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TRABALHO EM EQUIPE NO MUNDO MODERNO

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A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EM EQUIPE
NO MUNDO MODERNO
RESUMO
Nas últimas décadas as empresas passaram por mudanças profundas e com uma rapidez nunca antes vista. A globalização e as transformações mundiais levaram à necessidade de rápidas adaptações e a alta competitividade fazem as organizações procurarem parcerias para alcançar seus objetivos. Isso gera a necessidade de diferenciais, entre eles a utilização dos potenciais humanos existentes em todas as corporações através da formação de equipes de trabalho. Esta apresentação tem por objetivo demonstrar o valor do trabalho em equipe e do bom relacionamento entre os indivíduos de uma organização, seja ela industrial, educacional ou de qualquer outro ramo de atividade, para a sobrevivência e crescimento organizacional. Foram citadas as fases evolutivas do trabalho humano, até chegar ao trabalho em equipes, bem como definidas as diferenças entre grupo e equipe. Também foi discorrido sobre o envolvimento pessoal, as dificuldades de implantação e manutenção de equipes competentes, assim como a importância dos Círculos de Controle de Qualidade e das Equipes de Melhoria Contínua nos processos organizacionais. O trabalho foi finalizado demonstrando a importância do trabalho em equipe na área da educação, setor esse considerado a base para todos os outros, sendo por isso merecedor de grande atenção.
Palavras-chave: Equipe, Trabalho, Qualidade. 
1 INTRODUÇÃO
O trabalho em equipe pode ser definido como uma estratégia criada para tornar mais efetivo o trabalho, bem como aumentar o nível de satisfação pessoal e profissional dos trabalhadores, além de gerar muito mais produtividade do que o trabalho individual, desde que seja implantado, orientado e conduzido corretamente. O trabalho envolvendo equipes é estimulado em praticamente todas as áreas, mas principalmente nas empresas, onde o bom desempenho da organização depende cada vez mais dessa filosofia de trabalho.
 As organizações que quiserem continuar competitivas precisam investir em pessoas que saibam trabalhar em equipe, pois agora o bom desempenho de uma empresa não é mais atribuição de indivíduos isolados, mas sim de um trabalho coordenado que envolve várias pessoas em busca de um objetivo comum. Pode-se afirmar que pessoas talentosas trabalhando de forma individual já não são mais tão importantes em uma organização, mas a contribuição desses indivíduos será de imenso valor quando voltada ao trabalho com uma equipe. 
 A melhoria da qualidade, em todos os sentidos, tem sido amplamente discutida, sendo que o trabalho em equipe contribui de forma muito significativa nesse processo. O presente trabalho aborda esse conteúdo, baseando-se em autores como Carvalho, Carnegie, Katzenvach e Bennis, entre outros. Apresenta temas ligados ao assunto, como o comprometimento pessoal, as transformações na mentalidade e nos métodos de trabalho e a atuação dos Círculos de Controle da Qualidade trabalhando pela melhoria contínua, resolvendo problemas ligados à produtividade e à qualidade. Também discorre sobre as diferenças entre trabalho em grupo e trabalho em equipe, bem como as dificuldades mais comuns enfrentadas pelas organizações que pretendem enveredar por esse caminho. Finalizando o trabalho, relatamos a grande responsabilidade dos mestres e educadores em despertar e desenvolver nos alunos as bases do trabalho em equipe na área da educação, pois consideramos ela, a educação, a viga mestre de todas as outras áreas do conhecimento humano.
