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Relação Jurídico-Tributária: Hipótese de Incidência e Fato Gerador

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Turma – Direito Tributário II – Aula 1 
Professora – Deborah Fraga Linshe Gismonti 
Conteúdo da Aula 
Conceito e teorias sobre o nascimento; Lançamento: conceito, elementos e natureza jurídica; 
Princípios específicos do lançamento. 
	
1 - Relação Jurídico Tributária 
 
Pode ser assimilada por meio de uma linha do Tempo (retirado do livro do Sabbag) 
 
Linha do Tempo 
 
HI______FG ______OT _____ CT 
 
HI = Hipótese de incidência 
FG = Fato Gerador 
OT = Obrigação Tributária 
CT = Crédito Tributário 
 
1.1 – Hipótese de incidência 
 
Representa o momento abstrato, previsto na Lei, suficiente para dar início a relação jurídico 
– Tributária, definindo-se pela escolha feita pelo legislador de fatos quaisquer que o mesmo 
entende propenso a ensejar a referida relação. 
Dessa forma, Hipótese de incidência significa a descrição que a Lei faz de um FATO 
tributário, que quando ocorrer, fará nascer a obrigação tributária. 
 
1.2 – Fato Gerador - art. 114 ao 118 CTN 
Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e 
suficiente à sua ocorrência. 
Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação 
aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes 
os seus efeitos: 
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as 
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe 
são próprios; 
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente 
constituída, nos termos de direito aplicável. 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos 
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza 
dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem 
estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os 
atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados: 
I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; 
II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração 
do negócio. 
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, 
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
 
É a materialização da HI. Representa, portanto, o momento concreto da realização da HI. A 
perfeita adequação do fato à hipótese de incidência, fará nascer o liame jurídico obrigacional 
entre sujeito ativo (fisco – quem pode cobrar) e sujeito passivo (contribuinte – quem deve 
pagar) 
 
Muitos autores acreditam que o artigo 114 do CTN é impreciso, uma vez que estabelece que 
o fato gerador da obrigação principal é “situação definida em lei como necessário suficiente a 
sua ocorrência”. Ora, se apenas está definido em lei, a situação não poderia ser denominada 
de fato. Por isso, afirmam que a previsão abstrata deve ser denominada de hipótese de 
incidência, pois se refere a algo que pode vir a ocorrer, tendo como consequência a incidência 
tributária. Daí a famosa terminologia hipótese de incidência 
 
O fato Gerador, é de suma importância, pois é neste momento que se define: 
• Natureza jurídica do tributo; 
• A lei que será aplicada no momento da cobrança (princípio da irretroatividade), ou 
seja, mesmo que a alíquota de determinado tributo seja alterada para menor após a 
ocorrência do FG, a lei (alíquota) que deverá ser aplicada é aquela que estava em 
vigor no momento do FG. Art. 150, III, ‘a’ CF/88. 
 
 
 + = 
 
 
 
 
Hipótese	de	
Incidência	 Fato	Gerador	
Obrigação	
Tributária	
Hipótese de incidência Fato Gerador 
Descrição LEGAL de um fato. É 
situação descrita na lei, escolhida pelo 
legislador entre inúmeros fatos do mundo 
fenomênico. 
Se materializa com a EFETIVA 
ocorrência do fato. É a hipótese da lei 
sendo praticada pelo futuro contribuinte 
Está no plano abstrato Está no plano concreto 
 
 
Classificação doutrinária/jurisprudencial do Fato Gerador 
 
A) FATO GERADOR INSTANTÂNEO 
É aquele que faz surgir uma obrigação tributária a cada fato gerador praticado. Cada vez que 
for realizado no mundo real a hipótese definida em lei, implica a realização de um novo fato 
gerador. 
 
Ex.: ISS, ITBI, ICMS. 
 
B) FATO GERADOR CONTINUADO 
Sua realização se dá de forma duradoura, e pode manter-se estável ao longo do tempo, a 
matéria tributável tende a permanecer, existindo hoje e amanhã, exigindo da lei a definição de 
uma data para a ocorrência do Fato gerador. 
Ex.: IPTU, ITR, IPVA – (Você é proprietário o ano inteiro, portanto, a lei precisa estabelecer 
um dia exato para a ocorrência do fato definido na lei – no caso desses tributos é dia 01/01 de 
cada ano. 
 
