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Contabilidade Gerencial

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Prévia do material em texto

2011
Contabilidade GerenCial
Prof. Luciano Fernandes
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof. Luciano Fernandes
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 
 657.48
 F363c Fernandes, Luciano
 Contabilidade gerencial / Luciano Fernandes. Indaial :
 Uniasselvi, 2011. 
 
 240 p. : il.
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-468-3
 1. Contabilidade gerencial I. Centro Universitário
 Leonardo da Vinci
 
III
apresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
 
Apresentaremos, neste Caderno de Estudos, os aspectos mais 
relevantes relacionados à Contabilidade Gerencial. Trata-se de uma 
ramificação da ciência contábil que se materializa nas corporações através 
de suas ferramentas gerenciais, possibilitando aos gestores obterem 
informações úteis para suas decisões operacionais de investimento e de 
financiamento, agregando, desta maneira, valor para a empresa que se utiliza 
da contabilidade gerencial.
O desafio então é compreender o funcionamento das ferramentas 
gerenciais que, alinhadas às necessidades das corporações, possibilitam 
melhorar seu desempenho econômico-financeiro com melhoria contínua em 
seus processos organizacionais.
O contador gerencial ou controller é um profissional valorizado no 
mercado de trabalho e as ferramentas que serão estudadas neste Caderno de 
Estudos proporcionarão o conhecimento necessário para que você ingresse 
neste mercado.
Espero que aproveitem ao máximo o desafio desta disciplina e bons 
estudos!
 
