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Direito Tributário Aula 09

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Aula 09
Direito Tributário p/ ISS-Abreu e Lima
(Auditor Fiscal) - Pós-Edital
Autor:
Fábio Dutra
Aula 09
5 de Abril de 2020
02338999363 - FELIPE DOUGLAS
 
 
 
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AULA 09: CRÉDITO TRIBUTÁRIO E LANÇAMENTO 
Sumário 
OBSERVAÇÕES SOBRE A AULA .................................................................................................................. 2 
1 – CRÉDITO TRIBUTÁRIO ............................................................................................................................ 3 
2 – LANÇAMENTO ......................................................................................................................................... 4 
2.1 – Competência para lançar ................................................................................................................. 6 
2.2 – Legislação aplicável ao lançamento ............................................................................................... 7 
2.2.1 – Legislação aplicável em relação aos aspectos materiais ..................................................... 7 
2.2.2 – Legislação aplicável em relação aos aspectos formais ........................................................ 9 
2.3 - Taxa de câmbio aplicável ao lançamento .................................................................................... 11 
3 – ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO ....................................................................................................... 13 
3.1 – Impugnação do sujeito passivo (Art. 145, I) ................................................................................ 15 
3.2 – Recurso de ofício (Art. 145, II) ....................................................................................................... 16 
3.3 – Iniciativa de ofício da autoridade administrativa (Art. 145, III) ................................................. 17 
3.4 – Alteração do Lançamento decorrente de erro de direito e erro de fato ............................... 19 
4 – MODALIDADES DE LANÇAMENTO ................................................................................................... 23 
4.1 – Lançamento de ofício ...................................................................................................................... 23 
4.2 – Lançamento por declaração .......................................................................................................... 24 
4.2.1 – A técnica do arbitramento ...................................................................................................... 25 
4.3 – Lançamento por homologação ..................................................................................................... 27 
5 - QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS ........................................................................... 33 
Crédito Tributário e Lançamento ............................................................................................................ 33 
Alteração do Lançamento ........................................................................................................................ 44 
Modalidades de Lançamento .................................................................................................................. 52 
6 - LISTA DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES .................................................................................... 69 
Crédito Tributário e Lançamento ............................................................................................................ 69 
Alteração do Lançamento ........................................................................................................................ 75 
Modalidades de Lançamento .................................................................................................................. 81 
7 - GABARITO DAS QUESTÕES COMPLEMENTARES .......................................................................... 91 
8 - RESUMO DOS ASSUNTOS MAIS IMPORTANTES ............................................................................ 92 
Crédito Tributário ...................................................................................................................................... 92 
Lançamento ................................................................................................................................................ 92 
Alteração do Lançamento ........................................................................................................................ 93 
Modalidades de Lançamento .................................................................................................................. 94 
 
 
Fábio Dutra
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OBSERVAÇÕES SOBRE A AULA 
Fala pessoal, tudo joia? 
Estou aqui, completamente engajado, para iniciarmos mais uma aula do nosso curso de Direito Tributário 
no Estratégia Concursos. E vocês, como estão? Tudo certo por aí? Espero que sim! Afinal, vocês já 
caminharam vários passos em direção ao objetivo final! Vocês estão indo muito bem!!! ☺ 
No encontro de hoje, vamos estudar os temas “Crédito Tributário” e “Lançamento”, bem como os assuntos 
a eles relativos. Será uma aula um pouco menor. Porém, como sempre fizemos no nosso curso, a aula está 
recheada de questões de alto nível! 
Vamos começar? 
 
"Se todos se propusessem a fazer o que são capazes, ficaríamos impressionados com nossas criações" – 
Thomas Edison 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fábio Dutra
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1 – CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
Você já ouviu falar repetidas vezes sobre o “crédito tributário” durante o nosso curso. Até o presente 
momento, você foi capaz de definir o que vem a ser crédito tributário? 
Veremos isso a partir de agora! 
O termo “crédito tributário” deve ser lembrado como crédito do Fisco e dívida do contribuinte. Logo, o 
Estado tem o direito ao recebimento do valor, e o contribuinte tem o dever de pagar o valor exigido pelo 
Fisco. 
Ademais, deve-se destacar que o crédito tributário não se refere unicamente a tributo, mas também às 
dívidas decorrentes de multas tributárias. Isso se dá porque o crédito tributário decorre da obrigação 
tributária principal e, como você já aprendeu em outra aula, esta tem por objeto o pagamento de tributo 
ou penalidade pecuniária (CTN, art. 113, § 1º). 
Nesse sentido, o art. 139 do CTN estabelece o seguinte: 
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza 
desta. 
É válido ressaltar que, embora o crédito tributário decorra da obrigação tributária, as circunstâncias que 
modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, 
ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem (CTN, art. 140). 
Observação: Por mais que você não entenda tudo o que foi dito, no momento, é 
importante que você guarde que as modificações no crédito tributário não afetam a 
obrigação tributária. 
Assim, relembrando a linha do tempo que já estudamos, quando o fato gerador ocorre, surge a obrigação 
principal, consistente no dever de pagar tributo ou penalidade pecuniária (multa). Contudo, para que a 
dívida se torne exigível (guarde essa palavra), é necessário que a autoridade administrativa realize o 
lançamento. 
 
O lançamento confere liquidez (quanto ao valor) e certeza (quanto à existência) à 
obrigação tributária principal, além de torná-la exigível. 
 
 
Fábio Dutra
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2 – LANÇAMENTO 
Para explicarmos melhor o que vem a ser o lançamento,nada melhor do que transcrevermos o art. 142 do 
CTN: 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito 
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a 
verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria 
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo 
caso, propor a aplicação da penalidade cabível. 
Com o surgimento da obrigação tributária, é necessário que alguém (a autoridade administrativa), com 
conhecimento da legislação aplicável, defina o valor exato a ser pago de tributo ou multa, apurando a base 
de cálculo e aplicando sobre ela a alíquota vigente. Além disso, deve-se verificar quem é o sujeito passivo 
(contribuinte ou responsável) que possui o dever legal de pagar o montante devido. A esse procedimento, 
denominamos lançamento. 
Para memorizar todo o procedimento de lançamento, guarde o seguinte mnemônico: 
 
 
A função do lançamento não é fazer nascer a dívida, mas sim torná-la exigível. 
 
• Verificar a ocorrência do fato gerador da 
obrigação tributáriaV
• Determinar a matéria tributávelD
• Calcular o montante do tributo devidoC
• Identificar o sujeito passivoI
• Propor aplicação da penalidade cabível (se for o 
caso)P
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Embora o próprio art. 142 do CTN mencione que o lançamento é considerado um procedimento 
administrativo, o entendimento da doutrina é o de que se trata de um ato administrativo. 
Ao estudar Direito Administrativo, você verá que os atos administrativos possuem certos requisitos para que 
se tornem válidos. Além disso, há também determinadas características ou atributos típicos dos atos 
administrativos. Com base nos conceitos oriundos do Direito Administrativo, é possível concluir que de fato 
o lançamento é um ato administrativo. 
Para enfrentar as provas de concurso público, o que você deve ter em mente é o seguinte: 
➢ O lançamento é um procedimento administrativo (se a questão não fizer ressalvas); 
➢ O lançamento é um ato administrativo, embora resulte de um procedimento, por possuir determinados 
requisitos de validade e características inerentes aos atos administrativos (se a questão se aprofundar 
na discussão, o que normalmente não ocorre). 
Outro ponto de discussão seria a natureza do lançamento. Novamente, em vez de nos prolongarmos nos 
comentários, vou ensinar como o tema deve ser levado para a prova: o lançamento declara a obrigação 
tributária (verifica a ocorrência do fato gerador) já existente e constitui o crédito tributário (previsto no 
início do caput do art. 142). Portanto, pode-se dizer que o lançamento possui natureza jurídica mista. 
 
Lançamento = Natureza jurídica mista 
-Declara obrigação tributária; e 
-Constitui crédito tributário. 
 
