assista ao vídeo com o prof. Aziz no Programa Roda Viva, da TV Cultura, 
no link http://www.youtube.com/watch?v=QEYqoH4sZ5I.
Dessa forma, para Aziz Ab’Saber (2003), as nações herdaram paisagens que foram sendo 
constituídas naturalmente antes da existência humana. Formaram-se estruturas paisagísticas, 
com suas diferenças de relevo, vegetação etc., cujos elementos integrados formam conjuntos 
paisagísticos intertropicais e subtropicais no caso do Brasil. O autor elaborou a teoria dos Domínios 
Morfoclimáticos, segundo o qual os domínios se constituem em grandes extensões territoriais, 
formando diferentes e grandes conjuntos paisagísticos com faixas de transição entre eles (vide 
figuras 2 e 3).
Fig. 2: Domínios Morfoclimáticos Brasileiros Fig. 3: Domínio de Mares de Morros
Fonte: Vivian Fiori, 2013.Fonte: AB’Saber, 2003.
http://www.youtube.com/watch?v=QEYqoH4sZ5I
10
Unidade: Paisagem e lugar como categorias geográficas
Outro autor que discute paisagem é Georges Bertrand, geógrafo francês que relaciona os 
fatores físicos, biológicos e antrópicos (ação humana sobre a superfície terrestre), que, integrados, 
produzem diferentes paisagens. Segundo o autor:
Paisagem não é uma simples adição de elementos geográficos 
disparatados. É, numa determinada porção do espaço, o resultado da 
combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos 
e antrópicos que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem 
da paisagem um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução. 
É preciso frisar bem que não se trata somente da paisagem “natural”, 
mas da paisagem total integrando todas as implicações da ação antrópica 
(BERTRAND, 2004, p. 141).
Nessa perspectiva de Bertrand, o homem tem também um papel na alteração da paisagem, 
pois sua ação antrópica irá alterar os elementos físicos e biológicos, que, por sua vez, alteram o 
próprio ambiente no qual o homem vive (vide fig. 4). Assim, de forma sistêmica, ação antrópica 
é mais um fator que produz e intervém na paisagem.
Fig. 4: Esquema metodológico adaptado de Bertrand
 
Fonte: Elaborado por Vivian Fiori, 2014.
O autor reforça, também, a importância do trabalho interdisciplinar para o entendimento 
das paisagens, por meio de estudos de geógrafos, geólogos, biogeógrafos, biólogos, sociólogos, 
entre outros.
A abordagem cultural e simbólica da paisagem
Carl Sauer (1889-1975) é um autor clássico que define o conceito de paisagem natural e 
cultural. A primeira, para ele, é a original, e o homem vai criando, por meio de uma sucessão 
de culturas, diferentes paisagens. Conforme conceitua o autor:
11
As ações do homem se expressam por si mesmas na paisagem cultural. 
Pode haver uma sucessão dessas paisagens com uma sucessão de 
culturas. Elas se derivam em cada caso da paisagem natural, com o 
homem expressando seu lugar na natureza como um agente distinto de 
modificação. De especial importância é aquele clímax de cultura chamado 
de civilização. A paisagem cultural então está sujeita à mudança pelo 
desenvolvimento da cultura ou pela substituição de culturas (SAUER, 
1925 apud CORRÊA; ROSENDAHL, 1998, p. 43). 
Por outro lado, para autores vinculados à Geografia Humanista ou de concepção 
fenomenológica, o que importa é como os diferentes grupos culturais e sociais ou, até mesmo, 
os indivíduos percebem, sentem a paisagem, qual a percepção deles sobre as paisagens que 
veem. Na visão humanista, a dimensão simbólica é fundamental. 
Mesmo em autores que não se consideram necessariamente humanistas, há aqueles que 
privilegiam a dimensão cultural no entendimento da paisagem, com uma visão mais simbólica. 
Um autor que traz ideias sobre o simbolismo das paisagens é o geógrafo inglês, Denis Cosgrove, 
que afirma: 
Todas as paisagens possuem significados simbólicos porque são o produto 
da apropriação e da transformação do meio ambiente pelo homem. O 
simbolismo é mais facilmente apreendido nas paisagens mais elaboradas 
– a cidade, o parque e o jardim – e através da representação da paisagem 
na pintura, poesia e outras artes. Mas pode ser lida nas paisagens rurais 
e mesmo nas mais aparentemente não humanizadas paisagens do meio 
ambiente natural (COSGROVE, 1998, p. 108).
