Buscar

PROJETO DE ENSINO - Respeito à Diversidade e Combate ao Preconceito - GLAICON HENRIQUE AMARAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

unopar
Sistema de Ensino A DISTÂNCIA
letras
Glaicon henrique amaral
PROJETO DE ENSINO
EM letras
-
DIVERSIDADE NA SALA DE AULA
Cidade
2020
Cidade
2020
Cidade
Fazenda Rio Grande
2020
GLAICON HENRIQUE AMARAL
PROJETO DE ENSINO
EM LETRAS
-
DIVERSIDADE NA SALA DE AULA
Projeto de Ensino apresentado à UNOPAR, como requisito parcial à conclusão do Curso de LETRAS.
Docente supervisor: Profª. Adriana Giarola Ferraz Figueiredo
Fazenda Rio Grande
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO	3
1	TEMA	4
2	JUSTIFICATIVA	5
3	PARTICIPANTES	6
4	OBJETIVOS	7
5	PROBLEMATIZAÇÃO	8
6	REFERENCIAL TEÓRICO	9
	6.1 O PAPEL DA ESCOLA	9
	6.2 A PREPARAÇÃO DO PROFESSOR	11
	6.3 PAULO FREIRE – UM DEFENSOR DO TEMA EM SALA DE AULA	12
7	METODOLOGIA	15
8	CRONOGRAMA	17
9	RECURSOS	18
10	AVALIAÇÃO	19
CONSIDERAÇÕES FINAIS	20
REFERÊNCIAS	21
INTRODUÇÃO
Em um mundo que se torna cada vez mais globalizado, com uma sociedade mais interativa do que já se imaginou, sabemos que essa aceleração nos avanços que estreitam as “distâncias”, ruma para uma tendência de ainda maior estreitamento e interatividade entre os agentes transformadores deste planeta que somos nós.
Mas como será possível atingirmos essa já tão sonhada e grande singularidade que viva em harmonia, se ainda hoje não se tem respeito por um vizinho ou colega que simplesmente torça por um time diferente ou aprecie um tipo de arte diferente do seu? E daí para temas e níveis muito mais fundamentais e críticos a serem tratados.
Diante de questionamentos como este, foi pensado também a importância de se trabalhar dentro da sala de aula a desconstrução do preconceito e o respeito pelas diferenças. Trazendo de forma lúdica e interativa, a habilidade de questionar um conceito, analisando a realidade.
Imagens, brincadeiras e conversas que mostrem o quanto uma mensagem pode ser distorcida, como também desenvolver a habilidade de buscar a verdade além de qualquer impressão ou idéia pré-concebida.
O projeto é destinado aos anos finais do ensino fundamental, desenvolvendo a subjetividade dos alunos os quais já trabalham com determinada complexidade de temas. 
É uma abertura para assuntos de extrema importância, que devem ter uma abordagem continuada em todos os anos.
19
TEMA 
Este projeto de ensino propõe como trabalho nas salas de aula dos últimos anos do ensino fundamental, as práticas de leitura e produção de texto, e para tal, toma como tema um assunto que é tão antigo, e tão atual ao mesmo tempo, que de acordo com todos os desdobramentos, implicação diretas ou indiretas, bem como os impactos sociais e psicológicos que vem causando na sociedade, evidencia a extrema importância e urgência em ser discutido, que é o Respeito à Diversidade e o Combate ao Preconceito.
O respeito ao próximo é algo que deve ser sempre ensinado como base às crianças já nos primeiros anos, e a proposta que este projeto de ensino vem trazendo, é expandir essa noção de que o caminho para o qual nossa sociedade está caminhando, está nos tornando a todos cada vez mais próximos. A tecnologia hoje na palma da mão das crianças, encurta as distâncias facilmente nos conecta em segundos ao outro lado do planeta.
