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Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital Autor: Fábio Dutra Aula 09 5 de Abril de 2020 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 1 95 AULA 09: CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO Sumário OBSERVAÇÕES SOBRE A AULA .................................................................................................................. 2 1 – CRÉDITO TRIBUTÁRIO ............................................................................................................................ 3 2 – LANÇAMENTO ......................................................................................................................................... 4 2.1 – Competência para lançar ................................................................................................................. 6 2.2 – Legislação aplicável ao lançamento ............................................................................................... 7 2.2.1 – Legislação aplicável em relação aos aspectos materiais ..................................................... 7 2.2.2 – Legislação aplicável em relação aos aspectos formais ........................................................ 9 2.3 - Taxa de câmbio aplicável ao lançamento .................................................................................... 11 3 – ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO ....................................................................................................... 13 3.1 – Impugnação do sujeito passivo (Art. 145, I) ................................................................................ 15 3.2 – Recurso de ofício (Art. 145, II) ....................................................................................................... 16 3.3 – Iniciativa de ofício da autoridade administrativa (Art. 145, III) ................................................. 17 3.4 – Alteração do Lançamento decorrente de erro de direito e erro de fato ............................... 19 4 – MODALIDADES DE LANÇAMENTO ................................................................................................... 23 4.1 – Lançamento de ofício ...................................................................................................................... 23 4.2 – Lançamento por declaração .......................................................................................................... 24 4.2.1 – A técnica do arbitramento ...................................................................................................... 25 4.3 – Lançamento por homologação ..................................................................................................... 27 5 - QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS ........................................................................... 33 Crédito Tributário e Lançamento ............................................................................................................ 33 Alteração do Lançamento ........................................................................................................................ 44 Modalidades de Lançamento .................................................................................................................. 52 6 - LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES .................................................................................... 69 Crédito Tributário e Lançamento ............................................................................................................ 69 Alteração do Lançamento ........................................................................................................................ 75 Modalidades de Lançamento .................................................................................................................. 81 7 - GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES .......................................................................... 91 8 - RESUMO DOS ASSUNTOS MAIS IMPORTANTES ............................................................................ 92 Crédito Tributário ...................................................................................................................................... 92 Lançamento ................................................................................................................................................ 92 Alteração do Lançamento ........................................................................................................................ 93 Modalidades de Lançamento .................................................................................................................. 94 Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 2 95 OBSERVAÇÕES SOBRE A AULA Fala pessoal, tudo joia? Estou aqui, completamente engajado, para iniciarmos mais uma aula do nosso curso de Direito Tributário no Estratégia Concursos. E vocês, como estão? Tudo certo por aí? Espero que sim! Afinal, vocês já caminharam vários passos em direção ao objetivo final! Vocês estão indo muito bem!!! ☺ No encontro de hoje, vamos estudar os temas “Crédito Tributário” e “Lançamento”, bem como os assuntos a eles relativos. Será uma aula um pouco menor. Porém, como sempre fizemos no nosso curso, a aula está recheada de questões de alto nível! Vamos começar? "Se todos se propusessem a fazer o que são capazes, ficaríamos impressionados com nossas criações" – Thomas Edison Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 3 95 1 – CRÉDITO TRIBUTÁRIO Você já ouviu falar repetidas vezes sobre o “crédito tributário” durante o nosso curso. Até o presente momento, você foi capaz de definir o que vem a ser crédito tributário? Veremos isso a partir de agora! O termo “crédito tributário” deve ser lembrado como crédito do Fisco e dívida do contribuinte. Logo, o Estado tem o direito ao recebimento do valor, e o contribuinte tem o dever de pagar o valor exigido pelo Fisco. Ademais, deve-se destacar que o crédito tributário não se refere unicamente a tributo, mas também às dívidas decorrentes de multas tributárias. Isso se dá porque o crédito tributário decorre da obrigação tributária principal e, como você já aprendeu em outra aula, esta tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (CTN, art. 113, § 1º). Nesse sentido, o art. 139 do CTN estabelece o seguinte: Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. É válido ressaltar que, embora o crédito tributário decorra da obrigação tributária, as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem (CTN, art. 140). Observação: Por mais que você não entenda tudo o que foi dito, no momento, é importante que você guarde que as modificações no crédito tributário não afetam a obrigação tributária. Assim, relembrando a linha do tempo que já estudamos, quando o fato gerador ocorre, surge a obrigação principal, consistente no dever de pagar tributo ou penalidade pecuniária (multa). Contudo, para que a dívida se torne exigível (guarde essa palavra), é necessário que a autoridade administrativa realize o lançamento. O lançamento confere liquidez (quanto ao valor) e certeza (quanto à existência) à obrigação tributária principal, além de torná-la exigível. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 4 95 2 – LANÇAMENTO Para explicarmos melhor o que vem a ser o lançamento,nada melhor do que transcrevermos o art. 142 do CTN: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Com o surgimento da obrigação tributária, é necessário que alguém (a autoridade administrativa), com conhecimento da legislação aplicável, defina o valor exato a ser pago de tributo ou multa, apurando a base de cálculo e aplicando sobre ela a alíquota vigente. Além disso, deve-se verificar quem é o sujeito passivo (contribuinte ou responsável) que possui o dever legal de pagar o montante devido. A esse procedimento, denominamos lançamento. Para memorizar todo o procedimento de lançamento, guarde o seguinte mnemônico: A função do lançamento não é fazer nascer a dívida, mas sim torná-la exigível. • Verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributáriaV • Determinar a matéria tributávelD • Calcular o montante do tributo devidoC • Identificar o sujeito passivoI • Propor aplicação da penalidade cabível (se for o caso)P Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 5 95 Embora o próprio art. 142 do CTN mencione que o lançamento é considerado um procedimento administrativo, o entendimento da doutrina é o de que se trata de um ato administrativo. Ao estudar Direito Administrativo, você verá que os atos administrativos possuem certos requisitos para que se tornem válidos. Além disso, há também determinadas características ou atributos típicos dos atos administrativos. Com base nos conceitos oriundos do Direito Administrativo, é possível concluir que de fato o lançamento é um ato administrativo. Para enfrentar as provas de concurso público, o que você deve ter em mente é o seguinte: ➢ O lançamento é um procedimento administrativo (se a questão não fizer ressalvas); ➢ O lançamento é um ato administrativo, embora resulte de um procedimento, por possuir determinados requisitos de validade e características inerentes aos atos administrativos (se a questão se aprofundar na discussão, o que normalmente não ocorre). Outro ponto de discussão seria a natureza do lançamento. Novamente, em vez de nos prolongarmos nos comentários, vou ensinar como o tema deve ser levado para a prova: o lançamento declara a obrigação tributária (verifica a ocorrência do fato gerador) já existente e constitui o crédito tributário (previsto no início do caput do art. 142). Portanto, pode-se dizer que o lançamento possui natureza jurídica mista. Lançamento = Natureza jurídica mista -Declara obrigação tributária; e -Constitui crédito tributário. Mais detalhes sobre a natureza declaratória e constitutiva do lançamento. No art. 142, caput, do CTN, o legislador estabelece que “compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento”. Com isso, fica bastante clara a natureza constitutiva do lançamento, operando efeitos ex nunc, criando direitos e deveres a partir de então, no âmbito da relação jurídico-tributária. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 6 95 Ainda no caput do art. 142, do CTN, é dito que o lançamento é um procedimento administrativo tendente a “verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente”. Isso torna patente a natureza declaratória do lançamento, operando efeitos ex tunc, isto é, confirmando a ocorrência de um fato gerador anterior. 2.1 – Competência para lançar O caput do art. 142, do CTN, apenas estabelece que compete, privativamente, à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento. Quem seria essa autoridade administrativa? Cabe ao legislador de cada ente federativo determinar. A rigor, a competência é exclusiva da autoridade determinada pelo legislador. Por conseguinte, não há possibilidade de delegação ou avocação. Observação: Delegação: Ocorre quando uma pessoa delega a outra o exercício de uma atribuição. Avocação: Ocorre quando o superior hierárquico exerce temporariamente a competência de um subordinado. A título de exemplo, em relação aos tributos de competência da União, cabe privativamente ao Auditor- Fiscal da Receita Federal do Brasil o lançamento. Nos Estados ou Municípios, cabe ao Auditor-Fiscal Estadual ou Municipal, ou denominação equivalente. Como decorrência disso, nem mesmo o juiz tem competência para realizar o procedimento previsto no art. 142 do CTN, culminando no lançamento. Por fim, cabe ressaltar que, de acordo com o par. único do art. 142, do CTN, a atividade administrativa do lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Isso significa que não há discricionariedade por parte da autoridade competente quanto ao lançamento, em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público, visto em nossa aula inicial. Aliás, nós vimos, quando do estudo do conceito de tributo (CTN, art. 3º), que a atividade de cobrança é plenamente vinculada. Como o lançamento é o procedimento para tornar a obrigação exigível, a atividade de lançamento também é vinculada. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 7 95 2.2 – Legislação aplicável ao lançamento Ao realizar o lançamento, a autoridade fiscal deve considerar a legislação material e a legislação formal. O que seria isso? A legislação material (ou legislação substantiva) diz respeito, obviamente, aos aspectos materiais do lançamento, ou seja, refere-se à estrutura da obrigação tributária. Como exemplo, podemos citar a lei que define os fatos geradores, as bases de cálculo e alíquotas, o sujeito passivo da obrigação (contribuintes e responsáveis) etc. De acordo com Aliomar Baleeiro1, a lei que discipline tais aspectos sobrevive para as situações jurídicas definitivamente constituídas ao tempo de sua vigência. A legislação formal (ou legislação adjetiva), por seu turno, trata dos procedimentos, dos aspectos formais, a serem levados a cabo pela autoridade administrativa no momento do lançamento. Trata-se de disposições relativas ao Direito Processual Tributário. Assim como em outros ramos do direito, as normas processuais têm eficácia imediata. A título de exemplo, temos os poderes que possuem as autoridades lançadoras, os prazos para início e conclusão das atividades relativas ao lançamento, o modo de notificação ao contribuinte etc. Aspectos materiais = Compõem a estrutura da obrigação tributária Aspectos formais = Relacionados aos procedimentos do lançamento Essa distinção deve ser feita, pois o CTN estabeleceu critérios diferenciados para aplicação de cada uma. Vamos, então, ver quais foram os critérios definidos pelo legislador. 2.2.1 – Legislação aplicável em relação aos aspectos materiais Vimos que, além de constituir o crédito tributário, o lançamento tem natureza declaratória, ou seja, declara a existência da obrigação tributária. Logo, quando a autoridade administrativa vai realizar o lançamento de determinado tributo, deve levar em consideração a legislação substantiva que se deve aplicar é a que estava em vigor na data da ocorrência do fato gerador (quando surgiu a obrigação tributária): Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. 1 BALEEIRO, Aliomar. Direito tributário brasileiro. Atualizadapor Misabel Abreu Machado Derzi. 13ª Edição. 2015. Pág. 1.197. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 8 95 Com isso, podemos dizer que o lançamento possui efeitos ex tunc, ou seja, efeitos retroativos. Observação: Lembre-se de que quando a lei já tenha sido revogada (não esteja mais vigente), ainda assim, neste caso específico, pode produzir efeitos futuros, fato que se denomina ultratividade da lei tributária. Por exemplo, imagine que tenha ocorrido no mês de janeiro de 2014 o fato gerador de um imposto, cuja alíquota era de 20%. No mês de março, uma nova lei alterou a alíquota do imposto para 30%. Digamos que em janeiro de 2015, a autoridade administrativa realizou o lançamento. Qual será a alíquota aplicada? Certamente, será 20% (alíquota vigente na data de ocorrência do fato gerador). Perceba que a alíquota de 30% somente será aplicada aos fatos geradores que surgirem a partir do momento em que a lei que a alterou começar a produzir efeitos. Logo, pode-se concluir que a legislação substantiva somente se aplica a fatos geradores futuros. Agora, caro(a) aluno(a), imagine que, no lançamento, a autoridade tenha que aplicar uma multa pelo não recolhimento do tributo por parte do contribuinte e que o percentual dessa multa em janeiro de 2014 era de 50%. Se outra lei alterar essa multa para 20% em março de 2014, qual seria a multa aplicável pela autoridade quando do lançamento? Neste caso, precisamos nos ater à regra contida no art. 106, do CTN, que estabelece a aplicação retroativa da lei que aplique penalidade menos severa que a lei anterior. A resposta, portanto, seria 20%, e não 50%. Por outro lado, se a lei estivesse majorando o percentual da multa (75%, por exemplo), a autoridade teria que utilizar o percentual de 50%, isto é, referente à norma vigente na data da infração. Diante do exposto, podemos dizer que o art. 144 do CTN encontra fundamento no princípio constitucional da irretroatividade da lei tributária, já que a nova lei (alíquota de 30%) não poderá se aplicar a fatos geradores ocorridos antes do início da sua vigência. Assim, você deve entender o seguinte: • O lançamento possui efeitos ex tunc (retroativos); • No realização do lançamento, pode ocorrer a ultratividade da lei tributária vigente na data do fato gerador, mas que, posteriormente, tenha sido revogada; • A nova lei que tenha alterado os aspectos materiais da obrigação tributária não