Nessa perspectiva, o simbolismo pode ser apreendido por cada um de nós ao percebemos a 
paisagem e seus símbolos, seja uma paisagem menos alterada pelo homem, seja uma grande 
cidade contemporânea. Para isso o autor propõe uma decodificação da paisagem por meio da 
“leitura” da paisagem em todas suas expressões. 
Tal método e procedimentos de leitura da paisagem passam por buscar evidências contidas 
nas paisagens de como se formaram, foram alteradas, etc. e como o autor diz: “É importante 
compreender que o que é proposto aqui não pressupõe conhecimento profundo ou especializado, 
apenas de vontade de olhar, de fazer a pergunta inesperada e estar aberto e a desafios a 
suposições tomadas como certas” (COSGROVE, 1998, p. 109). 
Ler os símbolos na paisagem é perceber, por exemplo, o papel que a Igreja Católica teve 
no Brasil em seu processo de ocupação urbana, criando paisagens nas quais os símbolos da 
Igreja estão postos, seja na arquitetura gótica de algumas igrejas, no ouro nos altares de outras 
ou, ainda, na localização das igrejas em pontos mais altos para que pudessem ser avistadas de 
longe, demonstrando, de forma simbólica, seu poder. 
Por outro lado, se a igreja já teve um papel central, atualmente, nas grandes cidades brasileiras, 
o dominante não é mais a igreja, mas sim as formas espaciais decorrentes do processo capitalista. 
Na metrópole paulistana, por exemplo, os novos bairros que surgem são construídos com 
conjuntos arquitetônicos formados, geralmente, por prédios altos, em bairros com shoppings 
centers. Dessa forma, os shoppings centers tornam-se um símbolo do capitalismo que pode ser 
visto e apreendido na paisagem da cidade de São Paulo (ver fig. 5).
12
Unidade: Paisagem e lugar como categorias geográficas
Fig. 5: Vista da paisagem do bairro do Anália Franco e do Shopping-Center - São Paulo
Fonte: São Paulo Bairros. spbairros.com
Logo, o significado simbólico que pode ter um casarão antigo no centro de uma cidade 
brasileira muda ao longo do tempo. Num momento, pode ser considerado um importante 
casarão que representa um tempo de riqueza na cidade; em outro, pode ser visto como alvo de 
especulação imobiliária, cujo interesse maior é destruir essa forma espacial para construir um 
prédio novo.
Desse modo, a paisagem é alterada na forma, e a mentalidade das pessoas em relação a 
essa paisagem também émodificada. Ainda tomando o exemplo acima, pode haver também 
o discurso de que tal casarão é representativo de um período importante da história da cidade 
ou, ainda, de que sua arquitetura é remanescente do período barroco e, por isso, ele precisa 
ser preservado etc. Daí, que, por conta desse discurso, se cria a figura da preservação histórica, 
do patrimônio histórico, que é legitimada pelos discursos e também pela norma legal - o 
tombamento histórico. 
A geógrafa Gabrielle Cifelli esclarece os fatores que interferem na definição de um patrimônio:
Em face às transformações aceleradas das cidades, tanto em suas formas 
quanto nas funções que adquirem, a permanência na paisagem de objetos 
remanescentes de tempos pretéritos resulta de uma combinação de fatores 
de ordem política, ideológica, cultural e econômica. Parte destes objetos 
permanece na paisagem devido ao valor simbólico atribuído pelos órgãos 
preservacionistas ao relacioná-los à identidade, à memória, à história e às 
referências culturais de determinada coletividade (CIFELLI, 2012, p. 118). 
Como explica a autora, a definição do que deve ou não ser preservado passa pela questão 
política, ideológica, cultural e econômica; tudo isso está envolvido nessa questão. Ao pensarmos, 
por exemplo, no Centro da cidade de Salvador, com seus antigos prédios e casarões, qual é a 
percepção que temos deles? Qual é o valor que lhe atribuímos? Isso, certamente, vai depender 
da concepção própria da pessoa, mas também dos diferentes segmentos sociais, da ideologia 
13
que é propagada. Para alguns, tais prédios remetem a um importante período histórico da 
cidade ou a um tipo de arquitetura específica que deve ser preservado. 
Já, para os atores sociais ligados ao mercado imobiliário, talvez o interesse seja outro. 