C) FATO GERADOR COMPLEXIVO/COMPLEXO 
Corresponde a uma sucessão de fatos que são reunidos num determinado período de tempo. 
Leva em consideração uma série de acontecimentos em dado espaço de tempo. Ex.: CSLL e 
IR. 
 
2. Obrigação Tributária – Art. 113 e seg. CTN 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo 
ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade pecuniária. 
 
 
Conforme estabelece Washington de Barros Monteiro, “Obrigação é uma relação 
jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto 
consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devido pelo primeiro 
ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através do seu patrimônio”. 
 
2.1 Elementos da Obrigação Tributária: 
o Sujeito Ativo (art. 119 e 120), 
o Sujeito Passivo (art.121 a 123), 
o objeto – Obrigação Tributária (art. 113) 
o causa (arts. 114 e 115). 
 
Linha do Tempo 
 
HI_________FG_________OT________ Execução Fiscal 
 
 
2.2. Espécies de Obrigação Tributária 
Obrigação de DAR. Art. 113 – Engloba o pagamento do tributo + penalidade. Se divide em: 
 
1 - Obrigação principal surge com o Fato Gerador. E o que é o FG? É a situação 
definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. – Art. 114 CTN – 
É a ocorrência do fato previsto na norma. 
Dessa forma, a obrigação principal tem por objeto o pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária, conforme estabelece o art. 113 parágrafo primeiro do código 
tributário Nacional. 
Art. 113 § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, 
tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e 
extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. 
Obs: em Direito Tributário, tanto um crédito quantos respectivos juros e multas são 
considerados obrigações principais, pois o enquadramento da obrigação tributária 
como principal depende exclusivamente do seu conteúdo pecuniário. 
 
2 – Obrigação acessória - tem por objeto prestações positivas e negativas, 
previstas no interesse da arrecadação, na fiscalização dos tributos. 
Trata-se de obrigação de FAZER, NÃO FAZER e TOLERAR. Art. 113, §2 CTN. 
 
Está sempre no interesse da arrecadação. Também são chamados de deveres 
instrumentais. 
 
§ 2º A obrigaçãoacessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as 
prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da 
arrecadação ou da fiscalização dos tributos. 
 
OBRIGAÇÃO PRINCIPAL OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA 
Depende de lei Está prevista na legislação (sentido 
amplo) 
Obrigação de dar Obrigação de fazer / não fazer 
Visa o pagamento Função fiscal / arrecadatória 
Pagar tributo Emitir nota fiscal 
 
Ex: todas as declarações são acessórias; escrituração de livros fiscais; emissão de nota fiscal; 
cadastro de contribuintes.... 
 
ATENÇÃO: O §3 do art. 113 CTN estabelece que ao você descumprir uma obrigação 
acessória, há a sujeição a uma penalidade e esta converte-se em obrigação principal. A 
obrigação acessória não desaparece, mas o sujeito fica obrigada a esta e a penalidade 
que é principal. As obrigações são autônomas 
Ex: Mesmo que você seja isento de algum tributo, há obrigação de declarar – Art. 175, §Ú 
CTN. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em 
obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 
 
OBS: O fato gerador da obrigação acessória está previsto na legislação aplicável – é a 
legislação em sentido amplo. Significa dizer que não apenas a lei é responsável por 
discorrer sobe obrigações acessórias. Outros atos normativos poderão estabelecer a 
prática ou a abstenção de atos. 
 
Obs: Fato gerador da obrigação Acessória 
O CTN define, em seu art. 115, o fato gerador da obrigação acessória, como qualquer situação 
que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure 
obrigação principal. 
Nesses casos, podemos exemplificar com a legislação do imposto de renda, que estabelece, 
que no dia 31 de dezembro de determinado ano, quem teve a posse ou a propriedade, de bens 
ou direitos, inclusive terra nua, de valor total ou superior a R$ 300.000, é obrigado a entregar 
declaração de imposto de renda. 
Assim, a situação descrita, impõe a prática de um fato que não se caracteriza como obrigação 
principal, Configurando, portanto, fato gerador de obrigação tributária acessória. 
 