2 O CONCEITO DE TRABALHO EM EQUIPE
O trabalho grupal confunde-se com a história da humanidade. Dos grupos de caçadores da pré história até as épocas dos mestres nas diversas áreas do conhecimento humano na antiguidade, junto com seus aprendizes, o ser humano quase que naturalmente forma equipes para atingir objetivos difíceis ou até impossíveis de serem concretizados de maneira isolada. Diferentes formas de administração do trabalho surgiram ao longo dos séculos, sendo que alguns coexistem atualmente, objetivando o aumento e a melhoria na produção das organizações. Na época em que uma única pessoa dominava o conhecimento acerca dos produtos e dos processos envolvidos na sua fabricação, tínhamos como peça central do sistema produtivo a figura do artesão. Ele projetava, documentava, adquiria ferramental (ou os fabricava) e produzia os produtos necessários, geralmente apenas com a ajuda de um aprendiz.
Através dos tempos, essa forma de produção teve sua estrutrura gradativamente alterada. Inicia-se o processo de divisão do trabalho, com as responsabilidades inerentes à produção dos bens necessários sendo divididas entre pessoas diferentes. Após a Revolução Industrial o sistema de produção passou a ser centralizado nas fábricas, onde o trabalhador não exercia nenhum controle sobre processos e produtos, sendo que a maior preocupação do empresário era a de manter uma supervisão pesada sobre os trabalhadores, objetivando maiores lucros. É dessa época a criação da linha de produção, utilizada com grande sucesso por Henry Ford, baseada nas idéias de Taylor, as quais eram caracterizadas pela estratégia de produção em massa para redução de custos, ausência de cooperação entre os trabalhadores, com o controle sendo executado por um supervisor, a não permissão de formação de grupos, considerados improdutivos devido à padronização do processo, além de pôr limites claros para cada indivíduo e setor da empresa. Conforme Taylor, o controle do trabalho passou a ser normatizado através da “única maneira certa de produzir”, ou seja, o controle era mais importante do que a autonomia individual. 
Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão passou por um período de reconstrução social e industrial. Nessa época, a Toyota investiu em um sistema de redução de custos onde o trabalho cooperativo e grupal era apontado como fundamental para a minimização dos desperdícios. Cada trabalhador executava funções diversas e operava vários equipamentos, além de inspecionar seu próprio trabalho antes de enviar o produto para a próxima etapa de produção. Esse modelo evidencia que o trabalho coletivo prevalece sobre o individual, ou seja, a harmonia do grupo é missão de cada integrante do mesmo. Dessa forma, “a formação, o reconhecimento e a importância dos grupos dentro de uma estratégia global da empresa foram fatores formalmente reconhecidos e enfatizados” (Marx, 1997). Isso ia contra o modelo empresarial adotado até então, cuja essência era justamente o individualismo. Estava lançada a base para a organização do trabalho em equipe.
“Todas as organizações são constituidas por pessoas e por recursos não humanos (como recursos físicos e materiais, financeiros, tecnológicos, mercadológicos, etc). A vida das pessoas depende intimamente da atividade e do trabalho daquelas’. (CHIAVENATO, 2003, p. 02).
Com a escassez de recursos, muitas organizações buscam parcerias como forma de enfrentar as dificuldades. Essas parcerias podem estar fora ou dentro da organização, mas estas tem se voltado mais para as pessoas que compõem o seu quadro de pessoal, enxergando-as como um recurso importante, valorizando o trabalho em equipe e o bom relacionamento entre seus membros. Contrastando com o modelo de Taylor, agora o fator humano passa de mero coadjuvante para ator principal, contribuindo diretamente no crescimento e nas decisões da organização. Essas equipes, porém necessitam de participantes que trabalhem em sintonia, ou seja, que tenham um bom relacionamento interpessoal, pois esse é um fator fundamental para o compartilhamento de idéias e de soluções que levem a uma decisão acertada. Essa relação está em permanente evolução, sendo relativamente complexa. O relacionamento diário, onde temos que lidar com várias atitudes de pessoas diferentes, deve estar sempre direcionado para criar um clima adequado de trabalho e, por consequência, de melhor produção.
