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DIREITO AMBIENTAL
LEI Nº 9.605/1998 – LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS
Livro Eletrônico
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Nilton Coutinho
Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
DIREITO AMBIENTAL
Apresentação ...................................................................................................................................................5
Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais ..............................................................................6
Introdução – Aspectos Penais da Proteção Ambiental ................................................................6
Lei n. 9.605, de 12 de Fevereiro de 1998 .............................................................................................6
Agravantes e Atenuantes ......................................................................................................................... 10
Penas Restritivas de Direitos ................................................................................................................... 11
Suspensão Condicional da Pena ............................................................................................................ 14
Da Pena de Multa .......................................................................................................................................... 14
Da Obrigação de Reparar o Dano .......................................................................................................... 15
Penas Aplicáveis às Pessoas Jurídicas ............................................................................................... 16
Apreensão do Produto e Instrumento de Infração Administrativa ou de Crime.............17
Ação Penal ....................................................................................................................................................... 18
Classificação de Crimes: Critérios........................................................................................................ 22
Tipo Penal: Art. 29 ...................................................................................................................................... 26
Tipo Penal: Art. 30 ...................................................................................................................................... 29
Tipo Penal: Art. 31 ........................................................................................................................................ 29
Tipo Penal: Art. 32 ....................................................................................................................................... 30
Tipo Penal: Art. 33 ........................................................................................................................................ 31
Tipo Penal: Art. 34 ....................................................................................................................................... 33
Tipo Penal: Art. 35 ...................................................................................................................................... 34
Tipo Penal: Art. 38 ...................................................................................................................................... 35
Tipo Penal: Art. 38-A .................................................................................................................................. 36
Tipo Penal: Art. 39........................................................................................................................................37
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Tipo Penal: Art. 40 ...................................................................................................................................... 39
Tipo Penal: Art. 40-A .................................................................................................................................. 39
Tipo Penal: Art. 41 ........................................................................................................................................ 40
Tipo Penal: Art. 42 ........................................................................................................................................ 41
Tipo Penal: Art. 44 ....................................................................................................................................... 42
Tipo Penal: Art. 45 ...................................................................................................................................... 43
Tipo Penal: Art. 46 ...................................................................................................................................... 44
Tipo Penal: Art. 48 ...................................................................................................................................... 45
Tipo Penal: Art. 49 .......................................................................................................................................47
Tipo Penal: Art. 50 ...................................................................................................................................... 48
Tipo Penal: Art. 50-A .................................................................................................................................. 49
Tipo Penal: Art. 51 ....................................................................................................................................... 49
Tipo Penal: Art. 52 ......................................................................................................................................50
Tipo Penal: Art. 54 ...................................................................................................................................... 52
Tipo Penal: Art. 55 (Usurpação Mineral) .......................................................................................... 55
Tipo Penal: Art. 56 ...................................................................................................................................... 57
Tipo Penal: Art. 60 ...................................................................................................................................... 59
Tipo Penal: Art. 61 ....................................................................................................................................... 62
Tipo Penal: Art. 62 ...................................................................................................................................... 63
Tipo Penal: Art. 63....................................................................................................................................... 63
Tipo Penal: Art. 64 ...................................................................................................................................... 64
Tipo Penal: Art. 65 ...................................................................................................................................... 66
Tipo Penal: Art. 66 ...................................................................................................................................... 68
Tipo Penal: Art. 67 ....................................................................................................................................... 69
Tipo Penal: Art. 68 ...................................................................................................................................... 70
Tipo Penal: Art. 69-A...................................................................................................................................72
Crimes contra Administração e Princípio da Insignificância ....................................................73
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Lei Complementar n. 140/2011 .............................................................................................................. 75
Independência das Esferas Penal e Administrativa .................................................................... 78
Questões de Concurso .............................................................................................................................. 82
Gabarito............................................................................................................................................................ 84
Gabarito Comentado ..................................................................................................................................85
Referências Bibliográficas ....................................................................................................................... 89
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Sobre o autor:
Nilton Carlos de Almeida Coutinho é Procurador do Estado de São Paulo com vasta experi-
ência na área do direito público (com ênfase em direito ambiental e administrativo)
É doutor em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e 
mestre em direito pelo Cesumar/PR.
ApresentAção
Saudações, meu(minha) amigo(a).
Chegamos agora ao nosso último módulo do curso de direito ambiental voltado para a OAB.
Neste módulo, tratemos acerca da Lei n. 9.605/1998, com ênfase nos aspectos penais a 
ela relacionados. Trata-se de uma boa oportunidade para você revisar seus conhecimentos em 
direito penal e processo penal e se aprofundar no estudo dos crimes ambientais.
O módulo é baseado no meu livro sobre crimes ambientais, prefaciado pelo Ministro Nefi 
Cordeiro, do STJ. Espero que apreciem a leitura. E, principalmente, espero que os temas aqui 
abordados venham a “cair” na sua prova da OAB.
Termino aqui desejando a você muito sucesso nessa caminhada e que a “carteirinha ver-
melha” seja apenas a primeira de várias conquistas profissionais que você terá ao longo de 
sua vida.
Abraços e sucesso,
Prof. Nilton Carlos Coutinho.
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LEI N. 9.605/1998 – LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS
Introdução – Aspectos penAIs dA proteção AmbIentAl
De inícío, registre-se que a CRFB tratou, expressamente, da responsabilização penal das 
condutas que agridam o meio ambiente. Com efeito, o Art. 225, § 3º, estabelece que as con-
dutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas 
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de 
reparar os danos causados.
Na área legislativa, tal proteção se deu por meio de diversas leis, sendo certo que a proteção 
na área penal foi consideravelmente ampliada com a entrada em vigor da Lei n. 9.605/1998, 
a qual será objeto de análise específica.
leI n. 9.605, de 12 de FevereIro de 1998
Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao 
meio ambiente, e dá outras providências
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS
Sujeito Ativo do Delito
A Lei n. 9.605/1998 seguir a regra geral estabelecida no código penal. Assim, nos termos 
do art. 2º da citada lei, todo aquele que de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes 
previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade.1
A referida lei estabeleceu, ainda, a responsabilização do diretor, do administrador, do mem-
bro de conselho e de órgão técnico, do auditor, do gerente, do preposto ou mandatário de 
pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, 
quando podia agir para evitá-la.
Segundo o referido dispositivo é fundamental que tais pessoas SAIBAM da conduta crimi-
nosa praticada por outrem e se OMITAM, não impedindo, assim, a ocorrência do delito.
1 Texto similar ao constante no código penal: Art. 29 – Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a 
este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
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Aliás, a  jurisprudência do STJ é pacífica no sentido de que aquele que, na condição de 
diretor, administrador, membro do conselho e de órgão técnico, auditor, gerente, preposto ou 
mandatário da pessoa jurídica, tenha conhecimento da conduta criminosa e, tendo poder para 
impedi-la, não o fez deve responder pelo delito.2
Da Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica
A Lei n. 9.605/1998 inova no ordenamento jurídico a estabelecer a responsabilidade penal 
da pessoa jurídica.