Prof. Luciano Fernandes
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1: INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL ............................................. 1
TÓPICO 1: ORIGEM DA CONTABILIDADE GERENCIAL .......................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE .................................................................................................. 3
3 CONTABILIDADE GERENCIAL VERSUS CONTABILIDADE FINANCEIRA ..................... 7
4 PRINCIPAIS USUÁRIOS DAS INFORMAÇÕES GERENCIAIS ............................................. 10
5 CONTABILIDADE GERENCIAL E SUA RELAÇÃO COM AS ÁREAS DO 
CONHECIMENTO HUMANO ............................................................................................................. 11
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 14
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 15
TÓPICO 2: A CONTABILIDADE GERENCIAL E O AMBIENTE EMPRESARIAL .................. 17
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 17
2 ASPECTOS GERAIS DO SISTEMA-EMPRESA ............................................................................ 18
2.1 ENFOQUE SISTÊMICO OU VISÃO SISTÊMICA ....................................................................... 18
2.2 EMPRESA COMO SISTEMAS E SEUS SUBSISTEMAS ............................................................ 19
3 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS .............................................................................. 23
3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO .......................................................... 24
3.2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL ................................................................................. 26
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 28
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 29
TÓPICO 3: TERMINOLOGIA DE CUSTOS ...................................................................................... 31
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 31
2 CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES.................................................................................................. 31
3 ELEMENTOS DE CUSTOS ................................................................................................................ 34
4 SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS ................................................................................. 34
4.1 SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS POR ORDEM DE PRODUÇÃO ..................... 35
4.1 SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS POR PROCESSO ............................................... 36
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 38
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 41
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 42
UNIDADE 2: A CONTABILIDADE GERENCIAL COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ...... 45
TÓPICO 1: PLANEJAMENTO E CONTROLE .................................................................................. 47
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 47
2 PROCESSO DE PLANEJAMENTO .................................................................................................. 47
3 TIPOS DE PLANEJAMENTO ............................................................................................................ 48
3.1 PLANEJAMENTO ESTRAGÉGICO ............................................................................................. 48
3.2 PLANEJAMENTO TÁTICO ........................................................................................................... 50
3.3 PLANEJAMENTO OPERACIONAL ............................................................................................ 51
sumário
VIII
3.3.1 Orçamento de vendas.............................................................................................................53
3.3.2 Orçamento de custos dos produtos vendidos .................................................................... 54
3.3.3 Orçamento de compras de materiais diretos ...................................................................... 56
3.3.4 Orçamento de mão de obra direta ........................................................................................ 57
3.3.5 Orçamento de custos indiretos de fabricação ..................................................................... 58
3.3.6 Orçamento de custos dos produtos vendidos .................................................................... 59
3.3.7 Orçamento de vendas e despesas administrativas ............................................................ 60
3.3.8 Orçamento de capital ............................................................................................................. 63
3.3.9 Orçamento de caixa ................................................................................................................ 63
3.3.10 Demonstrativo de resultado projetado .............................................................................. 64
3.3.11 Balanço patrimonial projetado............................................................................................ 64
4 RELAÇÃO PLANEJAMENTO E CONTROLE ................................................................................ 65
5 TIPOLOGIA, NATUREZA E FUNÇÃO DE CONTROLE ............................................................ 66
5.1 O CONTROLE GERENCIAL NAS ORGANIZAÇÕES .............................................................. 69
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 71
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 72
TÓPICO 2: CONTABILIDADE POR RESPONSABILIDADE........................................................ 75
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 75
2 DIVISÕES DA CONTABILIDADE POR RESPONSABILIDADE ............................................. 75
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 82
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 83
TÓPICO 3: CUSTOS PARA CONTROLE ........................................................................................... 85
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 85
2 CUSTOS POR PRODUTO VERSUS CUSTOS POR DEPARTAMENTO .................................. 86
3 CUSTOS CONTROLÁVEIS E CUSTOS ESTIMADOS ................................................................ 90
4 CUSTO PADRÃO ................................................................................................................................. 94
4.1 CONCEITO ....................................................................................................................................... 94
4.2 FINALIDADES DO CUSTO PADRÃO ......................................................................................... 95
4.3 ELABORAÇÕES DO CUSTO PADRÃO: FIXANDO QUANTITADE E VALOR PADRÃO 96
4.3.1 Materiais diretos ..................................................................................................................... 97
4.3.2 Mão de obra direta.................................................................................................................. 97
4.3.3 Custo indireto de fabricação (CIF) ....................................................................................... 98
5 ANÁLISE DAS VARIAÇÕES DO DESEMPENHO ORÇAMENTÁRIO ................................100
5.1 ANÁLISES DAS VARIAÇÕES DE MATERIAIS DIRETOS .....................................................101
5.2 ANÁLISES DAS VARIAÇÕES DE MÃO DE OBRA DIRETA .................................................105
5.3 ANÁLISES DOS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO ...................................................107
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 108
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................109
TÓPICO 4: GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS ......................................................................111
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................111
2 CONCEITO DE GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS ..........................................................111
3 CADEIA DE VALOR ..........................................................................................................................112
3.1 ESTRUTURA DA CADEIA DE VALORES ................................................................................116
3.2 EXPLORANDO OS ELOS COM FORNECEDORES E CLIENTES ........................................117
4 POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO ..........................................................................................118
5 DIRECIONADORES DE CUSTOS .................................................................................................120
RESUMO DO TÓPICO 4...................................................................................................................... 122
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................123
IX
TÓPICO 5: CUSTEIO DO CICLO DE VIDA TOTAL DO PRODUTO .......................................125
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................125
2 CICLO DE VIDA DO PRODUTO ...................................................................................................125
2.1 CICLO DE PESQUISA, DESENVOLVIMENTO E ENGENHARIA (PD&E) ........................128
2.2 CICLO DE FABRICAÇÃO ............................................................................................................130
2.3 CICLO DE SERVIÇOS DE PÓS-VENDA E DISTRIBUIÇÃO ..................................................130
3 CUSTO META .....................................................................................................................................131
4 CUSTO KAIZEN .................................................................................................................................134
RESUMO DO TÓPICO 5...................................................................................................................... 139
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................140
TÓPICO 6: CUSTOS DE QUALIDADE ............................................................................................141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141
2 CONTROLE DOS CUSTOS DA QUALIDADE ...........................................................................143
3 CUSTOS DE FALHAS OCORRIDAS NO CONTROLE DE QUALIDADE ...........................144
4 RELAÇÃO ENTRE OS CUSTOS DA QUALIDADE ...................................................................145
5 DETERMINANDO OS CUSTOS DA QUALIDADE ..................................................................146
RESUMO DO TÓPICO 6...................................................................................................................... 149
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................150TÓPICO 7: CUSTOS AMBIENTAIS ..................................................................................................153
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................153
2 CARACTERIZAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL .....................................................................154
2.1 PROCESSO DE GESTÃO AMBIENTAL .....................................................................................155
3 SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL AMBIENTAL ........................................................157
4 O SURGIMENTO DA CONTABILIDADE AMBIENTAL .........................................................158
5 DEFINIÇÃO DE DESPESAS E PERDAS AMBIENTAIS............................................................158
6 DEFINIÇÃO E EVIDENCIAÇÃO DOS CUSTOS AMBIENTAIS ............................................159
7 MENSURAÇÃO DE GASTOS DE NATUREZA AMBIENTAL ................................................160
RESUMO DO TÓPICO 7...................................................................................................................... 161
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................162
TÓPICO 8: INFORMAÇÕES ÚTEIS PARA DECISÃO .................................................................165
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................165
2 ARRENDAR OU VENDER ...............................................................................................................166
3 DESCONTINUAR SEGMENTO OU PRODUTO ........................................................................167
4 FABRICAR OU COMPRAR ..............................................................................................................168
5 SUBSTITUIR EQUIPAMENTO .......................................................................................................169
6 APLICAÇÕES DO CUSTO DE OPORTUNIDADE ....................................................................170
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................172
RESUMO DO TÓPICO 8...................................................................................................................... 174
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................175
UNIDADE 3: CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES ................................................................177
TÓPICO 1: CONCEITO E FUNDAMENTAÇÃO DO MÉTODO ................................................179
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................179
2 FUNDAMENTOS E CONCEITOS ..................................................................................................180
3 DIRECIONADORES DE CUSTOS OU COST DRIVERS ...........................................................186
4 OBJETOS DE CUSTOS......................................................................................................................188
5 PASSOS PARA IMPLANTAR O MÉTODO ABC NAS EMPRESAS .......................................189
X
5.1 ETAPA 1 – IDENTIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES ...................................................................190
5.2 ETAPA 2 – ATRIBUIR CUSTOS A CADA ATIVIDADE ..........................................................191
5.3 ETAPA 3 – IDENTIFICAR OS OBJETOS DE CUSTOS .............................................................194
5.4 ETAPA 4 – ALOCAR CUSTOS DAS ATIVIDADES AOS OBJETOS ......................................195
6 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO MÉTODO ....................................................................197
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................... 199
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................200
TÓPICO 2: APLICAÇÃO DO MÉTODO DE CUSTEIO ABC ......................................................203
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................203
2 EXEMPLO PRÁTICO .........................................................................................................................203
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 216
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................217