 
Mais detalhes sobre a natureza declaratória e constitutiva do lançamento. 
No art. 142, caput, do CTN, o legislador estabelece que “compete privativamente à 
autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento”. Com isso, fica 
bastante clara a natureza constitutiva do lançamento, operando efeitos ex nunc, criando 
direitos e deveres a partir de então, no âmbito da relação jurídico-tributária. 
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Ainda no caput do art. 142, do CTN, é dito que o lançamento é um procedimento 
administrativo tendente a “verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação 
correspondente”. Isso torna patente a natureza declaratória do lançamento, operando 
efeitos ex tunc, isto é, confirmando a ocorrência de um fato gerador anterior. 
2.1 – Competência para lançar 
O caput do art. 142, do CTN, apenas estabelece que compete, privativamente, à autoridade administrativa 
constituir o crédito tributário pelo lançamento. Quem seria essa autoridade administrativa? Cabe ao 
legislador de cada ente federativo determinar. 
 
A rigor, a competência é exclusiva da autoridade determinada pelo legislador. 
Por conseguinte, não há possibilidade de delegação ou avocação. 
 
Observação: 
Delegação: Ocorre quando uma pessoa delega a outra o exercício de uma atribuição. 
Avocação: Ocorre quando o superior hierárquico exerce temporariamente a competência 
de um subordinado. 
A título de exemplo, em relação aos tributos de competência da União, cabe privativamente ao Auditor-
Fiscal da Receita Federal do Brasil o lançamento. Nos Estados ou Municípios, cabe ao Auditor-Fiscal Estadual 
ou Municipal, ou denominação equivalente. 
Como decorrência disso, nem mesmo o juiz tem competência para realizar o procedimento previsto no art. 
142 do CTN, culminando no lançamento. 
Por fim, cabe ressaltar que, de acordo com o par. único do art. 142, do CTN, a atividade administrativa do 
lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Isso significa que não há 
discricionariedade por parte da autoridade competente quanto ao lançamento, em decorrência do princípio 
da indisponibilidade do interesse público, visto em nossa aula inicial. 
Aliás, nós vimos, quando do estudo do conceito de tributo (CTN, art. 3º), que a atividade de cobrança é 
plenamente vinculada. Como o lançamento é o procedimento para tornar a obrigação exigível, a atividade 
de lançamento também é vinculada. 
Fábio Dutra
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2.2 – Legislação aplicável ao lançamento 
Ao realizar o lançamento, a autoridade fiscal deve considerar a legislação material e a legislação formal. O 
que seria isso? 
A legislação material (ou legislação substantiva) diz respeito, obviamente, aos aspectos materiais do 
lançamento, ou seja, refere-se à estrutura da obrigação tributária. Como exemplo, podemos citar a lei que 
define os fatos geradores, as bases de cálculo e alíquotas, o sujeito passivo da obrigação (contribuintes e 
responsáveis) etc. De acordo com Aliomar Baleeiro1, a lei que discipline tais aspectos sobrevive para as 
situações jurídicas definitivamente constituídas ao tempo de sua vigência. 
A legislação formal (ou legislação adjetiva), por seu turno, trata dos procedimentos, dos aspectos formais, 
a serem levados a cabo pela autoridade administrativa no momento do lançamento. Trata-se de disposições 
relativas ao Direito Processual Tributário. Assim como em outros ramos do direito, as normas processuais 
têm eficácia imediata. A título de exemplo, temos os poderes que possuem as autoridades lançadoras, os 
prazos para início e conclusão das atividades relativas ao lançamento, o modo de notificação ao contribuinte 
etc. 
 
Aspectos materiais = Compõem a estrutura da obrigação tributária 
Aspectos formais = Relacionados aos procedimentos do lançamento 
 
Essa distinção deve ser feita, pois o CTN estabeleceu critérios diferenciados para aplicação de cada uma. 
Vamos, então, ver quais foram os critérios definidos pelo legislador. 
2.2.1 – Legislação aplicável em relação aos aspectos materiais 
Vimos que, além de constituir o crédito tributário, o lançamento tem natureza declaratória, ou seja, declara 
a existência da obrigação tributária. Logo, quando a autoridade administrativa vai realizar o lançamento de 
determinado tributo, deve levar em consideração a legislação substantiva que se deve aplicar é a que estava 
em vigor na data da ocorrência do fato gerador (quando surgiu a obrigação tributária): 
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e 
rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. 
 
1 BALEEIRO, Aliomar. Direito tributário brasileiro. Atualizadapor Misabel Abreu Machado Derzi. 13ª 
Edição. 2015. Pág. 1.197. 
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Com isso, podemos dizer que o lançamento possui efeitos ex tunc, ou seja, efeitos retroativos. 
Observação: Lembre-se de que quando a lei já tenha sido revogada (não esteja mais 
vigente), ainda assim, neste caso específico, pode produzir efeitos futuros, fato que se 
denomina ultratividade da lei tributária. 
Por exemplo, imagine que tenha ocorrido no mês de janeiro de 2014 o fato gerador de um imposto, cuja 
alíquota era de 20%. No mês de março, uma nova lei alterou a alíquota do imposto para 30%. Digamos que 
em janeiro de 2015, a autoridade administrativa realizou o lançamento. Qual será a alíquota aplicada? 
Certamente, será 20% (alíquota vigente na data de ocorrência do fato gerador). 
Perceba que a alíquota de 30% somente será aplicada aos fatos geradores que surgirem a partir do 
momento em que a lei que a alterou começar a produzir efeitos. Logo, pode-se concluir que a legislação 
substantiva somente se aplica a fatos geradores futuros. 
Agora, caro(a) aluno(a), imagine que, no lançamento, a autoridade tenha que aplicar uma multa pelo não 
recolhimento do tributo por parte do contribuinte e que o percentual dessa multa em janeiro de 2014 era 
de 50%. Se outra lei alterar essa multa para 20% em março de 2014, qual seria a multa aplicável pela 
autoridade quando do lançamento? 
Neste caso, precisamos nos ater à regra contida no art. 106, do CTN, que estabelece a aplicação retroativa 
da lei que aplique penalidade menos severa que a lei anterior. A resposta, portanto, seria 20%, e não 50%. 
Por outro lado, se a lei estivesse majorando o percentual da multa (75%, por exemplo), a autoridade teria 
que utilizar o percentual de 50%, isto é, referente à norma vigente na data da infração. 
Diante do exposto, podemos dizer que o art. 144 do CTN encontra fundamento no princípio constitucional 
da irretroatividade da lei tributária, já que a nova lei (alíquota de 30%) não poderá se aplicar a fatos 
geradores ocorridos antes do início da sua vigência. 
Assim, você deve entender o seguinte: 
• O lançamento possui efeitos ex tunc (retroativos); 
• No realização do lançamento, pode ocorrer a ultratividade da lei tributária vigente na data do fato 
gerador, mas que, posteriormente, tenha sido revogada; 
• A nova lei que tenha alterado os aspectos materiais da obrigação tributária não produz efeitos sobre os 
fatos geradores ocorridos antes do início da sua vigência (princípio da irretroatividade da lei tributária). 
• 
 
Não confunda: 
Fábio Dutra
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A legislação material somente se aplica aos fatos geradores futuros, pois ela deve estar 
vigente e produzindo efeitos no momento da ocorrência do fato gerador. Cumpre-se, 
assim, o princípio da irretroatividade tributária. 
Sob outra ótica, quando for realizado o lançamento, deve-se levar em consideração a legislação 
material vigente na data do fato gerador, ainda que já tenha sido revogada. 
Cabe destacar que, de acordo com o § 2º do próprio art. 144, não se aplica o que acabamos de ver aos 
impostos lançados por períodos certos de tempo (IPVA e IPTU, por exemplo), desde que a lei fixe 
expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. 
Vamos entender o que o legislador quis dizer com isso. O que vimos até agora foi que o lançamento deve 
utilizar como base a legislação vigente na data da ocorrência do fato gerador, correto? 
Em relação aos impostos lançados por períodos certos de tempo, isso não se aplica se a lei fixar a data em 
que o fato gerador se considera ocorrido. Na prática, a situação não muda muito, já que, quando a lei fixar 
um momento em que o imposto se considera ocorrido, aplica-se a legislação que estiver em vigor nesse 
momento. 
A título de exemplo, se o fato gerador do IPVA ocorre no dia 1º de Janeiro de cada ano, aplica-se ao 
lançamento a legislação que estiver em vigor nessa data. 
Assim, na essência, a regra do § 2º do art. 144 não é uma exceção, mas deve ser memorizada para fins de 
prova! 
2.2.2 – Legislação aplicável em relação aos aspectos formais 
Além dos aspectos materiais, no momento do lançamento, a autoridade deve respeitar regras formais. Para 
entender qual será a legislação aplicável em cada caso, vamos ver o que o legislador estabeleceu no § 1º do 
art. 144: 
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato 
gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de 
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou 
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o 
efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. 
Como já foi explicado, os aspectos formais dizem respeito aos procedimentos, não se relacionando com a 
estrutura da obrigação tributária. Por esse motivo, o legislador optou pela aplicação das regras formais 
vigentes na data do lançamento, ainda que tenham sido alteradas após a ocorrência do fato gerador. 
Na redação desse parágrafo, percebe-se que os aspectos procedimentais estão relacionados a 
procedimentos de fiscalização, poderes de investigação e, até mesmo, maiores garantias e privilégios ao 
crédito tributário. 
Observação: 
Fábio Dutra
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Garantias do crédito tributário: tornam mais efetiva a atividade de cobrança dos tributos. 
 