Dependerá, então, das referências culturais, mas também dos interesses capitalistas. Mas por 
que alguns elementos contidos nas paisagens precisam ou devem ser preservados e outros não? 
O patrimônio pode ser um bem material (ex: prédios, casarões, sítios arqueológicos 
etc.) ou imaterial (ex: música, dança etc.) - histórico, arquitetônico, artístico, 
arqueológico, natural, paisagístico, cultural, entre outros - que seja relevante para 
a sociedade. Os bens materiais relacionados com o conhecimento geográfico 
referem-se, principalmente, aos conjuntos arquitetônicos, prédios, núcleos urbanos, 
núcleos rurais, ferrovias etc. bem como os de patrimônio ambiental ou natural. No 
Brasil o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é um dos 
responsáveis pelo processo de tombamento (ato administrativo de reconhecimento 
do patrimônio formalmente), mas há também órgãos estaduais e, em alguns, casos 
municipais com essa responsabilidade. A Organização das Nações Unidas para a 
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) é o órgão que promove a identificação 
do patrimônio cultural e natural do mundo. Sob a chancela da UNESCO, o Brasil 
tem os seguintes patrimônios mundiais: Cidade de Ouro Preto (MG), Plano Piloto 
de Brasília (DF), Centro histórico de Olinda (PE), Centro histórico de Salvador 
(BA), Parque Nacional do Iguaçu (PR), Missões Jesuíticas Guarani (São Miguel 
das Missões- parte que fica no Brasil, RS), Santuário de Bom Jesus de Matosinhos 
(Congonhas do Campo, MG), Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), Centro 
Histórico de São Luís (MA), entre outros.
Fig. 6: Centro de Salvador, Patrimônio Mundial da Humanidade
Fonte: Vivian Fiori, 2011. 
14
Unidade: Paisagem e lugar como categorias geográficas
É mais comum que tais objetos a serem preservados estejam comumente nos núcleos 
fundadores das cidades, o qual, geralmente, se denomina de centro histórico. Vamos refletir: 
toda cidade não é histórica? Existe cidade que não seja histórica? Os bairros populares também 
não são históricos? As antigas vilas operárias em São Paulo também não têm história? 
Então, para além do que todos veem na paisagem, o valor que atribuímos aos seus elementos 
é variado e, muitas vezes, há um discurso de que certas paisagens são mais importantes do que 
outras e, para isso, criamos um discurso, que é ideológico, para afirmar que esse prédio é mais 
importante do que o outro e assim por diante. Desse modo, é mais comum que o que seja 
preservado tenha relação com espaços da elite (teatros, monumentos, casarões etc.). 
 Mas isso tem mudado mais recentemente. Tanto a UNESCO quanto os órgãos de preservação 
brasileiros vêm tombando também vilas operárias bem como outros monumentos que não 
dizem respeito apenas às elites. Afinal, todas as construções humanas são históricas. 
Fig. 7. As ruínas e o Sítio de Teotihuacán, México, Patrimônio Mundial da Humanidade. Pirâmides da antiga cidade de 
Teotihuacán, cuja construção acredita-se que seja do período entre 100 a.C e 250 d.C aproximadamente. Situam-se, 
hoje, em San Juan Teotihuacán, no México.
Fonte: Vivian Fiori, 2012. 
A chancela da UNESCO para a definição de patrimônio da humanidade atribui valor à 
paisagem, o que contribui para a atividade turística. Esse é o caso, por exemplo, das ruínas e sítios 
de Teotihuacán (vide fig. 6), no México, cujas construções são bastante antigas e evidenciam as 
formas de construção das antigas civilizações pré-colombianas 
Existe, também, a valorização estética da paisagem, da qual o turismo se aproveita criando 
valor. Assim, tanto os setores envolvidos com o turismo quanto o próprio governo criam ações 
que intervêm na paisagem, inclusive para valorizá-la como produto do turismo cultural e 
paisagístico, seja na cidade, seja no campo. 
Nesse sentido, a paisagem é uma construção sociocultural, uma realidade visível e material do 
espaço, mas, ao mesmo tempo, as condições que se encontram por trás de sua aparência, do que 
é visto, são fundamentais num estudo geográfico e devem ser desvendadas. Se ficarmos somente 
na descrição do que se observa empiricamente, faremos uma análise tradicional da Geografia. 