Segundo estabelece o art. 3º da citada lei, as pessoas jurídicas serão responsabilizadas 
administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração 
seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, 
no interesse ou benefício da sua entidade.
Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, 
coautoras ou partícipes do mesmo fato.
Aliás, a parte final do art. 2º da Lei n. 9.605/1998, que trata da omissão penalmente rele-
vante dos diretores, administradores e gerentes das pessoas jurídicas é expressa no sentido 
de que tal omissão não implica exclusão da responsabilização da pessoa jurídica pela omis-
são imprópria, mas, pelo contrário, estende a possibilidade de imputação pela prática delitiva 
a seus gerentes e administradores.
Teoria da Dupla Imputação
Chamada a posicionar-se sobre o tema, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, 
no julgamento do RE 548.181/PR, de relatoria da Exma. Ministra Rosa Weber, decidiu que o 
art. 225, § 3º, da Constituição Federal não condiciona a responsabilização penal da pessoa 
jurídica por crimes ambientais à simultânea persecução penal da pessoa física em tese res-
ponsável no âmbito da empresa.
2 Neste sentido, veja: (HC 92.822/SP, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, Rel. p/ Acórdão Ministro NAPOLEÃO NUNES 
MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 17/06/2008, DJe 13/10/2008).
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Em outras palavras, não se adota, no Brasil, a teoria da dupla imputação, sendo possível 
responsabilizar-se a pessoa jurídica ainda que não haja a punição das pessoas físicas que 
tenham contribuído para a prática do delito.
Desconsideração da Personalidade Jurídica
Segundo a jurisprudência dominante, a desconsideração da pessoa jurídica consiste na 
possibilidade de se ignorar a personalidade jurídica autônoma da entidade moral para chamar 
à responsabilidade seus sócios ou administradores, quando a utilizam com objetivos fraudu-
lentos ou diversos daqueles para os quais foi constituída.3
Nessa linha, o  art.  4º possibilita a desconsideração da pessoa jurídica (aplicação da 
Disregard Doctrine) sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos 
causados à qualidade do meio ambiente. Assim, basta tão somente que a personalidade da 
pessoa jurídica seja obstáculo ao ressarcimento dos prejuízos causados à qualidade do meio 
ambiente.
Tal possibilidade se apoia no princípio da reparação in integrum e do princípio poluidor-
-pagador.
Nesse sentido, o art. 14, § 1º, da Lei n. 6.938/1981 estabelece que o poluidor é obrigado, 
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio 
ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade.
Do mesmo modo, tratando-se de um direito fundamental, a reparação ao meio ambiente 
deve ser realizada em sua integralidade, ou seja: sua reparação deve se dar de forma que se 
recomponha ao máximo e ao mais próximo possível da situação em que se encontrava (status 
quo ante). Aliás, por esta razão, admite-se, no direito ambiental, a cumulação de obrigação de 
fazer (reparação da área degradada), não fazer e de pagar quantia certa (indenização).
Trata-se de medida fundamental para possibilitar a adequada proteção do bem jurídico am-
biental, de tal modo que a indenização pecuniária imposta deve abarcar a responsabilização 
por todos os danos individuais, coletivos, intergeracionais, econômicos, ecológicos e morais 
decorrentes de conduta lesiva (GURSKI JUNIOR,2016).
3 REsp 647493 / SC. Relator(a). Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA (1123). Órgão Julgador. T2 - SEGUNDA TURMA. Data 
do Julgamento. 22/05/2007. Data da Publicação/Fonte. DJ 22/10/2007 p. 233
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CAPÍTULO II 
DA APLICAÇÃO DA PENA
Dosimetria e Individualização da Pena
Segundo estabelece a CRFB em seu Art. 5º, XLVI, a individualização da pena será regulada 
por meio de lei, sendo possível, entre outras, as seguintes espécies de pena:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos.
Assim, tem-se que, para cada conduta praticada deve ser aplicada uma pena específica e 
individualizada (AZEVEDO, 2003).
Na área ambiental, tem-se que, não obstante, o juiz esteja vinculado a parâmetros abstra-
tamente cominados pelo legislador, é permitido-lhe, entretanto, atuar discricionariamente na 
escolha da sanção penal aplicável ao caso concreto, após o exame percuciente dos elementos 
do delito, e em decisão motivada.4 Aliás, a sentença proferida pelo juiz é, em última análise, 
um ato administrativo, razão pela qual sua motivação é obrigatória, inclusive para permitir que 
a parte saiba a razão da aplicação de determinada pena, tomando as medidas cabíveis para 
reformá-la, caso entenda que a mesma é injusta.
Com o objetivo de auxiliar o juiz na individualização da pena, o art. 6º da Lei n. 9.605/1998 
estabelece que a autoridade competente deverá observar alguns aspectos no momento de 
imposição e gradação da penalidade.
São eles:
I – a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas consequências para a saúde 
pública e para o meio ambiente;
II – os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da legislação de interesse ambiental;
III – a situação econômica do infrator, no caso de multa.
4 AgRg no AREsp 760286 / PR. Relator(a): Ministro RIBEIRO DANTAS. Órgão Julgador: QUINTA TURMA. Data do Julgamento: 
06/06/2019
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Motivos da Infração
Os motivos da infração são extremamente relevantes para a dosimetria da pena, podendo 
aumentar ou reduzir a pena a ser aplicada.5
Consequências para a Saúde Pública e Para o Meio Ambiente
Com relação às consequências do crime, a  jurisprudência entende que estas devem ser 
entendidas como o resultado da ação do agente, ou seja: o dano (material ou moral) causado 
ao bem jurídico tutelado. Nesse aspecto, quando as consequências para a saúde pública e 
para o meio ambiente forem superiores ao inerente ao tipo penal o aumento da reprimenda é 
medida que se impõe.6
Por fim, observe-se que, no que diz respeito ao quantum de aumento da pena-base,
O Superior Tribunal de Justiça entende que o julgador não está adstrito a critérios pura-
mente matemáticos, havendo certa discricionariedade na dosimetria da pena, vinculada 
aos elementos concretos constantes dos autos. No entanto, o  quantum de aumento, 
decorrente da negativação das circunstâncias, deve observar os princípios da proporcio-
nalidade, da razoabilidade, da necessidade e da suficiência à reprovação e à prevenção 
do crime, informadores do processo de aplicação da pena.7
AgrAvAntes e AtenuAntes
Circunstâncias Atenuantes
Em sede de crimes ambientais existem determinadas circunstâncias previstas em lei que 
atenuam a pena do infrator. São elas:
I – baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;
II – arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do dano, ou limitação signi-
ficativa da degradação ambiental causada;
5 Observe-se, por exemplo, que no crime de homicídio, o motivo pode aumentar a pena (como ocorre no caso de homicídio 
cometido por motivo fútil ou torpe) bem como reduzi-la (como ocorre no caso deste ser cometido por motivo de relevante 
valor social ou moral).