Privilégios do crédito tributário: regras que outorgam prioridade de pagamento aos 
tributos, em detrimento de outras dívidas, quando há pluralidade de credores contra o 
devedor. 
 
>Nós estudaremos em momento oportuno as garantias e privilégios do crédito tributário. 
Novamente, vamos analisar a situação sobre outra ótica: se a autoridade administrativa deve aplicar a 
legislação formal em vigor no momento do lançamento, como este ocorre em data posterior ao fato gerador, 
pode-se dizer que a legislação alcança fatos geradores passados (anteriores a ela), mas que estão sendo 
objeto de apuração pela autoridade fiscal no momento do lançamento. 
Imagine, como ocorrido exemplo anterior, que no mês de Janeiro de 2014 ocorra o fato gerador de um 
imposto. A legislação que regulava os procedimentos formais a serem adotados pela autoridade 
administrativa era a Lei “A”. Em Julho de 2014, a Lei “B” revogou a Lei “A”, alterando os procedimentos 
aplicáveis ao lançamento do referido imposto. Aí eu te pergunto: qual lei deve ser aplicada ao lançamento, 
realizado em Janeiro de 2015? Certamente, é a Lei “B”. 
Veja que, no momento do lançamento, a autoridade fiscal aplicou a legislação em vigor nessa data (em 
obediência ao § 1º do art. 144). Analisando a situação sob outro ângulo, você será capaz de perceber também 
que a Lei “B” atingiu fatos geradores passados, em cujo momento estava em vigor outra legislação formal (A 
Lei “A”). Entendido? 
 
Não confunda! 
A legislação formal se aplica aos fatos geradores passados, pois o que importa é a legislação 
vigente na data do lançamento (pode ter havido alteração após o fato gerador). 
 
Contudo, há uma exceção: não pode ser aplicada a legislação que, posteriormente à data da ocorrência do 
fato gerador da obrigação, tenha atribuído responsabilidade tributária a terceiros. 
Vamos entender a lógica dessa exceção. Nós aprendemos que o sujeito passivo da obrigação tributária é um 
aspecto material a ser levado em consideração no momento do lançamento. Sendo assim, não faz sentido 
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inserir no pólo passivo da obrigação uma pessoa que, na data da ocorrência do fato gerador, não era 
obrigada a cumpri-la. Entendido? 
2.3 - Taxa de câmbio aplicável ao lançamento 
Deve ser ressaltado também que, em alguns casos, o valor da base de cálculo do tributo é expresso em 
moeda estrangeira. Isso é comum nos tributos aduaneiros, sobretudo no imposto de importação. 
Como a taxa de câmbio se altera diariamente, é necessário saber, no momento de realizar o lançamento, 
qual a taxa de câmbio a ser utilizada. 
Como a taxa de câmbio influencia no valor do tributo devido (um aspecto material), o legislador do CTN 
optou por manter a mesma lógica da legislação relativa aos aspectos materiais: a data de ocorrência do fato 
gerador, lembrando que isso foi determinado “salvo disposição de lei em contrário”, conforme preceitua o 
art. 143 do CTN: 
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso 
em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao 
câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. 
Vamos esquematizar isso de forma bastante simples: 
 
 
 
 
Aspectos 
Formais
Legislação vigente 
na data do 
lançamento
Aspectos 
Materiais
Legislação vigente 
na data do fato 
gerador
Taxa de 
Câmbio
Data do fato 
gerador
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(TRF4-Técnico Judiciário/2019) Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito 
tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a 
ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o 
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade 
cabível. 
Comentário: Trata-se da definição exata do art. 142, caput, do CTN, trazendo a definição de lançamento. 
Gabarito: Correta 
(TCE-RS-Auditor Público Externo/2018) Competem privativamente às autoridades administrativas e judiciais 
constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o processo administrativo tendente a 
verificar, pelo agente fiscal, a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria 
tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, com autorização do órgão 
competente, aplicar a penalidade cabível. 
Comentário: A definição trazida no art. 142 foi alterada. Senão, vejamos: compete privativamente à 
autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento 
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a 
matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor 
a aplicação da penalidade cabível. 
Gabarito: Errado 
(STJ-Analista Judiciário/2018) Em regra, a constituição do crédito tributário é regida pela legislação vigente 
na data do vencimento do tributo. 
Comentário: Como regra, de acordo com o caput do art. 144, do CTN, o lançamento reporta-se à data da 
ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente 
modificada ou revogada. 
Gabarito: Errada 
(PGM-Procurador-João Pessoa/2018) Considere que lei tributária tenha instituído novos critérios de 
apuração de tributo municipal e que tenha ampliado os poderes de investigação do auditor. Com relação a 
esse caso, é correto afirmar, com base nos dispositivos normativos do Código Tributário Nacional (CTN), que 
será aplicada ao lançamento 
a) lei nova apenas se tiver vigência retroativa ao tempo do fato gerador. 
b) lei nova vigente após a ocorrência do fato gerador, desde que não amplie os poderes de investigação. 
c) lei antiga vigente ao tempo do fato gerador, mesmo que tenha sido modificada. 
d) lei vigente ao tempo do fato gerador, mesmo que tenha sido revogada. 
e) lei nova vigente após a ocorrência do fato gerador e vigente também ao tempo do lançamento. 
Comentário: Com relação aos critérios formais, que não impactam no valor do tributo ou na definição do 
sujeito passivo, deve ser aplicada a lei vigente na data do lançamento, ainda que modificada após a 
ocorrência do fato gerador. 
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Gabarito: Letra E 
(AL-MS-Consultor de Processo Legislativo/2016) Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor 
tributário estiver expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional 
ao câmbio da data em que o contribuinte tomou ciência do lançamento. 
Comentário: De acordo com o art. 143, do CTN, salvo disposição de lei em contrário, quando o valor 
tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional 
ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. Como a data mencionada na assertiva é a 
ciência do lançamento, a questão está errada. 
Gabarito: Errada 
(PGE-MT-Procurador do Estado/2011) Dispõe o art. 144, do CTN que “o lançamento reporta-se à data da 
ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente 
modificada ou revogada”. Esta regra legal encontra fundamento de validade no princípio constitucional da 
a) irretroatividade da lei tributária. 
b) anterioridade anual. 
c) anterioridade nonagesimal. 
d) legalidade. 
e) vedação ao confisco. 
Comentário: A regra prevista no art. 144, do CTN, encontra fundamento de validade no princípio 
constitucional da irretroatividade da lei tributária, já que impede que nova lei que altere os aspectos 
materiais da obrigação tributária produza efeitos sobre fatos passados, isto é, fatos geradores ocorridos 
antes do início da sua vigência. 
Gabarito: Letra A 
 
3 – ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO 
Após a conclusão do lançamento, para que este possa produzir efeitos em relação ao sujeito passivo, é 
necessário que haja a notificação do lançamento. Trata-se de comunicação oficial feita ao devedor por meio 
de notificação de lançamento ou mesmo por carnê de cobrança, conforme se depreende da jurisprudência 
do STJ: 
Súmula STJ 397 - O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu 
endereço. 
Quanto a este ponto, é válido informar que, em 2016, ao julgar caso semelhante relativo ao IPVA (imposto 
lançado periodicamente, da mesma forma que o IPTU), o STJ considerou que a ciência do contribuinte a 
respeito do lançamento realizado pelo Fisco pode ser realizada por qualquer meio idôneo, como o envio de 
carnê ou a publicação de calendário de pagamento, com instruções para a sua efetivação. 
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A notificação pode ser realizada por qualquer meio idôneo. 
 