produz efeitos sobre os fatos geradores ocorridos antes do início da sua vigência (princípio da irretroatividade da lei tributária). • Não confunda: Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 9 95 A legislação material somente se aplica aos fatos geradores futuros, pois ela deve estar vigente e produzindo efeitos no momento da ocorrência do fato gerador. Cumpre-se, assim, o princípio da irretroatividade tributária. Sob outra ótica, quando for realizado o lançamento, deve-se levar em consideração a legislação material vigente na data do fato gerador, ainda que já tenha sido revogada. Cabe destacar que, de acordo com o § 2º do próprio art. 144, não se aplica o que acabamos de ver aos impostos lançados por períodos certos de tempo (IPVA e IPTU, por exemplo), desde que a lei fixe expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. Vamos entender o que o legislador quis dizer com isso. O que vimos até agora foi que o lançamento deve utilizar como base a legislação vigente na data da ocorrência do fato gerador, correto? Em relação aos impostos lançados por períodos certos de tempo, isso não se aplica se a lei fixar a data em que o fato gerador se considera ocorrido. Na prática, a situação não muda muito, já que, quando a lei fixar um momento em que o imposto se considera ocorrido, aplica-se a legislação que estiver em vigor nesse momento. A título de exemplo, se o fato gerador do IPVA ocorre no dia 1º de Janeiro de cada ano, aplica-se ao lançamento a legislação que estiver em vigor nessa data. Assim, na essência, a regra do § 2º do art. 144 não é uma exceção, mas deve ser memorizada para fins de prova! 2.2.2 – Legislação aplicável em relação aos aspectos formais Além dos aspectos materiais, no momento do lançamento, a autoridade deve respeitar regras formais. Para entender qual será a legislação aplicável em cada caso, vamos ver o que o legislador estabeleceu no § 1º do art. 144: § 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. Como já foi explicado, os aspectos formais dizem respeito aos procedimentos, não se relacionando com a estrutura da obrigação tributária. Por esse motivo, o legislador optou pela aplicação das regras formais vigentes na data do lançamento, ainda que tenham sido alteradas após a ocorrência do fato gerador. Na redação desse parágrafo, percebe-se que os aspectos procedimentais estão relacionados a procedimentos de fiscalização, poderes de investigação e, até mesmo, maiores garantias e privilégios ao crédito tributário. Observação: Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 10 95 Garantias do crédito tributário: tornam mais efetiva a atividade de cobrança dos tributos. Privilégios do crédito tributário: regras que outorgam prioridade de pagamento aos tributos, em detrimento de outras dívidas, quando há pluralidade de credores contra o devedor. >Nós estudaremos em momento oportuno as garantias e privilégios do crédito tributário. Novamente, vamos analisar a situação sobre outra ótica: se a autoridade administrativa deve aplicar a legislação formal em vigor no momento do lançamento, como este ocorre em data posterior ao fato gerador, pode-se dizer que a legislação alcança fatos geradores passados (anteriores a ela), mas que estão sendo objeto de apuração pela autoridade fiscal no momento do lançamento. Imagine, como ocorrido exemplo anterior, que no mês de Janeiro de 2014 ocorra o fato gerador de um imposto. A legislação que regulava os procedimentos formais a serem adotados pela autoridade administrativa era a Lei “A”. Em Julho de 2014, a Lei “B” revogou a Lei “A”, alterando os procedimentos aplicáveis ao lançamento do referido imposto. Aí eu te pergunto: qual lei deve ser aplicada ao lançamento, realizado em Janeiro de 2015? Certamente, é a Lei “B”. Veja que, no momento do lançamento, a autoridade fiscal aplicou a legislação em vigor nessa data (em obediência ao § 1º do art. 144). Analisando a situação sob outro ângulo, você será capaz de perceber também que a Lei “B” atingiu fatos geradores passados, em cujo momento estava em vigor outra legislação formal (A Lei “A”). Entendido? Não confunda! A legislação formal se aplica aos fatos geradores passados, pois o que importa é a legislação vigente na data do lançamento (pode ter havido alteração após o fato gerador). Contudo, há uma exceção: não pode ser aplicada a legislação que, posteriormente à data da ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha atribuído responsabilidade tributária a terceiros. Vamos entender a lógica dessa exceção. Nós aprendemos que o sujeito passivo da obrigação tributária é um aspecto material a ser levado em consideração no momento do lançamento. Sendo assim, não faz sentido Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal)- Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 11 95 inserir no pólo passivo da obrigação uma pessoa que, na data da ocorrência do fato gerador, não era obrigada a cumpri-la. Entendido? 2.3 - Taxa de câmbio aplicável ao lançamento Deve ser ressaltado também que, em alguns casos, o valor da base de cálculo do tributo é expresso em moeda estrangeira. Isso é comum nos tributos aduaneiros, sobretudo no imposto de importação. Como a taxa de câmbio se altera diariamente, é necessário saber, no momento de realizar o lançamento, qual a taxa de câmbio a ser utilizada. Como a taxa de câmbio influencia no valor do tributo devido (um aspecto material), o legislador do CTN optou por manter a mesma lógica da legislação relativa aos aspectos materiais: a data de ocorrência do fato gerador, lembrando que isso foi determinado “salvo disposição de lei em contrário”, conforme preceitua o art. 143 do CTN: Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. Vamos esquematizar isso de forma bastante simples: Aspectos Formais Legislação vigente na data do lançamento Aspectos Materiais Legislação vigente na data do fato gerador Taxa de Câmbio Data do fato gerador Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 12 95 (TRF4-Técnico Judiciário/2019) Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Comentário: Trata-se da definição exata do art. 142, caput, do CTN, trazendo a definição de lançamento. Gabarito: Correta (TCE-RS-Auditor Público Externo/2018) Competem privativamente às autoridades administrativas e judiciais constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o processo administrativo tendente a verificar, pelo agente fiscal, a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, com autorização do órgão competente, aplicar a penalidade cabível. Comentário: A definição trazida no art. 142 foi alterada. Senão, vejamos: compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Gabarito: Errado (STJ-Analista Judiciário/2018) Em regra, a constituição do crédito tributário é regida pela legislação vigente na data do vencimento do tributo. Comentário: Como regra, de acordo com o caput do art. 144, do CTN, o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Gabarito: Errada (PGM-Procurador-João Pessoa/2018) Considere que lei tributária tenha instituído novos critérios de apuração de tributo municipal e que tenha ampliado os poderes de investigação do auditor. Com relação a esse caso, é correto afirmar, com base nos dispositivos normativos do Código Tributário Nacional (CTN), que será aplicada ao lançamento a) lei nova apenas se tiver vigência retroativa ao tempo do fato gerador. b) lei nova vigente após a ocorrência do fato gerador, desde que não amplie os poderes de investigação. c) lei antiga vigente ao tempo do fato gerador, mesmo que tenha sido modificada. d) lei vigente ao tempo do fato gerador, mesmo que tenha sido revogada. e) lei nova vigente após a ocorrência do fato gerador e vigente também ao tempo do lançamento. Comentário: Com relação aos critérios formais, que não impactam no valor do tributo ou na definição do sujeito passivo, deve ser aplicada a lei vigente na data do lançamento, ainda que modificada após a ocorrência do fato gerador. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 13 95 Gabarito: Letra E (AL-MS-Consultor de Processo Legislativo/2016) Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário estiver expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio da data em que o contribuinte tomou ciência do lançamento. Comentário: De acordo com o art. 143, do CTN, salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. Como a data mencionada na assertiva é a ciência do lançamento, a questão está errada. Gabarito: Errada (PGE-MT-Procurador do Estado/2011) Dispõe o art. 144, do CTN que “o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada”. Esta regra legal encontra fundamento de validade no princípio constitucional da a) irretroatividade da lei tributária. b) anterioridade anual. c) anterioridade nonagesimal. d) legalidade. e) vedação ao confisco. Comentário: A regra prevista no art. 144, do CTN, encontra fundamento de validade no princípio constitucional da irretroatividade da lei tributária, já que impede que nova lei que altere os aspectos materiais da obrigação tributária produza efeitos sobre fatos passados, isto é, fatos geradores ocorridos antes do início da sua vigência. Gabarito: Letra A 3 – ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO Após a conclusão do lançamento, para que este possa produzir efeitos em relação ao sujeito passivo, é necessário que haja a notificação do lançamento. Trata-se de comunicação oficial feita ao devedor por meio de notificação de lançamento ou mesmo por carnê de cobrança, conforme se depreende da jurisprudência do STJ: Súmula STJ 397 - O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço. Quanto a este ponto, é válido informar que, em 2016, ao julgar caso semelhante relativo ao IPVA (imposto lançado periodicamente, da mesma forma que o IPTU), o STJ considerou que a ciência do contribuinte a respeito do lançamento realizado pelo Fisco pode ser realizada por qualquer meio idôneo, como o envio de carnê ou a publicação de calendário de pagamento, com instruções para a sua efetivação. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 14 95 A notificação pode ser realizada por qualquer meio idôneo. -Envio do carnê; -Publicação de calendário de pagamento. Ao ser notificado, o contribuinte terá duas opções: quitar a obrigação ou impugnar o lançamento contra ele realizado. Obviamente, ele terá um prazo para agir diante da notificação. Portanto, antes de o contribuinte ser notificado da existência do crédito tributário, o lançamento não produz qualquer efeito (contagem do prazo para impugnação, por exemplo). É por esse motivo que, antes da comunicação oficial, a autoridade administrativa pode alterar o lançamento para corrigir informações ou valores, já que o contribuinte ainda não foi informado da dívida tributária. Podemos dizer, então, que nesse período o lançamento é revisível. Atéa notificação, a revisibilidade do lançamento é absoluta. Com a notificação, a situação muda totalmente. A partir deste momento, a regra é a vedação da alteração do lançamento efetuado. Dizemos, neste caso, que o lançamento é presumidamente definitivo. Contudo, tal presunção é relativa, já que o art. 145 do CTN, seguindo a lógica do que acabamos de ver, previu situações excepcionais que permitem a alteração do lançamento regularmente notificado. Senão, vejamos: Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 15 95 I - impugnação do sujeito passivo; II - recurso de ofício; III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. Vamos estudar cada uma dessas hipóteses de alteração do lançamento. Antes disso, seria interessante que você entendesse a seguinte dica de prova: DICA DE PROVA: Fique atento quando a questão mencionar o lançamento, afirmando que é definitivo. Ele é apenas presumidamente definitivo, pois pode ser alterado nas hipóteses do art. 145 do CTN. Como consequência, o crédito tributário também não está definitivamente constituído com o lançamento. 3.1 – Impugnação do sujeito passivo (Art. 145, I) Acabamos de estudar que, após ser notificado do lançamento efetuado, existem três situações possíveis de ocorrer: pagamento, impugnação ou revelia. Dessa forma, caso o sujeito passivo concorde com o valor lançado, poderá efetuar o seu pagamento, hipótese em que ocorrerá a extinção do crédito tributário, nos termos do art. 156, I, do CTN. Observação: Existem outras formas de se extinguir o crédito tributário, como, por exemplo, compensando, na forma da lei, os créditos que o sujeito passivo tenha contra a Fazenda Pública. Para estudar este assunto, contudo, só nos interessa o pagamento. Por outro lado, quando o sujeito passivo discorda do lançamento realizado, tem o direito de contestar, dentro de determinado prazo fixado na legislação tributária de cada ente, o lançamento por meio da impugnação. Instaura-se, então, a fase litigiosa (ou contenciosa) do lançamento. Se a decisão administrativa de primeira instância proferida for desfavorável ao sujeito passivo, tem ele a oportunidade de pagar e desistir do processo ou recorrer de forma voluntária ao órgão de segunda instância, o que se denomina “recurso voluntário”. Observação: Ainda que obtenha decisão definitiva desfavorável na esfera administrativa, o contribuinte sempre pode se socorrer no âmbito do Poder Judiciário. Veja que o art. 145 do CTN apenas citou a impugnação. Contudo, como acaba de se analisar, o sujeito passivo pode obter a alteração do lançamento tanto na impugnação, como no recurso voluntário. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 16 95 Para tornar a explicação mais clara, entenda que a impugnação se refere à contestação do lançamento efetuado e o recurso ocorre quando a decisão da autoridade julgadora é atacada. Deve-se destacar que, ao impugnar o lançamento ou ao oferecer o recurso voluntário, é possível que o valor do crédito tributário seja alterado, inclusive para maior, se for detectado erro no lançamento. Imagino que, neste momento, você já deve estar pensando: e se o contribuinte não pagar e também não impugnar? Será declarada a sua revelia, em razão de ter permanecido inerte. Neste caso, o processo é encaminhado para cobrança. Evidentemente, se o crédito tributário não foi contestado, torna-se definitivamente constituído. 3.2 – Recurso de ofício (Art. 145, II) Em se tratando de decisão administrativa, proferida na primeira instância, desfavorável ao Fisco, fica sujeita ao recurso de ofício. Isso significa que o processo é encaminhado ao órgão de segunda instância para novo julgamento. Nessa instância, o julgamento pode ser a favor do sujeito passivo novamente (em desfavor da Fazenda Pública) ou a favor do Fisco. No primeiro caso, ocorre alteração do lançamento. Observação: O recurso de ofício também pode vir em prova com a denominação reexame necessário, remessa necessária ou duplo grau obrigatório. Se a decisão administrativa definitiva é favorável ao sujeito passivo, o crédito tributário é extinto, nos termos do art. 156, IX, do CTN. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 17 95 3.3 – Iniciativa de ofício da autoridade administrativa (Art. 145, III) Já estudamos que o lançamento, regularmente notificado ao sujeito passivo, só pode ser alterado em três situações: impugnação do sujeito passivo, recurso de ofício e iniciativa de ofício da autoridade administrativa. É sobre esta que vamos falar neste tópico da aula. Trata-se de alteração de lançamento que decorre da atuação da própria autoridade administrativa que efetuou o lançamento ou seu superior hierárquico. Essa modalidade de alteração do lançamento está fundada no princípio da legalidade, segundo o qual a Administração Pública deve tomar as medidas necessárias para o fiel cumprimento da lei. Assim, se for constatada alguma ilegalidade no lançamento, a autoridade administrativa deve promover a alteração a fim de corrigi-lo, independentemente de provocação do sujeito passivo. Nesse caso, deve ser ressaltado que a alteração ocorre de ofício. Isso significa que, caso se faça necessário, em cumprimento ao art. 145, III, a autoridade deve promover o lançamento de ofício. Observação: Nós já vimos, em outra aula, que existem três modalidades de lançamento: de ofício, por declaração e por homologação. Nesta aula, estudaremos todas elas detalhadamente. Portanto, sempre que ocorrer alguma das situações previstas no art. 149 do CTN, a autoridade deve fazer a alteração do lançamento de ofício, mesmo que o tributo tenha sido originariamente lançado por meio de outra modalidade de lançamento. Vamos ver quais são essas situações previstas no art. 149: Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I - quando a lei assim o determine; II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 18 95 VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Observação: O inciso V se refere ao art. 150 (artigo seguinteao 149), referindo-se à atividade do sujeito passivo no lançamento por homologação, que será estudado adiante. Todo tributo pode ser lançado de ofício, caso ocorra alguma das hipóteses do art. 149 do CTN. Destaque-se que tais alterações somente podem ser efetuadas, enquanto não estiver extinto o direito da Fazenda Pública pela decadência. Por fim, uma dica para guardar as hipóteses previstas no art. 149 é, além de fazer reiteradas leituras como recomendado na aula inicial do curso, entender que quase todas as hipóteses representam algum vício no lançamento. A exceção é o inciso I, que estabelece a alteração quando a lei determinar. Para facilitar a memorização, lembre-se das palavras-chave descritas a seguir (só irá funcionar se você ler a lei): • Quando a lei determinar (óbvio); • Quando a declaração for entregue fora do prazo ou na forma prevista na legislação; • Deixar de atender pedido de esclarecimento da autoridade administrativa; • Falsidade, erro, inexatidão ou omissão; • Ação ou omissão que resulte em penalidade pecuniária (multas); • Dolo, fraude ou simulação; • Fato não conhecido ou não provado; • Fraude ou falta funcional da autoridade lançadora. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 19 95 Observação: O lançamento de multas é realizado pela lavratura de auto de infração, uma das formas de lançamento de ofício (art. 149, VI). Fique ligado, pois a questão da prova pode se referir à constituição do crédito tributário, citando o auto de infração. Agora é com você! Leia o art. 149 e veja como tudo ficou mais fácil de ser compreendido e armazenado na memória. 3.4 – Alteração do Lançamento decorrente de erro de direito e erro de fato Vejamos, inicialmente, o que diz o art. 146 do CTN: Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. Quando o legislador fala em “critérios jurídicos” adotados pela autoridade no lançamento, está se referindo à interpretação da legislação tributária aos casos concretos. A lte ra çã o de la nç am en to no tif ic ad o Impugnação do sujeito passivo Recurso de ofício Iniciativa de ofício (CTN, art. 149) Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 20 95 A interpretação de determinada norma pode ser alterada com o decorrer do tempo, já que a tecnologia, a sociedade e a economia, por exemplo, são fatores que se alteram, podendo resultar em outro modo de entender a lei tributária. Essa modificação nos critérios jurídicos é denominada erro de direito. O dispositivo em análise tem por objetivo proteger a alteração do lançamento efetuado, com base em erro de direito, prestigiando a boa-fé do contribuinte que, ao fazer acontecer o fato gerador, tinha por base a interpretação anterior da lei tributária. Portanto, as alterações nos critérios jurídicos, ou melhor, na interpretação da lei só pode ser feita, em relação ao mesmo sujeito passivo, quanto aos fatos geradores que vierem a ocorrer após a mudança na interpretação. A mudança nos critérios jurídicos possui efeitos ex nunc, aplicando-se apenas aos fatos geradores futuros. Com efeito, o art. 146, do CTN, tem como objetivo reforçar a imodificabilidade do lançamento que já foi regularmente notificado ao sujeito passivo. Trata-se de decorrência do princípio da segurança jurídica, assegurando ao sujeito passivo a estabilidade das relações jurídicas já constituídas. Da mesma forma, o referido dispositivo impede que determinado sujeito passivo, que tenha se submetido a lançamento realizado com base no critério jurídico “X”, seja sujeito passivo de outro lançamento posterior, realizado com base no critério jurídico “Y”, quando este lançamento tenha como objeto fato gerador anterior à introdução do critério “Y”. O marco temporal para aplicabilidade do novo critério jurídico é a data da sua introdução. Dito isso, o candidato deve memorizar que não cabe alteração de lançamento com base em erro de direito. Ora, se a alteração dos critérios jurídicos só pode alcançar fato gerador praticado pelo mesmo sujeito passivo Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 21 95 posterior a essa alteração, é evidente que não alcançará fatos anteriores que já foram, inclusive, objeto de lançamento. Vejamos o entendimento do STJ sobre o assunto: TRIBUTÁRIO - IMPORTAÇÃO - DESEMBARAÇO ADUANEIRO - RECLASSIFICAÇÃO DA MERCADORIA - REVISÃO DE LANÇAMENTO POR ERRO DE DIREITO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 227 DO EXTINTO TFR. 1. É permitida a revisão do lançamento tributário, quando houver erro de fato, entendendo-se este como aquele relacionado ao conhecimento da existência de determinada situação. Não se admite a revisão quando configurado erro de direito consistente naquele que decorre do conhecimento e da aplicação incorreta da norma. 2. A jurisprudência do STJ, acompanhando o entendimento do extinto TRF consolidado na Súmula 227, tem entendido que o contribuinte não pode ser surpreendido, após o desembaraço aduaneiro, com uma nova classificação, proveniente de correção de erro de direito. 3. Hipótese em que o contribuinte atribuiu às mercadorias classificação fiscal amparada em laudo técnico oficial confeccionado a pedido da auditoria fiscal, por profissional técnico credenciado junto à autoridade alfandegária e aceita por ocasião do desembaraço aduaneiro. 4. Agravo regimental não provido. (STJ, AgRg no REsp n° 1.347.324, Segunda Turma, Rel. Eliana Calmon, Julgamento em 06/08/2013) Por outro lado, o “erro de fato”, quando ocorrido, deve ser indubitavelmente alterado, com base no art. 149 do CTN, respeitando, é claro, o prazo decadencial, conforme a regra prevista no par. único do mesmo artigo. O erro de fato ocorre quando algum fato relevante deixa de ser levado em consideração no momento do lançamento ou mesmo quando as informações, tomadas como base para o lançamento, não correspondem à realidade. Como exemplo, imagine que o IPVA referente a um carro foi calculado sobre uma base de cálculo relativa a outro carro. Nesse caso, o lançamento deve ser alterado de ofício com base no art. 149, VIII, do CTN. (PGE-TO-Procurador/2018) O Código Tributário Nacional, em seu art. 145, estabelece, de modo indireto, a definitividade do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo. O referido dispositivo estabelece, expressamente, que o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: I − impugnação do sujeito passivo; II − recurso de ofício; Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 22 95 III − iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. De acordo com o artigo 149 do CTN, a revisão do lançamento só pode ser iniciada a) quando o processo administrativo tributário tiver corrido à revelia das autoridades fazendárias. b) enquanto não transcorrido o prazo decadencial. c) enquanto não transcorrido o prazo prescricional. d) quando se comprove que a autoridade fiscal, ou terceiro em benefício daquela, agiu com dolo, fraude ou simulação. e) quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade de auto aplicação de penalidade pecuniária− lançamento de penalidade por homologação. Comentário: Alternativa A: As hipóteses que ensejam revisão do lançamento tributário são bastante restritas e foram previstas no art. 149, do CTN, não estando ali inclusa a situação descrita nesta assertiva. Alternativa errada. Alternativa B: De acordo com o art. 149, par. único, a revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não estiver extinto o direito da Fazenda Pública pela decadência. Alternativa correta. Alternativa C: No Direito Tributário, a prescrição está relacionada à perda do direito à cobrança do crédito tributário. Logo, não faz sentido relacionar este prazo à revisão do lançamento. Alternativa errada. Alternativa D: De acordo com o art. 149, VII, do CTN, a revisão pode ocorrer quando o sujeito passivo ou terceiro em benefício daquele (e não a autoridade fiscal), tenha agido com dolo, fraude ou simulação. Alternativa errada. Alternativa E: Na realidade, o art. 149, V, do CTN, prevê que o lançamento pode ser revisto de ofício quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade de antecipação do pagamento do tributo lançado por homologação. Alternativa errada. Gabarito: Letra B (MPE-CE-Promotor de Justiça/2011) Segundo o Código Tributário Nacional, o lançamento a) constitui a obrigação tributária. b) não pode ser modificado após a notificação válida ao sujeito passivo. c) por homologação ou misto é aquele em que o sujeito passivo declara a prática do fato gerador