TÓPICO 3: GESTÃO BASEADA EM ATIVIDADES (ABM) ........................................................219
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................219
2 PRINCÍPIOS BÁSICOS .....................................................................................................................220
3 VISÕES PROPORCIONADAS PELA GESTÃO BASEADA EM ATIVIDADES (ABM) .....221
4 PASSOS PARA IMPLANTAR ABM NAS EMPRESAS ..............................................................222
5 ATUANDO SOBRE OS OBJETOS DE CUSTOS .........................................................................228
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................230
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 234
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................235
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 237
1
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE 
GERENCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:
• compreender como surgiu a contabilidade gerencial e compreender as 
principais diferenças da contabilidade financeira;
• conhecer os objetivos, as finalidades e a interação da contabilidade geren-
cial com os usuários da informação gerencial;
• compreender os aspectos do ambiente empresarial que alimentam o siste-
ma de informação gerencial;
• compreender e identificar as terminologias de custos.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No primeiro você encontrará 
os aspectos que delinearam o surgimento da contabilidade gerencial e suas 
principais características. No segundo tópico relatamos o funcionamento 
das empresas sob um enfoque sistêmico, considerando suas inter-relações e 
interações sistêmicas no ambiente empresarial e como este alimenta o sistema 
de informação gerencial. No terceiro tópico faremos uma revisão conceitual 
de algumas terminologias de custos já estudadas em módulos anteriores. Em 
cada tópico você encontrará atividades que o(a) ajudarão a compreender os 
conteúdos apresentados.
TÓPICO 1 – ORIGEM DA CONTABILIDADE GERENCIAL
TÓPICO 2 – A CONTABILIDADE GERENCIAL E O AMBIENTE 
EMPRESARIAL
TÓPICO 3 – TERMINOLOGIA DE CUSTOS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ORIGEM DA CONTABILIDADE GERENCIAL
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico iniciaremos nosso aprendizado abordando os fatores que 
motivaram o surgimento da contabilidade gerencial, ramo da ciência contábil 
que identifica quais são as principais diferenças, objetivos e finalidades, dos quais 
os usuários dependem.
Trata-se de um instrumento que possibilita aos gestores tomarem 
decisões mais acertadas na condução dos seus negócios e, para isto, é necessário 
estudar todo o processohistórico e conceitual para entender a importância que as 
empresas estão dando à contabilidade gerencial.
2 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE
Para entender o surgimento da contabilidade gerencial e seu papel nas 
organizações precisamos, antes, compreender como a Contabilidade evoluiu 
como ciência. A contabilidade que hoje conhecemos, não se sabe exatamente 
quem a inventou e nem quando surgiu. Contudo, sabe-se que desde os tempos 
mais primitivos o homem sentia a necessidade controlar sua riqueza e de forma 
rudimentar controlava seu patrimônio. Com o passar dos séculos e com a 
evolução natural da civilização, surge a necessidade de um método que evidencie 
as transações comerciais atendendo a outros interessados, dessa forma, surge a 
figura do investidor.
Considerado por muitos como “Pai” da Contabilidade, Luca Bartolomeo 
de Pacioli, que era matemático, em 1494 desenvolveu um capítulo em sua mais 
famosa obra destinada à Contabilidade na qual descreve o método de partidas 
dobradas.
Johnson e Kaplan (1993) relatam que antes do início do século XIX, 
praticamente todas as transações de trocas eram realizadas entre o dono do 
empreendimento e os consumidores e, deste modo, não existiam níveis de gerência 
que administravam as organizações. Observamos então que as necessidades das 
informações contábeis das empresas daquela época eram direcionadas para o 
ambiente interno, pois não executavam atividades muito complexas.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL
4
Atkinson et al. (2000, p. 38) afirmam que, “durante o século XIX, os sistemas 
contábeis das empresas foram desenhados para atender às tomadas de decisões 
e às necessidades de controle dos administradores”. Atkinson et al. (2000, p. 39), 
também pontuam que:
a demanda pela informação gerencial contábil pode ser relacionada 
aos estágios iniciais da revolução industrial nas tecelagens, em fábricas 
de armas e em outras operações industriais. Os proprietários usavam 
tal informação gerencial contábil para dois propósitos diferentes: para 
controlar e melhorar a eficiência, para decisões de preço e de mix de 
produtos.
A demanda desta informação decorre da revolução industrial que resultou 
no aumento da complexidade das atividades empresarias. A produção em larga 
escala exigiu a necessidade de contratar mais empregados para atender a demanda 
e, sozinho, com crescimento e descentralização das operações, o proprietário não 
tinha mais condições de administrar seus negócios. Surge, de maneira natural, 
a necessidade de verticalizar a empresa, ou seja, transferir funções antes sob 
o controle do proprietário para melhorar a eficiência das operações. Esse foi o 
principal motivo do surgimento da figura do gerente ou administrador.
No século XX, mudanças no ambiente empresarial continuaram a ocorrer 
e a contabilidade gerencial cada vez mais se tornava uma importante ferramenta 
decisória. Atkinson et al. (2000, p. 51) afirmam “muitas inovações nos sistemas 
de contabilidade gerencial ocorreram nas décadas iniciais do século XX para 
apoiarem o crescimento de empresas multidivisionais diversificadas”.
Conforme Grande (2008, p. 32):
O desenvolvimento dos negócios foi marcado por diversas 
transformações que envolveram alterações no porte e na estrutura das 
organizações, na forma de condução dos negócios, no aumento do 
nível de produção e na necessidade de informações e controle, assim 
como mudanças nos sistemas operacionais. Consequentemente, essas 
transformações deram origem a novas práticas e técnicas gerenciais.
Com o advento da globalização e a mudança da competitividade, as 
quebras de barreiras comerciais geraram concorrência mundial entre as empresas 
e fizeram com que a contabilidade financeira assumisse um papel regulatório 
voltado aos usuários externos (bancos, sindicatos, investidores, governo), 
enquanto a contabilidade gerencial assumiu papel de gestão voltado para os 
usuários internos (funcionários e administradores).
Em 1998 a International Federation of Accountants (IFAC) divulgou um 
pronunciamento que foi denominado de International Management Accounting 
Practice 1 (IMAP 1) cujo documento descrevia sua estrutura conceitual em que 
definia seus objetivos e o campo de aplicação de sua atividade, organização que 
passou a ser conhecida como contabilidade gerencial.
TÓPICO 1 | ORIGEM DA CONTABILIDADE GERENCIAL
5
O documento do IFAC (1998) abordava a evolução e as mudanças na 
contabilidade gerencial, com a definição de seu foco em relação aos seus estágios 
evolutivos, os artefatos utilizados e seu posicionamento na organização.
Em relação ao foco, o IFAC identificou em seu documento que a 
contabilidade gerencial teve quatro estágios evolutivos conforme demonstrado 
na figura a seguir.
FIGURA 1 – ESTÁGIOS EVOLUTIVOS DA CONTABILIDADE GERENCIAL
FONTE: Adaptado de IMAP 1 (IFAC, 1998)
Estágio 1 – Antes de 1950: foco na determinação de custos e controle financeiro, 
através do uso de orçamentos e tecnologias de contabilidade de 
custos.
Estágio 2 – 1950-1965: foco no fornecimento de informações para o planejamento 
e controle gerencial, através do uso de tecnologias, tais como análise 
de decisão e contabilidade por responsabilidade.
Estágio 3 – 1965-1985: atenção na redução de desperdício dos recursos utilizados 
nos processos da empresa, através do uso da análise de processos e 
tecnologias de gerenciamento de custos.
Estágio 4 – 1985 até hoje: atenção na geração de valor através do uso efetivo de 
recursos, de tecnologias que examinam os direcionadores de valor 
para o cliente e para o acionista, e de inovação organizacional.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL
6
IMPORTANT
E
Observe atentamente os estágios da contabilidade gerencial e perceba as 
mudanças de foco em cada estágio.
Em relação aos estágios, fica evidente que a partir da década de 1950, a 
contabilidade gerencial assumiu um foco mais direcionado a custo, planejamento 
e controle. Contudo, nos tempos atuais o foco da contabilidade gerencial está 
voltado para criação de valor da empresa, através de ações no processo de gestão 
que possibilitem aumentar o valor da empresa para os acionistas.
Os artefatos utilizados se materializavam na contabilidade gerencial 
com a finalidade de promover a eficiência das operações que foram dividas em 
quatros estágios, conforme o IMAP 1.
• No primeiro estágio os artefatos mais utilizados tiveram como fator básico 
promover o controle nas organizações, dentre os quais, foram classificados:
a) Custeio por Absorção.
b) Custeio Variável.
c) Controle financeiro e operacional.
d) Orçamento Anual.
• No chamado de segundo estágio, os artefatos mais utilizados foram motivados 
com a finalidade do planejamento gerencial, dentre os quais, foram classificados:
e) Custo Padrão.
f) Custo Baseado em Atividades (ABC).
g) Método de Custeamento RKW.
h) Orçamento de capital.
i) Descentralização.
• No terceiro estágio, os artefatos mais utilizados buscavam a redução de perdas 
no processo produtivo, dentre os quais foram classificados:
j) Gestão Baseada em Atividades (ABM).
k) Centros de responsabilidade.
l) Preço de transferência.
m) Custo Meta.
n) Método de Custo Kaizen.
o) Custeio do ciclo de vida.
• No quarto estágio, os artefatos mais utilizados buscavam a geração e criação 
de valor para a empresa, dentre os quais foram classificados:
p) Planejamento estratégico.
q) Balanced Scorecard.
r) Método de avaliação de desempenho: EVA, MVA.
TÓPICO 1 | ORIGEM DA CONTABILIDADE GERENCIAL
7
Notoriamente, a partir da década de 1950, a evolução histórica da 
contabilidade gerencial e a utilização de artefatos possibilitaram aos gestores, no 
curso de suas ações, promover a sua relevância assumindo um posicionamento 
estratégico dentro da organização.
Este posicionamento foi descrito pelo IFAC (1998) através do IMAP 1 nas 
quatro fases evolutivas da contabilidade gerencial da seguinte forma:
Estágio 1 – até 1950: atividade técnica necessária para perseguir os objetivos 
organizacionais.Estágio 2 – de 1950 até 1965: atividade de gerenciamento, mas em um papel de 
apoio.
Estágio 3 – de 1965 até 1985: parte integrante do processo de gestão.
Estágio 4 – até 1985 aos dias atuais: parte integrante do processo de gestão.
Podemos inferir que a contabilidade gerencial, como ramo da 
contabilidade, ultrapassa sua área de conhecimento, abrangendo e utilizando de 
técnicas e outras áreas do conhecimento, principalmente a partir do estágio 3, no 
qual passou a integrar o processo de gestão das empresas.
UNI
Caro(a) acadêmico(a)!
Se você compreendeu toda a evolução histórica da contabilidade, agora é possível entender 
as diferenças entre a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial.
3 CONTABILIDADE GERENCIAL VERSUS CONTABILIDADE 
FINANCEIRA
Segundo Iudícibus (1998, p. 21), a contabilidade gerencial pode ser:
[...] caracterizada superficialmente como um enfoque especial, 
conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos 
e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, 
na análise financeira de balanços etc., colocados numa perspectiva 
diferente, um grau de detalhe mais analítico ou numa forma de 
apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os 
gerentes das entidades em seu processo decisório. A contabilidade 
gerencial, num sentido mais profundo, está voltada única e 
exclusivamente para a administração da empresa, procurando suprir 
suas informações que se encaixam de maneira válida e efetiva no 
modelo decisório do administrador.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL
8
Com esse conceito podemos inferir que suas características principais estão 
relacionadas ao seu tipo de usuário da informação, em que para atendê-los pode 
ter múltiplos objetivos, pois não há regras básicas ou princípios fundamentais 
da contabilidade a serem seguidos, é divisional, ou seja, busca informações 
segmentadas do negócio, leva em conta a questão temporal da informação que 
para ser útil e relevante tem de ser rápida e objetiva.
Desta forma, a precisão da informação não é o ponto de maior relevância, 
contudo conforme Pizzolato (2000, p. 195), o objetivo para a contabilidade gerencial 
abrange “o auxílio no planejamento, na medição e avaliação da performance, na 
fixação de preços de venda e na análise de ações alternativas.”
“Uma das principais diferenças da contabilidade gerencial em relação à 
contabilidade financeira é a liberdade na escolha de critérios contábeis, visto que 
aquela não é regulamentada como esta.” (GRANDE, 2008, p. 30-31).
A contabilidade financeira deve fornecer informações baseadas em regras 
e normas governamentais e em conformidade com os princípios fundamentais 
da Contabilidade. Assim sendo, as informações devem ser objetivas e precisas, 
enquanto a contabilidade gerencial deve fornecer informação útil e relevante, 
sendo que os princípios fundamentais da Contabilidade podem ser ignorados 
sob o ponto de vista de gestão, entretanto a subjetividade e precisão são pontos 
fortes na contabilidade gerencial.
Outra forte característica em que se diferenciam diz respeito à mensuração: 
a contabilidade financeira gera informações apenas financeiras e a contabilidade 
gerencial gera informações para uma mensuração física e econômica. (ATKINSON 
et al., 2000).
A contabilidade financeira para Atkinson et al. (2000, p. 37) é definida 
como “Processo de elaboração de demonstrativos financeiros para propósitos 
externos: pessoal externo à organização, como acionistas, credores e autoridades 
governamentais”.
Atkinson et al. (2000, p. 36), definem ainda contabilidade gerencial como 
“o processo de produzir informação operacional e financeira para funcionários 
e administradores. O processo deve ser direcionado pelas necessidades 
informacionais dos indivíduos internos da empresa e deve orientar suas decisões 
operacionais e de investimentos”. 
Observamos que o conceito proposto deixa evidente algumas diferenças 
entre a Contabilidade financeira e a gerencial como: (i) a definição do usuário 
da informação para a contabilidade financeira é externa e para a contabilidade 
gerencial é interna; (ii) a finalidade da contabilidade financeira é gerar informação 
através dos relatórios financeiros, enquanto a contabilidade gerencial busca 
suprir necessidades informacionais que apoiem decisões gerenciais.
TÓPICO 1 | ORIGEM DA CONTABILIDADE GERENCIAL
9
Para melhor entendimento das diferenças entre a contabilidade gerencial 
e a contabilidade financeira são ilustradas no quadro a seguir.
QUADRO 1 – CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS CONTABILIDADES FINANCEIRA E GERENCIAL
 