 
-Envio do carnê; 
-Publicação de calendário de pagamento. 
 
Ao ser notificado, o contribuinte terá duas opções: quitar a obrigação ou impugnar o lançamento contra ele 
realizado. Obviamente, ele terá um prazo para agir diante da notificação. Portanto, antes de o contribuinte 
ser notificado da existência do crédito tributário, o lançamento não produz qualquer efeito (contagem do 
prazo para impugnação, por exemplo). 
É por esse motivo que, antes da comunicação oficial, a autoridade administrativa pode alterar o 
lançamento para corrigir informações ou valores, já que o contribuinte ainda não foi informado da dívida 
tributária. Podemos dizer, então, que nesse período o lançamento é revisível. 
 
Atéa notificação, a revisibilidade do lançamento é absoluta. 
 
Com a notificação, a situação muda totalmente. A partir deste momento, a regra é a vedação da alteração 
do lançamento efetuado. Dizemos, neste caso, que o lançamento é presumidamente definitivo. 
Contudo, tal presunção é relativa, já que o art. 145 do CTN, seguindo a lógica do que acabamos de ver, previu 
situações excepcionais que permitem a alteração do lançamento regularmente notificado. Senão, vejamos: 
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado 
em virtude de: 
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I - impugnação do sujeito passivo; 
II - recurso de ofício; 
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. 
Vamos estudar cada uma dessas hipóteses de alteração do lançamento. Antes disso, seria interessante que 
você entendesse a seguinte dica de prova: 
 
DICA DE PROVA: Fique atento quando a questão mencionar o lançamento, afirmando que 
é definitivo. Ele é apenas presumidamente definitivo, pois pode ser alterado nas hipóteses 
do art. 145 do CTN. Como consequência, o crédito tributário também não está 
definitivamente constituído com o lançamento. 
3.1 – Impugnação do sujeito passivo (Art. 145, I) 
Acabamos de estudar que, após ser notificado do lançamento efetuado, existem três situações possíveis de 
ocorrer: pagamento, impugnação ou revelia. 
Dessa forma, caso o sujeito passivo concorde com o valor lançado, poderá efetuar o seu pagamento, 
hipótese em que ocorrerá a extinção do crédito tributário, nos termos do art. 156, I, do CTN. 
Observação: Existem outras formas de se extinguir o crédito tributário, como, por exemplo, 
compensando, na forma da lei, os créditos que o sujeito passivo tenha contra a Fazenda 
Pública. Para estudar este assunto, contudo, só nos interessa o pagamento. 
Por outro lado, quando o sujeito passivo discorda do lançamento realizado, tem o direito de contestar, 
dentro de determinado prazo fixado na legislação tributária de cada ente, o lançamento por meio da 
impugnação. Instaura-se, então, a fase litigiosa (ou contenciosa) do lançamento. 
Se a decisão administrativa de primeira instância proferida for desfavorável ao sujeito passivo, tem ele a 
oportunidade de pagar e desistir do processo ou recorrer de forma voluntária ao órgão de segunda instância, 
o que se denomina “recurso voluntário”. 
Observação: Ainda que obtenha decisão definitiva desfavorável na esfera administrativa, 
o contribuinte sempre pode se socorrer no âmbito do Poder Judiciário. 
Veja que o art. 145 do CTN apenas citou a impugnação. Contudo, como acaba de se analisar, o sujeito passivo 
pode obter a alteração do lançamento tanto na impugnação, como no recurso voluntário. 
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Para tornar a explicação mais clara, entenda que a impugnação se refere à contestação do lançamento 
efetuado e o recurso ocorre quando a decisão da autoridade julgadora é atacada. 
 
Deve-se destacar que, ao impugnar o lançamento ou ao oferecer o recurso voluntário, é 
possível que o valor do crédito tributário seja alterado, inclusive para maior, se for 
detectado erro no lançamento. 
 
 
Imagino que, neste momento, você já deve estar pensando: e se o contribuinte não pagar e também não 
impugnar? Será declarada a sua revelia, em razão de ter permanecido inerte. Neste caso, o processo é 
encaminhado para cobrança. Evidentemente, se o crédito tributário não foi contestado, torna-se 
definitivamente constituído. 
3.2 – Recurso de ofício (Art. 145, II) 
Em se tratando de decisão administrativa, proferida na primeira instância, desfavorável ao Fisco, fica sujeita 
ao recurso de ofício. Isso significa que o processo é encaminhado ao órgão de segunda instância para novo 
julgamento. 
Nessa instância, o julgamento pode ser a favor do sujeito passivo novamente (em desfavor da Fazenda 
Pública) ou a favor do Fisco. No primeiro caso, ocorre alteração do lançamento. 
Observação: O recurso de ofício também pode vir em prova com a denominação reexame 
necessário, remessa necessária ou duplo grau obrigatório. 
 
Se a decisão administrativa definitiva é favorável ao sujeito passivo, o crédito tributário é 
extinto, nos termos do art. 156, IX, do CTN. 
 
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3.3 – Iniciativa de ofício da autoridade administrativa (Art. 145, III) 
Já estudamos que o lançamento, regularmente notificado ao sujeito passivo, só pode ser alterado em três 
situações: impugnação do sujeito passivo, recurso de ofício e iniciativa de ofício da autoridade 
administrativa. É sobre esta que vamos falar neste tópico da aula. Trata-se de alteração de lançamento que 
decorre da atuação da própria autoridade administrativa que efetuou o lançamento ou seu superior 
hierárquico. 
Essa modalidade de alteração do lançamento está fundada no princípio da legalidade, segundo o qual a 
Administração Pública deve tomar as medidas necessárias para o fiel cumprimento da lei. Assim, se for 
constatada alguma ilegalidade no lançamento, a autoridade administrativa deve promover a alteração a fim 
de corrigi-lo, independentemente de provocação do sujeito passivo. 
Nesse caso, deve ser ressaltado que a alteração ocorre de ofício. Isso significa que, caso se faça necessário, 
em cumprimento ao art. 145, III, a autoridade deve promover o lançamento de ofício. 
Observação: Nós já vimos, em outra aula, que existem três modalidades de lançamento: 
de ofício, por declaração e por homologação. Nesta aula, estudaremos todas elas 
detalhadamente. 
Portanto, sempre que ocorrer alguma das situações previstas no art. 149 do CTN, a autoridade deve fazer a 
alteração do lançamento de ofício, mesmo que o tributo tenha sido originariamente lançado por meio de 
outra modalidade de lançamento. Vamos ver quais são essas situações previstas no art. 149: 
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos 
seguintes casos: 
I - quando a lei assim o determine; 
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da 
legislação tributária; 
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos 
do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido 
de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não 
o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; 
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido 
na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; 
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, 
no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; 
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente 
obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; 
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VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com 
dolo, fraude ou simulação; 
VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do 
lançamento anterior; 
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional 
da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade 
especial. 
 
Observação: O inciso V se refere ao art. 150 (artigo seguinteao 149), referindo-se à 
atividade do sujeito passivo no lançamento por homologação, que será estudado adiante. 
 
Todo tributo pode ser lançado de ofício, caso ocorra alguma das hipóteses do art. 149 do 
CTN. 
 