O conceito de respeito não deve permancer limitado somente ao círculo social mais próximo da criança, senão não estará havendo nenhuma transformação de pensamento, pois respeitar quem já convive contigo e muitas vezes pode apresentar vários pontos de similaridades com suas características, ideologias, gostos e etc, não requer nenhum esforço. Ou pior, muitas vezes é instituído por obrigação, residindo suas razões de ser e justificativas a conceitos não ideais como: uma ordem recebida, o peso culturalmente associado aos laços sanguíneos ou de parentesco em geral, ou também por algum interesse em obtenção de algum tipo de vantagem como uma promoção ou boas notas.
O respeito deve ser verdadeiro e expandido a um conceito muito mais universal, abrangendo a totalidade de possibilidades de realidades diferentes que poderão e serão observadas durante a vida do sujeito, questões estas que devem ser trabalhadas, discutidas, esclarecidadas o quão antes possível, para que os preconceitos sejam desconstruídos em suas raízes mais profundas e entendido como a prática inadmissível que é, para que algum dia em um futuro mais próximo possível, isso tudo venha a ser simplesmente um triste erro longínquo cometido por essa civilização num passado distante, ao passo que o respeito seja desenvolvido já na fase da infância como prática natural do ser e constituinte de sua formação de personalidade e caráter.
JUSTIFICATIVA
Considerando a crescente nas interações sociais, maior também vai se tornando o contato com as diferenças, mas como podemos permanecer inertes em um mundo que já mede a composição química atmosférica de Saturno, mas que ainda maltrata e até mata por preconceito e intolerância?
De acordo com FANTINI (2014), “Intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar diferenças em crenças e opiniões. Ou Num sentido político e social, é a ausência de disposição para aceitar pessoas com pontos de vista diferentes.”
Geralmente a intolerância parte de alguma forma de  preconceito, podendo levar à discriminação, que é a exteriorização disso. Frequentemente formas comuns de intolerância incluem ações discriminatórias de controle social, como racismo, sexismo, antissemitismo , homofobia, heterossexismo, etaísmo (discriminação por idade), intolerância religiosa e intolerância política. 
A Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos da América permite manifestações sem risco de ação criminal. O que torna-se motivo de controvérsia quanto à legitimidade de um governo em aplicar a força para impedir aquilo que ele considera como incitamento ao ódio. Já em países como Brasil, Alemanha, França, e Portugal, as pessoas podem ser processadas por atitudes dessa ordem. Trata-se de um ponto sensível sobre quanta intolerância um governo deve aceitar e como ele decide o que categoriza uma manifestação como de origem intolerante.
E enquanto o debate sobre o que fazer com a intolerância alheia segue, algo que frequentemente ignora-se é como reconhecer e lidar com a nossa própria intolerância.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão é a segunda maior causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos no mundo. Além disso, a instituição indicou que cerca de 15% da população na mesma faixa etária sofre com ansiedade ou depressão. 
Essa fase da vida é uma das mais complicadas por ainda estarem em formação a personalidade e os valores, várias tomadas de decisão, mas agora potencializada pela falsa ideia de perfeição exposta em redes sociais, oque pode justificar o grande aumento nos transtornos mentais nos últimos anos como podemos observar.
Não podemos permitir que a prática do Bullying continue aumentando esta taxa.
PARTICIPANTES
Este Projeto de ensino foi idealizado como uma forma de se trabalhar a leitura e produção de texto com os alunos dos últimos anos do Ensino Fundamental, trazendo para a sala de aula discussões desenvolvidas na linguagem condizente com o contexto histórico-sócio-cultural em que os alunos estejam inseridos, fazendo sentido para eles e que tragam identificação através de exemplos.
Nessa fase da vida, a criança já traz consigo mais experiencias de interações sociais e uma capacidade de raciocínio e compreensão mais desenvolvidos, capazes de lidar melhor com a abordagem de assuntos mais complexos.
Se levarmos em consideração o quão maior e fácil vem sendo o acesso à Informação e a conectividade para as últimas gerações, com tantos jogos multiplayer, redes sociais, etc.; percebemos que obviamente na medida em que se tem um contato com um número cada vez maior de pessoas, da mesma forma também haverá um contato com um número maior de diferenças. Aí está a nossa responsabilidade como doscentes, de promover um ambiente que incentive à melhor forma possívelde lidar com isso.