CONTABILIDADE
FINANCEIRA
CONTABILIDADE GERENCIAL
CLIENTELA Externa – acionistas, credores, autoridades tributárias.
Interna – funcionários, administradores, 
executivos.
PROPÓSITO 
Reportar o desempenho passado 
às partes externas; contratos com 
proprietários e credores.
Informar decisões internas tomadas pelos 
funcionários e gerentes; feedback e controle 
sobre desempenho com proprietários e 
credores operacional; contratos.
DATA Histórica, atrasada. Atual, orientada para o futuro.
RESTRIÇÕES 
Regulamentada – dirigidas por 
regras e princípios fundamentais 
da contabilidade e por autoridades 
governamentais.
Desregulamentada – sistemas e informações 
determinadas pela administração para 
satisfazer necessidades estratégicas e 
operacionais.
TIPO DE 
INFORMAÇÃO
Somente para mensuração 
financeira.
Mensuração física e operacional dos 
processos, tecnologia, fornecedores e 
competidores.
NATUREZA DA 
INFORMAÇÃO 
Objetiva, auditável, confiável, 
consistente, precisa.
Mais subjetiva e sujeita a juízo de valor, 
válida, relevante, acurada.
ESCOPO Muito agregada – reporta toda a empresa.
Desagregada – informa as decisões e ações 
locais.
FONTE: Adaptado de Atkinson et al. (2000, p. 38)
Como podemos perceber a contabilidade financeira relata aos usuários 
externos interessados na informação, desempenhos passados ou históricos, 
segundo regras definidas, normas reguladoras do governo e as políticas contábeis, 
cuja informação de natureza financeira deve ser fidedigna e de visão global em 
relação aos eventos ocorridos que movimentaram o patrimônio da empresa.
Contudo, na contabilidade gerencial, o enfoque da informação é destinado 
aos usuários internos que necessitam de informação útil para tomada de decisão 
dos gestores internamente, cuja informação deve ser física e operacional de todas 
as atividades da empresa. Mesmo que seja subjetiva é inegável que seja uma 
informação relevante e detalhada o suficiente, para apoiar ações e decisões sobre 
cada área que movimenta o patrimônio da empresa.
Iudícibus (1998, p. 21) explica que a contabilidade gerencial se utiliza de 
técnicas e procedimentos contábeis que são conhecidos e tratados na contabilidade 
financeira e em outras áreas de conhecimento.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL
10
Como os processos que envolvem esses dois ramos da contabilidade 
normalmente se fundem, ou seja, muitas vezes, a mesma informação serve 
para os dois usuários (internos e externos) precisamos entender onde termina a 
contabilidade financeira e onde começa a contabilidade gerencial. 
Conforme Iudícibus (1998, p. 22) relata, o ponto de ruptura é complexo de 
se identificar, contudo, alguns relatórios financeiros como o balanço patrimonial, 
demonstração de resultado do exercício podem ser considerados como o divisor 
de águas entre a contabilidade financeira e gerencial. 
Percebemos então que os relatórios financeiros servem tanto aos interesses 
sob o ponto de vista do atendimento aos usuários externos, para atender exigências 
legais, como também serve de ponto de partida para atender aos usuários internos 
quanto aos interesses voltados ao desempenho das operações da empresa.
UNI
Caro(a) acadêmico(a)!
Se você compreendeu essas diferenças na contabilidade, parabéns! Prossiga com seus 
estudos, mas vá com calma, pois você ainda terá muito para estudar.
4 PRINCIPAIS USUÁRIOSDAS INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Já aprendemos que o objetivo básico da informação gerada pela 
contabilidade é auxiliar os seus interessados (clientes internos ou externos) na 
condução da melhor decisão a ser tomada. Horngren, Sundem, Stratton (2004, p. 
4) definem que, em regra geral, os usuários da informação contábil se enquadram 
em três categorias:
1. Gestores internos que usam a informação contábil para o 
planejamento e controle, a curto prazo, de operações rotineiras;
2. Gestores internos que usam a informação para tomar decisões não 
rotineiras (por exemplo, investir em equipamentos, determinar o 
preço de produtos e serviços [...] e formular as políticas gerais e planos 
de longo prazo;
3. Usuários externos, tais como investidores e autoridades 
governamentais, que usam a informação para tomar decisões a 
respeito da empresa.
TÓPICO 1 | ORIGEM DA CONTABILIDADE GERENCIAL
11
Na contabilidade gerencial os gestores internos que tomam decisões 
rotineiras ou não rotineiras podem demandar informações diferenciadas. Como 
exemplo, um gestor pode receber um relatório orçamentário, no qual comparando 
as informações com o planejamento, pode reportar ao seu superior os motivos 
das divergências encontradas. Entretanto, essas mesmas informações podem 
sinalizar a necessidade de novos investimentos, decisões de comprar ou fabricar, 
ou ainda, até mesmo, descontinuar um determinado produto.
IMPORTANT
E
Lembre-se de que o objetivo básico da informação gerada pela contabilidade é 
auxiliar os seus interessados (clientes internos ou externos) na condução da melhor decisão 
a ser tomada.
Uma vez entendido o foco de interesse da contabilidade gerencial 
enquanto produção da informação contábil, necessitamos compreender como 
esta se materializa como ramo da contabilidade a partir do relacionamento com 
as demais áreas do conhecimento.
5 CONTABILIDADE GERENCIAL E SUA RELAÇÃO COM AS 
ÁREAS DO CONHECIMENTO HUMANO
Com o surgimento da escola italiana de contabilidade e a expansão do 
método de partidas dobradas do frei Luca Paccioli, a contabilidade começou a 
ter sua importância como ciência. Em fins do século XIX e o início do século XX 
aconteceram fatos que deram origem a um crescimento da Contabilidade, ou 
seja, o aprimoramento e aumento da complexidade das atividades operacionais, 
tanto na indústria quanto no comércio, favoreceu para o desenvolvimento da 
Contabilidade e, principalmente, de seus usuários que cada vez mais necessitavam 
de informações para tomada de decisão, com garantias de segurança aos seus 
investimentos. (FAVERO et al., 1997).
À medida que foram aparecendo, como consequência da evolução 
dos tempos e das organizações, os outros “players”, da Contabilidade foram 
se transformando, aos poucos, de um engenhoso sistema de escrituração e 
demonstrações contábeis simplificadas, num complexo sistema de informação 
e avaliação, com características científicas, institucionais e sociais de grande 
relevo, tendo como objetivo central suprir a necessidade informacional de seus 
usuários internos e externos à entidade a que se refere. (IUDÍCIBUS; MARTINS e 
CARVALHO, 2005, p. 11).
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL
12
Em essência, Iudícibus, Martins e Carvalho (2005, p. 13) pontuam que:
[...] a Contabilidade, que nasceu para finalidade gerencial, mas sob 
a forma de Contabilidade Financeira, apresenta uma mutação e se 
transforma, mais tarde, em Contabilidade Gerencial, entre outras 
espécies derivadas. Na verdade, a essência da Contabilidade Financeira 
faz parte da genética inicial da Contabilidade Gerencial.
Nas empresas, a complexidade das operações transformou a Contabilidade 
em um sofisticado sistema de informações e foi fundamental na dissociação entre 
a figura do proprietário e do gestor (gerente). As organizações passaram a ter 
administradores gerindo os negócios e as entradas de capitais. As empresas 
abriram oportunidades para investidores aplicarem seus recursos visando o 
retorno esperado.
Com a necessidade desses gestores em promover a eficiência das operações 
nas empresas, o efeito natural foi evolução da Contabilidade, dividindo-a em 
ramos de conhecimento, como, por exemplo, além da contabilidade financeira e 
gerencial, a contabilidade de custos que, de acordo com Iudícibus (1998, p. 22), 
“todos os procedimentos contábeis e financeiros ligados a orçamento empresarial, 
a planejamento empresarial, a fornecimento de informes contábeis e financeiros 
para decisão entre cursos de ação alternativos recaem, sem sombra de dúvida, no 
campo da contabilidade gerencial”.
Desta maneira, imaginamos que a contabilidade gerencial jamais poderia 
ter evoluído e agregado tantos artefatos (ferramentas gerenciais) se não tivesse 
estreitamente relacionada com outras áreas do conhecimento.
A esse respeito Fragoso, Ribeiro Filho e Libonati (2006, p. 106) relatam que “a 
Contabilidade iniciou um processo de transformação, no qual necessitaria recorrer 
a outras áreas de conhecimento (afins ou não) para melhor atender seus objetivos”.
IMPORTANT
E
Perceba que a contabilidade gerencial se relaciona com as diversas áreas do 
conhecimento humano e isto requer profundos conhecimentos técnicos e comportamentais 
do contador gerencial.
TÓPICO 1 | ORIGEM DA CONTABILIDADE GERENCIAL
13
Portanto, a contabilidade gerencial em relação a sua afinidade com outras 
áreas do conhecimento humano deve ser compreendida como um conjunto de 
conhecimentos específicos de outros ramos da Contabilidade, ou mesmo de 
outras ciências que são utilizadas pela contabilidade gerencial que, sob o ponto 
de vista gerencial, auxiliará no processo de tomada de decisão. Como exemplo, 
temos:
• Contabilidade Financeira: apesar de a contabilidade financeira ser direcionada 
para atender as exigências fiscais e a contabilidade gerencial ser direcionada 
para a gestão interna da empresa, ambas se utilizam de informações contábeis 
semelhantes para produzir informações úteis com o objetivo de atender seu 
público específico.
• Contabilidade de Custos: inicialmente criada para atender os critérios de 
avaliação de estoques das empresas industriais, passou a exercer funções 
essenciais na contabilidade gerencial como auxiliar no controle e tomada de 
decisão, bem como gerar informações para formação de preços nas empresas.
• Análise de Balanços: utiliza-se de técnicas matemáticas da análise de balanço 
para gerar informações de análise e tomada de decisão.
• Economia: os conceitos econômicos geraram informações úteis quanto a 
eficiências das operações e maximização do lucro e afetam a contabilidade 
gerencial como conceito de utilidade, risco e determinação de valor em que 
podemos citar como exemplo as formas que definem o critério de depreciação 
dos ativos.
• Administração: utiliza-se das informações da contabilidade para saber se os 
custos de capitais remuneram (lucro gerado) os investimentos realizados.
• Estatística: os métodos estatísticos são essencialmente vitais para a contabilidade 
gerencial. Utiliza-se das técnicas estatísticas para gerar informações confiáveis, 
das simples, como, por exemplo: percentual, média, desvio padrão, às mais 
complexas, como: coeficiente de correlação, análise de regressão etc.
• Ciências comportamentais: utilizam-se desta ciência para influenciar o 
comportamento das pessoas orientadas ao cumprimento dos objetivos 
organizacionais. 
• Ciências jurídicas: estão estreitamente ligadas aos diversos ramos do 
direito, pois as empresas têm suas atividades reguladas pelo Direito, como, 
por exemplo: o direito tributário no qual o Estado impõe uma contabilidade 
normativa.
14
Caro(a) acadêmico(a)! Neste tópico você pôde entender que:
• A contabilidade gerencial surgiu de um processo evolutivo natural da 
contabilidade, influenciado pela evolução tecnológica e por mudanças 
comportamentais nas relações, no mercado internacional.
• Desde o surgimento até a revolução industrial a contabilidade praticamente era 
puramente financeira, mas com a complexidadedas atividades empresariais, 
a separação da figura do proprietário e do administrador e com a crescente 
demanda de aporte de capital de investidores, surge a contabilidade de custos 
com a finalidade de suprir as necessidades de informações internas da empresa.
 