 
3 . Crédito Tributário – Art. 139 e seg. CTN. 
 Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza 
desta. 
Segundo a teoria adotada no Código Tributário Nacional, quando verificado no mundo dos 
fatos a situação definida em lei como fato gerador do tributo, nasce a obrigação tributária. Tal 
obrigação consiste num vínculo jurídico transitório entre o sujeito ativo (credor), o sujeito 
passivo (devedor), e tem por objeto uma prestação em dinheiro. 
Para muitos, se já há credor e devedor, já há crédito, de forma que o nascimento do crédito 
tributário seria concomitante o surgimento da obrigação tributária. 
Ocorrido o fato gerador, é necessário definir: a) o montante do tributo ou penalidade, b) o 
devedor, c) o prazo para pagamento, de forma a conferir exigibilidade a obrigação. 
Sendo assim, nasce a exigência de um procedimento oficial (formal-vinculado), consistente 
em declarar formalmente a ocorrência do fato gerador, definir os elementos materiais da 
obrigação surgida (alíquota e base de cálculo), calcular o montante devido, identificar 
respectivo sujeito passivo, com a finalidade de possibilitar que contra este seja feita cobrança 
do tributo ou da penalidade pecuniária. Todo esse procedimento é denominado de lançamento 
conforme se pode extrair do artigo 142 do CTN 
Assim, o crédito tributário representa o momento da exigibilidade da relação jurídico-
tributária e o seu nascimento ocorre com o lançamento. Art. 142 CTN 
 Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito 
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo 
tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, 
determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o 
sujeito passivo e, sendo caso, propor a cabível aplicação da penalidade. 
Linha do Tempo 
HI______FG______OT______ Lançamento ____ CT 
Com efeito, o lançamento é o instrumento que confere a exigibilidade à obrigação 
tributária, quantificando-a e qualificando-a. Com a formalização do lançamento, não há mais 
obrigação tributária e sim crédito, que é a obrigação tornada líquida e certa. 
 Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus 
efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua 
exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. 
Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou 
extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos 
nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade 
funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. 
Assim temos: 
 
O crédito tributário representa o direito do sujeito ativo de exigir o cumprimento do 
dever patrimonial ou não patrimonial do sujeito passivo (obrigação tributária). 
 
A obrigação tributária nasce de forma automática e infalível em face da prática do fato 
gerador. Com o crédito tributário, por sua vez, não acontece o mesmo. É um poder dever que 
depende de constituição, isto é, deve ser formalizado em linguagem, ser constituído. 
 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
Nasce com a pratica do FG Nasce com o lançamento 
Nasce de forma Automática – 
Obrigação ex lege 
Não é automático. Depende de 
constituição - Autoridade Fazendária, sob pena 
de responsabilidade funcional 
 
 
Logo, vê-se que este último (crédito tributário) se afigura como a obrigação tributária 
tornada líquida e certa por intermédio do lançamento. 
 
Antes da constituição (lançamento) não há que se falar em crédito tributário. Teremos a 
ocorrência do fato gerador e a identificação de todos os elementos da relação jurídica tributária 
(sujeito passivo, sujeito ativo e objeto). Assim, formalizar o crédito tributário em linguagem é 
precisamente identificar o fato gerador e os elementos da relação jurídica tributária. Só depois 
do lançamento o valor poderá ser cobrado. Por isso os doutrinadores falam que só aqui 
a obrigação será líquida. 
 
Importante observar, que a produção dessa linguagem e a formalização do crédito tributário 
podem ser feitas pela Administração Tributária (lançamento tributário), mas também pelo 
contribuinte (sujeito passivo, através do lançamento por homologação, por exemplo – ele não 
lança. Ele constitui o crédito, mas quem lança ainda é a Administração). 
 