A função primeira de uma equipe é a colaboração conjunta. A palavra colaboração, do latim cum laborare, ou seja, “trabalhar junto”, por si não define uma equipe,pois a mesma é algo muito além de um grupo que se reune para trabalhar em conjunto. Toda equipe de trabalho deve estar ciente da diferença abissal entre trabalho em grupo e trabalho em equipe. Esses dois termos são geralmente considerados sinônimos, porém é uma idéia equivocada. Uma reuniao de pessoas pode formar grupo ou uma equipe, sendo que os resultados finais são bem diferentes. O trabalho em grupo é individual, onde cada um se preocupa única e exclusivamente em realizar somente a sua tarefa e mais nada. O trabalho em equipe é coletivo, pois trabalha em conjunto. Cada participante entra com sua área de conhecimento, mas ajudando e discutindo as melhores soluções para o todo, ou seja, cada um sabe o que os outros fazem e qual o impacto do seu trabalho no sucesso das tarefas. Todos os integrantes sabem que se um não fizer a sua parte, todos perdem, mas quando todos se envolvem plenamente, o sucesso da missão é certo. Tanto os grupos quanto as equipes se reunem por objetivos comuns, porém nos primeiros essa junção se dá mais por afinidades, onde as relações pessoais são muito neutras, com cada pessoa tendo responsabilidades individuais e cujas habilidades não se somam. Já as equipes trabalham de forma unida, com uma boa relação entre os membros, os quais se complementam para atingir uma meta onde a vitória é responsabilidade de todos, usando para isso as habilidades de cada um de forma coesa e orientada para um objetivo comum. Um dos grandes diferenciais entre grupo e equipe é o sonho dos integrantes. Se cada um correr atrás do seu prórpio sonho, teremos um grupo; se o sonho for comum aos integrantes, e todos trabalharem em conjunto para alcançá-lo, teremos uma equipe. Apesar de as pessoas se empolgarem por objetivos alcançados de forma individual, a realidade é que uma pessoa sozinha nunca conseguiu atingir grandes feitos. Nada muito significativo pode ser alcançado por indivíduos agindo sozinhos, e a história nos confirma isso. Basta analisar os fatos de maneira racional para ver que atos que aparentam serem individuais tem por trás deles todo o trababalho de uma equipe. Tomas Edson, criador da lâmpada elétrica, tinha junto de si toda uma equipe de trabalho. O próprio Albert Einsten, o gênio criador da Teoria da Relatividade, assumiu o compromisso que tinha com algumas pessoas por sua obra mais famosa, quando certa vez comentou que “durante várias vezes por dia, eu percebo o quanto de minha vida interior e exterior foi construída sobre o trabalho de meus semelhantes, tanto vivos quanto mortos, e penso o quão seriamente devo dedicar-me a retribuir tanto quanto recebi.” 
3 O TRABALHO EM EQUIPE NAS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS
Há um provérbio chinês dizendo que “atrás de um homem capaz, existem vários outros homens capazes”. Isso equivale a dizer que no centro de todo trabalho bem executado e impactante, com certeza havia uma equipe coesa. No mundo atual, onde a alta competitividade atinge todas as organizações, cada vez mais se torna importante o fator humano, o qual, através de suas diversas funções em vários segmentos, acaba definindo decisões importantes, as quais podem levar o negócio ao sucesso ou ao fracasso.
 “As relações interpessoais da equipe e a consciência profissional são tão ou mais importantes do que a qualificação individual para as tarefas. Se os membros se relacionam de maneira harmoniosa, com simpatia e afeto, as probabilidades de cooperação aumentam muito, a sinergia pode ser atingida e os resultados produtivos surgem de modo consciente.” (CARVALHO, 2009, p. 109).