Destaque-se que tais alterações somente podem ser efetuadas, enquanto não estiver extinto o direito da 
Fazenda Pública pela decadência. 
Por fim, uma dica para guardar as hipóteses previstas no art. 149 é, além de fazer reiteradas leituras como 
recomendado na aula inicial do curso, entender que quase todas as hipóteses representam algum vício no 
lançamento. A exceção é o inciso I, que estabelece a alteração quando a lei determinar. 
Para facilitar a memorização, lembre-se das palavras-chave descritas a seguir (só irá funcionar se você ler a 
lei): 
• Quando a lei determinar (óbvio); 
• Quando a declaração for entregue fora do prazo ou na forma prevista na legislação; 
• Deixar de atender pedido de esclarecimento da autoridade administrativa; 
• Falsidade, erro, inexatidão ou omissão; 
• Ação ou omissão que resulte em penalidade pecuniária (multas); 
• Dolo, fraude ou simulação; 
• Fato não conhecido ou não provado; 
• Fraude ou falta funcional da autoridade lançadora. 
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Observação: O lançamento de multas é realizado pela lavratura de auto de infração, uma 
das formas de lançamento de ofício (art. 149, VI). Fique ligado, pois a questão da prova 
pode se referir à constituição do crédito tributário, citando o auto de infração. 
Agora é com você! Leia o art. 149 e veja como tudo ficou mais fácil de ser compreendido e armazenado na 
memória. 
 
 
 
3.4 – Alteração do Lançamento decorrente de erro de direito e 
erro de fato 
Vejamos, inicialmente, o que diz o art. 146 do CTN: 
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão 
administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa 
no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito 
passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. 
Quando o legislador fala em “critérios jurídicos” adotados pela autoridade no lançamento, está se referindo 
à interpretação da legislação tributária aos casos concretos. 
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Impugnação do 
sujeito passivo
Recurso de ofício
Iniciativa de ofício 
(CTN, art. 149)
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A interpretação de determinada norma pode ser alterada com o decorrer do tempo, já que a tecnologia, a 
sociedade e a economia, por exemplo, são fatores que se alteram, podendo resultar em outro modo de 
entender a lei tributária. Essa modificação nos critérios jurídicos é denominada erro de direito. 
O dispositivo em análise tem por objetivo proteger a alteração do lançamento efetuado, com base em erro 
de direito, prestigiando a boa-fé do contribuinte que, ao fazer acontecer o fato gerador, tinha por base a 
interpretação anterior da lei tributária. 
Portanto, as alterações nos critérios jurídicos, ou melhor, na interpretação da lei só pode ser feita, em relação 
ao mesmo sujeito passivo, quanto aos fatos geradores que vierem a ocorrer após a mudança na 
interpretação. 
 
A mudança nos critérios jurídicos possui efeitos ex nunc, aplicando-se apenas aos fatos 
geradores futuros. 
 
 
Com efeito, o art. 146, do CTN, tem como objetivo reforçar a imodificabilidade do lançamento que já foi 
regularmente notificado ao sujeito passivo. Trata-se de decorrência do princípio da segurança jurídica, 
assegurando ao sujeito passivo a estabilidade das relações jurídicas já constituídas. 
Da mesma forma, o referido dispositivo impede que determinado sujeito passivo, que tenha se submetido 
a lançamento realizado com base no critério jurídico “X”, seja sujeito passivo de outro lançamento 
posterior, realizado com base no critério jurídico “Y”, quando este lançamento tenha como objeto fato 
gerador anterior à introdução do critério “Y”. 
 
 
O marco temporal para aplicabilidade do novo critério jurídico é a data da sua introdução. 
 
Dito isso, o candidato deve memorizar que não cabe alteração de lançamento com base em erro de direito. 
Ora, se a alteração dos critérios jurídicos só pode alcançar fato gerador praticado pelo mesmo sujeito passivo 
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posterior a essa alteração, é evidente que não alcançará fatos anteriores que já foram, inclusive, objeto de 
lançamento. 
Vejamos o entendimento do STJ sobre o assunto: 
TRIBUTÁRIO - IMPORTAÇÃO - DESEMBARAÇO ADUANEIRO - RECLASSIFICAÇÃO DA MERCADORIA 
- REVISÃO DE LANÇAMENTO POR ERRO DE DIREITO - IMPOSSIBILIDADE - SÚMULA 227 DO 
EXTINTO TFR. 
1. É permitida a revisão do lançamento tributário, quando houver erro de fato, entendendo-se 
este como aquele relacionado ao conhecimento da existência de determinada situação. Não se 
admite a revisão quando configurado erro de direito consistente naquele que decorre do 
conhecimento e da aplicação incorreta da norma. 
2. A jurisprudência do STJ, acompanhando o entendimento do extinto TRF consolidado na Súmula 
227, tem entendido que o contribuinte não pode ser surpreendido, após o desembaraço 
aduaneiro, com uma nova classificação, proveniente de correção de erro de direito. 
3. Hipótese em que o contribuinte atribuiu às mercadorias classificação fiscal amparada em laudo 
técnico oficial confeccionado a pedido da auditoria fiscal, por profissional técnico credenciado 
junto à autoridade alfandegária e aceita por ocasião do desembaraço aduaneiro. 
4. Agravo regimental não provido. 
(STJ, AgRg no REsp n° 1.347.324, Segunda Turma, Rel. Eliana Calmon, Julgamento em 
06/08/2013) 
Por outro lado, o “erro de fato”, quando ocorrido, deve ser indubitavelmente alterado, com base no art. 
149 do CTN, respeitando, é claro, o prazo decadencial, conforme a regra prevista no par. único do mesmo 
artigo. 
O erro de fato ocorre quando algum fato relevante deixa de ser levado em consideração no momento do 
lançamento ou mesmo quando as informações, tomadas como base para o lançamento, não correspondem 
à realidade. Como exemplo, imagine que o IPVA referente a um carro foi calculado sobre uma base de cálculo 
relativa a outro carro. Nesse caso, o lançamento deve ser alterado de ofício com base no art. 149, VIII, do 
CTN. 
 
(PGE-TO-Procurador/2018) O Código Tributário Nacional, em seu art. 145, estabelece, de modo indireto, a 
definitividade do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo. O referido dispositivo estabelece, 
expressamente, que o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em 
virtude de: I − impugnação do sujeito passivo; 
II − recurso de ofício; 
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III − iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. 
De acordo com o artigo 149 do CTN, a revisão do lançamento só pode ser iniciada 
a) quando o processo administrativo tributário tiver corrido à revelia das autoridades fazendárias. 
b) enquanto não transcorrido o prazo decadencial. 
c) enquanto não transcorrido o prazo prescricional. 
d) quando se comprove que a autoridade fiscal, ou terceiro em benefício daquela, agiu com dolo, fraude ou 
simulação. 
e) quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da 
atividade de auto aplicação de penalidade pecuniária− lançamento de penalidade por homologação. 
Comentário: 
Alternativa A: As hipóteses que ensejam revisão do lançamento tributário são bastante restritas e foram 
previstas no art. 149, do CTN, não estando ali inclusa a situação descrita nesta assertiva. Alternativa errada. 
Alternativa B: De acordo com o art. 149, par. único, a revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto 
não estiver extinto o direito da Fazenda Pública pela decadência. Alternativa correta. 
Alternativa C: No Direito Tributário, a prescrição está relacionada à perda do direito à cobrança do crédito 
tributário. Logo, não faz sentido relacionar este prazo à revisão do lançamento. Alternativa errada. 
Alternativa D: De acordo com o art. 149, VII, do CTN, a revisão pode ocorrer quando o sujeito passivo ou 
terceiro em benefício daquele (e não a autoridade fiscal), tenha agido com dolo, fraude ou simulação. 
Alternativa errada. 
Alternativa E: Na realidade, o art. 149, V, do CTN, prevê que o lançamento pode ser revisto de ofício quando 
se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade de 
antecipação do pagamento do tributo lançado por homologação. Alternativa errada. 
Gabarito: Letra B 
(MPE-CE-Promotor de Justiça/2011) Segundo o Código Tributário Nacional, o lançamento 
a) constitui a obrigação tributária. 
b) não pode ser modificado após a notificação válida ao sujeito passivo. 
c) por homologação ou misto é aquele em que o sujeito passivo declara a prática do fato gerador e o Fisco 
constitui o crédito para pagamento. 
d) é atividade discricionária quanto à sua realização em situações de calamidade pública. 
e) reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que 
revogada ou modificada posteriormente. 
Comentário: 
Alternativa A: A obrigação tributária decorre do fato gerador, e não do lançamento. Alternativa errada. 
Alternativa B: O art. 145 prevê algumas situações que permitem a alteração do lançamento já regularmente 
notificado ao sujeito passivo. Alternativa errada. 
Alternativa C: Não se pode confundir lançamento por homologação com o lançamento por declaração (ou 
misto), já que naquele o sujeito passivo tem o dever de realizar o pagamento antecipado sem prévio exame 
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da autoridade administrativa, sendo que esta, ao tomar conhecimento da atividade assim exercida pelo 
obrigado, a homologa. Alternativa errada. 
Alternativa D: De acordo com o art. 142, par. único, a atividade administrativa de lançamento é vinculada e 
obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Alternativa errada. 
Alternativa E: Esta regra consta no caput, do art. 144, do CTN: O lançamento reporta-se à data da ocorrência 
do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou 
revogada. Alternativa correta. 
Gabarito: Letra E 
 