3.1 - LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO – Art. 142 CTN 
 
Segundo disposição legal, o lançamento: 
• Verifica a ocorrência do fato gerador; 
• Identifica a matéria tributável (base de cálculo); 
• Apura o valor devido; 
• Identifica sujeito passivo; 
• Aplica penalidade (multa/juros). 
 
a) Localização no Procedimento De Cobrança 
Fato gerador – Obrigação tributária – Constituição do crédito tributário por meio da prática do 
lançamento – Linha do Tempo Acima. 
 
b) Conceito de lançamento – ART. 142, CTN 
É a constituição do crédito tributário pela Administração Pública. 
 
 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito 
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a 
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria 
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, 
propor a aplicação da penalidade cabível. 
 Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena 
de responsabilidade funcional. 
 
Entende –se que o lançamento é um procedimento administrativo (está assim na lei) 
tendente a verificar a ocorrência do fato gerador. Apesar da divergência. 
c) Natureza Jurídica: Qual a natureza do lançamento? Para muitos, o lançamento tem 
natureza declaratória.OBS1.: Outras teorias sobre a natureza jurídica do lançamento. 
a) Natureza declaratória, já dito acima. É o entendimento majoritário nos concursos. 
b) Natureza constitutiva: constitui o crédito tributário. (STJ, REsp. 250.306-DF). 
c) Natureza mista: defendido por boa parte da doutrina. O lançamento é primeiramente 
declaratório da obrigação e constitutivo do crédito. Aqui, o lançamento declara uma 
obrigação e constitui o crédito – STJ. 
 
Assim temos: (Ricardo Alexandre) 
 
Hipótese de Incidência + Fato Gerador = Obrigação Tributária 
 + 
 Lançamento = Crédito Tributário 
 
 
c) Competência para lançar 
	
Consta do artigo 142 do CTN que a competência para o lançamento é da autoridade 
administrativa. O código não define qual autoridade possui poder legal para faze-lo, deixando 
para a lei de cada ente político a incumbência de faze -lo. Na esfera federal, a título de 
exemplo, a Lei 10.593 de 2002, em seu art. 6, I, “a”, não atribuiu, em caráter privativo, Aos 
ocupantes de cargo de auditor Fiscal da Receita Federa, a competência para constituir, 
mediante lançamento o CT. 
Tal competência é indelegável e insuscetível de avocação. 
 
OBS: O Lançamento é atividade privativa da autoridade administrativa, vinculado e para 
alguns autores, como Ricardo Alexandre, tem natureza mista. 
Exceção: S. 436, STJ: a entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito 
fiscal, constitui o crédito tributário, dispensando qualquer outra providencia por parte do 
fisco. 
O STJ entende que o mero reconhecimento do crédito já constitui o crédito, sem 
necessidade de nenhuma providência do fisco, desafiando o entendimento da jurisprudência 
e doutrina, de que a constituição de crédito somente pode ocorrer por atividade privativa da 
Administração. Atividade Vinculada, conforme manda o art. 142 CTN 
 
Assim, o lançamento corresponde a um ato administrativo vinculado. Portanto, o lançamento 
não se sujeita a critérios de conveniência e oportunidade. A autoridade administrativa é 
sempre obrigada por lei a realizar o lançamento. 
 
 
 
OBS2: Notificação do Lançamento 
 
O lançamento só se considera perfeito e acabado com a notificação do sujeito passivo dentro 
do prazo decadencial (5 anos). A forma de notificação do lançamento varia de tributo pra 
tributo. 
Ex: S 397 STJ – Notificação do lançamento no IPTU – O contribuinte do IPTU é notificado 
do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço. A fazenda só precisa comprovar o envio 
e não o recebimento. 
 
 
OBS3: O lançamento reporta-se a fata do FG e a legislação que será utilizada, será a que 
estiver em vigor na data do FG. Art. 144 CTN 
 
 Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da 
obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou 
revogada. 
 
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do 
fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou 
processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades 
administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste 
último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. 
 
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos impostos lançados por períodos certos 
de tempo, desde que a respectiva lei fixe expressamente a data em que o fato gerador 
se considera ocorrido. 
 