É fato normal o surgimento de conflitos dentro de uma equipe, porém o autoconhecimento, principalmente emocional e sentimental, torna a relação com os integrantes da equipe mais leve, assim como melhora a comunicação entre eles. Dessa forma as diversas tarefas fluem de maneira mais precisa, trazendo com isso o aumento de produtividade. Há de se lembrar sempre que os seres humanos, mesmo em um ambiente de trabalho, nem sempre agem de maneira racional, podendo ser envolvidos pelos sentimentos. Por isso, “quando lidar com pessoas, lembre-se de que você não está lidando com criaturas de lógica, mas com criaturas de emoção” (CARNEGIE, 2015, p. 129). Dessa forma, é necessário elevado nível de compreensão para que haja um bom relacionamento entre os diversos integrantes da equipe, de modo que todos se sintam livres para interagir com o grupo.
 Como observamos, as últimas décadas trouxeram muitas mudanças nas organizações empresariais. Uma delas foi a união de funcionários de diversos setores de trabalho buscando produzir resultados melhores. O grande desafio é ter um sistema que motive esses funcionários a participar da gestão da empresa, até porque o conhecimento e a criatividade de tantas pessoas não pode ser ignorada. Dessa forma, criaram-se os Círculos de Controle de Qualidade (CCQ), e as Equipes de Melhoria Contínua (EMC). Essas equipes atuam de forma contínua na resolução de problemas ligados à qualidade e à produtividade da organização, tendo como principais objetivos promover o crescimento dos empregados, fortalecer o trabalho em equipe através do relacionamento humano e da integração dos funcionários, desenvolver habilidades no uso de ferramentas da qualidade, aumentar a produtividade através da melhoria dos processos e promover melhores condições de trabalho. As equipes se reúnem para decidir e resolver problemas que afetam suas atividades comuns de trabalho. A idéia-chave é que as pessoas que fazem o trabalho o conhecem melhor do que ninguém para propor recomendações que melhorem seu desempenho, empurrando a tomada de decisões para os níveis mais baixos da organização, sendo que seus membros são livres para coletar dados e fazer pesquisas. O desenvolvimento dessas equipes ativa o potencial humano e atende a necessidade das empresas e das pessoas, na medida em que solucionam os problemas críticos do local de trabalho,além de melhorar as relações entre o chão de fábrica e as gerências, trazendo mais respeito e motivação.
“O desempenho de uma equipe de trabalho é resultado da soma dos desempenhos individuais. O desempenho de uma equipe, além de incluir os resultados individuais, inclui o chamado resultado do trabalho coletivo. O resultado do trabalho coletivo é aquilo que dois ou mais membros precisam fazer em conjunto. É isso que reflete a real contribuição dos membros de uma equipe”. (KATZENBACH e DOUGLAS, 1993).
 É verídico que o melhor desempenho é obtido quando há alta colaboração dentro das equipes e entre as equipes. Esse bom desempenho, individual e da organização, só é possível devido a um conjunto de valores, entre eles a disposição de ouvir e responder de maneira construtiva os pontos de vista de outras pessoas., além de lhes dar o benefício da dúvida, bem como dando suporte e valorizando as realizações de todos os integrantes. Uma equipe que atinge alto desempenho com certeza tem, entre seus membros, a colaboração mútua, compromissos comuns, coordenação e integração.
 Apesar de todos esses bons conceitos, muitas equipes não atingem seus resultados e fracassam, sem realizar o fim a que se propuseram. Dentre os vários fatores que podem levar a esse cenário, um dos mais importantes é a falta de motivação para trabalhar em equipe. Integrantes motivados e sucesso nos projetos andam de mãos dadas. Muitas organizações tem visto a formação de equipes como uma tábua de salvação para seus problemas mais críticos. Temos um problema? Criaremos uma equipe para resolvê-lo! Parece simples em teoria, mas na prática não funciona exatamente assim. Muitas equipes são criadas porque o fato tornou-se popular, porém não é em todos os tipos de empresas ou problemas que uma equipe de trabalho é a melhor solução. Além disso, implantar e manter equipes é um trabalho sério, que envolve o engajamento da alta gerência. Não basta reunir um certo número de pessoas e considerar a equipe formada. A empresa também tem suas obrigações e responsabilidades neste empreendimento, e tem que estar ciente de que “equipessão o caminho para um determinado objetivo, mas não são o objetivo propriamente dito” (Johnson, 1993).