6 Neste sentido, veja-se: AgRg no AREsp 760286 / PR. Relator(a): Ministro RIBEIRO DANTAS. Órgão Julgador: QUINTA TURMA. 
Data do Julgamento: 06/06/2019
7 REsp 1.599.138/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 24/4/2018, DJe 11/5/2018
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DIREITO AMBIENTAL
III – comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação ambiental;
IV – colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controleambiental.8
Circunstâncias Agravantes
Do mesmo modo, existem circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem 
ou qualificam o crime. Ou seja: somente quando tal circunstância não esteja prevista na Lei 
n. 9.605/1998 como “elementar” ou “qualificadora” do tipo penal ela será considerada como 
circunstância agravante. São elas:
I – reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II – ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas, por ato do Poder Público, a regime 
especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas ou beneficiada 
por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais das autoridades competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
penAs restrItIvAs de dIreItos
Conforme estabelece o art. 7º da Lei n. 9.605/1998, as penas restritivas de direitos são 
autônomas e substituem as privativas de liberdade em determinadas situações, a quais pas-
samos a elencar.
8 Art. 14 da Lei n. 9.605/1998.
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Tratando-se de crime culposo ou caso a pena privativa de liberdade aplicada seja inferior a 
quatro anos a substituição por pena restritiva de direitos será admitida. Exige-se, ainda, que a 
culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como 
os motivos e as circunstâncias do crime indiquem que a substituição seja suficiente para efei-
tos de reprovação e prevenção do crime.9
Duração da Pena Restritiva de Direitos
Por expressa disposição legal, tem-se que as penas restritivas de direitos a que se refere 
este artigo terão a mesma duração da pena privativa de liberdade substituída.
Modalidades de Penas Restritiva de Direitos
A Lei n. 9.605/1998 previu as seguintes espécies de penas restritivas de direito:
I – prestação de serviços à comunidade;
II – interdição temporária de direitos;
III – suspensão parcial ou total de atividades;
IV – prestação pecuniária;
V – recolhimento domiciliar.
Prestação de Serviços à Comunidade
Conceito: a prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição ao condenado de 
tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de 
dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível.10
9 Observe-se que regra similar encontra-se prevista no art. 44 do código penal, o qual estabelece que “as penas restritivas de 
direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada pena privativa de liberdade inferior a 
um ano ou se o crime for culposo; II – o réu não for reincidente; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
10 O texto da Lei n. 9.605/1998 (art. 9º) é similar ao previsto no código penal: Art. 46 – A prestação de serviços à comunidade 
consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a entidades assistências, hospitais, escolas, orfanatos e 
outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.
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Interdição Temporária de Direitos
Conceito: as penas de interdição temporária de direito são a proibição de o condenado 
contratar com o Poder Público, de receber incentivos fiscais ou quaisquer outros benefícios, 
bem como de participar de licitações, pelo prazo de cinco anos, no caso de crimes dolosos, 
e de três anos, no de crimes culposos.
Suspensão Parcial ou Total de Atividades
A suspensão de atividades destina-se a uma hipótese específica, qual seja a desobediên-
cia das prescrições legais.11
Prestação Pecuniária
Conceito: A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima ou à entida-
de pública ou privada com fim social, de importância, fixada pelo juiz, não inferior a um salário 
mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos.
Segundo entendimento do STJ,
A finalidade da prestação pecuniária é reparar o dano causado pela infração penal, motivo 
pelo qual não precisa guardar correspondência ou ser proporcional à pena privativa de 
liberdade irrogada ao acusado.12
�Obs.:� O valor pago será deduzido do montante de eventual reparação civil a que for conde-
nado o infrator.
Recolhimento Domiciliar
Tecnicamente, o recolhimento domiciliar constitui-se como uma modalidade de pena priva-
tiva de liberdade em regime aberto.13
11 Vide art. 11 da Lei n. 9.605/1998
12 AgRg no REsp 1.707.982/MG, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 19/4/2018, DJe 27/4/2018
13 Neste sentido, veja-se art. 117 da Lei de Execuções Penais (Lei n. 7.210/1984).
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Contudo, o recolhimento domiciliar, no âmbito da Lei n. 9.605/1998 foi classificado como 
uma espécie de pena restritiva de direitos, previsto no art. 13 da referida lei.
Segundo estabelece a Lei n. 9.605/1998, o  recolhimento domiciliar baseia-se na auto-
disciplina e senso de responsabilidade do condenado, que deverá, sem vigilância, trabalhar, 
frequentar curso ou exercer atividade autorizada, permanecendo recolhido nos dias e horários 
de folga em residência ou em qualquer local destinado a sua moradia habitual, conforme esta-
belecido na sentença condenatória.
suspensão condIcIonAl dA penA
A suspensão condicional da pena, prevista originariamente no código penal, foi inserida 
(com adaptações) no Lei n. 9.605/1998. Desse modo, nos crimes previstos na referida Lei, 
a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena privativa 
de liberdade não superior a três anos.
A suspensão condicional da pena no âmbito do código penal, exige o preenchimento cumu-
lativo de três requisitos. São eles:
• que o condenado não seja reincidente em crime doloso;
• que a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; e
• que não seja indicada ou cabível a substituição previstano art. 44 do Código Penal.
Seguindo tal raciocínio tem-se que, em sede de crimes ambientais, ainda que a pena tenha 
sido fixada em 3 anos (preenchendo assim o requisito objetivo do art. 16 da Lei n. 9.605/1998) 
é possível a culpabilidade, a  conduta social, as  circunstâncias e as consequências do deli-
to sejam desfavoráveis, fazendo com que os agentes não tenham direito ao sursis, pois não 
preenchidos os requisitos subjetivos previstos no inciso II do art. 77 do Código Penal.14
dA penA de multA
Ainda que se trate de multa estabelecida com base na Lei n. 9.605/1998 tem-se que esta 
será calculada segundo os critérios do Código Penal (JEUS, 2003).
14 HC 350897 / RS Relator(a) Ministro RIBEIRO DANTAS (1181) Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento 
18/05/2017 Data da Publicação/Fonte DJe 25/05/2017
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
DIREITO AMBIENTAL
Segundo o Código Penal, o valor máximo aplicado será de 360 dias-multa.15
Contudo, caso o juiz entenda que – ainda que aplicada no valor máximo – o valor apura-
do é ineficaz, poderá aumentar o valor da multa em até três vezes, tendo em vista o valor da 
vantagem econômica auferida.
dA obrIgAção de repArAr o dAno
No caso de suspensão condicional da pena, a Lei n. 9.605/1998 estabelece que a verifi-
cação da reparação a que se refere o § 2º do art. 78 do Código Penal16 será feita mediante 
laudo de reparação do dano ambiental, e as condições a serem impostas pelo juiz deverão 
relacionar-se com a proteção ao meio ambiente.