Não que a observação deva ser deixada de lado, contudo é essencial ir além da aparência. 
15
Atualmente, como dizem os pesquisadores espanhóis Joan Nogué e Jordi de San Eugenio 
Vela (2011), as paisagens tornaram-se espetáculo, sendo utilizadas pelo marketing urbano, que, 
a partir das características da paisagem, ajuda a recriar e a interpretar o passado. Por meio de 
agências de publicidade e consultorias de marketing, a paisagem torna-se o cenário de eventos 
de city tours (turismo pela cidade), promovendo as cidades, que passam a ser mercadorias. 
Como dizem os autores:
Cada vez mais as agências de publicidade, as consultorias de marketing 
e os grupos de pesquisas em comunicação , entre muitos outros, 
concentram seu interesse no estudo e implementação de novas 
tecnologias de comunicação territorial no sentido mais amplo da palavra 
(promoção turística em seus diferentes formatos, citymarketing, branding, 
organização de eventos como estratégia de consumo territorial , entre 
outros ) , a fim de reforçar o valor comercial e de situar as diferentes 
localizações geográficas em situação de vantagem competitiva a partir da 
elaboração de uma mensagem emocional vinculada a um território em 
particular (NOGUÉ; VELA, 2011, p. 29).
Dessa forma, é necessário separar a paisagem em si da representação que os meios de 
comunicação, publicitários e setores de marketing fazem da paisagem, reforçando marcas, 
simbolismos e criando concepções que, geralmente, são usadas pelo turismo das cidades e 
lugares onde estão inseridas essas paisagens escolhidas como relevantes, sejam de patrimônio 
formalmente criados ou não. 
Fig. 8: Mural na Cidade de São Paulo- Obra de Kobra. 
Fonte: Eduardo Kobra. eduardokobra.com
Atualmente algumas grandes metrópoles, como Los Angeles e São Paulo, tornaram-se alvos 
de intervenções artísticas de grafiteiros, que, ao pintarem espaços livres, tais como muros e 
prédios na cidade, criam paisagens dentro da própria paisagem da cidade. É o caso de artistas 
brasileiros, como Eduardo Kobra (fig. 7) e osGêmeos, que vêm criando murais para várias 
cidades no mundo, entre elas a cidade de São Paulo. Tais obras abertas tornam-se marcas da 
cidade e também são apropriadas como forma de consumo da cidade.
16
Unidade: Paisagem e lugar como categorias geográficas
Paisagem e tempo e a perspectiva crítica
As paisagens têm relação com o tempo: com o tempo da natureza, medido em milhares de 
anos, com o tempo geológico (das eras geológicas), com o tempo climático (que passou por 
inúmeras mudanças) a partir do qual foram sendo construídas diferentes paisagens naturais. 
Há diferentes formas de relevo e diferentes paisagens fitogeográficas (florestas, desertos, 
manguezais etc.), que vão sendo apropriadas pelo homem, com sua cultura, suas técnicas e 
suas formas de existência.
Portanto, há também o tempo social e histórico, da história humana, produzindo e modificando 
as diferentes paisagens. Ao longo de nossa vida, observamos diversas paisagens e, de alguma 
forma, elas se tornam nossas referências espaciais, sociais e culturais. 
Em 1978, Milton Santos assim definia paisagem:
Uma região produtora de algodão, de café ou de trigo. Uma paisagem 
urbana ou uma cidade de tipo europeu ou de tipo americano. Um centro 
urbano de negócios e de diferentes periferias urbanas. Tudo isto são 
paisagens, formas mais ou menos duráveis. O seu traço comum é ser a 
combinação de objetos naturais e de objetos fabricados, isto é, objetos 
sociais, e ser o resultado da acumulação da atividade de muitas gerações 
(SANTOS, 2007, p. 53).
À medida que essas paisagens são transformadas, percebemos as alterações, que são visíveis 
aos nossos olhos. Contudo, quais são as condições que levam as paisagens a serem alteradas? 
Quais processos estão por trás do que estamos vendo?
A apropriação social do espaço leva à produção de diferentes paisagens, que nos remetem 
também às classes sociais. No interior das grandes metrópoles brasileiras, podemos observar as 
grandes desigualdades e diferenças nas paisagens, que são marcas das diferenças sociais entre 
pobres e ricos e de suas formas de apropriação do espaço.