OBJETIVOS
Com o desenvolvimento deste projeto, pretende-se alcançar em termos de objetivos geral e específicos, o trabalho das disciplinas curriculares escolares de leitura e interpretação de texto, como também a produção de texto, tendo como principal pano de fundo os temas da intolerância que são tão atuais e infelizmente ainda comuns, sendo de extrema relevância para serem trazidos à tona dentro da sala de aula e discutidos. 
Desmistificando idéias erradas e retrógradas, pretende-se de uma forma dinâmica propiciar aos alunos o desenvolvimento das habilidades de análise crítica da realidade, trazendo à atenção e ao entendimento de que todos estamos sujeito a experienciar situações de intolerância, incentivando o combate à manutenção e à propagação de idéias distorcidas ao longo dos tempos e promovendo assim também o exercício da empatia, culminando na consolidação de um Respeito Absoluto praticado verdadeiramente por uma sociedade mais consciente.
PROBLEMATIZAÇÃO
	
Conforme previsto no artigo XXVI da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que diz que “todo ser humano tem direito à instrução”, a inclusão escolar, além de ir ao encontro da garantia desse direito, também tem um papel importante no desenvolvimento socioemocional e psicológico das crianças, abrangendo e abrançando grupos de minoria, e garantindo que todos os que se encontram nesse ambiente aprendam e compreendo que as diferenças existem e compoem nossa humanidade, não podendo serem elas vistas como barreiras ou embasamentos discriminatórios que fortaleçam a intolerância e o preconceito.
 A urgência de trazer para a sala de aula assuntos como diversidade e respeito podem ser justificadas, por exemplo, por estudos recentes que tem apresentado o aumento significante de doenças como ansiedade e depressão nos jovens, além do impacto do bulling em suas vitimas. 
De acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), 17,5% dos alunos brasileiros, na faixa dos 15 anos, sofreram algum tipo de bullying “pelo menos algumas vezes no mês” (anglicismo que se refere a atos de intimidação e violência física ou psicológica, geralmente em ambiente escolar). 
Ainda em estudo do Pisa, foi constatado em 2015 que um em cada dez estudantes brasileiros é vítima de bullying, mesmo período que os casos de suícidio aumentaram no Brasil em 12%, sendo 18% entre jovens de 10 à 19 anos, conforme estatísticas do Sistema Único de Saúde (SUS).
Todos estes estudos fortalecem de forma nitída que trazer à estes jovens a temática é essencial, ainda mais em um ambiente destinado ao ensino e interação social, onde esperasse destes, do corpo pedagógico e da sociedade em geral, um espaço aberto à comunicação, interessão e respeito.
	
REFERENCIAL TEÓRICO
O respeito deve ser ensinado às crianças desde sempre, pois já nos primeiros anos de idade elas exploram o mundo através de testes de ação e reação, entendendo sobre limites, e são ensinados por exemplo, que não se deve puxar os cabelos do irmãozinho ou da coleguinha pois isto provocará naquele uma reação de dor, sendo a autora da ação já familiarizada com a abstração dessa sensação.
 Embasando essa necessidade do reconhecimento do outro como protagonista do teatro da vida constitui o vetor da mudança de paradigma. A comunhão com as diferenças é mais do que um simples ato de tolerância, é a afirmação de que a vida se amplia e se enriquece na multiplicidade. Ser diferente não significa mais ser o oposto do normal, mas apenas “ser diferente”. Este é, com certeza, o dado inovador: o múltiplo como necessário, ou ainda, como o único universal possível (MARQUES; MARQUES, 2003).
Na busca de promover esse ideal, as linhas à seguir reforçam à tese da urgência da abordagem de igualdade, diversidade e tolerância no ambito escolar, considerando a colocação e análises referências de autores que já trouxeram esses temas em pauta em suas obras.