A perícia de constatação do dano ambiental, sempre que possível, fixará o montante do 
prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa.17
Do mesmo modo, a Lei n. 9.605/1998 explicitou que a perícia produzida no inquérito civil 
ou no juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o contraditório.18
Sentença Penal Condenatória e Reparação dos Danos Causados
A sentença penal condenatória, sempre que possível, fixará o valor mínimo para reparação 
dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo 
meio ambiente.19
Execução da Pena Pecuniária
Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo valor fixa-
do nos termos do caput, sem prejuízo da liquidação para apuração do dano efetivamente sofrido.
15 O valor do dia-multa será fixado pelo juiz, nos termos estabelecidos pelo art. 49, § 1º do CP, não podendo ser inferior a um 
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse salário.
16 Art. 78, § 2º do código penal: “Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circuns-
tâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior 
pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: a) proibição de frequentar determinados lugares; b) proibição de 
ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensal-
mente, para informar e justificar suas atividades.”
17 Art. 19 da Lei n. 9.605/1998.
18 Vide art. 19, parágrafo único.
19 Art. 20 da Lei n. 9.605/1998.
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penAs AplIcáveIs às pessoAs JurídIcAs
Conforme visto, a Constituição Federal permitiu a responsabilização penal da pessoa ju-
rídica. Contudo, as pessoas jurídicas, dada sua condição, submetem-se às seguintes penas:
I – multa;
II – restritivas de direitos;
III – prestação de serviços à comunidade.
Tais penas podem ser aplicadas de forma isolada, cumulativa ou alternativa.
Pena – de multa
A multa é a sanção penal mais aplicada em relação à pessoa jurídica e segue as mesmas 
regras estabelecidas no âmbito o código penal e já mencionadas nesta obra.
Penas restritivas de direitos da pessoa jurídica
Espécies: a Lei n. 9.605/1998 elencou três espécies de penas restritivas de direitos aplicá-
veis à pessoa jurídica. São elas:
I – suspensão parcial ou total de atividades20;
II – interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade21; e
III – proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou 
doações.22
Prestação de Serviços à Comunidade pela Pessoa Jurídica
A Lei n. 9.605/1998 previu, também, a possibilidade de aplicação de pena prestação de 
serviços à comunidade pela pessoa jurídica, a qual poderá ocorrer por meio de custeio de pro-
gramas e de projetos ambientais, execução de obras de recuperação de áreas degradadas, ma-
nutenção de espaços públicos ou contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas.23
20 A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às disposições legais ou regulamenta-
res, relativas à proteção do meio ambiente (art. 22, § 1º, da Lei n. 9.605/1998).
21 A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou 
em desacordo com a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar (art. 22, § 2º da Lei n. 9.605/1998).
22 A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções ou doações não poderá exceder o prazo 
de dez anos (art. 22, § 3º, da Lei n. 9.605/1998).
23 Vide art. 23 da Lei n. 9.605/1998.
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Pena – de Liquidação Forçada
Por fim, registre-se que a pessoa jurídica constituída ou utilizada, preponderantemente, 
com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime definido nesta Lei terá decretada 
sua liquidação forçada, seu patrimônio será considerado instrumento do crime e como tal per-
dido em favor do Fundo Penitenciário Nacional.
CAPÍTULO III 
DA APREENSÃO DO PRODUTO E DO INSTRUMENTO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA OU 
DE CRIME
Apreensão do produto e Instrumento de InFrAção AdmInIstrAtIvA ou 
de crIme
Visando coibir a prática de delitos ambientais, a Lei n. 9.605/1998 previu a possibilidade de 
apreensão de produtos e instrumentos da infração ambiental cometida.
É importante observar que tal apreensão pode ocorrer tanto na hipótese de crime quanto 
de infração administrativa.
Desse modo, verificada a infração, serão apreendidos seus produtos e instrumentos, 
lavrando-se os respectivos autos.24
Apreensão de Animais
Na hipótese da localização de animais em poder dos infratores estes serão prioritariamen-
te libertados em seu habitat. Porém, caso tal medida seja inviável ou não recomendável por 
questões sanitárias, tais animais serão entregues a jardins zoológicos, fundações ou entidades 
assemelhadas, para guarda e cuidados sob a responsabilidade de técnicos habilitados.25
Registre-se, no entanto que, até que os animais sejam entregues a estas instituições (jardins 
zoológicos, fundaçõesou entidades assemelhadas) o órgão que realizo a atuação deverá zelar 
para que estes sejam mantidos em condições adequadas de acondicionamento e transporte 
que garantam o seu bem-estar físico.
24 Vide art. 25 da Lei n. 9.605/1998.
25 Neste sentido, veja o art. 134, VII, do Decreto n. 6.514, de 22 de julho de 2008.
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Apreensão de Produtos Perecíveis ou Madeiras
Tratando-se de produtos perecíveis ou madeiras, serão estes avaliados e doados a institui-
ções científicas, hospitalares, penais e outras com fins beneficentes.26
Apreensão de Produtos e Subprodutos da Fauna não Perecíveis
Tratando-se de produtos e subprodutos da fauna não perecíveis estes serão destruídos ou 
doados a instituições científicas, culturais ou educacionais.27
Apreensão de Instrumentos Utilizados na Prática da Infração
Os instrumentos utilizados na prática da infração serão vendidos, garantida a sua desca-
racterização por meio da reciclagem.28
Por fim, registre-se que o Decreto n. 6.514/1998 determinou que o termo de doação de 
bens apreendidos vedará a transferência a terceiros, a qualquer título, dos animais, produtos, 
subprodutos, instrumentos, petrechos, equipamentos, veículos e embarcações doados.29
CAPÍTULO IV 
DA AÇÃO E DO PROCESSO PENAL
Ação penAl
Em razão da indisponibilidade do bem jurídico ambiental e da obrigatoriedade de atuação 
estatal com vistas a sua proteção, estabeleceu-se que a ação penal em sede de infrações 
penais previstas na Lei n. 9.605/1998 é pública incondicionada.
Deste modo, a ação penal será promovida por meio de denúncia do Ministério Público, não 
estando sujeita a qualquer condição de procedibilidade.
26 Neste sentido, veja o art. 134, I e II, do Decreto n. 6.514, de 22 de julho de 2008.
27 Neste sentido, veja o art. 134, III, do Decreto n. 6.514, de 22 de julho de 2008.
28 Neste sentido, veja o art. 134, IV, do Decreto n. 6.514, de 22 de julho de 2008.
29 Contudo, excepcionalmente admite-se que a autoridade ambiental autorize a transferência dos bens doados quando tal 
medida for considerada mais adequada à execução dos fins institucionais dos beneficiários. ( art. 137, parágrafo único, do 
Decreto n. 6.514/1998).
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Crimes Ambientais de Menor Potencial Ofensivo
Considera-se crime ambiental de menor potencial ofensivo aquele cuja competência para 
julgamento é do Juizado Especial Criminal (BITENCOURT, 1997).
A Lei n. 9.099/1995, por sua vez, estabelece que os Juizados Especiais Criminais possuem 
competência para a conciliação, o  julgamento e a execução das infrações penais de menor 
potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência.30
Por fim, a  referida lei considera como “infração penal de menor potencial ofensivo” as 
contravenções penais (independentemente da pena cominada) e os crimes a que a lei comine 
pena máxima não superior a dois anos, cumulada ou não com multa.