Ao mesmo tempo, há que se considerar que a dinâmica espacial também vai transformando 
as paisagens. Há lugares em que tais mudanças são muito rápidas, sobretudo naqueles territórios 
globalizados nos quais, do dia para a noite, se mudam as paisagens, porque se constroem e se 
reconstroem cidades inteiras. Como diz Milton Santos:
Considerada em um ponto determinado no tempo, uma paisagem 
representa diferentes momentos do desenvolvimento de uma sociedade. 
A paisagem é o resultado de acumulações de tempos [...] A paisagem, 
assim como o espaço, altera-se continuamente para poder acompanhar 
as transformações da sociedade. A forma é alterada, renovada, suprimida 
para dar lugar a uma outra forma [...] (SANTOS, 2007, p. 54).
Essas transformações vão alterando as antigas paisagens, mas, em muitos lugares, coexistem 
o “novo” e o “antigo”; assim, há reminiscências das formas espaciais na paisagem que nos 
remetem a outros momentos da história. Pode ser mediante um patrimônio histórico tombado, 
uma fábrica antiga ou ainda ruas que nos lembram outros períodos da história. Na figura 9, 
17
verifica-se um antigo casarão na Av. Paulista, chamado de palacete Franco de Mello, construído 
em 1905, quando a avenida ainda abrigava casarões da elite paulistana que morava na avenida 
e, atrás, vê-se um prédio moderno construído no final do século XX. Esse casarão, tombado 
pelo Condephaat, órgão do patrimônio paulista, envolveu uma disputa entre o governo do 
estado e o proprietário, pois, se para alguns é interessante o tombamento, para outros não o é, 
porque a possibilidade de auferir renda com esse patrimônio é menor do que seria caso fosse 
possível verticalizar (construir um prédio, por exemplo). 
Tombado pela esfera estadual (Condephaat) em 1992 o imóvel passou 
a ser palco de uma disputa entre seu proprietário, Rubens Franco de 
Mello, e o governo paulista. No início de 2000, ele entrou com uma ação 
contra o Estado pedindo uma indenização pelos prejuízos causados a 
ele pelo tombamento. Em agosto do mesmo ano o Supremo Tribunal 
de Justiça (STJ) aceitou a solicitação de Franco de Mello e condenou o 
Estado de São Paulo a pagar ao herdeiro do palacete uma indenização 
de 55 milhões de reais, por conta dos prejuízos sofridos por ele em 
decorrência do tombamento do imóvel. No entanto, o governo paulista 
foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) e recorreu da ação.
Fig. 9: Casarão Antigo e Prédio Moderno – Av. Paulista
Fonte: Vivian Fiori, 2008. 
É importante que nós, como geógrafos, observemos as diferentes marcas que as paisagens 
nos deixam, sejam elas impressas pela cultura de uma forma mais duradoura, sejam marcadas 
pela ótica capitalista que altera rapidamente a paisagem.
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Unidade: Paisagem e lugar como categorias geográficas
Lugar
 
O termo “lugar”, na Geografia, vem sendo usado indiscriminadamente. Ora, sem necessariamente 
constituir um conceito, é usado pelo senso comum - quando o usamos dizendo: “vamos àquele 
lugar” ou “neste lugar é onde moro” - ora se confunde com a escala geográfica local como se 
fossem sinônimos. 
Contudo, para pensarmos como conceito, é necessário que haja uma definição: o que é lugar? 
Como qualquer unidade espacial, o lugar não tem uma medida nem um tamanho específico. 
Seu conceito dependerá da concepção geográfica e do autor.
Ana Fani Alessandri Carlos (1996) escreveu um livro sobre esse tema denominado O lugar 
no/do mundo, no qual discute como o mundo atual, com o processo de globalização, vai 
transformando os lugares. Para a autora, essa tendência da homogeneização que impera no 
mundo de hoje - no qual as formas de existência capitalista vão transformando tudo conforme 
os interesses de lucro e acumulação - faz com que os lugares comecem a desaparecer, pois, para 
a autora: “O lugar é a base da reprodução da vida e pode ser analisado pela tríade habitante-
identidade-lugar. [...] É o espaço passível de ser sentido, pensado, apropriado e vivido através 
do corpo” (CARLOS, 1996, p. 20). 