4 – MODALIDADES DE LANÇAMENTO 
Já sabemos que existem três, e apenas três, modalidades de lançamento. São elas: de ofício, por declaração 
e por homologação. 
No CTN, eles foram disciplinados nos seguintes dispositivos: 
• Lançamento de ofício: Art. 149 
• Lançamento por declaração: Art. 147 
• Lançamento por homologação: Art. 150 
 
É a lei que determina a modalidade de lançamento pela qual o tributo será lançado. 
Vamos estudar cada uma delas a seguir. Vamos lá! 
4.1 – Lançamento de ofício 
No lançamento de ofício, o fisco possui dados suficientes para realizar o lançamento sem a participação do 
contribuinte. Assim, todo aquele procedimento (VDCIP) que compõe o lançamento é realizado pela 
autoridade administrativa. 
Observação: O lançamento de ofício também é denominado ex officio ou direto. 
O art. 149 do CTN estabelece as situações que justificam a realização do lançamento ou sua revisão. Vimos 
isso quando estudamos as formas de alteração do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo. 
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Pela leitura do art. 149 do CTN, nota-se que, mesmo quando o lançamento inicial tenha sido efetuado por 
outra modalidade (por declaração ou por homologação), pode haver revisão de ofício. Portanto, vale frisar 
que todo tributo, havendo alguma das irregularidades previstas no art. 149, pode vir a ser lançado de 
ofício. 
O que pode suscitar dúvida é que você estudou que alguns impostos estão sujeitos ao lançamento de ofício, 
mesmo não havendo irregularidade. Isso é feito com base no art. 149, I, segundo o qual o lançamento é 
efetuado de ofício quando a lei determinar. 
Como naquele momento nós vimos apenas os impostos que são lançados de ofício, vamos ampliar o nosso 
rol de exemplos. São lançados de ofício, entre outros, os seguintes tributos: 
• IPTU; 
• IPVA; 
• Taxas; 
• Contribuição de Melhoria; 
• Contribuições Corporativas (de interesse das categorias profissionais ou econômicas); 
• Contribuição de Iluminação Pública. 
 
Não há nenhuma norma geral que determine quais os tributos que devem ser lançados de 
ofício. O art. 149, I, permite que a lei de cada ente federativo venha definir se será ou não 
de ofício. 
 
4.2 – Lançamento por declaração 
Na sistemática do lançamento por declaração (ou misto), o sujeito passivo atua mais intensamente, 
auxiliando a autoridade administrativa com as informações necessárias para efetuar o lançamento. 
Nessa modalidade lançamento, o contribuinte fica obrigado a prestar declaração com informações sobre a 
matéria de fato (valor, data de ocorrência do fato gerador, informações pessoais etc.). Com base nas 
informações fornecidas pelo contribuinte, a autoridade providencia o lançamento, notificando-o para 
pagamento. 
 
A entrega de declaração constitui típica obrigação acessória. 
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Um aspecto pertinente a essa modalidade de lançamento é a retificação da declaração, quando provocada 
pelo próprio declarante. Vamos ver o que o CTN estabelece sobre o assunto: 
Art. 147: 
 (...) 
§ 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir 
ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e 
antes de notificado o lançamento. 
§ 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício 
pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. 
Portanto, prestada a declaração pelo sujeito passivo, só pode ser feita alteração com o intuito de reduzir ou 
excluir tributo, antes da notificação. Além disso, o contribuinte deve provar que a declaração realmente 
continha erros. 
Observação: Veja que para aumentar tributo (embora isso seja difícil de ocorrer na prática) 
não há tal restrição. 
Caso a declaração contenha erros, e o contribuinte não consiga retificá-la por já ter sido notificado, poderá 
apresentar impugnação, conforme estudamos no art. 145, I, do CTN. 
Pode acontecer também de a autoridade administrativa, ao analisar a declaração prestada pelo contribuinte, 
detectar erros. Nesse caso, a retificação ocorrerá de ofício, com base no § 2º do art. 147, do CTN. 
Por fim, como exemplo de lançamento por declaração temos o ITBI. 
4.2.1 – A técnica do arbitramento 
O art. 148 do CTN prevê a possibilidade de se realizar o lançamento por arbitramento nas seguintes 
hipóteses: 
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor 
ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante 
processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre quesejam omissos ou não 
mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos 
pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de 
contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. 
Portanto, sempre que o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos fornecidos pelo 
contribuinte por meio das declarações não merecerem ou forem omissos, a autoridade administrativa 
deverá realizar o arbitramento. 
Um exemplo prático seria o de um contribuinte que adquire imóvel de luxo, por um preço de R$ 
2.000.000,00, declarando ao fisco que a operação foi de R$ 100.000,00, para escapar da tributação do ITBI. 
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O fisco, ao detectar que a declaração do sujeito passivo não merece fé, arbitrará o valor mais próximo da 
realidade. 
 
O arbitramento não é considerado como uma modalidade de lançamento, mas, sim, como 
técnica para definição da base de cálculo. 
 
Uma das maneiras de efetuar o arbitramento é por meio das pautas fiscais, sendo esta semelhante a uma 
tabela dos valores aproximados dos produtos, utilizada para definir a base de cálculo do tributo. 
Contudo, o uso da pauta fiscal é restrito às hipóteses previstas no art. 148 do CTN, não podendo ser utilizada 
como presunção absoluta de valor, ou seja, quando for possível apurar o valor real da base de cálculo, isso 
deve ser feito. 
Nesse sentido, como já foi citado em outra aula, o STJ já decidiu o seguinte: 
Súmula STJ 431 - É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria submetido ao 
regime de pauta fiscal. 
Na verdade, o que o STJ considerou ilegal foi o uso indiscriminado dessa técnica para apuração da base de 
cálculo do ICMS. 
 
DICA DE PROVA: Se uma questão transcrever a Súmula 431 do STJ, você pode considerar 
correta, sem pestanejar. 
Deve ser destacado, em tempo, que o lançamento por arbitramento não possui natureza punitiva, embora 
seja utilizado em situações em que o contribuinte seja inidôneo ou omisso. 
Por fim, não cometa o equívoco de imaginar que o imposto de renda das pessoas físicas (IRPF) é lançado por 
declaração, pelo fato de haver aquela famosa declaração a ser entregue à Receita Federal. 
Repare a diferença: no lançamento por declaração, o contribuinte presta as informações e aguarda o 
lançamento da autoridade fiscal bem como a notificação para pagamento. Por outro lado, no caso do IRPF, 
o contribuinte prepara a declaração, antecipa o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, 
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e esta apenas faz a posterior conferência, homologando o procedimento. Trata-se, pois, de lançamento por 
homologação, estudado no tópico a seguir. 
 
No lançamento por declaração, a atividade do contribuinte consiste em informar a 
autoridade. 
No lançamento por homologação, a atividade do contribuinte consiste em antecipar o 
pagamento. 
 