Transação Penal
A lei de crimes ambientais também previu a possibilidade de transação penal por meio de 
proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei 
n. 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Trata-se de possibilidade restrita aos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, 
exigindo-se, contudo, que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, salvo em caso 
de comprovada impossibilidade.
Suspensão Condicional do Processo
A suspensão condicional do processo constitui-se como um benefício previsto no âmbito 
da Lei n. 9.099/1995 e que traz como consequência – na hipótese de não haver revogação 
do benefício durante o prazo estabelecido – a extinção da punibilidade do agente (TÁVORA e 
ALENCAR, 2019).
Segundo estabelece o art. 89 da Lei n. 9.099/1995, o Ministério Público, nos crimes nos 
quais a pena mínima cominada seja de até um ano31 poderá, ao oferecer a denúncia, propor 
a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo 
30 Vide art. 60 da Lei n. 9.099/1995.
31 Não é necessário que o crime seja de menor potencial ofensivo, bastando que a pena mínima não ultrapasse um ano.
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processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que 
autorizariam a suspensão condicional da pena, constantes no art. 77 do Código Penal.32
Observe-se, ainda, que caso haja incidência de causa especial de aumento esta deverá 
ser levada em conta na fixação da pena mínima em abstrato, de tal forma que, ultrapassado o 
limite de 1 ano, é descabida a aplicação do sursis processual.33 Neste sentido, veja-se Súmula 
n. 243/STJ.34
Do exposto, tem-se que a suspensão condicional do processo é ato bilateral. Logo, exige a 
concordância clara e inequívoca do processado, por meio de declaração da vontade persona-
líssima, voluntária, formal, vinculada aos termos propostos, tecnicamente assistida e absoluta 
– ou seja, não pode ser condicional ou, tampouco, parcial.35
A Lei n. 9.605/1998 incluiu o instituto da suspensão condicional do processo em relação 
aos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, com as seguintes modificações:
• a declaração de extinção de punibilidade (decorrente da expiração do prazo de suspen-
são do processo sem revogação do benefício) dependerá de laudo de constatação de 
reparação do dano ambiental, salvo no caso de tal reparação não ser possível.
• na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa a reparação, 
o  prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o período máximo de cinco 
anos, com suspensão do prazo da prescrição;36
• findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo de constatação de 
reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu resultado, ser novamente prorro-
gado o período de suspensão, até o máximo de cinco anos, conforme mencionado;
32 Art. 77 do código penal: A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 
(dois) a 4 (quatro) anos, desde que: I – o condenado não seja reincidente em crime doloso; II – a culpabilidade, os antece-
dentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do 
benefício; III – Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 do Código Penal.
33 REsp 261371 / SP Relator(a) Ministro FERNANDO GONÇALVES. Órgão Julgador T6 - SEXTA TURMA Data do Julgamento 
15/10/2002 Data da Publicação/Fonte DJ 01/09/2003 p. 324.
34 Súmula n. 243/STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às infrações penais cometidas em 
concurso material, concurso formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja 
pela incidênciada majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano.
35 HC 30459 / SC Relator(a) Ministra LAURITA VAZ (1120) Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento 28/09/2004
36 É importante observar que durante o período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos incisos II, III e IV do § 1º 
do artigo 89 da Lei n. 9.099/1995.
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• esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de punibilidade de-
penderá de laudo de constatação que comprove ter o acusado tomado as providências 
necessárias à reparação integral do dano.
De todo o exposto, conclui-se que, nos crimes ambientais, a suspensão condicional do pro-
cesso sujeita-se ao disposto no art. 28 da Lei n. 9.605/1998, só se extinguindo a punibilidade 
após a emissão de laudo que constate a reparação do dano ambiental, prorrogando-se o sursis 
quanto a essa condição, caso a reparação não tenha sido completa.37
Revogação do Sursis
As hipóteses de revogação do sursis processual encontram-se previstas nos parágrafos 3º 
e 4º do art. 89 da Lei n. 9.099/1995.
O parágrafo terceiro contempla hipótese de revogação obrigatória. Assim, a suspensão 
será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por outro crime ou 
não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
Já o parágrafo quarto contempla hipótese de revogação facultativa. Desta forma, 
a suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo, por 
contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
Prazo para Revogação do Sursis
É importante observar que o benefício da suspensão condicional do processo pode ser re-
vogado mesmo após o transcurso do período de prova, desde que a causa da revogação tenha 
ocorrido durante o referido lapso temporal.38
Crimes Ambientais e Princípio da Insignificância
A jurisprudência do STJ admite a aplicação do princípio da insignificância aos crimes am-
bientais, desde que, analisadas as circunstâncias específicas do caso concreto, se observe 
37 RHC 62119 / SP Relator(a) Ministro GURGEL DE FARIA (1160) Órgão Julgador T5 – QUINTA TURMA Data do Julgamento 
10/12/2015 Data da Publicação/Fonte DJe 05/02/2016.
38 RHC 42864 / SC Relator(a) Ministro JORGE MUSSI (1138) Órgão Julgador T5 – QUINTA TURMA Data do Julgamento 
14/04/2015 Data da Publicação/Fonte DJe 22/04/2015.
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que o grau de reprovabilidade, a relevância da periculosidade social, bem como a ofensividade 
da conduta não prejudiquem a manutenção do equilíbrio ecológico, o que, na hipótese concre-
ta, não é possível de ser aferido, de plano, no atual momento processual.39
Assim, são requisitos para o reconhecimento da atipicidade da conduta:
• Mínima ofensividade da conduta do agente;
• Ausência de periculosidade social da ação;
• Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
• Inexpressividade da lesão jurídica provocada.
Uma vez preenchidos todos esses requisitos, torna-se possível a aplicação desse princípio, 
afastando-se a própria tipicidade penal.40 Frise-se, entretanto, que em razão do status constitu-
cional conferido à tutela jurídica do meio ambiente constitucional tem-se que a aplicação do prin-
cípio da insignificância nos crimes ambientais deve ficar restrita àquelas situações nas quais, 
evidentemente, não há que se falar em lesividade ao bem jurídico (DUARTE e DANTAS, 2009).
CAPÍTULO V 
DOS CRIMES CONTRA O MEIO AMBIENTE
clAssIFIcAção de crImes: crItérIos
Para o melhor estudo dos crimes ambientais, optamos por apresentar ao leitor um capítu-
lo específico analisando os diversos critérios de classificação existentes em relação a esses 
delitos. Assim, o  leitor encontrará neste capítulo a conceituação e o detalhamento de cada 
modalidade penal relevante para o tema deste livro.41
Eventuais observações pontuais e específicas em relação a cada crime serão feitas no 
momento de análise do respectivo tipo penal.