• Na década de 1950, foram registradas mudanças mais específicas com foco 
no controle, planejamento, otimização de recursos até o momento de voltar-
se para a criação de valor. Todo esse processo comportamental fez surgir a 
contabilidade gerencial.
• A contabilidade gerencial tem como objetivo principal prover os usuários 
internos, ou seja, os gestores em seus níveis, operacional, tático ou gerencial e 
estratégico de informações úteis e relevantes para uma boa tomada de decisão.
RESUMO DO TÓPICO 1
15
1 Assinale em cada alternativa “CG” quando corresponder à característica 
da contabilidade gerencial e “CF” quando corresponder a características da 
contabilidade financeira.
AUTOATIVIDADE
DESCRIÇÃO DA CARACTERÍSTICA RESPOSTA
Clientela externa: acionistas, credores, autoridades tributárias. 
Tipo de informação mensuração física e operacional dos processos, 
tecnologia, fornecedores e competidores.
 
Tem como propósito reportar o desempenho passado às partes externas; 
contratos com proprietários e credores.
 
Quanto à sua natureza: mais subjetiva e sujeita a juízo de valor, válida, 
relevante, acurada.
 
A data é histórica, atrasada. 
Tem como propósito informar decisões internas tomadas pelos 
funcionários e gerentes; feedback e controle sobre desempenho com 
proprietários e credores operacionais; contratos.
 
Quanto ao escopo: muito agregada – reporta toda a empresa. 
Clientela interna – funcionários, administradores, executivos. 
A data é atual, orientada para o futuro. 
Quanto à sua natureza: objetiva, auditável, confiável, consistente, 
precisa.
 
Quanto a restrições é desregulamentada – sistemas e informações 
determinadas pela administração para satisfazer necessidades 
estratégicas e operacionais.
 
Quanto a restrições é regulamentada – dirigidas por regras e princípios 
fundamentais da contabilidade e por autoridades governamentais.
 
Quanto ao escopo: desagregada – informa as decisões e ações locais. 
Tipo de informação somente para mensuração financeira. 
2 Quem são os principais usuários da contabilidade gerencial?
3 Quais foram os estágios evolutivos da contabilidade gerencial segundo o 
International Federation of Accountants (IFAC)?
4 Cite três áreas do conhecimento humano em que a contabilidade está 
intimamente relacionada.
16
17
TÓPICO 2
A CONTABILIDADE GERENCIAL E O AMBIENTE 
EMPRESARIAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico serão abordados os conceitos do sistema-empresa e sua 
integração com o sistema de informações contábeis-gerenciais. Segundo Atkinson 
et al. (2000), os principais impactos que favoreceram a mudança do ambiente 
empresarial foram: a globalização e a desregulamentação da economia e a 
competitividade.
 