“O desenvolvimento de equipes requer uma mudança na cultura da organização, nas atitudes dos gestores e nas estruturas de suporte. Especialistas dizem que esse tipo de mudança ocorre aos poucos e leva três anos ou mais e, geralmente, necessitam de níveis de intervenção e treinamento sem precedentes.” (GREEN, 1992).
 Trabalhar em equipe não é tão importante quanto trabalhar como uma equipe. Se esse detalhe não for observado, a equipe passa a ser um simples grupo. Quando se trabalha como uma equipe, há um objetivo comum, criando-se então comprometimento, responsabilidade e união. Nada disso pode ser imposto pelas gerências, mas sim surgir naturalmente dentro das equipes. Esse engajamento e mudança de hábitos, tanto nos níveis gerenciais, os quais devem aprender a analisar e aceitar as idéias e resultados de seus subordinados, como nos níveis de produção, os quais devem passar a ver seus líderes como aliados para a obtenção de resultados que tragam benefícios para todos os membros da organização. As equipes precisam ter visibilidade e também o aval das diretorias. Dar autonomia a elas é benéfico, mas deixar de proporcionar incentivos nas fases iniciais e não reconhecer o bom trabalho executado na hora de demonstrar os resultados vai fazer a equipe se sentir desvalorizada e desmotivada. Já reconhecer os bons resultados, bem como a realização de objetivos coletivos é a forma mais barata, fácil e eficiente de alavancar a moral de uma equipe.
“Posição, cargo e autoridade não são mais ferramentas adequadas, não em um mundo em que os subordinados são encorajados a pensar sozinhos, em que os gerentes tem de trabalhar de maneira sinergética com outros departamentos e até mesmo com outras empresas. Cada vez mais, o sucesso depende de explorar fontes de boas idéias, definir quem precisa colaborar para que se aja sobre essas idéias, trabalhar com isso para produzir resultados. Em suma, nova atividade gerencial implica formas muito diferentes de obter e usar o poder.” (KANTER, 1997, p. 15).
Com efeito, as lideranças das organizações devem buscar novos métodos de gerenciar e de estimular as pessoas em suas atividades, pois tanto a organização quanto as pessoas sofrem influências de um mundo que se transforma a todo momento. Todos “terão de aprender a criar um ambiente que realmente abrace a mudança, não como uma ameaça, mas como uma oportunidade”. (BENNIS, 1998, p. 03). Os gerentes precisam se ater ao fato de que o trabalho com pessoas envolve a necessidade de criar ou manter incentivos e benefícios, financeiros ou de outra espécie. Isso implica em uma mudança no tradicional papel de um gerente, os quais devem passar a valorizar muito mais os indivíduos e seus potenciais intelectuais. Resumindo, terão que se tornar líderes, pois “liderar significa fazer as coisas certas, enquanto gerenciar significa apenas fazer as coisas corretamente”. (BENNIS, 1998, p. 06).
4 O TRABALHO EM EQUIPE NO MEIO EDUCACIONAL
Desde os primórdios da educação e até a muito pouco tempo atrás, havia uma concepção formada acerca da responsabilidade da escola, que era unicamente a de transmitir às crianças e aos jovens os conhecimentos das gerações que as precederam. Dessa maneira, abastecendo a memória e investindo na prática intelectual dos alunos, não se considerava que a estrutura mental de uma criança é diferente da de um adulto. Nessa forma de pensar, parecia aos educadores que bastava exercitar pensamentos e teorias já constituídas, sendo desnecessário formular questionamentos e argumentos sobre eles. Com essa concepção, somente a relação social entre o professor e os alunos era considerada totalmente indispensável, sendo as crianças totalmente submissas à autoridade do mestre, o qual se apresenta como o dententor dos conhecimentos e das técnicas, o que levava a concluir que, além de perda de tempo, haveria muitos riscos envolvidos no relacionamento intelectual entre as crianças. Em resumo, na forma de ensino tradicional o aluno era uma figura passiva, um simples receptor das informações transmitidas pelo professor, o qual apresentava-se como o detentor de todo o conhecimento, sendo o saber uma exclusividade dele.