6.1 O PAPEL DA ESCOLA
O desafio de formar professores para a diversidade afeta a escola que por não aprofundar a temática, acaba por excluir aqueles grupos que não são considerados a maioria dominante. Afeta a família que ainda não se encontra preparada para lidar com essa questão em casa, afeta diretamente os alunos que não estão preparados para lidar com essas questões com os alunos. Por mais que a imprensa tente ser clara e a busca pela tolerância e o respeito ao próximo seja amplamente divulgado, poucos estão atentos aos problemas enfrentados no dia a dia principalmente na sala de aula.
Precisamos de capacitação para conviver com a diversidade social no ambiente escolar, respeitando as distintas visões de mundo e valores, fortalecendo as ações de combate à discriminação e aos diversos tipos de preconceitos existentes na sociedade.
Todavia, a escola não tem conseguido acompanhar o ritmo de informações que ocorrem na complexidade da sociedade atual. Há um grande esforço de profissionais da educação em buscar novas formas de atrair a atenção do aluno na sala de aula. Deparamo-nos diariamente com diversas situações delicadas que não temos de imediato um posicionamento conciso. Ponto este também apontado no livro “Quem é o educador”, de Álvaro Vieira Pinto, referenciando que a a sociedade tem preparado os educadores para atuarem em um cenário ultrapassado, origem de uma consciência precedente. Este contexto mudou e o ambiente estável da escola antiga não existe mais. Temos educandos vivendo em um mundo que avança tecnologicamente tão rápido que chega a ser praticamente impossível acompanhar. Um mundo cibernético, no qual são necessários: criatividade, responsabilidade e profissionalismo.
Tais dificuldades dentro desta temática são relatadas no decorrer do Livro de Conteúdo Gênero e Diversidade na Escola (2009), no qual o autor descreveu seu reconhecimento da necessidade legitima de mudanças após uma palestra do Curso Gênero e Diversidade da Escola, onde propôs uma dinâmica com dois orientadores e expôs uma situações de dois relacionamentos e suas implicações no convivio e na realação sexual, tendo ainda como paradoxo o fato de serem relações homoafetivas.
As reações adversas e algumas posturas previstas, encorajarem o autor à discutir esse tema de forma ainda mais implícita:
Seja também corajoso e nobre para transformar em você o que for necessário. Assim, você oferecerá a sua contribuição para transformar essa realidade permeada de preconceitos e intolerância, que ainda hoje permeiam nossas escolas. (THIENGO, Edmar reis – “Livro de Conteúdo Gênero e Diversidade na Escola (2009 : 8).
De acordo com o decorrido no livro, conviver em sociedade com tantas diferenças quer seja de gênero, de linguagem, de raça e etnia, dentre outras, acaba gerando determinados tipos de discriminação e preconceitos, onde o a palavra preconceito é descrita como “qualquer atitude negativa em relação a uma pessoa ou a um grupo social que derive de uma ideia preconcebida sobre tal pessoa ou grupo” (2009, p. 197). Aponta ainda a desigualdade é um fenômeno social que produz uma hierarquização entre indivíduos ou grupos não permitindo um tratamento igualitário a todos no que se refere a oportunidades, acesso a bens e recursos, E a exclusão ainda real e explicita do negro, com toda desigualdade e exclusão social que permanecem vivenciadas, apontando assim a necessidade de que o Brasil crie políticas que viabilizem a inserção do negro nas universidades, no mercado de trabalho e, consequentemente, na sociedade, a fim de amenizar o sofrimento que foi causado às pessoas de pele negra.
O racismo é uma doutrina que afirma não só a existência das raças, mas também a superioridade natural e, portanto, hereditária, de umas sobre as outras. A atitude racista, por sua vez, é aquela que atribui qualidade aos indivíduos ou aos grupos conforme o seu suposto pertencimento biológico a uma dessas diferentes raças e, portanto, de acordo com as suas supostas qualidades ou defeitos inatos e hereditários.( Livro de Conteúdo Gênero e Diversidade na Escola (2009 : 196).
