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Caso 2

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA ___ VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO PAULO-SP
MATHEUS, (Qualificação), com endereço eletrônico xxx@xxx, vem por intermédio de seu advogado, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência impetrar: MANDADO DE SEGURANÇA, nos termos do art.5º, LXIX , da Constituição Federal, e artigo 1º da Lei 12.016/2009, contra ato praticado pelo REITOR , (Qualificação), com endereço eletrônico xxx@xxx, e UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO, (Qualificação), com endereço eletrônico xxx@xxx, pelos fatos a seguir expostos:
I- DO MANDADO DE SEGURANÇA
O mandado de segurança está previsto na Constituição Federal e no presente caso houve violação a direito líquido e certo , nos termos do Art. 5º , LXIX.
Com relação ao prazo decadencial para a impetração do Mandado de Segurança, é de 129 dias contados da ciência do interessado, conforme o artigo 23 da Lei nº 12.016/2009 e Súmula 632 do STF.
II- DOS FATOS
MATHEUS, nascido no México, veio morar no Brasil juntamente com seus pais e aos 18 anos, foi aprovado no vestibular e matriculou-se no curso de engenharia civil.
Quando faltava um semestre para concluir o curso superior, decidiu inscrever-se em um concurso público promovido por determinada UNIVERSIDADE FEDERAL BRASILEIRA, que segue a forma de autarquia federal, para provimento do cargo efetivo de professor.
Após a colação de grau, foi verificado que tinha sido aprovado no concurso em primeiro colocado, porém MATHEUS soube que seria nomeado em novembro de 2018, previsão essa que se confirmou.
Mas como já tinha uma viagem marcada para o México, outorgou procuração específica para seu pai Sr.Roberto, para que este assinasse o termo de posse. Ocorre que no último dia previsto para a posse, Sr.Roberto comparece à repartição pública e, é orientado pela assessoria jurídica, que o REITOR não permitiu a posse de MATHEUS, sob a justificativa de não ser possível a investidura de estrangeiro em cargo público.
Também informou que outros dois fatos impediriam a posse: a impossibilidade de o provimento ocorrer por meio de procuração e o não cumprimento, por parte de MATHEUS, de um dos requisitos do cargo, como o diploma de nível superior de engenharia, na data da inscrição no concurso público.
Contudo, após tomar ciência do ocorrido, MATHEUS, interrompeu sua viagem e retorna imediatamente ao Brasil.
III- DO DIREITO:
Podemos verificar, que o candidato quando se inscreve em qualquer concurso público deverá estar atento e verificar, se corresponde e preenche todos os requisitos para a posse do cargo assim pretendido.
Súmula 266 STJ: O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público.
Na legislação brasileira também é permitido a posse mediante a procuração específica conforme o artigo 13, §3º, da Lei nº 8.112/1990, ou seja, não poderia ter sido negado pelo reitor ou por qualquer autoridade da Universidade a posse de MATHEUS por intermédio de seu pai Sr. Roberto.
Artigo 13, §3º, da Lei nº 8.112/1990: A posse poderá dar-se mediante procuração específica.
Contudo ao analisarmos o artigo 5º , §3º, da Lei 8.112/1990, podemos notar que os estrangeiros podem sim tomar posse de Cargos Públicos em Universidade e, houve uma violação aos direitos de MATHEUS.
Artigo 5º , §3º, da Lei 8.112/1990: As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta lei.
 
IV- DA ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA
Conforme prevê o artigo e do CPC, a Tutela de Urgência poderá ser concedida quando houver elementos que demonstrem a probabilidade do direito (fumus boni iuris) e o perigo do dano (periculum in mora).
No presente caso, houve
Violação ao Artigo 5º,§3º, e o Artigo 13,§3º, ambos da Lei nº 8.112/1990, e a Súmula 266 do STJ, bem como caso concedido a segurança apenas ao final do processo, dado o risco real de não haver dotação orçamentária para a nomeação futura.
I- Requerer-se a notificação da autoridade coatora, que pode ser encontrada no endereço supra referido, do inteiro conteúdo desta inicial, entregando-lhe a segunda via acompanhada de todos os documentos anexos para que preste as informações que julgar necessárias no prazo de 10 (dez) dias,nos termos do artigo 7º , I, da Lei nº 12.016/2009.
II- Ademais, requer que se dê ciência do fato ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo , ingressar no feito nos moldes do artigo 7º, II, da Lei 12.016/2009.
III- Requer a concessão da Liminar para suspender os efeitos da decisão do REITOR, determinando a posse imediata de MATHEUS.
IV- Requer também a concessão da segurança, confirmando a liminar concedida, para anular a decisão do REITOR e, por consequência, garantindo o direito de MATHEUS à posse do cargo público.
V- Requer, ainda, a condenação do Impetrado no pagamento das despesas processuais na forma da lei
Dá-se à presente ação o valor de R$ 1.000,00 ( Hum mil reais).
Nesses termos, pede-se deferimento.
Ribeirão Preto, 11 de março de 2.020.
Pedro Acacio Prado Murari
OAB xxx

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