e o Fisco constitui o crédito para pagamento. d) é atividade discricionária quanto à sua realização em situações de calamidade pública. e) reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que revogada ou modificada posteriormente. Comentário: Alternativa A: A obrigação tributária decorre do fato gerador, e não do lançamento. Alternativa errada. Alternativa B: O art. 145 prevê algumas situações que permitem a alteração do lançamento já regularmente notificado ao sujeito passivo. Alternativa errada. Alternativa C: Não se pode confundir lançamento por homologação com o lançamento por declaração (ou misto), já que naquele o sujeito passivo tem o dever de realizar o pagamento antecipado sem prévio exame Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 23 95 da autoridade administrativa, sendo que esta, ao tomar conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, a homologa. Alternativa errada. Alternativa D: De acordo com o art. 142, par. único, a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Alternativa errada. Alternativa E: Esta regra consta no caput, do art. 144, do CTN: O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Alternativa correta. Gabarito: Letra E 4 – MODALIDADES DE LANÇAMENTO Já sabemos que existem três, e apenas três, modalidades de lançamento. São elas: de ofício, por declaração e por homologação. No CTN, eles foram disciplinados nos seguintes dispositivos: • Lançamento de ofício: Art. 149 • Lançamento por declaração: Art. 147 • Lançamento por homologação: Art. 150 É a lei que determina a modalidade de lançamento pela qual o tributo será lançado. Vamos estudar cada uma delas a seguir. Vamos lá! 4.1 – Lançamento de ofício No lançamento de ofício, o fisco possui dados suficientes para realizar o lançamento sem a participação do contribuinte. Assim, todo aquele procedimento (VDCIP) que compõe o lançamento é realizado pela autoridade administrativa. Observação: O lançamento de ofício também é denominado ex officio ou direto. O art. 149 do CTN estabelece as situações que justificam a realização do lançamento ou sua revisão. Vimos isso quando estudamos as formas de alteração do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 24 95 Pela leitura do art. 149 do CTN, nota-se que, mesmo quando o lançamento inicial tenha sido efetuado por outra modalidade (por declaração ou por homologação), pode haver revisão de ofício. Portanto, vale frisar que todo tributo, havendo alguma das irregularidades previstas no art. 149, pode vir a ser lançado de ofício. O que pode suscitar dúvida é que você estudou que alguns impostos estão sujeitos ao lançamento de ofício, mesmo não havendo irregularidade. Isso é feito com base no art. 149, I, segundo o qual o lançamento é efetuado de ofício quando a lei determinar. Como naquele momento nós vimos apenas os impostos que são lançados de ofício, vamos ampliar o nosso rol de exemplos. São lançados de ofício, entre outros, os seguintes tributos: • IPTU; • IPVA; • Taxas; • Contribuição de Melhoria; • Contribuições Corporativas (de interesse das categorias profissionais ou econômicas); • Contribuição de Iluminação Pública. Não há nenhuma norma geral que determine quais os tributos que devem ser lançados de ofício. O art. 149, I, permite que a lei de cada ente federativo venha definir se será ou não de ofício. 4.2 – Lançamento por declaração Na sistemática do lançamento por declaração (ou misto), o sujeito passivo atua mais intensamente, auxiliando a autoridade administrativa com as informações necessárias para efetuar o lançamento. Nessa modalidade lançamento, o contribuinte fica obrigado a prestar declaração com informações sobre a matéria de fato (valor, data de ocorrência do fato gerador, informações pessoais etc.). Com base nas informações fornecidas pelo contribuinte, a autoridade providencia o lançamento, notificando-o para pagamento. A entrega de declaração constitui típica obrigação acessória. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 25 95 Um aspecto pertinente a essa modalidade de lançamento é a retificação da declaração, quando provocada pelo próprio declarante. Vamos ver o que o CTN estabelece sobre o assunto: Art. 147: (...) § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. Portanto, prestada a declaração pelo sujeito passivo, só pode ser feita alteração com o intuito de reduzir ou excluir tributo, antes da notificação. Além disso, o contribuinte deve provar que a declaração realmente continha erros. Observação: Veja que para aumentar tributo (embora isso seja difícil de ocorrer na prática) não há tal restrição. Caso a declaração contenha erros, e o contribuinte não consiga retificá-la por já ter sido notificado, poderá apresentar impugnação, conforme estudamos no art. 145, I, do CTN. Pode acontecer também de a autoridade administrativa, ao analisar a declaração prestada pelo contribuinte, detectar erros. Nesse caso, a retificação ocorrerá de ofício, com base no § 2º do art. 147, do CTN. Por fim, como exemplo de lançamento por declaração temos o ITBI. 4.2.1 – A técnica do arbitramento O art. 148 do CTN prevê a possibilidade de se realizar o lançamento por arbitramento nas seguintes hipóteses: Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre quesejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. Portanto, sempre que o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos fornecidos pelo contribuinte por meio das declarações não merecerem ou forem omissos, a autoridade administrativa deverá realizar o arbitramento. Um exemplo prático seria o de um contribuinte que adquire imóvel de luxo, por um preço de R$ 2.000.000,00, declarando ao fisco que a operação foi de R$ 100.000,00, para escapar da tributação do ITBI. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 26 95 O fisco, ao detectar que a declaração do sujeito passivo não merece fé, arbitrará o valor mais próximo da realidade. O arbitramento não é considerado como uma modalidade de lançamento, mas, sim, como técnica para definição da base de cálculo. Uma das maneiras de efetuar o arbitramento é por meio das pautas fiscais, sendo esta semelhante a uma tabela dos valores aproximados dos produtos, utilizada para definir a base de cálculo do tributo. Contudo, o uso da pauta fiscal é restrito às hipóteses previstas no art. 148 do CTN, não podendo ser utilizada como presunção absoluta de valor, ou seja, quando for possível apurar o valor real da base de cálculo, isso deve ser feito. Nesse sentido, como já foi citado em outra aula, o STJ já decidiu o seguinte: Súmula STJ 431 - É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria submetido ao regime de pauta fiscal. Na verdade, o que o STJ considerou ilegal foi o uso indiscriminado dessa técnica para apuração da base de cálculo do ICMS. DICA DE PROVA: Se uma questão transcrever a Súmula 431 do STJ, você pode considerar correta, sem pestanejar. Deve ser destacado, em tempo, que o lançamento por arbitramento não possui natureza punitiva, embora seja utilizado em situações em que o contribuinte seja inidôneo ou omisso. Por fim, não cometa o equívoco de imaginar que o imposto de renda das pessoas físicas (IRPF) é lançado por declaração, pelo fato de haver aquela famosa declaração a ser entregue à Receita Federal. Repare a diferença: no lançamento por declaração, o contribuinte presta as informações e aguarda o lançamento da autoridade fiscal bem como a notificação para pagamento. Por outro lado, no caso do IRPF, o contribuinte prepara a declaração, antecipa o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 27 95 e esta apenas faz a posterior conferência, homologando o procedimento. Trata-se, pois, de lançamento por homologação, estudado no tópico a seguir. No lançamento por declaração, a atividade do contribuinte consiste em informar a autoridade. No lançamento por homologação, a atividade do contribuinte consiste em antecipar o pagamento. 