Atualmente, novos métodos e novas propostas didáticas vão tomando o lugar daquela antiga concepção. Nessa nova fase, o aluno passa a ser um elemento ativo, um sujeito que busca o conhecimento também por si. Assim sendo, começou a ser dada a devida atenção às dificuldades na transmissão do saber unicamente da forma oral. A criança passou a ser vista como um ser participativo, cuja inclinação à pesquisa dos fatos através de seus próprios meios e esforços precisa ser incentivada. Dessa forma, como a pesquisa implica em colaboração e interação, a formação de equipes de estudo e de trabalho surge de forma expontânea. Isso não significa dizer que as lições tradicionais sejam descartadas, mas elas agora passam a desempenhar um papel um pouco mais modesto, fornecendo os subsídios para as questões que o aluno formula a si próprio. Todas essas mudanças faz com que os professores reconsiderem seus valores e seus posicionamentos frente ao trabalho pedagógico. Há vários recursos à disposição dos educadores nesse redirecionamento dos seus trabalhos, sendo um deles o trabalho em equipe. 
“Nos grupos formados com objetivos educacionais, a interação deverá estar sempre provocando uma influência recíproca entre os participantes do processo de ensino, o que me permite afirmar que os alunos não aprenderão apenas com o professor, mas também através da troca de conhecimentos, sentimentos e emoções dos outros alunos”. (Veiga, 2000, p.105). 
Esse tipo de atividade permite edificar o conhecimento de forma coletiva, desenvolvendo outras habilidades além daquelas propostas, atuando diretamente no desenvolvimento da personalidade, principalmente na questão de valores, sendo um recurso de grande utilidade para os professores que pretendem inserir seus alunos num processo de aprendizagem ativo e dinâmico, além de desenvolver a boa interação social entre seus integrantes, pois "de fato, aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados" (VYGOTSKY, 1998, p. 110).
Assim como no meio empresarial, a formação de equipes no ambiente educacional também requer certos cuidados, de forma que sejam evitadas práticas que comprometam o objetivo final, que enfraqueçam a motivação de membros da equipe e que prejudiquem o bom relacionamento interpessoal. Um deles é a formação das famosas "panelinhas", o que pode gerar exclusões, fato esse muito grave no ambiente estudantil. 
“Quando se fala em interação social, desloca-se a ênfase das ações – físicas ou mentais – do sujeito, para se ressaltar a ação partilhada, ou seja, processos cognitivos realizados não por um único sujeito e sim por vários. Nesse sentido, interações sociais fazem-se necessárias sempre que não for possível se alcançar, em isolado, a solução para um dado problema: cada aluno deve se incumbir de parte do processo de construção de conhecimentos para que, num esforço conjunto, a solução seja alcançada.” (Davis, Silva e Espósito, 1989, p.52).
Nessa situação, o professor deve intervir com habilidade, agrupando alunos com maior facilidade de aprendizado com aqueles que não possuem o mesmo ritmo, podendo usar esse fato a favor de todos, fazendo prevalecer o respeito às diferenças e o desenvolvimento da cooperação, orientando os alunos para que se ajudem mutuamente. Todo educador deve estar atento a esses detalhes, procurando agrupar os alunos com variados níveis de conhecimento sobre determinados assuntos. Dessa forma será possível haver a troca de conhecimentos, para que assim a aprendizagem avance e se consolide. 