4.3 – Lançamento por homologação 
O lançamento por homologação, também denominado “autolançamento”, tem como característica 
intrínseca a intensa atuação do sujeito passivo no procedimento. Vejamos o que diz o caput do art. 150: 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação 
atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da 
autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando 
conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. 
Como já foi visto, no lançamento por homologação o sujeito passivo antecipa o pagamento sem prévio 
exame da autoridade administrativa, sendo que esta, ao conferir a exatidão dos valores recolhidos, realiza a 
homologação do pagamento. 
No § 1º do art. 150, o legislador afirmou que o pagamento antecipado extingue o crédito tributário, sob 
condição resolutória da ulterior homologação. Na realidade, a redação foi imprecisa, pois nós aprendemos 
que a condição resolutória, caso seja implementada, desfaz os efeitos de algo. 
Em vez de afirmar que a homologação do pagamento desfaz os efeitos da extinção do pagamento (na prática, 
ela não desfaz, mas torna os efeitos definitivos), deveria ter dito que “sob condição resolutória da não 
homologação”. 
Observação: É importante que você entenda a essência, mas nunca se esqueça de que em 
prova, se vier a cobrança literal, a questão estará correta! 
Nesse contexto, fortalecendo a tese por nós estudada, o § 2º do mesmo artigo 150 estabeleceu que 
quaisquer atos praticados pelo sujeito passivo ou terceiro, anteriores à homologação, com o objetivo de 
extinguir total ou parcialmente o crédito, não influem sobre a obrigação tributária. O que isso significa? A 
obrigação continua existindo! 
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Nessa esteira, se a autoridade administrativa detectar que os valores declarados e pagos não condizem com 
o montante devido, cabe a ela lançar a diferença de ofício, com base no art. 149, V, do CTN. Dissemos que 
deve ser lançada apenas a diferença, pois o § 3º assegura que o que foi pago deve ser pago na apuração do 
saldo devido, inclusive para fins de aplicação de penalidades. 
Ainda sobre a homologação do pagamento, deve-se destacar que pode ser expressa ou tácita. Para ficar mais 
claro, vamos ver o que estabelece o § 4º do art. 150, do CTN: 
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência 
do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, 
considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se 
comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 
A que se refere esse prazo de 5 anos? Você se lembra da decadência? Esse é o prazo decadencial para o fisco 
verificar o que foi pago e, sendo o caso, lançar de ofício eventuais diferenças. 
Sendo assim, se decorrer o prazo quinqüenal, o lançamento é considerado homologado tacitamente, não 
havendo possibilidade de se constituir as diferenças porventura cabíveis. 
Como o assunto se refere ao instituto da decadência, vamos deixar para aprofundar o tema no momento 
certo, a fim de evitar confusões. 
Por ora, é apenas necessário que você saiba que a homologação é expressa, se for feita dentro do prazo de 
cinco anos, contado da ocorrência do fato gerador, ou tácita, caso não ocorra dentro do referido prazo. 
Deve ser guardado, ainda, que tal prazo não se aplica se for comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou 
simulação. 
É importante dizer também que o CTN permite que outra lei venha fixar o prazo para homologação. Como 
vimos, trata-se de prazo decadencial. Sendo assim, a referida lei deve ser complementar, seguindo o 
comando previsto no art. 146, III, b, da CF/88. 
Antes de encerrar o estudo do lançamento por homologação, cabe destacar que o entendimento do STJ é 
que a entrega de declaração (obrigação acessória criada para tributos sujeitos a esta modalidade de 
lançamento) pelo contribuinte constitui o crédito tributário. Vejamos o que diz a Súmula 436: 
Súmula STJ 436 - A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui 
o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco. 
Portanto, ao entregar a declaração, o contribuinte reconhece a dívida que tem com o fisco. A consequência 
disso, para o STJ, é de que cessa a contagem do prazo decadencial. 
Para encerrar, é essencial que você tenha em mente que o lançamento de ofício dispensa a participação do 
sujeito passivo, que fica evidente no lançamento por declaração e, com maiorintensidade, no lançamento 
por homologação. Podemos ilustrar a explicação do seguinte modo: 
 
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(TRF4-Analista Judiciário/2019) Considerando-se as modalidades de lançamento previstas no Código 
Tributário Nacional (CTN), 
(A) quando a autoridade administrativa arbitra valor ou preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos 
para o cálculo do tributo que tenha por base, ou tome em consideração, estes valores, sem a necessidade 
de processos regulares ou complexos, em tributos de baixo valor, tal procedimento se classifica como 
“lançamento simplificado”. 
(B) o lançamento efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, 
na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, 
indispensáveis à sua efetivação, pode ser classificado como “lançamento por declaração”. 
(C) o lançamento pode ser realizado pelo sujeito passivo, quando a legislação estabelece que ele deva 
elaborar sua escrituração fiscal, mediante procedimento regulado e regular, calcular o valor devido, 
apresentar os cálculos a autoridade administrativa, obter a guia de recolhimento com o visto autorizativo e 
recolher o valor devido, hipótese em que se configura o “lançamento passivo”. 
(D) as leis tributárias da União, Estados, Distrito Federal e Municípios podem estabelecer outras modalidades 
de lançamento e de modificação do lançamento realizado, não previstas no Código, conhecidas por 
“lançamento especial”. 
Por homologação Por declaração De ofício
Participação do sujeito passivo 
Modalidades de Lançamento 
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(E) o lançamento é realizado de ofício pela autoridade administrativa apenas na hipótese de indício ou 
suspeita de falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como 
sendo de declaração obrigatória, ou de não localização do sujeito passivo. 
Comentário: 
Alternativa A: O CTN não previu essa modalidade de lançamento simplificado. Alternativa errada. 
Alternativa B: O lançamento por declaração foi previsto no art. 147, estando esta alternativa correta. 
Alternativa C: O CTN não previu essa modalidade de lançamento passivo. Alternativa errada. 
Alternativa D: Não há que se falar em outras modalidades de lançamento, além daquelas previstas no CTN, 
isso porque o lançamento deve ser tratado em norma geral (lei complementar). Alternativa errada. 
Alternativa E: Existem várias hipóteses que ensejam a realização do lançamento de ofício, descritas no art. 
149, do CTN. Alternativa errada. 
Gabarito: Letra B 
(TRF4-Técnico Judiciário/2019) Compete ao contribuinte, responsável ou coobrigado pelo valor devido, 
constituir o crédito tributário pelo pagamento do imposto devido, após o prévio exame da autoridade 
administrativa, no chamado alto lançamento, na hipótese de tributo relativo a operações no mercado 
financeiro, grandes heranças ou grandes fortunas, por exemplo. 
Comentário: De uma forma um tanto confusa, a banca tentou confundir o candidato com o conceito de 
lançamento por homologação. 
Gabarito: Errada 
(Pref. Recife-PE-Analista de Gestão Contábil/2019) De acordo com o art. 142 do Código Tributário Nacional, 
compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento. De 
acordo com este Código, os créditos tributários podem ser constituídos por meio dos seguintes lançamentos: 
a) amplo, limitado e restritivo. 
b) contábil, escritural e originário. 
c) de ofício, por homologação e por declaração. 
d) preambular, complementar e suplementar. 
e) originário, derivado e reparador. 
Comentário: As modalidades de lançamento são as seguintes: de ofício, por declaração e por homologação. 
Logo, vamos diretamente para o gabarito da questão, que é a Letra C. 
Gabarito: Letra C 
(SEFAZ-GO-Auditor Fiscal/2018) É fundamental, para o exercício do cargo de Auditor-Fiscal da Receita 
Estadual, conhecer as regras do Código Tributário Nacional a respeito do lançamento tributário, pois uma de 
suas atividades funcionais poderá ser a de promover a constituição do crédito por meio daquele 
procedimento administrativo. De acordo com o referido código 
A) a legislação tributária de cada tributo poderá fixar prazo para homologação da atividade desenvolvida 
pelo sujeito passivo, que será de cinco anos, a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o 
lançamento poderia ter sido efetuado, e de 8 anos, no caso de se comprovar que o sujeito passivo agiu com 
dolo, fraude ou simulação. 
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B) quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou 
simulação, a autoridade administrativa deverá desenvolver a atividade de lançamento por homologação do 
tributo e da penalidade pecuniária. 
C) quando o sujeito passivo ou terceiro presta à autoridade administrativa, na forma da legislação tributária, 
informações sobre matéria de fato indispensáveis à constituição do crédito tributário, está-se distante do 
denominado “lançamento de ofício”. 
D) O lançamento que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo, ou a terceiro a 
obrigação de prestar à autoridade administrativa, na forma da legislação tributária, informações sobre 
matéria de fato, as quais deverão ser homologadas no prazo decadencial de cinco anos, denomina-se 
“lançamento por homologação”. 
E) quando se comprova ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar 
a aplicação da penalidade pecuniária, o lançamento será efetuado de ofício aplicando-se ao infrator a 
penalidade pecuniária correspondente. 
Comentário: 
Alternativa A: Nos casos de dolo, fraude ou simulação, o prazo para homologação da atividade desenvolvida 
pelo sujeito passivo será também de cinco anos, sendo iniciada sua contagem a partir do primeiro dia do ano 
seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Alternativa errada. 
Alternativa B: Nos termos do art. 149, VII, em tal caso cabe o lançamento de ofício. Alternativa errada. 
Alternativa C: Trata-se do disposto no art. 147, do CTN, que prevê o lançamento “por declaração”. 
Alternativa errada. 
Alternativa D: Não se trata de homologação, mas sim de lançamento “por declaração”, nos termos do art. 
147, do CTN. Alternativa errada. 
Alternativa E: O art. 149, VI, determina o lançamento de ofício quando se comprovar ação ou omissão do 
sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar a aplicação da penalidade pecuniária, 
aplicando-se ao infrator a penalidade pecuniária correspondente. Alternativa correta. 
Gabarito: Letra E 
(SEGEP-MA-Técnico da Receita Estadual/2016) Quando o lançamento tributário é efetuado com base em 
informações prestadas à autoridade administrativa pelo sujeito passivo ou por terceiro, na forma 
estabelecida pela legislação tributária, e sendo essas informações indispensáveis à efetivação do referido 
lançamento, estamos diante de uma modalidade de lançamento que, de acordo com a disciplina do Código 
Tributário Nacional, é conhecida como lançamento 
a) por homologação. 
b) informativo. 
c) de ofício. 
d) direto. 
e) por declaração. 
Comentário: Trata-se do lançamento por declaração. A dúvida que poderia haver aqui é quanto ao 
lançamento por homologação. Porém, como a questão não mencionou haver “pagamento antecipado”, mas 
tão somente a prestação de informações, só há uma resposta para a questão: lançamento pordeclaração. 
Gabarito: Letra E 
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(SEFIN-RO-Auditor Fiscal de Tributos Estaduais/2010) O lançamento tributário 
a) não pode ser revisto de ofício pela autoridade competente. 
b) é regido pela legislação vigente que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha 
instituído novos critérios de apuração ou fiscalização. 
c) não pode, após regularmente notificado ao sujeito passivo, ser alterado de ofício pela autoridade 
administrativa. 
d) depende sempre de prévia declaração do sujeito passivo ou de terceiro, na forma da legislação tributária. 
e) reporta-se à data da ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei vigente ao tempo da prática do 
lançamento. 
Comentário: 
Alternativa A: O lançamento pode ser revisto de ofício pela autoridade administrativa, nos termos do art. 
145, III, do CTN. Alternativa errada. 
Alternativa B: Quanto aos aspectos formais, o lançamento é regido pela legislação, posteriormente à 
ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de 
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito 
maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade 
tributária a terceiros. Alternativa correta. 
Alternativa C: O art. 145, III, c/c art. 149, estabelece que o lançamento, mesmo após ter sido regularmente 
notificado ao sujeito passivo, pode ser alterado de ofício pela autoridade administrativa, nas hipóteses ali 
especificadas, desde que não extinto o direito da Fazenda Pública. Alternativa errada. 
Alternativa D: Nem sempre o lançamento depende de prévia declaração do sujeito passivo ou de terceiro, 
como ocorre nos casos de tributo lançados de ofício, em que a autoridade possui informações suficientes 
para promover o lançamento, dispensada a participação do sujeito passivo. Alternativa errada. 
Alternativa E: Quanto aos aspectos materiais da obrigação tributária, o lançamento reporta-se à data da 
ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou 
revogada. Alternativa errada. 
Gabarito: Letra B 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 - QUESTÕES COMPLEMENTARES COMENTADAS 
 