O Lançamento É realizado em determinado momento na linha do tempo, mas sempre com os 
olhos voltados para instante passado, que é a ocorrência do fato gerador da respectiva 
obrigação. 
 
Com base nesse entendimento, algumas provas considerando correta a assertiva, que 
estabelece que o lançamento possuir efeitos ex tunc (retroativos). Nestes casos, as bancas 
querem afirmar simplesmente que o lançamento sempre se refere evento passado, retroagindo 
no tempo para constituir crédito decorrente de obrigação surgida em momento pretérito. 
 
No entanto, caso a obrigação tributária seja relativa à penalidade pecuniária, multa, aplica-se 
ao lançamento a lei mais favorável ao infrator, dentre aquelas que tiveram vigência entre a 
data do fato gerador e a data de lançamento. 
 
d) Princípios aplicáveis ao lançamento 
 
Recente Informativo – 588 STJ – O IPVA é lançado de ofício no início de cada exercício e 
constituído definitivamente com a cientificação do contribuinte para o recolhimento da 
exação, o qual pode ser realizado por qualquer meio idôneo, como o envio de carnê ou a 
publicação de calendário de pagamento, com instruções para sua efetivação. A Notificação 
do contribuinte para recolhimento do IPVA perfectibiliza a constituição definitiva do CT, 
iniciando-se o prazo prescricional para a execução fiscal no dia seguinte à data estipulada 
para o vencimento da exação. 
ü PRIVATIVIDADE: 
- O art. 142, CTN fala em Privatividade da autoridade administrativa. O dispositivo refere-se a 
privatividade de constituição do crédito pelo lançamento. Ou seja, apenas a Administração 
lança. O contribuinte não pode lançar. Isso não significa que somente ela pode constituir o 
crédito tributário. O lançamento sim é só dela. O lançamento é uma modalidade de 
constituição do crédito tributário e essa modalidade é privativa da Administração. 
 
Assim, temos: Constituição do Crédito pode ser: 
1 – Lançamento (privativo da Administração Pública) 
2 – Reconhecimento do Sujeito passivo 
 
O STJ tem considerado plenamente válidas as diversas previsões legais de que a elaboração 
de determinada declaração tributária em que o sujeito passivo informe um débito e não o 
pague importa, por si só, a constituição do crédito tributário, independentemente de 
qualquer outra providência de Administração. 
 
Destaca-se que apesar de o lançamento ser ato privativo da Autoridade Fazendária – 
REGRA, o STJ tem temperado essa regra e estabelecido 2 hipóteses nas quais haverá o 
lançamento por autoridade judiciaria: 
 
a) ITCD – quando estivermos diante de um inventário pelo rito convencional – Há: 
Fase de Avaliação (avaliação judicial dos bens) e fase de homologação de cálculo. O 
próprio juiz calcula e diz o valor devido. A fazenda Estadual só poderá cobrar o ITCD 
depois de homologado pelo juiz) 
 
b) discussão na justiça do trabalho: Na reclamação trabalhista, o juiz, se houver, 
calcula a contribuição previdenciária devida. Para muitos, esse cálculo seria 
lançamento feito pelo judiciário. A fazenda não gosta muito desse entendimento, pois 
ela não participa da reclamação trabalhista e muitas vezes não concorda com o valor. 
 
ü VINCULAÇÃO A LEI – art. 142, §Ú – Lançamento é ato vinculado. Não há margem 
de discricionariedade 
Art. 142, Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é 
vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 
 