	Dessa maneira, se a escola simplesmenteignorar, ou agir como se não houvesse diferenças, ela estará aumentando e incentivando ainda mais o preconceito e a discriminação, tanto nas salas de aula, como fora delas; portanto, a escola precisa trazer esses problemas para serem discutidos dentro do seu âmbito. Por isso, Carrara (2009) defende que:
A desnaturalização das desigualdades exige um olhar transdisciplinar, que, em vez de colocar cada seguimento numa caixinha isolada, convoca as diferentes ciências, disciplinas e saberes para compreender a correlação entre essas formas de discriminação e construir formas igualmente transdisciplinares de enfrentá-las e de promover a igualdade. (CARRARA, 2009, p.28).
6.2 A PREPARAÇÃO DO PROFESSOR
Em um ambiente pedagógico a discução do tema diversidade toma uma relevância muito significativa, tanto quanto a relevância do próprio assunto em si e, é necessário que o próprio docente esteja preparado não apenas para abordar e trabalhar a discussão do tema, mas também para os desdobramentos e efeitos reais e significativos na vida dos alunos que participam daquele momento, visto que tal reflexão compreende não apenas à conhecimento de fatos históricos ou teóricos, mas principalmente à contrução de novos pensamentos e quebra de paradgmas, além de trabalhar emoções e até mesmo necessidade de auto conhecimento e reconhecimentos de caracteristicas ou perspectivas pessoais que necessitem serem retratadas ou reformuladas pelo próprio individuo. Ponto esse abordado por Sawaia (2002), em seu artigo “ O sofrimento ético-político como categoria de análise e dialética exclusão/inclusão”:
[...] estudar exclusão pelas emoções dos que a vivem é refletir sobre o ‘cuidado’ que o Estado tem com seus cidadãos (Sawaia, 2002: 99).
Essa conexão prévia e reflexão aprofundada do assunto permite ao educador uma melhor preparação, permitindo ao mesmo e até a todo corpo docente uma estrutura mais dinâmica, realista e encorajadora de trazer à realidade dos alunos esse cenário real e urgente de educação inclusiva, e todas as suas nuances.
6.3 PAULO FREIRE – UM DEFENSOR DO TEMA EM SALA DE AULA
O diálogo com a perspercitiva de inclusão em educação é defendida por Paulo Freire, que aborda diferentes pilares em seu livro “Conscientização: teoria e prática da liberdade – uma introdução ao pensamento de Paulo Freire”, no qual fala de si e descreve que sua primeira e mais importante aprendizagem foi a prática do diálogo, em um narrativa simples e, descrevendo momentos de sua vida, sendo eles bons ou difíceis. E, através de suas experiências mais duras o aproximou-o das questões mais problemáticas da vida em sociedade: a exclusão, em geral, e a lusão educacional, em especial. 
“Em Jaboatão experimentei o que é a fome e compreendi a fome dos demais” (FREIRE, 80:14).
Ainda embasiando a responsabilidade do educador e sua conexão com com os educandos, Paulo Freire aponta que cabe à Escola uma configuração democrática , do qual todos tenham o direito de participar, com oportunidades reais de participação e importância. Onde as barreiras à aprendizagem possam ser removidas. Todavia, isso o exige que o educador seja um companheiro dos educandos, (FREIRE, 2003: 62), ações que devem ser baseadas não necessariamente no gostar de um pelo outro, na ilusão que ser bonzinho, generoso em notas (no caso do professor) e bem-comportado (no caso estudantes) é que é o certo, mas no respeito mútuo, na consciência de que juntos têm jetos a construir e trabalhos a realizar, e na procura inquieta por formas mais responsáveis olidárias no que se refere à construção futura da humanidade.
Ainda trabalhando as responsabilidades e posturas no ambiente letivo, Paulo Freire questiona as posições e postura dos educadores, quanto no excercício da profissão assumem postura de superioridade, confrontando diretamente o objetivo proposto neste artigo, e praticamendo a “educação bancária”, que refere-se ao ato de depositar, transferir valores e conhecimentos. Freire atribui este ato de educação às escolas que entendem o conhecimento como transferência de informações daquele que o detém (o professor) para aquele que não o sui (o aluno), como se o professor fosse o único detentor de conhecimentos e depositário destes naqueles que são desprovidos. 