Segundo a autora, o lugar é aquele espaço no qual temos identidade, no qual reconhecemos 
os vizinhos, no qual vivemos o nosso cotidiano. Pode ser o bairro, a rua, uma praça, mas, para 
a autora, não pode ser a metrópole, porque, em uma metrópole, o tempo do capitalismo vai 
destruindo as formas de existência mais locais, de identidade, de vizinhança. Na metrópole, 
a correria imprimida pelo tempo capitalista, a artificialidade e racionalização dos espaços vão 
acabando com essas referências que são históricas, cotidianas, do espaço vivido. 
Então, nessa perspectiva, o processo capitalista vai criando formas artificiais que se constituem 
em simulacros, ou seja, algo que imita ser o que não é, artificial, de fachada, que não corresponde 
a uma existência que tem relação com a cultura e história local. Por isso, para a autora, no 
turismo, por exemplo, criam-se, muitas vezes, simulacros. 
Há vários exemplos, pelo mundo, de construções que nada têm a ver com a história e a cultura 
local e, no turismo, de atividades que imitam ser locais, mas também não o são. Há casos de 
cidades inteiras que se remodelam para atrair turistas, causando estranhamento aos moradores 
locais e, muitas vezes, criando um lazer ilusório porque se criam atividades culturais, de lazer e 
objetos que não remetem à existência local, transformando-se, assim, o espaço em cenário. 
Há exemplo, pelo mundo, de lugares que imitam outros, como o caso do “mundo tropical”, 
confinado em plena Alemanha, ou, ainda, de turismo rural com comidas “típicas” sem que nada 
tenha tipicamente da região, ou, também, resorts que recriam ambientes como se estivessem em 
outro local, entre outros exemplos. 
Desse modo, ao transformar o espaço em mercadoria, cria-se, na concepção da autora, uma 
não-identidade, um não-lugar, porque não cria identidade, cria mercadorias a serem vendidas 
aos turistas.
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Como o homem percebeo mundo? É através de seu corpo, de seus sentidos que 
ele constrói e se apropria do espaço e do mundo. O lugar é a porção do espaço 
apropriável para a vida — apropriada através do corpo — dos sentidos — dos 
passos de seus moradores, é o bairro, é a praça, é a rua, e nesse sentido poderíamos 
afirmar que não seria jamais a metrópole ou mesmo a cidade lato sensu a menos 
que seja a pequena vila ou cidade — vivida/ conhecida/ reconhecida em todos 
os cantos. Motorista de ônibus, bilheteiros são conhecidos-reconhecidos como 
parte da comunidade, cumprimentados como tal, não simples prestadores de 
serviço. As casas comerciais são mais do que pontos de troca de mercadorias, 
são também pontos de encontro. É evidente que é possível encontrar isso na 
metrópole, no nível do bairro, que é o plano do vivido, mas definitivamente, não 
é o que caracteriza a metrópole.
[...] São os lugares que o homem habita dentro da cidade que dizem respeito a 
seu cotidiano e a seu modo de vida onde se locomove, trabalha, passeia, flana, 
isto é pelas formas através das quais o homem se apropria e que vão ganhando o 
significado dado pelo uso. 
Fonte: Trecho de texto literal, extraído de CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. São Paulo: FFLCH, 
USP, 2007, p. 17-18. Disponível em: http://www.controversia.com.br/uploaded/pdf/12759_o-lugar-no-do-mundo.pdf
Para Milton Santos, o lugar é onde há o acontecer, onde as coisas se realizam concretamente. 
Mesmo no processo de globalização, com a racionalidade capitalista, que quer transformar tudo 
em mercadoria, em possível lucro, apesar disso, coexistem diferentes formas de vida e espaciais. 
Nesse sentido do autor, não há “não lugar”, mesmo que o lugar esteja sendo transformado pela 
ótica capitalista. O que ocorre é que os lugares vão tendo relação cada vez mais com o mundo 
global, mas, apesar disso, há especificidades nos lugares que os diferenciam dos demais.
http://www.controversia.com.br/uploaded/pdf/12759_o-lugar-no-do-mundo.pdf
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Unidade: Paisagem e lugar como categorias geográficas
Material Complementar
Para aprofundamento dos temas discutidos nesta unidade, sugerimos:
Leituras:
AB’SABER, Aziz. Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades 
paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003. 
CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. São Paulo: FFLCH-USP, 
2007, Disponível em: http://www.controversia.com.br/uploaded/pdf/12759_o-
lugar-no-do-mundo.pdf. Acesso em 20/05/2014. 