39 APn 888 / DF Relator(a) Ministra NANCY ANDRIGHI (1118) Órgão Julgador CE - CORTE ESPECIAL Data do Julgamento 
02/05/2018 Data da Publicação/Fonte DJe 10/05/2018
40 AgInt no AREsp 1269973 / GO Relator(a) Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO (1182) Órgão Julgador T6 - SEXTA 
TURMA Data do Julgamento 11/12/2018 Data da Publicação/Fonte DJe 01/02/2019
41 Dados os objetivos desta obra, serão apresentados, apenas, aquelas classificações relevantes para o estudo dos crimes 
ambientais.
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PRIMEIRO CRITÉRIO:
Com relação à necessidade de ocorrência de um resultado naturalístico para sua consuma-
ção, a doutrina classifica os delitos em:
• Crime Material: é aquele em que prevê um resultado naturalístico para sua consumação, 
sendo certo que o crime só se consuma com sua ocorrência.
• Crime Formal: é aquele em que o tipo penal descreve um resultado naturalístico, o qual, 
entretanto, não é exigido para sua consumação. Em outras palavras: a ocorrência do 
resultado é possível, mas é prescindível para a consumação do delito.
• Crime de Mera Conduta: é aquele no qual o tipo penal não descreve um resultado 
naturalístico, mas, apenas, uma conduta. Assim, a mera prática da conduta descrita já 
consuma o crime.
SEGUNDO CRITÉRIO:
Em relação à necessidade de uma característica específica do autor do crime, a doutrina 
classifica os crimes em:
• Crime Comum: é aquele que pode ser praticado por qualquer pessoa.
• Crime Próprio: é o que exige uma qualidade especial do agente para a prática do delito.
• Crime de Mão Própria: é aquele em que somente o autor pode praticar, não tem como pe-
dir para que outro o faça por ele. Não admite o chamado longa manus. Ex.: Prevaricação 
– Art. 319. Falso Testemunho – Art. 342.
TERCEIRO CRITÉRIO:
Com relação às condutas previstas no tipo penal incriminador, a doutrina classifica os 
crimes em:
• Crime de Ação Única: aquele que prevê uma única conduta típica no tipo penal.
• Crime de ação múltipla ou conteúdo variado ou tipo misto: é aquele em que o tipo penal 
é composto por mais de uma conduta típica, sendo certo que a prática de qualquer das 
condutas previstas já configura o delito em análise. Nessa modalidade delituosa, a prá-
tica de mais de um dos núcleos verbais, no mesmo contexto, configura crime único.
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QUARTO CRITÉRIO:
Com relação à quantidadede agentes que praticam a conduta típica, a doutrina costuma 
classificar os delitos em:
• Crime unissubjetivo ou unilateral ou monossubjetivo: é aquele no qual a conduta típica 
pode ser praticada por apenas uma pessoa.
Tal crime admite o concurso de pessoas, o  que pode ocorrer eventualmente. Por essa 
razão, também costuma ser denominado de crimes de concurso eventual.
• Crime plurissubjetivo ou de concurso necessário: diferentemente dos crimes unissubje-
tivos, estes delitos exigem, obrigatoriamente, uma pluralidade de autores para a prática 
do delito.
QUINTO CRITÉRIO:
Com relação à necessidade (ou não) de ocorrência de um dano ao bem jurídico tutelado, 
a doutrina costuma classificar os delitos em:
• Crime de dano: É aquele que exige a efetiva lesão de um bem jurídico.
• Crime de perigo: É aquele em que não se exige o dano, consumando-se com a mera 
possibilidade de dano, ou seja, com a simples exposição do bem a perigo de dano.
Tais crimes se subdividem em: Crimes de perigo real e crimes de perigo presumido.
• Crime de perigo concreto: é aquele no qual sua configuração típica exige a demonstra-
ção de que o bem jurídico efetivamente foi posto em perigo real, ou seja: a ocorrência do 
risco de dano ao bem jurídico tutelado deve ser demonstrada.
• Crime de perigo abstrato: é aquele no qual o legislador presume a ocorrência do risco ao 
bem jurídico tutelado com a prática da conduta descrita no tipo penal. Assim, nesses cri-
mes não há a necessidade de demonstração de que o bem jurídico foi colocado em risco.
SEXTO CRITÉRIO:
Com relação à forma como o delito será prática, os crimes podem ser classificados em:
• Crime de forma livre: é aquele no qual o tipo penal não estabelece um meio específico 
para execução do delito.
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• Crime de Forma Vinculada: é aquele no qual a lei estabelece uma forma ou formas 
específicas para a realização do núcleo do tipo penal.
SÉTIMO CRITÉRIO:
Como relação ao momento da ocorrência da consumação e sua extensão no tempo, 
pode-se falar em:
• Crime instantâneo: é aquele no qual a consumação ocorre em momento exato, ou seja: 
a consumação se dá em um momento determinado no tempo.
• Crime permanente: é aquele cuja consumação se protrai no tempo, ou seja: a fase da 
consumação continua existir à medida que o tempo passa.
Neste critério, a doutrina observa a existência de outras espécies, a saber:
• Crime instantâneo de efeitos permanentes: é aquele que se consuma imediatamente 
(ou seja: é uma espécie de crime instantâneo). Porém, os efeitos desse crime se prolon-
gam no tempo. Observe-se que, nessa hipótese, o agente causador do dano estará em 
situação de flagrante ainda que a conduta tenha se iniciado já a algum tempo.
• Crime a prazo é o nome dado aquele crime que sua consumação depende da ocorrência 
de determinado prazo.
OITAVO CRITÉRIO:
Com relação ao número de atos exigidos para a consumação do delito, a doutrina classi-
fica os crimes em:
• Crime unissubsistente: é aquele que se consuma com a prática de um único ato. Por 
essa razão, a doutrina majoritária entende que tal crime não admite tentativa.
• Crime plurissubsistente: é aquele cuja prática exige mais de uma conduta para sua con-
figuração, ou seja: há a necessidade de uma pluralidade de atos para que haja o crime.
NONO CRITÉRIO:
Quanto à forma da conduta pratica (positiva ou negativa) os delitos se classificam em:
• Crime comissivo: é aquele que é praticado por um comportamento positivo do agente, 
isto é, um fazer.
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• Crime omissivo: é aquele praticado por meio de um comportamento negativo, uma abs-
tenção, um não fazer.42
Seção I 
Dos Crimes contra a Fauna
De maneira simplista tem-se que a fauna é o conjunto de animais específicos de determi-
nado ambiente (habitat). Segundo estabelece a Lei n. 5.197, de 3 de janeiro de 1967, a fauna 
silvestre é constituída pelos animais de quaisquer espécies, em qualquer fase do seu desen-
volvimento e que vivam naturalmente fora do cativeiro.
No mesmo sentido, a lei de crimes ambientais conceitua como espécimes da fauna silves-
tre todos aqueles pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas 
ou terrestres, que tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do 
território brasileiro, ou águas jurisdicionais brasileiras.
tIpo penAl: Art. 29
• Conduta típica: matar, perseguir43, caçar, apanhar44, utilizar.
• Objeto material: espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória.
• Elemento normativo: sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade 
competente, ou em desacordo com a obtida.