De fato, o ambiente empresarial vem sofrendo muito rapidamente 
mudanças o que torna o conhecimento e as técnicas de gestão ultrapassados. O 
crescimento da concorrência gerou diversidade de produtos similares, aumento 
de qualidade e preços menores praticados. Com isso os gestores tiveram que 
aprender a melhorar a eficiência de suas operações. A própria desregulamentação 
da economia abriu as portas para as empresas que agora podem praticar preços 
mundialmente.
Garrison e Noreen (2001, p. 6) explicam que “essa revolução está tendo 
profunda consequência na prática da contabilidade gerencial, [...]”. Primeiramente, 
porém, é necessário fazer uma apreciação das formas pelas quais as organizações 
estão se transformando, para se tornarem mais competitivas.
“Desde o início da década de 1980, muitas companhias passaram por 
diversas ondas de programas de melhorias, começando com o just in time (JIT) e 
passando pela qualidade total (TQM – total quality management), pela reengenharia 
de processo e por diversos outros programas de gerenciamento.” (GARRISON; 
NOREEN, 2001, p. 6).
A forma de organização empresarial é estruturada sob a forma de um 
grande sistema e subsistemas devidamente integrados e moldados para ajustarem-
se às mudanças dentro da organização nos sistemas e subsistemas existentes na 
velocidade necessária o que, na economia atual, é um diferencial competitivo.
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL
18
2 ASPECTOS GERAIS DO SISTEMA-EMPRESA
A sobrevivência organizacional depende do relacionamento com o 
ambiente no qual a empresa está inserida e essa troca de informações, atividades e 
recursos constantes ocorrem através dos sistemas e subsistemas organizacionais. 
Criador da teoria de sistemas, o botânico alemão Bertalanffy (1975, p. 84) explica 
que “sistema pode ser definido como um complexo de elementos em interação”.
Todo sistema capaz de interagir ou não com seu ambiente, denomina-se 
sistema aberto ou sistema fechado, respectivamente. Por exemplo: um relógio, 
que possui vários sistemas (componentes), cujo objetivo é marcar o tempo 
independente do que ocorra a sua volta, trata-se de um sistema fechado, pois não 
interage com seu ambiente.
Do mesmo modo, Bio (1985, p. 18), em sua definição, esclarece que um:
Sistema aberto pode ser compreendido como um conjunto de partes 
em constante interação (o que ressalta um dos aspectos fundamentais 
da ideia de sistemas: a independência das partes), construindo um 
todo orientado para determinados fins e em permanente relação de 
interdependência com o ambiente externo (ou seja, influenciando e 
sendo influenciado pelo ambiente externo).
Pode-se entender que o sistema aberto está relacionado com as entradas 
em um sistema que após processadas devem gerar um produto de saída conforme 
figura a seguir:
FIGURA 2 – CARACTERIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO BÁSICO DE UM SISTEMA
FONTE: Padoveze (2003)
2.1 ENFOQUE SISTÊMICO OU VISÃO SISTÊMICA
O enfoque sistêmico ou visão sistêmica pode ser compreendido, segundo 
Padoveze (2003), como “uma postura mental de ver as coisas partindo-se de uma 
visão holística, de um conjunto ou totalidade”. Assim, nestes termos trata-se de 
uma visão global sem obviamente perder o foco das interações ocorridas entre 
as partes e seus objetivos, contudo espera-se partir do todo para entender os 
objetivos gerais de um sistema.
TÓPICO 2 | A CONTABILIDADE GERENCIAL E O AMBIENTE EMPRESARIAL
19
No contexto empresarial Bio (1985, p. 27) relata que “os conceitos de 
sistema proporcionam uma série de raciocínios que leva à compreensão da 
complexidade da empresa moderna como um todo”.
2.2 EMPRESA COMO SISTEMAS E SEUS SUBSISTEMAS
FIGURA 3 – EMPRESA COMO UM SISTEMA ABERTO
FONTE: Padoveze (2003)
A Figura 3 representa o ambiente da empresa visto como um sistema 
aberto interagindo com diversas entidades que Catelli (1999) denominou de 
ambiente próximo e ambiente remoto. O ambiente próximo refere-se às entidades 
que, cuja proximidade, afetam diretamente o seu ambiente, como fornecedores e 
clientes. O ambiente remoto refere-se às entidades que direta ou indiretamente 
influenciam seu ambiente.
Essa interação sistêmica decorre da utilização de recursos (físicos, 
humanos, materiais e financeiros) que são utilizados como entrada no sistema e 
seus processamentos resultam na saída de produtos ou serviços.
Ambiente Remoto
Ambiente Próximo
Sociedade
Política
Recursos
Naturais
Clima
Demografia
Concorrentes Tecnologia
Economia
Legislação e
tributos
Educação
Cultura
Clientes
Comunicação
Sindicatos
Acionistas
Governo
Comunidade
Fornecedores
Entradas SaídasProcessamento
Materiais
Equipamentos
Energia
Pessoas
Informações
Empresas
Produtos 
Bens
Serviços
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL
20
FIGURA 4 – VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA
FONTE: Catelli (1999, p. 39)
A esse respeito um sistema aberto em uma empresa é caracterizado 
pela constante interação com seu ambiente, reagindo a todo momento de forma 
dinâmica, executandoatividades ou um conjunto de atividades que devem ser 
orientadas para atingir o objetivo fim proposto pelo sistema.
Como exemplo podemos dizer que a empresa, ao executar a compra de 
matéria-prima, interage com seu ambiente buscando junto ao fornecedor satisfazer 
sua necessidade. A matéria-prima, por sua vez, ao chegar à empresa é estocada. 
Em um determinado momento, é requisitada pelo departamento de produção 
e depois de processada é estocada como produto acabado. A empresa interage 
num ambiente próximo com seu cliente e as atividades relacionadas à venda do 
produto são requisitadas. Neste momento o produto é vendido e os serviços de 
apoio (faturamento, tesouraria etc.) são acionados para que a mercadoria seja 
liberada para transporte.
Observem como, nesse simples exemplo, podem-se utilizar diversas 
atividades interagindo dentro da empresa e fora dela, cada qual com sua finalidade 
específica para atingir um objetivo maior e comum que é o resultado econômico.
Eficiência Continuidade Eficácia
Comprometimento
da missão
Mercado
Consumidor
Valores econômicosValores econômicos
Mercado
Fornecedor
Acionistas, concorrentes, governos, sindicatos, etc.
Compra de
recursos
Serviços de
Apoio Manutenção
Estocagem
de produto
Estocagem de 
materiais Produção
Finanças Transportes Venda de produtos
Produtos e
serviços
Recursos
materiais
Recursos
humanos
Recursos
financeiros
Recursos de
informação
Recursos
tecnológicos
Resultado
econômico
TÓPICO 2 | A CONTABILIDADE GERENCIAL E O AMBIENTE EMPRESARIAL
21
Também é possível observar que em alguns sistemas as atividades são 
realizadas com a finalidade de produzir um produto ou serviço. Contudo, 
existem sistemas com atividades internas com a finalidade de dar o suporte 
necessário para que as atividades primárias atinjam seu propósito e, desse modo, 
atinjam o objetivo maior. Assim, é importante que exista sincronia entre os 
sistemas interagentes que se utilizam de recursos, que são escassos e devem ser 
usados com eficiência na elaboração dos produtos para que atinjam o resultado 
econômico proposto com eficácia, garantindo a sobrevivência da organização e 
de sua cadeia de valor.
IMPORTANT
E
Caro(a) acadêmico(a)! É importante saber diferenciar eficácia de eficiência. 
Segundo Padoveze (2003) “a eficácia ocorre quando os objetivos preestabelecidos são 
atingidos como resultado da atividade ou do esforço; eficiência é a relação existente entre o 
resultado obtido e os recursos consumidos para conseguir esse resultado”.
O funcionamento de um modelo, segundo Catelli (1999), para o sistema-
empresa pode ser visualizado na figura a seguir:
FIGURA 5 – VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA, SUBSISTEMAS E EFICIÊNCIA
FONTE: Padoveze (2003)
Subsistema institucional
Modelo de gestão
Processo de gestão
Subsistema formal
Subsistema Físico-operacional
Recursos
Subsistema social
Produtos e serviços
Subsistema de
informação
Produção
Processamento
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL
22
Observe que o sistema-empresa se divide em seis subsistemas, sendo:
• Subsistema Institucional: compreende o conjunto de crenças e valores que 
orientam os demais subsistemas. Formaliza os aspectos de como a empresa 
deve ser administrada tais como nível de participação das pessoas, grau de 
independência dos gestores, filosofia gerencial, como se reage à avaliação e 
desempenho etc.
• Subsistema de Gestão: é neste subsistema em que as decisões são tomadas com 
base sustentada pelo subsistema de informação, ou seja, orienta o processo de 
gestão quanto ao planejamento, execução e controle das atividades da empresa 
com foco na eficácia e eficiência dos resultados econômicos.
• Subsistema Formal: nesse subsistema formalizam-se a estrutura organizacional 
da empresa, políticas, grau de descentralização das decisões, níveis de 
autoridade e responsabilidade.
• Subsistema de Informação: esse subsistema é o responsável por suprir 
os demais subsistemas com informações e alimentar o processo de gestão. 
Catelli (1999, p. 56-57) explica que “é constituído de atividades de obtenção, 
processamento e geração de informações necessárias à execução e controle das 
atividades empresariais, para que a empresa alcance seus propósitos. Requer 
um conhecimento adequado da realidade, obtido por meio das informações 
geradas pelo subsistema de informação”.
• Subsistema Social: caracteriza os comportamentos necessários para que 
se atinjam os propósitos da empresa. Esse subsistema é responsável pelas 
competências humanas e técnicas dos indivíduos. As competências humanas, 
como liderança e motivação, são responsáveis pelo desempenho da empresa 