CIFELLI, Gabrielle. Imagem, representação e dinâmica territorial do turismo 
em Ouro Preto e no Pelourinho – Salvador. Coimbra, Universidade de Coimbra, 
e-cadernos CES, 15, 2012: 118-141. Disponível em: http://www.ces.uc.pt/
e-cadernos/media/ecadernos15/06.%20Gabrielle%20Cifelli.pdf. Acesso em 
16/05/2014.
Vídeos:
Serra da Capivara Piauí Brasil - Delta do Parnaíba - Patrimônio da Humanidade 
da UNESCO. (2min53), Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=w_
iDQC2Ygms. Acesso em 02/06/2014. 
STJCIDADÃO N°233 - Ouro Preto, Patrimônio Cultural da Humanidade, 
(30min46). Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=rbgwQXbYjK0
http://www.controversia.com.br/uploaded/pdf/12759_o-lugar-no-do-mundo.pdf
http://www.controversia.com.br/uploaded/pdf/12759_o-lugar-no-do-mundo.pdf
http://www.controversia.com.br/uploaded/pdf/12759_o-lugar-no-do-mundo.pdf. Acesso em 20/05/2014
http://www.ces.uc.pt/e-cadernos/media/ecadernos15/06. Gabrielle Cifelli.pdf
http://www.ces.uc.pt/e-cadernos/media/ecadernos15/06. Gabrielle Cifelli.pdf
http://www.youtube.com/watch?v=w_iDQC2Ygms
http://www.youtube.com/watch?v=w_iDQC2Ygms
http://www.youtube.com/watch?v=rbgwQXbYjK0
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Referências
AB’SABER, Aziz. Os domínios da natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São 
Paulo: Ateliê Editorial, 2003. 
BERTRAND, Georges. Paisagem e Geografia Física Global. Esboço metodológico. R. RA´E 
GA, Curitiba, Editora UFPR, n. 8, 2004, p. 141-152.
CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. São Paulo: Hucitec, 1996.
CIFELLI, Gabrielle. Imagem, representação e dinâmica territorial do turismo em Ouro Preto e no 
Pelourinho – Salvador. Coimbra, Universidade de Coimbra, e-cadernos CES, 15, 2012: 118-
141. Disponível em: http://www.ces.uc.pt/e-cadernos/media/ecadernos15/06.%20Gabrielle%20
Cifelli.pdf. Acesso em 16/05/2014. 
COSGROVE, Denis. A Geografia está em toda parte: cultura e simbolismo nas paisagens 
humanas. In: CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny (orgs.). Paisagem, tempo e 
cultura. Rio de Janeiro: Eduerj, 1998, p. 92-122.
LA BLACHE, Paul Vidal. A Geografia Política: a propósito dos escritos de Friedrich Ratzel. 
Paris, 1898. Tradução: Rogério Haesbaert e Sylvain Souchaud. Disponível em: http://www.uff.
br/geographia/ojs/index.php/geographia/article/viewArticle/81. Acesso em 10/06/2011.
NOGUÉ, Joan Nogué.; VELA, Jordi de San Eugenio. La dimensión comunicativa del paisaje. 
Una propuesta teórica y aplicada. Santiago do Chile, Revista de Geografía Norte Grande, 
49, 2011, p. 25-43. 
PEDRAS, Lúcia Ricotta V. A paisagem em Alexander Von Humboldt: o modo descritivo dos 
quadros da natureza. Revista USP, São Paulo, n.46, junho/agosto 2000, p. 97-114. 
SANTOS, Milton. Pensando o espaço do homem. São Paulo: Edusp, 2007. 
SAUER, Carl. A morfologia da paisagem. In: CORRÊA, Roberto Lobato; ROSENDAHL, Zeny 
(orgs.). Paisagem, tempo e cultura. Rio de Janeiro: Eduerj, 1998.
http://www.ces.uc.pt/e-cadernos/media/ecadernos15/06. Gabrielle Cifelli.pdf
http://www.ces.uc.pt/e-cadernos/media/ecadernos15/06. Gabrielle Cifelli.pdf
http://www.uff.br/geographia/ojs/index.php/geographia/article/viewArticle/81
http://www.uff.br/geographia/ojs/index.php/geographia/article/viewArticle/81
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Unidade: Paisagem e lugar como categorias geográficas
Anotações
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