ü IRRETROATIVIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA – art. 144 – o lançamento rege-se pela 
lei em vigor no momento da ocorrência do FG, mesmo que essa lei tenha sido 
revogada ou modificada. Trata-se da ultratividade da lei tributária. 
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador 
da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente 
modificada ou revogada. 
Ex: ITCDM = falecimento em 2000- Lei X 4%______Inventário_____ homologação de cálculo 
– lançamento Lei Y – 
2% 
Qual alíquota aplicar? Aplica-se a alíquota de 4%, mesmo que na data da homologaçãoo 
esteja em vigor lei com alíquota menor. Súmula 112 do STF: “O imposto de transmissão causa 
mortis é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão”. 
OBS1: Esse art. 144 caput, somente se aplicada quanto aos aspectos internos do lançamento, 
que são aqueles relacionados ao FG (base de cálculo, alíquota, sujeito passivo...). Quanto 
aos demais aspectos, o CTN tem outra regra,que é §1 do art. 144. Esse dispositivo trata 
de aspectos formais, aspectos procedimentais do lançamento (critérios de apuração, maiores 
poderes de investigação da fazenda...), neste caso, aplica-se a lei que estiver em vigor na data 
do lançamento. 
Art. 144, § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à 
ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de 
apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação 
das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou 
privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade 
tributária a terceiros. 
Ex. CPMF = art. 11, §3 da lei 9.311/96 – Vedava que se utilizasse os dados da CPMF para 
lançamento de outro tributo. Veio a Lei 10.174/01 e alterou a redação deste parágrafo e passou 
a permitir a utilização de tais dados para, por exemplo, lançar IR. 
Em um caso concreto, a fazenda lançou IR de 1999 e 2000, com base nessa lei de 2001 (ou 
seja, aplicou-a imediatamente). O STJ entendeu que era válido, pois a lei trata de 
procedimento e este retroage. 
ü IRREVISIBIDADE DO LANÇAMENTO 
A regra é a de que após o contribuinte ser notificado do lançamento, não há como altera-
lo. 
 Exceção: Uma vez notificado o sujeito passivo, a fazenda só pode rever o lançamento em 
uma das 3 hipóteses: Art. 145 CTN 
1 – Impugnação do sujeito passivo – PAT/PAF – Proc. Adm. Tributário/Fiscal - É a 
defesa ou reclamação apresentada na órbita administrativa, instaurando-se a fase 
litigiosa/contenciosa do procedimento, nos casos em que o sujeito passivo discorde 
total ou parcialmente do lançamento anteriormente efetuado. Está previsto nos arts. 
14 ao 17 do DL 70.235/72. Lembrando que mesmo no processo administrativo há 
contraditório e ampla defesa. Art. 5, LV CF/88. 
 Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. 
 Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos 
em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 
trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. 
 
2 – Recurso de ofício - É conhecido em processo civil como remessa necessária. 
Trata-se da previsão de rejulgamento de uma decisão de primeira instância, na órbita 
administrativa, que tenha trazido situação desfavorável a fazenda. 
Ex. Desoneração do tributo 
Veja o art. 34, I e II do DL 70.235/72: 
 
Art. 34. A autoridade de primeira instância recorrerá de ofício sempre que a 
decisão: 
I - exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de 
multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) a ser fixado 
em ato do Ministro de Estado da Fazenda; 
II - deixar de aplicar pena de perda de mercadorias ou outros bens 
cominada à infração denunciada na formalização da exigência 
3 – Iniciativa de oficio da autoridade adm., nos casos do art. 149 - Comtempla em 
seus incisos, uma lista taxativa de hipóteses nas quais os lançamentos poderão ser 
revistos, no poder-dever de autotutela da administração, desde que o crédito não 
esteja extinto pela decadência – art. 149, P.Ú. 
Art. 149 Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada 
enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. 
 
Trata de situações nas quais, o administrador está autorizado por lei a rever o 
lançamento e efetiva-lo de ofício quanto um ato do sujeito passivo, art. 149, viole 
a lei. Dessa forma, o art. 145, III é a única hipótese não litigiosa de alteração de 
lançamento. 
 
Atenção: O procedimento de lançamento pode ser dividido em duas fases: 
a) Oficiosa: que se encerra com a notificação; e 
b) Contenciosa: que pode ser instaurada com a impugnação por parte do sujeito passivo. É na 
segunda fase que se verifica o contraditório (diferido). 
O objetivo do sujeito passivo com a impugnação é desconstituir ou alterar o lançamento 
realizado. O pedido é dirigido ao órgão de "jurisdição" administrativa responsável pela análise 
da legalidade do procedimento (na esfera federal, as Delegacias da Receita Federal de 
julgamento -DR)). O acatamento total ou parcial da impugnação formulada terá como 
consequência a anulação (ou alteração) do lançamento realizado

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