Tais elementos do tipo penal são chamados de “normativos” em razão da necessidade de 
uma atividade valorativa, ou seja, um juízo de valor por parte do aplicador da norma (CUNHA 
et. al., 2019).
• Pena – detenção de seis meses a um ano, e multa.
• Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Trata-se, portanto, de crime comum.
Classificação
• crime de ação múltipla, também chamado de crime de conteúdo variado ou plurinuclear;
• crime instantâneo (na modalidade matar, apanhar e utilizar);
42 Os crimes omissivos se subdividem em crimes omissivos próprios e crimes omissivos impróprios.
43 Perseguir: seguir de perto, ir ao encalço de.
44 Apanhar: prender, capturar, agarrar.
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• crime permanente (na modalidade perseguir e caçar);
• crime comissivo;
• crime de resultado (crime material);
• crime comum;
• crime de ação única;
• crime unissubjetivo;
• crime de dano;
• crime de forma livre;
• crime plurissubsistente;
Consumação e Tentativa
Tratando-se de crime de resultado, o mesmo se consuma com a efetiva lesão do bem jurí-
dico tutelado, ou seja, com a morte, perseguição, ou caça de animal, sem a devida permissão, 
licença ou autorização da autoridade competente.
A tentativa é admissível, caso a consumação no ocorra por razões alheias à vontade do 
agente.
Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz
Caso o agente venha a desistir de prosseguir na execução do delito ou venha a impedir que 
o resultado se produza, só responderá pelos atos já praticados (PRADO, 2012).
Figuras Equiparadas:
Segundo estabelece o art. 29, § 1º, incorre nas mesmas penas:
I – quem impede45 a procriação da fauna, sem licença, autorização ou em desacordo com a obtida;46
II – quem modifica, danifica ou destrói ninho, abrigo ou criadouro natural;
III – quem vende, expõe à venda, exporta ou adquire, guarda, tem em cativeiro ou depósito, utiliza 
ou transporta ovos, larvas ou espécimes da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, bem como 
45 Na modalidade “impedir a procriação da fauna” tem-se uma hipótese de crime permanente, eisque sua execução se protrai 
no tempo.
46 Nota-se, aqui, a presença de um elemento normativo do tipo, consistente na expressão “sem licença, autorização ou em 
desacordo com a obtida”.
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produtos e objetos dela oriundos, provenientes de criadouros não autorizados ou sem a devida 
permissão, licença ou autorização da autoridade competente.
Perdão Judicial
A lei permite que, em determinadas situações, possa o juiz deixar de aplicar a pena. Exige-se, 
no entanto, que se trate de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada ameaçada 
de extinção. Nestas hipóteses pode o juiz, considerando as circunstâncias, deixar de aplicar 
a pena.
Conceito de Espécimes da Fauna Silvestre
Segundo estabelece a Lei n. 9.605/1998, são espécimes da fauna silvestre todos aqueles 
pertencentes às espécies nativas, migratórias e quaisquer outras, aquáticas ou terrestres, que 
tenham todo ou parte de seu ciclo de vida ocorrendo dentro dos limites do território brasileiro, 
ou águas jurisdicionais brasileiras.47
Causas de Aumento de Pena
A pena será aumentada em metade nas seguintes situações:
I – se o crime é praticado contra espécie rara ou considerada ameaçada de extinção, ainda que 
somente no local da infração;
II – se o crime é praticado em período proibido à caça;
III – se o crime é praticado durante a noite;
IV – se o crime é praticado com abuso de licença;
V – se o crime é praticado em unidade de conservação;
VI – se o crime é praticado com emprego de métodos ou instrumentos capazes de provocar destrui-
ção em massa.
Figura Qualificada
A pena é aumentada até o triplo, se o crime decorre do exercício de caça profissional.48
• Tipo Penal Específico: Atos de Pesca
47 Cf. art. 29, § 3º, da Lei n. 9.605/1998.
48 Art. 29, § 5º, da Lei n. 9.605/1998.
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Observe-se que a lei criou figuras típicas específicas para os atos de pesca. Assim, quando 
as condutas típicas forem praticadas contra espécimes da fauna aquática NÃO se aplica o 
disposto no art. 29, mas, sim, o disposto nos arts. 34 ou 35, a depender da situação descrita.49
tIpo penAl: Art. 30
Conduta típica: exportar para o exterior, ou seja: transportar para fora do País.
Objeto material: peles e couros de anfíbios e répteis em bruto.
Elemento normativo do tipo: sem a autorização da autoridade ambiental competente.
Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.
Classificação:
• Crime Formal
• Crime Comum
• Crime de Ação Única
• Crime Unissubjetivo
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
Consumação e Tentativa
Momento consumativo: Momento da saída do couro ou pele do país.
Tentativa: é admissível.
tIpo penAl: Art. 31
O tipo penal prevê a punição daquele que introduzir espécime animal no País, sem parecer 
técnico oficial favorável e licença expedida por autoridade competente.
Objetividade jurídica: consoante assevera CAPEZ (2018) protege-se o equilíbrio ecológico, 
que pode ser prejudicado com a introdução de espécime animal no País sem parecer favorável 
e licença.
49 Veja o art. 29, § 6º, da Lei n. 9.605/1998.
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Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Elemento normativo do tipo: Encontra-se contido na expressão “sem parecer técnico oficial 
favorável e licença expedida por autoridade competente”.
Classificação
• Crime Formal
• Crime Comum
• Crime de Ação Única
• Crime Unissubjetivo
• Crime de perigo abstrato
• Crime de forma livre
• Crime instantâneo
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
Consumação e Tentativa
O momento consumativo se dá no instante em que há a introdução do espécime animal 
no País.
Tentativa: é admissível.
tIpo penAl: Art. 32
Conduta típica: Praticar ato de abuso, maus-tratos50, ferir ou mutilar51.
Objeto material: animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Consumação e tentativa
O momento consumativo deste delito variará conforme a conduta praticada. Na conduta 
de “praticar abuso ou maus-tratos” o crime consuma-se no instante da produção do perigo de 
50 São exemplos de maus-tratos: bater, espancar, tratar com violência, manter o animal em lugar sujo ou inadequado.
51 Mutilar: extirpar parte do corpo do animal.
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dano aos animais. Nas condutas de “ferir” e “mutilar” a consumação ocorre com a efetiva lesão 
ou mutilação. Pode, portanto, ser crime de dano ou crime de perigo.
Tentativa: não é admissível.
Classificação:
• Crime de perigo/dano
• Crime de forma livre
• Crime de ação múltipla ou de conteúdo variado
• Crime Material
• Crime Comum
• Crime unissubjetivo
• Crime instantâneo
• Crime unissubsistente
• Crime comissivo/omissivo
Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.
Competência para julgamento: JECrim (Art. 61-Lei n. 9.099/1995).
Figuras equiparadas: incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou 
cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos 
alternativos.52
Aumento de pena: a pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.53
tIpo penAl: Art. 33
Conduta típica: provocar (produzir, gerar) o perecimento de espécimes da fauna aquática.