4.3 – Lançamento por homologação O lançamento por homologação, também denominado “autolançamento”, tem como característica intrínseca a intensa atuação do sujeito passivo no procedimento. Vejamos o que diz o caput do art. 150: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Como já foi visto, no lançamento por homologação o sujeito passivo antecipa o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, sendo que esta, ao conferir a exatidão dos valores recolhidos, realiza a homologação do pagamento. No § 1º do art. 150, o legislador afirmou que o pagamento antecipado extingue o crédito tributário, sob condição resolutória da ulterior homologação. Na realidade, a redação foi imprecisa, pois nós aprendemos que a condição resolutória, caso seja implementada, desfaz os efeitos de algo. Em vez de afirmar que a homologação do pagamento desfaz os efeitos da extinção do pagamento (na prática, ela não desfaz, mas torna os efeitos definitivos), deveria ter dito que “sob condição resolutória da não homologação”. Observação: É importante que você entenda a essência, mas nunca se esqueça de que em prova, se vier a cobrança literal, a questão estará correta! Nesse contexto, fortalecendo a tese por nós estudada, o § 2º do mesmo artigo 150 estabeleceu que quaisquer atos praticados pelo sujeito passivo ou terceiro, anteriores à homologação, com o objetivo de extinguir total ou parcialmente o crédito, não influem sobre a obrigação tributária. O que isso significa? A obrigação continua existindo! Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 28 95 Nessa esteira, se a autoridade administrativa detectar que os valores declarados e pagos não condizem com o montante devido, cabe a ela lançar a diferença de ofício, com base no art. 149, V, do CTN. Dissemos que deve ser lançada apenas a diferença, pois o § 3º assegura que o que foi pago deve ser pago na apuração do saldo devido, inclusive para fins de aplicação de penalidades. Ainda sobre a homologação do pagamento, deve-se destacar que pode ser expressa ou tácita. Para ficar mais claro, vamos ver o que estabelece o § 4º do art. 150, do CTN: § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. A que se refere esse prazo de 5 anos? Você se lembra da decadência? Esse é o prazo decadencial para o fisco verificar o que foi pago e, sendo o caso, lançar de ofício eventuais diferenças. Sendo assim, se decorrer o prazo quinqüenal, o lançamento é considerado homologado tacitamente, não havendo possibilidade de se constituir as diferenças porventura cabíveis. Como o assunto se refere ao instituto da decadência, vamos deixar para aprofundar o tema no momento certo, a fim de evitar confusões. Por ora, é apenas necessário que você saiba que a homologação é expressa, se for feita dentro do prazo de cinco anos, contado da ocorrência do fato gerador, ou tácita, caso não ocorra dentro do referido prazo. Deve ser guardado, ainda, que tal prazo não se aplica se for comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. É importante dizer também que o CTN permite que outra lei venha fixar o prazo para homologação. Como vimos, trata-se de prazo decadencial. Sendo assim, a referida lei deve ser complementar, seguindo o comando previsto no art. 146, III, b, da CF/88. Antes de encerrar o estudo do lançamento por homologação, cabe destacar que o entendimento do STJ é que a entrega de declaração (obrigação acessória criada para tributos sujeitos a esta modalidade de lançamento) pelo contribuinte constitui o crédito tributário. Vejamos o que diz a Súmula 436: Súmula STJ 436 - A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco. Portanto, ao entregar a declaração, o contribuinte reconhece a dívida que tem com o fisco. A consequência disso, para o STJ, é de que cessa a contagem do prazo decadencial. Para encerrar, é essencial que você tenha em mente que o lançamento de ofício dispensa a participação do sujeito passivo, que fica evidente no lançamento por declaração e, com maiorintensidade, no lançamento por homologação. Podemos ilustrar a explicação do seguinte modo: Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 29 95 (TRF4-Analista Judiciário/2019) Considerando-se as modalidades de lançamento previstas no Código Tributário Nacional (CTN), (A) quando a autoridade administrativa arbitra valor ou preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos para o cálculo do tributo que tenha por base, ou tome em consideração, estes valores, sem a necessidade de processos regulares ou complexos, em tributos de baixo valor, tal procedimento se classifica como “lançamento simplificado”. (B) o lançamento efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação, pode ser classificado como “lançamento por declaração”. (C) o lançamento pode ser realizado pelo sujeito passivo, quando a legislação estabelece que ele deva elaborar sua escrituração fiscal, mediante procedimento regulado e regular, calcular o valor devido, apresentar os cálculos a autoridade administrativa, obter a guia de recolhimento com o visto autorizativo e recolher o valor devido, hipótese em que se configura o “lançamento passivo”. (D) as leis tributárias da União, Estados, Distrito Federal e Municípios podem estabelecer outras modalidades de lançamento e de modificação do lançamento realizado, não previstas no Código, conhecidas por “lançamento especial”. Por homologação Por declaração De ofício Participação do sujeito passivo Modalidades de Lançamento Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 30 95 (E) o lançamento é realizado de ofício pela autoridade administrativa apenas na hipótese de indício ou suspeita de falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória, ou de não localização do sujeito passivo. Comentário: Alternativa A: O CTN não previu essa modalidade de lançamento simplificado. Alternativa errada. Alternativa B: O lançamento por declaração foi previsto no art. 147, estando esta alternativa correta. Alternativa C: O CTN não previu essa modalidade de lançamento passivo. Alternativa errada. Alternativa D: Não há que se falar em outras modalidades de lançamento, além daquelas previstas no CTN, isso porque o lançamento deve ser tratado em norma geral (lei complementar). Alternativa errada. Alternativa E: Existem várias hipóteses que ensejam a realização do lançamento de ofício, descritas no art. 149, do CTN. Alternativa errada. Gabarito: Letra B (TRF4-Técnico Judiciário/2019) Compete ao contribuinte, responsável ou coobrigado pelo valor devido, constituir o crédito tributário pelo pagamento do imposto devido, após o prévio exame da autoridade administrativa, no chamado alto lançamento, na hipótese de tributo relativo a operações no mercado financeiro, grandes heranças ou grandes fortunas, por exemplo. Comentário: De uma forma um tanto confusa, a banca tentou confundir o candidato com o conceito de lançamento por homologação. Gabarito: Errada (Pref. Recife-PE-Analista de Gestão Contábil/2019) De acordo com o art. 142 do Código Tributário Nacional, compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento. De acordo com este Código, os créditos tributários podem ser constituídos por meio dos seguintes lançamentos: a) amplo, limitado e restritivo. b) contábil, escritural e originário. c) de ofício, por homologação e por declaração. d) preambular, complementar e suplementar. e) originário, derivado e reparador. Comentário: As modalidades de lançamento são as seguintes: de ofício, por declaração e por homologação. Logo, vamos diretamente para o gabarito da questão, que é a Letra C. Gabarito: Letra C (SEFAZ-GO-Auditor Fiscal/2018) É fundamental, para o exercício do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Estadual, conhecer as regras do Código Tributário Nacional a respeito do lançamento tributário, pois uma de suas atividades funcionais poderá ser a de promover a constituição do crédito por meio daquele procedimento administrativo. De acordo com o referido código A) a legislação tributária de cada tributo poderá fixar prazo para homologação da atividade desenvolvida pelo sujeito passivo, que será de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, e de 8 anos, no caso de se comprovar que o sujeito passivo agiu com dolo, fraude ou simulação. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 31 95 B) quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação, a autoridade administrativa deverá desenvolver a atividade de lançamento por homologação do tributo e da penalidade pecuniária. C) quando o sujeito passivo ou terceiro presta à autoridade administrativa, na forma da legislação tributária, informações sobre matéria de fato indispensáveis à constituição do crédito tributário, está-se distante do denominado “lançamento de ofício”. D) O lançamento que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo, ou a terceiro a obrigação de prestar à autoridade administrativa, na forma da legislação tributária, informações sobre matéria de fato, as quais deverão ser homologadas no prazo decadencial de cinco anos, denomina-se “lançamento por homologação”. E) quando se comprova ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar a aplicação da penalidade pecuniária, o lançamento será efetuado de ofício aplicando-se ao infrator a penalidade pecuniária correspondente. Comentário: Alternativa A: Nos casos de dolo, fraude ou simulação, o prazo para homologação da atividade desenvolvida pelo sujeito passivo será também de cinco anos, sendo iniciada sua contagem a partir do primeiro dia do ano seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Alternativa errada. Alternativa B: Nos termos do art. 149, VII, em tal caso cabe o lançamento de ofício. Alternativa errada. Alternativa C: Trata-se do disposto no art. 147, do CTN, que prevê o lançamento “por declaração”. Alternativa errada. Alternativa D: Não se trata de homologação, mas sim de lançamento “por declaração”, nos termos do art. 147, do CTN. Alternativa errada. Alternativa E: O art. 149, VI, determina o lançamento de ofício quando se comprovar ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar a aplicação da penalidade pecuniária, aplicando-se ao infrator a penalidade pecuniária correspondente. Alternativa correta. Gabarito: Letra E (SEGEP-MA-Técnico da Receita Estadual/2016) Quando o lançamento tributário é efetuado com base em informações prestadas à autoridade administrativa pelo sujeito passivo ou por terceiro, na forma estabelecida pela legislação tributária, e sendo essas informações indispensáveis à efetivação do referido lançamento, estamos diante de uma modalidade de lançamento que, de acordo com a disciplina do Código Tributário Nacional, é conhecida como lançamento a) por homologação. b) informativo. c) de ofício. d) direto. e) por declaração. Comentário: Trata-se do lançamento por declaração. A dúvida que poderia haver aqui é quanto ao lançamento por homologação. Porém, como a questão não mencionou haver “pagamento antecipado”, mas tão somente a prestação de informações, só há uma resposta para a questão: lançamento pordeclaração. Gabarito: Letra E Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 32 95 (SEFIN-RO-Auditor Fiscal de Tributos Estaduais/2010) O lançamento tributário a) não pode ser revisto de ofício pela autoridade competente. b) é regido pela legislação vigente que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou fiscalização. c) não pode, após regularmente notificado ao sujeito passivo, ser alterado de ofício pela autoridade administrativa. d) depende sempre de prévia declaração do sujeito passivo ou de terceiro, na forma da legislação tributária. e) reporta-se à data da ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei vigente ao tempo da prática do lançamento. Comentário: Alternativa A: O lançamento pode ser revisto de ofício pela autoridade administrativa, nos termos do art. 145, III, do CTN. Alternativa errada. Alternativa B: Quanto aos aspectos formais, o lançamento é regido pela legislação, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. Alternativa correta. Alternativa C: O art. 145, III, c/c art. 149, estabelece que o lançamento, mesmo após ter sido regularmente notificado ao sujeito passivo, pode ser alterado de ofício pela autoridade administrativa, nas hipóteses ali especificadas, desde que não extinto o direito da Fazenda Pública. Alternativa errada. Alternativa D: Nem sempre o lançamento depende de prévia declaração do sujeito passivo ou de terceiro, como ocorre nos casos de tributo lançados de ofício, em que a autoridade possui informações suficientes para promover o lançamento, dispensada a participação do sujeito passivo. Alternativa errada. Alternativa E: Quanto aos aspectos materiais da obrigação tributária, o lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Alternativa errada. Gabarito: Letra B Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 33 95 5 - QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS Crédito Tributário e Lançamento 1. FCC/SEFAZ-BA-Auditor Fiscal/2019 O Código Tributário Nacional, ao tratar do crédito tributário e do lançamento tributário, assim dispõe: a) As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão, seus efeitos, as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. b) Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ou ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas. c) Ao constituir o crédito tributário, a Administração Fiscal não poderá aplicar ao lançamento a legislação que, posteriormente à data da ocorrência do fato gerador, tenha ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas. d) A lei posterior à ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, que tenha outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, poderá atribuir responsabilidade tributária a terceiros. e) O lançamento constitui o crédito tributário e rege-se pela lei vigente na data de sua notificação ao sujeito passivo. Comentário: Alternativa A: De acordo com o art. 140 do CTN, as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. Alternativa errada. Alternativa B: Em conformidade com o art. 144, §1º do CTN. Alternativa correta. Alternativa C: Conforme art. 144, §1º, a legislação que instituir novos processos de fiscalização pode ser aplicada ao lançamento. Alternativa errada. Alternativa D: Ainda de acordo com o art. 144, §1º, aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. Alternativa errada. Alternativa E: O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada (art. 144 do CTN). Alternativa errada. Gabarito: letra B Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 34 95 2. FCC/COPERGÁS-Contador/2016 De acordo com o Código Tributário Nacional, o crédito tributário relativo a um determinado imposto a) é constituído pela simples ocorrência do fato gerador, desde que esse fato gerador ocorra dentro do prazo decadencial. b) é extinto, provisoriamente, quando, pelo menos, metade do valor do acordo de parcelamento é satisfeito. c) tem sua exigibilidade suspensa com a consignação em pagamento. d) é extinto temporariamente pela moratória. e) é constituído por meio do lançamento, formalizado nos termos da legislação aplicável. Comentário: Embora esta questão envolva outros assuntos (suspensão e extinção do crédito tributário), a resposta é bem simples. Senão, vejamos: Alternativa A: A obrigação tributária surge com a simples ocorrência do fato gerador, mas o crédito tributário é constituído pelo lançamento (art. 113, §1º e art. 142 do CTN). Alternativa errada. Alternativa B: O pagamento extingue o crédito tributário quando integral (CTN, art. 156, I). Alternativa errada. Alternativa C: Consignação em pagamento é hipótese de extinção do crédito tributário (CTN, art. 156, VIII). Alternativa errada. Alternativa D: Moratória é hipótese de suspensão do crédito tributário (CTN, art. 151, I). Alternativa errada. Alternativa E: Conforme visto na alternativa A, o crédito tributário é constituído pelo lançamento (art. 142 do CTN). Alternativa correta. Gabarito: Letra E 3. FCC/SEFAZ-MA-Auditor Fiscal da Receita Estadual/2016 A empresa de Marcelo está considerando a hipótese de importar cestas de natal do exterior, para revendê- las por ocasião das festas de fim de ano. Se ela efetivamente realizar essas importações, terá de recolher todos os tributos incidentes sobre a mercadoria importada. Não havendo disposição de lei em contrário, e considerando que essa importação será feita em dólares americanos, o valor tributário dessa transação, em reais, de acordo com o CTN, será apurado mediante a) a aplicação da alíquota do imposto correspondente, diretamente sobre o valor tributário expresso em dólares americanos, tratando-se de incidência de imposto federal ou estadual que deva ser pago pelo importador, em moeda conversível. b) sua conversão em moeda nacional, ao câmbio do dia da notificação da efetivação do lançamento tributário, apenas quando se tratar de impostos estaduais e municipais. c) sua conversão em moeda nacional, ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação, salvo disposição de lei em contrário. Fábio Dutra Aula 09 Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima (Auditor Fiscal) - Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 1024101 02338999363 - FELIPE DOUGLAS 35 95 d) a aplicação da alíquota do tributo correspondente, diretamente
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