Outro fato a considerar é que a atividade em equipes não pode perder o sentido pedagógico. Dessa forma, todos os membros precisam estar centrados nos objetivos desejados, com todos participando, discutindo e questionando, para juntos chegarem a um ponto comum. Assim, deveser descartada a teoria onde cada um dos membros fica responsável por uma parte do trabalho, sem se envolver no conjunto da obra. O professor deve prestar acessoria, esclarecendo dúvidas e resolvendo divergências, destacando o respeito mútuo entre os participantes, dando oportunidades e estímulo a todos, inclusive e principalmente para aqueles mais tímidos, resultando com isso em uma grande eficiência na condução do trabalho da equipe.
A apresentação do trabalho é outro momento valioso, devendo ser explorado ao máximo para desenvolver a capacidade de oratória, aprendendo a articular de maneira coerente suas idéias, além de aprimorar a capacidade de argumentação. Como na elaboração, a apresentação deve envolver todos os participantes do grupo. Uma boa sugestão ao educador é que, no final da apresentação, a equipe seja submetida a uma autoavaliação, também envolvendo todos os participantes, no sentido de considerar o sucesso e as falhas, desenvolvendo e aprimorando assim o senso de autocrítica. Dessa forma, elaborando e apresentando os resultados de um trabalho coletivo e analisando os pontos fortes e os pontos fracos tanto de um como de outro, os alunos aprendem a aprender com os erros, evitando repeti-los no futuro. Isso ajuda a criar uma filosofia de vida, que levarão com eles no decorrer de sua existência.
São inegáveis os bons resultados de um trabalho em equipe, mas existe um campo em especial onde essa atividade torna-se parte de uma aprendizagem eficaz, que é o setor de educação infantil. No início do caminho escolar dos pequenos, o educador deve dar atenção especial ao trabalho em equipe. São personalidades em formação, de forma que devem ser bem conduzidas, desde o início, através de um sistema que gere conhecimento, ensinamento e descobertas, dando a elas as ferramentas necessárias para um futuro melhor. Dessa maneira os mestres estarão contribuindo de forma inteligente na formação de pensadores e futuros líderes do nosso país.
Vale citar que o trabalho em equipe no ambiente escolar não deve se resumir aos alunos. Também os diversos setores que compõem o quadro de funcionários, desde a direção até os serviços de apoio, devem se unir e dividir suas tarefas de acordo com as necessidades do momento. Essa divisão de responsabilidades, com decisões sendo tomadas de forma coletiva, propicia a melhoria da qualidade da gestão escolar, evitando que os diretores se desgastem em atividades mais simples, liberando-os para trabalhar ações mais eficazes para suas escolas.
5 CONCLUSÃO
A nova ordem mundial, com seus novos conceitos, como a globalização da economia e a busca pela competitividade e qualidade, entre outros, tem imposto às organizações a adoção de novos métodos de gestão, de modo que a empresa possa enfrentar, sobreviver e crescer em um cenário de rápidas mudanças, de alta competitividade e de muitas incertezas. Observou-se que a tarefa de bem gerenciar uma organização seria humanamente impossível de ser executada por poucas ou até por uma única pessoa, devido ao cenário já descrito.
Surge então o modelo de Gestão da Qualidade, implantando o trabalho em equipe, o qual, através de um esforço coletivo buscando a resolução de problemas, além de envolver-se na aplicação da melhoria contínua da qualidade, consegue um maior comprometimento e responsabilidade dos integrantes da organização. Essa participação direta dos funcionários nas decisões traz mais empenho e esforço individual em prol do coletivo, porém as equipes devem ser motivadas, tendo seus trabalhos reconhecidos, conscientizando seus integrantes da sua importância para o alcance dos objetivos. Dessa forma, elas se desenvolvem cada vez mais, conseguindo reultados ainda melhores. Para isso, paradigmas devem ser quebrados, tanto no lado gestor como no lado gerenciado, deixando claro que o trabalho individualista não será mais o caminho, mas sim o esforço coletivo.