Requisitos:
 – que tais espécimes habitem em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou águas jurisdicio-
nais brasileiras;
 – que o perecimento de tais espécimes decorra da emissão de efluentes ou carreamento 
de materiais.
52 Art. 32, § 1º
53 Art. 32, § 2º
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
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Objetividade jurídica: O tipo penal tem como objetivo a proteção do equilíbrio ecológico.
Pena – detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas cumulativamente.
Classificação:
• Crime Material
• Crime Formal
• Crime Comum
• Crime de Ação Única
• Crime de Ação Múltipla ou Conteúdo Variado
• Crime Unissubjetivo
• Crime Plurissubjetivo
• Crime de Dano
• Crime de forma livre• Crime instantâneo
• Crime unissubsistente
• Crime plurissubsistente
• Crime comissivo
• Crime omissivo
Figuras equiparadas
Incorre nas mesmas penas:
I – quem causa degradação em viveiros, açudes ou estações de aquicultura de domínio público;
II – quem explora campos naturais de invertebrados aquáticos e algas, sem licença, permissão ou 
autorização da autoridade competente;54
III – quem fundeia embarcações ou lança detritos de qualquer natureza sobre bancos de moluscos 
ou corais, devidamente demarcados em carta náutica.55
54 Observa-se que tal crime só ocorrerá quando houver a presença do elemento normativo, ou seja: o crime só existirá se a 
exploração for realizada “sem licença, permissão ou autorização da autoridade competente”.
55 Art. 33, parágrafo único, da Lei n. 9.605/1998
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tIpo penAl: Art. 34
Conduta típica: Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em pescar em lugares 
interditados por órgão competente.
Pena – detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas cumulativamente.
Classificação:
• Delito Comum
• Crime Simples
• Crime Plurissubsistente
• Crime Comissivo
• Crime de Ação Única
• Crime Unissubjetivo
• Crime de Forma Livre
Segundo entendimento do STJ, a conduta prevista no art. 34 da Lei n. 9.605/1998 possui 
natureza formal, de perigo abstrato, que prescinde de qualquer resultado danoso para sua 
configuração.56
Consumação e tentativa
O crime se consuma com a efetiva retirada, extração, coleta, apanha, apreensão ou captura 
dos espécimes da fauna aquática ou dos vegetais hidróbios, no tipo penal previsto no caput.
Aliás, a captura é mero exaurimento da figura típica em questão, que se consuma com a 
simples utilização do petrecho não permitido.
Figuras equiparadas
Incorre nas mesmas penas quem:
I  – pesca espécies que devam ser preservadas ou espécimes com tamanhos inferiores aos 
permitidos;
56 AgRg no AREsp 1441288 / SC. Relator(a): Ministro JOEL ILAN PACIORNIK. Órgão Julgador: T5 - QUINTA TURMA. Data do 
Julgamento: 23/04/2019. Data da Publicação/Fonte: DJe 30/04/2019
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
DIREITO AMBIENTAL
II – pesca quantidades superiores às permitidas, ou mediante a utilização de aparelhos, petrechos, 
técnicas e métodos não permitidos;
III – transporta, comercializa, beneficia ou industrializa espécimes provenientes da coleta, apanha 
e pesca proibidas.
tIpo penAl: Art. 35
A Lei n. 9.605/1998 optou por criar um tipo penal específico quando a pesca é realizada 
com objetos ou substâncias que podem causar grandes danos ao meio ambiente.
Neste tipo penal a conduta ilícita não está no ato de pesca em sim, mas, sim, nos mecanis-
mos e instrumentos utilizados para a prática do ato.
Assim se o agente pescar mediante a utilização de explosivos ou substâncias que, em con-
tato com a água, produzam efeito semelhante; ou pescar mediante a utilização de substâncias 
tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade competente, sua pena passará para um novo 
patamar, qual seja: reclusão de um ano a cinco anos.
Conceito de pesca
A Lei n. 9.605/1998 traz um conceito legal de pesca. Segundo estabelece o Art. 36, consi-
dera-se pesca todo ato tendente a retirar, extrair, coletar, apanhar, apreender ou capturar espé-
cimes dos grupos dos peixes, crustáceos, moluscos e vegetais hidróbios, suscetíveis ou não 
de aproveitamento econômico, ressalvadas as espécies ameaçadas de extinção, constantes 
nas listas oficiais da fauna e da flora.
Consumação e tentativa: discussão doutrinária
Em razão do conceito legal apresentado, a doutrina classifica o crime de pesca como crime 
de atentado57, uma vez que a tentativa é punida da mesma forma que a consumação.
Neste ponto, a doutrina diverge, havendo aqueles que entendem que – diante da tipificação 
legal – este crime não admite tentativa e aqueles que entendem que a tentativa é possível, mas, 
em razão do tipo penal descrito a tentativa é punida com a mesma pena do crime consumado.
57 Crime de atentado ou de empreendimento é aquele no qual o legislador equipara a forma tentada à forma consumada do 
delito
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Lei n. 9.605/1998 – Lei dos Crimes Ambientais
DIREITO AMBIENTAL
Com relação à tentativa CAPEZ (2018) entende que está é possível, pois a pesca poderá 
não ocorrer por circunstâncias alheias à vontade do agente (por exemplo: art.  35 da Lei n. 
9.605/1998 – o sujeito é obstado pela autoridade florestal no momento em que ia acionar o 
dispositivo explosivo).
Causas de exclusão de ilicitude
A Lei n. 9.605/1998 trouxe eu seu texto uma serie de crimes contra a fauna, criminalizando 
condutas que venham a causar a morte de animais.
Contudo, em determinadas situações o abate de animal não será considerado crime 
(HABIB, 2019). Isso ocorrerá quando o abate for realizado:
I – em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua família;58
II – para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de animais, des-
de que legal e expressamente autorizado pela autoridade competente;
III – vetado.
IV – por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente.
Seção II 
Dos Crimes contra a Flora
Considera-se flora o conjunto das espécies vegetais de determinada região.
tIpo penAl: Art. 38
Observações preliminares: observe-se que a agravante do art. 15, II, “d”, da Lei n. 9.605/1998 
(“causar danos à propriedade alheia”) não pode incidir nesta hipótese, uma vez que o citado 
artigo é expresso no sentido de que tal agravante somente será aplicável quando não constituir 
o crime, sendo certo que o delito descrito no Art. 38 do mesmo diploma legal se refere, exata-
mente, à conduta de causar danos (“Destruir ou danificar floresta considerada de preservação 
permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção”).
Condutas típicas: DESTRUIR (fazer desaparecer, aniquilar, desfazer) e DANIFICAR 
(deteriorar, produzir dano, inutilizar) ou utilizá-la com infringência das normas de proteção.
58 Caça famélica
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Elemento normativo do tipo: observe-se que a última conduta típica mencionada (utilizá-la 
com infringência das normas de proteção) precisa de uma terceira norma que regule a prote-
ção de tais florestas. Tem-se, no caso, uma norma penal em branco.
Objeto material: floresta considerada de preservação permanente,

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