O(a) educando(a) torna-se um(a) mero(a) receptor(a) de conhecimentos, numa relação vertical, ou seja, “a educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os depositários e o educador o depositante” (FREIRE, 2002, p. 58). O(a) educador(a) julga-se detentor do saber e espera que todos(as) os(as) educandos(as) tenham um mesmo modo de pensar e os mesmos conhecimentos. Educação esta que se encontra diretamente ligada aos ideários do poder opressor, já que os oprimidos, impossibilitados de problematizar questões relacionadas à realidade que os oprime, simplesmente “aceitarão” esta realidade como ela é.
Todavia, Freire não apenas aponta essa postura arquiaica de ensino e que necessita urgentemente de reestruturação total e constante, como também descreve em mais de um momento a configuração que compreende aceitável e adequada à ser praticada pelos individeus no ambiente letivo, embasado no principio de que ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo,os homens se educam entre si mediados pelo mundo, pelas experiências de cada um e pela evolução do processo inclusivo, como descrito no texto: 
[...] o educador já não é mais o que apenas educa, mas o que, enquanto educa, é educado, em diálogo com o educando que, ao ser educado, também educa. Ambos, assim, se tornam sujeitos do processo em que cresc que os “argumentos de autoridade” já não valem. E qual tra elas. (FREIRE, 2003:68)
	Podemos assim concluir que o processo inclusivo é uma troca constante de saberes empíricos e acadêmicos, e é isto que nos leva à crítica e à recusa do ensino bancário, tendo em vista que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua produção ou construção. Contudo, quem ensina, aprende ao ensinar e quem aprende, ensina ao aprender. (FREIRE, 1996).
Tratar a inclusão como proposta de subverter o binômio exclusão/opressão é inserir no diálogo as necessidades, expectativas e diferenças dos sujeitos, incentivando e criando estratégias dialéticas de parti nela existem.
O professor que realmente ensina, quer dizer, que trabalha os conteúdos no quadro da rigorosidade do pensar certo, nega, como falsa, a fórmula farisaica do “faça o que eu mando e não o que eu faço”. Quem pensa certo está cansado de saber que as palavras a quem falta a corporeidade do exemplo pouco ou quase nada valem. Pensar certo é fazer certo. (FREIRE, 2003:34).
METODOLOGIA
No primeiro momento da primeira aula, a ancoragem da contextualização se dará através da busca de algumas definições no dicionário:
A do prefixo “Pré” para denotar a antecedência.
A de “Conceito” para reforçar uma idéia em geral.
Explicando então o termo Preconceito.
A definição de “Diferente”. Também a de “Ruim”.
Explicando então que literalmente “Diferente” não significa “Ruim”.
Então parte-se para a exibição de imagens coletadas na internet que tragam sentidos ambíguos ou idéias contrastantes ou de extremo opostos, bem como vídeos quebra de espectativa ou reviravolta de trama, para que se trabalhe a idéia que nunca devemos achar que sabemos de tudo.
Ainda aproveitando a interação ativa de todos nesse momento lúdico, o professor propõe a brincadeira clássica do “telefone sem fio”, tendo elaborado e escrito em um papel, uma frase de pelo menos 10 palavras. Irá revelar a mensagem somente ao primeiro aluno da primeira fila, o qual deverá passar a mensagem verbalmente e como bem entender, ao próximo aluno e assim por diante. Até que o último aluno aí sim transcreva em papel, para que o professor possa comparar com todos a Mensagem Inicial com a Mensagem Final.
Tendo a mensagem sido alterada pouco ou muito, o professor explicará como uma idéia pode ser distorcida e como depende de cada um de nós a propagação de uma idéia correta ou incorreta. Tanto explicitando o poder de tal habilidadecomo também a responsabilidade que nos cabe.