enquanto as competências técnicas determinam a qualidade das decisões e por 
necessitam de capacitação.
• Subsistema Físico-operacional: representa os elementos físicos utilizados 
pelas pessoas da organização nas operações realizadas em suas atividades 
para gerar o produto ou serviço. É importante compreender que esse sistema é 
composto apenas elementos físicos como veículos, máquinas e equipamentos, 
instalações, estoques etc.
O modelo de gestão reflete e integra o subsistema institucional e representa 
o conjunto de normas, princípios e regras que regem o comportamento dos 
demais subsistemas orientando todo o processo administrativo da organização 
para o cumprimento da missão. De certo modo, toda empresa tem um modelo de 
gestão que pode ser formal ou não, o fato é que a empresa é orientada por este 
padrão comportamento.
TÓPICO 2 | A CONTABILIDADE GERENCIAL E O AMBIENTE EMPRESARIAL
23
O processo de gestão é o alicerce principal que sustenta o sistema-
empresa, pois se baseia no modelo de gestão para tomar decisões, assegurando o 
cumprimento da missão. Conforme Catelli (1999, p. 58-59), o processo de gestão 
deve (i) possibilitar identificar, avaliar e selecionar a melhor alternativa; (ii) 
permear as atividades empresariais através das fases de planejamento, execução 
e controle; (iii) ser adequadamente suportado pelo sistema de informações que 
possibilitam a tomada de decisão nessas fases.
Neste contexto, a contabilidade gerencial como ferramenta decisória 
para o gestor, depende muito da qualidade da informação gerada. Abordaremos 
a seguir com mais ênfase o sistema de informação e a sua importância para a 
contabilidade gerencial.
3 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS
Primeiramente precisamos compreender os conceitos básicos, que 
diferenciam dado e informação, dentro do sistema de informação. Conforme 
Schmidt e Santos (2002, p. 80), dado pode ser compreendido como “um elemento 
em estado bruto, primário e isolado, que não tem um significado para gerar uma 
ação”. Por exemplo, o saldo da conta estoque é um dado isolado e, sem nenhum 
tratamento, não indica nada que possa ser usado como decisão.
Informação é um dado trabalhado e processado dentro das especificações 
exigidas pelos usuários, com significado próprio e relevante, utilizada para gerar 
uma ação derivada do processo de tomada de decisão. Por exemplo, o custo 
das mercadorias vendidas, juntamente com o valor dos estoques, pode fornecer 
informações valiosas acerca das movimentações dos estoques da empresa, 
possibilitando assim uma tomada de decisão com base nessas informações.
Em termos gerais o dado é o elemento básico, que analisado isoladamente, 
não traz utilidade no processo decisório, contudo a informação é o resultado do 
processamento dos dados, que após compilados, agregam valor para tomada de 
decisão. A seguir demonstramos graficamente o funcionamento do sistema de 
informação.
FIGURA 6 – MODELO DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO
FONTE: Scmidt (2002, p. 81)
Dados Sistema deinformações Informação
Banco de Dados
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL
24
O gestor de uma empresa somente poderá tomar uma decisão se tiver 
munido de sua principal matéria-prima, a informação. Contudo, a qualidade 
dessa informação poderá influenciar no tipo de decisão em que tomará. Por 
exemplo, de posse de um relatório dos níveis deestoques o gestor poderá decidir 
se há necessidade ou não de comprar mais matéria-prima, contudo a qualidade 
de sua decisão dependerá do momento em que o relatório foi gerado. A questão 
temporal é importante, pois quanto mais lenta a informação menor a sua 
qualidade para tomada de decisão.
Para que uma informação tenha qualidade deve seguir alguns critérios 
seletivos. Aqui, como estamos tratando de informação de caráter gerencial, deve-
se levar em consideração que sua qualidade deve compreender uma informação 
confiável, entregue em tempo hábil, que tenha relevância no contexto decisório e 
que possibilite a comparabilidade.
Conforme CRC-SP (1993, p. 23), a informação quanto a sua utilidade 
pode se classificar em:
a) Informação operacional, destinada as operações normais e rotineiras da 
empresa, como, por exemplo, quantidade de horas faltas para registro na folha 
de pagamento. 
b) Informação legal, com vistas para atender as exigências do governo, que 
também pode ser útil para a gestão, mas é obrigatória para fins legais, como, por 
exemplo, salários pagos durante um determinado período que são informados 
na RAIS (relatório anual de informações de sociais).
c) Informação gerencial, destinada para tomada de decisão. Trata-se de 
informação e necessita de refinamento para se adequar aos objetivos a que se 
propõe. Deve ser sintética, mas de grande valor agregado, como, por exemplo, 
crescimento do volume de vendas por linha de produção ou unidade de 
negócio ou comparativos dos gastos orçados com os gastos incorrido.
De maneira geral, as informações se destinam a três níveis básicos de 
usuários, sendo: (i) nível da alta administração, composto pela cúpula decisória, 
(ii) nível intermediário, normalmente ligado às funções de gerência que necessitam 
de informações mais detalhadas que o nível de alta administração; (iii) nível 
operacional, que lida com as informações básicas e rotineiras da empresa, como, 
por exemplo, registrar operações ou comprar materiais etc.
3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Nas organizações, classificam-se três níveis de informação: estratégico, 
tático ou gerencial e operacional, conforme se observa na figura a seguir.
TÓPICO 2 | A CONTABILIDADE GERENCIAL E O AMBIENTE EMPRESARIAL
25
FIGURA 7 – LOCALIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES EM RELAÇÃO À HIERARQUIA 
DAS INFORMAÇÕES
FONTE: Schmidt e Santos (2002, p. 83)
Cada um desses níveis de informação é suportado por um sistema de 
informação que está relacionado com o processo decisório. As decisões ocorrem 
em função da sua natureza, por conseguinte, de acordo com o que pontuam 
Schmitd e Santos (2002), podem ser classificadas como:
a) Sistemas de informações operacionais: nesse sistema são processadas as 
transações que ocorrem paralelas aos fluxos físicos. As maiorias das informações 
estão direcionadas para o sistema de informação operacional devido ao 
grande número de informações como sistema de folha de pagamento, custos, 
faturamento, estoques, compras etc. A finalidade principal deste sistema é 
automatizar as atividades burocráticas e repetitivas fornecendo informações 
para o nível gerencial.
b) Sistemas de informações gerenciais: nesse sistema são processadas as 
informações gerenciais direcionadas para as atividades gerenciais auxiliando 
no processo de tomada de decisão, identificando e corrigindo problemas. 
Também auxilia no planejamento e controle em nível gerencial. Os usuários 
desse sistema estão no nível intermediário, são os gerentes que podem receber 
e alimentar informações, nos sistemas de informações operacional e estratégico.
c) Sistemas de informações estratégicas: nesses sistemas são processadas 
informações em nível macro que possibilitam tomar decisões acerca de fatos 
do ambiente interno e externo à empresa e informações estratégicas no sentido 
de melhorar a eficiência e eficácia da empresa no mercado em que atua.
Estratégico
Tático ou Gerencial Sistema de informações gerenciais
Sistema de informação executiva
Sistema de apoio à decisão
Sistema de apoio as transaçõesOperacional
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL
26
3.2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL
O sistema de informação contábil pode ser entendido como o resultado 
das extrações de dados do sistema contábil para alimentar o processo de gestão 
da empresa. Padoveze (2003) explica que um sistema de informação contábil tem 
como objetivos:
a) Prover informações monetárias e não monetárias, destinadas as atividades e 
decisões dos níveis operacional, tático e estratégico da empresa e também para 
os usuários externos a ela;
b) Constituir-se na peça fundamental do sistema de informação gerencial da 
empresa.
Em outras palavras, o objetivo principal do sistema de informação 
contábil é gerar informações úteis aos seus usuários para tomada de decisão. Da 
mesma maneira que os demais sistemas dentro do sistema empresa, o sistema 
de informação contábil necessita de entrada de recursos que serão processados e 
transformados em informação útil para a tomada de decisão. Podem ser recursos 
humanos (contadores) com conhecimento gerencial, software contábil para gerar 
as informações adequadas aos usuários e ainda recursos como equipamentos de 
informática, energia, materiais, instalações etc.
Como resultado de saída do sistema de informações contábeis, que atenda 
ao seu objetivo-fim que é atender a todos os seus usuários, podem ser geradas, 
segundo Padoveze (2003), saídas deste sistema:
a) sob forma de relatórios contábeis;
b) sob forma de análises contábeis;
c) sob forma de informação eletrônica integrada para os usuários específicos;
d) sob forma de informação para qualquer usuário da empresa;
e) sob forma de interfaces contábeis com outros sistemas de informação dentro 
da empresa;
f) sob a forma oral, como consultoria, assessoria, ou apresentação formal para os 
diversos níveis gerenciais da empresa;
g) sob a forma oral ou de apresentação organizada para usuários externos à 
empresa (bolsas de valores, analistas de investimentos etc.);
h) sob a forma de palestras e treinamentos para usuários internos e externos etc.
TÓPICO 2 | A CONTABILIDADE GERENCIAL E O AMBIENTE EMPRESARIAL
27
São subsistemas que compõem o sistema de informação contábil, segundo 
Crepaldi (2004, p. 28):