Temos importante atuação dos Círculos de Controle de Qualidade, com sua valiosa missão de despertar o espírito de equipe, trabalhando o grupo de forma positiva e dando motivação para que a mudança de atitude na organização ocorra, agindo através de uma boa comunicação, união, lealdade, comprometimento e esforço conjunto. As dificuldades inerentes a essa mudança comportamental terão que ser enfrentadas com seriedade e pertinência, sendo que cada organização deve encontrar os melhores meios para isso. Quando bem conduzido e mantido, esse modelo de gestão traz benefícios incalculáveis, tanto na questão material da organização quanto no seu potencial humano, desenvolvendo valores e aptidões às vezes adormecidas. É um caminho sujeito a tropeços, podendo até gerar conflitos interpessoais, intrigas, agressividade verbal, etc, mas tudo isso faz parte de um processo de mudanças e de amadurecimento organizacional rumo ao sucesso.
Devemos compreender que a vida é uma escola, onde estamos em constante processo de aprendizado, sempre sujeitos a erros e acertos, fracassos e vitórias. E é nas escolas que o trabalho em equipe deve ser ainda mais utilizado, pois como ali temos personalidades se desenvolvendo, é o local e momento adequado para um trabalho muito sério e de muita responsabilidade, cujos resultados serão vistos não só a curto, mas também a longo prazo. É no ambiente educacional que devemos ensinar que, muito antes de ter, precisamos aprender a ser. Ser solidário, honesto, humilde, tolerante, participativo, amigo. Essa é a base do trabalho em equipe. Essa é a base da vida em sociedade. Dessa forma, pensando e agindo coletivamente dentro e fora das empresas, seremos cidadãos cada vez melhores, tanto profissional como pessoalmente. Finalizamos este trabalho com uma frase resume toda a importância do trabalho em equipe, frase essa dita pelo ex-presidente americano Lyndon Johnson: “não existem problemas que não possamos resolver juntos, mas, sozinhos, poderemos resolver apenas alguns.”
REFERÊNCIAS
BENNIS, W. Tornando-se um líder de líderes. São Paulo: Makron Books, 1998. 
CARNEGIE, Dale. Como ser um grande líder e influenciar pessoas. 2ª ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2015.
CARVALHO, Maria do Carmo Nacif de. Relacionamento Interpessoal: como preservar o sujeito coletivo. Rio de Janeiro: LTC, 2009.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria geral da administração (uma visão abrangente da moderna administração nas organizações). Edição compacta. 7ª ed. Rio de janeiro: Elsevier, 2003
DAVIS, C; SILVA, M e ESPOSITO, Y. Papel e valor das interações na sala de aula. 
Cadernos de pesquisa, 71.1989. 
GREEN, F. B. Organization assessment for quality teamwork. Center for the Study or Work Teans - Newsletter, v.2, n.1, 1992.
JOHNSON, P.  Human Computer Interaction: Psyshology, task analysis and software engineering. London: McGraw-Hill International. 1992.
KANTER, R. M. A nova atividade gerencial. IN CHAMPY, J. & NOHRIA, N. Avanço rápido: as melhores idéias sobre o gerenciamento de mudanças nos negócios. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1997. 
KATZENBACHK, Jon R.; Smith, DOUGLAS K. The discipline of teams. Harvard Business Review, Março-Abril 1993.
MARX, Roberto. Trabalhos em grupo e autonomia como instrumentos de competição: experiência internacional, casos brasileiros, metodologia da implantação. São Paulo: Atlas, 1997 
VEIGA, Ilma P. A. O seminário como técnica de ensino socializado. In: Veiga, I.P. A.
(org). Técnicas de ensino: Por que não? Campinas: Papirus. 2000 
VYGOTSKY. L.S. Interação entre aprendizado e desenvolvimento. In: Cole,M.;Scribner, S. e Souberman, E.(org). A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes.1998.

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