Nesse momento onde já se abalara qualquer possivel idéia de detenção de verdades absolutas, o professor entra com as explicações mais densas a respeito do perigo de se cultivar preconceitos, de que eles levam a práticas discriminatórias que ferem o próximo em níveis morais e psicológicos e até mesmo físicos. Explicar o quanto a prática do Bullying é nociva, sendo um dos grandes fatores responsáveis pelos altos indíces de depressão que muitas vezes culmina em suicídios ou tragédias coletivas como tantos tristes episódios já relatados nos jornais. Reforçar a importância de que toda prática de bullying deve sim ser reportada para que as devidas medidas e precauções sejam tomadas.
O professor então explicará sobre a Diversidade e como podemos todos nos beneficiar e aprender com culturas, idéias e pontos de vista e realidades diferentes da nossa.
Esclarecer que não precisamos gostar de todas as coisas, mas que julgamentos infundados são errados e danosos, e que acima de toda prática o respeito por todos de prevalecer.
Nesse ponto abre-se a aula para as perguntas que os alunos podem levantar a respeito dos temas tratados.
Após sanadas as dúvidas, o fechamento é feito ao pedir que os alunos olhem atentamente para suas mãos e percebam que nenhum de seus dedos é igual a outro, mas que mesmo tão diferentes, cada um é igualmente importante, que qualquer um ali faria falta, e que juntos na mão podem realizar coisas incríveis.
Na segunda aula será feita a leitura do poema “Diversidade” de Tatiana Belinky, que de forma clara e suave ela aborda algumas diferenças entre as pessoas como de personalidade, características físicas, cor de pele etc., e ainda conclui o poema afirmando quão bom é sermos diferentes.
E é então que como avaliação os alunos deverão produzir um texto individual, de 12 a 20 linhas, escolhendo um título de acordo com o tema trabalhado, falando sobre algum momento de suas vidas em que tinham algo por certo mas acabaram provando-se errados, e levantem propostas de como podemos alcançar um mundo mais igualitário, justo e harmônico, com uma sociedade mais integrada que verdadeiramente respeite as diferenças entre si.
CRONOGRAMA
	Aula
	1ª
	2ª
	Conteúdo
	Contextualização preconceitos e de diversidade.
	Poema “Diversidade” de Tatiana Belinky.
	Atividade
	Busca de definições no dicionário; dinâmica “telefone sem fio”; debate e perguntas.
	Leitura em voz alta e interpretação do texto em questão.
	Estratégia
	Compreender o contexto dos alunos e desenvolver a subjetividade bem como a análise crítica da realidade.
	Analisar as habilidades para com as atividades e promover o exercício de práticas empáticas.
	Recursos
	Exposição em tela ou projetor, através da rede, de imagens e vídeos relacionados à proposta de ensino.
	Texto exposto em tela ou projetor para leitura e análise do mesmo.
	Avaliação
	Atenção prestada; proatividade; interação com o professor e com o grupo; engajamento com o tema.
	Produção de texto individual dentro dos temas trabalhados. 
RECURSOS 
No que tange os recursos humanos, a própria interação entre o professor e os alunos, será a base para os desdobramentos que ocorrerão a partir da proposta do assunto. Desde a fundamentação do pensar sobre, até as dúvidas mais específicas que poderão e irão surgir ao passo que a compreensão for se desenvolvendo. Tudo isso levando-se em consideração o cruzamento racionalizado dos conceitos teóricos aplicados à “bagagem” de experiência de vida de cada um, confluindo em um ponto unificado de discussão que venha a agregar conteúdo a todos.
A rede de internet será utilizada para a busca de imagens/vídeos que tragam a idéia ambiguidade ou quebra de espectativa, para que sejam desenvolvidos os conceitos de análise crítica e compreensão de não detenção de verdades absolutas, principalmente por julgamentos precipitados.
Será necessário o uso de um kit multimídia com um computador ligado à rede, saída para som, e uma tela grande ou projetor para a exibição dos conteúdos que irão embasar os conceitos a serem trabalhados. 
Também serão utilizados papel e caneta, tanto para a dinâmica “telefone sem fio” quanto para cópia no caderno do texto lido, bem como para a produção de texto na avaliação final.