● subsistema contabilidade financeira;
● subsistema contabilidade gerencial;
● subsistema contabilidade em outras moedas;
● subsistema custos e orçamento;
● subsistema contabilidade por unidades de negócios;
● subsistema gestão de impostos;
● subsistema análise financeira e de balanço;
● subsistema gestão de tesouraria;
● subsistema de controladoria.
Desta maneira, podemos inferir que o grande sistema de informação dentro 
da organização é sem dúvida o sistema de informações contábeis, responsável 
pelo processamento das informações de mensuração financeira e não financeira, 
com objetivo de prover seus usuários com informação de qualidade para uma 
boa tomada de decisão.
28
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico vimos que:
• Existem pressões internas e externas influenciadas por essas relações 
comportamentais e que por isso os processos organizacionais estão em 
constante movimentação interagindo com o ambiente da empresa, remetendo 
a ideia de sistemas interagentes, funcionando cada qual com seu objetivo, 
porém para atingir um objetivo maior para organização. 
• Nesta linha de raciocínio, segundo a teoria de sistemas, a organização pode ser 
considerada como um organismo vivo, composto de partes de sistemas interagentes 
e interdependentes que reagem a todo instante às mudanças do ambiente interno e 
do ambiente externo, que pode ser ambiente próximo ou remoto. 
• Uma empresa é considerada um sistema aberto, pois interage com seu ambiente, 
ou seja, está em constante interação no mercado em que está inserida (clientes, 
fornecedores, governo etc.). Pode ser denominada de sistema-empresa, 
pois faz parte de um sistema maior cujas partes, por sua vez, por sistemas e 
subsistemas. Sãoeles os subsistemas institucionais, gestão, informação, social, 
formal e físico-operacional.
• Toda empresa possui um modelo de gestão em que são definidas as 
crenças, a missão, normalmente definida pelo seu fundador, que orienta o 
padrão de comportamento. No processo de gestão são aplicadas as regras 
de comportamento definidas no modelo de gestão, ou seja, define-se o 
estilo gerencial da organização, estabelecendo seus limites de autoridade e 
responsabilidade.
• O sistema de informação contábil é talvez o mais importante de todos, pois 
alimenta o processo de gestão da empresa, cuja saída do processamento de 
informações resulta em relatórios, analises e integrações com os demais 
sistemas do sistema-empresa.
29
1 Sabe-se que todo sistema capaz de interagir com seu ambiente denomina-se 
sistema aberto, enquanto um que não consegue interagir com seu ambiente 
denomina-se sistema fechado. Sobre o sistema aberto, classifique as seguintes 
sentenças em V verdadeiras ou F falsas:
a) ( ) O corpo humano.
b) ( ) Um relógio de parede.
c) ( ) Um livro sobre a mesa.
d) ( ) Uma empresa de serviços.
e) ( ) O departamento de marketing.
2 Segundo a teoria de sistema e conforme Bio (1985), o que é um sistema 
aberto?
3 Cite pelo menos cinco entidades inseridas no ambiente próximo e cinco 
entidades inseridas no ambiente remoto.
4 Quais são os subsistemas que compõe o sistema-empresa?
5 Quais os critérios seletivos que uma empresa precisa ter para que tenha 
qualidade de informação?
6 As informações nas organizações estão classificadas em três níveis:
a) ( ) Estratégico, fluxo de caixa e operacional.
b) ( ) Orçamentário, tático ou gerencial e administrativo.
c) ( ) Estratégico, tático ou gerencial e operacional.
d) ( ) Econômico, financeiro e estratégico.
7 A Contabilidade que hoje conhecemos, segundo Iudicibus, Martins e Carvalho 
(2005), teve sua origem como Contabilidade Gerencial, mas sob a forma de 
Contabilidade Financeira. Sob essa ótica, a Contabilidade Financeira, em 
essência, faz parte da genética da Contabilidade Gerencial. Sendo assim, 
classifique as seguintes sentenças em V verdadeiras ou F falsas:
( ) A sofisticação das informações contábeis foi fundamental para dissociação 
da figura do proprietário da figura do administrador (gestor) nas 
organizações.
( ) Uma diferença reside no fato de que a Contabilidade Financeira, em relação 
à Gerencial, possui uma natureza de informações pouco abrangente e sujeita 
a juízo de valor, por se constituir em informações física e operacional.
AUTOATIVIDADE
30
( ) A Contabilidade Gerencial está voltada para a clientela externa, portanto, 
é dirigida por regras e princípios contábeis e por uma regulamentação 
normativa das autoridades governamentais.
( ) A profissionalização da gestão das organizações e a necessidade de 
expansão possibilitaram a oportunidade de investidores aplicarem seu 
recursos com o objetivo de retorno do investimento.
Agora, assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - F - F - V.
b) ( ) V - V - F - F.
c) ( ) F - V - V - F.
d) ( ) F - F - V - V.
8 Para que uma informação tenha utilidade, alguns critérios devem ser 
considerados para efeito de qualificação. Uma informação de caráter 
gerencial deve ser confiável, comparável, entregue em tempo hábil e 
relevante para decisão. O Conselho Federal do Estado de São Paulo – CRC-
SP (1993) descreve a utilidade da informação sob três dimensões. Sobre isso, 
associe os itens, utilizando o código a seguir:
I– Informação Operacional.
II– Informação Legal.
III– Informação Gerencial.
( ) Informações sobre apontamento da quantidade de horas faltantes para 
registro na folha de pagamento.
( ) Informações referentes ao crescimento das vendas comparativas ao ano 
anterior por unidade de negócios/filiais e linhas de produtos.
( ) Informações da declaração da RAIS – Relatório Anual de Informações 
Sociais – relativas às informações do trabalho de empregados da empresa.
Agora, assinale a alternativa que representa a sequência CORRETA:
a) ( ) I – III – II.
b) ( ) III – I – II.
c) ( ) II – I – III.
d) ( ) I – II – III.
31
TÓPICO 3
TERMINOLOGIA DE CUSTOS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A contabilidade de custos por muito tempo se confundiu com a 
contabilidade financeira e também com a contabilidade gerencial, mas, nos 
tópicos anteriores, aprendemos que a evolução natural trouxe maturidade a cada 
um desses ramos da contabilidade. 
Todavia, a contabilidade de custos, nos dias atuais, através de informações 
para prover o custo dos produtos com base legal para fins de tributação dos 
impostos sobre o lucro, serve para a contabilidade financeira como também à 
contabilidade gerencial com informações úteis para tomada de decisão dos 
gestores internos.
Neste tópico abordaremos algumas questões teóricas sobre a terminologia 
de custos, baseada apenas em revisões conceituais, sem nos alongarmos muito, 
visto que tal assunto já foi abordado no Caderno de Estudos Contabilidade de 
Custos (2009).
2 CONCEITOS E CLASSIFICAÇÕES
A palavra custo possui significado muito abrangente e nos remete a ideia 
de alguma coisa sacrificada ou de difícil realização. Com a descentralização das 
funções do gestor-proprietário para o gestor-administrador, a necessidade de 
controles mais refinados fez com que a apuração de custos ganhasse importância, 
principalmente durante a revolução industrial.
Conforme Martins (2006, p. 25), custo é o “gasto relativo a bem ou serviço 
utilizado na produção de outros bens ou serviços”, ou seja, o custo deve ser 
reconhecido no momento em que o gasto é requisitado para consumo no processo 
produtivo.
Conceitualmente, precisamos entender o que é gasto, custo, despesa, 
investimento, perda ou desperdício.
32
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE GERENCIAL
FIGURA 8 – RESUMO DOS PRINCIPAIS CONCEITOS EM CUSTO
FONTE: O autor
Deste modo, uma aquisição feita pela empresa torna-se um gasto que 
poderá ser ativado e posteriormente, ao seu consumo, tornar-se um custo, para 
que depois de vendido transforme-se em despesa. 
A compra da matéria-prima é o exemplo mais clássico para entender o 
conceito. Através de sua compra a empresa detém um gasto, cuja finalidade será 
guardar no estoque e, portanto, registra-se no seu ativo (aplicação de recursos 
em estoque) até o momento de seu consumo efetivado para ser transformado em 
produto (custo) e fica em estoque de produtos acabados até o momento de sua 
venda, passa então a ser transferido para resultado do período.
Fundamentalmente, a contabilidade de custos serve a contabilidade 
gerencial como provedor de coleta e fornecimento de informações para o 
processo decisório, no qual os gestores têm acesso a um sistema de informações 
relacionadas com as operações rotineiras e gerenciais (estabelecimento de padrões, 
orçamentos e previsões, eliminação de desperdícios nas atividades produtivas, 
determinação de custo dos insumos aplicados na produção) e até de natureza 
estratégica (maximização da capacidade de produção, análise da rentabilidade 
de um produto ou linha de produto, descontinuidade de um produto, fixação 
do preço de venda, comprar matéria-prima de terceiros ou fabricá-la na própria 
empresa, controle das atividades e processos), entre outras.
TÓPICO 3 | TERMINOLOGIA DE CUSTOS
33
Contudo, não há de se negar que o objetivo primordial é a apuração do 
custo do produto ou serviço com a finalidade de determinar o lucro e controle 
das operações e possibilitar a tomada de decisão. Segundo Megliorini (2001, p. 
4), “para que esses objetivos sejam atingidos, as empresas se valem dos métodos 
de custeio estruturados a fim de serem alimentados de informações coletadas 
internamente”.
Os métodos de custeio mais conhecidos são: (i) Custeio por Absorção 
considera todos os custos (fixos ou variáveis) de produção em um determinado 
período e o confronto com as despesas – ocorre para se apurar o resultado; (ii) 
Custeio Direto ou Variável

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