Crédito Tributário e Lançamento 
1. FCC/SEFAZ-BA-Auditor Fiscal/2019 
O Código Tributário Nacional, ao tratar do crédito tributário e do lançamento tributário, assim dispõe: 
a) As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão, seus efeitos, as garantias ou os 
privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade afetam a obrigação tributária que lhe deu 
origem. 
b) Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, 
tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ou ampliado os poderes de 
investigação das autoridades administrativas. 
c) Ao constituir o crédito tributário, a Administração Fiscal não poderá aplicar ao lançamento a legislação 
que, posteriormente à data da ocorrência do fato gerador, tenha ampliado os poderes de investigação das 
autoridades administrativas. 
d) A lei posterior à ocorrência do fato gerador da obrigação tributária, que tenha outorgado ao crédito 
maiores garantias ou privilégios, poderá atribuir responsabilidade tributária a terceiros. 
e) O lançamento constitui o crédito tributário e rege-se pela lei vigente na data de sua notificação ao sujeito 
passivo. 
Comentário: 
Alternativa A: De acordo com o art. 140 do CTN, as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua 
extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade 
não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. Alternativa errada. 
Alternativa B: Em conformidade com o art. 144, §1º do CTN. Alternativa correta. 
Alternativa C: Conforme art. 144, §1º, a legislação que instituir novos processos de fiscalização pode ser 
aplicada ao lançamento. Alternativa errada. 
Alternativa D: Ainda de acordo com o art. 144, §1º, aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente 
à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de 
fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito 
maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade 
tributária a terceiros. Alternativa errada. 
Alternativa E: O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei 
então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada (art. 144 do CTN). Alternativa errada. 
Gabarito: letra B 
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2. FCC/COPERGÁS-Contador/2016 
De acordo com o Código Tributário Nacional, o crédito tributário relativo a um determinado imposto 
a) é constituído pela simples ocorrência do fato gerador, desde que esse fato gerador ocorra dentro do prazo 
decadencial. 
b) é extinto, provisoriamente, quando, pelo menos, metade do valor do acordo de parcelamento é satisfeito. 
c) tem sua exigibilidade suspensa com a consignação em pagamento. 
d) é extinto temporariamente pela moratória. 
e) é constituído por meio do lançamento, formalizado nos termos da legislação aplicável. 
Comentário: Embora esta questão envolva outros assuntos (suspensão e extinção do crédito tributário), a 
resposta é bem simples. Senão, vejamos: 
Alternativa A: A obrigação tributária surge com a simples ocorrência do fato gerador, mas o crédito tributário 
é constituído pelo lançamento (art. 113, §1º e art. 142 do CTN). Alternativa errada. 
Alternativa B: O pagamento extingue o crédito tributário quando integral (CTN, art. 156, I). Alternativa 
errada. 
Alternativa C: Consignação em pagamento é hipótese de extinção do crédito tributário (CTN, art. 156, VIII). 
Alternativa errada. 
Alternativa D: Moratória é hipótese de suspensão do crédito tributário (CTN, art. 151, I). Alternativa errada. 
Alternativa E: Conforme visto na alternativa A, o crédito tributário é constituído pelo lançamento (art. 142 
do CTN). Alternativa correta. 
Gabarito: Letra E 
3. FCC/SEFAZ-MA-Auditor Fiscal da Receita Estadual/2016 
A empresa de Marcelo está considerando a hipótese de importar cestas de natal do exterior, para revendê-
las por ocasião das festas de fim de ano. Se ela efetivamente realizar essas importações, terá de recolher 
todos os tributos incidentes sobre a mercadoria importada. Não havendo disposição de lei em contrário, e 
considerando que essa importação será feita em dólares americanos, o valor tributário dessa transação, em 
reais, de acordo com o CTN, será apurado mediante 
a) a aplicação da alíquota do imposto correspondente, diretamente sobre o valor tributário expresso em 
dólares americanos, tratando-se de incidência de imposto federal ou estadual que deva ser pago pelo 
importador, em moeda conversível. 
b) sua conversão em moeda nacional, ao câmbio do dia da notificação da efetivação do lançamento 
tributário, apenas quando se tratar de impostos estaduais e municipais. 
c) sua conversão em moeda nacional, ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação, salvo 
disposição de lei em contrário. 
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d) a aplicação da alíquota do tributo correspondente, diretamente

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