AVALIAÇÃO
Tendo na primeira etapa os assuntos sido bem desenvolvidos entre todos, as idéias principais assimiladas e dúvidas sanadas, parte-se para a segunda etapa do processo que será a avaliação final por assim dizer. Dito isto porque na verdade os alunos estarão sendo analisados e avaliados desde o primeiro momento conforme a atenção prestada, habilidades da leitura em voz alta, a proatividade para com os atos e atividades propostas, e o esforço em desprender-se e assumir auto-identificação com os pontos desenvolvidos nas discussões. 
Já na segunda etapa, após retomar os assuntos e relembrar pontos importantes, os alunos deverão realizar uma produção de texto individual, de 12 a 20 linhas, escolhendo um título condizente com os assuntos abordados, onde irão discorrer a respeito de algum momento de suas vidas em que tinham algo por certo mas acabaram provando-se errados, e levantem propostas de como podemos transformar e alcançar um mundo mais igualitário, justo e harmônico, com uma sociedade mais integrada que verdadeiramente respeite as diferenças.
Serão levados em consideração: a caligrafia, a ortografia, a gramática, mas acima de tudo o nível de profundidade desenvolvida pelo aluno para o texto e o comprometimento com a causa. Denotando a compreensão da seriedade e urgência do tema, bem como a busca por melhoria pessoal e coletiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização deste trabalho veio por explicitar a necessidade de se conciliar as práticas teóricas e didáticas atreladas ao desenvolvimento de temas tão essenciais a serem trabalhados em sala de aula, uma vez que é o lugar e o momento em que várias facetas, não só do caráter mas de toda complexidade dos alunos, está em formação. Precisamos como docentes, prover as ferramentas ideais para a evolução destes agentes do futuro.
A execução do projeto proporcionou uma análise mais a fundo sobre as raízes da intolerância e dos preconceitos, uma chamada para a urgência de nos auto-analisarmos, buscando o auto-conhecimento para eliminar o eco de erros plantados no passado, e que na repetição somente nos atrasam como seres em constante evolução. 
Tendo primeiramente clarificado as noções de respeito mais fundamentais, que deveriam já ser parte constituinte do indivíduo, é que parte-se para o desenvolvimento do próximo, para que assim possamos alcançar um nível superior de conscientização também global, de que são justamente as diferenças que nos tornam tão únicos, e que a singularidade só tem a agregar quando vislumbramos o ‘Todo’. 
As possibilidades de abordagem do assunto são inúmeras quando se busca compreender a realidade e o contexto sócio-histórico-cultural em que os alunos estão inseridos, pois basta ser humano para sofrer ou agir com preconceito em qualquer fase ou momento da vida, mas felizmente também é nossa como seres humanos a capacidade de exercitar a tolerância e o respeito por tudo e todos, objetivando uma vida mais plena no individual e também no coletivo.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA BRASIL. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-04/
BNCC. Base Nacional Comum Curricular. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 35 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003
MARQUES, Luciana Pacheco, MARQUES, Carlos Alberto. Do universal ao múltiplo: os caminhos da inclusão. In: LISITA, Verbena Moreira S. de S. e SOUSA, Luciana Freire E.C.P. (orgs.) Políticas educacionais, práticas escolares e alternativas de
Freire, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987: 59.
MEC. Ministério da Educação. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/34487
NOVA ESCOLA. Disponível em:
https://novaescola.org.br/conteudo/12462/suicidio-o-que-a-escola-pode-fazerNEVES, Flávia. Preconceito ou Pré-conceito. Disponível em: https://duvidas.dicio.com.br/pre-conceito-ou-preconceito/#:~:text=A%20forma%20preferencial%20de%20escrita,de%20forma%20junta%2C%20sem%20h%C3%ADfen.&text=H%C3%A1%20uma%20tend%C3%AAncia%20generalizada%20para,antecipado%20ou%20uma%20ideia%20preconcebida.
PINTO, Álvaro Vieira. Quem educa o educador? In: Pinto, Álvaro Vieira. Sete lições sobre educação de adultos. São Paulo: Cortez, 1984. p.107-118.

Continue navegando